As ondas e ondas de imigrantes e refugiados chegando em países europeus são resultado de políticas expansionistas e de exploração históricas que geram problemas sociais locais. Agora a imagina se os refugiados começam a chega a partir de diversas épocas da história? ... A série Beforeigners mostra o que aconteceria se pessoas do passado de repente começassem a aparecer em nossa época, a necessidade de adaptação e os preconceitos, tudo a partir de dois policiais do departamento de homicídios de Oslo. ... Assim como a primeira temporada o roteiro se estrutura com uma investigação principal que logo encontra conexões com os conflitos pessoais de cada personagem. No caso um assassinato que tudo indica ter sido feito pelo famoso Jack Estripador, e que pode trazer pistas sobre o passado de Alfie. ... São apenas 6 episódios, assim como a temporada passada, mas acontece tanta coisa e com tantos personagens diferentes que parece maior. Mas em nenhum momento perde o ritmo ou torna uma ou outra linha cansativa, tudo é interessante e consegue se conectar. ... Assim, vemos a cruzada de Olaf Haraldson em provar que é mesmo o antigo rei da noruega; Lars assombrado em seu apartamento por uma anã que diz ser Odin; Alfhildr sofrendo de sonambulismo; e pela primeira vez temos um vislumbre que o mesmo está acontece em todo o mundo com a visita ao Reino Unido. ... A trama investigativa que conduz a série vai aos poucos mostrando que existe algo maior acontecendo como um caos temporal que pode estar sofrendo alguma interferência humana mais direta. E prepare-se para o último episódio que surpreende por mudar tudo que estávamos vendo e depois mudar de novo de forma relâmpago.
A fórmula do found footage está bastante desgastada, mas a ideia de encontrar fitas antigas com conteúdo perturbador ainda pode render histórias assustadoras. ... Em Arquivo 81, acompanhando Dan, um restaurador de mídias audiovisuais para um museu em Nova York, depois de recuperar uma fita de vídeo sobre uma pesquisadora em 1994, ele recebe uma proposta de trabalho com especial. ... A série transcorre em duas continuidades, a vida do restaurador que aceita o trabalho e se isola numa propriedade no campo; e no ano de 1994, onde conhecemos Melody, em sua pesquisa no estranho edifico Visser. ... Nesse segundo momento temos uma mistura de imagens em VHS com outras em tomadas tradicionais, mas ambas apresentando o conteúdo das fitas. Mas logo Dan e Melody começam a se encontrar em algo indefinido como sonhos ou alucinações, encontros que se tornam cada vez mais reais. ... A trama de suspense e mistério aposta no questionamento da sanidade e trabalha esteticamente com planos holandeses e uma trilha sonora com reverberação, recursos que transpõe o incômodo do protagonista para o espectador. O ritmo mais lento nos primeiros episódios podem ser cansativos, mas eles logo vão acelerando com a história de complicando e tempos e realidades se alternando. ... O seriado é produzido pelo queridinho do horror pipoca contemporâneo James Wan, adaptado de um podcast narrativo de sucesso sobre atividades paranormais e sobrenaturais. Eles até fazem uma ponta na história com um dos personagens secundários que é host desse tipo de podcast. ... E claro, para alguns poucos entendedores, sempre desconfie do sexto andar.
Chega um determinado momento da vida, seja pela idade, ou por perdas que começam a acontecer a sua volta que nos damos conta da finitude da vida, essa consciência pode ser destruidora, mas precisamos sempre encontrar forças nas mínimas alegrias para continuar ... Afterlife sempre foi uma comédia pesada, que nos leva mais à reflexão e apertos na garganta que ao riso. No ritmo dos comentários ácidos do protagonista que sabe que machuca os outros, mas faz isso justamente com intuito de se isolar e esconder a própria dor de ter perdido a esposa. ... Mas ao longo das temporadas vimos Tony lidando com suas tendências suicidas permitindo que as pessoas se reaproximassem. Com o tempo ele percebeu que estava lidando mal com o luto, depois de desistir de tirar a própria vida passou a apenas tocar pra frente esperando pelo fim. Até está temporada onde deu mais um passo para aceitar um novo momento de sua vida. ... Sim, falei que não era uma comédia fácil, mas superando todos os gatilhos que possa acionar, sua melancolia avassaladora trata sobre saúde mental de forma ampla. Pois além do protagonista, todos à sua volta passam por problemas dos que não possuem autoestima, aqueles que passaram por grandes perdas ou que não encontraram sua perspectiva na vida. ... Rick Gervais mais uma vez se destaca numa produção que é quase 100% sua, pois além de protagonizar, é responsável pelos rotineiros e produção, fazendo todos muito bem. ... Então separe seus lenços de papel e embarque com um misto de alegria e tristeza nessa última temporada de After Life.
Qual o limite para se lutar por uma causa? Quantas vidas podem ser perdidas? E em que momento o ideal é esquecido pelo orgulho? .. Nessa sexta, e última temporada, em Expanse Terra e Marte começaram acuados pelos ataques da Marinha Livre liderada pelo Belter fanático Marcos Inaros. Um jogo de poder que se desenvolve com Inaros ganhando cada vez mais apoio alimentado pelo ódio vingativo dos anos de exploração sofridos pelos habitantes do cinturão de asteróides. .. Em paralelo acompanhamos garotinha Cara e sua curiosidade com a fauna local de Laconia, um dos planetas localizados além dos anéis alienígenas. Infelizmente uma trama que foi feita para uma nova temporada, mas com o cancelamento ficou em aberto. .. É uma série que lutou bastante para continuar, ganhando uma nova chance com a Amazon por alguns anos. Ela sempre se destacou ao trabalhar conflitos políticos abertamente com referências claras à nossa época e sempre em tons de cinza, não importa sobre qual facção se falava, víamos como todos tinham seus interesses escondidos. .. Tecnicamente também sempre apresentou interessantes soluções para as questões da física espacial, seja nos corpos dos soldados "boiando" de pé depois de mortos, ou nas manobras que aproveitavam o ambiente sem gravidade como nenhum outro filme ou série. .. Respeitava até mesmo os silêncios do espaço e a fragilidade de naves, estas não passam de pedaços de metal flutuantes que podiam ser perfuradas por simples projéteis, longe dos campos de força da ficção científica. .. Por fim temos os personagens, carismáticos e problemáticos, eles são humanamente falhos ao mesmo tempo que muito habilidosos e sortudos. Os odiamos e torcemos para que sobrevivam ao impossível. .. E dentro da categoria impossível temos o elemento alienígena, a arma definitiva, a protomateria que era central em algumas temporadas, enquanto outras apenas orbitava os conflitos. .. E por fim, como esperando, temos nos últimos episódios a reunião de todos os protagonistas que um dia foram inimigos: terrestres, marcianos, belters, piratas e a tripulação da Rocinante, numa despedida antes e depois da investida final que toma boa parte do episódio final.
Muitos anos no futuro, em nossa própria galáxia, a humanidade atingiu o ápice da colonização espacial, mas toda utopia esconde segredos que um dia pode levar ao seu fim. ... A Fundação é uma adaptação da série literária de mesmo nome escrito por Isaac Asimov entre as décadas de 1940 e 1990 sobre uma reimaginação Scifi da queda do Império Romano. Assim, o roteiro da série nos mostra um império em seu crepúsculo que se recusa a aceitar o fim caçando o historiador e matemático que previu a iminente destruição. ... Acompanhamos a história em principalmente dois núcleos narrativos, a família real composta pelo imperador eternamente clonado e representado por três idades; e a jovem Gaal que saiu do seu planeta para trabalhar com o cientista subversivo Hari Seldon. ... Mas o tempo se modifica e viajando entre passado e futuro, flashbacks e saltos na cronologia para o futuro, vamos descobrindo como o império se destrói, enquanto um grupo de seguidores de Seldon tenta sobreviver no planeta Terminus e cria uma forma de manter a cultura e os avanços conquistados pela humanidade. ... A série demora um pouco para ganhar ritmo, já que destina os dois primeiros episódios (com mais de 1 hora cada) para contextualizar tudo e mais um pouco, com idas e vindas no tempo. Tal estratégia pode afastar espectadores pois torna cansativo o excesso de contemplação e descrição, mas se mostra necessário devido a complexidade do cenário. ... Mas apesar de ter um universo complexo e não apresentar uma progressão de tempo usual, sua história não é difícil de entender e rapidamente estamos conquistados pelo conjunto da obra. Atores e personagens, efeitos e ambientações tudo convida a mergulhar mais e mais fundo e quando vemos, já estamos esperando para a segunda temporada.
O mundo sofre sob a ameaça do senhor da escuridão e suas criaturas das Trevas. A única esperança reside em quatro jovens, pois entre temos aquele que pode ser a reencarnação do lendário herói conhecido por Dragão. ... A Roda do Tempo foi inspirada na série de livros de fantasia escrita por Robert Jordan e se tornou uma aposta do Streaming da Amazon com a segunda temporada já confirmada. Mas apesar de ótimos efeitos especiais e bom desenvolvimento narrativo, a história excessivamente repete arcos de Senhor dos Anéis, e isso desanima muito. ... Talvez a maior novidade no cenário foi incluir um grupo errante de fanáticos religiosos seguidores da Luz que caça tudo que vai contra sua crença. Mas mesmo eles são mal desenvolvidos e parecem estar apenas caminhando pela floresta eles são uma mistura de templários com inquisidores que, inclusive, possuem vestes brancas e carregam uma bandeira metade branca e metade amarela (qualquer semelhança ao Vaticano é mera coincidência) (será???). ... Tecnicamente a produção apresenta bons efeitos especiais que aliados às locações, contribuíram para a construção de mundo, bem como o uso de maquiagens em alguns monstros tornam as sequências mais reais. ... Também vale ressaltar a intenção de colocar as mulheres como protagonistas e até aponta o orgulho masculino como uma das causas da atual situação decadente do mundo, além da incapacidade masculina de controlar poderes mágicos sem enlouquecer. ... Mas com o passar dos episódios isso meio que é esquecido, ou pelo menos perde relevância a ponto de transformar a história no clichê mais raso da jornada do herói. ... As atuações também são irregulares, com os jovens protagonistas bem fracos, em especial o trio Rand, Perrin e Mat que não se garantem nem mesmo pelo carisma. ... Enfim, uma série com potencial, mas que se perde nas referências literais e vários clichês da fantasia épica, destruindo rapidamente o elemento que poderia se destacar para se transformar em algo pretensiosamente genérico.
Quando os adolescentes são mais responsáveis que os adultos alguma coisa está errada, ou simplesmente descobrimos que ter mais idade não garante nada e antigos rivais nunca vão conseguir fazer as pazes. ... Ninguém esperava que Karatê Kid pudesse fazer tanto sucesso, mas chegamos a quarta temporada de Cobra Kai com os ânimos cada vez mais acirrados e depois de várias rinhas sem regras os karatecas vão precisar se unir para enfrentar o dojô de John Kreese em mais um campeonato. ... Neste quarto ano vemos a tentativa de união dos estilos de Daniel e Johnny que tentam criar vínculos e respeito um com o outro, mas sem concordar um com o outro. Quem ganha espaço é o dojô do Cobra Kai que recebe a ajuda de Terry Silver, um membro fundador que lutou com Kreese no Vietnã (e também esteve no terceiro filme). ... São os mesmos conflitos que já vimos nos anos passados sob perspectivas ou personagens diferentes, inclusive com um novo conflito surgindo a partir do mimado filho mais novo de Daniel La Russo. ... Como destaque tivemos o arco do Robby, tentando trilhar um caminho próprio orbitando os Cobra Kai. Mas o excesso de drama e a repetição de tramas estão começando a cansar, principalmente quando envolve algo mais do Ralph Macchio, ele é bem fraco. ... Enfim, a série ainda empolga e os bons índices de audiência devem mantê-la por mais um tempo, mas é melhor que tenham mais atenção e imaginação para as próximas temporadas para não desgastar demais e continuar interessante. ... Temporada 8/10 Série 8,5/10
Todo ano temos pelo menos uma série ou filme para marcar o natal, e a escolhida da vez veio com arcos e flechas. ... Desde que a família do Gavião Arqueiro apareceu num dos filmes dos Vingadores, Clint se tornou o personagem mais humano do grupo. Pois além de não ter poderes ou ser super rico, o conhecemos para além dos uniformes, ele é o pai que tem um trabalho que o afasta de casa. ... Na série Hawkeye vemos uma espécie de passagem de bastão ao apresentar uma nova heroína para o universo pós Thanos: Kate Bishop, uma garota rica sem o pai que se inspirou do arqueiro para toda a vida. ... Em Nova York, Clint se sente incomodado por ser reconhecido como herói, enquanto sofre uma espécie de síndrome do impostor, o luto pela morte da Viúva Negra e ainda não estar lidando com o tempo que passou como o assassino Ronin. ... É uma história de ação com tons de comédia num clima natalino que me fez lembrar clássicos como Duro de Matar e Esqueceram de Mim. Uma trama simples, com protagonistas ranzinzas, numa interação de "buddy cop", aprendendo a conviver e quais os limites de cada um. ... Uma boa escolha para o fim do ano que avança na história de personagens menos superpoderosos. Infelizmente, a Marvel/Disney foi sacana em não dar os devidos créditos à fase do personagem que serviu como inspiração.
As séries de supers da Warner não são as mais queridas, mas todo ano apresentam uma história especial que chama a atenção dos fãs de quadrinhos: os crossovers. ... A inspiração da vez vem de uma saga do fim da década de 1980 e sua produção seguiu os problemas contemporâneos: a Pandemia. Assim, o crossover teve a equipe de filmagem reduzida e convidou atores dos outros programas para contar uma história nos cinco primeiros episódios da oitava temporada se Flash. ... Inicialmente começamos com a apresentação do desafio da temporada, a evolução de poderes tanto do herói, quanto dos vilões. Para aos poucos apresentar o antagonista Despero, um alien que aparece em Central City anunciando que a Terra será destruída pelo Barry em 10 anos e o ameaça por causa disso. Esse é o ponta pé inicial. ... Os episódios em seguida foram, em geral, melhores que toda a temporada passada, mas não podemos chamar de crossover, apenas um arco do Flash com participações especiais bem pontuais e ritmo arrastado com um dilema moral que já foi utilizado mais de uma vez na série. ... Enfim, decepcionante...
Os streamings lançaram a moda de maratonar séries incentivando sua audiência a assistir todos episódios de uma só vez. Mas a vantagem de ter tudo fresco na memória é também um tiro no pé quando as temporadas aparecem a cada 2 anos. ... Assistir a segunda temporada de Witcher me passou uma sensação de estar constantemente perdido simplesmente por não lembrar de quase nenhum personagem além do trio principal. Apesar disso, esse ano me agradou bastante e assume um desenvolvimento narrativo mais linear/convencional que o anterior. ... Assim, a história deixa de transitar entre diferentes momentos no tempo e ganha mais linearidade com Geralt treinando Ciri na sede dos bruxos, enquanto Yennefer tenta se recuperar da perda dos poderes depois da magia de fogo que soltou dois anos atrás. ... O cenário continua em guerra e a batalha no final da temporada apenas acirrou ainda mais os conflitos entre os diferentes povos do continente, e mesmo o Conselho de Magos parece só querer um puxar o tapete do outro. Isso proporcionou um maior destaque para a perseguição aos elfos que ficou ainda mais perigosa com os refugiados buscando um local seguro para viver. ... Com efeitos especiais muito bons, o tom desse ano é ainda mais voltado para a aventura, apontando para uma jornada cada vez mais épica com novos desafios que ampliaram o cenário para possíveis Multiverso (tá super na moda isso, mas não soou fora da proposta). ... O problema é a espera de mais dois anos, o lado positivo é que outros produtos nesse cenário estão sendo preparados para não deixar os fãs desamparados em 2022.
O tema de viver outras vidas, pequenas decisões que podem criar realidades completamente diferentes das quais vivemos, vem sendo cada vez mais utilizado, até para uma microssérie de 4 episódios da Netflix. ... A Vida é um Bug mostra dois amigos, um influencer famoso que acabou de ganhar o prêmio de personalidade do ano e reencontrar a garota que era apaixonado quando criança; o outro é o eterno companheiro de bobagens que geralmente acaba ficando em segundo plano. ... Tudo estava normal até a dupla bater o carro numa antena de celular 5G e ser transportado para uma realidade paralela onde o influencer é apenas um taxista e seu melhor amigo um rapper famoso. ... A comédia escrachada alemã, produzida e estrelada por dois Youtubers famosos, mas que seguram bem nos seus personagens, com episódios de tramas independentes e amarrados pelo desafio de entender a viagem entre realidades e na busca por uma forma como voltar para casa. ... Simples, mas divertido.
A série dos Titãs abraçou com unhas e dentes o conceito de sombrio, mas ficou só no conceito por que esqueceram de contratar roteiristas. Assim, a temporada começa com Jason Tood enfrentando o Coringa, sozinho. Claro que só poderia dar ruim. ... O que se segue é o retorno do Dick para Gotham, Bruce matando o Coringa e abandonando o manto, a aparição do Capuz Vermelho prometendo proteção ao submundo e não, a série continua sendo dos Titãs. E para ninguém falar o contrário, Kory recebe um contato telepático, meio alucinação da irmã, com um subplot bem deixado de escanteio, além de mortes e ressurreições. ... Não sei se é exatamente culpa dos atores que não seguram a interpretação ou se a culpa é do tom sempre excessivamente dramático e que tenta deixar épico, mas algo realmente não funciona. Porém, tenho que confessar que ninguém se esforça e alguns deles não tem nem ideia do que seria uma escola de atuação. ... As tramas também não ajudam em nada e todos os desenvolvimentos soam forçados e chatos, uma bagunça mal feita do conceito à resolução. Sem contar os furos de roteiro que convivem com situações previsíveis, personagens inseridos e esquecidos, tramas rascunhadas e mal trabalhadas. ... Para ter uma ideia, um dos episódios que eu mais gostei foi sobre uma representação bastante brega do além e convenhamos um arremedo de Supernatural com inimigos no nível Boneco de Massa é o fundo do poço. Mas calma, pois infelizmente existe um alçapão lá em baixo (e olha que nem penso em falar dos efeitos especiais). ... Enfim, sei que muitos já abandonaram a série e realmente é difícil continuar, pois não há o mínimo de esforço para pensar num roteiro, pois além da tentativa frustrada de se levar a sério a todo momento, sempre esquecem que esses personagens tem poderes, ou pelo menos alguma inteligência. ... Paradoxalmente esta temporada teve o melhor fim até o momento, não que a comparação ajude, pois o primeiro ano não terminou e o segundo teve uma morte bem vergonhosa. Ainda assim, a quarta temporada já foi aprovada e sempre fica a curiosidade. ... Temporada 4,5/10 Série 6/10
La Casa de Papel foi um fenômeno inesperado, lançado originalmente por um canal da tv espanhola em 2017, ninguém esperava que fosse ganhar mais episódios, quanto mais o mundo. ... A história que nem fez o sucesso esperado na Espanha entrou no catálogo da Netflix como para preencher catálogo, inclusive com seus episódios reeditados para transformar 15 episódios em duas temporadas. ... E agora, 4 anos depois finalmente chegamos ao fim, com um roubo separado em três temporadas e sua última parte separada em duas. Exagerado? Repetitivo? Poderia ser menor, mas não esta quinta temporada, pois esse último ano conseguiu não se perder em enrolações. ... Começamos com o luto por uma personagem icônica e o completo caos no ataque ao Banco de Espanha, tudo parecia ter falhado, mas a segurança nacional não podia saber e até chamou o exército para mostrar força. ... Tudo é extremamente melodramático, num ritmo frenético com planos em cima de planos, contingência da contingência da contingência, mas um absurdo tão bem orquestrado que mesmo nos empurrando pro precipício, pulamos sem nem pensar. ... Os flashbacks ao longo dos episódios conversam com o presente e inserem novos personagens ou discussões que tornam as mudanças abruptas do presente e as participações surpresa tão naturais que nem percebemos como o roteiro nos engana e aceitamos os furos e exageros. ... A produção conseguiu até colocar outra série de assalto dentro desta, que de tão bem feito, que mesmo a quebrando os clímax, não incomoda e logo estamos torcendo nas duas narrativas. ... E nem tenho o que falar sobre os atores que são carismáticos, torcemos e odiamos com a mesma intensidade, tudo e todos estão sempre em tons extremos e vão deixar saudade. ... Temporada 9/10 Série 8/10
A revisita ao clássico seriado da década de 1960, sobre uma família que naufraga na imensidão do espaço, foi recebida em 2017 expectativas boas e ruins, afinal a última tentativa de adaptação não convenceu muito. ... E então, nesse fim de 2021 a Netflix nos trouxe a terceira e última temporada de Perdidos no Espaço, uma série sempre aquém de seu potencial, mas que felizmente encerra muito bem com uma sequência de episódios recheada de expansão de cenário e ação. ... Depois da invasão de robôs alienígenas e a travessia das crianças pelo portal que supostamente iria para Alpha Centauri. Acompanhamos os episódios em dois núcleos: o grupo que chega num planeta semidestruído com uma antiga nave humana à deriva. Um espécie de The 100, sem os adolescentes tentando se matar a todo momento ... Enquanto os pais, passam a viver num esquema de guerrilha tentando recuperar toda a tecnologia possível dos destroços da estação espacial, fugindo dos robôs assassinos. ... Esses dois grupos descobrem mais e mais elementos sobre os seres alienígenas que, por muitas vezes, encontra semelhanças na franquia Alien. No caso com criaturas mecânicas inteligentes no lugar de assassinos de baba ácida. ... Sem dúvida o melhor dos três anos da série, com ótimo ritmo e efeitos especiais quase perfeitos. O roteiro também conseguiu explorar todo o elenco principal (que não é pequeno), melhorando até a sempre boba Dra. Smith. ... O ponto mais fraco é algo intrínseco ao seriado desde seu primeiro episódio, e devemos até pensar que essa aventura espacial tem como público alvo uma faixa etária mais infantil, pós há muita dependência de recursos como Deus Ex Machina. ... E possível perceber a preocupação em criar grandes desafios e de vez em quando até passa a sensação de que o perigo enfrentado é muito grande, mas como num vídeo game, alguém escolheu o modo super fácil e os perigos acabam não sendo tão perigosos. ... Temporada 8,5/10 Série 7/10
O problema do livre arbítrio é que todo mundo pode fazer o que quiser e esperar pelas consequências que aparecem de acordo com sua posição na pirâmide social. Mas e se (seja lá qual divindade rege o universo) resolver deixar seu descontentamento bem claro? ... Profecia do Inferno é uma série coreana inspirada numa Webcomic sobre um mundo onde pessoas passaram a ser mortas por criaturas feitas de cinzas que aparecem depois de terem sido avisadas de seus últimos momentos pelo que podem ser anjos. ... E no caos das mortes que se tornaram cada vez mais frequentes e públicas, uma seita chamada Nova Verdade abraça a causa e passa a ganhar cada vez mais seguidores, dando vaszo a uma violência justiceira. ... Logo de cara constatamos uma série problemática, a temporada se divide em duas partes, com os três primeiros episódios funcionando quase como um prólogo para o cenário fantástico que passa a ser melhor desenvolvido na segunda metade. ... Ela apresenta temas interessantes e bastante críticos à sociedade contemporânea: espetacularização da morte, histeria coletiva, fanatismo, milícias religiosas e um Youtuber louco e sensacionalista. ... Mas o desenvolvimento inicial lento e personagens insuportáveis na primeira metade, tornam a série muito chata e de difícil conexão. Felizmente ela vai se encontrando nos últimos episódios, depôs do avanço do tempo ao encontrar um novo status quo no mundo.
Em 1998 Cowboy Bebop conquistou fãs pelo mundo com estrutura episódica, ação em ritmo de jazz e rock numa estética que mistura elementos do western ao noire, dentro de uma ambientação futurista espacial. . A animação tem apenas 26 episódios, mas deixou todos querendo saber mais sobre o cenário e personagens que foram apresentados aos poucos sem se entregar a didatismos expositivos. . Então, depois de 23 anos, em ritmo de Jazz Noir (posso chamar assim?) a Netflix estreou o seriado em carne e osso que transpõe a animação abusando das referências estéticas estilizadas da obra original. . E para quem não conhece, a premissa da história é bastante simples, num futuro não tão distante conhecemos caçadores de recompensas cruzando o sistema solar numa nave caindo aos pedaços. . Os enredos são praticamente os mesmos (isso tira algumas surpresas para quem já assistiu o original) e se diferencia principalmente na estrutura narrativa que se divide em dois núcleos de personagens: os protagonistas e o vilão principal, este último é justamente a "novidade", mas o ator tem excesso de canastrisse e ajudaria se sua participação fosse menor. . Felizmente, o trio de caçadores possui ótima química e bom desenvolvimento, com cada um alternando como principal nos episódios, algo que permitiu trazer outras camadas e mostrar suas motivações e relações passadas. . O tempo maior para cada episódio dos 20 e poucos minutos para quase 60, permitem um mergulho maior em tudo que a animação deixou apenas sugerido, sempre atentando para preservar a estilização e as caracterizações estereotipadas que aparecem a todo momento. . E ainda que eu tenha gostado, a série tem mais uma proposta estética do que narrativa. Assim, os episódios funcionam melhor se apreciados aos poucos ao invés do formato de maratona que acaba por evidenciar os excessos estéticos (essencial para a identidade da série) que podem tornar a experiência um pouco cansativa.
Qual o significado que podemos encontrar no universo? Nossas ações são atos predestinados ou o caos impera na realidade? ... Poucos meses atrás, a plataforma vermelhinha recuperou da memória de todos a animação Mestres do Universo. Mas ao invés de acompanharmos um esqueleto e um carinha de tanga se batendo, assistimos a jornada de Teela para salvar Eternia. ... A primeira parte acabou com a morte de um protagonista, algo revertido com a morte de outro importante personagem que passou apontando para a transformação definitiva do cenário pré-estabelecido. ... Com mais cinco episódios o tão desejado confronto de Esqueleto contra o He-Man finalmente acontece, mas em proporções muito maiores que poderíamos imaginar. ... No entanto, o tom mais épico dos poderes envolvidos tornam a história mais previsível e tornam a série mais comum em relação a toda a trajetória que tínhamos acompanhado na primeira parte. Não é ruim, mas mais comum. ... Ainda assim, temos revelações interessantes sobre o passado de Maligna e Teela justificando as trajetórias e escolhas de ambas, das mais mesquinhas baseada no medo e na desesperança, até a fagulha de esperança que pode mudar o universo e move a trama. ... Enquanto que a parte mais bruta de batalhas e guerras empolgantes, que tomam quase que o último episódio todo, fica por conta do He-Man e Esqueleto, ora como aliados, ora inimigos. E ainda assim, uma coisa ficou bem claro para todos os haters, Mestres do Universo não é sobre esses dois personagens. ... A conclusão deixa pistas para uma continuação que retoma o subplot messiânico tecnológico, sugerido nos episódios iniciais, trazendo elementos de um universo irmão.
A vida é um trem descarrilado e sem controle onde, no auge do nosso egocentrismo, imaginamos que a realidade gira a nossa volta, quando no máximo somos protagonistas de nossa própria história, e muitas vezes nem isso. ... Entrelinhas Pontilhadas é uma série animada italiana de e sobre Zerocalcare, um quadrinista que escreve HQs semi-autobiográficas sobre crises de identidade. ... Acompanhamos sua vida em meio a digressões, flashbacks e alucinações que conversam com o presente no qual ele viaja com os amigos com motivo revelado apenas no fim do quinto episódio. ... Tudo é frenético, e torna impossível desviar a atenção por um segundo sem perder algo, geralmente uma piada autodepreciativa que tão bem se encaixa num homem branco de classe média próximo dos 40 e que ainda não encontrou seu propósito. ... E se a princípio tudo parece solto, sem um fio narrativo, apenas piadas pelas piadas, com o passar dos episódios todas as idas e vindas no tempo vão ganhando significado até recebermos o baque da realidade no final do quinto episódio, algo que o próprio protagonista se negava. ... O texto é ácido e sarcástico, mas tão real que dificilmente não nos reconhecemos em uma ou outra passagem. Além disso, também podemos encontrar inúmeras referências à cultura pop, inseridas de forma tão natural no texto quanto em conversas que temos com amigos. ... E podemos ir mais além nas "entrelinhas", além do individual, e encontrar uma crítica à sociedade que nos incita a sonhar com futuros brilhantes, mas que nos são negados quando chegamos na idade para vivê-los. ... Se eu posso levantar algum problemas, é que ela acaba tão rápido, quanto seu texto é falado, e que é praticamente impossível estudar italiano com os episódios.
A astrologia é aquele conhecimento obscuro que ninguém acredita, mas adorava ler todos os dias nos jornais, afinal, vez ou outra alguma coisa funciona tão e simplesmente por ser tão genérico que qualquer coisa poderia se encaixar... Era só acreditar... ... Guia Astrológico para Corações Partidos é uma série italiana de comédia romântica na qual acompanhamos Alice Bassi, uma assistente de produção que busca um novo amor definitivo, já que o antigo está com casamento marcado e filho a caminho. ... E apesar do que podemos imaginar, a série não se resume aos desencontros amorosos da protagonista. Embora seja um tema importante, sua vida é muito mais que isso e a vemos passando por conflitos devido sua indecisão e a necessidade de agradar todo mundo. Até que encontra uma oportunidade ao criar um gameshow astrológico para a produtora que estava em vias de falência. ... É uma comédia de relacionamentos com momentos de vergonha alheia, mas não tão absurdos e certamente são reconhecíveis em amigos ou si mesmo. ... E mesmo o tema da astrologia não está apenas no título ou no novo programa criado, mas está presente a cada cena e quanto mais a personagem acredita, mais os astros começam a impactar todas as decisões da protagonista.
Não importa a nossa idade, a data mais esperada do ano são as férias, mas infelizmente nem sempre podemos aproveitá-las da forma que pensamos. ... Então, se a primeira temporada de Stargirl representou um sopro de novidade jovial com personagens que misturavam a velha guarda da Sociedade da Justiça com adolescente descobrindo sobre o passado dos pais. Este segundo ano as consequências de um passado sombrio chegam em peso para os heróis da nova geração. ... O segundo ano começou sugerindo sérios problemas para o grupo com a introdução do Eclipso, que é apresentado lentamente ao longo de seis capítulos no qual o tédio toma Blue Valley a ponto de Courtney caçar guaxinins nos becos da cidade. A calmaria não dura muito ... Assim, temos um bom desenvolvimento dos personagens, com alguns novatos como a filha do Lanterna Verde Alan Scott ou o gênio preso na caneta mágica, mas que infelizmente se perde logo depois do primeiro confronto com Eclipso. Os episódios 7 a 10 são arrastados e poderiam ser resumidos a apenas um, mas que se reencontra nos três finais. ... Me chamou muito a atenção como essa série leva a sério a questão da continuidade entre os episódios, e isso expresso não apenas na condição narrativa, mas em cenários como a cozinha da Courtney que quase se torna um personagem à parte sendo mais destruída a cada episódio ... Acredito que o pós Crise nas Infinitas Terras representa um novo momento para as séries do Arrowverso, com o fim de várias das iniciais focadas em super-heróis puros e simples, agora teremos uma maior diferenciação entre elas. E Stargirl deve assumir a temática mais adolescente e superheroica, não à toa que o subtítulo desta segunda temporada é Summer School.
O tempo de renovação no Arrowverso continua e Supergirl é mais uma série que se despede. Ela cruzou universos e emissoras focando num público diferente, mas que agregou novas temáticas ao cenário e mesmo com momentos mais fracos, a relevância de seu enredo sempre foi maior que Arrow ou Flash. . A temporada começa com um resumo acelerado do que seria o fim do ano anterior que foi encerrado prematuramente pela Covid. Em seguida, temos o julgamento do Lex Luthor e a Supergirl perdida na Zona Fantasma. . Definitivamente vemos o ano mais depressivo da série, com os personagens caindo na desesperança um a um, da mesma forma que é também um momento de maior necessidade de esperança. Com discursos motivacionais e personagens superando seus medos a cada novo episódio. . O roteiro foi dividido em dois arcos: um com a equipe tentando encontar uma forma de entrar na Zona Fantasma e resgatar a Supergirl; enquanto no segundo arco todo o grupo ganha mais importância e divide o protagonismo na batalha contra a impronunciável vilã da quinta dimensão e um aliado secreto que se revela nos episódios finais. . Mas a divisão dos arcos, acompanha uma irregularidade evidente na qualidade técnica. Pois se as tramas e desafios eram interessantes, sua execução é muito problemática, tanto na atuação exageradamente dramática e pouco natural, como nos efeitos especiais e cenas de ação questionáveis. . Felizmente no segundo arco o exagero é amenizado e existe mais tempo para desenvolvimento dos desafios e personagens com a Kara sofrendo de stress pós traumático pelo tempo que passou na Zona Fantasma. . Os poucos episódios mais independentes conectam as duas partes (preservando a continuidade cronológica), e evidência ainda mais temas como questões ambientais, abandono social, exploração do trabalho de presidiários, e a CatCo como conglomerado de mídia cada vez maior. . Supergirl foi a última leva da primeira geração da Warner e que nem estreou nesse canal, mas desde o início possui um objetivo maior para seus personagens. ... Temas como pertencimento, preconceitos, o papel do jornalismo e empoderamento sempre foram o motor para suas tramas e, por mais que encontremos momentos mais baixos, ela deixou uma marca importante para o público ao qual foi destinada e que espero continue se desenvolvendo.
Depois de 15 temporadas somando a série principal e o spinoff não podíamos esperar muita novidade além de sucessivas batalhas entre sobreviventes e os zumbis caminhando de um lado para o outro. ... A sexta temporada de Fear The Walking Dead resolveu espalhar todos os membros do grupo depois de terem sido traídos por Virgínia. Parte foi distribuída pelas comunidades da líder inimiga, enquanto Morgan, depois de quase morrer, passa a ser caçado. ... Quando chegamos na metade da temporada, que podemos até considerar uma nova, voltamos ao status das comunidades estabelecidas, e a formação de alianças para enfrentar uma seita suicida. ... Por causa dessa pulverização de personagens, cada episódio passa a focar num núcleo quase como uma antologia, trazendo variedade narrativa e possibilitando inclusive testar gêneros e subgêneros como o western, policial e até mesmo o já clássico sobrevivência. ... O faroeste, por sinal, é o principal estilo trabalhado com roubo se diligência, duelos, xerifes e cavaleiros solitários. E talvez por causa dessa diversificação de abordagens e sempre incluir novos grupos com motivações variadas a temporada não fica cansativa.
Envelhecer é inevitável e com o passar do tempo os problemas cotidianos vão tomando o tempo e espaço da magia infantil, situação muito ruim quando parte se sua memória foi construída a partir de chaves mágicas. ... A segunda temporada de Locke and Key tem como tema principal a passagem da adolescência para a vida adulta, explorado a parti da descoberta de mais poderes e a inevitável responsabilidade que isso trás. ... Depois de terem enfrentado demônios e sombras no fim do ano anterior, esta temporada se mantém grande parte orbitando a questão da memória da magia que desaparece de todos que completam 18 anos. ... Claro que os conflitos não se resumem apenas aos problemas abstratos,pois junto a isso reencontramos Dodge, que se encontra escondida no corpo de Gabe e com objetivo de forjar novas chaves de poder. ... Locke and Key também se destaca nos efeitos especiais que são econômicos, mas bastante inventivos quando necessários, de forma a conseguir criar uma sensação de realidade e coesão na fantasia. ... Enfim, foi uma ótima temporada, com bom ritmo e desenvolvimento do background do cenário num tom um pouco mais complexo que o ano anterior, de forma a acompanhar seu público. ... Tivemos também a inserção de personagens que rapidamente se tornam importantes. Além de um bom equilíbrio no planejamento da história encerrando grande parte das tramas abertas em ambas as temporadas e deixando pistas para o desafio do próximo ano.
Embora muitos almejem, nenhuma produção nasce uma referência cult, ela, como o próprio nome indica, precisa de tempo para que se torne uma referência. ... A série animada Cowboy Bebop é uma dessas obras, originada como desenho animado, e que toma o caminho contrário da maior parte do que vemos em projetos japoneses, como a expansão com mangas e agora uma série na Netflix. ... Com 26 episódios, a premissa é bem simples, acompanhando caçadores de recompensas como muitas outras produções, mas com o grande diferencial de que cada episódio baseia seu roteiro numa música que varia entre o Jazz, Blues e Rock, compondo uma trilha sonora que rege o ritmo narrativo. ... Apesar de ser uma animação de 1998, é surpreendente como o ritmo narrativo é dinâmico e traz um bom equilíbrio entre a ação, drama e até o humor, não devendo em nada às produções mais recentes e com grande possibilidade de agradar um público bem amplo e atual ... Também existe uma interessante estratégia de continuidade, pois embora pensados de forma completa cada episódio, também é possível traçar uma cronologia a partir da entrada de novos tripulantes na nave. ... Outro elemento que não pode ser esquecido é a abertura, pois se eu ressaltei a importância da trilha sonora para a série, a minha introdução tem toda uma preocupação estética de apresentar a grande influência da cultura estadunidense, em especial os filmes policiais da década de 1970. ... O lado negativo é o encerramento, que apesar de dramático e muito emocionante, senti falta de um maior desenvolvimento nos personagens, eu veria fácil mais uns 10 episódios só para contar mais histórias do grupo.
Beforeigners - Os Visitantes (2ª Temporada)
3.8 14As ondas e ondas de imigrantes e refugiados chegando em países europeus são resultado de políticas expansionistas e de exploração históricas que geram problemas sociais locais. Agora a imagina se os refugiados começam a chega a partir de diversas épocas da história?
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A série Beforeigners mostra o que aconteceria se pessoas do passado de repente começassem a aparecer em nossa época, a necessidade de adaptação e os preconceitos, tudo a partir de dois policiais do departamento de homicídios de Oslo.
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Assim como a primeira temporada o roteiro se estrutura com uma investigação principal que logo encontra conexões com os conflitos pessoais de cada personagem. No caso um assassinato que tudo indica ter sido feito pelo famoso Jack Estripador, e que pode trazer pistas sobre o passado de Alfie.
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São apenas 6 episódios, assim como a temporada passada, mas acontece tanta coisa e com tantos personagens diferentes que parece maior. Mas em nenhum momento perde o ritmo ou torna uma ou outra linha cansativa, tudo é interessante e consegue se conectar.
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Assim, vemos a cruzada de Olaf Haraldson em provar que é mesmo o antigo rei da noruega; Lars assombrado em seu apartamento por uma anã que diz ser Odin; Alfhildr sofrendo de sonambulismo; e pela primeira vez temos um vislumbre que o mesmo está acontece em todo o mundo com a visita ao Reino Unido.
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A trama investigativa que conduz a série vai aos poucos mostrando que existe algo maior acontecendo como um caos temporal que pode estar sofrendo alguma interferência humana mais direta. E prepare-se para o último episódio que surpreende por mudar tudo que estávamos vendo e depois mudar de novo de forma relâmpago.
Arquivo 81 (1ª Temporada)
3.6 218 Assista AgoraA fórmula do found footage está bastante desgastada, mas a ideia de encontrar fitas antigas com conteúdo perturbador ainda pode render histórias assustadoras.
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Em Arquivo 81, acompanhando Dan, um restaurador de mídias audiovisuais para um museu em Nova York, depois de recuperar uma fita de vídeo sobre uma pesquisadora em 1994, ele recebe uma proposta de trabalho com especial.
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A série transcorre em duas continuidades, a vida do restaurador que aceita o trabalho e se isola numa propriedade no campo; e no ano de 1994, onde conhecemos Melody, em sua pesquisa no estranho edifico Visser.
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Nesse segundo momento temos uma mistura de imagens em VHS com outras em tomadas tradicionais, mas ambas apresentando o conteúdo das fitas. Mas logo Dan e Melody começam a se encontrar em algo indefinido como sonhos ou alucinações, encontros que se tornam cada vez mais reais.
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A trama de suspense e mistério aposta no questionamento da sanidade e trabalha esteticamente com planos holandeses e uma trilha sonora com reverberação, recursos que transpõe o incômodo do protagonista para o espectador. O ritmo mais lento nos primeiros episódios podem ser cansativos, mas eles logo vão acelerando com a história de complicando e tempos e realidades se alternando.
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O seriado é produzido pelo queridinho do horror pipoca contemporâneo James Wan, adaptado de um podcast narrativo de sucesso sobre atividades paranormais e sobrenaturais. Eles até fazem uma ponta na história com um dos personagens secundários que é host desse tipo de podcast.
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E claro, para alguns poucos entendedores, sempre desconfie do sexto andar.
After Life: Vocês Vão Ter de Me Engolir (3ª Temporada)
4.2 63 Assista AgoraChega um determinado momento da vida, seja pela idade, ou por perdas que começam a acontecer a sua volta que nos damos conta da finitude da vida, essa consciência pode ser destruidora, mas precisamos sempre encontrar forças nas mínimas alegrias para continuar
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Afterlife sempre foi uma comédia pesada, que nos leva mais à reflexão e apertos na garganta que ao riso. No ritmo dos comentários ácidos do protagonista que sabe que machuca os outros, mas faz isso justamente com intuito de se isolar e esconder a própria dor de ter perdido a esposa.
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Mas ao longo das temporadas vimos Tony lidando com suas tendências suicidas permitindo que as pessoas se reaproximassem. Com o tempo ele percebeu que estava lidando mal com o luto, depois de desistir de tirar a própria vida passou a apenas tocar pra frente esperando pelo fim. Até está temporada onde deu mais um passo para aceitar um novo momento de sua vida.
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Sim, falei que não era uma comédia fácil, mas superando todos os gatilhos que possa acionar, sua melancolia avassaladora trata sobre saúde mental de forma ampla. Pois além do protagonista, todos à sua volta passam por problemas dos que não possuem autoestima, aqueles que passaram por grandes perdas ou que não encontraram sua perspectiva na vida.
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Rick Gervais mais uma vez se destaca numa produção que é quase 100% sua, pois além de protagonizar, é responsável pelos rotineiros e produção, fazendo todos muito bem.
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Então separe seus lenços de papel e embarque com um misto de alegria e tristeza nessa última temporada de After Life.
The Expanse (6ª Temporada)
3.9 31 Assista AgoraQual o limite para se lutar por uma causa? Quantas vidas podem ser perdidas? E em que momento o ideal é esquecido pelo orgulho?
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Nessa sexta, e última temporada, em Expanse Terra e Marte começaram acuados pelos ataques da Marinha Livre liderada pelo Belter fanático Marcos Inaros. Um jogo de poder que se desenvolve com Inaros ganhando cada vez mais apoio alimentado pelo ódio vingativo dos anos de exploração sofridos pelos habitantes do cinturão de asteróides.
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Em paralelo acompanhamos garotinha Cara e sua curiosidade com a fauna local de Laconia, um dos planetas localizados além dos anéis alienígenas. Infelizmente uma trama que foi feita para uma nova temporada, mas com o cancelamento ficou em aberto.
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É uma série que lutou bastante para continuar, ganhando uma nova chance com a Amazon por alguns anos. Ela sempre se destacou ao trabalhar conflitos políticos abertamente com referências claras à nossa época e sempre em tons de cinza, não importa sobre qual facção se falava, víamos como todos tinham seus interesses escondidos.
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Tecnicamente também sempre apresentou interessantes soluções para as questões da física espacial, seja nos corpos dos soldados "boiando" de pé depois de mortos, ou nas manobras que aproveitavam o ambiente sem gravidade como nenhum outro filme ou série.
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Respeitava até mesmo os silêncios do espaço e a fragilidade de naves, estas não passam de pedaços de metal flutuantes que podiam ser perfuradas por simples projéteis, longe dos campos de força da ficção científica.
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Por fim temos os personagens, carismáticos e problemáticos, eles são humanamente falhos ao mesmo tempo que muito habilidosos e sortudos. Os odiamos e torcemos para que sobrevivam ao impossível.
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E dentro da categoria impossível temos o elemento alienígena, a arma definitiva, a protomateria que era central em algumas temporadas, enquanto outras apenas orbitava os conflitos.
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E por fim, como esperando, temos nos últimos episódios a reunião de todos os protagonistas que um dia foram inimigos: terrestres, marcianos, belters, piratas e a tripulação da Rocinante, numa despedida antes e depois da investida final que toma boa parte do episódio final.
Fundação (1ª Temporada)
3.8 121 Assista AgoraMuitos anos no futuro, em nossa própria galáxia, a humanidade atingiu o ápice da colonização espacial, mas toda utopia esconde segredos que um dia pode levar ao seu fim.
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A Fundação é uma adaptação da série literária de mesmo nome escrito por Isaac Asimov entre as décadas de 1940 e 1990 sobre uma reimaginação Scifi da queda do Império Romano. Assim, o roteiro da série nos mostra um império em seu crepúsculo que se recusa a aceitar o fim caçando o historiador e matemático que previu a iminente destruição.
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Acompanhamos a história em principalmente dois núcleos narrativos, a família real composta pelo imperador eternamente clonado e representado por três idades; e a jovem Gaal que saiu do seu planeta para trabalhar com o cientista subversivo Hari Seldon.
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Mas o tempo se modifica e viajando entre passado e futuro, flashbacks e saltos na cronologia para o futuro, vamos descobrindo como o império se destrói, enquanto um grupo de seguidores de Seldon tenta sobreviver no planeta Terminus e cria uma forma de manter a cultura e os avanços conquistados pela humanidade.
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A série demora um pouco para ganhar ritmo, já que destina os dois primeiros episódios (com mais de 1 hora cada) para contextualizar tudo e mais um pouco, com idas e vindas no tempo. Tal estratégia pode afastar espectadores pois torna cansativo o excesso de contemplação e descrição, mas se mostra necessário devido a complexidade do cenário.
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Mas apesar de ter um universo complexo e não apresentar uma progressão de tempo usual, sua história não é difícil de entender e rapidamente estamos conquistados pelo conjunto da obra. Atores e personagens, efeitos e ambientações tudo convida a mergulhar mais e mais fundo e quando vemos, já estamos esperando para a segunda temporada.
A Roda do Tempo (1ª Temporada)
3.5 236 Assista AgoraO mundo sofre sob a ameaça do senhor da escuridão e suas criaturas das Trevas. A única esperança reside em quatro jovens, pois entre temos aquele que pode ser a reencarnação do lendário herói conhecido por Dragão.
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A Roda do Tempo foi inspirada na série de livros de fantasia escrita por Robert Jordan e se tornou uma aposta do Streaming da Amazon com a segunda temporada já confirmada. Mas apesar de ótimos efeitos especiais e bom desenvolvimento narrativo, a história excessivamente repete arcos de Senhor dos Anéis, e isso desanima muito.
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Talvez a maior novidade no cenário foi incluir um grupo errante de fanáticos religiosos seguidores da Luz que caça tudo que vai contra sua crença. Mas mesmo eles são mal desenvolvidos e parecem estar apenas caminhando pela floresta eles são uma mistura de templários com inquisidores que, inclusive, possuem vestes brancas e carregam uma bandeira metade branca e metade amarela (qualquer semelhança ao Vaticano é mera coincidência) (será???).
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Tecnicamente a produção apresenta bons efeitos especiais que aliados às locações, contribuíram para a construção de mundo, bem como o uso de maquiagens em alguns monstros tornam as sequências mais reais.
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Também vale ressaltar a intenção de colocar as mulheres como protagonistas e até aponta o orgulho masculino como uma das causas da atual situação decadente do mundo, além da incapacidade masculina de controlar poderes mágicos sem enlouquecer.
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Mas com o passar dos episódios isso meio que é esquecido, ou pelo menos perde relevância a ponto de transformar a história no clichê mais raso da jornada do herói.
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As atuações também são irregulares, com os jovens protagonistas bem fracos, em especial o trio Rand, Perrin e Mat que não se garantem nem mesmo pelo carisma.
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Enfim, uma série com potencial, mas que se perde nas referências literais e vários clichês da fantasia épica, destruindo rapidamente o elemento que poderia se destacar para se transformar em algo pretensiosamente genérico.
Cobra Kai (4ª Temporada)
4.0 225 Assista AgoraQuando os adolescentes são mais responsáveis que os adultos alguma coisa está errada, ou simplesmente descobrimos que ter mais idade não garante nada e antigos rivais nunca vão conseguir fazer as pazes.
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Ninguém esperava que Karatê Kid pudesse fazer tanto sucesso, mas chegamos a quarta temporada de Cobra Kai com os ânimos cada vez mais acirrados e depois de várias rinhas sem regras os karatecas vão precisar se unir para enfrentar o dojô de John Kreese em mais um campeonato.
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Neste quarto ano vemos a tentativa de união dos estilos de Daniel e Johnny que tentam criar vínculos e respeito um com o outro, mas sem concordar um com o outro. Quem ganha espaço é o dojô do Cobra Kai que recebe a ajuda de Terry Silver, um membro fundador que lutou com Kreese no Vietnã (e também esteve no terceiro filme).
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São os mesmos conflitos que já vimos nos anos passados sob perspectivas ou personagens diferentes, inclusive com um novo conflito surgindo a partir do mimado filho mais novo de Daniel La Russo.
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Como destaque tivemos o arco do Robby, tentando trilhar um caminho próprio orbitando os Cobra Kai. Mas o excesso de drama e a repetição de tramas estão começando a cansar, principalmente quando envolve algo mais do Ralph Macchio, ele é bem fraco.
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Enfim, a série ainda empolga e os bons índices de audiência devem mantê-la por mais um tempo, mas é melhor que tenham mais atenção e imaginação para as próximas temporadas para não desgastar demais e continuar interessante.
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Temporada 8/10
Série 8,5/10
Gavião Arqueiro
3.5 327 Assista AgoraTodo ano temos pelo menos uma série ou filme para marcar o natal, e a escolhida da vez veio com arcos e flechas.
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Desde que a família do Gavião Arqueiro apareceu num dos filmes dos Vingadores, Clint se tornou o personagem mais humano do grupo. Pois além de não ter poderes ou ser super rico, o conhecemos para além dos uniformes, ele é o pai que tem um trabalho que o afasta de casa.
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Na série Hawkeye vemos uma espécie de passagem de bastão ao apresentar uma nova heroína para o universo pós Thanos: Kate Bishop, uma garota rica sem o pai que se inspirou do arqueiro para toda a vida.
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Em Nova York, Clint se sente incomodado por ser reconhecido como herói, enquanto sofre uma espécie de síndrome do impostor, o luto pela morte da Viúva Negra e ainda não estar lidando com o tempo que passou como o assassino Ronin.
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É uma história de ação com tons de comédia num clima natalino que me fez lembrar clássicos como Duro de Matar e Esqueceram de Mim. Uma trama simples, com protagonistas ranzinzas, numa interação de "buddy cop", aprendendo a conviver e quais os limites de cada um.
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Uma boa escolha para o fim do ano que avança na história de personagens menos superpoderosos. Infelizmente, a Marvel/Disney foi sacana em não dar os devidos créditos à fase do personagem que serviu como inspiração.
Armageddon
3.2 2As séries de supers da Warner não são as mais queridas, mas todo ano apresentam uma história especial que chama a atenção dos fãs de quadrinhos: os crossovers.
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A inspiração da vez vem de uma saga do fim da década de 1980 e sua produção seguiu os problemas contemporâneos: a Pandemia. Assim, o crossover teve a equipe de filmagem reduzida e convidou atores dos outros programas para contar uma história nos cinco primeiros episódios da oitava temporada se Flash.
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Inicialmente começamos com a apresentação do desafio da temporada, a evolução de poderes tanto do herói, quanto dos vilões. Para aos poucos apresentar o antagonista Despero, um alien que aparece em Central City anunciando que a Terra será destruída pelo Barry em 10 anos e o ameaça por causa disso. Esse é o ponta pé inicial.
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Os episódios em seguida foram, em geral, melhores que toda a temporada passada, mas não podemos chamar de crossover, apenas um arco do Flash com participações especiais bem pontuais e ritmo arrastado com um dilema moral que já foi utilizado mais de uma vez na série.
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Enfim, decepcionante...
The Witcher (2ª Temporada)
3.8 272Os streamings lançaram a moda de maratonar séries incentivando sua audiência a assistir todos episódios de uma só vez. Mas a vantagem de ter tudo fresco na memória é também um tiro no pé quando as temporadas aparecem a cada 2 anos.
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Assistir a segunda temporada de Witcher me passou uma sensação de estar constantemente perdido simplesmente por não lembrar de quase nenhum personagem além do trio principal. Apesar disso, esse ano me agradou bastante e assume um desenvolvimento narrativo mais linear/convencional que o anterior.
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Assim, a história deixa de transitar entre diferentes momentos no tempo e ganha mais linearidade com Geralt treinando Ciri na sede dos bruxos, enquanto Yennefer tenta se recuperar da perda dos poderes depois da magia de fogo que soltou dois anos atrás.
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O cenário continua em guerra e a batalha no final da temporada apenas acirrou ainda mais os conflitos entre os diferentes povos do continente, e mesmo o Conselho de Magos parece só querer um puxar o tapete do outro. Isso proporcionou um maior destaque para a perseguição aos elfos que ficou ainda mais perigosa com os refugiados buscando um local seguro para viver.
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Com efeitos especiais muito bons, o tom desse ano é ainda mais voltado para a aventura, apontando para uma jornada cada vez mais épica com novos desafios que ampliaram o cenário para possíveis Multiverso (tá super na moda isso, mas não soou fora da proposta).
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O problema é a espera de mais dois anos, o lado positivo é que outros produtos nesse cenário estão sendo preparados para não deixar os fãs desamparados em 2022.
A Vida é um Bug (1ª Temporada)
3.0 1O tema de viver outras vidas, pequenas decisões que podem criar realidades completamente diferentes das quais vivemos, vem sendo cada vez mais utilizado, até para uma microssérie de 4 episódios da Netflix.
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A Vida é um Bug mostra dois amigos, um influencer famoso que acabou de ganhar o prêmio de personalidade do ano e reencontrar a garota que era apaixonado quando criança; o outro é o eterno companheiro de bobagens que geralmente acaba ficando em segundo plano.
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Tudo estava normal até a dupla bater o carro numa antena de celular 5G e ser transportado para uma realidade paralela onde o influencer é apenas um taxista e seu melhor amigo um rapper famoso.
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A comédia escrachada alemã, produzida e estrelada por dois Youtubers famosos, mas que seguram bem nos seus personagens, com episódios de tramas independentes e amarrados pelo desafio de entender a viagem entre realidades e na busca por uma forma como voltar para casa.
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Simples, mas divertido.
Titãs (3ª Temporada)
2.9 92 Assista AgoraA série dos Titãs abraçou com unhas e dentes o conceito de sombrio, mas ficou só no conceito por que esqueceram de contratar roteiristas. Assim, a temporada começa com Jason Tood enfrentando o Coringa, sozinho. Claro que só poderia dar ruim.
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O que se segue é o retorno do Dick para Gotham, Bruce matando o Coringa e abandonando o manto, a aparição do Capuz Vermelho prometendo proteção ao submundo e não, a série continua sendo dos Titãs. E para ninguém falar o contrário, Kory recebe um contato telepático, meio alucinação da irmã, com um subplot bem deixado de escanteio, além de mortes e ressurreições.
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Não sei se é exatamente culpa dos atores que não seguram a interpretação ou se a culpa é do tom sempre excessivamente dramático e que tenta deixar épico, mas algo realmente não funciona. Porém, tenho que confessar que ninguém se esforça e alguns deles não tem nem ideia do que seria uma escola de atuação.
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As tramas também não ajudam em nada e todos os desenvolvimentos soam forçados e chatos, uma bagunça mal feita do conceito à resolução. Sem contar os furos de roteiro que convivem com situações previsíveis, personagens inseridos e esquecidos, tramas rascunhadas e mal trabalhadas.
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Para ter uma ideia, um dos episódios que eu mais gostei foi sobre uma representação bastante brega do além e convenhamos um arremedo de Supernatural com inimigos no nível Boneco de Massa é o fundo do poço. Mas calma, pois infelizmente existe um alçapão lá em baixo (e olha que nem penso em falar dos efeitos especiais).
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Enfim, sei que muitos já abandonaram a série e realmente é difícil continuar, pois não há o mínimo de esforço para pensar num roteiro, pois além da tentativa frustrada de se levar a sério a todo momento, sempre esquecem que esses personagens tem poderes, ou pelo menos alguma inteligência.
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Paradoxalmente esta temporada teve o melhor fim até o momento, não que a comparação ajude, pois o primeiro ano não terminou e o segundo teve uma morte bem vergonhosa. Ainda assim, a quarta temporada já foi aprovada e sempre fica a curiosidade.
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Temporada 4,5/10
Série 6/10
La Casa de Papel (Parte 5)
3.7 525 Assista AgoraLa Casa de Papel foi um fenômeno inesperado, lançado originalmente por um canal da tv espanhola em 2017, ninguém esperava que fosse ganhar mais episódios, quanto mais o mundo.
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A história que nem fez o sucesso esperado na Espanha entrou no catálogo da Netflix como para preencher catálogo, inclusive com seus episódios reeditados para transformar 15 episódios em duas temporadas.
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E agora, 4 anos depois finalmente chegamos ao fim, com um roubo separado em três temporadas e sua última parte separada em duas. Exagerado? Repetitivo? Poderia ser menor, mas não esta quinta temporada, pois esse último ano conseguiu não se perder em enrolações.
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Começamos com o luto por uma personagem icônica e o completo caos no ataque ao Banco de Espanha, tudo parecia ter falhado, mas a segurança nacional não podia saber e até chamou o exército para mostrar força.
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Tudo é extremamente melodramático, num ritmo frenético com planos em cima de planos, contingência da contingência da contingência, mas um absurdo tão bem orquestrado que mesmo nos empurrando pro precipício, pulamos sem nem pensar.
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Os flashbacks ao longo dos episódios conversam com o presente e inserem novos personagens ou discussões que tornam as mudanças abruptas do presente e as participações surpresa tão naturais que nem percebemos como o roteiro nos engana e aceitamos os furos e exageros.
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A produção conseguiu até colocar outra série de assalto dentro desta, que de tão bem feito, que mesmo a quebrando os clímax, não incomoda e logo estamos torcendo nas duas narrativas.
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E nem tenho o que falar sobre os atores que são carismáticos, torcemos e odiamos com a mesma intensidade, tudo e todos estão sempre em tons extremos e vão deixar saudade.
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Temporada 9/10
Série 8/10
Perdidos no Espaço (3ª Temporada)
3.8 54 Assista AgoraA revisita ao clássico seriado da década de 1960, sobre uma família que naufraga na imensidão do espaço, foi recebida em 2017 expectativas boas e ruins, afinal a última tentativa de adaptação não convenceu muito.
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E então, nesse fim de 2021 a Netflix nos trouxe a terceira e última temporada de Perdidos no Espaço, uma série sempre aquém de seu potencial, mas que felizmente encerra muito bem com uma sequência de episódios recheada de expansão de cenário e ação.
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Depois da invasão de robôs alienígenas e a travessia das crianças pelo portal que supostamente iria para Alpha Centauri. Acompanhamos os episódios em dois núcleos: o grupo que chega num planeta semidestruído com uma antiga nave humana à deriva. Um espécie de The 100, sem os adolescentes tentando se matar a todo momento
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Enquanto os pais, passam a viver num esquema de guerrilha tentando recuperar toda a tecnologia possível dos destroços da estação espacial, fugindo dos robôs assassinos.
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Esses dois grupos descobrem mais e mais elementos sobre os seres alienígenas que, por muitas vezes, encontra semelhanças na franquia Alien. No caso com criaturas mecânicas inteligentes no lugar de assassinos de baba ácida.
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Sem dúvida o melhor dos três anos da série, com ótimo ritmo e efeitos especiais quase perfeitos. O roteiro também conseguiu explorar todo o elenco principal (que não é pequeno), melhorando até a sempre boba Dra. Smith.
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O ponto mais fraco é algo intrínseco ao seriado desde seu primeiro episódio, e devemos até pensar que essa aventura espacial tem como público alvo uma faixa etária mais infantil, pós há muita dependência de recursos como Deus Ex Machina.
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E possível perceber a preocupação em criar grandes desafios e de vez em quando até passa a sensação de que o perigo enfrentado é muito grande, mas como num vídeo game, alguém escolheu o modo super fácil e os perigos acabam não sendo tão perigosos.
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Temporada 8,5/10
Série 7/10
Profecia do Inferno (1ª Temporada)
3.6 172 Assista AgoraO problema do livre arbítrio é que todo mundo pode fazer o que quiser e esperar pelas consequências que aparecem de acordo com sua posição na pirâmide social. Mas e se (seja lá qual divindade rege o universo) resolver deixar seu descontentamento bem claro?
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Profecia do Inferno é uma série coreana inspirada numa Webcomic sobre um mundo onde pessoas passaram a ser mortas por criaturas feitas de cinzas que aparecem depois de terem sido avisadas de seus últimos momentos pelo que podem ser anjos.
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E no caos das mortes que se tornaram cada vez mais frequentes e públicas, uma seita chamada Nova Verdade abraça a causa e passa a ganhar cada vez mais seguidores, dando vaszo a uma violência justiceira.
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Logo de cara constatamos uma série problemática, a temporada se divide em duas partes, com os três primeiros episódios funcionando quase como um prólogo para o cenário fantástico que passa a ser melhor desenvolvido na segunda metade.
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Ela apresenta temas interessantes e bastante críticos à sociedade contemporânea: espetacularização da morte, histeria coletiva, fanatismo, milícias religiosas e um Youtuber louco e sensacionalista.
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Mas o desenvolvimento inicial lento e personagens insuportáveis na primeira metade, tornam a série muito chata e de difícil conexão. Felizmente ela vai se encontrando nos últimos episódios, depôs do avanço do tempo ao encontrar um novo status quo no mundo.
Cowboy Bebop (1ª Temporada)
3.2 111Em 1998 Cowboy Bebop conquistou fãs pelo mundo com estrutura episódica, ação em ritmo de jazz e rock numa estética que mistura elementos do western ao noire, dentro de uma ambientação futurista espacial.
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A animação tem apenas 26 episódios, mas deixou todos querendo saber mais sobre o cenário e personagens que foram apresentados aos poucos sem se entregar a didatismos expositivos.
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Então, depois de 23 anos, em ritmo de Jazz Noir (posso chamar assim?) a Netflix estreou o seriado em carne e osso que transpõe a animação abusando das referências estéticas estilizadas da obra original.
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E para quem não conhece, a premissa da história é bastante simples, num futuro não tão distante conhecemos caçadores de recompensas cruzando o sistema solar numa nave caindo aos pedaços.
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Os enredos são praticamente os mesmos (isso tira algumas surpresas para quem já assistiu o original) e se diferencia principalmente na estrutura narrativa que se divide em dois núcleos de personagens: os protagonistas e o vilão principal, este último é justamente a "novidade", mas o ator tem excesso de canastrisse e ajudaria se sua participação fosse menor.
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Felizmente, o trio de caçadores possui ótima química e bom desenvolvimento, com cada um alternando como principal nos episódios, algo que permitiu trazer outras camadas e mostrar suas motivações e relações passadas.
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O tempo maior para cada episódio dos 20 e poucos minutos para quase 60, permitem um mergulho maior em tudo que a animação deixou apenas sugerido, sempre atentando para preservar a estilização e as caracterizações estereotipadas que aparecem a todo momento.
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E ainda que eu tenha gostado, a série tem mais uma proposta estética do que narrativa. Assim, os episódios funcionam melhor se apreciados aos poucos ao invés do formato de maratona que acaba por evidenciar os excessos estéticos (essencial para a identidade da série) que podem tornar a experiência um pouco cansativa.
Mestres do Universo (1ª Temporada - Salvando Eternia: Parte 2)
3.5 45 Assista AgoraQual o significado que podemos encontrar no universo? Nossas ações são atos predestinados ou o caos impera na realidade?
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Poucos meses atrás, a plataforma vermelhinha recuperou da memória de todos a animação Mestres do Universo. Mas ao invés de acompanharmos um esqueleto e um carinha de tanga se batendo, assistimos a jornada de Teela para salvar Eternia.
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A primeira parte acabou com a morte de um protagonista, algo revertido com a morte de outro importante personagem que passou apontando para a transformação definitiva do cenário pré-estabelecido.
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Com mais cinco episódios o tão desejado confronto de Esqueleto contra o He-Man finalmente acontece, mas em proporções muito maiores que poderíamos imaginar.
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No entanto, o tom mais épico dos poderes envolvidos tornam a história mais previsível e tornam a série mais comum em relação a toda a trajetória que tínhamos acompanhado na primeira parte. Não é ruim, mas mais comum.
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Ainda assim, temos revelações interessantes sobre o passado de Maligna e Teela justificando as trajetórias e escolhas de ambas, das mais mesquinhas baseada no medo e na desesperança, até a fagulha de esperança que pode mudar o universo e move a trama.
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Enquanto que a parte mais bruta de batalhas e guerras empolgantes, que tomam quase que o último episódio todo, fica por conta do He-Man e Esqueleto, ora como aliados, ora inimigos. E ainda assim, uma coisa ficou bem claro para todos os haters, Mestres do Universo não é sobre esses dois personagens.
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A conclusão deixa pistas para uma continuação que retoma o subplot messiânico tecnológico, sugerido nos episódios iniciais, trazendo elementos de um universo irmão.
Entrelinhas Pontilhadas (1ª Temporada)
4.5 59 Assista AgoraA vida é um trem descarrilado e sem controle onde, no auge do nosso egocentrismo, imaginamos que a realidade gira a nossa volta, quando no máximo somos protagonistas de nossa própria história, e muitas vezes nem isso.
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Entrelinhas Pontilhadas é uma série animada italiana de e sobre Zerocalcare, um quadrinista que escreve HQs semi-autobiográficas sobre crises de identidade.
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Acompanhamos sua vida em meio a digressões, flashbacks e alucinações que conversam com o presente no qual ele viaja com os amigos com motivo revelado apenas no fim do quinto episódio.
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Tudo é frenético, e torna impossível desviar a atenção por um segundo sem perder algo, geralmente uma piada autodepreciativa que tão bem se encaixa num homem branco de classe média próximo dos 40 e que ainda não encontrou seu propósito.
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E se a princípio tudo parece solto, sem um fio narrativo, apenas piadas pelas piadas, com o passar dos episódios todas as idas e vindas no tempo vão ganhando significado até recebermos o baque da realidade no final do quinto episódio, algo que o próprio protagonista se negava.
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O texto é ácido e sarcástico, mas tão real que dificilmente não nos reconhecemos em uma ou outra passagem. Além disso, também podemos encontrar inúmeras referências à cultura pop, inseridas de forma tão natural no texto quanto em conversas que temos com amigos.
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E podemos ir mais além nas "entrelinhas", além do individual, e encontrar uma crítica à sociedade que nos incita a sonhar com futuros brilhantes, mas que nos são negados quando chegamos na idade para vivê-los.
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Se eu posso levantar algum problemas, é que ela acaba tão rápido, quanto seu texto é falado, e que é praticamente impossível estudar italiano com os episódios.
Guia Astrológico para Corações Partidos (1ª Temporada)
3.6 50 Assista AgoraA astrologia é aquele conhecimento obscuro que ninguém acredita, mas adorava ler todos os dias nos jornais, afinal, vez ou outra alguma coisa funciona tão e simplesmente por ser tão genérico que qualquer coisa poderia se encaixar... Era só acreditar...
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Guia Astrológico para Corações Partidos é uma série italiana de comédia romântica na qual acompanhamos Alice Bassi, uma assistente de produção que busca um novo amor definitivo, já que o antigo está com casamento marcado e filho a caminho.
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E apesar do que podemos imaginar, a série não se resume aos desencontros amorosos da protagonista. Embora seja um tema importante, sua vida é muito mais que isso e a vemos passando por conflitos devido sua indecisão e a necessidade de agradar todo mundo. Até que encontra uma oportunidade ao criar um gameshow astrológico para a produtora que estava em vias de falência.
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É uma comédia de relacionamentos com momentos de vergonha alheia, mas não tão absurdos e certamente são reconhecíveis em amigos ou si mesmo.
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E mesmo o tema da astrologia não está apenas no título ou no novo programa criado, mas está presente a cada cena e quanto mais a personagem acredita, mais os astros começam a impactar todas as decisões da protagonista.
Stargirl (2ª Temporada)
3.7 18 Assista AgoraNão importa a nossa idade, a data mais esperada do ano são as férias, mas infelizmente nem sempre podemos aproveitá-las da forma que pensamos.
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Então, se a primeira temporada de Stargirl representou um sopro de novidade jovial com personagens que misturavam a velha guarda da Sociedade da Justiça com adolescente descobrindo sobre o passado dos pais. Este segundo ano as consequências de um passado sombrio chegam em peso para os heróis da nova geração.
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O segundo ano começou sugerindo sérios problemas para o grupo com a introdução do Eclipso, que é apresentado lentamente ao longo de seis capítulos no qual o tédio toma Blue Valley a ponto de Courtney caçar guaxinins nos becos da cidade. A calmaria não dura muito
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Assim, temos um bom desenvolvimento dos personagens, com alguns novatos como a filha do Lanterna Verde Alan Scott ou o gênio preso na caneta mágica, mas que infelizmente se perde logo depois do primeiro confronto com Eclipso. Os episódios 7 a 10 são arrastados e poderiam ser resumidos a apenas um, mas que se reencontra nos três finais.
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Me chamou muito a atenção como essa série leva a sério a questão da continuidade entre os episódios, e isso expresso não apenas na condição narrativa, mas em cenários como a cozinha da Courtney que quase se torna um personagem à parte sendo mais destruída a cada episódio
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Acredito que o pós Crise nas Infinitas Terras representa um novo momento para as séries do Arrowverso, com o fim de várias das iniciais focadas em super-heróis puros e simples, agora teremos uma maior diferenciação entre elas. E Stargirl deve assumir a temática mais adolescente e superheroica, não à toa que o subtítulo desta segunda temporada é Summer School.
Supergirl (6ª Temporada)
3.2 18 Assista AgoraO tempo de renovação no Arrowverso continua e Supergirl é mais uma série que se despede. Ela cruzou universos e emissoras focando num público diferente, mas que agregou novas temáticas ao cenário e mesmo com momentos mais fracos, a relevância de seu enredo sempre foi maior que Arrow ou Flash.
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A temporada começa com um resumo acelerado do que seria o fim do ano anterior que foi encerrado prematuramente pela Covid. Em seguida, temos o julgamento do Lex Luthor e a Supergirl perdida na Zona Fantasma.
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Definitivamente vemos o ano mais depressivo da série, com os personagens caindo na desesperança um a um, da mesma forma que é também um momento de maior necessidade de esperança. Com discursos motivacionais e personagens superando seus medos a cada novo episódio.
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O roteiro foi dividido em dois arcos: um com a equipe tentando encontar uma forma de entrar na Zona Fantasma e resgatar a Supergirl; enquanto no segundo arco todo o grupo ganha mais importância e divide o protagonismo na batalha contra a impronunciável vilã da quinta dimensão e um aliado secreto que se revela nos episódios finais.
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Mas a divisão dos arcos, acompanha uma irregularidade evidente na qualidade técnica. Pois se as tramas e desafios eram interessantes, sua execução é muito problemática, tanto na atuação exageradamente dramática e pouco natural, como nos efeitos especiais e cenas de ação questionáveis.
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Felizmente no segundo arco o exagero é amenizado e existe mais tempo para desenvolvimento dos desafios e personagens com a Kara sofrendo de stress pós traumático pelo tempo que passou na Zona Fantasma.
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Os poucos episódios mais independentes conectam as duas partes (preservando a continuidade cronológica), e evidência ainda mais temas como questões ambientais, abandono social, exploração do trabalho de presidiários, e a CatCo como conglomerado de mídia cada vez maior.
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Supergirl foi a última leva da primeira geração da Warner e que nem estreou nesse canal, mas desde o início possui um objetivo maior para seus personagens.
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Temas como pertencimento, preconceitos, o papel do jornalismo e empoderamento sempre foram o motor para suas tramas e, por mais que encontremos momentos mais baixos, ela deixou uma marca importante para o público ao qual foi destinada e que espero continue se desenvolvendo.
Fear the Walking Dead (6ª Temporada)
3.5 81Depois de 15 temporadas somando a série principal e o spinoff não podíamos esperar muita novidade além de sucessivas batalhas entre sobreviventes e os zumbis caminhando de um lado para o outro.
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A sexta temporada de Fear The Walking Dead resolveu espalhar todos os membros do grupo depois de terem sido traídos por Virgínia. Parte foi distribuída pelas comunidades da líder inimiga, enquanto Morgan, depois de quase morrer, passa a ser caçado.
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Quando chegamos na metade da temporada, que podemos até considerar uma nova, voltamos ao status das comunidades estabelecidas, e a formação de alianças para enfrentar uma seita suicida.
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Por causa dessa pulverização de personagens, cada episódio passa a focar num núcleo quase como uma antologia, trazendo variedade narrativa e possibilitando inclusive testar gêneros e subgêneros como o western, policial e até mesmo o já clássico sobrevivência.
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O faroeste, por sinal, é o principal estilo trabalhado com roubo se diligência, duelos, xerifes e cavaleiros solitários. E talvez por causa dessa diversificação de abordagens e sempre incluir novos grupos com motivações variadas a temporada não fica cansativa.
Locke & Key (2ª Temporada)
3.5 54 Assista AgoraEnvelhecer é inevitável e com o passar do tempo os problemas cotidianos vão tomando o tempo e espaço da magia infantil, situação muito ruim quando parte se sua memória foi construída a partir de chaves mágicas.
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A segunda temporada de Locke and Key tem como tema principal a passagem da adolescência para a vida adulta, explorado a parti da descoberta de mais poderes e a inevitável responsabilidade que isso trás.
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Depois de terem enfrentado demônios e sombras no fim do ano anterior, esta temporada se mantém grande parte orbitando a questão da memória da magia que desaparece de todos que completam 18 anos.
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Claro que os conflitos não se resumem apenas aos problemas abstratos,pois junto a isso reencontramos Dodge, que se encontra escondida no corpo de Gabe e com objetivo de forjar novas chaves de poder.
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Locke and Key também se destaca nos efeitos especiais que são econômicos, mas bastante inventivos quando necessários, de forma a conseguir criar uma sensação de realidade e coesão na fantasia.
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Enfim, foi uma ótima temporada, com bom ritmo e desenvolvimento do background do cenário num tom um pouco mais complexo que o ano anterior, de forma a acompanhar seu público.
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Tivemos também a inserção de personagens que rapidamente se tornam importantes. Além de um bom equilíbrio no planejamento da história encerrando grande parte das tramas abertas em ambas as temporadas e deixando pistas para o desafio do próximo ano.
Cowboy Bebop
4.6 251 Assista AgoraEmbora muitos almejem, nenhuma produção nasce uma referência cult, ela, como o próprio nome indica, precisa de tempo para que se torne uma referência.
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A série animada Cowboy Bebop é uma dessas obras, originada como desenho animado, e que toma o caminho contrário da maior parte do que vemos em projetos japoneses, como a expansão com mangas e agora uma série na Netflix.
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Com 26 episódios, a premissa é bem simples, acompanhando caçadores de recompensas como muitas outras produções, mas com o grande diferencial de que cada episódio baseia seu roteiro numa música que varia entre o Jazz, Blues e Rock, compondo uma trilha sonora que rege o ritmo narrativo.
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Apesar de ser uma animação de 1998, é surpreendente como o ritmo narrativo é dinâmico e traz um bom equilíbrio entre a ação, drama e até o humor, não devendo em nada às produções mais recentes e com grande possibilidade de agradar um público bem amplo e atual
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Também existe uma interessante estratégia de continuidade, pois embora pensados de forma completa cada episódio, também é possível traçar uma cronologia a partir da entrada de novos tripulantes na nave.
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Outro elemento que não pode ser esquecido é a abertura, pois se eu ressaltei a importância da trilha sonora para a série, a minha introdução tem toda uma preocupação estética de apresentar a grande influência da cultura estadunidense, em especial os filmes policiais da década de 1970.
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O lado negativo é o encerramento, que apesar de dramático e muito emocionante, senti falta de um maior desenvolvimento nos personagens, eu veria fácil mais uns 10 episódios só para contar mais histórias do grupo.