Deus está no silêncio ou o silêncio indica sua ausência?
Scorsese entrega um filme longo e contemplativo. Sem respostas fáceis e com milhares de perguntas sobre a fé. A do personagem principal, a dele e a nossa.
Mais um acerto de um diretor capaz de mudar radicalmente de estilo entre suas obras e permanecer relevante e autoral.
O original valeu mais pelo hype na época do que por alguma qualidade especial dele. Revendo hoje, perde muito o impacto e não se sustenta como um grande filme.
Essa continuação é pior ainda. Primeiro pq confia que A Bruxa de Blair tem uma mitologia suficientemente interessante para ser revisitada 17 anos depois e causar algum tipo de curiosidade nas pessoas. Segundo pq não acrescenta quase nada de novo na história. Se resume a repetir, quase ponto por ponto, o filme de 1999.
No terceiro ato, quando tenta criar ideias novas, ele melhora um pouco e até consegue algumas cenas tensas e com um susto aqui ou outro ali. Mas o estrago já era grande demais para ser consertado.
Fraco e que deve ter enterrado a tentativa de uma franquia que, pra dizer a verdade, ninguém estava tão interessado assim.
É um bom filme, especialmente nos dois primeiros atos. Toda a introdução da Mulher-Maravilha no mundo dos homens, a sequência dela na guerra, a relação dela com Steve Trevor, etc.
E olha que pra estragar o Ares precisa ser competente. O cara é só o deus da guerra, e transformam ele em um sussurrador de meia-tigela.
E o CGI é bem tosco em alguns momentos. Corre o risco de datar o filme muito cedo.
Gal Gadot, apesar de limitada como atriz, consegue com seu carisma entregar uma boa Diana.
Dito isso, é um filme importante em muitos aspectos. Por ser a primeira vez da maior heroína no cinema; por entregar um filme sucesso de crítica para a DC (embora eu prefira BVS, me julguem); mas principalmente por ser um produto de seu tempo e conseguir passar uma mensagem importante, sob a ótica de uma mulher, sem precisar ficar levantando bandeira todo o tempo.
Está um pouco acima da média dos recentes longas do gênero, considerando que a média é a Marvel. Mas não é essa brastemp toda que estão pintando por aí.
Dois filmes foram muito pouco para o ótimo Bond de Dalton. Violento e mais calcado na realidade, Permissão para Matar talvez seja o filme mais injustiçado da franquia.
Um ótimo filme feito na época errada. Um prenúncio da modernização inevitável do personagem depois dos anos Connery/Moore, que continuaria de forma sutil com Pierce Brosnan e se aprofundaria com Daniel Craig.
Mais sério e centrado na ação, se fosse feito nos anos 2000 teria o mesmo sucesso que o Bond atual tem. Depois da galhofa (divertida) de Moore era necessário seguir outro caminho.
Eu tenho carinho por todas as fases do personagem, por diferentes razões. E embora a de Timothy Dalton talvez seja a mais criticada e que divida fãs da série, é uma das minhas favoritas.
Poucas franquias de ação hoje conseguem ser tão bem feitas quanto John Wick. Não tem a melhor história do mundo, pq simplesmente não é necessário.
Keanu Reeves caindo na porrada, misturando elementos de jiu-jitsu, judô e outras artes marciais, tudo isso combinado a head shots e tiroteios de tirar o fôlego. É a perfeita junção do cinema de ação dos anos 80/90 com a linguagem de video game tão apreciada pela nova geração.
Que venham outros filmes, se manter o nível dos dois primeiros tem enormes de chances de se tornar uma franquia duradoura.
Bom filme, nada mais que isso. A fórmula Marvel pode evitar fiascos como Esquadrão Suicida e fazer dinheiro. Mas ela engessa todos os longas do estúdio em um padrão que, depois de dez anos, cansa e não surpreende. Medo que Star Wars siga pelo mesmo caminho.
É interessante analisar como a carreira de diretor de Mel Gibson expõe muito suas ideias e contradições como ser humano.
Seus personagens são, em sua ampla maioria, confrontados com situações extraordinárias e de extrema violência, mesmo sendo sujeitos pacíficos e que, Jesus à parte, viviam vidas ordinárias e assim pareciam querer permanecer.
É o dilema do Gibson católico, mas que bebe e fala merda pra judeus e mulheres. É o confronto entre uma tentativa de transcendência na espiritualidade que ele tanto preza e os demônios interiores que vez por outra o colocam nas situações que todos conhecem.
Talvez por isso, por esse fascínio e incompreensão que a violência desperta nele ( e em certa medida, em todos nós), que seu forte sejam cenas que envolvam sangue, tortura, cabeças explodindo, etc.
Essa é a razão desse Até o Último Homem funcionar tão bem. Sim, a primeira hora é clichê, embora necessária. Não é isso que ele quer mostrar. Ela está ali apenas para criar empatia com Doss antes de colocá-lo no inferno de Hacksaw. Pq quando eles sobem aquela serra, é lá que entramos no parque de diversões e pesadelos de Mel Gibson.
Parece que o diretor sente prazer em torturar sua audiência. Não existe respiro, a violência jorra e se faz presente em cada frame por mais de uma hora. Ela é uma catarse e uma punição, para nós, para ele. Como se manter humano e íntegro exposto ao pior que a humanidade pode fazer com ela mesma? Como seguir fiel às suas crenças diante de tantas vidas destruídas em tão pouco tempo?
Para Gibson, a resposta está no martírio, no sofrimento. É uma forma de punição e teste, de onde só saem os fortes. Não á toa o filme acaba com um Desmond Doss ferido, em uma maca, praticamente ascendendo aos céus. É como o famoso grito de "Liberdade" de William Wallace em Coração Valente, ou Cristo pendurado em uma cruz perdoando a humanidade após tanta tortura. A redenção depois da violência e martírio. O manter-se íntegro nos piores cenários.
É o que o homem Mel Gibson busca e falha miseravelmente. Como, em menor grau, a maioria de nós.
Hype gigantesco, do diretor de Wiplash, dois ótimos atores. E o resultado?
Bonitinho, mas ordinário.
Ok, não é meu gênero favorito. Mas ainda consigo apreciar obras musicais como Cantando na Chuva e Moulin Rouge. La La Land fica muito longe de ambos. História convencional pra cacete, sem nenhuma originalidade. E nem as músicas são tão marcantes assim. Se não fosse pela cena da audição da Emma Stone, essa sim emocionante como o filme tenta ser o tempo inteiro, seria mais um dentre tantos outros longas lançados todo o ano em Hollywood. Apenas com uma embalagem mais bonita.
Pode ser meu desgosto por musicais falando. Só não consigo ver esse clássico instantâneo que tanta gente alardeou mundo afora.
Eu não vi o primeiro, mas esse se perde um pouco exatamente quando parece tentar se conectar à "mitologia" do antecessor. Antes disso cria uma atmosfera tensa e personagens suficientemente interessantes para que nos importemos com o destino deles. O que, no contexto de um filme claramente encomendado pelo estúdio para explorar uma potencial franquia, é mais do que poderia se esperar.
Entre A Bruxa, Invocação do Mal 2 e esse Ouija , 2016 é mais um ano que mostra um retorno de boas e diversas produções em um gênero outrora relegado a sustos baratos e um gore excessivo.
O roteiro é extremamente conveniente. Parece uma coleção de momentos importantes tirados de algum livro barato sobre a lenda de Arthur. Não há desenvolvimento algum de narrativa ou personagens.
A história diz que Guinevere e Lancelot vão se apaixonar? Pois bem, na primeira troca de olhares eles já fazem isso. Tem que ter o Graal na história? Coloca o Arthur falando da importância dele DO NADA, e passemos a próxima meia hora à sua procura. Morgana tem que ser má? Pois que seja, sem nenhum motivo ou explicação razoável. E isso são apenas alguns de inúmeros exemplos que eu poderia citar.
Sem contar com as péssimas atuações e um figurino que grita anos 80 em cada brilho desnecessário das armaduras.
Tudo isso dito, adoro o filme. Não consigo racionalizar o motivo. Assisti depois de muito tempo e estava com um sorriso no rosto durante as mais de duas horas de duração. Talvez seja a nostalgia, ou o meu apreço pela lenda arturiana. Talvez seja apenas uma forma de aplaudir a cara de pau e sinceridade de uma produção que ligou o foda-se para qualquer senso de ridículo e nos entregou essa bagunça brilhosa e fantástica que se chama Excalibur.
A direção simples e econômica do Clint nas cenas do pouso e resgate colaboram e muito para o ótimo clima de tensão criado. E há também Tom Hanks, que transmite uma dignidade ao persongem título que nenhum outro ator conseguiria.
Agora, apesar de extraordinária, a história é claramente curta demais para os 90 minutos de duração. O resultado disso é uma enrolação danada que permeia o filme inteiro. Desde flashbacks desnecessários até uma tentativa de criar um conflito artificial entre os investigadores, que apenas faziam seu trabalho, e a tripulação.
Quase estraga tudo nos 20 minutos finais tentando enfiar uma quantidade absurda de reviravoltas. A tensão da primeira hora salva e deixa o saldo ainda positivo.
Fede Alvarez parece bem talentoso e com materiais mais consistentes pode entregar bons filmes em um gênero que tem ressurgido depois de anos de produções medíocres.
O filme é bem divertido. Sabe que é ridículo e brinca com isso. Ou alguém acha que aquele ônibus cheio de crianças no meio da estrada é uma tentativa séria de criar tensão? É o Rolland Emmerich, que já é veterano em destruir o mundo, piscando o olho pra gente enquanto abusa de todos os clichês do gênero.
E quer saber? Não vejo nenhum problema nisso. Pipocão que não se leva a sério conta muitos pontos comigo.
Paul Greengrass ainda é bom em criar tensão e a cena na Grécia mostra isso. Mas a franquia voltou como se ainda estivéssemos em 2006.De lá para cá o cinema de ação mudou muito ( inspirado na trilogia original inclusive, vide o 007 do Daniel Craig ) e seguiu novos caminhos. Bourne deixou de ser um ícone do gênero para virar mais do mesmo.
Sou fã da DC e gosto de ver esses personagens na tela, mas o filme é uma bagunça, especialmente no primeiro ato. É um monte de imagens com músicas pop para tentar ser cool, e que se foda a coerência ou a construção de personagens.
Claro, eu ainda gosto da Arlequina e do Pistoleiro, mas isso pq eu já vim com uma bagagem de quadrinhos, desenhos, etc. Se fosse pelo que foi apresentado aqui, sinceramente...
E o que a Warner vai fazer com essa bosta de Coringa agora? Jared Leto acha que entender o personagem é rir e fazer sons aleatório de animais? Que porra de atuação é essa!?
Sem contar a vilã absolutamente ridícula.
Enfim, valorizo a tentativa da Warner/DC de tentar fazer algo diferente no gênero, pois se dependesse da Marvel teríamos o mesmo filme todo o ano. Mas dessa vez não deu. Contem comigo pra defender BVS em qualquer momento. Desse Esquadrão Suicida quero distancia.
Nunca joguei Warcraft, não conhecia nada do mundo, e achei o filme bem legal. Não é uma obra-prima, longe disso, mas consegue explicar bem a história e deixar bons ganchos para continuações.
Definitivamente esse é uma ano que eu não estou concordando com os críticos no que diz respeito aos blockbusters.Achei Deadpool bem chato e Guerra Civil apenas legalzinho. E adorei BVS e Warcraft.
Não vou dizer que é bom os críticos metendo o pau no filme. Mas sinceramente? Não me afeta em nada. Vou ver e tirar minhas conclusões.
Há sim um mal humor com a DC e boa vontade com a Marvel nos EUA. Muito por conta do sucesso que os filmes vem fazendo e também pela proposta mais familiar dos filmes da Disney.
Não gosto muito do Snyder, mas os filmes dele sempre dividiram opiniões. 300 tem 60% no Rotten Tomatoes enquanto Homem de Ferro 3 tem 79%.
Meu único medo é que isso prejudique a bilheteria, que é o que realmente importa para o estúdio.
É um filme ok. Apesar de eu achar os diálogos meio superficiais. Sei lá, salvo uma coisa ou outra, são argumentos e proposições históricas que se encontram em qualquer livro de ensino médio.
E a parte da religião, que é um pouco mais profunda, também não passa de um debate meio raso que parece se resumir na semelhança de Cristo e Buda, e nos mitos presentes na Bíblia pegos de religiões pagãs. Mais uma vez, assuntos que qualquer um que se interessa minimamente pelo assunto já leu em livros ou textos pela internet.
Toda essa superficialidade nos temas torna difícil de acreditar que 4 renomados professores e intelectuais de suas áreas se convenceriam tão fácil assim da retórica apresentada pelo protagonista. Se fossem crianças de 12 anos, talvez.
E não ajuda nada a produção e os atores do filme serem fracos. A trilha sonora na hora que ele começa a revelar o segredo chega a ser risível.
Silêncio
3.8 576Deus está no silêncio ou o silêncio indica sua ausência?
Scorsese entrega um filme longo e contemplativo. Sem respostas fáceis e com milhares de perguntas sobre a fé. A do personagem principal, a dele e a nossa.
Mais um acerto de um diretor capaz de mudar radicalmente de estilo entre suas obras e permanecer relevante e autoral.
Bruxa de Blair
2.4 1,0K Assista AgoraO original valeu mais pelo hype na época do que por alguma qualidade especial dele. Revendo hoje, perde muito o impacto e não se sustenta como um grande filme.
Essa continuação é pior ainda. Primeiro pq confia que A Bruxa de Blair tem uma mitologia suficientemente interessante para ser revisitada 17 anos depois e causar algum tipo de curiosidade nas pessoas. Segundo pq não acrescenta quase nada de novo na história. Se resume a repetir, quase ponto por ponto, o filme de 1999.
No terceiro ato, quando tenta criar ideias novas, ele melhora um pouco e até consegue algumas cenas tensas e com um susto aqui ou outro ali. Mas o estrago já era grande demais para ser consertado.
Fraco e que deve ter enterrado a tentativa de uma franquia que, pra dizer a verdade, ninguém estava tão interessado assim.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista AgoraÉ um bom filme, especialmente nos dois primeiros atos. Toda a introdução da Mulher-Maravilha no mundo dos homens, a sequência dela na guerra, a relação dela com Steve Trevor, etc.
Agora, o filme tem problemas.
O terceiro ato inteiro é brega demais.
Acabar a guerra com o poder do amor? Sério?
O vilão é digno dos piores da Marvel.
E olha que pra estragar o Ares precisa ser competente. O cara é só o deus da guerra, e transformam ele em um sussurrador de meia-tigela.
E o CGI é bem tosco em alguns momentos. Corre o risco de datar o filme muito cedo.
Gal Gadot, apesar de limitada como atriz, consegue com seu carisma entregar uma boa Diana.
Dito isso, é um filme importante em muitos aspectos. Por ser a primeira vez da maior heroína no cinema; por entregar um filme sucesso de crítica para a DC (embora eu prefira BVS, me julguem); mas principalmente por ser um produto de seu tempo e conseguir passar uma mensagem importante, sob a ótica de uma mulher, sem precisar ficar levantando bandeira todo o tempo.
Está um pouco acima da média dos recentes longas do gênero, considerando que a média é a Marvel. Mas não é essa brastemp toda que estão pintando por aí.
Máquina de Guerra
2.7 150 Assista Agora. Adoro o Brad Pitt, mas aqui ele exagera na caricatura. Toda a cena com ele me tirava do filme.Fora a narração em off chata pra cacete.
Decepcionante.
Vida
3.4 1,2K Assista AgoraTenso em alguns momentos, chato em outros. E uma criatura que, ao menos para mim, não funcionou.
Além do final ter aquela pegadinha meio batida e previsível.
Um genérico de Alien medíocre.
007: Permissão Para Matar
3.4 150 Assista AgoraDois filmes foram muito pouco para o ótimo Bond de Dalton. Violento e mais calcado na realidade, Permissão para Matar talvez seja o filme mais injustiçado da franquia.
007: Marcado para a Morte
3.4 138 Assista AgoraUm ótimo filme feito na época errada. Um prenúncio da modernização inevitável do personagem depois dos anos Connery/Moore, que continuaria de forma sutil com Pierce Brosnan e se aprofundaria com Daniel Craig.
Mais sério e centrado na ação, se fosse feito nos anos 2000 teria o mesmo sucesso que o Bond atual tem. Depois da galhofa (divertida) de Moore era necessário seguir outro caminho.
Eu tenho carinho por todas as fases do personagem, por diferentes razões. E embora a de Timothy Dalton talvez seja a mais criticada e que divida fãs da série, é uma das minhas favoritas.
John Wick: Um Novo Dia Para Matar
3.9 1,1K Assista AgoraPoucas franquias de ação hoje conseguem ser tão bem feitas quanto John Wick. Não tem a melhor história do mundo, pq simplesmente não é necessário.
Keanu Reeves caindo na porrada, misturando elementos de jiu-jitsu, judô e outras artes marciais, tudo isso combinado a head shots e tiroteios de tirar o fôlego. É a perfeita junção do cinema de ação dos anos 80/90 com a linguagem de video game tão apreciada pela nova geração.
Que venham outros filmes, se manter o nível dos dois primeiros tem enormes de chances de se tornar uma franquia duradoura.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraBom filme, nada mais que isso. A fórmula Marvel pode evitar fiascos como Esquadrão Suicida e fazer dinheiro. Mas ela engessa todos os longas do estúdio em um padrão que, depois de dez anos, cansa e não surpreende. Medo que Star Wars siga pelo mesmo caminho.
Até o Último Homem
4.2 2,0K Assista AgoraPOSSÍVEIS SPOILERS
É interessante analisar como a carreira de diretor de Mel Gibson expõe muito suas ideias e contradições como ser humano.
Seus personagens são, em sua ampla maioria, confrontados com situações extraordinárias e de extrema violência, mesmo sendo sujeitos pacíficos e que, Jesus à parte, viviam vidas ordinárias e assim pareciam querer permanecer.
É o dilema do Gibson católico, mas que bebe e fala merda pra judeus e mulheres. É o confronto entre uma tentativa de transcendência na espiritualidade que ele tanto preza e os demônios interiores que vez por outra o colocam nas situações que todos conhecem.
Talvez por isso, por esse fascínio e incompreensão que a violência desperta nele ( e em certa medida, em todos nós), que seu forte sejam cenas que envolvam sangue, tortura, cabeças explodindo, etc.
Essa é a razão desse Até o Último Homem funcionar tão bem. Sim, a primeira hora é clichê, embora necessária. Não é isso que ele quer mostrar. Ela está ali apenas para criar empatia com Doss antes de colocá-lo no inferno de Hacksaw. Pq quando eles sobem aquela serra, é lá que entramos no parque de diversões e pesadelos de Mel Gibson.
Parece que o diretor sente prazer em torturar sua audiência. Não existe respiro, a violência jorra e se faz presente em cada frame por mais de uma hora. Ela é uma catarse e uma punição, para nós, para ele. Como se manter humano e íntegro exposto ao pior que a humanidade pode fazer com ela mesma? Como seguir fiel às suas crenças diante de tantas vidas destruídas em tão pouco tempo?
Para Gibson, a resposta está no martírio, no sofrimento. É uma forma de punição e teste, de onde só saem os fortes. Não á toa o filme acaba com um Desmond Doss ferido, em uma maca, praticamente ascendendo aos céus. É como o famoso grito de "Liberdade" de William Wallace em Coração Valente, ou Cristo pendurado em uma cruz perdoando a humanidade após tanta tortura. A redenção depois da violência e martírio. O manter-se íntegro nos piores cenários.
É o que o homem Mel Gibson busca e falha miseravelmente. Como, em menor grau, a maioria de nós.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraHype gigantesco, do diretor de Wiplash, dois ótimos atores. E o resultado?
Bonitinho, mas ordinário.
Ok, não é meu gênero favorito. Mas ainda consigo apreciar obras musicais como Cantando na Chuva e Moulin Rouge. La La Land fica muito longe de ambos. História convencional pra cacete, sem nenhuma originalidade. E nem as músicas são tão marcantes assim. Se não fosse pela cena da audição da Emma Stone, essa sim emocionante como o filme tenta ser o tempo inteiro, seria mais um dentre tantos outros longas lançados todo o ano em Hollywood. Apenas com uma embalagem mais bonita.
Pode ser meu desgosto por musicais falando. Só não consigo ver esse clássico instantâneo que tanta gente alardeou mundo afora.
Ah, o final também é legal.
Embora Up tenha feito algo similar de forma bem mais interessante e emocionante. Talvez Damien Chazelle devesse aprender um pouco com a Pixar.
Ouija: Origem do Mal
2.8 477Eu não vi o primeiro, mas esse se perde um pouco exatamente quando parece tentar se conectar à "mitologia" do antecessor. Antes disso cria uma atmosfera tensa e personagens suficientemente interessantes para que nos importemos com o destino deles. O que, no contexto de um filme claramente encomendado pelo estúdio para explorar uma potencial franquia, é mais do que poderia se esperar.
Entre A Bruxa, Invocação do Mal 2 e esse Ouija , 2016 é mais um ano que mostra um retorno de boas e diversas produções em um gênero outrora relegado a sustos baratos e um gore excessivo.
Excalibur
3.6 137 Assista AgoraO roteiro é extremamente conveniente. Parece uma coleção de momentos importantes tirados de algum livro barato sobre a lenda de Arthur. Não há desenvolvimento algum de narrativa ou personagens.
A história diz que Guinevere e Lancelot vão se apaixonar? Pois bem, na primeira troca de olhares eles já fazem isso. Tem que ter o Graal na história? Coloca o Arthur falando da importância dele DO NADA, e passemos a próxima meia hora à sua procura. Morgana tem que ser má? Pois que seja, sem nenhum motivo ou explicação razoável. E isso são apenas alguns de inúmeros exemplos que eu poderia citar.
Tudo isso dito, adoro o filme. Não consigo racionalizar o motivo. Assisti depois de muito tempo e estava com um sorriso no rosto durante as mais de duas horas de duração. Talvez seja a nostalgia, ou o meu apreço pela lenda arturiana. Talvez seja apenas uma forma de aplaudir a cara de pau e sinceridade de uma produção que ligou o foda-se para qualquer senso de ridículo e nos entregou essa bagunça brilhosa e fantástica que se chama Excalibur.
É filme de um tempo que não volta mais.
Invasão Zumbi
4.0 2,1K Assista AgoraTenso do início ao fim. Poderia ter evitado um certo melodrama no final, mas de modo geral é uma experiência nervosa pra cacete assistir a esse filme.
Sem contar que tem um dos caras mais filha da puta dos últimos tempos. Daqueles que dá raiva mesmo.
Sully: O Herói do Rio Hudson
3.6 578 Assista AgoraA direção simples e econômica do Clint nas cenas do pouso e resgate colaboram e muito para o ótimo clima de tensão criado. E há também Tom Hanks, que transmite uma dignidade ao persongem título que nenhum outro ator conseguiria.
Agora, apesar de extraordinária, a história é claramente curta demais para os 90 minutos de duração. O resultado disso é uma enrolação danada que permeia o filme inteiro. Desde flashbacks desnecessários até uma tentativa de criar um conflito artificial entre os investigadores, que apenas faziam seu trabalho, e a tripulação.
O Homem nas Trevas
3.7 1,9K Assista AgoraQuase estraga tudo nos 20 minutos finais tentando enfiar uma quantidade absurda de reviravoltas. A tensão da primeira hora salva e deixa o saldo ainda positivo.
Fede Alvarez parece bem talentoso e com materiais mais consistentes pode entregar bons filmes em um gênero que tem ressurgido depois de anos de produções medíocres.
Independence Day: O Ressurgimento
2.7 868 Assista AgoraO filme é bem divertido. Sabe que é ridículo e brinca com isso. Ou alguém acha que aquele ônibus cheio de crianças no meio da estrada é uma tentativa séria de criar tensão? É o Rolland Emmerich, que já é veterano em destruir o mundo, piscando o olho pra gente enquanto abusa de todos os clichês do gênero.
E quer saber? Não vejo nenhum problema nisso. Pipocão que não se leva a sério conta muitos pontos comigo.
Jason Bourne
3.5 460 Assista AgoraPaul Greengrass ainda é bom em criar tensão e a cena na Grécia mostra isso. Mas a franquia voltou como se ainda estivéssemos em 2006.De lá para cá o cinema de ação mudou muito ( inspirado na trilogia original inclusive, vide o 007 do Daniel Craig ) e seguiu novos caminhos. Bourne deixou de ser um ícone do gênero para virar mais do mesmo.
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista AgoraIndefensável.
Sou fã da DC e gosto de ver esses personagens na tela, mas o filme é uma bagunça, especialmente no primeiro ato. É um monte de imagens com músicas pop para tentar ser cool, e que se foda a coerência ou a construção de personagens.
Claro, eu ainda gosto da Arlequina e do Pistoleiro, mas isso pq eu já vim com uma bagagem de quadrinhos, desenhos, etc. Se fosse pelo que foi apresentado aqui, sinceramente...
E o que a Warner vai fazer com essa bosta de Coringa agora? Jared Leto acha que entender o personagem é rir e fazer sons aleatório de animais? Que porra de atuação é essa!?
Sem contar a vilã absolutamente ridícula.
Enfim, valorizo a tentativa da Warner/DC de tentar fazer algo diferente no gênero, pois se dependesse da Marvel teríamos o mesmo filme todo o ano. Mas dessa vez não deu. Contem comigo pra defender BVS em qualquer momento. Desse Esquadrão Suicida quero distancia.
X-Men: Apocalipse
3.5 2,1K Assista AgoraUm pedido para os próximos filmes: mais Ciclope, Jean Grey e Tempestade; menos Wolverine e Mística.
Warcraft: O Primeiro Encontro de Dois Mundos
3.4 940 Assista AgoraNunca joguei Warcraft, não conhecia nada do mundo, e achei o filme bem legal. Não é uma obra-prima, longe disso, mas consegue explicar bem a história e deixar bons ganchos para continuações.
Definitivamente esse é uma ano que eu não estou concordando com os críticos no que diz respeito aos blockbusters.Achei Deadpool bem chato e Guerra Civil apenas legalzinho. E adorei BVS e Warcraft.
Me julguem.
Batman vs Superman - A Origem da Justiça
3.4 4,9K Assista AgoraNão vou dizer que é bom os críticos metendo o pau no filme. Mas sinceramente?
Não me afeta em nada. Vou ver e tirar minhas conclusões.
Há sim um mal humor com a DC e boa vontade com a Marvel nos EUA. Muito por conta do sucesso que os filmes vem fazendo e também pela proposta mais familiar dos filmes da Disney.
Não gosto muito do Snyder, mas os filmes dele sempre dividiram opiniões. 300 tem 60% no Rotten Tomatoes enquanto Homem de Ferro 3 tem 79%.
Meu único medo é que isso prejudique a bilheteria, que é o que realmente importa para o estúdio.
Um Santo Vizinho
3.7 422 Assista AgoraBonitinho
O Homem da Terra
4.0 455 Assista AgoraÉ um filme ok. Apesar de eu achar os diálogos meio superficiais. Sei lá, salvo uma coisa ou outra, são argumentos e proposições históricas que se encontram em qualquer livro de ensino médio.
E a parte da religião, que é um pouco mais profunda, também não passa de um debate meio raso que parece se resumir na semelhança de Cristo e Buda, e nos mitos presentes na Bíblia pegos de religiões pagãs. Mais uma vez, assuntos que qualquer um que se interessa minimamente pelo assunto já leu em livros ou textos pela internet.
Toda essa superficialidade nos temas torna difícil de acreditar que 4 renomados professores e intelectuais de suas áreas se convenceriam tão fácil assim da retórica apresentada pelo protagonista. Se fossem crianças de 12 anos, talvez.
E não ajuda nada a produção e os atores do filme serem fracos. A trilha sonora na hora que ele começa a revelar o segredo chega a ser risível.