Um filme grandioso. Uma experiência vê-lo. A trilha sonora foi um dos elementos de que mais gostei. Mas ainda prefiro os filmes anteriores. Embora haja aqui elementos de terror que eu amo, que gelou minha espinha. A Bruxa e O Farol pelo seu tom intimista e desfecho inesperado, diferente dessa lenda tão conhecida, tornam essas obras mais preciosas para mim. Mas é um verdadeiro deleite ver o trabalho do Eggers.
O filme tem uma ótima trilha sonora e uma ótima fotografia, mas um roteiro pra lá de desinteressante. As relações entre os personagens não são muito bem construídas e último ato para mim é muito ruim, o primeiro ato é bem interessante, mas á medida que a trama avança ela perde força. Eu achei melhor que O Cavaleiro das Trevas Ressurge de maneira geral, mas esperava um roteiro mais sólido que casasse com sua estética incrível!
Eu li a peça na oitava série, numa coleção que ganhamos e só agora assisto a essa pérola do cinema. Muito pelo vídeo do canal "Entre Planos". O filme superou apesar disso todas as minhas expectativas, é absolutamente maravilhoso, os movimentos de câmera, e aquele final é de arrepiar.
Encerrando a noite de sábado com o belíssimo filme Francês, Retrato de Uma Jovem em Chamas, 2019, diretora Céline Sciamma, 02h01. Um filme belo e sensível sobre o relacionamento de duas mulheres, tendo apenas mulheres protagonizando a obra. Praticamente não há personagens masculinos. Cada cena é uma pintura, um deslumbre, os diálogos são deliciosos. As atuações ótimas, a da atriz Adèle Haenel, que faz Héloïse, sublime, praticamente sem trilha sonora. Assistam essa pérola tocante.
Eu assinei o streaming Belas Artes à la Carte só pra ver esse filme e isso já tem uns 8 meses rsrsrsrsrsrs. Mas finalmente o contemplei, esse é o único verbo que pode ser usado para conjugar com esse filme. Diálogos incríveis, cenas espantosas...
Filmes espetacular. Eu fui sem saber nada sobre o filme, que se passava na segunda guerra, que o menino era judeu, e foi muito bom para contemplar o filme ter ido tão no escuro, pois tudo era uma surpresa e um choque. Filme maravilhoso!
Esse filme é um presente. Eu já o vi 2x esse ano. A primeira vez eu assisti no cinema e fiquei encantado, mas quando revi esse ano me apaixonei completamente, e revi novamente no sábado e não me canso. É um trabalho de arte maravilhoso. As canções, as atuações, tudo é contado sem pressa, com delicadeza e sensibilidade.
Um filme que conta uma história triste, mas com tamanha beleza, seja pela trilha sonora, pela fotografia, pelas atuações incríveis. Um filme sensível e tocante. Impossível não mergulhar na trajetória dessas duas mulheres através da narrativas de som e luz composta por Karim. Arrebatador!!!
Há muitos pontos positivos para falar sobre esse filme, mas um dos meus favoritos foi o elenco. Que elenco maravilhoso... comovente e convincente. Do protagonista ao antagonista aos personagens secundários todos são excelentes. Cada personagem serve à trama. E o vilão? Cara! As melhores falas do filme são dele. Sensacional!!! A trilha sonora e os figurinos foram um show a parte. O receio de que os figurinos femininos fossem hipersexualizados como costuma ser o de filmes de superherói caiu por terra e foi um alívio. O figurino é demais. Vontade de sair do cinema e comprar aqueles modelos do T'Challa... A pluralidade dada à África nas diferentes tribos de Wakanda com seus climas, vestimenta, economia, arquitetetura... Ah e a trilha, que trilha sonora maravilhosa! Por último o embate ideológico que gera um antagonismo do filme é simplesmente incrível. Não à toa o protagonista reconhece legitimidade em pontos centrais da fala do antagonista e a principal discordância fique no método. Quero assistir de novo já!
Mogli, O Menino Lobo, “O Declínio do Estado-Nação”, e os Direitos Humanos
Contém spoiler
Cheguei em casa agora, às 21:56, da sessão de Mogli - O Menino Lobo. Assisti a primeira versão ainda criança, quando vinha a Salvador passar as férias de verão. Na época ainda com o VHS e fita verde da Disney. Nostálgico, fui conferir a nova adaptação, mas não foi uma contemplação descontraída: O capítulo 5. “O Declínio do Estado-Nação e o fim dos direitos do homem” de Hanna Arendt não saíram da minha mente durante toda projeção. Ler muito no fim de semana dá nisso (risos). Mas vamos lá: Sheri Kan, o vilão do filme, ao perceber a presença de Mogli, “um filhote de homem”, primeiro o distingue, expõe a diferença de Mogli diante de todos. Por essa diferença Mogli não pertenceria aquele lugar, a selva, o “estado-nação” do filme. O lugar do homem não é a floresta, embora tenha sido nesta que Mogli cresceu e foi criado, é seu teto e seu lar, como os judeus alemães, os negros norte-americanos. Impossível não pensar na situação dos judeus durante a ascensão Nazista. Os judeus eram diferentes, portanto, não pertenciam a Alemanha. Sheri Kan ameaça Mogli, bani-o da selva. Desprovido de “nação” Mogli precisa encontrar um novo lugar onde sua segurança seja garantida, e a primeira solução é uma vila com pessoas da sua espécie, como lembra Arendt, “[...] que somente os ‘nacionais’ podiam ser cidadãos, somente as pessoas da mesma origem nacional podiam gozar de toda proteção das instituições legais, que os indivíduos de nacionalidades diferentes precisavam de alguma lei de exceção até que, ou a não ser que, estivessem completamente assimilados e divorciados de sua origem.” (Não à toa os lobos que o criaram tentam torna-lo lobo e o impedem de agir como homem, ou seja, assimilá-lo, para torna-lo cidadão). Poderíamos pensar que Mogli, uma vez que não conseguiu ser assimilado, é obrigado é mudar-se para o “gueto junto com aqueles da sua raça. ” Somente depois de banir Mogli, Sherikan o sentencia a morte, o mesmo ocorrendo aos judeus. Segundo Arendt: “- primeiro, reduzir os judeus alemães a uma minoria não reconhecida na Alemanha; depois expulsá-los como apátridas; e finalmente, reagrupa-los em todos os lugares onde passasse a residir para enviá-los a campos de extermínio” (1989. p.394). Mogli, primeiro torna-se uma minoria, uma outra espécie, raça que não pertence a selva, a raça humana, portanto, é expulso. Não satisfeito Sheri Kan, ao torna-se o líder, assassinando o anterior, ou seja, através de um golpe de estado, sentencia o menino lobo a morte. Primeiro ele deixa de ser um cidadão só então ele é condenado a morte. Só quando ele deixa de pertencer a uma nação, ou seja, deixa de ser um cidadão é passível de ser assassinado por essa mesma nação. “O importante é que se criou uma condição de completa privação de direitos antes que o direito à vida fosse ameaçado. ” (Arendt, 1989, p. 402) A solução de Mogli parece óbvia, ele tenta encontra um novo “estado” ou indivíduo-instituição que garantisse o seu direito de permanecer na selva. Baloo, o urso preguiçoso, é uma personificação, não querendo sair do estado Mogli busca uma proteção dentro dele, mas essa proteção se torna ineficaz assim como as instituições de defesa dos direitos humanos o são diante de estados que restringem a cidadania de seus habitantes. Resta a Mogli ir ao “Estado” da sua espécie, a vila dos homens, (O Estado de Israel?). No caminho um rei macaco ofereci-lhe guarida, proteção, só ele como chefe de um povo palavras do próprio personagem ao herói da narrativa, poderá protegê-lo. Mogli encontra então um estado independente na selva com suas próprias leis, e que poderia lhe oferecer cidadania e proteção à vida. “Uma vez fora do país de origem permaneciam sem lar; quando deixavam o seu Estado, tornavam-se apátridas; quando perdiam os seus direitos humanos, perdiam todos os direitos: [...] ” (Arendt, 1989. p. 369). Fazia necessário ser cidadão de um novo estado para obter proteção. Porém logo o novo estado torna-se ineficaz. É nesse contexto que Mogli terá proteção apenas contra Sheri Kan quando estiver em seu estado-nação, a vila dos homens. Mas Mogli recusa-se a ir embora, a deixar seu lar e decide lutar. Sheri Kan então apela não para sua diferença racial, mas sim para sua periculosidade, expondo Mogli como ameaça aos habitantes da selva, ao “estado”, o que deixa a todos com medo. “O direito é aquilo que é bom para o povo alemão. ” (Hitler apud Arendt, 1989, p. 379). Longe de querer fecharem-se em guetos, bairros gays, a comunidade LGBT, por exemplo, luta por integração, luta para terem seus direitos garantidos por seu estado-nação, assim como os negros que não deixaram os EUA para África e ficaram e lutaram para que seu estado garantisse seus direitos, assim como pessoas com deficiência não querem uma escola exclusiva para si, mas desejam integrar-se à sociedade. A primeira versão em desenho, Mogli vai para a aldeia dos homens, e vive feliz lá (os judeus constroem seu próprio estado), mas na nova versão, ao destronar o vilão hitleresco, Sheri Kan, uma nova presidenta sobe ao poder garantindo-lhe cidadania e direito ao lar. Direitos humanos. Percebemos na película toda a linha argumentativa de Arendt, sem estado-nação sem direitos, inclusive direito à vida. Podemos até tentar construir um novo estado-nação para nós: minorias, apátridas, mas a solução de Mogli me parece a mais correta. Não ao golpe. Luta. Pela cidadania, pelos direitos, por respeito, por teto e por chão. Por nação. Sejamos todos Mogli!
Em nossos dias, a correria, a pressa, a individualidade, o egoísmo, a busca pela realização profissional nos leva a olhar sem ver. O trabalho de Sebastião Salgado é o espelho do mundo, é uma forma profunda e sensível de olharmos para os seres humanos. Já disse Saramago em Ensaio Sobre a Cegueira: "Se pode ver, olha, se podes olhar, repara. Assistam a esse trabalho e vejam, olhem e reparem no mundo.
É como se eu estivesse lendo um livro. É um livro que eu amo profundamente. Mas, agora, estou lendo-o devagar. As palavras estão muito separadas, e os espaços entre elas são quase infinitos. Ainda consigo te sentir. E as palavras da nossa história. Mas é nesse espaço infinito, entre as palavras, que me encontro agora. [...] Eu te amo tanto. Mas é onde estou agora. É essa quem eu sou agora. E eu preciso que me deixe ir.Por mais que eu queira, não posso mais viver no seu livro. [...] - Para onde vai? - Seria difícil explicar. Mas se algum dia chegar lá...Venha me encontrar. E nunca nada irá nos separar.
O céu, um garoto deitado a contemplá-lo, parece-me um convite a contemplar algo tão lindo e interessante quanto o céu, a vida. A ideia e a realização do filme são dignas de muitas palmas. Simples e lindo como a vida. A infância, as brincadeiras, o riso fácil, a adolescência, os conflitos, as incertezas e a juventude, o medo da vida adulta. Com uma trilha sonora deliciosa. Quando a película se encerra ficamos em choque. Querendo saber mais, algo como O Show de Truman, quero saber a faculdade, o casamento (se houve) os filhos (se houveram). Um filme único e maravilhoso!
Um breve comentário sobre: A Esperança Parte I A terceira parte de Jogos Vorazes é sim, muito boa. Há nesta película um novo salto. Se Em Chamas havia uma crítica contundente de como a vida das celebridades eram usadas para encobrir os problemas políticos, econômicos ou até mesmo a exploração do Estado, em A Esperança Parte I, há uma destaque para propaganda. O marketing é usado por ambos os lados. Tanto o governo quanto os rebeldes entendem como os discursos são fundamentais para aplacar ou incentivar uma rebelião. Algo um tanto Gestapo. Outro ponto positivo é mostrar os diferentes modos de pensar uma revolução, ou que os "heróis" não são seres detentores das certezas. Também possuem suas dúvidas, seus momentos de fraqueza e descrença. Há ainda mais um ponto a ser elogiado, sim elogiado e não criticado como alguns fizeram. Este filme não é centrado em cenas de guerra. A guerra é angustiante e triste. Não é uma questão de adrenalina e explosões e sim de dor e morte, necessárias mas nem por isso menos dolorosas. Guerra não são feitas de tiros ininterruptos. Mas de campanhas e ataques. Destaque para os anônimos terroristas, que na mídia são apresentados como monstros mas que são tão soldados de uma guerra como os outros. Esses anônimos que também constroem as revoluções. Há aqui tempo e espaço para contemplar os sentimentos dos personagens. Suas incertezas, tristezas. Não há espaço para piadas em plena guerra. Tudo isso faz deste filme um salto quantitativo tanto de narrativa quanto de perspectivas e críticas, principalmente um filme destinado ao grande público e a um público jovem. Não sei se a divisão é pertinente isso só será comprovado com a contemplação da segunda parte. Não destaquei elenco porque isso é evidente,Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore e Jennifer Lawrence estão excelentes e os efeitos convincentes!
Início de novembro estava decido a reparar meu grande erro por ainda não ter lido Raduan Nassar. Comprei Um Copo de Cólera, Lavoura Arcaica e o filme. Amei Um Copo de Cólera. Ler Lavoura Arcaica foi um gozo indescritível. Amei tanto o livro queria voltar a ler assim que li o último parágrafo, a última oração, a última palavra. Terminei-o na ontem e estava louco pra ver a adaptação pro cinema. O que dizer desta película? Há uma vontade de viver essas fotografia que recorta os personagens em um jogo de luz e trevas, esses seres dúbios, dicotômicos, entre a fuga e o ninho, entre a paixão e o trabalho entre o mundo e quarto. Uma vontade de habitar esses movimentos de câmeras que seguem as tábuas do piso, a luz através das copas das árvores, pelas frestas das janelas, uma fome de existir dentro desse cheiro de terra, de existir dentro da transgressão de André, dos seus arrepios e loucura. Suas lágrimas e embriaguez. Dentro das melodias tão encantadoras e comovente. Uma fome de existir entre os seios e as coxas de Ana, "a minha fome, minha enfermidade, minha lâmina, meu arrepio". Vontade de olhar tudo com melindre e calma... sem tempo. Filme clássico e fabuloso da nossa cinematografia; De uma violenta beleza, de uma blasfêmia lírica, de uma sujidade poética, tudo nesta obra é visceral e lindo e lento e intenso e vivo. Simone Spoladore deliciosamente linda. Selton Mello soberbamente humano/divino. Queria decorar cada fala, fotografar cada cena, e viver cada nota. Assustadoramente belo. Indescritivelmente trágico. Indubitavelmente indispensável.
O Homem do Norte
3.7 936 Assista AgoraUm filme grandioso. Uma experiência vê-lo. A trilha sonora foi um dos elementos de que mais gostei. Mas ainda prefiro os filmes anteriores. Embora haja aqui elementos de terror que eu amo, que gelou minha espinha. A Bruxa e O Farol pelo seu tom intimista e desfecho inesperado, diferente dessa lenda tão conhecida, tornam essas obras mais preciosas para mim. Mas é um verdadeiro deleite ver o trabalho do Eggers.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraO filme tem uma ótima trilha sonora e uma ótima fotografia, mas um roteiro pra lá de desinteressante. As relações entre os personagens não são muito bem construídas e último ato para mim é muito ruim, o primeiro ato é bem interessante, mas á medida que a trama avança ela perde força. Eu achei melhor que O Cavaleiro das Trevas Ressurge de maneira geral, mas esperava um roteiro mais sólido que casasse com sua estética incrível!
O Pagador de Promessas
4.3 363 Assista AgoraEu li a peça na oitava série, numa coleção que ganhamos e só agora assisto a essa pérola do cinema. Muito pelo vídeo do canal "Entre Planos". O filme superou apesar disso todas as minhas expectativas, é absolutamente maravilhoso, os movimentos de câmera, e aquele final é de arrepiar.
Retrato de uma Jovem em Chamas
4.4 899 Assista AgoraEncerrando a noite de sábado com o belíssimo filme Francês, Retrato de Uma Jovem em Chamas, 2019, diretora Céline Sciamma, 02h01. Um filme belo e sensível sobre o relacionamento de duas mulheres, tendo apenas mulheres protagonizando a obra. Praticamente não há personagens masculinos. Cada cena é uma pintura, um deslumbre, os diálogos são deliciosos. As atuações ótimas, a da atriz Adèle Haenel, que faz Héloïse, sublime, praticamente sem trilha sonora. Assistam essa pérola tocante.
Ladrões de Bicicleta
4.4 533 Assista AgoraSegunda vez que assisto esse filme comovente. E vale muito vê-lo e revê-lo.
Andrei Rublev
4.3 131Eu assinei o streaming Belas Artes à la Carte só pra ver esse filme e isso já tem uns 8 meses rsrsrsrsrsrs. Mas finalmente o contemplei, esse é o único verbo que pode ser usado para conjugar com esse filme. Diálogos incríveis, cenas espantosas...
O Pássaro Pintado
4.1 102 Assista AgoraFilmes espetacular. Eu fui sem saber nada sobre o filme, que se passava na segunda guerra, que o menino era judeu, e foi muito bom para contemplar o filme ter ido tão no escuro, pois tudo era uma surpresa e um choque. Filme maravilhoso!
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraEsse filme é um presente. Eu já o vi 2x esse ano. A primeira vez eu assisti no cinema e fiquei encantado, mas quando revi esse ano me apaixonei completamente, e revi novamente no sábado e não me canso. É um trabalho de arte maravilhoso. As canções, as atuações, tudo é contado sem pressa, com delicadeza e sensibilidade.
Rafiki
4.0 110 Assista AgoraFilme maravilhoso. Ótimas atuações. A relação entre as duas é construída com tempo e sensibilidade. Apaixonante.
A Vida Invisível
4.3 642Um filme que conta uma história triste, mas com tamanha beleza, seja pela trilha sonora, pela fotografia, pelas atuações incríveis. Um filme sensível e tocante. Impossível não mergulhar na trajetória dessas duas mulheres através da narrativas de som e luz composta por Karim. Arrebatador!!!
Café com Canela
4.1 164Gostei muito desse filme. Que história simples, mas muito bem contada, com personagens cativantes, atuações excelentes.
Pantera Negra
4.2 2,3K Assista AgoraHá muitos pontos positivos para falar sobre esse filme, mas um dos meus favoritos foi o elenco. Que elenco maravilhoso... comovente e convincente. Do protagonista ao antagonista aos personagens secundários todos são excelentes. Cada personagem serve à trama. E o vilão? Cara! As melhores falas do filme são dele. Sensacional!!! A trilha sonora e os figurinos foram um show a parte. O receio de que os figurinos femininos fossem hipersexualizados como costuma ser o de filmes de superherói caiu por terra e foi um alívio. O figurino é demais. Vontade de sair do cinema e comprar aqueles modelos do T'Challa... A pluralidade dada à África nas diferentes tribos de Wakanda com seus climas, vestimenta, economia, arquitetetura... Ah e a trilha, que trilha sonora maravilhosa! Por último o embate ideológico que gera um antagonismo do filme é simplesmente incrível. Não à toa o protagonista reconhece legitimidade em pontos centrais da fala do antagonista e a principal discordância fique no método. Quero assistir de novo já!
Minha Mãe é Uma Peça 2
3.5 807Gargalhei o filme inteiro!
Mogli: O Menino Lobo
3.8 1,0K Assista AgoraMogli, O Menino Lobo, “O Declínio do Estado-Nação”, e os Direitos Humanos
Contém spoiler
Cheguei em casa agora, às 21:56, da sessão de Mogli - O Menino Lobo. Assisti a primeira versão ainda criança, quando vinha a Salvador passar as férias de verão. Na época ainda com o VHS e fita verde da Disney. Nostálgico, fui conferir a nova adaptação, mas não foi uma contemplação descontraída: O capítulo 5. “O Declínio do Estado-Nação e o fim dos direitos do homem” de Hanna Arendt não saíram da minha mente durante toda projeção.
Ler muito no fim de semana dá nisso (risos). Mas vamos lá: Sheri Kan, o vilão do filme, ao perceber a presença de Mogli, “um filhote de homem”, primeiro o distingue, expõe a diferença de Mogli diante de todos. Por essa diferença Mogli não pertenceria aquele lugar, a selva, o “estado-nação” do filme. O lugar do homem não é a floresta, embora tenha sido nesta que Mogli cresceu e foi criado, é seu teto e seu lar, como os judeus alemães, os negros norte-americanos.
Impossível não pensar na situação dos judeus durante a ascensão Nazista. Os judeus eram diferentes, portanto, não pertenciam a Alemanha. Sheri Kan ameaça Mogli, bani-o da selva. Desprovido de “nação” Mogli precisa encontrar um novo lugar onde sua segurança seja garantida, e a primeira solução é uma vila com pessoas da sua espécie, como lembra Arendt, “[...] que somente os ‘nacionais’ podiam ser cidadãos, somente as pessoas da mesma origem nacional podiam gozar de toda proteção das instituições legais, que os indivíduos de nacionalidades diferentes precisavam de alguma lei de exceção até que, ou a não ser que, estivessem completamente assimilados e divorciados de sua origem.” (Não à toa os lobos que o criaram tentam torna-lo lobo e o impedem de agir como homem, ou seja, assimilá-lo, para torna-lo cidadão). Poderíamos pensar que Mogli, uma vez que não conseguiu ser assimilado, é obrigado é mudar-se para o “gueto junto com aqueles da sua raça. ”
Somente depois de banir Mogli, Sherikan o sentencia a morte, o mesmo ocorrendo aos judeus. Segundo Arendt: “- primeiro, reduzir os judeus alemães a uma minoria não reconhecida na Alemanha; depois expulsá-los como apátridas; e finalmente, reagrupa-los em todos os lugares onde passasse a residir para enviá-los a campos de extermínio” (1989. p.394). Mogli, primeiro torna-se uma minoria, uma outra espécie, raça que não pertence a selva, a raça humana, portanto, é expulso. Não satisfeito Sheri Kan, ao torna-se o líder, assassinando o anterior, ou seja, através de um golpe de estado, sentencia o menino lobo a morte. Primeiro ele deixa de ser um cidadão só então ele é condenado a morte. Só quando ele deixa de pertencer a uma nação, ou seja, deixa de ser um cidadão é passível de ser assassinado por essa mesma nação. “O importante é que se criou uma condição de completa privação de direitos antes que o direito à vida fosse ameaçado. ” (Arendt, 1989, p. 402)
A solução de Mogli parece óbvia, ele tenta encontra um novo “estado” ou indivíduo-instituição que garantisse o seu direito de permanecer na selva. Baloo, o urso preguiçoso, é uma personificação, não querendo sair do estado Mogli busca uma proteção dentro dele, mas essa proteção se torna ineficaz assim como as instituições de defesa dos direitos humanos o são diante de estados que restringem a cidadania de seus habitantes. Resta a Mogli ir ao “Estado” da sua espécie, a vila dos homens, (O Estado de Israel?).
No caminho um rei macaco ofereci-lhe guarida, proteção, só ele como chefe de um povo palavras do próprio personagem ao herói da narrativa, poderá protegê-lo. Mogli encontra então um estado independente na selva com suas próprias leis, e que poderia lhe oferecer cidadania e proteção à vida. “Uma vez fora do país de origem permaneciam sem lar; quando deixavam o seu Estado, tornavam-se apátridas; quando perdiam os seus direitos humanos, perdiam todos os direitos: [...] ” (Arendt, 1989. p. 369). Fazia necessário ser cidadão de um novo estado para obter proteção. Porém logo o novo estado torna-se ineficaz. É nesse contexto que Mogli terá proteção apenas contra Sheri Kan quando estiver em seu estado-nação, a vila dos homens.
Mas Mogli recusa-se a ir embora, a deixar seu lar e decide lutar. Sheri Kan então apela não para sua diferença racial, mas sim para sua periculosidade, expondo Mogli como ameaça aos habitantes da selva, ao “estado”, o que deixa a todos com medo. “O direito é aquilo que é bom para o povo alemão. ” (Hitler apud Arendt, 1989, p. 379).
Longe de querer fecharem-se em guetos, bairros gays, a comunidade LGBT, por exemplo, luta por integração, luta para terem seus direitos garantidos por seu estado-nação, assim como os negros que não deixaram os EUA para África e ficaram e lutaram para que seu estado garantisse seus direitos, assim como pessoas com deficiência não querem uma escola exclusiva para si, mas desejam integrar-se à sociedade. A primeira versão em desenho, Mogli vai para a aldeia dos homens, e vive feliz lá (os judeus constroem seu próprio estado), mas na nova versão, ao destronar o vilão hitleresco, Sheri Kan, uma nova presidenta sobe ao poder garantindo-lhe cidadania e direito ao lar. Direitos humanos.
Percebemos na película toda a linha argumentativa de Arendt, sem estado-nação sem direitos, inclusive direito à vida. Podemos até tentar construir um novo estado-nação para nós: minorias, apátridas, mas a solução de Mogli me parece a mais correta. Não ao golpe. Luta. Pela cidadania, pelos direitos, por respeito, por teto e por chão. Por nação.
Sejamos todos Mogli!
O Castelo Animado
4.5 1,3K Assista AgoraAbsolutamente Fantástico. Apaixonado!
O Sal da Terra
4.6 450 Assista AgoraEm nossos dias, a correria, a pressa, a individualidade, o egoísmo, a busca pela realização profissional nos leva a olhar sem ver. O trabalho de Sebastião Salgado é o espelho do mundo, é uma forma profunda e sensível de olharmos para os seres humanos. Já disse Saramago em Ensaio Sobre a Cegueira: "Se pode ver, olha, se podes olhar, repara. Assistam a esse trabalho e vejam, olhem e reparem no mundo.
Transamerica
4.1 746 Assista AgoraCaramba favoritei. Filme maravilhoso!
Festa no Céu
4.0 689 Assista Agora"Ei, escreva sua própria história".
Fantástico!
Operação Big Hero
4.2 1,9K Assista AgoraMuito lindo, emocionante, tocante!
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraÉ como se eu estivesse lendo um livro. É um livro que eu amo profundamente. Mas, agora, estou lendo-o devagar. As palavras estão muito separadas, e os espaços entre elas são quase infinitos. Ainda consigo te sentir. E as palavras da nossa história. Mas é nesse espaço infinito, entre as palavras, que me encontro agora. [...] Eu te amo tanto. Mas é onde estou agora. É essa quem eu sou agora. E eu preciso que me deixe ir.Por mais que eu queira, não posso mais viver no seu livro.
[...]
- Para onde vai?
- Seria difícil explicar. Mas se algum dia chegar lá...Venha me encontrar. E nunca nada irá nos separar.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraO céu, um garoto deitado a contemplá-lo, parece-me um convite a contemplar algo tão lindo e interessante quanto o céu, a vida. A ideia e a realização do filme são dignas de muitas palmas. Simples e lindo como a vida. A infância, as brincadeiras, o riso fácil, a adolescência, os conflitos, as incertezas e a juventude, o medo da vida adulta. Com uma trilha sonora deliciosa. Quando a película se encerra ficamos em choque. Querendo saber mais, algo como O Show de Truman, quero saber a faculdade, o casamento (se houve) os filhos (se houveram). Um filme único e maravilhoso!
Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1
3.8 2,4K Assista AgoraUm breve comentário sobre:
A Esperança Parte I
A terceira parte de Jogos Vorazes é sim, muito boa. Há nesta película um novo salto. Se Em Chamas havia uma crítica contundente de como a vida das celebridades eram usadas para encobrir os problemas políticos, econômicos ou até mesmo a exploração do Estado, em A Esperança Parte I, há uma destaque para propaganda. O marketing é usado por ambos os lados. Tanto o governo quanto os rebeldes entendem como os discursos são fundamentais para aplacar ou incentivar uma rebelião. Algo um tanto Gestapo.
Outro ponto positivo é mostrar os diferentes modos de pensar uma revolução, ou que os "heróis" não são seres detentores das certezas. Também possuem suas dúvidas, seus momentos de fraqueza e descrença.
Há ainda mais um ponto a ser elogiado, sim elogiado e não criticado como alguns fizeram. Este filme não é centrado em cenas de guerra. A guerra é angustiante e triste. Não é uma questão de adrenalina e explosões e sim de dor e morte, necessárias mas nem por isso menos dolorosas. Guerra não são feitas de tiros ininterruptos. Mas de campanhas e ataques. Destaque para os anônimos terroristas, que na mídia são apresentados como monstros mas que são tão soldados de uma guerra como os outros. Esses anônimos que também constroem as revoluções.
Há aqui tempo e espaço para contemplar os sentimentos dos personagens. Suas incertezas, tristezas. Não há espaço para piadas em plena guerra.
Tudo isso faz deste filme um salto quantitativo tanto de narrativa quanto de perspectivas e críticas, principalmente um filme destinado ao grande público e a um público jovem. Não sei se a divisão é pertinente isso só será comprovado com a contemplação da segunda parte. Não destaquei elenco porque isso é evidente,Philip Seymour Hoffman, Julianne Moore e Jennifer Lawrence estão excelentes e os efeitos convincentes!
Lavoura Arcaica
4.2 381 Assista AgoraInício de novembro estava decido a reparar meu grande erro por ainda não ter lido Raduan Nassar. Comprei Um Copo de Cólera, Lavoura Arcaica e o filme. Amei Um Copo de Cólera. Ler Lavoura Arcaica foi um gozo indescritível. Amei tanto o livro queria voltar a ler assim que li o último parágrafo, a última oração, a última palavra. Terminei-o na ontem e estava louco pra ver a adaptação pro cinema. O que dizer desta película? Há uma vontade de viver essas fotografia que recorta os personagens em um jogo de luz e trevas, esses seres dúbios, dicotômicos, entre a fuga e o ninho, entre a paixão e o trabalho entre o mundo e quarto. Uma vontade de habitar esses movimentos de câmeras que seguem as tábuas do piso, a luz através das copas das árvores, pelas frestas das janelas, uma fome de existir dentro desse cheiro de terra, de existir dentro da transgressão de André, dos seus arrepios e loucura. Suas lágrimas e embriaguez. Dentro das melodias tão encantadoras e comovente. Uma fome de existir entre os seios e as coxas de Ana, "a minha fome, minha enfermidade, minha lâmina, meu arrepio". Vontade de olhar tudo com melindre e calma... sem tempo. Filme clássico e fabuloso da nossa cinematografia; De uma violenta beleza, de uma blasfêmia lírica, de uma sujidade poética, tudo nesta obra é visceral e lindo e lento e intenso e vivo. Simone Spoladore deliciosamente linda. Selton Mello soberbamente humano/divino. Queria decorar cada fala, fotografar cada cena, e viver cada nota. Assustadoramente belo. Indescritivelmente trágico. Indubitavelmente indispensável.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraNa minha humilde opinião... sensacional! Conseguiu surpreender-me nas duas viradas.