O Mistério das duas irmãs - já foi feito e não trouxe nada de novo, além do elemento Haneke mal feito barato. Jurei que o roteiro prometia, mas não entregou. Só.
Bonito pra caralho, né. Uns quadros daora, fotografia inacreditável. Num debate, ouvi chamarem de "etnografia poética". Prefiro, no entanto, pensar como etnografia com licença poética. Hm, é isso.
E não é que o Cara era mesmo um homem de seu tempo? hahah Puta comédia inteligentemente humilde, de altas inflexões, políticas, filosóficas até, mas que funcionam como qualquer outro elemento da trama.
Aliás, pro Cara essas coisas valem tanto quanto qualquer coisa, o que faz dele o grande niilista anos noventa da parada. E tá tudo ok, porque "o Cara sobrevive" no final hahah, muito bom. E o que importa é que "a comédia humana continua perpetuando-se através das gerações". E que continue mesmo.
Não consegui ver muito bem o filme, tinha um ego norte-americano gigante de gordo na frente da tela alimentando a si mesmo. Chupando os dedos, até, de satisfeito.
Puta merda, que filme caro. Que dor de cabeça. Só podia ter saído nos anos 60 e com muuuuito capital cultural. Caralho.
Parece que eu tô em gravidade zero. Que tenso. Que música enorme de tensa.
Aí me vem os créditos com o nome de 20 pessoas. Tá de sacanagem né. Depois daquilo tudo, assina: eu, Kubrick, fazendo 50% e mais uns amigos aqui da MGM. Tá de sacanagem.
embora ninguém merece essa narrativa de que: "o garoto fez um massacre num colégio americano porque tinha problemas mal resolvidos com a mãe.", o que tranquilamente poderia ter sido o comentário daquela sua tia indignada com uma notícia de crime. Algo como "a culpa é dos pais desse meninos, relapsos" e tal. E Complexo de Édipo não, né.
Porém bom pra caralho, o que é a arte deste filme hein, jesus.
"(...) todo o artifício passa por emular essa série de sensações e contextos para achar a alertada singularidade do poema inicial. É "preciso mudar o mundo" – o realista, para um não-naturalista, exótico, exarcebado, excessivo, transmutação do concreto com o lírico, um mundo em primeira pessoa ("voilà mon couer", na segunda cartela do filme). Um mundo singular para uma personagem singular. O artifício é a ferramenta de Uirá e Parente em busca de uma imagem singular que dê conta de todas as forças que perpassam personagem e filme, uma imagem síntese contemplando sensibilidades masculina e feminina, o lado cômico do excesso sentimental misturado a sua profunda tragédia, um humor negro que evoca a gravidade do mundo (...) Pois, Doce Amianto certamente será tomado como um filme gay, quando na verdade sua dimensão política é a de ser um filme trans."
Em tempos em que um simples beijo gay na novela das 9 é ainda um grande dilema, um filme "polêmico" ganha naturalmente proporções além do choque: demarcam uma posição frente à questão afetiva, TAMBÉM e talvez principalmente em relação à sexualidade.
Se as cenas foram desenhadas pra impactar ou não (porno-comercializar, que seja), a importância de um filme como esse hoje supera o suposto princípio (anti)ético do diretor.
Vale a pena pensar nele numa conjuntura política - não só de direitos civis, mas de desconstrução da aura de anormalidade que em geral os filmes constroem em torno de qualquer relacionamento não-hétero.
Aliás, em "Azul" eu consegui sentir uma relação muito mais genuína entre a Emma e a Adèle do que a de qualquer filme hétero (ou gay mesmo) que já tenha visto. Isso, sem levar em conta todo esse contexto que o filme revela e rebate, já faz valer tê-lo assistido.
Embora tenham dito que a personagem da Adèle foi perfeita, eu a achei sacal em diversos momentos. O que, aliado à densidade temporal do filme (3 fucking horas), tenha me cansado um pouco.
De qualquer modo, conseguiram gerir esse tempo até muito bem, talvez pela preocupação própria do roteiro de se voltar aos detalhes e à profundidade das emoções das personagens - que eu acredito tenha sido o caráter lúdico de "Azul", e o que o tornou bastante simples sem ser simplório (não mesmo).
Talvez tenha sido o roteiro mais humildemente desenvolvido que eu já vi. E talvez por isso, ter consigo tão surpreendentemente conjugado autocrítica e descompromisso.
Se propor a tratar das barreiras entre visível e invisível, real e virtual, memória e presente... dentro do mesmo campo de ação, de vida cinematográfica, é coisa que não se vê todo dia, não tão tanto cuidado como em "Her".
Você vê a tentativa de superar essas dicotomias hoje - mas que geralmente, no cinema e no senso comum, são incentivadas ou toscamente negadas. Nesse filme, a equipe de Jonze consegue fazer um tratado sincero, singelo, muito pouco pretensioso sobre uma situação (embora "ficcional") extremamente atual. E de uma forma tão bem feita que dá dó.
O drama do Theodore e Samantha é o que assola as nossas cabeças informatizadas... dá pra entender a tensão de juízos que são postos em jogo no filme: afinal, o romance entre eles é uma aceitação do virtual enquanto parte integrante da nossa realidade? Ou um mundo à parte? Até que ponto vale a pena essa reflexão? Disso não consegui respostas, mas um vasto desentedimento (o que é no mínimo digno de qualquer boa obra poética). Porra, essa tensão foi muito bem colocada (embora tenha sentido em minha alma conservadora um pouco a irrealidade da situação até demais).
A última sequência, ao invés de "Fine", deveria estar escrito: "Pronto, neorrealismo, vai que é tua!". Paisagem mais "presente" e significativa que essa não é algo que se vê todo dia. De resto, é bem seco. Chega a dar umas arranhadas na garganta, quando o que cê espera de um filme de guerra é um afogamento total em lágrimas.
Família, escola, prisão (a cidade de Paris, onipresente)... o reformatório (medo da insanidade)... a leitura de Foucalt e Deleuze sobre as instituições disciplinares, a sociedade de controle veem logo à mente. ... mas, no fim, o mar. Uma das melhores sequências do cinema, aquela última sequência, a expressão de completa confusão e mistério do menino Léaud. Só emplacou mesmo quando vi pela segunda vez, é é maravilhoso.
Sinto que existe algo de genialíssimo nesse filme que só vou conseguir acessar daqui a alguns anos. Um existencialismo autoflagelante? Do tipo, "estamos condenados a ser livres, mas temos medo"? Um purgatório do carpe diem? E é grotesco... sei lá.
A impressão de que o marginalizado (estamos falando de um cinema do Não-Centro Sul do Brasil) tá cada vez mais ganhando o protagonismo na narrativa não me deixou um segundo no filme. Os personagens, ainda que destacados por serem "amostras" humanas, símbolos, se integram muito bem ao cenário montado do ser Recife.
Me pareceu a afirmação dessa identidade, buscada à muuuuito no cinema brasileiro. Principalmente quando você lembra que a Yoná Magalhães já chegou a se passar por sertaneja...
Posso estar falando merda, mas é que esse filme dá bastante pano amarelado pra manga.
Sinto que só agora entendi tudo o que o Tarantino já vinha fazendo e continuou fazendo depois, como roteirista e diretor. Brilhante, é quase uma tese sobre o mundo de hoje, sob os olhos dos anos 90.
Além do mais, pros amantes do cinema de violência: como não lembrar de O Vídeo de Benny, do Michael Haneke? (ou até mesmo da cena do controle remoto em Violência Gratuita e Caché?)
Gosto de filmes de guerra, por mais tristes que sejam. Me lembram sempre que a vida não vale porra nenhuma e pode ser tirada da gente com um estalar de dedos. Tudo o mais então parece besteira, e é. É justamente o que Túmulo dos Vagalumes me fez sentir.
Gostar de um personagem que banca o veterano "badass" machudo e egocêntrico como caricatura do conservador norte-americano é plausível; mas chamar o cara de "foda" por isso é patético. Síndrome do cinéfilo macho man, que só assiste Poderoso Chefão, Taxi Driver e Tarantino e idolatra Charlie Sheen. Gostem do filme por ele ser, na real, a desconstrução do velho Walt. Esse machismo não cola mais e não tem nada a ver, no que eu entendi, com a mensagem de Gran Torino.
Uma tradução de título que superou o original. Em Um Mundo Melhor, o maniqueísmo nas relações humanas (justiça, vingança, ética em geral) é destroçado e os restos desse conto-de-fadas moral desmoronam sobre você. É a dança da construção e destruição desses limites, que te faz sentir num verdadeiro deserto existencial,
Dá pano pra manga de uma boa comédia - Peter Sellers providencia algumas risadas. No mais, é aquela reprodução "abilolada" do genérico "ser hippie": sujo, abusado, desconexo, promíscuo... Mas vale a pena!
Tímidos ganhando protagonismo e a empatia do público: taí uma coisa que não se vê todo dia. Mais que meigo, Les Émotifs Anonymes é delicado em mostrar pessoas frágeis assumindo sua própria fragilidade. Um filme que repudia essa espetacularização da personalidade, essa imposição comportamental em ser "extrovertido, confiante, eloquente", etc. Humano, e muito fofinho.
A fábula moderna de controle do mundo e de si encontra suas crises, limites, abismos na personalidade civilizada (como é requerido de uma pianista, filha e mulher) de Erika. A perversão do filme fica, além das cenas pervertidas que atestam essas crises, no diálogo irrepreensível que o filme estabelece com uma personagem muito possível dentro dos muros da vida contemporânea... isso não poderia ser mais assustador.
"Em O Sétimo Continente, o espectador também sente claramente – ainda que não possa traduzir essa sensação em palavras – o clima da morte em vida que acossa os personagens. Essa ambiência sombria põe em relevo a dimensão material da experiência fílmica: as texturas ásperas dos objetos, as cores pastéis que contribuem para o clima opressivo, os sons repetitivos e incômodos de telefones e televisores. Mas essa sensação de morte em vida traduz, na verdade, toda uma experiência histórica. O filme nos presentifica (vergegenwärtigt) esse mal-estar tipicamente contemporâneo da vida esvaziada de sentido na sociedade consumista do capitalismo tardio. Uma existência em que os objetos solicitam constantemente nossa atenção, e o campo das experiências humanas torna-se cada vez mais limitado e mecanizado."
Boa Noite, Mamãe
3.5 1,5K Assista AgoraO Mistério das duas irmãs - já foi feito e não trouxe nada de novo, além do elemento Haneke mal feito barato. Jurei que o roteiro prometia, mas não entregou. Só.
Ventos de Agosto
3.3 73 Assista AgoraBonito pra caralho, né. Uns quadros daora, fotografia inacreditável.
Num debate, ouvi chamarem de "etnografia poética". Prefiro, no entanto, pensar como etnografia com licença poética. Hm, é isso.
O Grande Lebowski
3.9 1,1K Assista AgoraE não é que o Cara era mesmo um homem de seu tempo? hahah
Puta comédia inteligentemente humilde, de altas inflexões, políticas, filosóficas até, mas que funcionam como qualquer outro elemento da trama.
Aliás, pro Cara essas coisas valem tanto quanto qualquer coisa, o que faz dele o grande niilista anos noventa da parada. E tá tudo ok, porque "o Cara sobrevive" no final hahah, muito bom.
E o que importa é que "a comédia humana continua perpetuando-se através das gerações". E que continue mesmo.
2001: Uma Odisseia no Espaço
4.2 2,4K Assista AgoraNão consegui ver muito bem o filme, tinha um ego norte-americano gigante de gordo na frente da tela alimentando a si mesmo. Chupando os dedos, até, de satisfeito.
Puta merda, que filme caro. Que dor de cabeça. Só podia ter saído nos anos 60 e com muuuuito capital cultural. Caralho.
Parece que eu tô em gravidade zero. Que tenso. Que música enorme de tensa.
Aí me vem os créditos com o nome de 20 pessoas. Tá de sacanagem né. Depois daquilo tudo, assina: eu, Kubrick, fazendo 50% e mais uns amigos aqui da MGM. Tá de sacanagem.
E esse final? Muita coisa. Demais, demais.
Doutor Jivago
4.2 312 Assista AgoraPropaganda capitalista de Guerra Fria: um saco.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraBom pra caralho.
embora ninguém merece essa narrativa de que: "o garoto fez um massacre num colégio americano porque tinha problemas mal resolvidos com a mãe.", o que tranquilamente poderia ter sido o comentário daquela sua tia indignada com uma notícia de crime. Algo como "a culpa é dos pais desse meninos, relapsos" e tal. E Complexo de Édipo não, né.
Porém bom pra caralho, o que é a arte deste filme hein, jesus.
Getúlio
3.1 383 Assista AgoraPlano-detalhe tem limite, diretor.
Doce Amianto
3.1 31"(...) todo o artifício passa por emular essa série de sensações e contextos para achar a alertada singularidade do poema inicial. É "preciso mudar o mundo" – o realista, para um não-naturalista, exótico, exarcebado, excessivo, transmutação do concreto com o lírico, um mundo em primeira pessoa ("voilà mon couer", na segunda cartela do filme). Um mundo singular para uma personagem singular. O artifício é a ferramenta de Uirá e Parente em busca de uma imagem singular que dê conta de todas as forças que perpassam personagem e filme, uma imagem síntese contemplando sensibilidades masculina e feminina, o lado cômico do excesso sentimental misturado a sua profunda tragédia, um humor negro que evoca a gravidade do mundo (...) Pois, Doce Amianto certamente será tomado como um filme gay, quando na verdade sua dimensão política é a de ser um filme trans."
http://www.revistacinetica.com.br/doceamianto.htm
A Grande Beleza
3.9 463 Assista AgoraEnigmático.
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista Agora[SOBRE A MERA "POLÊMICA" DO FILME]
Em tempos em que um simples beijo gay na novela das 9 é ainda um grande dilema, um filme "polêmico" ganha naturalmente proporções além do choque: demarcam uma posição frente à questão afetiva, TAMBÉM e talvez principalmente em relação à sexualidade.
Se as cenas foram desenhadas pra impactar ou não (porno-comercializar, que seja), a importância de um filme como esse hoje supera o suposto princípio (anti)ético do diretor.
Vale a pena pensar nele numa conjuntura política - não só de direitos civis, mas de desconstrução da aura de anormalidade que em geral os filmes constroem em torno de qualquer relacionamento não-hétero.
Aliás, em "Azul" eu consegui sentir uma relação muito mais genuína entre a Emma e a Adèle do que a de qualquer filme hétero (ou gay mesmo) que já tenha visto.
Isso, sem levar em conta todo esse contexto que o filme revela e rebate, já faz valer tê-lo assistido.
Embora tenham dito que a personagem da Adèle foi perfeita, eu a achei sacal em diversos momentos. O que, aliado à densidade temporal do filme (3 fucking horas), tenha me cansado um pouco.
De qualquer modo, conseguiram gerir esse tempo até muito bem, talvez pela preocupação própria do roteiro de se voltar aos detalhes e à profundidade das emoções das personagens - que eu acredito tenha sido o caráter lúdico de "Azul", e o que o tornou bastante simples sem ser simplório (não mesmo).
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraTalvez tenha sido o roteiro mais humildemente desenvolvido que eu já vi. E talvez por isso, ter consigo tão surpreendentemente conjugado autocrítica e descompromisso.
Se propor a tratar das barreiras entre visível e invisível, real e virtual, memória e presente... dentro do mesmo campo de ação, de vida cinematográfica, é coisa que não se vê todo dia, não tão tanto cuidado como em "Her".
Você vê a tentativa de superar essas dicotomias hoje - mas que geralmente, no cinema e no senso comum, são incentivadas ou toscamente negadas.
Nesse filme, a equipe de Jonze consegue fazer um tratado sincero, singelo, muito pouco pretensioso sobre uma situação (embora "ficcional") extremamente atual.
E de uma forma tão bem feita que dá dó.
O drama do Theodore e Samantha é o que assola as nossas cabeças informatizadas... dá pra entender a tensão de juízos que são postos em jogo no filme: afinal, o romance entre eles é uma aceitação do virtual enquanto parte integrante da nossa realidade? Ou um mundo à parte? Até que ponto vale a pena essa reflexão?
Disso não consegui respostas, mas um vasto desentedimento (o que é no mínimo digno de qualquer boa obra poética).
Porra, essa tensão foi muito bem colocada (embora tenha sentido em minha alma conservadora um pouco a irrealidade da situação até demais).
Valeu.
Roma, Cidade Aberta
4.3 119 Assista AgoraA última sequência, ao invés de "Fine", deveria estar escrito: "Pronto, neorrealismo, vai que é tua!".
Paisagem mais "presente" e significativa que essa não é algo que se vê todo dia.
De resto, é bem seco. Chega a dar umas arranhadas na garganta, quando o que cê espera de um filme de guerra é um afogamento total em lágrimas.
Os Incompreendidos
4.4 645Família, escola, prisão (a cidade de Paris, onipresente)... o reformatório (medo da insanidade)... a leitura de Foucalt e Deleuze sobre as instituições disciplinares, a sociedade de controle veem logo à mente.
... mas, no fim, o mar. Uma das melhores sequências do cinema, aquela última sequência, a expressão de completa confusão e mistério do menino Léaud.
Só emplacou mesmo quando vi pela segunda vez, é é maravilhoso.
Amarelo Manga
3.8 542 Assista AgoraSinto que existe algo de genialíssimo nesse filme que só vou conseguir acessar daqui a alguns anos. Um existencialismo autoflagelante? Do tipo, "estamos condenados a ser livres, mas temos medo"? Um purgatório do carpe diem? E é grotesco... sei lá.
A impressão de que o marginalizado (estamos falando de um cinema do Não-Centro Sul do Brasil) tá cada vez mais ganhando o protagonismo na narrativa não me deixou um segundo no filme. Os personagens, ainda que destacados por serem "amostras" humanas, símbolos, se integram muito bem ao cenário montado do ser Recife.
Me pareceu a afirmação dessa identidade, buscada à muuuuito no cinema brasileiro. Principalmente quando você lembra que a Yoná Magalhães já chegou a se passar por sertaneja...
Posso estar falando merda, mas é que esse filme dá bastante pano amarelado pra manga.
Assassinos por Natureza
4.0 1,1K Assista AgoraSinto que só agora entendi tudo o que o Tarantino já vinha fazendo e continuou fazendo depois, como roteirista e diretor. Brilhante, é quase uma tese sobre o mundo de hoje, sob os olhos dos anos 90.
Ou como diz o Mickey: "This is poetry".
Além do mais, pros amantes do cinema de violência: como não lembrar de O Vídeo de Benny, do Michael Haneke? (ou até mesmo da cena do controle remoto em Violência Gratuita e Caché?)
[spoiler][/spoiler]
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KGosto de filmes de guerra, por mais tristes que sejam. Me lembram sempre que a vida não vale porra nenhuma e pode ser tirada da gente com um estalar de dedos. Tudo o mais então parece besteira, e é. É justamente o que Túmulo dos Vagalumes me fez sentir.
Oldboy: Dias de Vingança
2.8 828 Assista AgoraMas que preciosismo é esse, classe cinéfila conservadora? Sem violência, viu, espera o filme ser lançado pra começar a falar mal.
Gran Torino
4.2 1,5K Assista AgoraGostar de um personagem que banca o veterano "badass" machudo e egocêntrico como caricatura do conservador norte-americano é plausível; mas chamar o cara de "foda" por isso é patético.
Síndrome do cinéfilo macho man, que só assiste Poderoso Chefão, Taxi Driver e Tarantino e idolatra Charlie Sheen.
Gostem do filme por ele ser, na real, a desconstrução do velho Walt. Esse machismo não cola mais e não tem nada a ver, no que eu entendi, com a mensagem de Gran Torino.
Em um Mundo Melhor
3.9 317Uma tradução de título que superou o original.
Em Um Mundo Melhor, o maniqueísmo nas relações humanas (justiça, vingança, ética em geral) é destroçado e os restos desse conto-de-fadas moral desmoronam sobre você. É a dança da construção e destruição desses limites, que te faz sentir num verdadeiro deserto existencial,
no qual o "véu" que separa a vida e a morte fica cada vez mais transparente e próximo.
Um show, chorei minha vida inteira.
O Abilolado Endoidou
3.6 8Dá pano pra manga de uma boa comédia - Peter Sellers providencia algumas risadas. No mais, é aquela reprodução "abilolada" do genérico "ser hippie": sujo, abusado, desconexo, promíscuo... Mas vale a pena!
Românticos Anônimos
3.9 494Tímidos ganhando protagonismo e a empatia do público: taí uma coisa que não se vê todo dia. Mais que meigo, Les Émotifs Anonymes é delicado em mostrar pessoas frágeis assumindo sua própria fragilidade. Um filme que repudia essa espetacularização da personalidade, essa imposição comportamental em ser "extrovertido, confiante, eloquente", etc. Humano, e muito fofinho.
Invasão à Casa Branca
3.3 786 Assista AgoraEsse filme não possui qualidades.
A Professora de Piano
4.0 684 Assista AgoraA fábula moderna de controle do mundo e de si encontra suas crises, limites, abismos na personalidade civilizada (como é requerido de uma pianista, filha e mulher) de Erika. A perversão do filme fica, além das cenas pervertidas que atestam essas crises, no diálogo irrepreensível que o filme estabelece com uma personagem muito possível dentro dos muros da vida contemporânea... isso não poderia ser mais assustador.
O Sétimo Continente
4.0 174"Em O Sétimo Continente, o espectador também sente claramente – ainda
que não possa traduzir essa sensação em palavras – o clima da morte em
vida que acossa os personagens. Essa ambiência sombria põe em relevo a
dimensão material da experiência fílmica: as texturas ásperas dos objetos,
as cores pastéis que contribuem para o clima opressivo, os sons repetitivos e incômodos de telefones e televisores. Mas essa sensação de morte em vida traduz, na verdade, toda uma experiência histórica. O filme nos presentifica (vergegenwärtigt) esse mal-estar tipicamente contemporâneo da vida esvaziada de sentido na sociedade consumista do capitalismo tardio. Uma existência em que os objetos solicitam constantemente nossa atenção, e o campo das experiências humanas torna-se cada vez mais limitado e mecanizado."
Fonte: