Péssimo. Amo uma iconoclastia mas o diretor não soube costurar. Corpos padrões, masculinos e na esmagadora maioria brancos em putaria gay com ares de fetichismo. Ainda joga um pseudodebate sobre soropositividade (em meio a tanta visualidade não bem trabalhada) por cima pra dar aquela disfarçada de "militei". Pecou rude.
Com exceção da fotografia e a historinha da cobra que são legais e fora os clichês característicos desse cinema de gênero, também não gostei da moral da história no final:
No fim, o motivo da ruína (econômica e de saúde) daquela família só podia ser os pretos, que jogaram uma maldição eterna. E para esses pretos conseguirem realizar tal façanha, precisou o quilombo inteiro morrer (frisa-se que precisava ser assim), um monte de gente sofrer, sangue ser derramado, só pras branca ter o castigo delas. Continuamos sempre sendo os monstros, as mandingueiras necromantes e nossa ira no fundo é resultado de maledicência. Além do que, num geral, soou filme de homem branco pra militar.
Filminho uó. Para além da fotografia e da monotonia (não achei tão parado):
- Relação tóxica e doentia entre os protagonistas. Jogos psicológicos, falta de sinceridade, lambeção pra macho hétero e imaturo. O afeto não é pra ser assim, por mais intenso que seja, parem de naturalizar esse tipo de relação. Depois as gay fica sofrendo atrás de boy escroto e não sabe o porquê. Chora mais mona, tá pouco. - É muito lindo ser homossexual masculina, rica, branca, na Europa e falando três idiomas. - O plot twist não salvou. No filme o bofe tem cara de quase 40 anos e o outro nem saiu do ensino médio, melhor o pai arranjar um coleguinha da mesma idade do que pegar um sem noção que vai desaparecer e ligar do outro lado do oceano pra falar que tá casado. - A Marisa, a tal namoradinha, só pagou de otária o filme inteiro.
Já vi o filme há tempos e venho aqui como um apelo: parem! O cinema gay (porque isso não é LGBT nem na puta que pariu) precisa sair do lugar comum.
Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 27), 06/12/2019, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Potente, deslumbrante e estimulante. Um dos melhores do festival. Destaque para a performance de Aretha Saddick e o tecno babadeiro agitando o final da sessão. “Já ganhou, já ganhou!”, brinca Marcella Silveira.
Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 27), 06/12/2019, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Temática urgente e trabalho de animação primoroso: uso de diferentes (e analógicos) suportes para o desenho, variadas técnicas e texturas deram fluidez e estimularam a curiosidade plástica.
Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 25), 03/12/2019, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
A protagonista (interpretada por Marcélia Cartaxo, conhecida por seus papéis em A Hora da Estrela e Madame Satã) serviu um acervo de looks bafo. Certo caricaturismo para manter o humor do filme. Uma nostálgica viva da belle epoque, a tentativa de influência da cultura francesa em terras brasileiras e como hoje esses estrangeirismos ganham um aspecto demodé (ainda bem) mas não perdem sua singularidade. Pacarrete é controversa, no começo é motivo de risada, ao longo do filme nos vemos em sua incompreensão e sofrimento. Talvez por ser uma personagem ambígua tenha cativado tanto, além de um corpo resistente às convenções na terceira idade, gera um misto de reflexo e solidarização. Alguns espectadores acharam um pouco longo, de fato: embora o tempo de encontrar seus demônios por vezes seja longo, todo mundo já sabia o final, o que na lógica narrativa ela merecia: um belíssimo número solo. Apesar de um jeitinho Globo Filmes de se contar história, muitos também se emocionaram e confessaram choro durante a sessão.
Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 02), dia 05/08/2018, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Descobrir pela primeira vez registros duvidosamente reais, traços de intimidade espontânea. Atores que sairiam de um 90s movie. O comportamento desinibido dos personagens - e sem muita autoironia - garantiram o riso na sessão. Os pontos altos são as telas azuis: falhas de programação tensionam a curiosidade. A voz da narradora serve de âncora ao manter o suspense. Poucas coisas são tão atrativas como contar histórias sobre linhagens desconhecidas de famílias burguesas, ainda mais quando atreladas a um passado colonial. No fim, o mistério mal resolvido é sempre mais interessante.
Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 02), dia 05/08/2018, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Embora a poética erótica da fotografia e as relações “afeto-trabalhistas” dessem pistas do que aconteceria , o final é o melhor: as telas de vigilância viram desinibição e puro fun (destaque para o cunete no boy macho). Figurino alinhadíssimo na proposta e narrativa leve, não vi o tempo passar.
Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 02), dia 05/08/2018, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Assumiu como poucos seu local de privilégio. O espelho enquanto ícone controverso, reflexo da natureza e ao mesmo tempo o primário instrumento de colonização. “Ser brasileiro talvez seja a mais vaga e alienante das fantasias”.
Não achei tão caótico assim. O roteiro do filme, embora não as cenas não se "conectem", possui uma linearidade palpável. E eu gostei da forma como parte da alta sociedade londrina foi retratada.
O filme é bom. O terror psicológico e o foco nas relações humanas (que em certas partes do filme chegam a ser de fatos perturbadoras) foi um ponto positivo. Você via a incerteza e o desespero na cara da mãe. Não gostei da forma como apresentaram "o monstro"... achei que ele apareceu de forma meio tosca e que seria melhor caso não trabalhassem com a imagem: quando o espectador não vê, o medo do desconhecido age, e nós, por não termos ciência do que está "do outro lado da tela" acabamos ficando mais instigados e amedrontados. Gostei do final pelo fato que não caiu em nenhum dos dois extremos: não terminou tudo lindo e nem tudo fodido.
Esse filme é ótimo. Divine e John Waters deixando sua maravilhosa marca imunda no cinema. Uma espalhafatosa alegoria do grotesco. O final desse filme é lindo. Dá vontade de levantar de onde estiver e bater palma.
Monstro Deus
3.2 3Ponto alto:
Jesus Cristo, eu estou aqui.
Sem Raiz
2.9 2Vi em Tiradentes. Um dos bons longas que por lá passou.
Hopper Stories
2.9 1Alguém achou a legenda? Plis!
Barbara
3.1 6Se alguém achou a legenda por favor me informe onde!
Doe: Sem Passado
2.9 8 Assista AgoraAlguém achou a legenda em português? Se sim, passa aqui <3
Violet
3.5 3Alguém achou legenda em português?
Xale
3.2 2Pra quê fazer pesquisa genealógica e de arquivo se o bom mesmo é aproveitar uma boa putaria do bom viver? Melhor "Eu" não poderia encontrar.
Sr. Raposo
3.3 3Péssimo. Amo uma iconoclastia mas o diretor não soube costurar.
Corpos padrões, masculinos e na esmagadora maioria brancos em putaria gay com ares de fetichismo. Ainda joga um pseudodebate sobre soropositividade (em meio a tanta visualidade não bem trabalhada) por cima pra dar aquela disfarçada de "militei".
Pecou rude.
O Nó do Diabo
3.0 46 Assista AgoraCom exceção da fotografia e a historinha da cobra que são legais e fora os clichês característicos desse cinema de gênero, também não gostei da moral da história no final:
No fim, o motivo da ruína (econômica e de saúde) daquela família só podia ser os pretos, que jogaram uma maldição eterna. E para esses pretos conseguirem realizar tal façanha, precisou o quilombo inteiro morrer (frisa-se que precisava ser assim), um monte de gente sofrer, sangue ser derramado, só pras branca ter o castigo delas. Continuamos sempre sendo os monstros, as mandingueiras necromantes e nossa ira no fundo é resultado de maledicência. Além do que, num geral, soou filme de homem branco pra militar.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraFilminho uó. Para além da fotografia e da monotonia (não achei tão parado):
- Relação tóxica e doentia entre os protagonistas. Jogos psicológicos, falta de sinceridade, lambeção pra macho hétero e imaturo. O afeto não é pra ser assim, por mais intenso que seja, parem de naturalizar esse tipo de relação. Depois as gay fica sofrendo atrás de boy escroto e não sabe o porquê. Chora mais mona, tá pouco.
- É muito lindo ser homossexual masculina, rica, branca, na Europa e falando três idiomas.
- O plot twist não salvou. No filme o bofe tem cara de quase 40 anos e o outro nem saiu do ensino médio, melhor o pai arranjar um coleguinha da mesma idade do que pegar um sem noção que vai desaparecer e ligar do outro lado do oceano pra falar que tá casado.
- A Marisa, a tal namoradinha, só pagou de otária o filme inteiro.
Já vi o filme há tempos e venho aqui como um apelo: parem! O cinema gay (porque isso não é LGBT nem na puta que pariu) precisa sair do lugar comum.
Negrum3
4.1 8Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 27), 06/12/2019, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Potente, deslumbrante e estimulante. Um dos melhores do festival. Destaque para a performance de Aretha Saddick e o tecno babadeiro agitando o final da sessão. “Já ganhou, já ganhou!”, brinca Marcella Silveira.
O verbo se fez carne
4.0 6Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 27), 06/12/2019, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Performance bafo, domínio dos signos trabalhados. O áudio da catequização ao fundo é tão aterrorizante como escancaradamente perverso.
Sangro
3.7 3Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 27), 06/12/2019, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Temática urgente e trabalho de animação primoroso: uso de diferentes (e analógicos) suportes para o desenho, variadas técnicas e texturas deram fluidez e estimularam a curiosidade plástica.
A mulher que eu era
3.3 2Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 27), 06/12/2019, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
A fina flor do cinema negro contemporâneo. Beleza e simbolismo num realismo fantástico. Criação de novas possibilidades estéticas.
Pacarrete
4.1 106 Assista AgoraCrítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 25), 03/12/2019, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
A protagonista (interpretada por Marcélia Cartaxo, conhecida por seus papéis em A Hora da Estrela e Madame Satã) serviu um acervo de looks bafo.
Certo caricaturismo para manter o humor do filme. Uma nostálgica viva da belle epoque, a tentativa de influência da cultura francesa em terras brasileiras e como hoje esses estrangeirismos ganham um aspecto demodé (ainda bem) mas não perdem sua singularidade.
Pacarrete é controversa, no começo é motivo de risada, ao longo do filme nos vemos em sua incompreensão e sofrimento. Talvez por ser uma personagem ambígua tenha cativado tanto, além de um corpo resistente às convenções na terceira idade, gera um misto de reflexo e solidarização.
Alguns espectadores acharam um pouco longo, de fato: embora o tempo de encontrar seus demônios por vezes seja longo, todo mundo já sabia o final, o que na lógica narrativa ela merecia: um belíssimo número solo.
Apesar de um jeitinho Globo Filmes de se contar história, muitos também se emocionaram e confessaram choro durante a sessão.
Os Jovens Baumann
2.5 27Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 02), dia 05/08/2018, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Descobrir pela primeira vez registros duvidosamente reais, traços de intimidade espontânea. Atores que sairiam de um 90s movie. O comportamento desinibido dos personagens - e sem muita autoironia - garantiram o riso na sessão.
Os pontos altos são as telas azuis: falhas de programação tensionam a curiosidade. A voz da narradora serve de âncora ao manter o suspense.
Poucas coisas são tão atrativas como contar histórias sobre linhagens desconhecidas de famílias burguesas, ainda mais quando atreladas a um passado colonial. No fim, o mistério mal resolvido é sempre mais interessante.
Vigia
3.8 1Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 02), dia 05/08/2018, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Embora a poética erótica da fotografia e as relações “afeto-trabalhistas” dessem pistas do que aconteceria , o final é o melhor: as telas de vigilância viram desinibição e puro fun (destaque para o cunete no boy macho). Figurino alinhadíssimo na proposta e narrativa leve, não vi o tempo passar.
Fantasia de Índio
3.7 1Crítica que escrevi para o Papelão Povera (edição 02), dia 05/08/2018, no Festival de Cinema Primeiro Plano e Mercocidades:
Assumiu como poucos seu local de privilégio. O espelho enquanto ícone controverso, reflexo da natureza e ao mesmo tempo o primário instrumento de colonização. “Ser brasileiro talvez seja a mais vaga e alienante das fantasias”.
Viagem ao Mundo da Alucinação
3.5 44Se o roteiro foi feito pelo Nicholson baseado em suas próprias viagens, imagina a caralhada de bad trip que ele teve! Pe-sa-do, porém maneiro.
Sexo, Escândalos e Celebridades
3.1 6Não achei tão caótico assim. O roteiro do filme, embora não as cenas não se "conectem", possui uma linearidade palpável. E eu gostei da forma como parte da alta sociedade londrina foi retratada.
Bara Prata Lite
3.7 2Muito massa. O absurdo pode parecer tão palpável e te despertar raiva, medo, apreensão e até humor.
Velvet Goldmine
3.9 333 Assista AgoraDá vontade de chorar quando você tá vendo o filme e dá vontade de chorar porque ele acabou.
O Babadook
3.5 2,0KO filme é bom. O terror psicológico e o foco nas relações humanas (que em certas partes do filme chegam a ser de fatos perturbadoras) foi um ponto positivo. Você via a incerteza e o desespero na cara da mãe. Não gostei da forma como apresentaram "o monstro"... achei que ele apareceu de forma meio tosca e que seria melhor caso não trabalhassem com a imagem: quando o espectador não vê, o medo do desconhecido age, e nós, por não termos ciência do que está "do outro lado da tela" acabamos ficando mais instigados e amedrontados. Gostei do final pelo fato que não caiu em nenhum dos dois extremos: não terminou tudo lindo e nem tudo fodido.
Problemas Femininos
4.0 100Esse filme é ótimo. Divine e John Waters deixando sua maravilhosa marca imunda no cinema. Uma espalhafatosa alegoria do grotesco. O final desse filme é lindo. Dá vontade de levantar de onde estiver e bater palma.