Avalio como mediana, num enredo que é uma cópia de Senhor dos Anéis, inclusive a cena dos 'Ways'. É um arremedo da cena de Minas Moria, onde o Gollum perseguia a Sociedade do Anel. De qualquer modo, estava fluindo interessantemente, até o final da primeira temporada que entregou bem menos do que se esperava. Foi simples demais, considerando a conjuntura e expectativa criada durante os episódios anteriores.
Quanto à atuação, poxa, eu gostei muito desse (e de outros) trabalho da Rosamund Pike.
Essa série foi incrível, excetuando o oitavo e nono episódios, cujo roteiro foi morno demais. De qualquer maneira, o último episódio compensou esses detalhes.
será que descobriram que o cara matou o amante da esposa? O cara abusava das crianças antes de matá-las? E não entendi o que, com exatidão, aconteceu com o guri sobrevivente e vingativo quando na infância (o cara abusou dele ou tentou o matar e ele conseguiu fugir?!)?
Por volta de 2015 e 2016, essa série era tópico trazido por meu namorado da época, que estava entusiasmado com o cenário audiovisual LGBT e o cinema australiano. Somente no dia 30/09/2020 resolvi assistir ao seriado e fiquei incrivelmente tocado com a sensibilidade e a crueza com as quais as cenas transmitem os sentimentos dos personagens e a visceralidade na produção que nos faz sentir como se os personagens fossem pessoas conhecidas, de nosso convívio, portanto, sendo as dores, dilemas e conflitos como se fossem nossos.
Me identifiquei com tanta coisa e sofri muito com as dores e a inércia dos personagens em relação a algumas situações. Um série incrível e tocante. É daquelas que, como se comprova lendo os comentário aqui, deixa muita saudade e nos leva a imaginar o que aconteceu com essa galera.
A morte de Rose foi muito dolorosa e o comportamento idiota do Josh também, principalmente com o Arnold.
O fim do seriado também me fez pensar que eles seguirão a vida (no mundo paralelo em que existem) e que nós também seguimos a nossa. Apesar das dores, o Sol continua vindo, as pessoas cuidam das suas coisas, tudo passa... Como meu namorado, daquela época, passou, desde 2017, a vida seguiu, eu me mudei, ele também, tudo mudou e, no silêncio das dores humanas, vamos todos aprendendo que o mundo não para pela dor, ela se infiltra e a gente aprende a conviver com ela.
Como disse Josh para Claire, o estranho pra ele é que parece que só ele realmente sofria pela mãe estar morta. Os outros falam algo, mas logo depois se preocupam com suas próprias coisas: o café, a roupa, o trabalho...
Assisti pela plataforma SESC Digital, em razão da Mostra Árabe de Cinema 2020. Confesso que é interessante, mas o ritmo lento não me agradou muito. Talvez revê-lo em outro momento seja bom.
Que curta INCRÍVEL! Eu fico pasmo com o poder existente na arte e como, em poucos minutos, uma obra como essa nos viabiliza sensações tão reais.
Assisti após visitar o site do MyFrenchFilm Festival, que já havia acabado, então, tive que correr atrás da obra. A encontrei gratuitamente aqui, contudo, sem legendas:
Um filme bem próximo do realismo francês. Quem está acostumado com as produções focadas no aspecto comercial provavelmente se desapontará. Há muito de humano na obra, em razão dos conflitos e afetos envolvidos. Um quer partir para sobreviver à loucura de sua vida familiar e o outro quer que ele fique e tem dificuldade em lidar com a viagem do, então, melhor amigo.
Assisti há pouco a obra e o fiz em razão do livro homônimo que concluí ontem. Tanto o livro, de Ray Bradbury, quanto o filme dirigido por um dos pais do Nouvelle Vague, François Truffaut,possuem uma forte carga crítica em relação ao futuro distópico da humanidade, sendo especificamente Fahrenheit 451 criado pelo próprio desinteresse da sociedade em questionar, raciocinar. Dessa forma, o Estado passou a formalmente coibir aquilo que, de fato, já estava assentado: a leitura.
Essa temporada superou a primeira e nos obrigou a nos colocar no lugar dos personagens, do mais explícito exercício de empatia. Assistindo acordamos para o óbvio: todo mundo, em especial as minorias alijadas, são alguém, são filhas/filhos, cônjuges, irmãs/irmãos, pais/mães, tias/tios, primas/primos, afilhadas/afilhados, enteadas/enteados, amigas/amigos. Existe uma condição mínima de humanidade em todos nós e não podemos desumanizar qualquer um que seja, porque a dor do outro não é menor que a nossa.
Fiquei profundamente tocado com a cena dos pais de Candy. Essa temporada ficou marcada, pra mim, com a frase dela: I am someone.
O conteúdo é didático, à medida que aponta a realidade das mulheres (e homens) em uma franja do judaísmo e o contraste com o padrão 'livre' euro-ocidental. Há um casuísmo: o julgamento do espectador se deita sobre as experiências da protagonista, mas há uma crise em quem se atenta ao seriado, porque há uma percepção de que o multiculturalismo (diversas formas de culturas convivendo) acaba relativizando o que acreditamos ser 'certo' e 'errado'.
Os judeus ultraortodoxos, em sua maioria, nutrem e perpetuam a sua própria maneira de viver e crer, de forma comunitária. A decisão final pode ter nos agradado por Esther ter conseguido tomar as rédeas de sua vida. No entanto, talvez tenhamos também gostado dessa decisão porque falamos de uma cultura ocidental, justamente aquele escolhida por Esthy.
A série não é apenas uma fonte que relaciona física com dramas familiares com trilha sonoro impecável. Bons diálogos e um roteiro coerente (com lacunas propositais) prendem a atenção. Uma das melhores séries que já vi, com a duração na medida certa para que não ficasse cansativa. A Netflix criou um site para interação dos fãs com o enredo da obra. Vale muito a pena. Sugiro que acessem. Há até árvore genealógica. Joguem no buscador 'Dark Netflix io'.
Uma obra absolutamente humana que narra a história de muitos anônimos e anônimas em uma época em que a comunicação era extremamente difícil e por quase nada se perdia contato. Esse cenário dificilmente ocorreria hoje em um grande centro, numa era de informação e tecnologia. O essencial, no entanto, é a grandeza na afirmação implícita na trama: o não-encontrar, a saudade, o querer estar com quem se gosta, é isso que dói mais.
Um drama familiar e social impactante. A forma com a qual a protagonista luta contra um sistema machista e questiona os afetos manifestados de formas frias é intensa e profunda. A diretora Laís Bodanzky produziu uma obra prima! Há comentários abaixo mais descritivos quanto À dimensão do filme. Maravilhado com esse trabalho.
Uma filme que exerce com maestria seu papel de denúncia, criticando não apenas a tendência social de 'medicalizar' e 'patologizar' comportamentos normais (apesar de possivelmente moralmente condenáveis), como também as condições subumanas nas chamadas prisões perpétuas brasileiras: os manicômios.
O respeito, a violência física e moral como forma de afirmação, a pobreza, a humildade, o preconceito, a sexualidade, o gênero, a arte. O espaço artístico, como sempre, sendo precursor em discussões de gênero e sexualidade, etnia e distinção social. O filme carrega consigo muitas informações e referências. O cinema brasileiro é incrível e precisamos conhecer nossa arte!
Controverso, o filme trabalha um papel de exposição sobre condutas sociais presentes na classe média (playboys). Os jovens mimados que se veem com dilemas que aparentemente solucionam facilmente por meio de decisões que para uns (espero que a maioria) seriam complexas e com consequente julgamento moral de si próprio. Essa característica da obra presente em seus protagonistas plasma a crítica de irresponsabilidade presente em grande parte da classe média para com os outros grupos (mulheres, pobres, etc), de modo que o lhe importa é a própria salvação, a qualquer custo.
Falam com clareza e fluidamente sobre uma possível negociação com a polícia (instituições de controle social) por meio de propina, bem como a naturalidade com que planejam o próprio lazer (ir a um show), tudo enquanto se desfazem de provas do crime que cometeram. As provas de sua ausência de medo de julgamento legal e moral são vistas em cada conduta delituosa.
A inconsequência dos atos de jovens sem valores coletivos, principalmente empatia, que se negam a abrir mão do prazer e do seu assenhoramento do mundo. Um retrato típico do Brasil, escancarado nos comentários de pessoas reais, ao final de filme, que disseram o que fariam no lugar dos personagens. Algo que nos permite a reflexão de que, quando vemos o outro como diferente, julgamos, quando enxergamos como igual, amenizamos o julgamento e a punição.
Com razão, um clássico. A obra resume preconceitos que, hoje, ainda velados, são reproduzidos e se adaptam às novas realidade. Jamais eliminados.
Uma sociedade reprimida entre o tesão e a moral, na mentira que satisfaz o imaginário e a vontade de realizar no alheio o gozo. O final surpreende, no entanto, mais surpreendente, para mim, é a forma transparente na obra do conluio entre mídia e as instituições, mesmo que num plano microscópico de sensacionalismo e prevaricação.
Como um entusiasta de uma profunda reforma no sistema penal brasileiro (e mundial), esse documentário é maravilhoso. Não pela miséria institucionalizada que comprova, mas pelo papel de denúncia de uma situação periclitante e desumana à qual os apenados são impostos. A seletividade do cárcere é escancarada: pobre, preto, analfabetos, e por aí vai.
Eu o assisti em 2015, se não me engano. Preciso revê-lo. Marcante.
As narrativas embricadas humanizam os detentos, a quem o senso comum tende a massificar e retirar quaisquer características de individualidade. Afinal, gente presa ainda é gente. Há, ainda, uma explanação de como o poder paralelo passa a gerir e realmente funcionar como autoridade, decidindo quem vive e quem morre, impondo regras e fazendo julgamentos (como na cozinha do complexo prisional). Uma forte prova da hipertrofia de um poder alternativo criado pelos encarcerados quando o Estado se faz ausente. É o chamado poder paraestatal.
Com muita intensidade a trama se desenrola e nos faz julgar a mãe criminosa, vendo os filhos como coitados que terão uma família biológica, mas, gradativamente, o papel de coadjuvante da mãe se consolida e o centro da narrativa é Pierre e toda a dificuldade que tem em lidar com uma nova família totalmente desconhecida. As questões identitárias de um adolescente sem base emocional e familiar para se sentir seguro e se desenvolver livremente em sua individualidade se chocam frontalmente com as expectativas da família. De um lado o horror de não saber quem se é onde pertence, de outro a ânsia de uma família que, após 17 anos, quer construir um vínculo de forma veloz com um filho raptado.
A destruição de um núcleo familiar, até então comum, dá lugar a uma instabilidade repleta de pavor, onde não há conforto e afeto algum. Entendo Pierre em todos os seus atos, porém, a tendência de vilanizar a família cessa na cena do boliche. Aquela família chorou por quase duas décadas e sonhava em ter a oportunidade que tem agora. Não há culpa no protagonista nem nos pais biológicos. Afinal, se não houvesse ocorrido o sequestro da criança, nada disso teria sido assim. Dramas familiares não permitem o binarismo do 'sim' e do 'não', muito menos o maniqueísmo de 'esse é bom' e 'aquele é ruim'.
Filme de forte impacto. Já não bastasse a sensação de injustiça em razão da banalização das vidas dos animais em um laboratório, a forma como são tratados após escaparem causa revolta e tristeza. Sempre fugindo de uma sina que lhes fora imposta a partir do momento em que os homens lhe fizeram cobaias, parecem malfadados a um inferno também quando fora dali.
A perseguição tem um fim inesperado, diferente do que somos induzidos a crer. Apesar da consternação com o desfecho da obra, se triste é, ainda há algum fator que ameniza:
Não consigo visualizar a grandeza do filme enquanto enredo e roteiro, mesmo com algum tempo de análise, após concluir de ver a obra. A atuação e fotografia são boas, mas a história é desagradável, chata. Entendi a proposição lançada na narrativa, mas, sinceramente, que chato.
Dor e Glória
4.2 619 Assista AgoraPara mim, o melhor e mais intimista filme produzido pelo diretor.
A Roda do Tempo (1ª Temporada)
3.5 236 Assista AgoraAvalio como mediana, num enredo que é uma cópia de Senhor dos Anéis, inclusive a cena dos 'Ways'. É um arremedo da cena de Minas Moria, onde o Gollum perseguia a Sociedade do Anel. De qualquer modo, estava fluindo interessantemente, até o final da primeira temporada que entregou bem menos do que se esperava. Foi simples demais, considerando a conjuntura e expectativa criada durante os episódios anteriores.
Quanto à atuação, poxa, eu gostei muito desse (e de outros) trabalho da Rosamund Pike.
O Conto da Aia (4ª Temporada)
4.3 428 Assista AgoraEssa série foi incrível, excetuando o oitavo e nono episódios, cujo roteiro foi morno demais. De qualquer maneira, o último episódio compensou esses detalhes.
À Espreita do Mal
3.6 898Bão demais da conta. Só que, e aí, fica o mistério:
será que descobriram que o cara matou o amante da esposa? O cara abusava das crianças antes de matá-las? E não entendi o que, com exatidão, aconteceu com o guri sobrevivente e vingativo quando na infância (o cara abusou dele ou tentou o matar e ele conseguiu fugir?!)?
Please Like Me (4ª Temporada)
4.4 210Por volta de 2015 e 2016, essa série era tópico trazido por meu namorado da época, que estava entusiasmado com o cenário audiovisual LGBT e o cinema australiano. Somente no dia 30/09/2020 resolvi assistir ao seriado e fiquei incrivelmente tocado com a sensibilidade e a crueza com as quais as cenas transmitem os sentimentos dos personagens e a visceralidade na produção que nos faz sentir como se os personagens fossem pessoas conhecidas, de nosso convívio, portanto, sendo as dores, dilemas e conflitos como se fossem nossos.
Me identifiquei com tanta coisa e sofri muito com as dores e a inércia dos personagens em relação a algumas situações. Um série incrível e tocante. É daquelas que, como se comprova lendo os comentário aqui, deixa muita saudade e nos leva a imaginar o que aconteceu com essa galera.
A morte de Rose foi muito dolorosa e o comportamento idiota do Josh também, principalmente com o Arnold.
O fim do seriado também me fez pensar que eles seguirão a vida (no mundo paralelo em que existem) e que nós também seguimos a nossa. Apesar das dores, o Sol continua vindo, as pessoas cuidam das suas coisas, tudo passa... Como meu namorado, daquela época, passou, desde 2017, a vida seguiu, eu me mudei, ele também, tudo mudou e, no silêncio das dores humanas, vamos todos aprendendo que o mundo não para pela dor, ela se infiltra e a gente aprende a conviver com ela.
Como disse Josh para Claire, o estranho pra ele é que parece que só ele realmente sofria pela mãe estar morta. Os outros falam algo, mas logo depois se preocupam com suas próprias coisas: o café, a roupa, o trabalho...
1982
3.8 2Assisti pela plataforma SESC Digital, em razão da Mostra Árabe de Cinema 2020. Confesso que é interessante, mas o ritmo lento não me agradou muito. Talvez revê-lo em outro momento seja bom.
Uma Irmã
4.2 52Que curta INCRÍVEL! Eu fico pasmo com o poder existente na arte e como, em poucos minutos, uma obra como essa nos viabiliza sensações tão reais.
Assisti após visitar o site do MyFrenchFilm Festival, que já havia acabado, então, tive que correr atrás da obra. A encontrei gratuitamente aqui, contudo, sem legendas:
https://vimeo.com/388750726
Matthias & Maxime
3.4 132 Assista AgoraUm filme bem próximo do realismo francês. Quem está acostumado com as produções focadas no aspecto comercial provavelmente se desapontará. Há muito de humano na obra, em razão dos conflitos e afetos envolvidos. Um quer partir para sobreviver à loucura de sua vida familiar e o outro quer que ele fique e tem dificuldade em lidar com a viagem do, então, melhor amigo.
Fahrenheit 451
4.2 419Assisti há pouco a obra e o fiz em razão do livro homônimo que concluí ontem. Tanto o livro, de Ray Bradbury, quanto o filme dirigido por um dos pais do Nouvelle Vague, François Truffaut,possuem uma forte carga crítica em relação ao futuro distópico da humanidade, sendo especificamente Fahrenheit 451 criado pelo próprio desinteresse da sociedade em questionar, raciocinar. Dessa forma, o Estado passou a formalmente coibir aquilo que, de fato, já estava assentado: a leitura.
Confesso que o filme supera o livro.
Pose (2ª Temporada)
4.5 264 Assista AgoraEssa temporada superou a primeira e nos obrigou a nos colocar no lugar dos personagens, do mais explícito exercício de empatia. Assistindo acordamos para o óbvio: todo mundo, em especial as minorias alijadas, são alguém, são filhas/filhos, cônjuges, irmãs/irmãos, pais/mães, tias/tios, primas/primos, afilhadas/afilhados, enteadas/enteados, amigas/amigos. Existe uma condição mínima de humanidade em todos nós e não podemos desumanizar qualquer um que seja, porque a dor do outro não é menor que a nossa.
Fiquei profundamente tocado com a cena dos pais de Candy. Essa temporada ficou marcada, pra mim, com a frase dela: I am someone.
Nada Ortodoxa
4.3 334O conteúdo é didático, à medida que aponta a realidade das mulheres (e homens) em uma franja do judaísmo e o contraste com o padrão 'livre' euro-ocidental. Há um casuísmo: o julgamento do espectador se deita sobre as experiências da protagonista, mas há uma crise em quem se atenta ao seriado, porque há uma percepção de que o multiculturalismo (diversas formas de culturas convivendo) acaba relativizando o que acreditamos ser 'certo' e 'errado'.
Os judeus ultraortodoxos, em sua maioria, nutrem e perpetuam a sua própria maneira de viver e crer, de forma comunitária. A decisão final pode ter nos agradado por Esther ter conseguido tomar as rédeas de sua vida. No entanto, talvez tenhamos também gostado dessa decisão porque falamos de uma cultura ocidental, justamente aquele escolhida por Esthy.
Dark (3ª Temporada)
4.3 1,3KA série não é apenas uma fonte que relaciona física com dramas familiares com trilha sonoro impecável. Bons diálogos e um roteiro coerente (com lacunas propositais) prendem a atenção. Uma das melhores séries que já vi, com a duração na medida certa para que não ficasse cansativa.
A Netflix criou um site para interação dos fãs com o enredo da obra. Vale muito a pena.
Sugiro que acessem. Há até árvore genealógica. Joguem no buscador 'Dark Netflix io'.
Um Limite Entre Nós
3.8 1,1K Assista AgoraIntenso, emocionante, humano!
A Vida Invisível
4.3 645Uma obra absolutamente humana que narra a história de muitos anônimos e anônimas em uma época em que a comunicação era extremamente difícil e por quase nada se perdia contato. Esse cenário dificilmente ocorreria hoje em um grande centro, numa era de informação e tecnologia.
O essencial, no entanto, é a grandeza na afirmação implícita na trama: o não-encontrar, a saudade, o querer estar com quem se gosta, é isso que dói mais.
Como Nossos Pais
3.8 444Um drama familiar e social impactante. A forma com a qual a protagonista luta contra um sistema machista e questiona os afetos manifestados de formas frias é intensa e profunda. A diretora Laís Bodanzky produziu uma obra prima! Há comentários abaixo mais descritivos quanto À dimensão do filme. Maravilhado com esse trabalho.
Bicho de Sete Cabeças
4.0 1,1K Assista AgoraUma filme que exerce com maestria seu papel de denúncia, criticando não apenas a tendência social de 'medicalizar' e 'patologizar' comportamentos normais (apesar de possivelmente moralmente condenáveis), como também as condições subumanas nas chamadas prisões perpétuas brasileiras: os manicômios.
Madame Satã
3.9 421 Assista AgoraPeço licença para falar: que obra prima!
O respeito, a violência física e moral como forma de afirmação, a pobreza, a humildade, o preconceito, a sexualidade, o gênero, a arte. O espaço artístico, como sempre, sendo precursor em discussões de gênero e sexualidade, etnia e distinção social. O filme carrega consigo muitas informações e referências. O cinema brasileiro é incrível e precisamos conhecer nossa arte!
Cama de Gato
3.0 178Controverso, o filme trabalha um papel de exposição sobre condutas sociais presentes na classe média (playboys). Os jovens mimados que se veem com dilemas que aparentemente solucionam facilmente por meio de decisões que para uns (espero que a maioria) seriam complexas e com consequente julgamento moral de si próprio. Essa característica da obra presente em seus protagonistas plasma a crítica de irresponsabilidade presente em grande parte da classe média para com os outros grupos (mulheres, pobres, etc), de modo que o lhe importa é a própria salvação, a qualquer custo.
Falam com clareza e fluidamente sobre uma possível negociação com a polícia (instituições de controle social) por meio de propina, bem como a naturalidade com que planejam o próprio lazer (ir a um show), tudo enquanto se desfazem de provas do crime que cometeram. As provas de sua ausência de medo de julgamento legal e moral são vistas em cada conduta delituosa.
A inconsequência dos atos de jovens sem valores coletivos, principalmente empatia, que se negam a abrir mão do prazer e do seu assenhoramento do mundo. Um retrato típico do Brasil, escancarado nos comentários de pessoas reais, ao final de filme, que disseram o que fariam no lugar dos personagens. Algo que nos permite a reflexão de que, quando vemos o outro como diferente, julgamos, quando enxergamos como igual, amenizamos o julgamento e a punição.
O Beijo no Asfalto
3.8 123Com razão, um clássico. A obra resume preconceitos que, hoje, ainda velados, são reproduzidos e se adaptam às novas realidade. Jamais eliminados.
Uma sociedade reprimida entre o tesão e a moral, na mentira que satisfaz o imaginário e a vontade de realizar no alheio o gozo. O final surpreende, no entanto, mais surpreendente, para mim, é a forma transparente na obra do conluio entre mídia e as instituições, mesmo que num plano microscópico de sensacionalismo e prevaricação.
Recomendo demais.
Sem Pena
4.3 46Como um entusiasta de uma profunda reforma no sistema penal brasileiro (e mundial), esse documentário é maravilhoso. Não pela miséria institucionalizada que comprova, mas pelo papel de denúncia de uma situação periclitante e desumana à qual os apenados são impostos. A seletividade do cárcere é escancarada: pobre, preto, analfabetos, e por aí vai.
Eu o assisti em 2015, se não me engano. Preciso revê-lo. Marcante.
Carandiru
3.7 748 Assista AgoraUma obra prima de Héctor Babenco.
As narrativas embricadas humanizam os detentos, a quem o senso comum tende a massificar e retirar quaisquer características de individualidade. Afinal, gente presa ainda é gente. Há, ainda, uma explanação de como o poder paralelo passa a gerir e realmente funcionar como autoridade, decidindo quem vive e quem morre, impondo regras e fazendo julgamentos (como na cozinha do complexo prisional). Uma forte prova da hipertrofia de um poder alternativo criado pelos encarcerados quando o Estado se faz ausente. É o chamado poder paraestatal.
Fica a admiração desse trabalho e a recomendação.
Mãe Só Há Uma
3.5 408 Assista AgoraCom muita intensidade a trama se desenrola e nos faz julgar a mãe criminosa, vendo os filhos como coitados que terão uma família biológica, mas, gradativamente, o papel de coadjuvante da mãe se consolida e o centro da narrativa é Pierre e toda a dificuldade que tem em lidar com uma nova família totalmente desconhecida. As questões identitárias de um adolescente sem base emocional e familiar para se sentir seguro e se desenvolver livremente em sua individualidade se chocam frontalmente com as expectativas da família. De um lado o horror de não saber quem se é onde pertence, de outro a ânsia de uma família que, após 17 anos, quer construir um vínculo de forma veloz com um filho raptado.
A destruição de um núcleo familiar, até então comum, dá lugar a uma instabilidade repleta de pavor, onde não há conforto e afeto algum. Entendo Pierre em todos os seus atos, porém, a tendência de vilanizar a família cessa na cena do boliche. Aquela família chorou por quase duas décadas e sonhava em ter a oportunidade que tem agora. Não há culpa no protagonista nem nos pais biológicos. Afinal, se não houvesse ocorrido o sequestro da criança, nada disso teria sido assim. Dramas familiares não permitem o binarismo do 'sim' e do 'não', muito menos o maniqueísmo de 'esse é bom' e 'aquele é ruim'.
Intenso.
Os Cães Plagueados
4.2 47Filme de forte impacto. Já não bastasse a sensação de injustiça em razão da banalização das vidas dos animais em um laboratório, a forma como são tratados após escaparem causa revolta e tristeza. Sempre fugindo de uma sina que lhes fora imposta a partir do momento em que os homens lhe fizeram cobaias, parecem malfadados a um inferno também quando fora dali.
A perseguição tem um fim inesperado, diferente do que somos induzidos a crer. Apesar da consternação com o desfecho da obra, se triste é, ainda há algum fator que ameniza:
ficaram juntos, partiram juntos e, como a trilha sonora informa, deixaram o mundo de dor.
Emocionante! Nota 5.
O Grande Lebowski
3.9 1,1K Assista AgoraNão consigo visualizar a grandeza do filme enquanto enredo e roteiro, mesmo com algum tempo de análise, após concluir de ver a obra. A atuação e fotografia são boas, mas a história é desagradável, chata. Entendi a proposição lançada na narrativa, mas, sinceramente, que chato.