Carece de um melhor tratamento do roteiro. A sociedade distópica de The Giver soa tão frágil quanto inverossímil e, logo no início, a proposta (que possui alguma similaridade com The Village, um filme um pouco mais bem estruturado e dirigido) padece brutalmente em meio a protagonistas jovens fracos e atores experientes interpretando personagens tão bobos que parecem caricaturais. O filme funciona muito mal, com partes constrangedoras devido a uma ideia que até poderia ser regular (o romance na qual se baseia pode ser interessante) mas com sustentação incrivelmente ingênua. Fraquíssimo.
Há uma dose de crueldade e tristeza em Savaged que talvez não esteja prevista inicialmente em meio a tanta brutalidade e sangue. O pesadelo de I Spit on your Grave aqui ganha cunhos sobrenaturais, de poder e violência elevados, mas também de potente carga dramática e um pitaco de humor pelo exagero de algumas cenas. Não o suficiente para retirar o pessimismo do filme e da trajetória depressiva da história.
Destaque para o questionamento ético interessante na qual o caráter da entidade jamais brada contra nenhuma pessoa que fez mal a sua tribo, apesar dos banhos de sangue que espalha pela cidade contra os perpetradores do caos. O público realmente torce para um assassino com extremo poder e imortal diante de humanos que lutam pela sobrevivência com sua mortalidade e fraquezas, o que confere ao filme um caráter muito peculiar e atípico. Uma jovem loira surda muda violentada com poderes sobrenaturais contra um bando de imbecis racistas e um destino cruel. O final poderia ser mais satisfatório para os nossos heróis.
Quando comecei a ver não sabia que era um filme do Nightwish. Como não conheço a banda e só vejo pelo lado cinematográfico, achei um grande equívoco esse filme. Os primeiros 30 minutos são ruins, mas depois disso, quando se torna uma espécie de videoclipe, com uma trilha sonora completamente desconectada da história, a coisa realmente desanda. Cenas absolutamente constrangedoras, em uma espécie de imitação do (já péssimo) The Fall, de Tarsem Singh. Destaque para o orçamento aparentemente caríssimo empregado. Péssimo, um dos piores filmes que já vi.
Ao meu ver, infelizmente, Ink não reproduz os mundos paralelos psicológicos de seus personagens e que compõem seu espaço físico de vasta complexidade e criatividade em alguns fatores da trama, que oscila demais entre elementos ridículos, insanos e sérios simultaneamente, o que dificulta na construção de uma atmosfera de tensão e mistério. O resultado é a previsibilidade do roteiro e um filme que por vezes soa genial (como a construção dos "pesadelos" e a edição que remete a alguns toques de confusão mental) e outras incrivelmente bobo - que é a impressão que prevalece. Uma pena.
Com um belo roteiro complexo e atribuindo inteligentemente a importância dos eventos ao protagonismo de personagens carismáticos variando seus destaques de acordo com o momento da trama, Captain America é um dos raros exemplos de ampla superioridade de uma continuação em relação a um (ótimo) filme original.
Apesar de uma razoável atmosfera de suspense, The Bag Man se perde em meio a personagens detestáveis, na trilha de corpos interminável e sem sentido, no péssimo roteiro e na postergação excessiva do clímax. A impressão é que a ideia não tem força para sustentar tanto tempo de projeção e os eventos secundários se apoiam tanto em um comportamento quanto em uma violência excessivos por parte dos personagens. Com a perda da razoabilidade das reações das pessoas pela criação de um espaço onde tudo se resolve com morte e destruição, o resultado é um filme apelativo, desconectado do público e com uma conclusão que precisava ser muito boa para subverter a impressão negativa de tudo que aconteceu até ali. Muito pelo contrário.
Em um mundo atual repleto de bobagens, Afflicted tem uma abordagem adulta, original e surpreendente de algumas vertentes bastante desgastadas do terror. Um filme com um ótimo roteiro, personagens que estabelecem relações profundas e críveis, sem cunho apelativo e que torna o público cúmplice dos protagonistas na espiral crescente de desespero e sofrimento a qual descendem. Ótimo filme que decai um pouco no terço final (apesar de mais ação) mas largamente melhor do que a esmagadora maioria do que se vem produzindo atualmente.
Um quebra cabeças denso e psicológico cujas peças emergem dos tabloides de um jornal ou dos comentários de parceiros que recriam a história de um homem devastadoramente poderoso externamente e fascinante pelo envolvimento em uma aura de mistério interior. No entanto, os reflexos dos julgamentos dos atos de qualquer figura certamente interferem em tal construção, transformando uma "realidade" (aqui entre aspas, porque já se trata de um universo ficcional por si mesma) em um universo dotado de gigantesca obscuridade.
Citizen Kane utiliza artifícios cinematográficos para estender a perspectiva do público, que somam ao excelente enredo para configurar uma atmosfera de mistério, ênfase em características ou circunstâncias (jogos de sombras para mostrar profundidade ou realçar sentimentos dos personagens, iluminação, transições rápidas para evidenciar dinamismo, elipses, etc), interpretações excelentes - muitas de pessoas até então desconhecidas (no final do filme, Welles opta por apresentá-las ao público, inclusive), dentre inúmeros outros exemplos, que tornam o filme tão estudado e idolatrado no mundo inteiro.
Ao contrário do que pode se pensar, CK não é um filme que seduz apenas por sua técnica, mas pelo sensível retrato da decadência, da corrupção pelo poder, do egocentrismo exacerbado, dos valores e do significado embutidos no personagem título.
Talvez por se tratar de um conflito entre duas personalidades tão distintas e um ponto de vista bem peculiar sobre o catolicismo por parte da personagem da impecável Judi Dench, Philomena mantém o interesse. Enquanto Martin (Steve Coogan) representa um perfil mais próximo à opinião da maioria dos que assistem, com um certo tom de revolta aos acontecimentos, a doce senhora encontra um terreno fértil para uma interpretação de gala, sedutora pela ternura e indutora de reflexões maduras no expectador. Com implicações psicológicas interessantes sobre o público, o filme de Frears certamente tem algo a dizer, mas não tanto a ponto de concorrer a melhor do ano. O enredo não cria vínculos tão poderosos a fim de manter os olhos grudados na tela e tudo se torna um pouco cansativo e lento. Também não parece uma condução tão notável para um destaque de tal porte como um Oscar, mas no geral é um bom filme.
Há um prólogo brilhante e assustador em The Innocents. Uma melodia assustadora, enfoques em elementos sombrios e tristes, que criam uma expectativa conjunta de um grande filme. Entretanto, a estória em si peca por problemas de ritmo ao meu ver e às vezes os eventos soarem simplesmente bobos demais. Talvez haja uma certa ingenuidade na estória que me incomoda também, mas efetivamente a atmosfera de suspense em geral não parece guardar um contínuo clima de intensidade durante todo o tempo, apesar do belíssimo figurino e de algumas boas interpretações. Existem muitas obras melhores que abordam enredos com mudanças significativas de enfoque e clímax mais bem trabalhados. Não é dos meus preferidos não.
Uma pena. O início é composto por várias elipses interessantes, uma cinematografia muito boa com ambientação, som e uma certa tridimensionalidade flagrante nas meninas. Parece-me que até a simbologia óbvia dos óculos (veículo de comunicação entre as duas esferas psicológicas da menina, dividida entre os mundos sobrenatural e concreto, com seus dinamismos característicos) e os traços característicos e particularizadores das personagens conferem grande interesse. Alguns instantes são geniais...o da cena em que a tela é dividida entre o corredor e o quarto onde Lilly brinca é extraordinária! Mas o toque de brilhantismo vai pelo ralo no terço final. Com o intuito de "resolver" a trama, todo o desenvolvimento da estória parece ser inútil, os outros protagonistas (ruins, mas toleráveis) se tornam mais insuportáveis e a conclusão parece ignorar metade do filme.
Constrangedor. Forçado e que parece abusar da inteligência do espectador. Existem inúmeros filmes que envolvem personagens chegando ao limite da sanidade. Alguns bons, outros ruins, mas não é novidade. Esse é pavoroso.
Scorsese em um filme impecável, repleto de nuances e jogos de cores, luzes e ambientações sinistras. O mistério, de resolução simples, acaba sendo apenas um artefato de condução da estória. Há tanto que se ver, sentir, observar e degustar que se torna irrelevante, mas com um epílogo tão genial quanto o filme inteiro. Um dos meus preferidos do Scorsa, se não for o preferido.
Péssimo filme. Alguns diálogos intertextuais com o primeiro, completamente sem lógica e que não aproveitam o que o de 1981 tinha de melhor: a aniquilação psicológica dos personagens por um mal infinitamente mais poderoso e manipulativo que o bem. Evil Dead não deixava esperanças para ninguém. Por isso não era necessário meio de propagação, os humanos eram receptáculos, brinquedos do demônio, razão do forte clima de tensão, que, ao contrário de muitos não enxergo nem uma gota de humor. Talvez porque tenha assistido em 1988, quando os efeitos especiais não eram datados.
Regular, vale mais como uma curiosidade por não serem comuns filmes que distorcem o tempo no Brasil. Novamente o filme se calca no talento do Wagner Moura como ator, especialmente em seus papéis multifacetados (que remete inclusive ao recente Vips), mas peca excessivamente nos péssimos números musicais, horríveis.
Eu considero Rise um filme mais difícil que o original, onde o "absurdo" envolvido já lhe é apresentado como tal. Os macacos já dominam a Terra e somos apresentados à uma realidade que nos draga já consolidada. Talvez a necessidade de partir de um mundo palpável e real como Rise para chegar ao absurdo da dominação pelos macacos seja para mim o maior obstáculo. Não me envolvi com a estória e em determinado ponto me deparei até mesmo com um sentimento meio debochado inconsciente. A cena em que os macacos estão no alto de um veículo e fazem uma pose para mim é intragável, parece um pelotão da antiga série japonesa Changeman. Não rolou mesmo.
Engraçado, vi esse filme há pelo menos dois anos em um festival em Natal. Quanta demora pra sair no circuito nacional. Provavelmente só saiu pelo sucesso da Janete e Valéria no Zorra Total. É um filme curioso e bem interpretado, um dos melhores que vi no festival.
Gosto bastante, mas não idolatro. O excesso de "hollywood" na estruturação deixa uma lacuna meio desagradável, mas não dá para não se maravilhar com os ambientes sombrios, a devastidão dos humanos e os segredos interessantes do filme. Leia mais em
Diante de um filme como esses, que homenageam uma personalidade nacional, é importante não perder de vista exatamente isso: é uma homenagem. E, portanto, Chico parece ser uma criatura sobrenatural desprovida de defeitos e sem nenhuma dúvida sobre sua sanidade ou coisa semelhante (conforme propagado em trailers). O problema aqui está no padrão globo de produções. O tom novelesco, o drama conveniente e, principalmente: os cortes bruscos das magníficas exposições de Chico na entrevista para Tony Ramos falando sobre o posicionamento da câmera são de matar (eu até entendo que queria se mostrar como a mídia era manipulativa e visa altos índices de audiência, mas essas passagens são de longe os melhores momentos do filme, repletos de conhecimento substancial e carisma. Comentário no site:
O terror usa sempre de formas diversas para nos entreter. Qual a melhor forma de manifestação do mal além da visão de pureza e inocência de uma criança? Além de ser socialmente alguém protegida a todos os cantos da sociedade, seus atos são constantemente deixados de lado em prol de sua imaturidade, peculiar a infantilidade. É por esse detalhe que o filme é do início ao fim tenso. Se quiserem leia meu comentário em
Não li a HQ, dizem ser impossível reproduzir a ambientação em um filme. Mesmo assim, acho Watchmen correto, com alguns detalhes geniais (a introdução é espetacular), mas alguns constrangedores (a trilha sonora é linda e pessimamente colocada. Tem também a sequência catastrófica de Hallelujah).
Memento é um dos melhores filmes de todos os tempos. Não só pelo modo na qual é filmado, as inversões e a utilização do preto e branco, mas pelo roteiro absolutamente sensacional e pela conclusão mórbida. Testar a memória do espectador através do elemento estrutural faz com que a pessoa alvo participe de certo modo em cada frame. Sensacional.
O Doador de Memórias
3.5 1,4K Assista grátisCarece de um melhor tratamento do roteiro. A sociedade distópica de The Giver soa tão frágil quanto inverossímil e, logo no início, a proposta (que possui alguma similaridade com The Village, um filme um pouco mais bem estruturado e dirigido) padece brutalmente em meio a protagonistas jovens fracos e atores experientes interpretando personagens tão bobos que parecem caricaturais. O filme funciona muito mal, com partes constrangedoras devido a uma ideia que até poderia ser regular (o romance na qual se baseia pode ser interessante) mas com sustentação incrivelmente ingênua. Fraquíssimo.
Savaged
3.0 86Há uma dose de crueldade e tristeza em Savaged que talvez não esteja prevista inicialmente em meio a tanta brutalidade e sangue. O pesadelo de I Spit on your Grave aqui ganha cunhos sobrenaturais, de poder e violência elevados, mas também de potente carga dramática e um pitaco de humor pelo exagero de algumas cenas. Não o suficiente para retirar o pessimismo do filme e da trajetória depressiva da história.
Destaque para o questionamento ético interessante na qual o caráter da entidade jamais brada contra nenhuma pessoa que fez mal a sua tribo, apesar dos banhos de sangue que espalha pela cidade contra os perpetradores do caos. O público realmente torce para um assassino com extremo poder e imortal diante de humanos que lutam pela sobrevivência com sua mortalidade e fraquezas, o que confere ao filme um caráter muito peculiar e atípico. Uma jovem loira surda muda violentada com poderes sobrenaturais contra um bando de imbecis racistas e um destino cruel. O final poderia ser mais satisfatório para os nossos heróis.
Imaginaerum
3.6 234Quando comecei a ver não sabia que era um filme do Nightwish. Como não conheço a banda e só vejo pelo lado cinematográfico, achei um grande equívoco esse filme. Os primeiros 30 minutos são ruins, mas depois disso, quando se torna uma espécie de videoclipe, com uma trilha sonora completamente desconectada da história, a coisa realmente desanda. Cenas absolutamente constrangedoras, em uma espécie de imitação do (já péssimo) The Fall, de Tarsem Singh. Destaque para o orçamento aparentemente caríssimo empregado. Péssimo, um dos piores filmes que já vi.
Ink
3.7 73 Assista AgoraAo meu ver, infelizmente, Ink não reproduz os mundos paralelos psicológicos de seus personagens e que compõem seu espaço físico de vasta complexidade e criatividade em alguns fatores da trama, que oscila demais entre elementos ridículos, insanos e sérios simultaneamente, o que dificulta na construção de uma atmosfera de tensão e mistério. O resultado é a previsibilidade do roteiro e um filme que por vezes soa genial (como a construção dos "pesadelos" e a edição que remete a alguns toques de confusão mental) e outras incrivelmente bobo - que é a impressão que prevalece. Uma pena.
Capitão América 2: O Soldado Invernal
4.0 2,6K Assista AgoraCom um belo roteiro complexo e atribuindo inteligentemente a importância dos eventos ao protagonismo de personagens carismáticos variando seus destaques de acordo com o momento da trama, Captain America é um dos raros exemplos de ampla superioridade de uma continuação em relação a um (ótimo) filme original.
Profissão de Risco
2.5 91 Assista AgoraApesar de uma razoável atmosfera de suspense, The Bag Man se perde em meio a personagens detestáveis, na trilha de corpos interminável e sem sentido, no péssimo roteiro e na postergação excessiva do clímax. A impressão é que a ideia não tem força para sustentar tanto tempo de projeção e os eventos secundários se apoiam tanto em um comportamento quanto em uma violência excessivos por parte dos personagens. Com a perda da razoabilidade das reações das pessoas pela criação de um espaço onde tudo se resolve com morte e destruição, o resultado é um filme apelativo, desconectado do público e com uma conclusão que precisava ser muito boa para subverter a impressão negativa de tudo que aconteceu até ali. Muito pelo contrário.
Infectado
3.0 245 Assista AgoraEm um mundo atual repleto de bobagens, Afflicted tem uma abordagem adulta, original e surpreendente de algumas vertentes bastante desgastadas do terror. Um filme com um ótimo roteiro, personagens que estabelecem relações profundas e críveis, sem cunho apelativo e que torna o público cúmplice dos protagonistas na espiral crescente de desespero e sofrimento a qual descendem. Ótimo filme que decai um pouco no terço final (apesar de mais ação) mas largamente melhor do que a esmagadora maioria do que se vem produzindo atualmente.
Cidadão Kane
4.3 990 Assista AgoraUm quebra cabeças denso e psicológico cujas peças emergem dos tabloides de um jornal ou dos comentários de parceiros que recriam a história de um homem devastadoramente poderoso externamente e fascinante pelo envolvimento em uma aura de mistério interior. No entanto, os reflexos dos julgamentos dos atos de qualquer figura certamente interferem em tal construção, transformando uma "realidade" (aqui entre aspas, porque já se trata de um universo ficcional por si mesma) em um universo dotado de gigantesca obscuridade.
Citizen Kane utiliza artifícios cinematográficos para estender a perspectiva do público, que somam ao excelente enredo para configurar uma atmosfera de mistério, ênfase em características ou circunstâncias (jogos de sombras para mostrar profundidade ou realçar sentimentos dos personagens, iluminação, transições rápidas para evidenciar dinamismo, elipses, etc), interpretações excelentes - muitas de pessoas até então desconhecidas (no final do filme, Welles opta por apresentá-las ao público, inclusive), dentre inúmeros outros exemplos, que tornam o filme tão estudado e idolatrado no mundo inteiro.
Ao contrário do que pode se pensar, CK não é um filme que seduz apenas por sua técnica, mas pelo sensível retrato da decadência, da corrupção pelo poder, do egocentrismo exacerbado, dos valores e do significado embutidos no personagem título.
Philomena
4.0 925 Assista AgoraTalvez por se tratar de um conflito entre duas personalidades tão distintas e um ponto de vista bem peculiar sobre o catolicismo por parte da personagem da impecável Judi Dench, Philomena mantém o interesse. Enquanto Martin (Steve Coogan) representa um perfil mais próximo à opinião da maioria dos que assistem, com um certo tom de revolta aos acontecimentos, a doce senhora encontra um terreno fértil para uma interpretação de gala, sedutora pela ternura e indutora de reflexões maduras no expectador. Com implicações psicológicas interessantes sobre o público, o filme de Frears certamente tem algo a dizer, mas não tanto a ponto de concorrer a melhor do ano. O enredo não cria vínculos tão poderosos a fim de manter os olhos grudados na tela e tudo se torna um pouco cansativo e lento. Também não parece uma condução tão notável para um destaque de tal porte como um Oscar, mas no geral é um bom filme.
Os Inocentes
4.1 396Há um prólogo brilhante e assustador em The Innocents. Uma melodia assustadora, enfoques em elementos sombrios e tristes, que criam uma expectativa conjunta de um grande filme. Entretanto, a estória em si peca por problemas de ritmo ao meu ver e às vezes os eventos soarem simplesmente bobos demais. Talvez haja uma certa ingenuidade na estória que me incomoda também, mas efetivamente a atmosfera de suspense em geral não parece guardar um contínuo clima de intensidade durante todo o tempo, apesar do belíssimo figurino e de algumas boas interpretações. Existem muitas obras melhores que abordam enredos com mudanças significativas de enfoque e clímax mais bem trabalhados. Não é dos meus preferidos não.
Mama
3.0 2,8K Assista AgoraUma pena. O início é composto por várias elipses interessantes, uma cinematografia muito boa com ambientação, som e uma certa tridimensionalidade flagrante nas meninas. Parece-me que até a simbologia óbvia dos óculos (veículo de comunicação entre as duas esferas psicológicas da menina, dividida entre os mundos sobrenatural e concreto, com seus dinamismos característicos) e os traços característicos e particularizadores das personagens conferem grande interesse. Alguns instantes são geniais...o da cena em que a tela é dividida entre o corredor e o quarto onde Lilly brinca é extraordinária! Mas o toque de brilhantismo vai pelo ralo no terço final. Com o intuito de "resolver" a trama, todo o desenvolvimento da estória parece ser inútil, os outros protagonistas (ruins, mas toleráveis) se tornam mais insuportáveis e a conclusão parece ignorar metade do filme.
Número 23
3.4 1,7K Assista AgoraConstrangedor. Forçado e que parece abusar da inteligência do espectador. Existem inúmeros filmes que envolvem personagens chegando ao limite da sanidade. Alguns bons, outros ruins, mas não é novidade. Esse é pavoroso.
Ilha do Medo
4.2 4,0K Assista AgoraScorsese em um filme impecável, repleto de nuances e jogos de cores, luzes e ambientações sinistras. O mistério, de resolução simples, acaba sendo apenas um artefato de condução da estória. Há tanto que se ver, sentir, observar e degustar que se torna irrelevante, mas com um epílogo tão genial quanto o filme inteiro. Um dos meus preferidos do Scorsa, se não for o preferido.
A Morte do Demônio
3.2 3,9K Assista AgoraPéssimo filme. Alguns diálogos intertextuais com o primeiro, completamente sem lógica e que não aproveitam o que o de 1981 tinha de melhor: a aniquilação psicológica dos personagens por um mal infinitamente mais poderoso e manipulativo que o bem. Evil Dead não deixava esperanças para ninguém. Por isso não era necessário meio de propagação, os humanos eram receptáculos, brinquedos do demônio, razão do forte clima de tensão, que, ao contrário de muitos não enxergo nem uma gota de humor. Talvez porque tenha assistido em 1988, quando os efeitos especiais não eram datados.
O Homem do Futuro
3.7 2,5K Assista AgoraRegular, vale mais como uma curiosidade por não serem comuns filmes que distorcem o tempo no Brasil. Novamente o filme se calca no talento do Wagner Moura como ator, especialmente em seus papéis multifacetados (que remete inclusive ao recente Vips), mas peca excessivamente nos péssimos números musicais, horríveis.
Planeta dos Macacos: A Origem
3.8 3,2K Assista AgoraEu considero Rise um filme mais difícil que o original, onde o "absurdo" envolvido já lhe é apresentado como tal. Os macacos já dominam a Terra e somos apresentados à uma realidade que nos draga já consolidada. Talvez a necessidade de partir de um mundo palpável e real como Rise para chegar ao absurdo da dominação pelos macacos seja para mim o maior obstáculo. Não me envolvi com a estória e em determinado ponto me deparei até mesmo com um sentimento meio debochado inconsciente. A cena em que os macacos estão no alto de um veículo e fazem uma pose para mim é intragável, parece um pelotão da antiga série japonesa Changeman. Não rolou mesmo.
Elvis & Madona
3.4 314Engraçado, vi esse filme há pelo menos dois anos em um festival em Natal. Quanta demora pra sair no circuito nacional. Provavelmente só saiu pelo sucesso da Janete e Valéria no Zorra Total. É um filme curioso e bem interpretado, um dos melhores que vi no festival.
A Saga Crepúsculo: Lua Nova
2.6 2,6K Assista AgoraPéssimo filme, repleto de clichês, péssimas atuações. Dirigida para o público adolescente e mesmo nesse creio que falha. O maior equívoco do ano.
WALL·E
4.3 2,8K Assista AgoraAnimação maravilhosa, com toques requintados e com um ar de homenagem ao cinema. Inesquecível.
O Livro de Eli
3.6 2,0K Assista AgoraGosto bastante, mas não idolatro. O excesso de "hollywood" na estruturação deixa uma lacuna meio desagradável, mas não dá para não se maravilhar com os ambientes sombrios, a devastidão dos humanos e os segredos interessantes do filme. Leia mais em
Chico Xavier
3.5 857 Assista AgoraDiante de um filme como esses, que homenageam uma personalidade nacional, é importante não perder de vista exatamente isso: é uma homenagem. E, portanto, Chico parece ser uma criatura sobrenatural desprovida de defeitos e sem nenhuma dúvida sobre sua sanidade ou coisa semelhante (conforme propagado em trailers). O problema aqui está no padrão globo de produções. O tom novelesco, o drama conveniente e, principalmente: os cortes bruscos das magníficas exposições de Chico na entrevista para Tony Ramos falando sobre o posicionamento da câmera são de matar (eu até entendo que queria se mostrar como a mídia era manipulativa e visa altos índices de audiência, mas essas passagens são de longe os melhores momentos do filme, repletos de conhecimento substancial e carisma. Comentário no site:
Caso 39
3.1 1,9K Assista AgoraO terror usa sempre de formas diversas para nos entreter. Qual a melhor forma de manifestação do mal além da visão de pureza e inocência de uma criança? Além de ser socialmente alguém protegida a todos os cantos da sociedade, seus atos são constantemente deixados de lado em prol de sua imaturidade, peculiar a infantilidade. É por esse detalhe que o filme é do início ao fim tenso. Se quiserem leia meu comentário em
Watchmen: O Filme
4.0 2,8K Assista AgoraNão li a HQ, dizem ser impossível reproduzir a ambientação em um filme. Mesmo assim, acho Watchmen correto, com alguns detalhes geniais (a introdução é espetacular), mas alguns constrangedores (a trilha sonora é linda e pessimamente colocada. Tem também a sequência catastrófica de Hallelujah).
Amnésia
4.2 2,2K Assista AgoraMemento é um dos melhores filmes de todos os tempos. Não só pelo modo na qual é filmado, as inversões e a utilização do preto e branco, mas pelo roteiro absolutamente sensacional e pela conclusão mórbida. Testar a memória do espectador através do elemento estrutural faz com que a pessoa alvo participe de certo modo em cada frame. Sensacional.