Taí uma série que merecia ser eterna. Mesmo que o Larry David viesse a morrer, o nosso, da vida real, ele tinha que deixar uns 20 roteiros escritos previamente, destilando essas maluquices em todos os outros personagens.
A cor voltando na ponta do cigarro e na chama do isqueiro. A comparação de Jimmy com uma barata sendo mais do que justificada. O sorriso sutil, culpado, porém presente, quando cantam seu slogan. A última tragada. Não foi a catarse de Breaking Bad (e nem teria como ser), mas foi o canto do cisne perfeito para um universo que estará pra sempre na história da TV.
O que mais me fascina, para além da direção e roteiro inacreditáveis, e da confiança absurda que a narrativa deposita em seu espectador, é a criação e construção de um leque de personagens tão antológicos que chega a ser ridículo: Michael e sua falsa sensação de superioridade, motivada pela insegurança de pensar que sim, ele é tão Bluth quanto os outros; Gob e seus esquemas (e apresentações), Buster e seus traumas, Lindsay e sua superficialidade, Lucille e sua total falta de tato + alcoolismo, Tobias e sua seja lá o que for que dê para ser resumida em uma frase, George Michael e sua paixão pela prima, Maeby, que é apaixonada por contar mentiras e propagar o caos. E o pior não é nem isso. Seria muito fácil a série se contentar com a gama de complexidades já provinda de seus protagonistas, então ela vai além. O advogado Barry, Kitty, Annyong, o âncora John Beard, o ator Carl Weathers, Lucille "Two", Steve Holt, a advogada "cega" de Julia Louis-Dreyfus, o doutor "literal", Lupe, o narrador: todos ao mesmo tempo hilários e únicos, cada um com sua própria caracterização individual. São figuras que não dependem de seu tempo em tela para se tornarem marcantes. E um trabalho de tamanha excelência é muito, mas muito raro.
Mesmo que as vezes a narrativa não abra espaço para uma sensação de real ameaça, a trama consegue se reinventar ao ponto de não soar repetitiva e alguns personagens esbanjam muito carisma (Mazamette e Irma Vep principalmente). Porém é a direção o verdadeiro primor da obra, já que algumas das cenas são tão inovadoras que assustam - e eu dificilmente esquecerei de Irma Vep girando no ar, enquanto caí de um prédio com uma corda amarrada na cintura.
Eu resolvi rever, pra tentar entender se o hype construído por mim mesmo no passado era de fato real, e ficou claro que era. Succession não apenas exibe uma das melhores uniões de elenco de todos os tempos, como também os espalha em um amontoado caótico de personagens que apesar de verossímeis, destoam da normalidade por sua construção impecável. É quase que paradoxal o negócio: quanto mais irreal e absurdos eles são, mais o espectador compra a realidade desses personagens, já que a construção destes indivíduos foi e está sendo feita ali, diante de nossos olhos.
Ainda pecando pela falta de coesão em algumas de suas tramas, Cheers melhora bastante quando trata seus personagens com um pouco menos de respeito, como por exemplo Sam, que a cada episódio que passa se afunda ainda mais em um poço de burrice. Detalhe para Lilith, que rouba a maioria das cenas em que está presente.
Essa temporada é um absurdo, UM ABSURDO. Homenagens a Magico de Oz e Making a Murderer, o episódio do parque aquático, o episódio do crime de ódio, o episódio da Dee com o striper, o conto de fadas do Cricket - não existe nada atualmente, na comédia, que chegue perto disso. Nada.
A temporada em si foi tão mediana quanto as anteriores, porém o final tomou um rumo muito imprevisível e narrativamente diferente. Me pegou de surpresa essa porra.
Uma das séries mais identificáveis que os EUA já produziram. Todo mundo um dia foi Chris, e isso é genial (e único) demais.
Pra quem já viu Sopranos: não sei se eu to viajando, mas essa trama do Julius emprestar a grana e a mulher não devolver, alias termina o episódio sem que ela devolva, não lembra aquela situação do Vito emprestando dinheiro pra um dos capangas, e nunca sendo pago, justamente porque morre? Me pareceu muito apavorante a semelhança, ainda mais porque existe o subtendimento que Julius morre em 1987. Ou é isso ou é a maconha que tá foda já.
O episódio final dessa temporada foi uma pequena obra prima; poucas vezes eu ri tanto na minha vida. O momento em que Jeremy que se chama de patético, naquele diálogo emblemático com Mark, eu literalmente tive que pausar pra respirar. Fazia tempo que eu não sentia isso.
Se eu não tenho tanta certeza de que BoJack seja minha animação preferida (South Park tem um peso gigante), com certeza é a animação que mais trouxe a sensação de me sentir identificado, principalmente pela coragem do texto em abordar tanto acerca de transtornos, vícios e traumas. BoJack é um dos grandes personagens dessa década, sua construção é impecável, verossímil e complexa demais para o categorizar em qualquer dualidade. A falta que essa série vai deixar será tremenda. Assim como o sentimento de agradecimento.
Segura a Onda (12ª Temporada)
4.1 5 Assista AgoraNão ter mais nada inédito de Larry David é triste demais.
Seinfeld (7ª Temporada)
4.5 70 Assista AgoraThe Invitations é o episódio mais disruptivo da história das sitcoms.
Seinfeld (5ª Temporada)
4.6 56 Assista AgoraTalvez a melhor temporada de uma sitcom em todos os tempos. Sublime do inicio ao fim.
Segura a Onda (11ª Temporada)
4.1 8Taí uma série que merecia ser eterna. Mesmo que o Larry David viesse a morrer, o nosso, da vida real, ele tinha que deixar uns 20 roteiros escritos previamente, destilando essas maluquices em todos os outros personagens.
Atlanta (4ª Temporada)
4.4 52 Assista AgoraSimplesmente não tem nada na TV atualmente que irá suprir a falta de Atlanta. Nada.
O Ensaio (1ª Temporada)
4.1 58 Assista AgoraCoisa de gênio, simples assim. Definitivamente irei atrás de tudo que Nathan Fielder já fez ou irá fazer em sua vida.
Better Call Saul (6ª Temporada)
4.7 406A cor voltando na ponta do cigarro e na chama do isqueiro. A comparação de Jimmy com uma barata sendo mais do que justificada. O sorriso sutil, culpado, porém presente, quando cantam seu slogan. A última tragada. Não foi a catarse de Breaking Bad (e nem teria como ser), mas foi o canto do cisne perfeito para um universo que estará pra sempre na história da TV.
Euphoria (2ª Temporada)
4.0 540Quem diabos liga pra roteiro em 2022? Por mais Euphorias e menos falaçada.
Barry (3ª Temporada)
4.2 74 Assista AgoraBarry e Better Call Saul são as séries que mais se aproximam do cinema atualmente. Bill Hader PRECISA dirigir filmes urgentemente..
Arrested Development (1ª Temporada)
4.3 213 Assista AgoraO que mais me fascina, para além da direção e roteiro inacreditáveis, e da confiança absurda que a narrativa deposita em seu espectador, é a criação e construção de um leque de personagens tão antológicos que chega a ser ridículo: Michael e sua falsa sensação de superioridade, motivada pela insegurança de pensar que sim, ele é tão Bluth quanto os outros; Gob e seus esquemas (e apresentações), Buster e seus traumas, Lindsay e sua superficialidade, Lucille e sua total falta de tato + alcoolismo, Tobias e sua seja lá o que for que dê para ser resumida em uma frase, George Michael e sua paixão pela prima, Maeby, que é apaixonada por contar mentiras e propagar o caos. E o pior não é nem isso. Seria muito fácil a série se contentar com a gama de complexidades já provinda de seus protagonistas, então ela vai além. O advogado Barry, Kitty, Annyong, o âncora John Beard, o ator Carl Weathers, Lucille "Two", Steve Holt, a advogada "cega" de Julia Louis-Dreyfus, o doutor "literal", Lupe, o narrador: todos ao mesmo tempo hilários e únicos, cada um com sua própria caracterização individual. São figuras que não dependem de seu tempo em tela para se tornarem marcantes. E um trabalho de tamanha excelência é muito, mas muito raro.
Os Vampiros
4.0 75Mesmo que as vezes a narrativa não abra espaço para uma sensação de real ameaça, a trama consegue se reinventar ao ponto de não soar repetitiva e alguns personagens esbanjam muito carisma (Mazamette e Irma Vep principalmente). Porém é a direção o verdadeiro primor da obra, já que algumas das cenas são tão inovadoras que assustam - e eu dificilmente esquecerei de Irma Vep girando no ar, enquanto caí de um prédio com uma corda amarrada na cintura.
Succession (1ª Temporada)
4.2 261Eu resolvi rever, pra tentar entender se o hype construído por mim mesmo no passado era de fato real, e ficou claro que era. Succession não apenas exibe uma das melhores uniões de elenco de todos os tempos, como também os espalha em um amontoado caótico de personagens que apesar de verossímeis, destoam da normalidade por sua construção impecável. É quase que paradoxal o negócio: quanto mais irreal e absurdos eles são, mais o espectador compra a realidade desses personagens, já que a construção destes indivíduos foi e está sendo feita ali, diante de nossos olhos.
Fawlty Towers (1ª Temporada)
4.7 13Insana, caótica e hilária: Fawlty Towers é a prova final de que John Cleese merecia ser tombado como patrimônio cômico mundial.
Freaks and Geeks (1ª Temporada)
4.6 546 Assista AgoraEssa série ter durado tão pouco é inaceitável, é um crime.
Cheers (7ª Temporada)
3.7 1Ainda pecando pela falta de coesão em algumas de suas tramas, Cheers melhora bastante quando trata seus personagens com um pouco menos de respeito, como por exemplo Sam, que a cada episódio que passa se afunda ainda mais em um poço de burrice. Detalhe para Lilith, que rouba a maioria das cenas em que está presente.
It's Always Sunny in Philadelphia (12ª Temporada)
4.5 20Essa temporada é um absurdo, UM ABSURDO. Homenagens a Magico de Oz e Making a Murderer, o episódio do parque aquático, o episódio do crime de ódio, o episódio da Dee com o striper, o conto de fadas do Cricket - não existe nada atualmente, na comédia, que chegue perto disso. Nada.
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (3ª Temporada)
4.4 232 Assista AgoraA temporada em si foi tão mediana quanto as anteriores, porém o final tomou um rumo muito imprevisível e narrativamente diferente. Me pegou de surpresa essa porra.
Better Call Saul (5ª Temporada)
4.6 327Vince Gilligan é foda, não adianta. Melhor drama da atualidade - e com sobras.
Todo Mundo Odeia o Chris (4ª Temporada)
4.4 229 Assista AgoraUma das séries mais identificáveis que os EUA já produziram. Todo mundo um dia foi Chris, e isso é genial (e único) demais.
Pra quem já viu Sopranos: não sei se eu to viajando, mas essa trama do Julius emprestar a grana e a mulher não devolver, alias termina o episódio sem que ela devolva, não lembra aquela situação do Vito emprestando dinheiro pra um dos capangas, e nunca sendo pago, justamente porque morre? Me pareceu muito apavorante a semelhança, ainda mais porque existe o subtendimento que Julius morre em 1987. Ou é isso ou é a maconha que tá foda já.
Arrested Development (4ª Temporada)
3.7 124Eu revi e afirmo: essa temporada é subestimada demais.
Peep Show (4ª Temporada)
4.5 7 Assista AgoraO episódio final dessa temporada foi uma pequena obra prima; poucas vezes eu ri tanto na minha vida. O momento em que Jeremy que se chama de patético, naquele diálogo emblemático com Mark, eu literalmente tive que pausar pra respirar. Fazia tempo que eu não sentia isso.
BoJack Horseman (6ª Temporada)
4.6 296 Assista AgoraSe eu não tenho tanta certeza de que BoJack seja minha animação preferida (South Park tem um peso gigante), com certeza é a animação que mais trouxe a sensação de me sentir identificado, principalmente pela coragem do texto em abordar tanto acerca de transtornos, vícios e traumas. BoJack é um dos grandes personagens dessa década, sua construção é impecável, verossímil e complexa demais para o categorizar em qualquer dualidade. A falta que essa série vai deixar será tremenda. Assim como o sentimento de agradecimento.
The Good Place (1ª Temporada)
4.2 519 Assista AgoraDificilmente eu me esquecerei desse final.
South Park (18ª Temporada)
4.4 33 Assista AgoraAcabei de ver que as pessoas estão avaliando a temporada com base na sua dublagem. A brasileira. Vocês poderiam ser menos idiotas, sério mesmo.