Encaro o cinema mais como entretenimento do que como arte. Por isso, gosto de uma história bem contada que provoca tensão, medo, emoções sublimes, raiva, alegria e alívio. Acredito que o cinema desempenha um papel cultural importante quando os autores enaltecem os valores fundamentais da humanidade. Só consigo suportar experiências de linguagem no cinema quando o filme tiver um ótimo roteiro. Dito isso, achei Boyhood uma grande decepção. Tinha reservado esse filme para assisti-lo numa tarde de domingo sem futebol. Ou seja, quando o tédio baixa forte em mim. O futebol, por imitar o cinema, é o melhor remédio que descobri para combater o tédio das tardes de domingo. Para minha desgraça, quando vi Boyhood, o meu tédio foi ampllficado de uma forma estarrecedora. Tinha ouvido que o filme era o principal concorrente ao Oscar. Eu me senti profundamente ludibriado. O diretor não tinha nada a dizer e ficou me enrolando por mais de uma hora até eu apertar o stop e dizer chega.
O filme comprova que o socialismo só é defensável se um dia for implantado junto com um Estado de Direito capaz de garantir as liberdades individuais e junto com uma espécie de democracia direta. Além disso, no atual estágio da história, parece que a humanidade não pode prescindir ainda da economia de mercado.
Sou fã do Clint Eastwood. Reviver os anos dourados é sempre gostoso. Ver o Four Seasons e Frankie Vali cantando foi delicioso. O ponto alto do filme acontece no final com a apresentação do grande sucesso do cantor. Conseguiu mexer com as minhas emoções.
Quando crio muitas expectativas em relação a um filme, quase sempre dou com os burros n'água. Foi o que aconteceu com Wiplash. Como fui professor, achei que o tema iria me empolgar. Não foi o que aconteceu. Muitas vezes, o nosso estado de espírito no momento de ver o filme influi pra cacete na avaliação que a gente acaba fazendo sobre esse filme. Acho que estava meio de baixo astral quando assisti o Wiplash. Achei a namoradinha do baterista muito bonita, foi o que me fez sentir bem vendo o filme.
Achei que o filme daria uma boa minissérie da Globo. Odeio novela. Por isso, Garota exemplar não me empolgou. Mas como sempre digo, cada um tem o seu gosto, nem melhor e nem pior que outro. Seria muito chato se todos fossem corintianos como eu. Só depois de velho aprendi a respeitar a opinião dos outros. Quando jovem, achava que todo mundo tinha que pensar como eu. Como era estúpido!
Trabalhei 7 meses como repórter num jornal diário. Assisto muito a mesas redondas de futebol. Sei que os estagiários mais intelectualmente fracos são alocados na editoria de Esportes e na Geral. Tinha um amigo meu que dizia que o trabalho de açougueiro é mais limpo que o trabalho de um jornalista. O filme me surpreendeu porque não esperava grande coisa dele. Gyllenhaal está muito convincente na arte de fazer parte da podridão que existe no meio jornalístico.
Achei emocionante a cena em que o cientista libera a sua mulher para ir viver com outro. Um homem que se sente realizado num trabalho de criação, seja artística, filosófica ou científica, tem condições de transcender suas mesquinharias e amar de verdade. Por desejar a felicidade de sua mulher, Stephen Hawking concordou que ela fosse viver com um outro homem. Agradeceu com um olhar profundo tudo o que ela tinha feito por ele.
Quem como eu não está muito preocupado com a linguagem do cinema, pode relaxar e se deliciar com o filme. A discussão sobre a atividade artística foi o que me embalou no trabalho de Zilberman. O sentimento de realização que a atividade artística proporciona aos indivíduos permite até que eles deixem em segundo plano o conflito de egos. Em O homem de Alcatraz, o sentimento de realização desfrutado pelo criminoso que descobre o prazer da pesquisa científica permite que ele supere a violência que tinha internalizado. Acho que gostei do filme O último concerto porque ele mostra que a arte proporciona aos seres humanos um prazer sublime. Sonho com um novo mundo onde todos possam desfrutar dessa forma celestial de prazer. A violência deixaria de existir. O conflito de egos deixaria de existir, como vemos no belíssimo final do filme.
O filme tem momentos de forte emoção. Não conhecia a história do grande líder do movimento dos direitos civis e nesse sentido achei o filme muito interessante. Ficamos sabendo por que os EUA tem um presidente negro. Não foi de graça. Mas continuo achando o Mississippi em chamas imbatível na exploração do tema do preconceito racial no Sul dos EUA. Outro filme que explora também o tema é Imitação da vida. O final do filme é antológico.
Vi o filme achando que ia morrer de tédio. Tinha lido críticas negativas ao filme. Por não ter alimentado grandes expectativas, acabei gostando de A entrevista. Dei algumas risadas depois de relaxar o meu senso crítico. Relaxei e gozei.
O Juiz não me empolgou. Tinha ouvido elogios ao filme. Não vi nada de interessante neste trabalho de Dobkin. O choro de Downey Jr. no final foi constrangedor. Embora não assista a novelas, suponho que o enredo faz jus às tramas superficiais das produções globais.
Peguei o DVD, sem esperar nada do filme. Vendo a capa, achei que era mais um filme de violência e suspense. Ótima surpresa! Dei boas gargalhadas no episódio do restaurante em que a garçonete reconhece o homem que desgraçou a sua família. Achei genial a interpretação da cozinheira. Ri tanto de suas falas que assisti ao episódio mais uma vez. O que mais me cativou foi o fato de o filme narrar com fidelidade a raiva que passamos no dia a dia de nossa vida na sociedade burguesa. A cozinheira dá o mote do filme. Todos nós temos vontade de fazer coisas para acabar com a gente escrota, com o sistema social irracional e com as instituições com os quais convivemos. Para a nossa alegria, o cinema argentino tem redimido a política e a economia do país de Carlos Gardel.
Gostei do filme. Abre uma luz para o cinema brasileiro. A diretora toca numa questão política que está convulsionando a sociedade tupiniquim. Aborda o problema de uma maneira despretensiosa, em formato de comédia. A escolha da Regina Casé, confirma essa observação. Cada um enxerga o filme de acordo com a sua posição na sociedade. Poucos conseguem enxergar a realidade sem serem condicionados por seus interesses de classe.
Foi uma surpresa. Fui professor de Sociologia e me interesso por temas sociais. Aprecio o neorrealismo italiano. Sinto uma emoção estética deliciosa quando vejo fotografia em preto e branco de boa qualidade. Também por isso, curti muito o filme. Achei a cena do ursinho muito interessante. Senti que o bonequinho foi a metáfora empregada por Kurosawa para representar a pureza e a inocência de Masako. Gostaria de saber se a paixão das massas por música clássica era mesmo uma realidade ou se era um simples sonho de Kurosawa. O tema do sonho, aliás, parece que era caro ao cineasta. O cinema teria como uma de suas funções acalentar as massas em estado de torpor nas salas escuras? Kurosawa privilegia a função de denúncia social neste seu filme.
Pequenos gestos de personagens bem construídos, como os dois gestos do espião russo no final do filme, me emocionam mais dos que cenas grandiosas como aquelas que vi em O regresso e que me encheram de tédio. Gostei muito do filme. Todo estudante de Direito deveria assisti-lo. O filme enaltece o american way of life certamente, mas é inegável que os EUA se tornaram uma grande nação devido às suas instituições e o respeito que eles têm pelas liberdades individuais de natureza jurídica. Isso não impede de enxergarmos as mazelas da sociedade estadunidense que alienam e massacram o indivíduo.
No começo do filme, imaginei que seria um filme político, já que a rainha Cristina, muito culta, no momento de sua coroação, prometeu acabar com a guerra e instruir o povo criando escolas e bibliotecas. Mas o filme acabou enveredando pelo tema do homossexualismo. Nesse sentido, acho que ele pode agradar ao movimento LGTB. A rainha estava três séculos à frente das pessoas cultas da época. Mas acaba sucumbindo ao catolicismo e aos prazeres mundanos, sem deixar de lado o gosto pelo teatro e pela música, filosofia e pintura. Gostei mais de Mary Stuart, Rainha da Escócia.
O filme tem um preto e branco, com dezenas de tons de cinza, inebriantes. A delicadeza das cenas, a sensualidade da personagem central e a suavidade da música contrastam com a violência, a correria e a barulheira que vi no Sniper Americano. O final do filme deve tocar profundamente os católicos devotos. A personagem central faz uma escolha e, desse modo, conquista a liberdade. Liberdade que milhões de padres não desfrutaram em razão dos dogmas da Igreja e que, por isso, descambaram alguns para a pedofilia. Apesar de não ser mais católico, a escolha feita por Ida mexeu comigo de uma forma estranha. Não sei explicar.
Dei tantas risadas gostosas que fiquei feliz em constatar que o cinema brasileiro é capaz de produzir obras geniais. Tenho consumido um montão de filmes estrangeiros que são verdadeiros lixos. E assisti esse belo filme no Canal Brasil sem nunca ter visto nenhuma referência dele na mídia.
Na minha infância, sempre gostei dos faroestes protagonizados por John Wayne. Não sabia que na vida real o cowboy era tão estúpido. Gostei do filme. Achei melhor que o Testa de ferro por acaso, do Woody Allen. Trumbo conta uma história que se passa na era de ouro de Hollywood. Os anticomunistas tinham razão em ter tanto zelo por Hollywood. Minha cabeça de criança foi feita pelos filmes dos EUA que curti na minha infância. Nunca consegui eliminar a visão de mundo, o ideal de beleza feminina e outros lixos ideológicos que foram enxertados de forma subliminar na minha mente. Mas, ironia da história, depois que entrei na Universidade virei simpatizante do marxismo. Pena que eu não tenha visto na minha infância mais filmes de Trumbo e de seus companheiros denunciados pela Comissão de Atividades Antiamericanas. Teria uma visão de mundo mais aberta. Assisti Spartacus no início dos anos 1960. Nunca me esqueci da cena em que o gladiador negro deixa de matar seu companheiro de arena para investir contra os nobres romanos. O filme Trumbo fala o tempo todo de solidariedade. Por isso, toca o coração de quem ainda não foi carcomido pelo cinismo.
Mais um faroeste que mostra a história dos EUA. Era uma época em que o Estado não conseguia cuidar das cidades distantes do Leste civilizado. Dodge City era uma dessas cidades sem representantes do Estado para impor a lei. O filósofo Thomas Hobbes mostrou que o Estado é necessário para impedir que os tubarões poderosos devorem os peixinhos miúdos. Jeff Surrett é o tubarão que domina Dodge City. Ele detém o poder econômico e o poder da força. Sem a presença do Estado, Surret usurpa os bens que pertencem aos fracos empregando um bando de pistoleiros. Até que Wade Hatton decide assumir a função de representante do Estado para impor a lei na cidade. Achei brochante a luta final entre o bandido e o mocinho. Olivia de Havilland tinha um brilho especial. Seus olhos eram sedutores. Em cada década, os westerns revelavam uma atmosfera específica. Esse, dirigido por Michael Curtiz, foi produzido no final da década de 1930. Era uma época de grande ufanismo nacionalista.
Produzido para pais e filhos assistirem e chorarem juntos. Muito fofo. Quando eu era criança não existiam tantos desenhos animados nos cinemas. Se passava um dos filmes antigos de Walt Disney a gente vibrava. Hoje fico bobo vendo as opções que a criançada tem, sem contar os games e as redes sociais. Sobra tempo para estudar? Nós adultos também temos tantas opções de entretenimento que sobra pouco tempo para refletir. Nunca mais teremos grandes filósofos como Kant, Hegel e Nietzsche. O bombardeio é avassalador.
Kirk Douglas ajudou o roteirista Dalton Trumbo quando este enfrentava a perseguição do machartismo por ter ligações com o Partido Comunista. Neste filme de Robert Aldrich, ele até canta. O personagem de Kirk Douglas é complexo, nem mocinho e nem bandido. Rock Hudson era um grande canastrão. Dorothy Malone não ficava atrás. Não gosto da sobreposição do filtro sépia no colorido. Prefiro o branco e preto. Tem gente que considera O último pôr-do-sol um dos melhores faroestes da história. O filme não entra na minha lista de faroestes favoritos. Mas para quem gosta desse gênero, como eu, não deixa de ser um bom entretenimento.
O desaparecimento de um filho é uma das piores torturas que uma mãe pode experimentar aqui na Terra. A dor e o sofrimento são quase insuportáveis. Se o Almodóvar queria fazer um melodrama, acho que ele não aproveitou muito bem o tema. Achei o filme fraco. Pode agradar a quem se identificar com o problema do relacionamento entre mãe e filha.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraEncaro o cinema mais como entretenimento do que como arte. Por isso, gosto de uma história bem contada que provoca tensão, medo, emoções sublimes, raiva, alegria e alívio. Acredito que o cinema desempenha um papel cultural importante quando os autores enaltecem os valores fundamentais da humanidade. Só consigo suportar experiências de linguagem no cinema quando o filme tiver um ótimo roteiro. Dito isso, achei Boyhood uma grande decepção. Tinha reservado esse filme para assisti-lo numa tarde de domingo sem futebol. Ou seja, quando o tédio baixa forte em mim. O futebol, por imitar o cinema, é o melhor remédio que descobri para combater o tédio das tardes de domingo. Para minha desgraça, quando vi Boyhood, o meu tédio foi ampllficado de uma forma estarrecedora. Tinha ouvido que o filme era o principal concorrente ao Oscar. Eu me senti profundamente ludibriado. O diretor não tinha nada a dizer e ficou me enrolando por mais de uma hora até eu apertar o stop e dizer chega.
O Sonho Azul
3.7 17O filme comprova que o socialismo só é defensável se um dia for implantado junto com um Estado de Direito capaz de garantir as liberdades individuais e junto com uma espécie de democracia direta. Além disso, no atual estágio da história, parece que a humanidade não pode prescindir ainda da economia de mercado.
Jersey Boys: Em Busca da Música
3.6 166 Assista AgoraSou fã do Clint Eastwood. Reviver os anos dourados é sempre gostoso. Ver o Four Seasons e Frankie Vali cantando foi delicioso. O ponto alto do filme acontece no final com a apresentação do grande sucesso do cantor. Conseguiu mexer com as minhas emoções.
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista AgoraQuando crio muitas expectativas em relação a um filme, quase sempre dou com os burros n'água. Foi o que aconteceu com Wiplash. Como fui professor, achei que o tema iria me empolgar. Não foi o que aconteceu. Muitas vezes, o nosso estado de espírito no momento de ver o filme influi pra cacete na avaliação que a gente acaba fazendo sobre esse filme. Acho que estava meio de baixo astral quando assisti o Wiplash. Achei a namoradinha do baterista muito bonita, foi o que me fez sentir bem vendo o filme.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraAchei que o filme daria uma boa minissérie da Globo. Odeio novela. Por isso, Garota exemplar não me empolgou. Mas como sempre digo, cada um tem o seu gosto, nem melhor e nem pior que outro. Seria muito chato se todos fossem corintianos como eu. Só depois de velho aprendi a respeitar a opinião dos outros. Quando jovem, achava que todo mundo tinha que pensar como eu. Como era estúpido!
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraTrabalhei 7 meses como repórter num jornal diário. Assisto muito a mesas redondas de futebol. Sei que os estagiários mais intelectualmente fracos são alocados na editoria de Esportes e na Geral. Tinha um amigo meu que dizia que o trabalho de açougueiro é mais limpo que o trabalho de um jornalista. O filme me surpreendeu porque não esperava grande coisa dele. Gyllenhaal está muito convincente na arte de fazer parte da podridão que existe no meio jornalístico.
Leviatã
3.8 299Esperava mais do filme. Talvez eu esteja viciado em filmes hollywoodianos. Acho que o roteiro é disperso. Promete muito e entrega pouco.
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraAchei emocionante a cena em que o cientista libera a sua mulher para ir viver com outro. Um homem que se sente realizado num trabalho de criação, seja artística, filosófica ou científica, tem condições de transcender suas mesquinharias e amar de verdade. Por desejar a felicidade de sua mulher, Stephen Hawking concordou que ela fosse viver com um outro homem. Agradeceu com um olhar profundo tudo o que ela tinha feito por ele.
O Último Concerto
3.6 48 Assista grátisQuem como eu não está muito preocupado com a linguagem do cinema, pode relaxar e se deliciar com o filme. A discussão sobre a atividade artística foi o que me embalou no trabalho de Zilberman. O sentimento de realização que a atividade artística proporciona aos indivíduos permite até que eles deixem em segundo plano o conflito de egos. Em O homem de Alcatraz, o sentimento de realização desfrutado pelo criminoso que descobre o prazer da pesquisa científica permite que ele supere a violência que tinha internalizado. Acho que gostei do filme O último concerto porque ele mostra que a arte proporciona aos seres humanos um prazer sublime. Sonho com um novo mundo onde todos possam desfrutar dessa forma celestial de prazer. A violência deixaria de existir. O conflito de egos deixaria de existir, como vemos no belíssimo final do filme.
Selma: Uma Luta Pela Igualdade
4.2 793O filme tem momentos de forte emoção. Não conhecia a história do grande líder do movimento dos direitos civis e nesse sentido achei o filme muito interessante. Ficamos sabendo por que os EUA tem um presidente negro. Não foi de graça. Mas continuo achando o Mississippi em chamas imbatível na exploração do tema do preconceito racial no Sul dos EUA. Outro filme que explora também o tema é Imitação da vida. O final do filme é antológico.
A Entrevista
3.1 1,0K Assista AgoraVi o filme achando que ia morrer de tédio. Tinha lido críticas negativas ao filme. Por não ter alimentado grandes expectativas, acabei gostando de A entrevista. Dei algumas risadas depois de relaxar o meu senso crítico. Relaxei e gozei.
O Juiz
3.8 783 Assista AgoraO Juiz não me empolgou. Tinha ouvido elogios ao filme. Não vi nada de interessante neste trabalho de Dobkin. O choro de Downey Jr. no final foi constrangedor. Embora não assista a novelas, suponho que o enredo faz jus às tramas superficiais das produções globais.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraPeguei o DVD, sem esperar nada do filme. Vendo a capa, achei que era mais um filme de violência e suspense. Ótima surpresa! Dei boas gargalhadas no episódio do restaurante em que a garçonete reconhece o homem que desgraçou a sua família. Achei genial a interpretação da cozinheira. Ri tanto de suas falas que assisti ao episódio mais uma vez. O que mais me cativou foi o fato de o filme narrar com fidelidade a raiva que passamos no dia a dia de nossa vida na sociedade burguesa. A cozinheira dá o mote do filme. Todos nós temos vontade de fazer coisas para acabar com a gente escrota, com o sistema social irracional e com as instituições com os quais convivemos. Para a nossa alegria, o cinema argentino tem redimido a política e a economia do país de Carlos Gardel.
Que Horas Ela Volta?
4.3 3,0K Assista AgoraGostei do filme. Abre uma luz para o cinema brasileiro. A diretora toca numa questão política que está convulsionando a sociedade tupiniquim. Aborda o problema de uma maneira despretensiosa, em formato de comédia. A escolha da Regina Casé, confirma essa observação. Cada um enxerga o filme de acordo com a sua posição na sociedade. Poucos conseguem enxergar a realidade sem serem condicionados por seus interesses de classe.
Um Domingo Maravilhoso
4.3 29Foi uma surpresa. Fui professor de Sociologia e me interesso por temas sociais. Aprecio o neorrealismo italiano. Sinto uma emoção estética deliciosa quando vejo fotografia em preto e branco de boa qualidade. Também por isso, curti muito o filme. Achei a cena do ursinho muito interessante. Senti que o bonequinho foi a metáfora empregada por Kurosawa para representar a pureza e a inocência de Masako.
Gostaria de saber se a paixão das massas por música clássica era mesmo uma realidade ou se era um simples sonho de Kurosawa. O tema do sonho, aliás, parece que era caro ao cineasta. O cinema teria como uma de suas funções acalentar as massas em estado de torpor nas salas escuras? Kurosawa privilegia a função de denúncia social neste seu filme.
Ponte dos Espiões
3.7 694Pequenos gestos de personagens bem construídos, como os dois gestos do espião russo no final do filme, me emocionam mais dos que cenas grandiosas como aquelas que vi em O regresso e que me encheram de tédio. Gostei muito do filme. Todo estudante de Direito deveria assisti-lo. O filme enaltece o american way of life certamente, mas é inegável que os EUA se tornaram uma grande nação devido às suas instituições e o respeito que eles têm pelas liberdades individuais de natureza jurídica. Isso não impede de enxergarmos as mazelas da sociedade estadunidense que alienam e massacram o indivíduo.
A Jovem Rainha
3.4 94 Assista AgoraNo começo do filme, imaginei que seria um filme político, já que a rainha Cristina, muito culta, no momento de sua coroação, prometeu acabar com a guerra e instruir o povo criando escolas e bibliotecas. Mas o filme acabou enveredando pelo tema do homossexualismo. Nesse sentido, acho que ele pode agradar ao movimento LGTB. A rainha estava três séculos à frente das pessoas cultas da época. Mas acaba sucumbindo ao catolicismo e aos prazeres mundanos, sem deixar de lado o gosto pelo teatro e pela música, filosofia e pintura. Gostei mais de Mary Stuart, Rainha da Escócia.
Ida
3.7 439O filme tem um preto e branco, com dezenas de tons de cinza, inebriantes. A delicadeza das cenas, a sensualidade da personagem central e a suavidade da música contrastam com a violência, a correria e a barulheira que vi no Sniper Americano. O final do filme deve tocar profundamente os católicos devotos. A personagem central faz uma escolha e, desse modo, conquista a liberdade. Liberdade que milhões de padres não desfrutaram em razão dos dogmas da Igreja e que, por isso, descambaram alguns para a pedofilia. Apesar de não ser mais católico, a escolha feita por Ida mexeu comigo de uma forma estranha. Não sei explicar.
Cine Holliúdy
3.5 609 Assista AgoraDei tantas risadas gostosas que fiquei feliz em constatar que o cinema brasileiro é capaz de produzir obras geniais. Tenho consumido um montão de filmes estrangeiros que são verdadeiros lixos. E assisti esse belo filme no Canal Brasil sem nunca ter visto nenhuma referência dele na mídia.
Trumbo
3.7 11Na minha infância, sempre gostei dos faroestes protagonizados por John Wayne. Não sabia que na vida real o cowboy era tão estúpido. Gostei do filme. Achei melhor que o Testa de ferro por acaso, do Woody Allen. Trumbo conta uma história que se passa na era de ouro de Hollywood. Os anticomunistas tinham razão em ter tanto zelo por Hollywood. Minha cabeça de criança foi feita pelos filmes dos EUA que curti na minha infância. Nunca consegui eliminar a visão de mundo, o ideal de beleza feminina e outros lixos ideológicos que foram enxertados de forma subliminar na minha mente. Mas, ironia da história, depois que entrei na Universidade virei simpatizante do marxismo. Pena que eu não tenha visto na minha infância mais filmes de Trumbo e de seus companheiros denunciados pela Comissão de Atividades Antiamericanas. Teria uma visão de mundo mais aberta. Assisti Spartacus no início dos anos 1960. Nunca me esqueci da cena em que o gladiador negro deixa de matar seu companheiro de arena para investir contra os nobres romanos. O filme Trumbo fala o tempo todo de solidariedade. Por isso, toca o coração de quem ainda não foi carcomido pelo cinismo.
Uma Cidade Que Surge
3.7 9 Assista AgoraMais um faroeste que mostra a história dos EUA. Era uma época em que o Estado não conseguia cuidar das cidades distantes do Leste civilizado. Dodge City era uma dessas cidades sem representantes do Estado para impor a lei. O filósofo Thomas Hobbes mostrou que o Estado é necessário para impedir que os tubarões poderosos devorem os peixinhos miúdos. Jeff Surrett é o tubarão que domina Dodge City. Ele detém o poder econômico e o poder da força. Sem a presença do Estado, Surret usurpa os bens que pertencem aos fracos empregando um bando de pistoleiros. Até que Wade Hatton decide assumir a função de representante do Estado para impor a lei na cidade. Achei brochante a luta final entre o bandido e o mocinho. Olivia de Havilland tinha um brilho especial. Seus olhos eram sedutores. Em cada década, os westerns revelavam uma atmosfera específica. Esse, dirigido por Michael Curtiz, foi produzido no final da década de 1930. Era uma época de grande ufanismo nacionalista.
Procurando Dory
4.0 1,8K Assista AgoraProduzido para pais e filhos assistirem e chorarem juntos. Muito fofo. Quando eu era criança não existiam tantos desenhos animados nos cinemas. Se passava um dos filmes antigos de Walt Disney a gente vibrava. Hoje fico bobo vendo as opções que a criançada tem, sem contar os games e as redes sociais. Sobra tempo para estudar? Nós adultos também temos tantas opções de entretenimento que sobra pouco tempo para refletir. Nunca mais teremos grandes filósofos como Kant, Hegel e Nietzsche. O bombardeio é avassalador.
O Último Pôr-Do-Sol
3.8 18 Assista AgoraKirk Douglas ajudou o roteirista Dalton Trumbo quando este enfrentava a perseguição do machartismo por ter ligações com o Partido Comunista. Neste filme de Robert Aldrich, ele até canta. O personagem de Kirk Douglas é complexo, nem mocinho e nem bandido. Rock Hudson era um grande canastrão. Dorothy Malone não ficava atrás. Não gosto da sobreposição do filtro sépia no colorido. Prefiro o branco e preto. Tem gente que considera O último pôr-do-sol um dos melhores faroestes da história. O filme não entra na minha lista de faroestes favoritos. Mas para quem gosta desse gênero, como eu, não deixa de ser um bom entretenimento.
Julieta
3.8 530 Assista AgoraO desaparecimento de um filho é uma das piores torturas que uma mãe pode experimentar aqui na Terra. A dor e o sofrimento são quase insuportáveis. Se o Almodóvar queria fazer um melodrama, acho que ele não aproveitou muito bem o tema. Achei o filme fraco. Pode agradar a quem se identificar com o problema do relacionamento entre mãe e filha.