Por um momento vi dois personagens que me lembraram muito Pablo e Hermínia do livro O Lobo da Estepe, são o Harry e a Martha.....muito interessante.
Filmes podem ser como um filtro. É preciso se dispor a notá-lo, refletir sobre. Do contrário, frente a uma obra complexa e densa, você só poderá oferecer comentários bem fracos. E isso pode dizer muito sobre você.
Embora muitas noções não sejam originais o filme parece uma grande releitura de muitos tópicos que não são antigos, são quase atemporais, porque a humanidade carrega elementos de estupidez, ódio e preconceito desde muito tempo hahahah. As atuações, o timing de comédia e revolta, os momentos de silêncio necessários fazem da experiência de ir assistir pobres criaturas uma diversão só, um verdadeiro prazer.
O roteiro, a fotografia (parecia realmente um filme de décadas passadas), o andamento, personagens e o Giamatti, excelentes MAAAS um detalhe romântico me fisgou, bem no finalzinho....
A história do professor que se fode por uma causa, o cara que já é ferrado e faz algo decisivo por um aluno, ainda mais um filhinho de papai (ok, apesar dos problemas pessoais) pode servir de inspiração pra quem toca a velha história de trabalhar com pegadogia "por amor", embora no contexto do filme, não seja o caso. Eu entendo que isso faz com que o Paul se liberte do emprego em que se encontrava pra quem sabe retornar a viver e buscar novos horizontes e etc......mas já vejo o senso comum das pessoas com relação à área da educação achando o máximo que ele tenha se arriscado e posto tanto à prova prova pela bela "missão do educador", retomando a falácia de ser professor por amor....como se o profissional docente não tivesse que garantir sua sobrevivência em meio à inúmeras pressões e questões trabalhistas.
Quando eu era criança próximo dos anos 2000 lembro que meu pai me levou para assistir o primeiro homem aranha, depois, pude assistir no cinema o Homem Aranha 2, e o 3, que foi meio cansativo. Além do filme ter um andamento, interações de personagens e o Dr. Estranho.....foi de encher os olhos poder presenciar o Doutor Octopus do Alfred Molina, que beleza! Além dele, o doende verde do Dafoe......por eles, pagar pra assistir já valeu à pena.....fazer o que.....crias adaptadas pelo Sam Raimi.
É um filme excelente com relação ao suspense, lembra, e muito, o clima do "clássico" trash "O ataque dos vermes malditos" dos anos 90. Talvez essa seja a maior qualidade que eu destacaria, retomar a tensão do mistério e do terror reformulando alguns pontos. Há momentos metafóricos e uma questão da nostalgia e do trauma mal resolvido que transitam muito bem com o roteiro no andar do filme. Discordo quando comentam sobre o tempo do filme.....a direção consegue abordar sem pressa e construir o suspense de forma cadente, suspeito quando se pede uma duração de filme menor, afinal os formatos de mídia que mais influenciam o mundo contemporâneo apelam pra curta duração.....quanto dessa preferência pode estar inconscientemente contaminada por essa tendência? Além disso o formato do filme de cinema é diferente, não obedece os parâmetros dos Reels e demais reforços positivos do entretenimento mais imediato....até agora.
Metáfora fast food. Acredito que houve um "hype", um exagero ou ênfase além do real tamanho e ousadia desse filme. A Elizabeth Moss realmente faz um bom trabalho, temos momentos em que a metáfora do relacionamento abusivo fica mais densa, mas convenhamos que essa metáfora está muito melhor representada e mais presente de modo criativo e didático em outros filmes. Nesse temos uma história já contada outras vezes como a estratégia de roteiro de colocar à prova a confiança na protagonista, a perseguição da ameaça, o suspense, os planos com cenários profundos e escuros, jump scares óbvios, etc. Se você pesquisar um pouco, filmes de terror com temáticas mais distantes como "Day of the dead" do Romero conseguem demonstrar a força feminina e a capacidade de controle, equilíbrio e sensatez, Rec, Lady Vingança,Kill Bill e Jackie Brown são outros, mas já com gêneros um pouco mais distantes. Tinha expectativas mais altas, quem não teve contato com outras obras que abordam a força da mulher na sociedade provavelmente ficará mais impressionado ou maravilhado, mas nessa classificação do filmow, não passaria de 3,5 estrelas, forçando bem daria 4 estrelas.
possuem uma única linha de interpretação, qualquer vídeo que você for assistir para entender o filme não passará de um olhar de opinião. Nesses casos provavelmente o idealizador da obra que poderá dar a noção fundamental dos significados, de resto temos a liberdade de formular nossa versão, que pode ser tão interessante quanto à de fundamento.
1- O elenco. Pois bem, a fotografia contribui muito para o andamento e construção dos personagens, a sonorização também preenche, faz parte do bojo do filme. Os dois personagens vão evoluindo e os atores conseguem contar essa história, por mais aberta de sentidos que ela seja. Robert Pattinson desconstrói a imagem de beleza marmórea logo na primeira cena em que aparece, um alguém talhado por mágoas e introspecção, magro, quase abatido. O Dafoe consegue encarnar a figura mais pitoresca de um livro de marinheiros, sua voz, barba, rosto e oratória potencializam as longas maldições que lança, a ponto de você se perguntar até onde ele consegue elaborar o texto até acabar o que precisa. Ambos exploram e são incentivados a entregar o máximo de atuação, expressões faciais de momentos extremos e interação. Há muito de treatro ali, mas também aproveitamento de enquadros, o que nos leva ao ponto dois do comentário.
2- Locação. Para nós brasileiros é interessante o mergulho pela profissão de faroleiro, ainda mais em uma época com menos recursos. Pessoalmente não fazia ideia das características da construção, funções, manutenção e estética de um farol, posso dizer que o filme traz essa "super ferramenta" e informa o espectador. O cenário de entorno é limitado por uma névoa, pela noite ou por tempestades, isolando-nos junto com os personagens. Há o barulho do mar, uma constante sensação de sede, mesmo que estejam envoltos por água, uma dificuldade de locomoção pelo terreno pedregoso da ilha, tanto é que o personagem do Dafoe se refere ao local como "this rock", uma adjetivação que transparece aspereza, um elemento pontiagudo, bruto, estéril. A fauna se resume a gaivotas irritantes, caranguejos pouco convidativos e mato abatido pela brisa oceânica e pouco vistoso. Há constantemente um barulho de sirene/alarme, para quem não sabia é uma foghorn, ou buzina de neblina, que faz um som sinistro para alertar ou chamar a atenção de embarcações, de início pensei que fosse algo da trilha de ambientação, depois notei que era uma ferramenta sonora, que aliás existe em muitos faróis na realidade. A fotografia aliada à esse ambiente casa com maestria.
3- Referências. Estas são apenas algumas impressões que podem bater bem na trave, mas gostaria de compartilhar. Em muitos momentos temos a noção de como podem surgir algumas superstições marinhas como as sereias, pelo fato da ausência de sexo ou das necessidades comuns do ser humano, monstros marinhos, etc. Me recordei dos filmes de Ingmar Bergman, que trabalham o tema da loucura e do pensamento humano que confudem o espectador. Lembrei principalmente do Persona (1966), duas personagens, convivendo isoladamente em um local ermo, até que começam a aflorar as questões da realidade/abstração. Lembrei também na última cena em que vemos uma gaivota se alimentando das vísceras do Ephraim do mito do Prometeu, que flerta um pouco com a ideia de imortalidade; no filme não há relação disso uma vez que ambos os personagens morrem, mas algo sempre sobrevive na ilha, as benditas gaivotas, é justamente uma que está bicando o corpo. Logo, penso que a maldição em torno das gaivotas é evidenciada pela sua permanência e vitória sobre o homem. No caso de Prometeu o problema era o fogo que havia sido roubado dos Deuses, tornando os homens superiores aos animais, no filme, Ephraim matou uma gaivota com ódio, relegando-a à uma posição de fraqueza e inferiodade, mas na verdade elas sempre estão nos fundos de cena.
Por fim a fotografia está excelente, em vários momentos você pode imaginar o take como um quadro emoldurado, a opção pelo preto e branco reforça vários pontos de estética como as expressões faciais.
Aproveitem, poucas vezes temos uma boa obra como essa, sugiro explorar um pouco o cinema de Bergman também.
Após matar um dos palhaços com quem trabalhava sobra a figura do parceiro que possui nanismo, aterrorizado dentro do apartamento com o Arthur. Nesse exato momento, as pessoas na sala gargalharam, um dos poucos momentos do filme, e ao mesmo tempo uma cena aterrorizante. A lógica que percebi é a extração da nossa loucura. Gargalhamos frente ao absurdum, e nesse filme não falta dessa matéria prima. Um trecho tão horrível que nos faz reconhecermos tão coringas quanto Arthur.
Um excelente filme. Nada mais reflexivo sobre rituais pagãos e porque não religiões, espiritualidade, a mente e o que é "normal"?
Foi uma ótima experiência ir ao cinema sem ter noção do que me esperava, a não ser pela promessa de assistir algo chocante pelas mãos do diretor Ari Aster.
Não abordarei o óbvio do roteiro e etc mas os pontos fortes que chamaram atenção:
A trilha sonora flerta com um sentimento de depressão e suspense no início do filme para dar lugar à uma atmosfera de êxtase no final, ficou ótima.
Os enquadramentos de câmera se ajustam captando os elementos dos ambientes abertos, o resultado são planos que mais parecem um quadro vivo. Quando os takes são mais fechados nos é mostrado o necessário para entender a cena, há no início um jogo de câmera que parte de um plano de ponta cabeça, artifício bem aplicado em conjunto com o momento.
O envolvimento da temática ritualística/mística nos faz refletir sobre o cristianismo e demais crenças, no final das contas elas não são tão diferentes dos hábitos dos moradores da vila, e se hoje estão enfraquecidas e carcomidas pela decadência moral e espiritual capitalista/Ocidental, em um passado próximo possuíam uma lógica muito mais agressiva e intensa.
Os efeitos relacionados aos sentimentos dos personagens ou distorções que notamos na tela, representando o efeito de agentes psicotrópicos são uns dos mais realistas que já vi. São simples mas refletem o que realmente ocorre ao se ingerir um cogumelo da espécie Psilocybe cubensis, são distorções leves com aumento expressivo da intensidade das cores, os demais efeitos estão vinculados à respiração, queda de pressão e insights.
No fim das contas, a história reflete nossa dificuldade de lidar com a complexidade da consciência, e para quem ficar horrorizado com os acontecimentos, pode parar já de ingenuidade.....ligue a televisão, preste atenção no cotidiano da cidade que o cerca, as pessoas com tantos problemas e você verá a realidade do terror contemporâneo, os habitantes da vila do filme estão muito mais em paz, paz esta em maior quantidade do que você jamais teve.
Queria ter assistido a um filme diferente. Não posso deixar de reconhecer os méritos alcançados, seja em fotografia, ambientação, atuações excelentes, elenco qualificado, etc. Mas como os elogios todos já sabemos e são repetidos pela maioria das análises e críticas, vou ponderar sobre os pontos que não agradaram. - Histórias sobre a própria Hollywood......não me empolgam homenagens ao próprio nicho, já há bastante disso em vários filmes. Aliás, a cenografia é belíssima e colorida, mas já tive essa percepção em outros filmes que recriam a L.A. dos anos 60, 70 e 80.
do assassinato dos três hippies do Manson ocorresse um plot twist com a morte da Sharon, mesmo que offscreen, aí sentiria nas veias o Tarantino pelo qual nutro expectativas, o choque, o inesperado, porém a mudança vem num tom pacificador da situação, quem sabe numa homenagem com final feliz em função do que realmente ocorreu.
- Marcas registradas do Tarantino em filmes. Ok, pés femininos em destaque, trilhas e homenagens à indústria cinematográfica, diálogos de longa duração entre personagens sobre algum tema banal que acaba se tornando interessante.....para quem já assistiu a obra do diretor, já não é surpresa que certas coisas ocorram. Não quero ver mais essas coisas, quero releituras, quero reformulações e não marcas registradas que se tornam pontos marcados, você olha que vai acontecer alguma coisa dessas e pensa "lá vem uma cena de diálogo extendido", "aí o pezão de uma moça bonita demonstrando o oposto da natureza dela na câmera ou o fetiche pelo pé", daí torna-se uma rememoração, e há coisas mais interessantes para se utilizar ou fazer uma releitura dessas assinaturas.
Não quero ser chatão, mas esperava outra experiência, esses pontos me chamaram a atenção, mas certamente é um filme bem agradável de se ver....em matéria de originalidade e personagens, prefiro Jackie Brown, porque nesse universo é muito mais difícil criar personagens do que traçar caricaturas típicas de Hollywood.
Em resumo, eu poderia ter esperado para baixar ao invés de gastar uma grana no cinema.
Pontos positivos: Animação fenomenal e locações belíssimas.
Pontos negativos: -Roteiro de adaptação muito pobre. -Realismo atrapalhando a performance da história e quebra dos momentos musicais. -Composição de cenas e ângulos que não aproveitam todo o potencial dramático do filme. -Dublagens originais em inglês insatisfatórias.
O filme passou muito rápido, não me causou a emoção que esperava. Em suma, não faz jus à animação original como obra de apresentação do Rei Leão para a geração de crianças e jovens de hoje. Tirando essa lógica comparativa é um filme que não cria clima dramático ou que segure o espectador.
Vá em uma sala com bom sistema de som, valerá à pena!
Depois da decepção com a refilmagem de Cemitério Maldito apostei minhas fichas em Godzilla 2 e o filme alcançou as espectativas.
-O CGI das criaturas está ótimo. -A sonoplastia também vai bem com trechos da trilha sonora original. -Rever os aspectos do gênero Tokusatsu é uma experiência muito agradável, e se me permitem, prefiro o estilo presente nesses filmes novos do Godzilla do que no retratado em obras como Pacific Rim, minha impressão é de que Godzilla ainda traz uns aspectos mais oldschool e menos surtados.
No fim das contas o problema, como na proposta da história do filme, é o lado humano. Os arcos relacionados aos personagens mais centrais da trama são uma merda, não é possível que ainda recorram à questões banais de conflitos familiares dentro de um cenário de fim de mundo. Maaaas, entendi.....eles precisam vender a obra para o senso comum, tudo bem...só acho que poderiam ter feito melhor, mesmo que para atender aos gostos de quem não quer tramas complexas ou que não se sinta à vontade em não se identificar com facilidade ao roteiro.
Um bom filme de entretenimento que serve de ponte para o King Kong vs Godzilla, que vem por aí.
Tenho uma crítica ou observação negativa, isso levando em consideração que assisti um ótimo filme de super herói com referências e uma das coisas essenciais, o respeito e bom trabalho dos roteiristas, mantendo a coerência e a amarração do universo Marvel. Mas, no oceano de elogios, e acredito que não sou um Marvete fanático, o que iria prejudicar minha avaliação, sem contar que sou uma viúva do Quarteto Fantástico, que ainda acredita na ressurreição da equipe de um modo decente pelos estúdios Marvel/ Disney, me chamou a atenção um ponto.
O arco do Homem Formiga no universo subatômico foi resolvido de um jeito tão rápido e prático, do tipo "vamos dar um jeito nesse nó, depois talvez pensamos no que fazer". Provavelmente o fato de ele estar preso nessa dimensão poderia render um filme inteiro. Por enquanto é só isso, outros fatos que senti falta faziam parte do roteiro como pouca participação do Doutor Estranho e dos Guardiões da Galáxia.
Foi frustrante criar expectativas para esse filme, e ainda mais frustrante compará-lo com o anterior. Tantas situações e momentos de suspense com potencial para serem melhor explorados são deixados de lado, mais um filme de mediano a fraco, que quando comparado ao seu antecessor se torna uma decepção. Minha análise deve estar impregnada com algum saudosismo pois assisti o primeiro pela primeira vez quando adolescente e fiquei bem impressionado.
-O Gage ficou perfeito em matéria de escolha do "ator", muito parecidos. -Os caminhões na rodovia serviram bem à sustos e à uma sensação permanente de perigo mas o acidente em si ficou muito simplificado, nem sangue teve direito, se comparado ao do filme anterior cuja cena é realmente chocante. -Não há tensão no velório, nem sequer há um velório. Espera-se que a atmosfera infernal que os personagens sofrem não seja apenas uma condição de terror, mas de stress e desgraça. -A Zelda foi mal explorada, poderia haver uma maquiagem mais crua e seca. -As maquiagens em si pouco impressionaram, tirando a do Pascow. Porra, a da Rachel ficou super simplificada e básica, muito ruim. -Não há como disse outras manifestações mais interessantes de uma atmosfera pesada, como o suicídio no porão que ocorre no primeiro filme. -A Ellie é um cadáver limpinho, nem dá muito nojo. -O Church está bem, bem melhor do que a Ellie e a Rachel enquanto ser que retornou do cemitério hahah.
Dentre outras coisas, o filme tinha muito potencial, por isso que me frustrei tanto.
Eu já havia visto entrevistas com o Miguel Falabella comentando sobre a loucura que foi escrever o roteiro, cercado por problemas dos mais variados tipos, sei também que é um filme de comédia ligado à Globo filmes (cuja filmografia de comédia acredito ser bem estúpida com filmes do tipo "Se eu fosse você"), então não me enganei criando expectativas, apenas fui presenciar Sai de Baixo nos cinemas, pegar as referências que não são poucas à série, Não dei uma nota alta para o filme, mas como fã, acredito que poderia ser pior hahah, então me dei por satisfeito.
Será interessante ver o Seu Jorge atuando como protagonista e se foi possível recriar a atmosfera dos anos 60/70, mesmo com poucos recursos de produção. O roteiro também causa curiosidade, que situações, episódios ou enfrentamentos vividos por Marighella vão compor a história do filme,mas no fim das contas, gostaria de ver como retrataram a Clara Charf.
Filme muito bem produzido. A história precisa ser relembrada e levada em consideração. Assisti-lo me faz lamentar pelo meu país, e a condição de noção geral de política que temos no Brasil; ao mesmo tempo sugere esperança. Os movimentos que ocorrem fortalecem espíritos, comprovam que ilusões são mesmo ilusões e a prática é cada vez mais pedagógica, uma vez que a política atual se vale de teorias conspiratórias, do imediatismo da existência e principalmente do medo e do ódio, bem como os governos passados se valeram da corrupção, repressão e miséria.
-Demonstrar o alcance da arte mesmo que para isso se transcenda as barreiras do que é humanizado, justo ou certo de acordo com os valores Ocidentais e talvez de convenções da humanidade para a sobrevivência.
-Sugerir que a psicopatia pode nos levar aos pontos mais profundos de uma região que supera o inferno.
O personagem segue sua inclinação de engenharia, constrói a "casa", se vale de constructos e "artesanato" para confeccionar os seu objetivos.
Com mais disposição vou rever a película, mas achei satisfatória. Esperava um pouco mais de escatologia e efeitos de mutilação mais impactantes.
Mas essas expectativas só dizem respeito ao superficial das propostas de filme do Lars, o que mais vale é a essência e abstração das mensagens inseridas no roteiro.
Fico feliz quando realizam um filme de terror de qualidade mostrando que não há a necessidade de ficar fazendo apelação.
Interpretações excelentes e o roteiro deixa espaço para boas interpretações.
E gostaria de fazer uma colocação sobre um tipo de apelação que anda se proliferando....a realização de filmes trash de propósito. Filmes como Sharknado 3 podem até ser legais e etc, mas sacar o maquinário do estilo trash só para render bilheteria...puxa vida que pena. Devo ser um saudosista de quando o filme desse tipo era um produto natural da falta de orçamento, resultando em criatividade com relação às artes plásticas. É fácil construir um roteiro que parece ter sido escrito pela Lebre maluca do país das maravilhas metendo CGI onde é preciso.
-Alguma montagem legal com base na abertura dos programas da série. -Uma dose de nonsense e quebra da quarta parede como aconteceu em filmes como "Todo mundo em Pânico" ou "Corra que a polícia vem aí", o que iria de encontro com a quebra de quarta parede que acontecia no teatro Procópio Ferreira quando eles gravavam a série. -Manutenção de críticas à sociedade e comportamentos bizarros em cena. -Uma boa quantidade de material especial com bastidores, referências à série e a Aracy gargalhando e dando depoimentos. -Um roteiro que não seja tão podrinho como costumam ser esses com base na Globo.
Acredito que está acontecendo uma confusão em considerar esse um filme ruim ou bom por conta do flerte que ocorre com fãs, realizando uns fan service bem mirrados...se for pra fazer que se faça de maneira decente. Ficar ancorando bilheteria, isso mesmo, dar anzóis com cenas de Hogwarts, personagens e alusões ao universo de Harry Potter é uma verdadeira jogada enganosa e de má fé.
Sou fã de muitas histórias e personagens de filmes, mas tenho sensatez e serenidade para separar o joio do trigo, posso adorar as homenagens ou referências, mas se o filme for ruim, assumo. Aqui temos um roteiro bem problemático, um aproveitamento igualmente complicado dos personagens e um ritmo realmente insosso em boa parte do filme.
Seria mais conveniente se fizessem um filme só com referências para agradar, pelo menos não teríamos de ficar aturando várias costuras manjadas de roteiro.
Ah, e apesar de tudo o Jude Law, e o Depp estão muito bons!
O tom radical e transgressor do anterior perde-se nesse "remake". A diversidade das pessoas some frente aos corpos magros dos atores, atrizes e pior, dos Transylvanians. No filme original há pessoas baixas, altas, de idades diferentes,que são magras e com um biotipo mais gordinho, pessoas de verdade que podemos nos identificar, que vemos na rua e quando nos olhamos no espelho. Alguns figurinos se comportaram dando espaço a muito colorido e roupas menos ousadas, os cenários totalmente pasteurizados, não há sujeira, e as atuações pouquíssimo autênticas, forçando as expressões e emoções. Há uma atmosfera forte de rompimento com o status quo na obra original que se perde no "filme" de 2016, e nesse sentido lamento o que ocorreu. Assim que uma releitura enterra uma das maiores potências da sua fonte original, temos uma descaracterização abrupta, uma perda de identidade. Acredito que filmes como o The rocky horror original dão esperança para setores da sociedade reprimidos, assim, uma releitura não pode fazer menos, tem que ir além. Se não formos considerar uma comparação com o filme de 1975 pode até ser que este de 2016 tenha seus pontos positivos, tirando isso, tanto faz. Será que é um sinal da banalização da cultura contemporânea? Prefiro acreditar que as intenções comerciais desse filme tenham estragado uma possibilidade de ouro, de se fazer críticas aos estilos da sociedade contemporânea, em um momento de grandes contradições no mundo.
O que mais me chamou a atenção no filme foi a devoção de James Stevens. A partir desse momento me vieram reflexões sobre a sua responsabilidade com a atmosfera que rondava a casa, surgiram perguntas como "E se ele tomasse alguma atitude, iria conseguir algum resultado bom?
Acredito que James poderia correr um grande risco, sua vida poderia ser atingida por estar perto e trabalhar para um homem poderoso que influiu nos planos nazistas. Porém, sua lealdade o salvou? Poderia tê-lo condenado? O filme não vai por esse caminho, mas certamente se fosse no período de guerra, ele poderia ter sofrido consequências como ser preso por traição ou simplesmente ser assassinado por pessoas tentando atingir seu patrão. E se o patrão sabe desse risco e não lhe diz, James seria um manipulado sem sombra de dúvidas, e caso estivesse o mundo em um momento de tensão política James iria pagar por estar associado ao lugar que trabalha. Há uma frase célebre de que o trabalho enobrece o homem, mas não há frases célebres sobre toda a sorte de problemas e contradições envolvendo o trabalho.
Para além dessas reflexões as atuações de Hopkins e Thompson são ótimas, o figurino, a composição das cenas, as locações e cenários, como a casa, atmosfera central da película, contribuem para a construção dos personagens e situações.
Desabafo> Que pena. Essa expressão resume minhas expectativas para o filme. Embora o primeiro Jurassic World tenha contrariado a atmosfera de terror e a fotografia mais sóbria dos filmes anteriores, nada se compara à cagada que fizeram dessa vez. Desculpo-me por dizer "cagada", mas um cinéfilo também vai ficando mais velho e certas sequências fracas como essa, parecem um atentado contra a nossa inteligência ou simplesmente escancaram o fato da arte dar lugar para o lucro, poderia até ser assim,, mas que se mantivesse um nível de qualidade.
Para mim o roteiro estragou tudo, não importa se o CGI foi prejudicado pelas tomadas com claridade em espaços abertos, ou se há um pequeno erro de sequência no posicionamento de determinado objeto, até a trilha sonora pode deixar a desejar. O diretor abordou temáticas de grande magnitude no início do filme como a conservação da vida, a ética envolvida nisso, e até trouxe o Malcolm, (mal aproveitado) para resgatar a noção do livro de Crichton sobre estocasticidade e o fato do caos estar intensamente imbricado na manipulação da vida. Tudo bem, após isso somos apresentados a esteriótipos, situações muito forçadas e justificativas para resolver o roteiro, pelo amor de Darwin, o fato da menina ser um clone foi pessimamente aproveitado, a "vilania" do filme, muito pobre de intensidade e tônus dramático. Morresse quem fosse, não me importava de forma alguma, na metade do filme não tinha conseguido criar um vínculo com nenhum personagem, talvez pelo Nick por inconscientemente associá-lo ao Star-Lord de Guardiões da Galáxia.
Ah se eu dirigisse> Uma pitada que talvez criasse um impacto e originalidade no começo seria a Claire e o rapaz da computação terem morrido na girosfera no mar, ou uma discussão do Dr. Ian Malcolm literalmente incomodado perdendo a paciência e xingando todos, afinal imagino os traumas que não precisou segurar por causa das experiências anteriores, aí sim já iria botar uma fé no filme hahah, que maldade.
Comentários Rápidos> O Tiranossaurus Rex precisou dar em dois momentos distintos uma cacetada num Carnotaurus e claro ficar rugindo, que repetição...., e retorna a Blue. O Pet da vez. A cena do vulcão foi interessante em algumas partes, e o Stygimoloch também.
Conclusão> Sinto muito, gosto da franquia até o segundo filme, o terceiro foi o mais fraco apesar da ação ser razoável. O roteiro foi essencial para estragar Jurassic World: Fallen Kingdom. O que salvou foram algumas sequências com os dinossauros e o design e saídas gráficas que os autores usaram para dar vida a algumas espécies.
Pobres Criaturas
4.2 1,1K Assista AgoraPor um momento vi dois personagens que me lembraram muito Pablo e Hermínia do livro O Lobo da Estepe, são o Harry e a Martha.....muito interessante.
Filmes podem ser como um filtro. É preciso se dispor a notá-lo, refletir sobre. Do contrário, frente a uma obra complexa e densa, você só poderá oferecer comentários bem fracos. E isso pode dizer muito sobre você.
Embora muitas noções não sejam originais o filme parece uma grande releitura de muitos tópicos que não são antigos, são quase atemporais, porque a humanidade carrega elementos de estupidez, ódio e preconceito desde muito tempo hahahah.
As atuações, o timing de comédia e revolta, os momentos de silêncio necessários fazem da experiência de ir assistir pobres criaturas uma diversão só, um verdadeiro prazer.
Os Rejeitados
4.0 317O roteiro, a fotografia (parecia realmente um filme de décadas passadas), o andamento, personagens e o Giamatti, excelentes MAAAS um detalhe romântico me fisgou, bem no finalzinho....
A história do professor que se fode por uma causa, o cara que já é ferrado e faz algo decisivo por um aluno, ainda mais um filhinho de papai (ok, apesar dos problemas pessoais) pode servir de inspiração pra quem toca a velha história de trabalhar com pegadogia "por amor", embora no contexto do filme, não seja o caso.
Eu entendo que isso faz com que o Paul se liberte do emprego em que se encontrava pra quem sabe retornar a viver e buscar novos horizontes e etc......mas já vejo o senso comum das pessoas com relação à área da educação achando o máximo que ele tenha se arriscado e posto tanto à prova prova pela bela "missão do educador", retomando a falácia de ser professor por amor....como se o profissional docente não tivesse que garantir sua sobrevivência em meio à inúmeras pressões e questões trabalhistas.
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista AgoraQuando eu era criança próximo dos anos 2000 lembro que meu pai me levou para assistir o primeiro homem aranha, depois, pude assistir no cinema o Homem Aranha 2, e o 3, que foi meio cansativo.
Além do filme ter um andamento, interações de personagens e o Dr. Estranho.....foi de encher os olhos poder presenciar o Doutor Octopus do Alfred Molina, que beleza! Além dele, o doende verde do Dafoe......por eles, pagar pra assistir já valeu à pena.....fazer o que.....crias adaptadas pelo Sam Raimi.
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraÉ um filme excelente com relação ao suspense, lembra, e muito, o clima do "clássico" trash "O ataque dos vermes malditos" dos anos 90. Talvez essa seja a maior qualidade que eu destacaria, retomar a tensão do mistério e do terror reformulando alguns pontos.
Há momentos metafóricos e uma questão da nostalgia e do trauma mal resolvido que transitam muito bem com o roteiro no andar do filme.
Discordo quando comentam sobre o tempo do filme.....a direção consegue abordar sem pressa e construir o suspense de forma cadente, suspeito quando se pede uma duração de filme menor, afinal os formatos de mídia que mais influenciam o mundo contemporâneo apelam pra curta duração.....quanto dessa preferência pode estar inconscientemente contaminada por essa tendência? Além disso o formato do filme de cinema é diferente, não obedece os parâmetros dos Reels e demais reforços positivos do entretenimento mais imediato....até agora.
O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraMetáfora fast food.
Acredito que houve um "hype", um exagero ou ênfase além do real tamanho e ousadia desse filme.
A Elizabeth Moss realmente faz um bom trabalho, temos momentos em que a metáfora do relacionamento abusivo fica mais densa, mas convenhamos que essa metáfora está muito melhor representada e mais presente de modo criativo e didático em outros filmes. Nesse temos uma história já contada outras vezes como a estratégia de roteiro de colocar à prova a confiança na protagonista, a perseguição da ameaça, o suspense, os planos com cenários profundos e escuros, jump scares óbvios, etc.
Se você pesquisar um pouco, filmes de terror com temáticas mais distantes como "Day of the dead" do Romero conseguem demonstrar a força feminina e a capacidade de controle, equilíbrio e sensatez, Rec, Lady Vingança,Kill Bill e Jackie Brown são outros, mas já com gêneros um pouco mais distantes.
Tinha expectativas mais altas, quem não teve contato com outras obras que abordam a força da mulher na sociedade provavelmente ficará mais impressionado ou maravilhado, mas nessa classificação do filmow, não passaria de 3,5 estrelas, forçando bem daria 4 estrelas.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraDivido essa breve análise em três pontos: 1- O elenco. 2- Locação. 3- Referências.
Ainda não tinha assistido algum filme dirigido pelo Robert Eggers, sendo assim, tive uma bela primeira impressão.
O farol é um desses filmes que não
possuem uma única linha de interpretação, qualquer vídeo que você for assistir para entender o filme não passará de um olhar de opinião. Nesses casos provavelmente o idealizador da obra que poderá dar a noção fundamental dos significados, de resto temos a liberdade de formular nossa versão, que pode ser tão interessante quanto à de fundamento.
1- O elenco.
Pois bem, a fotografia contribui muito para o andamento e construção dos personagens, a sonorização também preenche, faz parte do bojo do filme. Os dois personagens vão evoluindo e os atores conseguem contar essa história, por mais aberta de sentidos que ela seja.
Robert Pattinson desconstrói a imagem de beleza marmórea logo na primeira cena em que aparece, um alguém talhado por mágoas e introspecção, magro, quase abatido.
O Dafoe consegue encarnar a figura mais pitoresca de um livro de marinheiros, sua voz, barba, rosto e oratória potencializam as longas maldições que lança, a ponto de você se perguntar até onde ele consegue elaborar o texto até acabar o que precisa.
Ambos exploram e são incentivados a entregar o máximo de atuação, expressões faciais de momentos extremos e interação. Há muito de treatro ali, mas também aproveitamento de enquadros, o que nos leva ao ponto dois do comentário.
2- Locação.
Para nós brasileiros é interessante o mergulho pela profissão de faroleiro, ainda mais em uma época com menos recursos. Pessoalmente não fazia ideia das características da construção, funções, manutenção e estética de um farol, posso dizer que o filme traz essa "super ferramenta" e informa o espectador.
O cenário de entorno é limitado por uma névoa, pela noite ou por tempestades, isolando-nos junto com os personagens. Há o barulho do mar, uma constante sensação de sede, mesmo que estejam envoltos por água, uma dificuldade de locomoção pelo terreno pedregoso da ilha, tanto é que o personagem do Dafoe se refere ao local como "this rock", uma adjetivação que transparece aspereza, um elemento pontiagudo, bruto, estéril.
A fauna se resume a gaivotas irritantes, caranguejos pouco convidativos e mato abatido pela brisa oceânica e pouco vistoso. Há constantemente um barulho de sirene/alarme, para quem não sabia é uma foghorn, ou buzina de neblina, que faz um som sinistro para alertar ou chamar a atenção de embarcações, de início pensei que fosse algo da trilha de ambientação, depois notei que era uma ferramenta sonora, que aliás existe em muitos faróis na realidade. A fotografia aliada à esse ambiente casa com maestria.
3- Referências.
Estas são apenas algumas impressões que podem bater bem na trave, mas gostaria de compartilhar. Em muitos momentos temos a noção de como podem surgir algumas superstições marinhas como as sereias, pelo fato da ausência de sexo ou das necessidades comuns do ser humano, monstros marinhos, etc.
Me recordei dos filmes de Ingmar Bergman, que trabalham o tema da loucura e do pensamento humano que confudem o espectador. Lembrei principalmente do Persona (1966), duas personagens, convivendo isoladamente em um local ermo, até que começam a aflorar as questões da realidade/abstração. Lembrei também na última cena em que vemos uma gaivota se alimentando das vísceras do Ephraim do mito do Prometeu, que flerta um pouco com a ideia de imortalidade; no filme não há relação disso uma vez que ambos os personagens morrem, mas algo sempre sobrevive na ilha, as benditas gaivotas, é justamente uma que está bicando o corpo. Logo, penso que a maldição em torno das gaivotas é evidenciada pela sua permanência e vitória sobre o homem. No caso de Prometeu o problema era o fogo que havia sido roubado dos Deuses, tornando os homens superiores aos animais, no filme, Ephraim matou uma gaivota com ódio, relegando-a à uma posição de fraqueza e inferiodade, mas na verdade elas sempre estão nos fundos de cena.
Por fim a fotografia está excelente, em vários momentos você pode imaginar o take como um quadro emoldurado, a opção pelo preto e branco reforça vários pontos de estética como as expressões faciais.
Aproveitem, poucas vezes temos uma boa obra como essa, sugiro explorar um pouco o cinema de Bergman também.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraHá uma cena que extrai a nossa insanidade interior comum, e diria que parte do equilíbrio que é ser ser humano.
Lá vai:
Após matar um dos palhaços com quem trabalhava sobra a figura do parceiro que possui nanismo, aterrorizado dentro do apartamento com o Arthur.
Nesse exato momento, as pessoas na sala gargalharam, um dos poucos momentos do filme, e ao mesmo tempo uma cena aterrorizante.
A lógica que percebi é a extração da nossa loucura. Gargalhamos frente ao absurdum, e nesse filme não falta dessa matéria prima. Um trecho tão horrível que nos faz reconhecermos tão coringas quanto Arthur.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraUm excelente filme. Nada mais reflexivo sobre rituais pagãos e porque não religiões, espiritualidade, a mente e o que é "normal"?
Foi uma ótima experiência ir ao cinema sem ter noção do que me esperava, a não ser pela promessa de assistir algo chocante pelas mãos do diretor Ari Aster.
Não abordarei o óbvio do roteiro e etc mas os pontos fortes que chamaram atenção:
A trilha sonora flerta com um sentimento de depressão e suspense no início do filme para dar lugar à uma atmosfera de êxtase no final, ficou ótima.
Os enquadramentos de câmera se ajustam captando os elementos dos ambientes abertos, o resultado são planos que mais parecem um quadro vivo. Quando os takes são mais fechados nos é mostrado o necessário para entender a cena, há no início um jogo de câmera que parte de um plano de ponta cabeça, artifício bem aplicado em conjunto com o momento.
O envolvimento da temática ritualística/mística nos faz refletir sobre o cristianismo e demais crenças, no final das contas elas não são tão diferentes dos hábitos dos moradores da vila, e se hoje estão enfraquecidas e carcomidas pela decadência moral e espiritual capitalista/Ocidental, em um passado próximo possuíam uma lógica muito mais agressiva e intensa.
Os efeitos relacionados aos sentimentos dos personagens ou distorções que notamos na tela, representando o efeito de agentes psicotrópicos são uns dos mais realistas que já vi. São simples mas refletem o que realmente ocorre ao se ingerir um cogumelo da espécie Psilocybe cubensis, são distorções leves com aumento expressivo da intensidade das cores, os demais efeitos estão vinculados à respiração, queda de pressão e insights.
No fim das contas, a história reflete nossa dificuldade de lidar com a complexidade da consciência, e para quem ficar horrorizado com os acontecimentos, pode parar já de ingenuidade.....ligue a televisão, preste atenção no cotidiano da cidade que o cerca, as pessoas com tantos problemas e você verá a realidade do terror contemporâneo, os habitantes da vila do filme estão muito mais em paz, paz esta em maior quantidade do que você jamais teve.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraQueria ter assistido a um filme diferente.
Não posso deixar de reconhecer os méritos alcançados, seja em fotografia, ambientação, atuações excelentes, elenco qualificado, etc.
Mas como os elogios todos já sabemos e são repetidos pela maioria das análises e críticas, vou ponderar sobre os pontos que não agradaram.
- Histórias sobre a própria Hollywood......não me empolgam homenagens ao próprio nicho, já há bastante disso em vários filmes. Aliás, a cenografia é belíssima e colorida, mas já tive essa percepção em outros filmes que recriam a L.A. dos anos 60, 70 e 80.
- Caso após a cena
do assassinato dos três hippies do Manson ocorresse um plot twist com a morte da Sharon, mesmo que offscreen, aí sentiria nas veias o Tarantino pelo qual nutro expectativas, o choque, o inesperado, porém a mudança vem num tom pacificador da situação, quem sabe numa homenagem com final feliz em função do que realmente ocorreu.
- Marcas registradas do Tarantino em filmes. Ok, pés femininos em destaque, trilhas e homenagens à indústria cinematográfica, diálogos de longa duração entre personagens sobre algum tema banal que acaba se tornando interessante.....para quem já assistiu a obra do diretor, já não é surpresa que certas coisas ocorram. Não quero ver mais essas coisas, quero releituras, quero reformulações e não marcas registradas que se tornam pontos marcados, você olha que vai acontecer alguma coisa dessas e pensa "lá vem uma cena de diálogo extendido", "aí o pezão de uma moça bonita demonstrando o oposto da natureza dela na câmera ou o fetiche pelo pé", daí torna-se uma rememoração, e há coisas mais interessantes para se utilizar ou fazer uma releitura dessas assinaturas.
Não quero ser chatão, mas esperava outra experiência, esses pontos me chamaram a atenção, mas certamente é um filme bem agradável de se ver....em matéria de originalidade e personagens, prefiro Jackie Brown, porque nesse universo é muito mais difícil criar personagens do que traçar caricaturas típicas de Hollywood.
O Rei Leão
3.8 1,6K Assista AgoraEm resumo, eu poderia ter esperado para baixar ao invés de gastar uma grana no cinema.
Pontos positivos: Animação fenomenal e locações belíssimas.
Pontos negativos:
-Roteiro de adaptação muito pobre.
-Realismo atrapalhando a performance da história e quebra dos momentos musicais.
-Composição de cenas e ângulos que não aproveitam todo o potencial dramático do filme.
-Dublagens originais em inglês insatisfatórias.
O filme passou muito rápido, não me causou a emoção que esperava. Em suma, não faz jus à animação original como obra de apresentação do Rei Leão para a geração de crianças e jovens de hoje. Tirando essa lógica comparativa é um filme que não cria clima dramático ou que segure o espectador.
Belo mas....sem alma.
Godzilla II: Rei dos Monstros
3.2 650 Assista AgoraSuper resumo da impressão do filme:
Vá em uma sala com bom sistema de som, valerá à pena!
Depois da decepção com a refilmagem de Cemitério Maldito apostei minhas fichas em Godzilla 2 e o filme alcançou as espectativas.
-O CGI das criaturas está ótimo.
-A sonoplastia também vai bem com trechos da trilha sonora original.
-Rever os aspectos do gênero Tokusatsu é uma experiência muito agradável, e se me permitem, prefiro o estilo presente nesses filmes novos do Godzilla do que no retratado em obras como Pacific Rim, minha impressão é de que Godzilla ainda traz uns aspectos mais oldschool e menos surtados.
No fim das contas o problema, como na proposta da história do filme, é o lado humano.
Os arcos relacionados aos personagens mais centrais da trama são uma merda, não é possível que ainda recorram à questões banais de conflitos familiares dentro de um cenário de fim de mundo. Maaaas, entendi.....eles precisam vender a obra para o senso comum, tudo bem...só acho que poderiam ter feito melhor, mesmo que para atender aos gostos de quem não quer tramas complexas ou que não se sinta à vontade em não se identificar com facilidade ao roteiro.
Um bom filme de entretenimento que serve de ponte para o King Kong vs Godzilla, que vem por aí.
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista AgoraTenho uma crítica ou observação negativa, isso levando em consideração que assisti um ótimo filme de super herói com referências e uma das coisas essenciais, o respeito e bom trabalho dos roteiristas, mantendo a coerência e a amarração do universo Marvel.
Mas, no oceano de elogios, e acredito que não sou um Marvete fanático, o que iria prejudicar minha avaliação, sem contar que sou uma viúva do Quarteto Fantástico, que ainda acredita na ressurreição da equipe de um modo decente pelos estúdios Marvel/ Disney, me chamou a atenção um ponto.
O arco do Homem Formiga no universo subatômico foi resolvido de um jeito tão rápido e prático, do tipo "vamos dar um jeito nesse nó, depois talvez pensamos no que fazer". Provavelmente o fato de ele estar preso nessa dimensão poderia render um filme inteiro.
Por enquanto é só isso, outros fatos que senti falta faziam parte do roteiro como pouca participação do Doutor Estranho e dos Guardiões da Galáxia.
Cemitério Maldito
2.7 891Foi frustrante criar expectativas para esse filme, e ainda mais frustrante compará-lo com o anterior.
Tantas situações e momentos de suspense com potencial para serem melhor explorados são deixados de lado, mais um filme de mediano a fraco, que quando comparado ao seu antecessor se torna uma decepção.
Minha análise deve estar impregnada com algum saudosismo pois assisti o primeiro pela primeira vez quando adolescente e fiquei bem impressionado.
vamos lá:
-O Gage ficou perfeito em matéria de escolha do "ator", muito parecidos.
-Os caminhões na rodovia serviram bem à sustos e à uma sensação permanente de perigo mas o acidente em si ficou muito simplificado, nem sangue teve direito, se comparado ao do filme anterior cuja cena é realmente chocante.
-Não há tensão no velório, nem sequer há um velório. Espera-se que a atmosfera infernal que os personagens sofrem não seja apenas uma condição de terror, mas de stress e desgraça.
-A Zelda foi mal explorada, poderia haver uma maquiagem mais crua e seca.
-As maquiagens em si pouco impressionaram, tirando a do Pascow. Porra, a da Rachel ficou super simplificada e básica, muito ruim.
-Não há como disse outras manifestações mais interessantes de uma atmosfera pesada, como o suicídio no porão que ocorre no primeiro filme.
-A Ellie é um cadáver limpinho, nem dá muito nojo.
-O Church está bem, bem melhor do que a Ellie e a Rachel enquanto ser que retornou do cemitério hahah.
Dentre outras coisas, o filme tinha muito potencial, por isso que me frustrei tanto.
Sai de Baixo - O Filme
2.2 202 Assista AgoraEu já havia visto entrevistas com o Miguel Falabella comentando sobre a loucura que foi escrever o roteiro, cercado por problemas dos mais variados tipos, sei também que é um filme de comédia ligado à Globo filmes (cuja filmografia de comédia acredito ser bem estúpida com filmes do tipo "Se eu fosse você"), então não me enganei criando expectativas, apenas fui presenciar Sai de Baixo nos cinemas, pegar as referências que não são poucas à série,
Não dei uma nota alta para o filme, mas como fã, acredito que poderia ser pior hahah, então me dei por satisfeito.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraSerá interessante ver o Seu Jorge atuando como protagonista e se foi possível recriar a atmosfera dos anos 60/70, mesmo com poucos recursos de produção.
O roteiro também causa curiosidade, que situações, episódios ou enfrentamentos vividos por Marighella vão compor a história do filme,mas no fim das contas, gostaria de ver como retrataram a Clara Charf.
A Noite de 12 Anos
4.3 302 Assista AgoraFilme muito bem produzido. A história precisa ser relembrada e levada em consideração. Assisti-lo me faz lamentar pelo meu país, e a condição de noção geral de política que temos no Brasil; ao mesmo tempo sugere esperança.
Os movimentos que ocorrem fortalecem espíritos, comprovam que ilusões são mesmo ilusões e a prática é cada vez mais pedagógica, uma vez que a política atual se vale de teorias conspiratórias, do imediatismo da existência e principalmente do medo e do ódio, bem como os governos passados se valeram da corrupção, repressão e miséria.
A Casa Que Jack Construiu
3.5 788 Assista AgoraSerá necessário assistir novamente o filme, daí retornarei para encorpar essa análise, mas por hora o Lars Von Trier conseguiu:
-Demonstrar o alcance da arte mesmo que para isso se transcenda as barreiras do que é humanizado, justo ou certo de acordo com os valores Ocidentais e talvez de convenções da humanidade para a sobrevivência.
-Sugerir que a psicopatia pode nos levar aos pontos mais profundos de uma região que supera o inferno.
O personagem segue sua inclinação de engenharia, constrói a "casa", se vale de constructos e "artesanato" para confeccionar os seu objetivos.
Com mais disposição vou rever a película, mas achei satisfatória.
Esperava um pouco mais de escatologia e efeitos de mutilação mais impactantes.
Mas essas expectativas só dizem respeito ao superficial das propostas de filme do Lars, o que mais vale é a essência e abstração das mensagens inseridas no roteiro.
Hereditário
3.8 3,0K Assista AgoraFico feliz quando realizam um filme de terror de qualidade mostrando que não há a necessidade de ficar fazendo apelação.
Interpretações excelentes e o roteiro deixa espaço para boas interpretações.
E gostaria de fazer uma colocação sobre um tipo de apelação que anda se proliferando....a realização de filmes trash de propósito. Filmes como Sharknado 3 podem até ser legais e etc, mas sacar o maquinário do estilo trash só para render bilheteria...puxa vida que pena. Devo ser um saudosista de quando o filme desse tipo era um produto natural da falta de orçamento, resultando em criatividade com relação às artes plásticas.
É fácil construir um roteiro que parece ter sido escrito pela Lebre maluca do país das maravilhas metendo CGI onde é preciso.
Sai de Baixo - O Filme
2.2 202 Assista AgoraHmm, algumas expectativas:
-Alguma montagem legal com base na abertura dos programas da série.
-Uma dose de nonsense e quebra da quarta parede como aconteceu em filmes como "Todo mundo em Pânico" ou "Corra que a polícia vem aí", o que iria de encontro com a quebra de quarta parede que acontecia no teatro Procópio Ferreira quando eles gravavam a série.
-Manutenção de críticas à sociedade e comportamentos bizarros em cena.
-Uma boa quantidade de material especial com bastidores, referências à série e a Aracy gargalhando e dando depoimentos.
-Um roteiro que não seja tão podrinho como costumam ser esses com base na Globo.
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
3.5 1,1K Assista AgoraAcredito que está acontecendo uma confusão em considerar esse um filme ruim ou bom por conta do flerte que ocorre com fãs, realizando uns fan service bem mirrados...se for pra fazer que se faça de maneira decente.
Ficar ancorando bilheteria, isso mesmo, dar anzóis com cenas de Hogwarts, personagens e alusões ao universo de Harry Potter é uma verdadeira jogada enganosa e de má fé.
Sou fã de muitas histórias e personagens de filmes, mas tenho sensatez e serenidade para separar o joio do trigo, posso adorar as homenagens ou referências, mas se o filme for ruim, assumo.
Aqui temos um roteiro bem problemático, um aproveitamento igualmente complicado dos personagens e um ritmo realmente insosso em boa parte do filme.
Seria mais conveniente se fizessem um filme só com referências para agradar, pelo menos não teríamos de ficar aturando várias costuras manjadas de roteiro.
Ah, e apesar de tudo o Jude Law, e o Depp estão muito bons!
A Balada de Buster Scruggs
3.7 532 Assista AgoraMinha feliz surpresa foi se deparar com Tom Waits na pele de um velho garimpeiro hahahah, só digo isso.
The Rocky Horror Picture Show: Let's Do the Time Warp …
2.8 86O tom radical e transgressor do anterior perde-se nesse "remake".
A diversidade das pessoas some frente aos corpos magros dos atores, atrizes e pior, dos Transylvanians. No filme original há pessoas baixas, altas, de idades diferentes,que são magras e com um biotipo mais gordinho, pessoas de verdade que podemos nos identificar, que vemos na rua e quando nos olhamos no espelho.
Alguns figurinos se comportaram dando espaço a muito colorido e roupas menos ousadas, os cenários totalmente pasteurizados, não há sujeira, e as atuações pouquíssimo autênticas, forçando as expressões e emoções.
Há uma atmosfera forte de rompimento com o status quo na obra original que se perde no "filme" de 2016, e nesse sentido lamento o que ocorreu. Assim que uma releitura enterra uma das maiores potências da sua fonte original, temos uma descaracterização abrupta, uma perda de identidade.
Acredito que filmes como o The rocky horror original dão esperança para setores da sociedade reprimidos, assim, uma releitura não pode fazer menos, tem que ir além.
Se não formos considerar uma comparação com o filme de 1975 pode até ser que este de 2016 tenha seus pontos positivos, tirando isso, tanto faz. Será que é um sinal da banalização da cultura contemporânea? Prefiro acreditar que as intenções comerciais desse filme tenham estragado uma possibilidade de ouro, de se fazer críticas aos estilos da sociedade contemporânea, em um momento de grandes contradições no mundo.
Vestígios do Dia
3.8 219 Assista AgoraO que mais me chamou a atenção no filme foi a devoção de James Stevens.
A partir desse momento me vieram reflexões sobre a sua responsabilidade com a atmosfera que rondava a casa, surgiram perguntas como "E se ele tomasse alguma atitude, iria conseguir algum resultado bom?
Ou iria simplesmente ser substituído?".
Acredito que James poderia correr um grande risco, sua vida poderia ser atingida por estar perto e trabalhar para um homem poderoso que influiu nos planos nazistas.
Porém, sua lealdade o salvou? Poderia tê-lo condenado? O filme não vai por esse caminho, mas certamente se fosse no período de guerra, ele poderia ter sofrido consequências como ser preso por traição ou simplesmente ser assassinado por pessoas tentando atingir seu patrão. E se o patrão sabe desse risco e não lhe diz, James seria um manipulado sem sombra de dúvidas, e caso estivesse o mundo em um momento de tensão política James iria pagar por estar associado ao lugar que trabalha.
Há uma frase célebre de que o trabalho enobrece o homem, mas não há frases célebres sobre toda a sorte de problemas e contradições envolvendo o trabalho.
Para além dessas reflexões as atuações de Hopkins e Thompson são ótimas, o figurino, a composição das cenas, as locações e cenários, como a casa, atmosfera central da película, contribuem para a construção dos personagens e situações.
Jurassic World: Reino Ameaçado
3.4 1,1K Assista AgoraDesabafo>
Que pena. Essa expressão resume minhas expectativas para o filme.
Embora o primeiro Jurassic World tenha contrariado a atmosfera de terror e a fotografia mais sóbria dos filmes anteriores, nada se compara à cagada que fizeram dessa vez.
Desculpo-me por dizer "cagada", mas um cinéfilo também vai ficando mais velho e certas sequências fracas como essa, parecem um atentado contra a nossa inteligência ou simplesmente escancaram o fato da arte dar lugar para o lucro, poderia até ser assim,, mas que se mantivesse um nível de qualidade.
Descendo um pouco a lenha>
Para mim o roteiro estragou tudo, não importa se o CGI foi prejudicado pelas tomadas com claridade em espaços abertos, ou se há um pequeno erro de sequência no posicionamento de determinado objeto, até a trilha sonora pode deixar a desejar.
O diretor abordou temáticas de grande magnitude no início do filme como a conservação da vida, a ética envolvida nisso, e até trouxe o Malcolm, (mal aproveitado) para resgatar a noção do livro de Crichton sobre estocasticidade e o fato do caos estar intensamente imbricado na manipulação da vida.
Tudo bem, após isso somos apresentados a esteriótipos, situações muito forçadas e justificativas para resolver o roteiro, pelo amor de Darwin, o fato da menina ser um clone foi pessimamente aproveitado, a "vilania" do filme, muito pobre de intensidade e tônus dramático.
Morresse quem fosse, não me importava de forma alguma, na metade do filme não tinha conseguido criar um vínculo com nenhum personagem, talvez pelo Nick por inconscientemente associá-lo ao Star-Lord de Guardiões da Galáxia.
Ah se eu dirigisse>
Uma pitada que talvez criasse um impacto e originalidade no começo seria a Claire e o rapaz da computação terem morrido na girosfera no mar, ou uma discussão do Dr. Ian Malcolm literalmente incomodado perdendo a paciência e xingando todos, afinal imagino os traumas que não precisou segurar por causa das experiências anteriores, aí sim já iria botar uma fé no filme hahah, que maldade.
Comentários Rápidos>
O Tiranossaurus Rex precisou dar em dois momentos distintos uma cacetada num Carnotaurus e claro ficar rugindo, que repetição...., e retorna a Blue. O Pet da vez. A cena do vulcão foi interessante em algumas partes, e o Stygimoloch também.
Conclusão>
Sinto muito, gosto da franquia até o segundo filme, o terceiro foi o mais fraco apesar da ação ser razoável.
O roteiro foi essencial para estragar Jurassic World: Fallen Kingdom. O que salvou foram algumas sequências com os dinossauros e o design e saídas gráficas que os autores usaram para dar vida a algumas espécies.