Uma salada péssima. Não é boa a ideia de misturar o material original de um autor tão cultuado (e específico) com um pano de fundo que nunca fez parte da obra de Lovecraft instrumentalizada de maneira panfletária. Demonstra ao mesmo tempo uma necessidade mórbida de destruir obras consagradas, e uma dificuldade monstruosa, incompetência mesmo, para construir narrativas, heróis e heroínas originais e carismáticos, mesmo que seja para defender as propostas ideológicas em que acreditam.
Depois de obras como Green Book, que tratou com delicadeza, competência (e de forma original) de assuntos semelhantes aos que esta série tenta tratar de maneira tão mão-pesada e folhetinesca, não há desculpas.
Prós: A fotografia, a direção, a parte técnica como um todo são bem caprichadas e trabalham o tempo todo a serviço da história, sem muito showoff e sem necessidade de nada muito mirabolante em termos de efeitos especiais.
Contras: Por mais que o plot twist tente redimir o filme, sinceramente não compensa a frustração que dá de ver o cara cometendo burrada atrás de burrada enquanto perde tempo construindo (e sendo azucrinado) por robôs pirracentos ao invés de hackear um sistema de backup que não expire tão rápido (ainda mais que tinha prazo pra isso, como vamos descobrindo ao assistir o filme).
Um engodo, de certa forma. Sabendo que se trata de uma série de antologia, a cada temporada é razoável esperar que seja apresentada uma experiência diferente da temporada anterior. Só que em se tratando do gênero do terror, algumas "leis não escritas" parecem fazer com que seja um pouco mais difícil extrapolar certos padrões e ainda assim o resultado ficar realmente bom. Na primeira temporada esse respeito às tradições do terror foi bastante presente, o que resultou em uma experiência de terror muito bem-sucedida.
Já nessa Mansão Bly, à medida que os episódios vão passando, parece que a sensação de desencanto com a série vai aumentando junto também. A impressão é de que te enganaram, que te deram a impressão de que te contariam uma história, e a cada episódio você vai vendo que a história é totalmente outra.
E vale pontuar aqui que não vejo problema em produções que tentam subverter certas convenções do gênero ao qual pertencem. Existem várias que fazem isso com graça e maestria.
O problema é quando a história que eles realmente querem contar é PIOR do que a história que eles pareciam querer te contar antes. É algo muito parecido com te contarem uma mentira, ou uma propaganda enganosa. Nesse sentido, essa temporada foi bem inferior à primeira. Uma pena, porque o destaque dessa temporada, a excelente atriz mirim Amelie Bea Smith, com sua performance perfeitamente esplêndida ;) merecia um cenário melhor pra brilhar.
Conseguiu realizar com habilidade algumas tarefas difíceis.
A primeira é contar uma história de terror consistente e poderosa sem que seu impacto enfraquecesse muito na divisão em vários capítulos. Também conseguiu uma excelente de direção de elenco, onde a sinergia dos atores acabou gerando um resultado maior que a fama ou talento individual de cada um. Desde os mais famosos até os menos famosos, todo mundo trabalhou bem no geral, criando um suporte fantástico de credibilidade na hora de contar a história. E por fim, o roteiro conseguiu trabalhar bem com vários clichês do gênero, dando ao mesmo tempo um ar de frescor a uma história de terror sem mudar demais os padrões a ponto de ficar parecendo algo muito destoante desse estilo de obra.
Não é uma série perfeita, tem um escorregão aqui ou ali, mas os pontos positivos ultrapassam e muito. Uma ótima primeira temporada.
Joseph Gordon-Lewitt, Jamie Foxx e uma grana de efeitos especiais até bons sendo desperdiçados em um verdadeiro lixo. Roteiro forçado e imbecilizado. Glorificação do tráfico de drogas praticado por adolescentes. Apologia explícita a um coitadismo disfarçado de "justiça social". Tudo isso jogado numa história mal contada e cheia de furos narrativos, com momentos cringe de tão mal feitos.
Ótimo por contar com boas atuações, numa média bem alta e com atores seguros e competentes; e uma direção segura, direção de arte e parte técnica muito bem ajustadas à história que tem pra contar. Além disso, um roteiro correto, que toca o (longo) fime num ritmo que não cansa, sem cair nos frequentes erros e na pobreza de texto que ficaram muito comuns nas produções dessa última década.
E péssimo no sentido do pessimismo mesmo! Por ser talvez um dos filmes mais deprimentes que já assisti. Não é uma desgraceira total no nível do drama insuportável tipo aquele Amaldiçoada (2016) com a Dakota Fanning, nem uma história absurda onde fica claro que o objetivo seja simplesmente chocar ou elevar a barra de "quem faz o filme mais triste". O caso aqui é se tratar de um filme em cuja história em si não há sequer um indício de curva dramática, nenhum momento de respiro, nenhuma compensação ou folga pra algo bom ocorrer. É um relato sofrido de amargura, tristeza, negatividade e desesperança, que vai se desenrolando na tela numa espiral lenta e descendente para um abismo negro e sem fundo. É o mal sutilmente dando porrada no bem o tempo todo até que não sobre nada. O título original em inglês é apropriadíssimo. É o capeta o tempo todo mesmo e pronto.
Jamie Lannister bêbado se junta com a mulher do Thomas Shelby em Peaky Blinders.
Ele, um ex-especialista em controle ambiental de espécies, amargurado desde que perdeu a filha, e ela uma policial que se acha a última coca-cola do deserto (no caso, da floresta) mas investiga os crimes igual a cara dela. Ambos tem que cooperar (da maneira menos cooperativa que eu já vi) pra tentarem prender um assassino que bate o recorde de "o criminoso mais quer ser pego no mundo", pois pratica caçada humana numa região onde todo mundo se conhece e com um método absolutamente precário.
Era pra ser um thriller policial/suspense até bom, mas por conta de um roteiro mequetrefe. A cena do balde de tinta (não se preocupe, se você ver, você vai saber qual é) me deu vontade de dar uma surra de botijão de gás no roteirista. Os personagens também foram escritos de forma bem irregular. Embora os atores em si não trabalhem mal, o texto é bem fraco mesmo, dando a eles pouco pra trabalhar em cima. Junte-se isso a algumas tentativas de plot twists altamente deselegantes, feitas com uma mão pesadíssima e também uma direção meio estranha (algumas cenas de luta e perseguição na floresta não fazem o menor sentido - a situação do balde já era ridícula como recurso de roteiro, e a edição avacalhou mais ainda) fazem com que o filme renda muito menos do que deveria render. A história em si não é ruim, a ambientação é adequada, e a produção contou com atores competentes. Mas o roteiro indigente cagou o filme, infelizmente.
Uma série e tanto, do tipo faz pouco barulho, não se propagandeia muito, promete pouco mas entrega muito. Acima da média do que se tem feito ultimamente. Bota no chinelo a absoluta maioria das séries paparicadas pela lacrolândia juvenil.
E que vai crescendo á medida que a história avança. Excelentes atuações. Kevin Costner ultra-hiper-à vontade na pele do patriarca do rancho, enquanto os intérpretes de seus filhos fazem um excelente trabalho, criando um núcleo familiar complexo, tridimensional e com dramas pessoais de fazer inveja a muito novelão por aí. Parte técnica, direção, fotografia, tudo de primeira linha. A fotografia especialmente, ajuda e muito a reforçar aquela linguagem "western" onde os planos, o enquadramento das paisagens, e o uso do ambiente e do cenário como um personagem à parte acaba sendo algo imprescindível para compor uma melhor experiência.
E, justiça seja feita... Rip é disparado o melhor papel da carreira do Cole Hauser. O cara sempre foi c-list total mas nessa série ele pegou um puta personagem e combinou com uma puta interpretação. Consegue bater uma bola de altíssimo nível com a Kelly Reilly, que é especialista em fazer papéis de "mulher fodona". Se fosse um ator ruim essa parceria seria uma catástrofe, mas Rip e Beth são um dos pares mais interessantes de personagens da série.
Fiquei puto. Os caras conseguem pegar duas atuações excelentes (Willem Dafoe um monstro, como na maioria das vezes, e o Pattinson conseguindo ficar à altura do veterano sem deixar a peteca cair) e um filme belo, visualmente poético, com um rigor técnico e estilístico impecável e desperdiçar tudo isso em um roteiro merda, pretensioso e empata-foda.
Quer falar sobre loucura? Quer fazer um filme sobre um mergulho em espiral às profundezas mais sórdidas da psique humana? Beleza, faz. Mas faz com um roteiro menos jogado, menos "ah, interpreta aí do jeito que tu quiser e foda-se, parceiro".
Uma estrela e meia em respeito ao trabalho do Pattinson e do Dafoe, que tiraram leite de pedra nesse que é um dos filmes mais frustrantes e overrated que vi nos últimos tempos.
Não importa o quanto a direção de arte, trilha sonora e efeitos especiais "radicais", baseados na estética gamer, tentem disfarçar. Por mais estiloso que seja, o roteiro é fraco, a suspensão de descrença é estuprada (por mais que o filme se proponha absurdo, esse abuso da suspensão cansa em menos de 15 minutos), as tentativas de humor são bem pouco engraçadas, e o desenvolvimento de personagens é pífio.
Talvez o que tenha me desagradado mais é o fato de terem tentado fazer um filme com as mesmas intenções de um Adrenalina (Crank -2006) e não terem conseguido. Por mais que a parte gráfica tenha sido muito competente, os 14 anos que separam os dois filmes deveriam ter ensinado alguma coisa. Se Crank tinha a proposta de ser tão descompromissado e besteirol como esse, com um Jason Statham fazendo as caretas mais loucas de sua carreira, em Guns Akimbo tudo que sobra é o estilo.
Embora o Harry Potter não decepcione na atuação, seu personagem é escrito de forma sofrível, não deixando muito espaço de manobra. E a garota, coitada fazendo o mesmo papel de "a fodona sem explicação" que parece ter um fator de cura mais forte que o do Wolverine, é a mesma do outro filme da noiva que foge, repetitivo que só, (parece que só pra lacrolândia aplaudir) é dose.
Ganha nota só pelo visual, que é matador. O resto, é de jogar no lixo.
Uma mistura de Matrix com Inception (A Origem), feita na Rússia. À primeira vista, alguém poderia pensar: "pronto, vai ser uma bomba", mas não. A união de uma direção de arte imaginativa, efeitos visuais competentes e um roteiro e enredo interessantes (na premissa) e enxutos (na execução), conseguem fazer o filme divertir, gerar interesse e prender a atenção. O que pode-se dizer que é mais do que muitas produções hollywoodianas e muito mais badaladas conseguem atualmente. Vale a pena dar uma conferida.
Um baita filme de guerra. Uma excelente direção e trabalho técnico que consegue criar um clima de tensão e ambientação, naquela linha mais tensa e realista de um Resgate do Soldado Ryan ou um Corações de Ferro.
O ritmo e o clima de tensão é mantido com maestria do início ao fim, sem refresco ao espectador. A natural característica de uma caça a submarino em uma missão de escolta num atlântico norte sombrio e tempestuoso, a fama implacável dos U-Boats alemães, os momentos de indecisão e insegurança do capitão, todos esses elementos são utilizados como peças de precisão em um mecanismo que se ajusta para fazer o filme funcionar bem como um todo.
Outro ponto a se destacar é a magistral utilização de efeitos sonoros precisos, sem exageros de volume ou surpresa a la jumpscare de filme de terror, contribui muito para transmitir a sensação de medo do perigo invisível. Lembrou muito o tratamento sonoro magistral que contribuiu muito para o sucesso da série Chernobyl. A "presença" do submarino alemão traduzida por uma distinta voz que fala ao rádio também é um outro elemento que enriquece demais a dramaticidade da situação, tornando o inimigo invisível mais presente até do que se o tivessem mostrado claramente, numa tomada interna.
Um festival (trocadilho, por favor) de referências, autorreferências, influências (outro trocadilho, por favor) e simbologias pra todos os gostos, desde as mais óbvias às mais tortuosas. Não deixa de ser uma obra interessante, mas não vejo como o tipo de filme para agradar a todos os gostos.
Fica ali num terreno enevoado entre os desconfortos humanos de um Aronofsky, as viagens meio lisérgicas de um cinema com tintas Jodorowskyanas e um cenário que remete imediatamente a uma vibe de Wicker Man só que num setting nórdico-pagão.
Embora a construção dos personagens seja um tanto irregular, gerando uma certa inconsistência entre as questões de motivação e construção de personalidade, é na direção, na direção de arte, na cinematografia cuidadosa e na fotografia precisa (e belíssima) que o filme brilha.
Desnecessário entrar na miríade de detalhes pra quem não viu, bastando dizer que é um filme impactante (com o mérito de fazer isso sem precisar exagerar demais nem forçar em nada a mão), e de certa forma uma inversão de um grande clichê de gênero que torna seu terror ainda mais peculiar: quando o filme começa com choro e termina com gargalhadas, e isso parece até mais aterrorizante que o contrário.
Deixando de lado a babação de ovo emocionada das pocpocs por causa de um beijo gay, vamos à realidade: é um filme que promete muito mais que cumpre. Tem uma premissa muito boa, mas uma execução genérica e um desenvolvimento de personagens extremamente irregular. Traço que se faz sentir mais justamente onde seria mais necessário: na protagonista. Charlize Theron trabalha no automático, repete caras e bocas que já usou tanto em diversas "personagens fodonas" em sua carreira, que acaba esvaziando uma personagem que deveria ser (tanto escrita quanto atuada) de forma infinitamente mais complexa pra render tudo que a história original merecia.
Tirando o fanatismo irracional e a torcida-só-pela-torcida da lacrolândia, sobrou apenas um filme de ação com boas cenas, mas que não traz nada de novo na forma, e não apresenta bem o que tem de novo no conteúdo. Uma pena, tinha potencial pra ser melhor.
A tentativa de fazer um filme de vingança/espionagem com referências a Nikita, Atômica e outros do gênero "agente secreta durona e chutadora de bundas" não passou de um veículo pra tentar convencer que a Blake Lively pode fazer um papel desassociado da imagem Gossip Girls.
O problema é que além de um roteiro um tanto previsível, a construção de personagens é péssima, a começar pela protagonista-clichê que tem um arco de transformação muito pouco convincente. De forma geral, o roteiro também tem péssimas escolhas, tornando o filme incapaz de convencer. Embora na parte técnica seja eficientemente realizado, com boas cenas de luta, ação e perseguição, a falta de uma trama que gere mais interesse enfraquece demais o filme.
• Um cara que cria uma onça (ou um tigre, ou uma pantera, o filme é tão baixo orçamento que não mostra o bicho direito em NENHUMA cena) em um apartamento e não tem um fornecedor de carne e precisa ir ao supermercado comprar quilos e mais quilos de carne não tem a menor noção do que está fazendo... assim como o roteirista desse filme.
• Tiras novaiorquinos em depressão porque cometeram um erro grave em vez de se aposentar, tirar férias ou fazer terapia, vão ser tiras em Porto Rico.
• Convenientemente um único edifício simples em Porto Rico abriga um tesouro incalculável em obras de arte num apartamento, um policial fodão aposentado em outro, um maluco que cria uma onça em outro, um ex-agente da NSA que tem um apê recheado de armas em outro, um médico que tem todos os remédios e apetrechos necessários pras necessidades dos personagens em outro, e parece que tá tudo bem pro roteirista...
• O vilão psicopata malvadão mata facilmente e sem pensar duas vezes até mesmo seus capangas, mas deixa os policiais vivos até o fim, mesmo tendo trocentas chances de matá-los.
• O vilão psicopata malvadão que mata até capangas sem pensar duas vezes, assim como seus capangas, dá um monte de tiro nos policiais quando está de longe, mas quando chega perto, só os rende e fica empurrando eles pra cima e pra baixo no prédio.
• O policial aposentado com sérios problemas renais, e o pé quase na cova a ponto da filha querer interná-lo, quando veste um colete à prova de balas que estava no armário consegue não só levantar mas sair dando porrada em todo mundo.
• O vilão psicopata malvadão tem capangas que aparecem e desaparecem sem absolutamente nenhuma explicação, dependendo da necessidade do momento do roteiro.
• O roteirista acha o público tão idiota, mas tão idiota que não bastou dar uma pista gigante da utilidade futura da onça lá no início do filme. Teve depois que botar um BONECO com a roupa toda rasgada lá no terceiro ato pra lembrar da questão.
• Mel Gibson parece que teve seu cachê pago em cachaça pra fazer esse filme.
Se você olhar separadamente, nada nesse filme é espetacular. Mas tudo junto, somado, amarrado por um dos roteiros mais redondos que já vi, é impressionante como a sinergia acontece.
Podia ter sido tão melhor... Não sei se foi a babação de ovo que tem sido feita em cima desse filme, mas ficou bem abaixo do que eu esperava. O que não deixa de ser uma pena, porque o filme até tem alguns elementos inovadores e dignos de crédito, e uma excelente premissa. Poderia realmente ser bem melhor do que foi, tinha potencial pra isso.
Só que o desenvolvimento do roteiro e principalmente de alguns personagens peca por uma irregularidade incômoda. A trama também é irregular e embora simples, tem aspectos mal explicados no primeiro e segundo atos que necessitam de uma explicação apressada e meio mambembe no terceiro ato. E falando em terceiro ato, outro problema é a irregularidade com que o filme começa com uma carga de suspense, passa pelo terror, flerta com o gore e acaba praticamente como uma comédia. E no meio disso tudo, vários momentos onde se estupra a suspensão de descrença (tipo ferimentos horríveis que a protagonista ignora completamente 5 minutos depois que acontecem) por pura preguiça dos roteiristas criarem situações menos absurdas, deixando a trama fluir melhor por si só.
Um filme descompromissado e honestinho...melhor que muitos terrores pretensamente sérios que tem saído por aí e flopado um atrás do outro. Em alguns momentos lembra muito o ritmo e a pegada dos filmes dos anos 80. Tem personagens adolescentes críveis, boas atuações no geral e uma produção até caprichada dentro das circunstâncias, considerando-se que é um filme de orçamento relativamente baixo. Pobre, porém bem limpinho. Se for assistido sem muita expectativa dá até pra surpreender.
Tinha uma pequena chance de sucesso com a proposta de humor negro, misturar crianças na trama pra forçar uma situação-limite no humor e tal... mas acaba ficando pelo caminho por conta de:
- O personagem do Alexander England idiotizado ao extremo, pra forçar (de maneira artificial) um super-heroísmo (desnecessário) da personagem da Lupita, visto que ela em perspectiva já pareceria um ser humano mais digno que ele sem esse exagero de imbecilidade. Ficou parecendo pura pagação de pedágio praquelas agendas onipresentes (e chatíssimas de tão forçadas) no cinema atual; - A falta completa de química entre o "par romântico"; - O exagero na desagradabilidade e no caricatural do personagem do Josh Gad (porra, piada de vômito, repetida, em um filme de zumbi que já é naturalmente gosmento? Pra que, né?; - a "background story" da personagem da Lupita, que se combinada com a música que toca nos créditos faz tudo ficar mais aterrorizante que qualquer coisa que tenha acontecido no filme.
No fim, se não tivessem errado várias vezes no tom, teria saído um filme até divertido... mas faiô.
Quase deu. Um road movie pós apocalíptico, uma mistura de Walking Dead (sem zumbis) com Warriors - Os Selvagens da Noite e algumas pitadas de The Purge e Mad Max, que tem vários elementos certinhos, um roteiro até coerente com a história e a premissa, mas que no geral, deixa a desejar.
Talvez seja a falta de empatia pelo casal de protagonistas, que começa o filme fazendo cara de broa um pro outro (e que só resolvem seus problemas pessoais lá pro fim do segundo ato, tarde demais). Talvez seja a produção meio pobrinha, que não conseguiu criar uma atmosfera capaz de transmitir a ameaça desse mundo pós-apocalíptico. Coisa que até um seriado como Walking Dead muitas vezes consegue fazer melhor. Ou talvez seja o fato de ter se inspirado em uma gama tão grande de produções que tem coisas tão melhores, que acaba se saindo pior em qualquer comparação. Mesmo que não seja tão ruim assim. Mas bom, bom, também não é.
Série slow burner, com um trabalho artístico e estilístico primoroso por trás. Pra quem já conhecia (e apreciava) o trabalho do Alex Garland, não é uma grande novidade no sentido estético. Mas a proposta da série é audaciosa, e fornece um excelente nível de food for thought. A pegada filosófica é a grande jogada. Com um tom intimista, quase meditativo, Devs consegue alcançar um grau de reflexão e de explodição de cabeça que produções hypadas (muitas vezes exageradamente) como Westworld (pra citar uma) muitas vezes tentaram e nem sempre conseguiram.
Não é uma série para todos, mas definitivamente é um negócio muito especial. Quem tiver olhos pra ver, vai saber do que estou falando.
Dentre muitas, destaco aqui de memória a cena da conversa do Kenton com o Jamie no E05. É de um primor de texto e direção, de construção de atmosfera, de tensão, coisa de primeira categoria.
Não sei se foi a direção de quinta categoria, as péssimas atuações, o roteiro mambembe, os diálogos paupérrimos, as cenas de luta risíveis ou se foi simplesmente o Mickey Rourke (usando uma maquiagem ridícula e uma manicure que ultrapassa todos os níveis de inexatidão histórica) não conseguindo sequer pronunciar corretamente o nome "Caligula"...
Só sei que alguma dentre essas coisas me motivou a vir aqui dizer pra fugirem desse filme com todas as fibras de suas almas, porque é uma bosta e das grandes.
Mais uma vez o cinema espanhol fazendo um agrado ao respeitável público. Um filme divertido, leve, e bastante imaginativo, um tapa e tanto na rotina das comédias rotineiras.
Lovecraft Country (1ª Temporada)
4.1 404Uma salada péssima. Não é boa a ideia de misturar o material original de um autor tão cultuado (e específico) com um pano de fundo que nunca fez parte da obra de Lovecraft instrumentalizada de maneira panfletária. Demonstra ao mesmo tempo uma necessidade mórbida de destruir obras consagradas, e uma dificuldade monstruosa, incompetência mesmo, para construir narrativas, heróis e heroínas originais e carismáticos, mesmo que seja para defender as propostas ideológicas em que acreditam.
Depois de obras como Green Book, que tratou com delicadeza, competência (e de forma original) de assuntos semelhantes aos que esta série tenta tratar de maneira tão mão-pesada e folhetinesca, não há desculpas.
O Protótipo
3.2 67 Assista AgoraPrós:
A fotografia, a direção, a parte técnica como um todo são bem caprichadas e trabalham o tempo todo a serviço da história, sem muito showoff e sem necessidade de nada muito mirabolante em termos de efeitos especiais.
Contras:
Por mais que o plot twist tente redimir o filme, sinceramente não compensa a frustração que dá de ver o cara cometendo burrada atrás de burrada enquanto perde tempo construindo (e sendo azucrinado) por robôs pirracentos ao invés de hackear um sistema de backup que não expire tão rápido (ainda mais que tinha prazo pra isso, como vamos descobrindo ao assistir o filme).
A Maldição da Mansão Bly
3.9 924 Assista AgoraUm engodo, de certa forma. Sabendo que se trata de uma série de antologia, a cada temporada é razoável esperar que seja apresentada uma experiência diferente da temporada anterior. Só que em se tratando do gênero do terror, algumas "leis não escritas" parecem fazer com que seja um pouco mais difícil extrapolar certos padrões e ainda assim o resultado ficar realmente bom. Na primeira temporada esse respeito às tradições do terror foi bastante presente, o que resultou em uma experiência de terror muito bem-sucedida.
Já nessa Mansão Bly, à medida que os episódios vão passando, parece que a sensação de desencanto com a série vai aumentando junto também. A impressão é de que te enganaram, que te deram a impressão de que te contariam uma história, e a cada episódio você vai vendo que a história é totalmente outra.
E vale pontuar aqui que não vejo problema em produções que tentam subverter certas convenções do gênero ao qual pertencem. Existem várias que fazem isso com graça e maestria.
O problema é quando a história que eles realmente querem contar é PIOR do que a história que eles pareciam querer te contar antes. É algo muito parecido com te contarem uma mentira, ou uma propaganda enganosa. Nesse sentido, essa temporada foi bem inferior à primeira. Uma pena, porque o destaque dessa temporada, a excelente atriz mirim Amelie Bea Smith, com sua performance perfeitamente esplêndida ;) merecia um cenário melhor pra brilhar.
A Maldição da Residência Hill
4.4 1,4K Assista AgoraConseguiu realizar com habilidade algumas tarefas difíceis.
A primeira é contar uma história de terror consistente e poderosa sem que seu impacto enfraquecesse muito na divisão em vários capítulos. Também conseguiu uma excelente de direção de elenco, onde a sinergia dos atores acabou gerando um resultado maior que a fama ou talento individual de cada um. Desde os mais famosos até os menos famosos, todo mundo trabalhou bem no geral, criando um suporte fantástico de credibilidade na hora de contar a história. E por fim, o roteiro conseguiu trabalhar bem com vários clichês do gênero, dando ao mesmo tempo um ar de frescor a uma história de terror sem mudar demais os padrões a ponto de ficar parecendo algo muito destoante desse estilo de obra.
Não é uma série perfeita, tem um escorregão aqui ou ali, mas os pontos positivos ultrapassam e muito. Uma ótima primeira temporada.
Power
3.0 434 Assista AgoraJoseph Gordon-Lewitt, Jamie Foxx e uma grana de efeitos especiais até bons sendo desperdiçados em um verdadeiro lixo. Roteiro forçado e imbecilizado. Glorificação do tráfico de drogas praticado por adolescentes. Apologia explícita a um coitadismo disfarçado de "justiça social". Tudo isso jogado numa história mal contada e cheia de furos narrativos, com momentos cringe de tão mal feitos.
O Diabo de Cada Dia
3.8 1,0K Assista AgoraO filme é ótimo E péssimo.
Ótimo por contar com boas atuações, numa média bem alta e com atores seguros e competentes; e uma direção segura, direção de arte e parte técnica muito bem ajustadas à história que tem pra contar. Além disso, um roteiro correto, que toca o (longo) fime num ritmo que não cansa, sem cair nos frequentes erros e na pobreza de texto que ficaram muito comuns nas produções dessa última década.
E péssimo no sentido do pessimismo mesmo! Por ser talvez um dos filmes mais deprimentes que já assisti. Não é uma desgraceira total no nível do drama insuportável tipo aquele Amaldiçoada (2016) com a Dakota Fanning, nem uma história absurda onde fica claro que o objetivo seja simplesmente chocar ou elevar a barra de "quem faz o filme mais triste". O caso aqui é se tratar de um filme em cuja história em si não há sequer um indício de curva dramática, nenhum momento de respiro, nenhuma compensação ou folga pra algo bom ocorrer. É um relato sofrido de amargura, tristeza, negatividade e desesperança, que vai se desenrolando na tela numa espiral lenta e descendente para um abismo negro e sem fundo. É o mal sutilmente dando porrada no bem o tempo todo até que não sobre nada. O título original em inglês é apropriadíssimo. É o capeta o tempo todo mesmo e pronto.
Só assista se estiver (muito) bem de cabeça.
Caça Mortal
3.0 84 Assista AgoraJamie Lannister bêbado se junta com a mulher do Thomas Shelby em Peaky Blinders.
Ele, um ex-especialista em controle ambiental de espécies, amargurado desde que perdeu a filha, e ela uma policial que se acha a última coca-cola do deserto (no caso, da floresta) mas investiga os crimes igual a cara dela. Ambos tem que cooperar (da maneira menos cooperativa que eu já vi) pra tentarem prender um assassino que bate o recorde de "o criminoso mais quer ser pego no mundo", pois pratica caçada humana numa região onde todo mundo se conhece e com um método absolutamente precário.
Era pra ser um thriller policial/suspense até bom, mas por conta de um roteiro mequetrefe. A cena do balde de tinta (não se preocupe, se você ver, você vai saber qual é) me deu vontade de dar uma surra de botijão de gás no roteirista. Os personagens também foram escritos de forma bem irregular. Embora os atores em si não trabalhem mal, o texto é bem fraco mesmo, dando a eles pouco pra trabalhar em cima. Junte-se isso a algumas tentativas de plot twists altamente deselegantes, feitas com uma mão pesadíssima e também uma direção meio estranha (algumas cenas de luta e perseguição na floresta não fazem o menor sentido - a situação do balde já era ridícula como recurso de roteiro, e a edição avacalhou mais ainda) fazem com que o filme renda muito menos do que deveria render. A história em si não é ruim, a ambientação é adequada, e a produção contou com atores competentes. Mas o roteiro indigente cagou o filme, infelizmente.
Yellowstone (1ª Temporada)
4.1 76 Assista AgoraUma série e tanto, do tipo faz pouco barulho, não se propagandeia muito, promete pouco mas entrega muito. Acima da média do que se tem feito ultimamente. Bota no chinelo a absoluta maioria das séries paparicadas pela lacrolândia juvenil.
E que vai crescendo á medida que a história avança. Excelentes atuações. Kevin Costner ultra-hiper-à vontade na pele do patriarca do rancho, enquanto os intérpretes de seus filhos fazem um excelente trabalho, criando um núcleo familiar complexo, tridimensional e com dramas pessoais de fazer inveja a muito novelão por aí. Parte técnica, direção, fotografia, tudo de primeira linha. A fotografia especialmente, ajuda e muito a reforçar aquela linguagem "western" onde os planos, o enquadramento das paisagens, e o uso do ambiente e do cenário como um personagem à parte acaba sendo algo imprescindível para compor uma melhor experiência.
E, justiça seja feita... Rip é disparado o melhor papel da carreira do Cole Hauser. O cara sempre foi c-list total mas nessa série ele pegou um puta personagem e combinou com uma puta interpretação. Consegue bater uma bola de altíssimo nível com a Kelly Reilly, que é especialista em fazer papéis de "mulher fodona". Se fosse um ator ruim essa parceria seria uma catástrofe, mas Rip e Beth são um dos pares mais interessantes de personagens da série.
O Farol
3.8 1,6K Assista AgoraFiquei puto. Os caras conseguem pegar duas atuações excelentes (Willem Dafoe um monstro, como na maioria das vezes, e o Pattinson conseguindo ficar à altura do veterano sem deixar a peteca cair) e um filme belo, visualmente poético, com um rigor técnico e estilístico impecável e desperdiçar tudo isso em um roteiro merda, pretensioso e empata-foda.
Quer falar sobre loucura? Quer fazer um filme sobre um mergulho em espiral às profundezas mais sórdidas da psique humana? Beleza, faz. Mas faz com um roteiro menos jogado, menos "ah, interpreta aí do jeito que tu quiser e foda-se, parceiro".
Uma estrela e meia em respeito ao trabalho do Pattinson e do Dafoe, que tiraram leite de pedra nesse que é um dos filmes mais frustrantes e overrated que vi nos últimos tempos.
Armas em Jogo
3.1 202 Assista AgoraNão importa o quanto a direção de arte, trilha sonora e efeitos especiais "radicais", baseados na estética gamer, tentem disfarçar. Por mais estiloso que seja, o roteiro é fraco, a suspensão de descrença é estuprada (por mais que o filme se proponha absurdo, esse abuso da suspensão cansa em menos de 15 minutos), as tentativas de humor são bem pouco engraçadas, e o desenvolvimento de personagens é pífio.
Talvez o que tenha me desagradado mais é o fato de terem tentado fazer um filme com as mesmas intenções de um Adrenalina (Crank -2006) e não terem conseguido. Por mais que a parte gráfica tenha sido muito competente, os 14 anos que separam os dois filmes deveriam ter ensinado alguma coisa. Se Crank tinha a proposta de ser tão descompromissado e besteirol como esse, com um Jason Statham fazendo as caretas mais loucas de sua carreira, em Guns Akimbo tudo que sobra é o estilo.
Embora o Harry Potter não decepcione na atuação, seu personagem é escrito de forma sofrível, não deixando muito espaço de manobra. E a garota, coitada fazendo o mesmo papel de "a fodona sem explicação" que parece ter um fator de cura mais forte que o do Wolverine, é a mesma do outro filme da noiva que foge, repetitivo que só, (parece que só pra lacrolândia aplaudir) é dose.
Ganha nota só pelo visual, que é matador. O resto, é de jogar no lixo.
Coma - A Dimensão do Futuro
3.1 51 Assista AgoraUma mistura de Matrix com Inception (A Origem), feita na Rússia. À primeira vista, alguém poderia pensar: "pronto, vai ser uma bomba", mas não.
A união de uma direção de arte imaginativa, efeitos visuais competentes e um roteiro e enredo interessantes (na premissa) e enxutos (na execução), conseguem fazer o filme divertir, gerar interesse e prender a atenção. O que pode-se dizer que é mais do que muitas produções hollywoodianas e muito mais badaladas conseguem atualmente. Vale a pena dar uma conferida.
Greyhound: Na Mira do Inimigo
3.3 248 Assista AgoraUm baita filme de guerra. Uma excelente direção e trabalho técnico que consegue criar um clima de tensão e ambientação, naquela linha mais tensa e realista de um Resgate do Soldado Ryan ou um Corações de Ferro.
O ritmo e o clima de tensão é mantido com maestria do início ao fim, sem refresco ao espectador. A natural característica de uma caça a submarino em uma missão de escolta num atlântico norte sombrio e tempestuoso, a fama implacável dos U-Boats alemães, os momentos de indecisão e insegurança do capitão, todos esses elementos são utilizados como peças de precisão em um mecanismo que se ajusta para fazer o filme funcionar bem como um todo.
Outro ponto a se destacar é a magistral utilização de efeitos sonoros precisos, sem exageros de volume ou surpresa a la jumpscare de filme de terror, contribui muito para transmitir a sensação de medo do perigo invisível. Lembrou muito o tratamento sonoro magistral que contribuiu muito para o sucesso da série Chernobyl. A "presença" do submarino alemão traduzida por uma distinta voz que fala ao rádio também é um outro elemento que enriquece demais a dramaticidade da situação, tornando o inimigo invisível mais presente até do que se o tivessem mostrado claramente, numa tomada interna.
Dos mais bem-feitos dos últimos tempos.
Midsommar: O Mal Não Espera a Noite
3.6 2,8K Assista AgoraUm festival (trocadilho, por favor) de referências, autorreferências, influências (outro trocadilho, por favor) e simbologias pra todos os gostos, desde as mais óbvias às mais tortuosas. Não deixa de ser uma obra interessante, mas não vejo como o tipo de filme para agradar a todos os gostos.
Fica ali num terreno enevoado entre os desconfortos humanos de um Aronofsky, as viagens meio lisérgicas de um cinema com tintas Jodorowskyanas e um cenário que remete imediatamente a uma vibe de Wicker Man só que num setting nórdico-pagão.
Embora a construção dos personagens seja um tanto irregular, gerando uma certa inconsistência entre as questões de motivação e construção de personalidade, é na direção, na direção de arte, na cinematografia cuidadosa e na fotografia precisa (e belíssima) que o filme brilha.
Desnecessário entrar na miríade de detalhes pra quem não viu, bastando dizer que é um filme impactante (com o mérito de fazer isso sem precisar exagerar demais nem forçar em nada a mão), e de certa forma uma inversão de um grande clichê de gênero que torna seu terror ainda mais peculiar: quando o filme começa com choro e termina com gargalhadas, e isso parece até mais aterrorizante que o contrário.
The Old Guard
3.5 663 Assista AgoraDeixando de lado a babação de ovo emocionada das pocpocs por causa de um beijo gay, vamos à realidade: é um filme que promete muito mais que cumpre. Tem uma premissa muito boa, mas uma execução genérica e um desenvolvimento de personagens extremamente irregular. Traço que se faz sentir mais justamente onde seria mais necessário: na protagonista. Charlize Theron trabalha no automático, repete caras e bocas que já usou tanto em diversas "personagens fodonas" em sua carreira, que acaba esvaziando uma personagem que deveria ser (tanto escrita quanto atuada) de forma infinitamente mais complexa pra render tudo que a história original merecia.
Tirando o fanatismo irracional e a torcida-só-pela-torcida da lacrolândia, sobrou apenas um filme de ação com boas cenas, mas que não traz nada de novo na forma, e não apresenta bem o que tem de novo no conteúdo. Uma pena, tinha potencial pra ser melhor.
O Ritmo da Vingança
2.5 72 Assista AgoraA tentativa de fazer um filme de vingança/espionagem com referências a Nikita, Atômica e outros do gênero "agente secreta durona e chutadora de bundas" não passou de um veículo pra tentar convencer que a Blake Lively pode fazer um papel desassociado da imagem Gossip Girls.
O problema é que além de um roteiro um tanto previsível, a construção de personagens é péssima, a começar pela protagonista-clichê que tem um arco de transformação muito pouco convincente. De forma geral, o roteiro também tem péssimas escolhas, tornando o filme incapaz de convencer. Embora na parte técnica seja eficientemente realizado, com boas cenas de luta, ação e perseguição, a falta de uma trama que gere mais interesse enfraquece demais o filme.
A Força da Natureza
1.9 156Coisas que aprendi com Force of Nature:
• Um cara que cria uma onça (ou um tigre, ou uma pantera, o filme é tão baixo orçamento que não mostra o bicho direito em NENHUMA cena) em um apartamento e não tem um fornecedor de carne e precisa ir ao supermercado comprar quilos e mais quilos de carne não tem a menor noção do que está fazendo... assim como o roteirista desse filme.
• Tiras novaiorquinos em depressão porque cometeram um erro grave em vez de se aposentar, tirar férias ou fazer terapia, vão ser tiras em Porto Rico.
• Convenientemente um único edifício simples em Porto Rico abriga um tesouro incalculável em obras de arte num apartamento, um policial fodão aposentado em outro, um maluco que cria uma onça em outro, um ex-agente da NSA que tem um apê recheado de armas em outro, um médico que tem todos os remédios e apetrechos necessários pras necessidades dos personagens em outro, e parece que tá tudo bem pro roteirista...
• O vilão psicopata malvadão mata facilmente e sem pensar duas vezes até mesmo seus capangas, mas deixa os policiais vivos até o fim, mesmo tendo trocentas chances de matá-los.
• O vilão psicopata malvadão que mata até capangas sem pensar duas vezes, assim como seus capangas, dá um monte de tiro nos policiais quando está de longe, mas quando chega perto, só os rende e fica empurrando eles pra cima e pra baixo no prédio.
• O policial aposentado com sérios problemas renais, e o pé quase na cova a ponto da filha querer interná-lo, quando veste um colete à prova de balas que estava no armário consegue não só levantar mas sair dando porrada em todo mundo.
• O vilão psicopata malvadão tem capangas que aparecem e desaparecem sem absolutamente nenhuma explicação, dependendo da necessidade do momento do roteiro.
• O roteirista acha o público tão idiota, mas tão idiota que não bastou dar uma pista gigante da utilidade futura da onça lá no início do filme. Teve depois que botar um BONECO com a roupa toda rasgada lá no terceiro ato pra lembrar da questão.
• Mel Gibson parece que teve seu cachê pago em cachaça pra fazer esse filme.
• O filme é uma bosta.
O Golpe Perfeito
3.4 5Se você olhar separadamente, nada nesse filme é espetacular. Mas tudo junto, somado, amarrado por um dos roteiros mais redondos que já vi, é impressionante como a sinergia acontece.
Casamento Sangrento
3.5 949 Assista AgoraPodia ter sido tão melhor... Não sei se foi a babação de ovo que tem sido feita em cima desse filme, mas ficou bem abaixo do que eu esperava. O que não deixa de ser uma pena, porque o filme até tem alguns elementos inovadores e dignos de crédito, e uma excelente premissa. Poderia realmente ser bem melhor do que foi, tinha potencial pra isso.
Só que o desenvolvimento do roteiro e principalmente de alguns personagens peca por uma irregularidade incômoda. A trama também é irregular e embora simples, tem aspectos mal explicados no primeiro e segundo atos que necessitam de uma explicação apressada e meio mambembe no terceiro ato. E falando em terceiro ato, outro problema é a irregularidade com que o filme começa com uma carga de suspense, passa pelo terror, flerta com o gore e acaba praticamente como uma comédia. E no meio disso tudo, vários momentos onde se estupra a suspensão de descrença (tipo ferimentos horríveis que a protagonista ignora completamente 5 minutos depois que acontecem) por pura preguiça dos roteiristas criarem situações menos absurdas, deixando a trama fluir melhor por si só.
A Bruxa da Casa ao Lado
2.7 150Um filme descompromissado e honestinho...melhor que muitos terrores pretensamente sérios que tem saído por aí e flopado um atrás do outro. Em alguns momentos lembra muito o ritmo e a pegada dos filmes dos anos 80. Tem personagens adolescentes críveis, boas atuações no geral e uma produção até caprichada dentro das circunstâncias, considerando-se que é um filme de orçamento relativamente baixo. Pobre, porém bem limpinho. Se for assistido sem muita expectativa dá até pra surpreender.
Pequenos Monstros
3.2 157Tinha uma pequena chance de sucesso com a proposta de humor negro, misturar crianças na trama pra forçar uma situação-limite no humor e tal... mas acaba ficando pelo caminho por conta de:
- O personagem do Alexander England idiotizado ao extremo, pra forçar (de maneira artificial) um super-heroísmo (desnecessário) da personagem da Lupita, visto que ela em perspectiva já pareceria um ser humano mais digno que ele sem esse exagero de imbecilidade. Ficou parecendo pura pagação de pedágio praquelas agendas onipresentes (e chatíssimas de tão forçadas) no cinema atual;
- A falta completa de química entre o "par romântico";
- O exagero na desagradabilidade e no caricatural do personagem do Josh Gad (porra, piada de vômito, repetida, em um filme de zumbi que já é naturalmente gosmento? Pra que, né?;
- a "background story" da personagem da Lupita, que se combinada com a música que toca nos créditos faz tudo ficar mais aterrorizante que qualquer coisa que tenha acontecido no filme.
No fim, se não tivessem errado várias vezes no tom, teria saído um filme até divertido... mas faiô.
Os Domésticos
2.8 84 Assista AgoraQuase deu. Um road movie pós apocalíptico, uma mistura de Walking Dead (sem zumbis) com Warriors - Os Selvagens da Noite e algumas pitadas de The Purge e Mad Max, que tem vários elementos certinhos, um roteiro até coerente com a história e a premissa, mas que no geral, deixa a desejar.
Talvez seja a falta de empatia pelo casal de protagonistas, que começa o filme fazendo cara de broa um pro outro (e que só resolvem seus problemas pessoais lá pro fim do segundo ato, tarde demais). Talvez seja a produção meio pobrinha, que não conseguiu criar uma atmosfera capaz de transmitir a ameaça desse mundo pós-apocalíptico. Coisa que até um seriado como Walking Dead muitas vezes consegue fazer melhor. Ou talvez seja o fato de ter se inspirado em uma gama tão grande de produções que tem coisas tão melhores, que acaba se saindo pior em qualquer comparação. Mesmo que não seja tão ruim assim. Mas bom, bom, também não é.
Devs
4.0 59 Assista AgoraSérie slow burner, com um trabalho artístico e estilístico primoroso por trás. Pra quem já conhecia (e apreciava) o trabalho do Alex Garland, não é uma grande novidade no sentido estético. Mas a proposta da série é audaciosa, e fornece um excelente nível de food for thought. A pegada filosófica é a grande jogada. Com um tom intimista, quase meditativo, Devs consegue alcançar um grau de reflexão e de explodição de cabeça que produções hypadas (muitas vezes exageradamente) como Westworld (pra citar uma) muitas vezes tentaram e nem sempre conseguiram.
Não é uma série para todos, mas definitivamente é um negócio muito especial. Quem tiver olhos pra ver, vai saber do que estou falando.
Dentre muitas, destaco aqui de memória a cena da conversa do Kenton com o Jamie no E05. É de um primor de texto e direção, de construção de atmosfera, de tensão, coisa de primeira categoria.
O Legionário
1.7 11 Assista AgoraNão sei se foi a direção de quinta categoria, as péssimas atuações, o roteiro mambembe, os diálogos paupérrimos, as cenas de luta risíveis ou se foi simplesmente o Mickey Rourke (usando uma maquiagem ridícula e uma manicure que ultrapassa todos os níveis de inexatidão histórica) não conseguindo sequer pronunciar corretamente o nome "Caligula"...
Só sei que alguma dentre essas coisas me motivou a vir aqui dizer pra fugirem desse filme com todas as fibras de suas almas, porque é uma bosta e das grandes.
Toc Toc
3.7 597Mais uma vez o cinema espanhol fazendo um agrado ao respeitável público. Um filme divertido, leve, e bastante imaginativo, um tapa e tanto na rotina das comédias rotineiras.