Ainda que a história seja diferente do livro do Sade, o filme com certeza possui a sua essência. Uma crítica ferrada ao fascismo, ao uso ilimitado do poder pela degradação sexual, numa metáfora da própria política. O fato do libertino ser um bispo, casar dois jovens, mas interpor seu corpo na união dos dois logo em seguida, evidencia também a crítica religiosa. Também enxerguei uma crítica ao capitalismo quando li mais sobre o filme, Pasollini diz que quando colocou os jovens para comer os excrementos, foi porque quis argumentar contra o capitalismo do consumo de massa e a junk food. O filme termina daquele jeito degradante ao som da peça Carmina Burana, considerada fascista pelo próprio diretor, evidenciando mais uma crítica. Fora a ambiguidade do prazer sexual que é mostrado no filme, com certeza é um tipo de pornografia que, pra mim, não estimula o desejo sexual e sim causa repulsa. Mas também não é tão diferente quando leio Sade.
Fascinante. Aquele bebê morto me horrorizou. Gostei também que o filme não é muito moralista, o espectador apenas assiste a vida sendo reduzida a nada por meio de escolhas.
Embora eu esteja magoada com o Ridley Scott por conta do Prometheus, com certeza ele foi a melhor escolha pra dirigir esse filme baseado no livro "Do Androids Dream of Eletric Sheep?", digo isso porque, pra mim, é o melhor diretor de ficção científica que existe. Agora a dúvida, Deckard é um andróide ou não é? Grrrrr.
Exame profundo e complexo da cultura ocidental. Mostra que as drogas não são um problema fortuito, o próprio conceito de dependencia é suproduto de uma sociedade governada pelo consumo capitalista. A fronteira entre os fármacos e as drogas ilegais é bastante tenue, passível de ser manipulada pelos poderosos cada vez mais ávidos de lucros. Sobre a obra, o vigor que confere às passagens de caos e violência é tremendo. Aprisionados no seu modo de vida, os personagens são capazes de intuir a verdade do "sistema", mas a paralisia gerada pela dependência química impede de romper os grilhões. Outra coisa bastante interessante é que as narrativas começam, se entrelaçam umas com as outras, se perdem e são novamente encontradas. Cenários vislumbrados, mas logo somem de vista. O mundo aparentemente não dispõe de nenhuma coordenada reconhecível. Lançados nesse mundo, por vezes temos a dolorosa consciência de que as visões paranóicas dos dependentes sobre o poder corporativo e estatal podem ser mais fiéis à verdade do que as ficções consoladoras que fabricamos com o intuito de validar nosso livre-arbítrio. Quanto a Cronenberg, pra mim, conseguiu filmar o impossível com bastante competência. Virei fã a partir de hoje.
Maude e Harold são meu casal preferido e com certeza me inspiro neles sempre que estou pra baixo. Harold é aquele jovem de 20 anos que não encontra sentido na vida, é morbido e solitário, encena ridiculos suicidios, talvez tudo isso seja reação por conta da mãe autoritária, não sei. Já Maude é uma linda senhora que beira seus 80 anos que sabe aproveitar a vida, que vive intensamente o dia a la carpe diem. Essa dualidade entre morte (Harold) e vida (Maude) me encantou demais quando os dois se encontraram e compartilham das suas vidas um com o outro. Vamos cantar, apreciar a arte, tocar banjo, vamos amar sem medo, quem quer que seja! E por falar em cantar, Cat Stevens, esse lindo inglês, filho de grego igual a mim, que agora é muçulmano, que já trocou de nome e desapareceu da mídia, abriu e fechou esse lindo filme com a total perfeição junto com a sua música. Preciso postá-las aqui.
Trouble (uma das minhas canções preferidas na vida) http://www.youtube.com/watch?v=H1tRB7-aBr8
Don’t Be Shy http://www.youtube.com/watch?v=uOOPPO91t2Q
I'm beat, I'm torn Shattered and tossed and worn Too shocking to see Too shocking to see…
Filme completamente reflexivo! Aquele papo sobre o olho ser a janela da alma nunca ficou tão evidente pra mim depois de ter visto esse filme. O filme é lotado de símbolos e é também de uma sensibilidade enorme. Aquela ilha carnívora em forma do Vishnu deitado me deixou totalmente inquieta e com a mente funcionando. O sentido da vida é procurado dentro de nós mesmos, assim como o sagrado e a fé. Viva Vishnu, viva Jesus, viva Alá, viva qualquer coisa que você acredita, viva algo.
Fotografia maravilhosa! Só que eu esperava bem mais, talvez mais intensidade, já que o roteiro é do Kieslowski. Porém gostei do final, achei bem poético.
Fiquei meio perdida com o roteiro. Lembro até hoje as pessoas saindo da sala de cinema confusas e eu super triste pois havia lido o livro e esperava muito mais. Filme super confuso pra um livro tão bom!
Amei a metalinguagem e a não-linearidade do filme! E também como descreve a dificuldade do artista em expressar aquilo que realmente deseja e o conflito disso com aquilo que vende. E Hollywood é o carai!
Retrata bem a crise de identidade pós-moderna e a falta de comprometimento com o sólido. Gostei bastante do roteiro e da proposta de como o outro é sempre o que nos define e que fugir dos problemas da nossa própria consciência nem que seja por 15 minutos é estranhamente bom.
Pequena Miss Sunshine
4.1 2,8K Assista AgoraDe verdade? Muito superestimado. É fofinho e só.
Salò, ou os 120 Dias de Sodoma
3.2 1,0KAinda que a história seja diferente do livro do Sade, o filme com certeza possui a sua essência. Uma crítica ferrada ao fascismo, ao uso ilimitado do poder pela degradação sexual, numa metáfora da própria política. O fato do libertino ser um bispo, casar dois jovens, mas interpor seu corpo na união dos dois logo em seguida, evidencia também a crítica religiosa. Também enxerguei uma crítica ao capitalismo quando li mais sobre o filme, Pasollini diz que quando colocou os jovens para comer os excrementos, foi porque quis argumentar contra o capitalismo do consumo de massa e a junk food. O filme termina daquele jeito degradante ao som da peça Carmina Burana, considerada fascista pelo próprio diretor, evidenciando mais uma crítica. Fora a ambiguidade do prazer sexual que é mostrado no filme, com certeza é um tipo de pornografia que, pra mim, não estimula o desejo sexual e sim causa repulsa. Mas também não é tão diferente quando leio Sade.
Trainspotting: Sem Limites
4.2 1,9K Assista AgoraFascinante. Aquele bebê morto me horrorizou.
Gostei também que o filme não é muito moralista, o espectador apenas assiste a vida sendo reduzida a nada por meio de escolhas.
O Homem Elefante
4.4 1,0K Assista AgoraLynch me lembrou Herzog e seu Kaspar Hauser.
Muito Além do Jardim
4.1 267 Assista AgoraSdds Peter Sellers.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraEmbora eu esteja magoada com o Ridley Scott por conta do Prometheus, com certeza ele foi a melhor escolha pra dirigir esse filme baseado no livro "Do Androids Dream of Eletric Sheep?", digo isso porque, pra mim, é o melhor diretor de ficção científica que existe. Agora a dúvida, Deckard é um andróide ou não é? Grrrrr.
Mistérios e Paixões
3.8 312Exame profundo e complexo da cultura ocidental.
Mostra que as drogas não são um problema fortuito, o próprio conceito de dependencia é suproduto de uma sociedade governada pelo consumo capitalista.
A fronteira entre os fármacos e as drogas ilegais é bastante tenue, passível de ser manipulada pelos poderosos cada vez mais ávidos de lucros.
Sobre a obra, o vigor que confere às passagens de caos e violência é tremendo. Aprisionados no seu modo de vida, os personagens são capazes de intuir a verdade do "sistema", mas a paralisia gerada pela dependência química impede de romper os grilhões.
Outra coisa bastante interessante é que as narrativas começam, se entrelaçam umas com as outras, se perdem e são novamente encontradas. Cenários vislumbrados, mas logo somem de vista.
O mundo aparentemente não dispõe de nenhuma coordenada reconhecível. Lançados nesse mundo, por vezes temos a dolorosa consciência de que as visões paranóicas dos dependentes sobre o poder corporativo e estatal podem ser mais fiéis à verdade do que as ficções consoladoras que fabricamos com o intuito de validar nosso livre-arbítrio.
Quanto a Cronenberg, pra mim, conseguiu filmar o impossível com bastante competência. Virei fã a partir de hoje.
Ensina-me a Viver
4.3 873 Assista AgoraMaude e Harold são meu casal preferido e com certeza me inspiro neles sempre que estou pra baixo.
Harold é aquele jovem de 20 anos que não encontra sentido na vida, é morbido e solitário, encena ridiculos suicidios, talvez tudo isso seja reação por conta da mãe autoritária, não sei.
Já Maude é uma linda senhora que beira seus 80 anos que sabe aproveitar a vida, que vive intensamente o dia a la carpe diem.
Essa dualidade entre morte (Harold) e vida (Maude) me encantou demais quando os dois se encontraram e compartilham das suas vidas um com o outro.
Vamos cantar, apreciar a arte, tocar banjo, vamos amar sem medo, quem quer que seja!
E por falar em cantar,
Cat Stevens, esse lindo inglês, filho de grego igual a mim, que agora é muçulmano, que já trocou de nome e desapareceu da mídia, abriu e fechou esse lindo filme com a total perfeição junto com a sua música. Preciso postá-las aqui.
Trouble (uma das minhas canções preferidas na vida)
http://www.youtube.com/watch?v=H1tRB7-aBr8
Don’t Be Shy
http://www.youtube.com/watch?v=uOOPPO91t2Q
I'm beat, I'm torn
Shattered and tossed and worn
Too shocking to see
Too shocking to see…
As Aventuras de Pi
3.9 4,4KFilme completamente reflexivo! Aquele papo sobre o olho ser a janela da alma nunca ficou tão evidente pra mim depois de ter visto esse filme. O filme é lotado de símbolos e é também de uma sensibilidade enorme. Aquela ilha carnívora em forma do Vishnu deitado me deixou totalmente inquieta e com a mente funcionando. O sentido da vida é procurado dentro de nós mesmos, assim como o sagrado e a fé.
Viva Vishnu, viva Jesus, viva Alá, viva qualquer coisa que você acredita, viva algo.
Lincoln
3.5 1,5KJá assisti, achei sensacional! Esse lindo do Daniel Day-Lewis dá um show.
Fargo: Uma Comédia de Erros
3.9 920 Assista AgoraHumor negro inteligente. Eu amo esses diretores, pqp.
Paraíso
3.5 50Fotografia maravilhosa! Só que eu esperava bem mais, talvez mais intensidade, já que o roteiro é do Kieslowski. Porém gostei do final, achei bem poético.
Marina Abramovic: A Artista Está Presente
4.5 150Chorei durante os 106 minutos do documentário. Maravilhosa.
A Bússola de Ouro
3.1 1,0K Assista AgoraFiquei meio perdida com o roteiro. Lembro até hoje as pessoas saindo da sala de cinema confusas e eu super triste pois havia lido o livro e esperava muito mais. Filme super confuso pra um livro tão bom!
A Insustentável Leveza do Ser
3.8 338 Assista AgoraEu quero uma Karenin pra mim!
Barton Fink, Delírios de Hollywood
4.0 174 Assista AgoraOs planos e movimentos de câmera me lembraram bastante Hitchcock. Gostei desse filme.
Prometheus
3.1 3,4K Assista AgoraOdiei.
Ligações Perigosas
4.0 342 Assista AgoraEsse Malkovich é uma perfeiçãozinha.
Adaptação.
3.9 707 Assista AgoraAmei a metalinguagem e a não-linearidade do filme! E também como descreve a dificuldade do artista em expressar aquilo que realmente deseja e o conflito disso com aquilo que vende. E Hollywood é o carai!
Quero Ser John Malkovich
4.0 1,4K Assista AgoraRetrata bem a crise de identidade pós-moderna e a falta de comprometimento com o sólido. Gostei bastante do roteiro e da proposta de como o outro é sempre o que nos define e que fugir dos problemas da nossa própria consciência nem que seja por 15 minutos é estranhamente bom.
21 Gramas
4.0 888 Assista AgoraSuper interessante a montagem das cenas e a conexão entre os personagens! Gostei mais do que de Babel.
As Horas
4.2 1,4KNicole Kidman até que conseguiu chegar perto de interpretar Virginia Woolf. E Meryl está linda como sempre. Belo filme.
Morangos Silvestres
4.4 656atemporal.
Esse Obscuro Objeto do Desejo
4.2 87Buñuel gênio cruel. Brilhante filme.