"Este é o país mais rico do mundo. Seus rios, seus minérios e as imensas florestas fazem dele o paraíso da Terra. Mas parece ser exatamente sua riqueza a causa de tanta miséria".
Muito boa entrevista, com uma mulher excepcional, muito a frente de seu tempo. Demora um pouco pra engatar (perde-se um tempo debatendo se ela é filósofa ou uma intelectual interessada no campo da teoria política), mas atraso esse que é compensado pelas respostas impactantes e sempre muito diretas da entrevistada. Me lembro de quando estudei, na graduação, o Origens do Totalitarismo, e de como me assustou a parte em que ela fala da experiência do desrraigamento, a experiência mais desesperadora e radical que uma pessoa pode ter em relação ao mundo em que vive. Profética.
Filme ensaio que tenta expôr as contradições de um tempo através de cenas em que um exemplo concreto aparece para ilustrar uma teoria, notícias de jornais servem à um manifesto, um diálogo nada inocente entre um estudante e um militar que termina com uma mensagem que serve de slogan contra a guerra no Vietnã, diversas reflexões sobre linguagem, engajamento, relações de poder...
Acho que é o pior giallo que eu já vi, com as piores atuações também. Tem os elementos básicos de todo giallo (e mais um pouco), mas usados por alguém que parece que nem sabe o que está fazendo. Só gostei das filmagens em Nova York, que me pareceu suja e sinistra, embora com a população sofrendo de uma "epidemia do tropeço", e da voz de pato (falo com vergonha).
"- Shawn, alguma vez leu o "Ilha do Paraíso"? É sobre uma ilha onde a filosofia de vida é só fazer sexo. Passam o dia todo fodendo uns aos outros. Arranjaram uma maneira de fazer sexo um monte de vezes, sem terem bebês. - Como? - Não sei, mas eles fodem quinze a dezesseis vezes por dia durante a vida toda! É tipo uma sociedade perfeita, nunca ninguém luta, todos se dão bem. Tudo o que eles fazem é foder o dia todo. Só fodem, fodem, fodem. É só o que fazem."
As músicas são muito boas. Gostei do "Jam Session" e o lance com a promessa do gringo para o cubano, e dele ter dito que já tinha ouvido muito aquilo. Não gostei do "El Yuma", do Benicio del Toro, e o do Gaspar Noé achei muito fraco.
O trailer ficou muito bom, mas o tema (comparado aos outros das obras dela) é o mais desinteressante possível, principalmente se estiver focado só nas fitas gravadas e nessa busca louca pelo além, que não tem força nenhuma enquanto uma coisa que se busca fora dessa vida, já que a maior transcendência é realizada, pelas personagens, na própria vida; também na transgressão da forma do romance, na escolha das palavras, etc.
“It is on a day like this one, a little later, a little earlier, that you discover, without surprise, that something is wrong, that, without mincing words, you don’t know how to live, that you will never know”.
Melhor coisa dos filmes da Lucrecia Martel é que eles dão o que pensar. Tem sempre muito detalhe que você só vai pegar assistindo uma segunda vez; uma pequena estória, um conto, uma lenda ou algo do tipo que cria uma atmosfera maravilhosa e sempre diz alguma coisa sobre a estória do filme (como a "rata africana" do La ciénaga e os "Fantasmas" desse aqui). De modo que fica difícil dar um único sentido para a estória do filme.
Só senti um pouco de falta daquelas reflexões filosóficas profundas do Jonas Mekas. Aparecem algumas no Walden (como na parte em que ele diz que o cinema é frame depois de frame, e depois que o cinema está entre os frames), mas quase sempre curtas ou sobre o que ele estava fazendo naquele período. Por outro lado, os registros não deixam a desejar:
primeira apresentação do Velvet Underground; Allen Ginsberg e a passeata dos Hare Krishna pela paz; os ponies e a família do Brakhage; encontros com Hans Richter, Marie Menken, Yoko Ono, John Lennon...
E, sem sombras de dúvida, a parte que eu mais gostei foi a do circo. É uma imagem muito bonita a da mulher no trapézio.
Quem fez essa sinopse tá de parabéns, depois de contar o filme todo poderia aproveitar e contar o final também, já que foi só isso que faltou, o que, diga-se de passagem, não é nenhuma novidade, porque se tem uma coisa que o Filmow não sabe fazer é uma sinopse.
Não achei arrastado, nem tedioso. O filme é dividido em capítulos, e cada capítulo tem um ritmo de construção diferente pra no final fazerem valer todo o sofrimento da estória: uns começam mais agitados e terminam mais calmos; outros começam calmos e terminam mais agitados. Só isso. E o filme mais arrastado e tedioso do Denis Villeneuve, pra mim, é sem sombra de dúvidas o novo Blade Runner.
Tem um bom enredo, com algumas cenas ruins. Não usa muito clichê dos slashers, não tem aquelas perseguições frenéticas de dez minutos, gente caindo o tempo todo ou apelo para o sobrenatural - o que faz de Curtains um filme bem melhor, pra mim, que Halloween.
O Massacre
3.0 136 Assista AgoraMassa. Slasher dos anos 80, do auge, e dirigido por uma mulher.
Copacabana Mon Amour
3.9 77"Este é o país mais rico do mundo. Seus rios, seus minérios e as imensas florestas fazem dele o paraíso da Terra. Mas parece ser exatamente sua riqueza a causa de tanta miséria".
Zur Person - Entrevista com Hannah Arendt
4.5 1Muito boa entrevista, com uma mulher excepcional, muito a frente de seu tempo. Demora um pouco pra engatar (perde-se um tempo debatendo se ela é filósofa ou uma intelectual interessada no campo da teoria política), mas atraso esse que é compensado pelas respostas impactantes e sempre muito diretas da entrevistada. Me lembro de quando estudei, na graduação, o Origens do Totalitarismo, e de como me assustou a parte em que ela fala da experiência do desrraigamento, a experiência mais desesperadora e radical que uma pessoa pode ter em relação ao mundo em que vive. Profética.
Masculino-Feminino
3.9 159 Assista AgoraFilme ensaio que tenta expôr as contradições de um tempo através de cenas em que um exemplo concreto aparece para ilustrar uma teoria, notícias de jornais servem à um manifesto, um diálogo nada inocente entre um estudante e um militar que termina com uma mensagem que serve de slogan contra a guerra no Vietnã, diversas reflexões sobre linguagem, engajamento, relações de poder...
Rio, Zona Norte
4.2 50Que filme! Que cena bonita a do Grande Otelo cantando o samba do Zé Keti! "Morreu, Malvadeza Durão..."
À Beira da Loucura
3.6 403 Assista AgoraEU NÃO CONSIGO GOSTAR DOS FILMES DO JOHN CARPENTER!
O Estripador de Nova York
3.4 64Acho que é o pior giallo que eu já vi, com as piores atuações também. Tem os elementos básicos de todo giallo (e mais um pouco), mas usados por alguém que parece que nem sabe o que está fazendo. Só gostei das filmagens em Nova York, que me pareceu suja e sinistra, embora com a população sofrendo de uma "epidemia do tropeço", e da voz de pato (falo com vergonha).
Noite do Terror
3.5 219Curti o som ambiente. O silêncio aumenta a tensão.
Tom of Finland
3.4 39 Assista AgoraMuito massa a parte que ele chega na Califórnia
Ken Park
3.1 372"- Shawn, alguma vez leu o "Ilha do Paraíso"? É sobre uma ilha onde a filosofia de vida é só fazer sexo. Passam o dia todo fodendo uns aos outros. Arranjaram uma maneira de fazer sexo um monte de vezes, sem terem bebês.
- Como?
- Não sei, mas eles fodem quinze a dezesseis vezes por dia durante a vida toda! É tipo uma sociedade perfeita, nunca ninguém luta, todos se dão bem. Tudo o que eles fazem é foder o dia todo. Só fodem, fodem, fodem. É só o que fazem."
7 Dias em Havana
3.5 79 Assista AgoraAs músicas são muito boas. Gostei do "Jam Session" e o lance com a promessa do gringo para o cubano, e dele ter dito que já tinha ouvido muito aquilo. Não gostei do "El Yuma", do Benicio del Toro, e o do Gaspar Noé achei muito fraco.
Luzes da Ribalta
4.5 280 Assista AgoraQue engraçada a cena com o Buster Keaton.
Hilda Hilst Pede Contato
3.6 21O trailer ficou muito bom, mas o tema (comparado aos outros das obras dela) é o mais desinteressante possível, principalmente se estiver focado só nas fitas gravadas e nessa busca louca pelo além, que não tem força nenhuma enquanto uma coisa que se busca fora dessa vida, já que a maior transcendência é realizada, pelas personagens, na própria vida; também na transgressão da forma do romance, na escolha das palavras, etc.
O Casamento de Maria Braun
4.1 58Que mulher linda a Hanna Schygulla.
Um Homem que Dorme
4.4 195“It is on a day like this one, a little later, a little earlier, that you discover, without surprise, that something is wrong, that, without mincing words, you don’t know how to live, that you will never know”.
A Lei do Desejo
3.8 317 Assista Agora¡Castidad, no! (rs)
A Mulher Sem Cabeça
3.5 63Melhor coisa dos filmes da Lucrecia Martel é que eles dão o que pensar. Tem sempre muito detalhe que você só vai pegar assistindo uma segunda vez; uma pequena estória, um conto, uma lenda ou algo do tipo que cria uma atmosfera maravilhosa e sempre diz alguma coisa sobre a estória do filme (como a "rata africana" do La ciénaga e os "Fantasmas" desse aqui). De modo que fica difícil dar um único sentido para a estória do filme.
L’Immortelle
3.7 4Muito bom. Acho que segue a linha de O Ano Passado em Marienbad (1961), misturando a memória e a imaginação com a realidade.
Walden - Diaries Notes and Sketches
4.3 9Só senti um pouco de falta daquelas reflexões filosóficas profundas do Jonas Mekas. Aparecem algumas no Walden (como na parte em que ele diz que o cinema é frame depois de frame, e depois que o cinema está entre os frames), mas quase sempre curtas ou sobre o que ele estava fazendo naquele período. Por outro lado, os registros não deixam a desejar:
primeira apresentação do Velvet Underground; Allen Ginsberg e a passeata dos Hare Krishna pela paz; os ponies e a família do Brakhage; encontros com Hans Richter, Marie Menken, Yoko Ono, John Lennon...
E, sem sombras de dúvida, a parte que eu mais gostei foi a do circo. É uma imagem muito bonita a da mulher no trapézio.
Genealogias de um Crime
3.7 8Quem fez essa sinopse tá de parabéns, depois de contar o filme todo poderia aproveitar e contar o final também, já que foi só isso que faltou, o que, diga-se de passagem, não é nenhuma novidade, porque se tem uma coisa que o Filmow não sabe fazer é uma sinopse.
O Pântano
3.8 94 Assista AgoraLa ciénaga é cheio de detalhes. Achei legal a história da "rata africana" rs
Incêndios
4.5 1,9K Assista AgoraNão achei arrastado, nem tedioso. O filme é dividido em capítulos, e cada capítulo tem um ritmo de construção diferente pra no final fazerem valer todo o sofrimento da estória: uns começam mais agitados e terminam mais calmos; outros começam calmos e terminam mais agitados. Só isso. E o filme mais arrastado e tedioso do Denis Villeneuve, pra mim, é sem sombra de dúvidas o novo Blade Runner.
O Último Pesadelo
2.9 37Tem um bom enredo, com algumas cenas ruins. Não usa muito clichê dos slashers, não tem aquelas perseguições frenéticas de dez minutos, gente caindo o tempo todo ou apelo para o sobrenatural - o que faz de Curtains um filme bem melhor, pra mim, que Halloween.
Burroughs
3.9 2Melhor que o "A Man Within".