Vladimir Nabokov escreveu uma obra-prima literária que é mutilada por Kubrick. No original Lolita tem 12 anos , no filme Sue Lyon tem 16 já quase descaracterizando a abordagem pedófila do livro. Nabokov descreve a busca obsessiva de um professor capaz de qualquer loucura por uma Lolita quase infantil, no filme ela é uma adolescente. Enfim, a sensualidade do livro é extraordinariamente, em todos os sentidos, motivo da profunda neurose do personagem, no filme, eu não sei se por falta de coragem, afinal década de 60, a sensualidade é tratada muito superficialmente, diríamos "en passant".
Onde a moral e a justiça se encontram ? Em alguns momentos e situações em lugar algum. As leis escritas não preveem perdas emocionais, a justiça julga a perda, por ato doloso, da vida de um animal injustamente como uma perda "material" e simplesmente propõe o pagamento de indenização. O quê é vida para uns é mero objeto para outros.
As pessoas acham que nunca serão atingidas pelas adversidades e quando são e não encontram respostas, qualquer elemento solidário é bem vindo, mesmo que num outro momento, este elemento, jamais teria a sua existência notada.
Nove fragmentos de estórias de vidas desesperançosas motivadas, todas, por dramáticas separações. A quê mais me emocionou foi a que mostra o drama de Maggie (Glenn Close).
Filme estranhíssimo que, a primeira vista, acaba não se sabendo em que país se passa a estória e nem para qual país o personagem Tobias emigra. Depois de pesquisar sobre o filme e os movimentos migratórios após a queda do comunismo na Europa Central soube que ele sai da Rep. Tcheca e vai para a Suíça. Um filme literalmente "gelado" tanto no aspecto paisagístico quanto no humano.
Na minha opinião o 2º melhor filme do Bertolucci (o 1º "1900"). Como cantora lírica, cuja vaidade extrema excluiu o resto do mundo de sua vida, a única maneira de conseguir fazer contato com a única pessoa realmente importante, o seu filho, dada à extrema alienação causada pelas drogas, foi através do incesto. Filme lindíssimo.
J. Phoenix e R. Witherspoon desempenham neste filme, na minha opinião, as melhores interpretações de suas carreiras. O roteiro encontrou a direção e os intérpretes certos, não poderia ter sido melhor. Os conflitos, a emoção, o drama, as drogas e o amor, nesta produção envolvente, te leva àquilo que Johnny & June fizeram de melhor, à sua música.
Interessante que em todas outras versões filmadas, Joana D'Arc sempre aparece como uma jovem delicada, extremamente feminina com ar de santa. Luc Besson , ao contrário de tudo que já havia sido feito, até então, faz Milla Jovovich transformar-se num rapaz, Joana D'Arc com a índole de um jovem voluntarioso e destituído de qualquer delicadeza feminina. O condicionamento histórico de Joana D'Arc santa choca com esta Joana D'Arc na visão de Luc Besson de um jovem guerreiro, atirado, aliás, gostei muito mais desta.
Um dos filmes mais absurdamente dramático que eu já assisti. Choca pela ignorância dos grupos radicais e pelos valores perdidos em nome de crenças fundamentalistas. A guerra no oriente médio é um saco de gatos, onde ninguém se entende. Quando isolada a tragédia num único indivíduo, no caso Nawal, é que se avalia a real dimensão dos horrores de toda uma população refém da violência na região.
Que filme maravilhoso ! A "Suite Iberia" de Albeniz coreografada pelo mais puro sangue flamenco. O majestoso aragonês Carlos Saura homenageia o centenário da composição com mais esta obra-prima musical, gestual e emocional.
Vale a pena assistir. São quase 3 horas de prazer e enriquecimento do conhecimento. Para quem gosta de música/ópera e para quem não sabe se gosta também, talvez acabe gostando, o filme traz detalhes que poucos conhecem sobre a vida do Grande Maestro. Após Ópera Nabuco e o seu coro dos escravos hebreus "va pensiero" o nome de Verdi foi associado ao movimento nacionalista de unificação da Itália através do acrostico: "Viva VERDI" V : Vittorio E: Emanuele R: Re D: D' I : Italia
Mais uma denúncia das atrocidades da ditadura argentina e principalmente, após o seu fim, da impunidade dos torturadores e seus mandantes conseguida através de ultrajantes leis de anistia. Aqui no Brasil não foi e continua não sendo diferente. A nossa justiça não é "cega" .
Além do bom roteiro o filme traz a belíssima fotografia com a assinatura de Wim Wenders. Para quem viu o documentário de "Edward Hopper- A Tela em Branco" vai entender melhor os ângulos, as luzes e sombras que o fantástico fotógrafo com seu olho mágico capta. No mencionado documentário Wim Wenders declara a sua admiração por Hopper cujo trabalho foi expor em suas telas a "solidão americana" e Wenders sob esta mesma ótica a expõe em suas fotos (filmes).
Em 1964 Alan Bates fez o maravilhoso "Zorba o Grego" , pouco tempo depois fez "Le Roi de Coeur" um filme divertido, com uma mensagem utópica sobre os valores humanos durante uma guerra cruel (1ª Guerra Mundial), onde a vida humana era usada como mero instrumento de combate. Filme maravilhoso que assisti na época em que foi lançado aqui no Brasil mais ou menos 1 ano após seu lançamento oficial. Como os tempos mudaram agora é possível ver filmes antes mesmo do seu lançamento.
Que roteiro fantástico, me senti numa plateia de teatro vivenciando a dinâmica do drama, na pele dos atores e por fim, como tudo que não tem solução, "recolhendo os cacos" em todos os sentidos Isabelle Huppert , Jérémie & Yannick Renier (que são meio-irmãos na vida real) desenvolvem um dos melhores trabalhos cênicos que eu particularmente já ví. Que emoção !
Klaus Kinski está soberbo nesta verdadeira loucura empreendedora de Herzog. Só os delírios e amizade profunda entre os dois foi possível realizar esta obra-prima no Amazonas adentro. Infelizmente durante as filmagens de "Cobra Verde" (1987) as relações entre Herzog e Kinski ficaram estremecidas e logo após, terminada as filmagens, separaram-se definitivamente.
Que obra-prima! Além das imagens e sons fantásticos, aprende-se um pouco mais sobre a História da Música neste fecundo período do barroco italiano. Os irmãos Broschi protagonizam esta bela estória de "complementações". A qualidade da voz de um era muito superior às qualidades composicionais do outro, mas juntos, eram imbatíveis. Até Haendel se rendeu à voz de Farinelli.
Truffaut quando dirigiu e lançou este filme em 1966, baseado no livro de Ray Bradbury, causou muita estranheza. Eu me lembro que na época, em plena ditadura responsável pela dramática caça aos tidos subversivos, os então intelectuais, artistas, estudantes e/ou tudo aquilo que direta ou indiretamente estava ligado a um "livro", ou seja, ao pensamento, à livre expressão, etc., fez-se naturalmente uma associação entre o filme e a ditadura. Por falta de conhecimento e recursos técnicos, na época, a ditadura não imaginou exercer controle relativos à segurança nacional através de imagens como no filme. Neste aspecto ficcional Truffaut/Bradbury olharam muito na frente alguns segredinhos para o exercício do poder.
Não Matarás
4.1 131 Assista AgoraFilme Chocante, é um bruta soco no estômago.
Rede de Intrigas
4.2 360 Assista AgoraFantástico. Uma visão futurista do quê a TV é hoje, audiência, faturamento, desumanização, intrigas, tudo é só show business.
Lolita
3.7 633 Assista AgoraVladimir Nabokov escreveu uma obra-prima literária que é mutilada por Kubrick. No original Lolita tem 12 anos , no filme Sue Lyon tem 16 já quase descaracterizando a abordagem pedófila do livro. Nabokov descreve a busca obsessiva de um professor capaz de qualquer loucura por uma Lolita quase infantil, no filme ela é uma adolescente. Enfim, a sensualidade do livro é extraordinariamente, em todos os sentidos, motivo da profunda neurose do personagem, no filme, eu não sei se por falta de coragem, afinal década de 60, a sensualidade é tratada muito superficialmente, diríamos "en passant".
Rastros de Vingança
3.4 21Onde a moral e a justiça se encontram ? Em alguns momentos e situações em lugar algum. As leis escritas não preveem perdas emocionais, a justiça julga a perda, por ato doloso, da vida de um animal injustamente como uma perda "material" e simplesmente propõe o pagamento de indenização.
O quê é vida para uns é mero objeto para outros.
London River - Destinos Cruzados
3.4 40As pessoas acham que nunca serão atingidas pelas adversidades e quando são e não encontram respostas, qualquer elemento solidário é bem vindo, mesmo que num outro momento, este elemento, jamais teria a sua existência notada.
Questão de Vida
3.2 33Nove fragmentos de estórias de vidas desesperançosas motivadas, todas, por dramáticas separações. A quê mais me emocionou foi a que mostra o drama de Maggie (Glenn Close).
Queimando ao Vento
3.7 6Filme estranhíssimo que, a primeira vista, acaba não se sabendo em que país se passa a estória e nem para qual país o personagem Tobias emigra. Depois de pesquisar sobre o filme e os movimentos migratórios após a queda do comunismo na Europa Central soube que ele sai da Rep. Tcheca e vai para a Suíça. Um filme literalmente "gelado" tanto no aspecto paisagístico quanto no humano.
La Luna
3.6 60Na minha opinião o 2º melhor filme do Bertolucci (o 1º "1900"). Como cantora lírica, cuja vaidade extrema excluiu o resto do mundo de sua vida, a única maneira de conseguir fazer contato com a única pessoa realmente importante, o seu filho, dada à extrema alienação causada pelas drogas, foi através do incesto. Filme lindíssimo.
Johnny & June
4.0 1,0KJ. Phoenix e R. Witherspoon desempenham neste filme, na minha opinião, as melhores interpretações de suas carreiras. O roteiro encontrou a direção e os intérpretes certos, não poderia ter sido melhor. Os conflitos, a emoção, o drama, as drogas e o amor, nesta produção envolvente, te leva àquilo que Johnny & June fizeram de melhor, à sua música.
Joana D'arc
3.5 312Interessante que em todas outras versões filmadas, Joana D'Arc sempre aparece como uma jovem delicada, extremamente feminina com ar de santa. Luc Besson , ao contrário de tudo que já havia sido feito, até então, faz Milla Jovovich transformar-se num rapaz, Joana D'Arc com a índole de um jovem voluntarioso e destituído de qualquer delicadeza feminina. O condicionamento histórico de Joana D'Arc santa choca com esta Joana D'Arc na visão de Luc Besson de um jovem guerreiro, atirado, aliás, gostei muito mais desta.
Interiores
4.0 230Um dos poucos filmes introspectivos de Allen, sério e de um jogo psicológico intrigante. "Interiores" dos espaços físicos e mentais.
Incêndios
4.5 1,9KUm dos filmes mais absurdamente dramático que eu já assisti. Choca pela ignorância dos grupos radicais e pelos valores perdidos em nome de crenças fundamentalistas. A guerra no oriente médio é um saco de gatos, onde ninguém se entende. Quando isolada a tragédia num único indivíduo, no caso Nawal, é que se avalia a real dimensão dos horrores de toda uma população refém da violência na região.
Ibéria
4.2 4Que filme maravilhoso ! A "Suite Iberia" de Albeniz coreografada pelo mais puro sangue flamenco. O majestoso aragonês Carlos Saura homenageia o centenário da composição com mais esta obra-prima musical, gestual e emocional.
O Hotel de Um Milhão de Dólares
3.1 72Mais um filme onde Wim Wenders esbanja talento na sua ótica como fotógrafo.
Herencia
3.7 10Mais um bom filme argentino, para não fugir à regra.
Giuseppe Verdi - Sua Vida, Sua Obra
4.6 2Vale a pena assistir. São quase 3 horas de prazer e enriquecimento do conhecimento. Para quem gosta de música/ópera e para quem não sabe se gosta também, talvez acabe gostando, o filme traz detalhes que poucos conhecem sobre a vida do Grande Maestro.
Após Ópera Nabuco e o seu coro dos escravos hebreus "va pensiero" o nome de Verdi foi associado ao movimento nacionalista de unificação da Itália através do acrostico:
"Viva VERDI"
V : Vittorio
E: Emanuele
R: Re
D: D'
I : Italia
Garage Olimpo
3.4 18Mais uma denúncia das atrocidades da ditadura argentina e principalmente, após o seu fim, da impunidade dos torturadores e seus mandantes conseguida através de ultrajantes leis de anistia. Aqui no Brasil não foi e continua não sendo diferente. A nossa justiça não é "cega" .
Estrela Solitária
3.8 19Além do bom roteiro o filme traz a belíssima fotografia com a assinatura de Wim Wenders. Para quem viu o documentário de "Edward Hopper- A Tela em Branco" vai entender melhor os ângulos, as luzes e sombras que o fantástico fotógrafo com seu olho mágico capta. No mencionado documentário Wim Wenders declara a sua admiração por Hopper cujo trabalho foi expor em suas telas a "solidão americana" e Wenders sob esta mesma ótica a expõe em suas fotos (filmes).
Este Mundo é dos Loucos
3.8 6Em 1964 Alan Bates fez o maravilhoso "Zorba o Grego" , pouco tempo depois fez "Le Roi de Coeur" um filme divertido, com uma mensagem utópica sobre os valores humanos durante uma guerra cruel (1ª Guerra Mundial), onde a vida humana era usada como mero instrumento de combate. Filme maravilhoso que assisti na época em que foi lançado aqui no Brasil mais ou menos 1 ano após seu lançamento oficial.
Como os tempos mudaram agora é possível ver filmes antes mesmo do seu lançamento.
Propriedade Privada
3.6 19Que roteiro fantástico, me senti numa plateia de teatro vivenciando a dinâmica do drama, na pele dos atores e por fim, como tudo que não tem solução, "recolhendo os cacos" em todos os sentidos
Isabelle Huppert , Jérémie & Yannick Renier (que são meio-irmãos na vida real)
desenvolvem um dos melhores trabalhos cênicos que eu particularmente já ví. Que emoção !
Fitzcarraldo
4.2 148 Assista AgoraKlaus Kinski está soberbo nesta verdadeira loucura empreendedora de Herzog. Só os delírios e amizade profunda entre os dois foi possível realizar esta obra-prima no Amazonas adentro. Infelizmente durante as filmagens de "Cobra Verde" (1987) as relações entre Herzog e Kinski ficaram estremecidas e logo após, terminada as filmagens, separaram-se definitivamente.
Farinelli
3.7 41Que obra-prima! Além das imagens e sons fantásticos, aprende-se um pouco mais sobre a História da Música neste fecundo período do barroco italiano. Os irmãos Broschi protagonizam esta bela estória de "complementações". A qualidade da voz de um era muito superior às qualidades composicionais do outro, mas juntos, eram imbatíveis. Até Haendel se rendeu à voz de Farinelli.
Fargo: Uma Comédia de Erros
3.9 921 Assista AgoraEsta deliciosa comédia dos irmãos Coen faz inveja e ridiculariza a violência burra e sem humor de Quentin Tarantino.
Fahrenheit 451
4.2 419Truffaut quando dirigiu e lançou este filme em 1966, baseado no livro de Ray Bradbury, causou muita estranheza. Eu me lembro que na época, em plena ditadura responsável pela dramática caça aos tidos subversivos, os então intelectuais, artistas, estudantes e/ou tudo aquilo que direta ou indiretamente estava ligado a um "livro", ou seja, ao pensamento, à livre expressão, etc., fez-se naturalmente uma associação entre o filme e a ditadura.
Por falta de conhecimento e recursos técnicos, na época, a ditadura não imaginou exercer controle relativos à segurança nacional através de imagens como no filme. Neste aspecto ficcional Truffaut/Bradbury olharam muito na frente alguns segredinhos para o exercício do poder.