Nos anos da pandemia os filmes da Marvel foram substituídos por séries, e das três anunciadas inicialmente Loki foi a que mais chamou a atenção. ... Talvez pelo personagem, ou por prometer falar sobre realidades/temporalidades paralelas, o que eu sei é que Loki acabou me criando expectativa, e devo dizer que foi a que menos me agradou. ... A série começa imediatamente depois do último Vingadores e nos apresenta uma polícia do tempo que caça todos que não "fizeram o que deveriam", as chamadas variantes. ... O Loki que conhecemos então é preso e temos a apresentação dos conceitos e uma versão feminina dele como suposta vilã da vez. ... Desde o início tive sentimentos conflitantes, pois apesar de gostar dos conceitos e personagens, seu tom indeciso entre o épico de ficção científica fantástica e a galhofa me afastaram. ... E por mais que eu tentava, não encontrava conexão de forma a ser levado rapidamente ao tédio. Talvez o dramalhão tenha sido em excesso, ou realmente tudo tenha sido totalmente descompassado. ... No fim, essa mistura de Legends of Tomorrow com Guia do Mochileiro das Galáxias me pareceu vazio, apenas um meio para os próximos filmes e séries sem realmente entregar algo interessante e próprio. ... Também me incomodou o uso de poderes e superpoderes de acordo com a conveniência do roteiro; ou mesmo a preguiça em nomear um personagem só para tentar enganar o espectador. ... Ainda assim, esteticamente foi um bom exercício, pois além dos elementos das produções que citei acima, temos algo de burocrata sessentista com cenários de Star Wars. ... Enfim, agora me resta esperar pelo próximo seriado, espero que o Gavião e sua parceira (não tão mirim) seja melhor. ... Quem se interessar, gravei um podcast discutindo a série no Fortaleza Quântica, é só procurar nos agregadores Spotify ou Anchor.
É possível fazer uma série com uma personagem egoísta e ao mesmo tempo carismática? ... Eu Nunca prova que sim ao apresentar Devi, uma garota colegial com poucas amigas que que acha que por achar ser a única que tem problemas acaba magoando todos que passam pelo seu caminho. ... Mas não estou falando de um drama, trata-se de mais uma história que se passa na escola com a peculiaridade de trabalhar as questões de amadurecimento e relacionamento com foco em personagens multiétnicos, que vão desde a protagonista de família indiana até descendentes de japoneses e chineses entre outros. ... A trama que se pauta no humor de cotidiano com alguns exageros na caracterização das amigas de Devi, tem força na apresentação dos conflitos de forma muito real. ... E ressalto momentos como a misoginia no trabalho/academia de sua prima; as pressões culturais para arranjar um marido; ou na conexão de um avô e seu neto quando o mais jovem desperta coragem no mais velho para falar de traumas de guerra que passou na infância. .... Temas pesados, mas de forma divertida que equilibra muito bem o humor e a reflexão de seus personagens ao explorar as inseguranças e os medos de se sentir pertencente a um local ou grupo ao mesmo tempo que tentam conhecer a si mesmos.
A ciência é um campo fértil de experimentações e descobertas, mas existem limites éticos e morais que precisam ser seguidos. ... Biohackers conta a história de Mia, uma garota que entra na faculdade de biomedicina com objetivo de investigar uma cientista e professora especialista em pesquisas embrionárias promissoras, mas controversas. .... Começamos a segunda temporada três meses depois da liberação dos mosquitos infectados e de Mia ter sido sequestrada. No entanto, tudo parece ter se acertado e nem o espectador, nem a protagonista tem ideia do que aconteceu nesse tempo. ... A trama então vai acompanhar Mia investigando o tempo perdido que a leva descobrir o investidor por trás das pesquisas ilegais que ela havia desmontado e uma maneira de reverter os efeitos de sua perda de memória. ... É interessante como com apenas seis episódios por temporada acontece muita coisa, com poucos personagens que ajudam no desenvolvimento satisfatório de todos, mesmo que esse ano a protagonista tenha ganhado ainda mais tempo de tela. .... Ainda assim, é um pouco decepcionante que o grande evento no fim do primeiro ano, o ataque terrorista no trem, parece não ter resultado em nada, ou pelo menos dentro da narrativa, que ficou bastante apagado. ... Ainda assim é um bom suspense de investigação com a ética nas pesquisas médicas como pano de fundo.
O catálogo de séries da Netflix é lotado de histórias adolescentes, e cada uma delas possui uma peculiaridade, Atypical tem um protagonista dentro do espectro altista e acompanhamos seu amadurecimento. ... Nesta quarta e última temporada temos Sam morando com o melhor amigo Zahid, os conflitos de Cassie sobre descobrir quem é, e os medos dos pais em deixar os filhos saírem do ninho. ... É uma série sobre o cotidiano de uma família, focada nesse momento de transição comum em várias relações familiares e seus conflitos internos e externos, conquistando espectador pelo carisma dos personagens e o cuidado para desenvolver os mais diferentes temas ao longo dos episódios. ... E como última temporada, a produção não deixou cair a peteca e fechou todos os grandes conflitos abertos, não necessariamente os resolvendo, pois a vida continua e os desafios não terminam, mas fechando as tramas e evoluindo cada um dos personagens. .... Em especial gostei muito da trama da Cassie, a irmã mais nova de Sam que sempre foi deixada de lado por ser uma criança sem problemas, mas também cobrada pelos pais para usar suas habilidades da melhor forma, nesse ano ela enfrenta a ansiedade em relação ao seu futuro acadêmico e amoroso. ... Uma produção que nunca se absteve de questões dramáticas e complexas, mas sempre as tratando com realismo e cuidado, sem nunca partir para o sensacionalismo ou besteirol.
A Penny do Big Bang Theory cansou da vida pacata com o nerd para algo mais intenso cruzando o mundo como comissária de bordo em Flight Attendant. ... Na série, a personagem da Kaley Cuoco tem uma noite "Se Beber não Case" em Bangkok, mas com consequências muito piores como acordar e descobrir que o cara que ela tinha ficado foi assassinado do seu lado enquanto dormia. ... Ao longo dos episódios acompanhamos a personagem numa trama rocambolesca mista entre espionagem e comédia que me lembrou as paródias da década de 1970 e 1980, com direito a abertura inspirada nos 007s da década de 1970 e os filmes do Hitchcock. ... Ambientação complementada pela trilha sonora e sequências com telas que se dividem criando ritmo e emulando a estética dos filmes de espionagem. ... A trama mantém um tom de humor mais voltado para a vergonha alheia ao mesmo tempo que trabalha com o drama do vício em alcool e a relação com o pai na infância. Essa parte mais pesada ganha cada vez mais espaço ao longo dos episódios. ... Temos um interessante recurso narrativo para preencher as lacunas dos brancos da bebedeira: momentos de alucinação bizarros e flashbacks que assombram a personagem, mas servem como alívio cômico e desenvolvimento da personagem.
Com a pandemia, uma das mais efetivas formas de prevenção é o isolamento social, mas essa mudança de comportamento não é fácil para ninguém e a série Distanciamento Social apresenta diferentes dramas desse tempo. ... São oito episódios, todos com histórias estruturados a partir de conversas pelo Zoom, Google Meet, imagens de segurança e similares. ... A maior parte dos episódios mantém um tom de dramédia, com a inserção de alívio cômico em meio à ansiedade e depressão, mas à medida que avançam os episódios e a Covid (em especial o quinto episódio) o humor vai perdendo espaço. ... Assim como outras questões começam a ser apresentadas, problemas anteriores que persistem (como vários tipos de preconceito) e ressaltam a desigualdade da sociedade e que algumas pessoas tem mais possibilidade de se proteger do que outras. ... O ápice da série convoca à necessidade de tomada das ruas, com máscaras, mas impondo sua voz contra o racismo. (Em específico as manifestações por causa da morte de George Floyd) .... Nessa série temos a reunião de grandes atores que trazem realismo àquilo que todos estamos passando, no entanto talvez ainda não seja o programa ideal para a maioria das pessoas.
A natureza é implacável em todo o mundo, mas poucos lugares são tão inclementes do que a Islândia que divide espaço entre as geleiras eternas e os vulcões sempre ativos. ... Katla é uma série sobre o mistério do pequeno vilarejo de Vik, que após a atividade vulcânica fechar o lugar para turistas, uma estranha mulher coberta de cinzas aparece e alegando ser uma pessoa que trabalhou num hotel vinte anos no passado. ... A partir de então, outros mortos e desaparecidos retornam nas mesmas condições deixando poucas pistas sobre os acontecimentos. ... É um roteiro dramático que se desenvolve a partir de vários problemas de relacionamentos dos moradores do pequeno vilarejo ao lado do vulcão Katla. ... A fantasia se resume a apenas um único elemento, mas que se repete em diferentes formas e provocam reações diversas nos personagens. ... É uma história interessante em paisagens grandiosas e hipnotizantes, mesmo que acinzentadas pela fuligem do vulcão que suja até a neve. ... Mas a narrativa apresenta alguns problemas como o ritmo que poderia ser um pouco mais ágil, e embora encontre alguma consonância com o cenário desolado, a série logo se torna cansativa sem que o suspense se sustente. ... Mas o maior incômodo é em relação a uma certa dissociação de alguns personagens tem com a temporalidade, são eventos muito grandes que não poderiam ser ignorados... mas são... ... Enfim, apesar destes problemas levantados acima, acredito que os dramas psicológicos e depressivos são bons e vale a pena encarar os 8 episódios.
A corrida expansionista e colonialista do século XIX tinha o objetivo claro do enriquecimento, e este costumeiramente vinha da exploração, das pessoas ou da terra (geralmente dos dois, como ainda continua acontecendo). ... The Luminares é uma minissérie em seis partes que mostra a corrida do ouro na Nova Zelândia de 1860 por meio de duas personagens recém chegadas: Anna Wetherell e Himesh Patel. ... Acompanhamos a história em dois momentos no tempo com 9 meses de diferença entre eles, na chegada de ambos, quando sofrem um golpe atrás de outro; e o presente com Miss Wetherell sendo investigada por um assassinato e de posse de um vestido cheio de ouro nas costuras. ... Apesar de poucos episódios, a primeira metade tem um ritmo lento e cansativo devido a cara genérica da história, mas aos poucos começa a trazer uma proposta original e conquista de vez o espectador. ... Também foi inserido um elemento místico nos momentos finais que destoa sem necessidade da narrativa até então apresentada, mas por aparecer de forma tão avulsa, pode ser ignorada. ... Ainda que apresente esses problemas, a história é legal e toma caminhos não muito comuns, mesmo que lembre um cenário western em vários momentos. .... 3/5
Iniciada no início deste ano, Lupin conta a história de um ladrão de luxo, que pratica pequenos e grandes golpes inspirados num clássico personagem da literatura francesa, e arquiteta uma vingança contra a família responsável pela prisão injusta de seu pai. ... No final da primeira metade da temporada seu filho tinha sido sequestrado e agora Assane precisa recuperá-lo num episódio duplo dramático e frenético de perseguição. ... Mas o que parecia ser uma temporada contínua, ela logo se torna episódica em dois arcos divididos por um one-shot que contribui no ritmo e respiro narrativo. ... Ao longo da temporada a máscara do grande empresário filantropo se desfaz com quase toda a policia nas suas mãos, mas é do mais inusitado aliado que a ajuda aparece. ... É interessante como o roteiro usa os flashbacks com a infância do protagonista para desenvolver os conflitos de classe e étnicos que reflete a vida atual do protagonista. ... Outro recurso narrativo são as amarras da trama apresentadas de forma retroativa, mostrando que as supostas coincidências que ocorrem ao longo de cada episódio sempre fazem parte de elaborados planos. ... Talvez a extrema dependência da suspensão de descrença (é difícil acreditar que ninguém percebe o Omar Sy se disfarçando) e as coincidências no roteiro incomode um pouco, mas condiz com o tom de aventura pulp proposta.
Quando ocorre um crime no mundo sobrenatural de Manilla ou ele sai do controle, temos que chamar Alexandra Trese. .... A nova série animada da netflix toma como base um quadrinho filipino e se apresenta em seis capítulos com histórias independentes que mescla vampiros, fantasmas e lobisomens e toda sorte de criaturas fantásticas num cenário de gangues e máfias ... A estrutura narrativa é dividida entre os casos que resolve no presente e flashbacks de Alexa na infância e adolescência, recurso que permite desenvolver a personagem ao mesmo tempo que impõe um ritmo acelerado em cada episódio. ... A protagonista marrenta e que parece saber sobre tudo não é algo inédito, mas seus guarda-costas e os variados poderes são interessantes. ... Ainda assim, o melhor fica por conta do tipo de animação, com traço que remete ao Seinen do quadrinho japonês, mas com velocidade e dinamicidade das sequências de luta e perseguição são o maior destaque. ... É genérico, mas tem boas ideias e sabe trabalhar bem com as mitologias locais, pois mesmo com tramas previsíveis encontramos algumas soluções inventivas.
O mundo acabou em pandemia, e a partir de então só nascem bebês com características animais, os híbridos, e a humanidade sempre amável os culpa só por serem diferentes. ... Sweet Tooth é uma premiada série em quadrinhos que acaba de ganhar a versão de carne e osso. Ela nos leva para uma fábula moderna pós apocalíptica onde acompanhamos Gus, um garoto com chifres de cervo que se arrisca no mundo em busca da mãe. ... Além de Gus, que representa a narrativa principal temos outros dois núcleos: Aimee que se isolou no zoológico durante o surto de mortes e com o tempo criou um abrigo para os híbridos; e o casal de médicos que vivem num condomínio fechado. ... Cada grupo de personagens desenvolve um elemento ou questão deste cenário, e embora a parte mais passional se concentre em Gus e Aime. No casal temos a trama que investiga tanto a doença, como as possibilidades de cura, levantando o tema da ética médica e quanto perdemos de nossa humanidade. ... Mas apesar de algumas cenas bem violentas e do mundo estar bastante destruído com racismo e sadismo, povoado por grupos de caça e extermínio aos hibridos; o tom fabulesco permite um desenvolvimento mais otimista e inocente que deixa a série mais leve.
Os deuses nórdicos finalmente estão acordando, mas Thor precisa reuni-los antes que os gigantes matem e dominem tudo. ... Sim, a segunda temporada de Ragnarok finalmente trouxe mais fantasia e contrasta com o primeiro ano que ainda focava nas tramas colegiais. ... Assim, a história fica dividida entre a descoberta de aliados para enfrentar os gigantes e o embate contra Jutul, a empresa dos gigantes que vem poluindo toda a reserva de água na cidade de Edda. ... A série é voltado para o público adolescente e possui um orçamento bem mais modesto que o outro universo de deuses nórdicos, então calibre as expectativas, pois ela diverte e apresenta interessantes adaptações da mitologia para o mundo "real". ... O elenco é apenas ok, alguns atores como os que interpretam Magne ou Fjor são um desastre, mas Laurits sempre rouba a cena com sua inteligência acima da média, como se fosse o único que soubesse o roteiro, sempre nos deixando com dúvida sobre sua lealdade. ... Uma das maiores é que são poucos episódios, seis em cada temporada e faltando apenas uma para finalizar o esperado fim do mundo nórdico.
Para alguns, a invisibilidade pode ser um poder, para outros não passa do dia a dia sendo ignorado pela sociedade. ... Na série italiana Zero, acompanhamos um mangaká amador que vive no subúrbio pobre de Milão e trabalha entregando pizzas onde sempre foi ignorado até que descobre que pode ficar invisível. ... É uma história de origem sobre um super-herói do mundo comum que enfrenta, junto com os amigos, a especulação imobiliária liderada por investidores que querem transformar o bairro expulsando seus moradores. ... O romance do protagonista ajuda a ressaltar as diferenças sociais de uma metrópole, e que se repete em todas as interações retratadas nos episódios, sempre marcados pelo racismo e a xenofobia. ... Além desses elementos que perpassam todos os episódios, os encontramos na policia que é paga para não interferir nas ações das gangues locais que depredam e favorecem ainda mais o esvaziamento do bairro. ... Como cada episódio tem apenas 25 minutos, a história se desenvolve rapidamente e sobra pouco espaço para "barrigas narrativas", ainda assim, os personagens são bem apresentados e atuam de forma satisfatório, apenas um ou outro que realmente é mais fraco. ... Gostei também do recurso estético para mostrar como os poderes atuam, com as imagens fragmentadas e a coloração um pouco borrada, com pouca definição nos fractais. Simples, mas muito funcional.
Quantas histórias com o plot da criança abandonada criada por (insira aqui alguma coisa) já não vimos em filmes ou quadrinhos? ... Eden é uma animação que segue esse conceito e ainda insere uma variação das leis da robótica de Asimov numa série em apenas 4 episódios sobre uma criança que foi criada por robôs e precisa lutar contra outro grupo de máquinas sencientes. ... Na história acompanhamos dois robôs que trabalham numa espécie de fazenda de maçãs e encontra uma cápsula com uma bebê, a humanidade foi dizimada faz mais de 1000 anos e os humanos passaram a ser considerados perigosos por alguns robôs e a salvação pelo grupo de renegados. ... Nos deparamos com uma guerra entre as máquinas que possuem um líder déspota que subjuga os operários e odeia humanos pela destruição que a espécie causou no mundo. ... A arte é bastante colorida e mistura efeitos de CG 3D que separam os personagens do fundo ao mesmo tempo que ressaltam texturas e trazem velocidade às sequências de ação. ... Interessante e narrativamente emotivo, apenas me questiono em relação à forma que foi exibido, pois não se justifica a divisão em quatro episódios de menos de 30 minutos cada.
Não basta ter poderes, é preciso descobrir o que fazer com eles, mas quem disso que isso é fácil? ... Nessa segunda temporada de O Vizinho, além da descoberta de que Lola também tem poderes, um antigo colega de quarto de Javi, que virou astro de cinema, reaparece para interpretar o Titã. ... Junto a esses dois plots, temos como história de fundo da vez temos dois caminhos: a prefeita de Madri manipulando Javi para fins políticos e um fiscal dos Guardiões Cósmicos tentando consertar o caos dos super poderes. ... A comédia com tom de sitcon perdeu bastante espaço para os problemas super-heróicos e junto foi parte da graça que vinha mais do mundano, apenas temperado com o fantástico. ... Assim, o humor ficou ainda mais bobo e não funciona na maioria dos casos, os acessórios e efeitos especiais também estão mais presentes, na mesma medida que mais toscos, em alguns momentos no nível Chapolin. ... Enfim, esse segundo ano arriscou mais, mas também errou mais, ainda assim o carisma dos personagens, mesmo os mais chatinhos como Javi, Lola e Tucker tem bons momentos.
O monopólio do superheroísmo não está mais com os Estados Unidos, pois agora temos um vigilante madrilenho na série O Vizinho. ... Nessa mistura de Tick com Lanterna Verde, acompanhamos um fracassado do subúrbio de Madri que ganha poderes depois que um guardião cósmico cai do seu lado e lhe transfere poderes ativados por uma pílula vermelha e um uniforme escondido num medalhão. ... A história se divide entre Javier aprendendo a ser um herói com seu novo vizinho (que só quer estudar); a ex-namorada jornalista que, tentando não ser despedida, tenta descobrir quem é o homem voador do bairro; e bem de fundo vemos a proliferação de casas de aposta substituindo todos os comércios locais. ... É um tipo de herói totalmente sem preparo e que nem sabe o que fazer com os poderes, basicamente tudo se desenvolve numa esteutra de sitcom, com uma pessoa superpoderosa. ... Mas apesar da simplicidade no roteiro, ele é muito divertido e tem personagens extremamente carismáticos que fica difícil de não gostar.
Quando sociedades são destruídas? Quando permitimos que o ódio e o preconceito se sobressaía para aplacar o medo da mudança, mesmo que ela represente algo melhor. ... Na segunda temporada de Expresso do Amanhã, o trem que leva os últimos representantes da humanidade é abordado por outro trem com o antigo criador querendo o controle. ... Assim, acompanhamos a formação de uma nova guerra civil entre o seguidores desse empresário inventor do trem e aqueles que querem manter as liberdades conquistadas com a revolução. ... Temos um desenvolvimento interessante com a mudança de status do antigo fundão que se tornou uma fronteira; caráter messiânico do "criador" inflando pessoas que insistem em retomar o velho sistema de classes, mesmo que muitos façam parte dos explorados. ... Um destaque para Sean Bean que faz o "criador", que nada mais é que um ditadorzinho manipulador que alimenta o ódio entre as classes sociais e utiliza até da religião para aumentar o preconceito. ... Enfim, esse segundo ano tornou a série ainda mais dinâmica e envolvente ao colocar mais às claras um vilão para o trem com a luta de classes assumindo uma nova perspectiva. Além disso, apresenta cientistas loucos e uma esperança para a vida fora do trem com o possível fim da era congelante.
A adaptação da série de jogos Castelvania, feita por Warren Ellis, finalmente chegou a sua quarta e última temporada com a derrota definitiva dos vampiros? ... Como no ano anterior a narrativa dos primeiros episódios também é fragmentada em quatro núcleos: Alucard salva uma vila e se expõe para uma traição; as quatro rainhas vampiras expandem seu território e começam ter discordâncias; a dupla Belmont e Sipha na eterna jornada matando monstros; e por fim, o antigo forjador mestre com sua vingança. ... Devo dizer que essa animação nunca me agradou, e para mim, muito do que define Castelvania é tédio. Felizmente na metade final da temporada com a convergência dos personagens e as conclusões ajudaram a ser um pouco melhor que o ano anterior. ... O melhor mesmo fica por conta dos gráficos e da agilidade nas sequências de ação regadas com sangue... e só.
Ao longo dos anos os heróis das editoras Dc e Marvel ganharam várias cópias que exploram diferentes possibilidades. ... Em Legado de Júpiter,Mark Millar fez a sua própria versão da super família bebendo da fonte da HQ Reino do Amanhã, essa de outro Mark, o Waid. ... Acompanhamos um grupo de pessoas superpoderosas que vive na Terra tentando não se envolver com seus conflitos ao longo do século XX. ... A narrativa se alterna entre os meses em torno do Crash de 1929, o trauma, luto e uma busca misteriosa que começa a envolver várias pessoas. ... E o presente onde vemos os problemas familiares de um pai ausente vindo à tona com um filho que quer seguir os exemplos do pai, enquanto a filha o nega completamente. ... É mais uma série que reflete o cinismo e desesperança de nossa época, questionando o conceito clássico de superheroismo que evita ao máximo a morte dos inimigos, frente o avanço da violência por parte dos vilões e da população que não deseja justiça, mas vingança. ... Enfim, um roteiro que trabalha com o conflito entre gerações e expõe as hipocrisias dos heróis que não conseguem mais seguir os ideais puros e inocentes típicos dos quadrinhos. ... A história consegue trazer algo de novo o suficiente para não ser apenas mais uma série, embora tenha deixado parte dos problemas políticos da Hq de lado. ... Os atores são ok, com destaque para Josh Duhamel que rouba a cena com um personagem cheio de problemas em ambos os momentos temporais. Mas nfelizmente os efeitos especiais e maquiagem são bem fracos e acaba expondo o baixo orçamento.
Assumir um legado nunca é fácil, principalmente se aquele que te inspira é o maior super-herói do mundo e seu pai. ... Invencível é a nova série de superseres que vem chamado a atenção de todos e, que por um acaso, é também uma animação baseada nas hqs de Robert Kirkman criada em 2003. ... Ela nos mostra um garoto que acaba de descobrir seus imensos super poderes e que seu pai é uma versão do Superman com bigodes e a voz do J.J.Jameson (eternizada por J.K.Simmons). Um cenário no qual o mundo é protegido por uma infinidade de superseres. ... Tudo começa como um mundo perfeito de supers, com seus vilões e uma Liga da Justiça que beira a invencibilidade, mas daí o filho do ser mais poderoso da Terra desperta poderes. Ele treina e briga, até que chegamos no fim do primeiro episódio que é nada menos que sangrento e explosivo. ... O enredo se fundamenta no suspense do "agora vai dar ruim" criado a partir da revelação para o espectador de uma situação catastrófica que é escondida dos demais personagens. ... Em paralelo, ao longo dos episódios, temos os conflitos normais de heróis adolescentes descobrindo os poderes, enfrentando invasores alienígenas, reis do crime e os relacionamentos escolares. .... É divertido, mas não passa de violência pela violência, tirando esse aspecto é uma série da CW super condensada em poucos episódios, mas com muito sangue, corpos explodindo e cabeças decepadas.
Com o avanço das plataformas de streaming as tentativas de grandes franquias adolescentes saídas de livros de fantasia migrou para a Netflix e similares. ... Sombra e Ossos nos leva para um mundo dividido por uma "cicatriz" feita de sombras num mundo fantástico com algumas pessoas superpoderosas e uma guerra civil em gestação. ... Com uma narrativa super acelerada, somos jogados num mundo meio steampunk, meio alta fantasia com quase nenhuma informação e personagens que aparecem como se já os conhecêssemos. ... Estratégia para sair do tradicional modo linear de contar uma história que não foi bem feito e tornou tudo bastante confuso. ... De qualquer forma, com o tempo nos acostumamos, e assim somos conquistados pelos interessantes elementos criados para as bases do cenário, personagens, mitologia e ambientação. ... Os efeitos especiais são bem produzidos e muito bem inseridos, num roteiro que mistura caça às bruxas com a disputa pelo poder nesse país (?) que chama a atenção pelo alto valor de produção. ... Percebemos facilmente o cuidado com os figurinos e tecnologias criadas, com uma inspiração estética na indumentária do Império Russo e em outros momentos do extenso país como os cartazes que vez ou outra aparecem. ... Ainda assim, é um amontoado de clichês com frases prontas e conveniências à cada cena, em interpretações bregas e péssima geografia de cena ou cenário. Enfim, tive sentimento conflitantes em relação à série mas vale a pena assistir.
Qual o valor de um símbolo? Quanta responsabilidade ele pode conter? Falcão e o Soldado invernal é uma série sobre herança, redenção e consequências, como lidar com um mundo quebrado. .... De um lado Sam precisa lidar com o legado do escudo e do barco pesqueiro de sua família; de outro lado temos Bucky, pela primeira vez livre das amarras do controle mental assumindo como missão pessoal reparar os erros de seu passado. ... Em meio a isso, o mundo já não é mais o mesmo depois do sumiço e reaparição de metade da sua população depois de 5 anos do estalar de dedos. ... No intervalo de 5 anos todos sofreram e se recompuseram com novas alianças entre países e distribuição de poder. Com o retorno de todos, os poderosos resolveram restituir suas posições, mas às custas da população que havia atingido uma melhor situação social. ... O grupo revolucionário Apátridas surge para lutar contra a segregação e perda das poucas melhorias que conquistaram nesse tempo. ... Ao longo dos episódios somos apresentados a questões sérias e complexas como o racismo, com experimentos que mataram vários negros na busca pelo soro do supersoldado (fazendo alusão aos casos de Tuskegee, no Alabama), não aceitando um Capitão América que não fosse o ideal ariano ou simplesmente o preconceito que vemos no dia a dia. ... Expondo os abusos de poder com treinamento militar que desumaniza os soldados para depois jogá-los fora quando ao menor problema. Ou mesmo os problemas sociais trazidas pelos imigrantes, refugiados e campos de isolamento. ... Tudo num ritmo bem equilibrado explorando o relacionamento passivo agressivo da dupla de protagonistas que recupera o estilo Buddycop oitentista, e que ganha por uns episódios o acréscimo de um terceiro elemento complementar.
Um orfanato isolado formado por um corpo docente e diretoria que abusa de seu poder e tortura todos os alunos não é terror suficiente para o Internato: Las Cumbres. ... A série espanhola da Amazon Prime conta a história de internos de um Colégio localizado num penhasco isolado no meio de uma floresta assombrada por uma seita do passado. ... A série prende o espectador pelos mistérios que se somam a cada episódio, com ganchos que tornam quase impossível parar. Mas algumas tramas secundárias são muito arrastadas e desnecessárias, prejudicando o desenvolvimento da primeira metade da temporada de forma a espantar o menos persistente. (A segunda metade todas as linhas narrativas que tinham sido abertas melhoram). ... Outro elemento chave está na ambientação, o Internato foi construído num mosteiro que está sempre envolto em névoas. ... Mas o maior horror se encontra na própria estrutura de ensino apresentada, algo pior que qualquer prisão e onde os direitos humanos passam bem longe (até exagerados em diversos momentos). ... A série ganharia muito se fosse mais focada e cortasse alguns episódios ou resumisse algumas interações de forma a contribuir com o ritmo das revelações realmente relevantes.
A madrugada é aquele horário onde grande parte das pessoas dorme e qualquer coisa pode acontecer. ... Em Frequência Kirlian, minissérie animada de terror, conhecemos histórias sinistras da cidade esquecida de Kirlian que são narradas pelo radialista da LFK 96,6. ... Somos apresentados a eventos estranhos que podem ir desde alienígenas que enfrentam uma assombração para sobreviver até insetos vampiros imortais, tudo em episódios de no máximo 10 minutos de duração. ... A narrativa é episódica e tem claras influências de Além da Imaginação e Contos da Cripta ao pegar a veia do bizarro. Com bom ritmo, a série se destaca pela arte bastante peculiar, com cores muito fortes e que abusam do alto contraste chapando nos personagens e cenários. ... E mesmo que a animação seja "travada" (na linha dos desanimados da Marvel da década de 1960), ela não perde o dinamismo graças aos diálogos e a montagem. ... Sua trajetória é longa, trata-se de uma produção argentina que teve seu início em 2007, mas só chegou no atual formato em 2017 pelo You Tube e Vimeo, e posteriormente na Netflix em 2019. ... Inclusive é possível assistir no YouTube outros 3 episódios que ainda são inéditos na Netflix, e ficamos na torcida para o projeto trazer mais histórias.
Loki (1ª Temporada)
4.0 490 Assista AgoraNos anos da pandemia os filmes da Marvel foram substituídos por séries, e das três anunciadas inicialmente Loki foi a que mais chamou a atenção.
...
Talvez pelo personagem, ou por prometer falar sobre realidades/temporalidades paralelas, o que eu sei é que Loki acabou me criando expectativa, e devo dizer que foi a que menos me agradou.
...
A série começa imediatamente depois do último Vingadores e nos apresenta uma polícia do tempo que caça todos que não "fizeram o que deveriam", as chamadas variantes.
...
O Loki que conhecemos então é preso e temos a apresentação dos conceitos e uma versão feminina dele como suposta vilã da vez.
...
Desde o início tive sentimentos conflitantes, pois apesar de gostar dos conceitos e personagens, seu tom indeciso entre o épico de ficção científica fantástica e a galhofa me afastaram.
...
E por mais que eu tentava, não encontrava conexão de forma a ser levado rapidamente ao tédio. Talvez o dramalhão tenha sido em excesso, ou realmente tudo tenha sido totalmente descompassado.
...
No fim, essa mistura de Legends of Tomorrow com Guia do Mochileiro das Galáxias me pareceu vazio, apenas um meio para os próximos filmes e séries sem realmente entregar algo interessante e próprio.
...
Também me incomodou o uso de poderes e superpoderes de acordo com a conveniência do roteiro; ou mesmo a preguiça em nomear um personagem só para tentar enganar o espectador.
...
Ainda assim, esteticamente foi um bom exercício, pois além dos elementos das produções que citei acima, temos algo de burocrata sessentista com cenários de Star Wars.
...
Enfim, agora me resta esperar pelo próximo seriado, espero que o Gavião e sua parceira (não tão mirim) seja melhor.
...
Quem se interessar, gravei um podcast discutindo a série no Fortaleza Quântica, é só procurar nos agregadores Spotify ou Anchor.
Eu Nunca... (2ª Temporada)
3.9 169 Assista AgoraÉ possível fazer uma série com uma personagem egoísta e ao mesmo tempo carismática?
...
Eu Nunca prova que sim ao apresentar Devi, uma garota colegial com poucas amigas que que acha que por achar ser a única que tem problemas acaba magoando todos que passam pelo seu caminho.
...
Mas não estou falando de um drama, trata-se de mais uma história que se passa na escola com a peculiaridade de trabalhar as questões de amadurecimento e relacionamento com foco em personagens multiétnicos, que vão desde a protagonista de família indiana até descendentes de japoneses e chineses entre outros.
...
A trama que se pauta no humor de cotidiano com alguns exageros na caracterização das amigas de Devi, tem força na apresentação dos conflitos de forma muito real.
...
E ressalto momentos como a misoginia no trabalho/academia de sua prima; as pressões culturais para arranjar um marido; ou na conexão de um avô e seu neto quando o mais jovem desperta coragem no mais velho para falar de traumas de guerra que passou na infância.
....
Temas pesados, mas de forma divertida que equilibra muito bem o humor e a reflexão de seus personagens ao explorar as inseguranças e os medos de se sentir pertencente a um local ou grupo ao mesmo tempo que tentam conhecer a si mesmos.
Biohackers (2ª Temporada)
3.5 22A ciência é um campo fértil de experimentações e descobertas, mas existem limites éticos e morais que precisam ser seguidos.
...
Biohackers conta a história de Mia, uma garota que entra na faculdade de biomedicina com objetivo de investigar uma cientista e professora especialista em pesquisas embrionárias promissoras, mas controversas.
....
Começamos a segunda temporada três meses depois da liberação dos mosquitos infectados e de Mia ter sido sequestrada. No entanto, tudo parece ter se acertado e nem o espectador, nem a protagonista tem ideia do que aconteceu nesse tempo.
...
A trama então vai acompanhar Mia investigando o tempo perdido que a leva descobrir o investidor por trás das pesquisas ilegais que ela havia desmontado e uma maneira de reverter os efeitos de sua perda de memória.
...
É interessante como com apenas seis episódios por temporada acontece muita coisa, com poucos personagens que ajudam no desenvolvimento satisfatório de todos, mesmo que esse ano a protagonista tenha ganhado ainda mais tempo de tela.
....
Ainda assim, é um pouco decepcionante que o grande evento no fim do primeiro ano, o ataque terrorista no trem, parece não ter resultado em nada, ou pelo menos dentro da narrativa, que ficou bastante apagado.
...
Ainda assim é um bom suspense de investigação com a ética nas pesquisas médicas como pano de fundo.
Atypical (4ª Temporada)
4.1 208 Assista AgoraO catálogo de séries da Netflix é lotado de histórias adolescentes, e cada uma delas possui uma peculiaridade, Atypical tem um protagonista dentro do espectro altista e acompanhamos seu amadurecimento.
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Nesta quarta e última temporada temos Sam morando com o melhor amigo Zahid, os conflitos de Cassie sobre descobrir quem é, e os medos dos pais em deixar os filhos saírem do ninho.
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É uma série sobre o cotidiano de uma família, focada nesse momento de transição comum em várias relações familiares e seus conflitos internos e externos, conquistando espectador pelo carisma dos personagens e o cuidado para desenvolver os mais diferentes temas ao longo dos episódios.
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E como última temporada, a produção não deixou cair a peteca e fechou todos os grandes conflitos abertos, não necessariamente os resolvendo, pois a vida continua e os desafios não terminam, mas fechando as tramas e evoluindo cada um dos personagens.
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Em especial gostei muito da trama da Cassie, a irmã mais nova de Sam que sempre foi deixada de lado por ser uma criança sem problemas, mas também cobrada pelos pais para usar suas habilidades da melhor forma, nesse ano ela enfrenta a ansiedade em relação ao seu futuro acadêmico e amoroso.
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Uma produção que nunca se absteve de questões dramáticas e complexas, mas sempre as tratando com realismo e cuidado, sem nunca partir para o sensacionalismo ou besteirol.
A Comissária de Bordo (1ª Temporada)
3.5 97 Assista AgoraA Penny do Big Bang Theory cansou da vida pacata com o nerd para algo mais intenso cruzando o mundo como comissária de bordo em Flight Attendant.
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Na série, a personagem da Kaley Cuoco tem uma noite "Se Beber não Case" em Bangkok, mas com consequências muito piores como acordar e descobrir que o cara que ela tinha ficado foi assassinado do seu lado enquanto dormia.
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Ao longo dos episódios acompanhamos a personagem numa trama rocambolesca mista entre espionagem e comédia que me lembrou as paródias da década de 1970 e 1980, com direito a abertura inspirada nos 007s da década de 1970 e os filmes do Hitchcock.
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Ambientação complementada pela trilha sonora e sequências com telas que se dividem criando ritmo e emulando a estética dos filmes de espionagem.
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A trama mantém um tom de humor mais voltado para a vergonha alheia ao mesmo tempo que trabalha com o drama do vício em alcool e a relação com o pai na infância. Essa parte mais pesada ganha cada vez mais espaço ao longo dos episódios.
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Temos um interessante recurso narrativo para preencher as lacunas dos brancos da bebedeira: momentos de alucinação bizarros e flashbacks que assombram a personagem, mas servem como alívio cômico e desenvolvimento da personagem.
Distanciamento Social (1ª Temporada)
3.3 8 Assista AgoraCom a pandemia, uma das mais efetivas formas de prevenção é o isolamento social, mas essa mudança de comportamento não é fácil para ninguém e a série Distanciamento Social apresenta diferentes dramas desse tempo.
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São oito episódios, todos com histórias estruturados a partir de conversas pelo Zoom, Google Meet, imagens de segurança e similares.
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A maior parte dos episódios mantém um tom de dramédia, com a inserção de alívio cômico em meio à ansiedade e depressão, mas à medida que avançam os episódios e a Covid (em especial o quinto episódio) o humor vai perdendo espaço.
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Assim como outras questões começam a ser apresentadas, problemas anteriores que persistem (como vários tipos de preconceito) e ressaltam a desigualdade da sociedade e que algumas pessoas tem mais possibilidade de se proteger do que outras.
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O ápice da série convoca à necessidade de tomada das ruas, com máscaras, mas impondo sua voz contra o racismo. (Em específico as manifestações por causa da morte de George Floyd)
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Nessa série temos a reunião de grandes atores que trazem realismo àquilo que todos estamos passando, no entanto talvez ainda não seja o programa ideal para a maioria das pessoas.
Katla (1ª Temporada)
3.5 67A natureza é implacável em todo o mundo, mas poucos lugares são tão inclementes do que a Islândia que divide espaço entre as geleiras eternas e os vulcões sempre ativos.
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Katla é uma série sobre o mistério do pequeno vilarejo de Vik, que após a atividade vulcânica fechar o lugar para turistas, uma estranha mulher coberta de cinzas aparece e alegando ser uma pessoa que trabalhou num hotel vinte anos no passado.
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A partir de então, outros mortos e desaparecidos retornam nas mesmas condições deixando poucas pistas sobre os acontecimentos.
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É um roteiro dramático que se desenvolve a partir de vários problemas de relacionamentos dos moradores do pequeno vilarejo ao lado do vulcão Katla.
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A fantasia se resume a apenas um único elemento, mas que se repete em diferentes formas e provocam reações diversas nos personagens.
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É uma história interessante em paisagens grandiosas e hipnotizantes, mesmo que acinzentadas pela fuligem do vulcão que suja até a neve.
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Mas a narrativa apresenta alguns problemas como o ritmo que poderia ser um pouco mais ágil, e embora encontre alguma consonância com o cenário desolado, a série logo se torna cansativa sem que o suspense se sustente.
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Mas o maior incômodo é em relação a uma certa dissociação de alguns personagens tem com a temporalidade, são eventos muito grandes que não poderiam ser ignorados... mas são...
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Enfim, apesar destes problemas levantados acima, acredito que os dramas psicológicos e depressivos são bons e vale a pena encarar os 8 episódios.
The Luminaries
3.6 10A corrida expansionista e colonialista do século XIX tinha o objetivo claro do enriquecimento, e este costumeiramente vinha da exploração, das pessoas ou da terra (geralmente dos dois, como ainda continua acontecendo).
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The Luminares é uma minissérie em seis partes que mostra a corrida do ouro na Nova Zelândia de 1860 por meio de duas personagens recém chegadas: Anna Wetherell e Himesh Patel.
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Acompanhamos a história em dois momentos no tempo com 9 meses de diferença entre eles, na chegada de ambos, quando sofrem um golpe atrás de outro; e o presente com Miss Wetherell sendo investigada por um assassinato e de posse de um vestido cheio de ouro nas costuras.
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Apesar de poucos episódios, a primeira metade tem um ritmo lento e cansativo devido a cara genérica da história, mas aos poucos começa a trazer uma proposta original e conquista de vez o espectador.
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Também foi inserido um elemento místico nos momentos finais que destoa sem necessidade da narrativa até então apresentada, mas por aparecer de forma tão avulsa, pode ser ignorada.
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Ainda que apresente esses problemas, a história é legal e toma caminhos não muito comuns, mesmo que lembre um cenário western em vários momentos.
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3/5
Lupin (Parte 2)
4.0 161Iniciada no início deste ano, Lupin conta a história de um ladrão de luxo, que pratica pequenos e grandes golpes inspirados num clássico personagem da literatura francesa, e arquiteta uma vingança contra a família responsável pela prisão injusta de seu pai.
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No final da primeira metade da temporada seu filho tinha sido sequestrado e agora Assane precisa recuperá-lo num episódio duplo dramático e frenético de perseguição.
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Mas o que parecia ser uma temporada contínua, ela logo se torna episódica em dois arcos divididos por um one-shot que contribui no ritmo e respiro narrativo.
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Ao longo da temporada a máscara do grande empresário filantropo se desfaz com quase toda a policia nas suas mãos, mas é do mais inusitado aliado que a ajuda aparece.
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É interessante como o roteiro usa os flashbacks com a infância do protagonista para desenvolver os conflitos de classe e étnicos que reflete a vida atual do protagonista.
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Outro recurso narrativo são as amarras da trama apresentadas de forma retroativa, mostrando que as supostas coincidências que ocorrem ao longo de cada episódio sempre fazem parte de elaborados planos.
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Talvez a extrema dependência da suspensão de descrença (é difícil acreditar que ninguém percebe o Omar Sy se disfarçando) e as coincidências no roteiro incomode um pouco, mas condiz com o tom de aventura pulp proposta.
Trese (1ª Temporada)
3.6 22Quando ocorre um crime no mundo sobrenatural de Manilla ou ele sai do controle, temos que chamar Alexandra Trese.
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A nova série animada da netflix toma como base um quadrinho filipino e se apresenta em seis capítulos com histórias independentes que mescla vampiros, fantasmas e lobisomens e toda sorte de criaturas fantásticas num cenário de gangues e máfias
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A estrutura narrativa é dividida entre os casos que resolve no presente e flashbacks de Alexa na infância e adolescência, recurso que permite desenvolver a personagem ao mesmo tempo que impõe um ritmo acelerado em cada episódio.
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A protagonista marrenta e que parece saber sobre tudo não é algo inédito, mas seus guarda-costas e os variados poderes são interessantes.
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Ainda assim, o melhor fica por conta do tipo de animação, com traço que remete ao Seinen do quadrinho japonês, mas com velocidade e dinamicidade das sequências de luta e perseguição são o maior destaque.
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É genérico, mas tem boas ideias e sabe trabalhar bem com as mitologias locais, pois mesmo com tramas previsíveis encontramos algumas soluções inventivas.
Sweet Tooth (1ª Temporada)
4.1 295O mundo acabou em pandemia, e a partir de então só nascem bebês com características animais, os híbridos, e a humanidade sempre amável os culpa só por serem diferentes.
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Sweet Tooth é uma premiada série em quadrinhos que acaba de ganhar a versão de carne e osso. Ela nos leva para uma fábula moderna pós apocalíptica onde acompanhamos Gus, um garoto com chifres de cervo que se arrisca no mundo em busca da mãe.
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Além de Gus, que representa a narrativa principal temos outros dois núcleos: Aimee que se isolou no zoológico durante o surto de mortes e com o tempo criou um abrigo para os híbridos; e o casal de médicos que vivem num condomínio fechado.
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Cada grupo de personagens desenvolve um elemento ou questão deste cenário, e embora a parte mais passional se concentre em Gus e Aime. No casal temos a trama que investiga tanto a doença, como as possibilidades de cura, levantando o tema da ética médica e quanto perdemos de nossa humanidade.
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Mas apesar de algumas cenas bem violentas e do mundo estar bastante destruído com racismo e sadismo, povoado por grupos de caça e extermínio aos hibridos; o tom fabulesco permite um desenvolvimento mais otimista e inocente que deixa a série mais leve.
Ragnarok (2ª Temporada)
3.5 66 Assista AgoraOs deuses nórdicos finalmente estão acordando, mas Thor precisa reuni-los antes que os gigantes matem e dominem tudo.
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Sim, a segunda temporada de Ragnarok finalmente trouxe mais fantasia e contrasta com o primeiro ano que ainda focava nas tramas colegiais.
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Assim, a história fica dividida entre a descoberta de aliados para enfrentar os gigantes e o embate contra Jutul, a empresa dos gigantes que vem poluindo toda a reserva de água na cidade de Edda.
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A série é voltado para o público adolescente e possui um orçamento bem mais modesto que o outro universo de deuses nórdicos, então calibre as expectativas, pois ela diverte e apresenta interessantes adaptações da mitologia para o mundo "real".
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O elenco é apenas ok, alguns atores como os que interpretam Magne ou Fjor são um desastre, mas Laurits sempre rouba a cena com sua inteligência acima da média, como se fosse o único que soubesse o roteiro, sempre nos deixando com dúvida sobre sua lealdade.
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Uma das maiores é que são poucos episódios, seis em cada temporada e faltando apenas uma para finalizar o esperado fim do mundo nórdico.
Zero (1ª Temporada)
3.4 18 Assista AgoraPara alguns, a invisibilidade pode ser um poder, para outros não passa do dia a dia sendo ignorado pela sociedade.
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Na série italiana Zero, acompanhamos um mangaká amador que vive no subúrbio pobre de Milão e trabalha entregando pizzas onde sempre foi ignorado até que descobre que pode ficar invisível.
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É uma história de origem sobre um super-herói do mundo comum que enfrenta, junto com os amigos, a especulação imobiliária liderada por investidores que querem transformar o bairro expulsando seus moradores.
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O romance do protagonista ajuda a ressaltar as diferenças sociais de uma metrópole, e que se repete em todas as interações retratadas nos episódios, sempre marcados pelo racismo e a xenofobia.
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Além desses elementos que perpassam todos os episódios, os encontramos na policia que é paga para não interferir nas ações das gangues locais que depredam e favorecem ainda mais o esvaziamento do bairro.
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Como cada episódio tem apenas 25 minutos, a história se desenvolve rapidamente e sobra pouco espaço para "barrigas narrativas", ainda assim, os personagens são bem apresentados e atuam de forma satisfatório, apenas um ou outro que realmente é mais fraco.
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Gostei também do recurso estético para mostrar como os poderes atuam, com as imagens fragmentadas e a coloração um pouco borrada, com pouca definição nos fractais. Simples, mas muito funcional.
Eden (1ª Temporada)
3.5 10Quantas histórias com o plot da criança abandonada criada por (insira aqui alguma coisa) já não vimos em filmes ou quadrinhos?
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Eden é uma animação que segue esse conceito e ainda insere uma variação das leis da robótica de Asimov numa série em apenas 4 episódios sobre uma criança que foi criada por robôs e precisa lutar contra outro grupo de máquinas sencientes.
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Na história acompanhamos dois robôs que trabalham numa espécie de fazenda de maçãs e encontra uma cápsula com uma bebê, a humanidade foi dizimada faz mais de 1000 anos e os humanos passaram a ser considerados perigosos por alguns robôs e a salvação pelo grupo de renegados.
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Nos deparamos com uma guerra entre as máquinas que possuem um líder déspota que subjuga os operários e odeia humanos pela destruição que a espécie causou no mundo.
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A arte é bastante colorida e mistura efeitos de CG 3D que separam os personagens do fundo ao mesmo tempo que ressaltam texturas e trazem velocidade às sequências de ação.
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Interessante e narrativamente emotivo, apenas me questiono em relação à forma que foi exibido, pois não se justifica a divisão em quatro episódios de menos de 30 minutos cada.
O Vizinho (2ª Temporada)
2.6 3 Assista AgoraNão basta ter poderes, é preciso descobrir o que fazer com eles, mas quem disso que isso é fácil?
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Nessa segunda temporada de O Vizinho, além da descoberta de que Lola também tem poderes, um antigo colega de quarto de Javi, que virou astro de cinema, reaparece para interpretar o Titã.
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Junto a esses dois plots, temos como história de fundo da vez temos dois caminhos: a prefeita de Madri manipulando Javi para fins políticos e um fiscal dos Guardiões Cósmicos tentando consertar o caos dos super poderes.
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A comédia com tom de sitcon perdeu bastante espaço para os problemas super-heróicos e junto foi parte da graça que vinha mais do mundano, apenas temperado com o fantástico.
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Assim, o humor ficou ainda mais bobo e não funciona na maioria dos casos, os acessórios e efeitos especiais também estão mais presentes, na mesma medida que mais toscos, em alguns momentos no nível Chapolin.
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Enfim, esse segundo ano arriscou mais, mas também errou mais, ainda assim o carisma dos personagens, mesmo os mais chatinhos como Javi, Lola e Tucker tem bons momentos.
O Vizinho (1ª Temporada)
3.4 11 Assista AgoraO monopólio do superheroísmo não está mais com os Estados Unidos, pois agora temos um vigilante madrilenho na série O Vizinho.
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Nessa mistura de Tick com Lanterna Verde, acompanhamos um fracassado do subúrbio de Madri que ganha poderes depois que um guardião cósmico cai do seu lado e lhe transfere poderes ativados por uma pílula vermelha e um uniforme escondido num medalhão.
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A história se divide entre Javier aprendendo a ser um herói com seu novo vizinho (que só quer estudar); a ex-namorada jornalista que, tentando não ser despedida, tenta descobrir quem é o homem voador do bairro; e bem de fundo vemos a proliferação de casas de aposta substituindo todos os comércios locais.
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É um tipo de herói totalmente sem preparo e que nem sabe o que fazer com os poderes, basicamente tudo se desenvolve numa esteutra de sitcom, com uma pessoa superpoderosa.
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Mas apesar da simplicidade no roteiro, ele é muito divertido e tem personagens extremamente carismáticos que fica difícil de não gostar.
Expresso do Amanhã (2ª Temporada)
3.8 82 Assista AgoraQuando sociedades são destruídas? Quando permitimos que o ódio e o preconceito se sobressaía para aplacar o medo da mudança, mesmo que ela represente algo melhor.
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Na segunda temporada de Expresso do Amanhã, o trem que leva os últimos representantes da humanidade é abordado por outro trem com o antigo criador querendo o controle.
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Assim, acompanhamos a formação de uma nova guerra civil entre o seguidores desse empresário inventor do trem e aqueles que querem manter as liberdades conquistadas com a revolução.
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Temos um desenvolvimento interessante com a mudança de status do antigo fundão que se tornou uma fronteira; caráter messiânico do "criador" inflando pessoas que insistem em retomar o velho sistema de classes, mesmo que muitos façam parte dos explorados.
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Um destaque para Sean Bean que faz o "criador", que nada mais é que um ditadorzinho manipulador que alimenta o ódio entre as classes sociais e utiliza até da religião para aumentar o preconceito.
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Enfim, esse segundo ano tornou a série ainda mais dinâmica e envolvente ao colocar mais às claras um vilão para o trem com a luta de classes assumindo uma nova perspectiva. Além disso, apresenta cientistas loucos e uma esperança para a vida fora do trem com o possível fim da era congelante.
Castlevania (4ª Temporada)
4.3 152A adaptação da série de jogos Castelvania, feita por Warren Ellis, finalmente chegou a sua quarta e última temporada com a derrota definitiva dos vampiros?
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Como no ano anterior a narrativa dos primeiros episódios também é fragmentada em quatro núcleos: Alucard salva uma vila e se expõe para uma traição; as quatro rainhas vampiras expandem seu território e começam ter discordâncias; a dupla Belmont e Sipha na eterna jornada matando monstros; e por fim, o antigo forjador mestre com sua vingança.
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Devo dizer que essa animação nunca me agradou, e para mim, muito do que define Castelvania é tédio. Felizmente na metade final da temporada com a convergência dos personagens e as conclusões ajudaram a ser um pouco melhor que o ano anterior.
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O melhor mesmo fica por conta dos gráficos e da agilidade nas sequências de ação regadas com sangue... e só.
O Legado de Júpiter (1ª Temporada)
2.7 172 Assista AgoraAo longo dos anos os heróis das editoras Dc e Marvel ganharam várias cópias que exploram diferentes possibilidades.
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Em Legado de Júpiter,Mark Millar fez a sua própria versão da super família bebendo da fonte da HQ Reino do Amanhã, essa de outro Mark, o Waid.
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Acompanhamos um grupo de pessoas superpoderosas que vive na Terra tentando não se envolver com seus conflitos ao longo do século XX.
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A narrativa se alterna entre os meses em torno do Crash de 1929, o trauma, luto e uma busca misteriosa que começa a envolver várias pessoas.
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E o presente onde vemos os problemas familiares de um pai ausente vindo à tona com um filho que quer seguir os exemplos do pai, enquanto a filha o nega completamente.
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É mais uma série que reflete o cinismo e desesperança de nossa época, questionando o conceito clássico de superheroismo que evita ao máximo a morte dos inimigos, frente o avanço da violência por parte dos vilões e da população que não deseja justiça, mas vingança.
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Enfim, um roteiro que trabalha com o conflito entre gerações e expõe as hipocrisias dos heróis que não conseguem mais seguir os ideais puros e inocentes típicos dos quadrinhos.
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A história consegue trazer algo de novo o suficiente para não ser apenas mais uma série, embora tenha deixado parte dos problemas políticos da Hq de lado.
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Os atores são ok, com destaque para Josh Duhamel que rouba a cena com um personagem cheio de problemas em ambos os momentos temporais. Mas nfelizmente os efeitos especiais e maquiagem são bem fracos e acaba expondo o baixo orçamento.
Invencível (1ª Temporada)
4.3 399 Assista AgoraAssumir um legado nunca é fácil, principalmente se aquele que te inspira é o maior super-herói do mundo e seu pai.
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Invencível é a nova série de superseres que vem chamado a atenção de todos e, que por um acaso, é também uma animação baseada nas hqs de Robert Kirkman criada em 2003.
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Ela nos mostra um garoto que acaba de descobrir seus imensos super poderes e que seu pai é uma versão do Superman com bigodes e a voz do J.J.Jameson (eternizada por J.K.Simmons). Um cenário no qual o mundo é protegido por uma infinidade de superseres.
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Tudo começa como um mundo perfeito de supers, com seus vilões e uma Liga da Justiça que beira a invencibilidade, mas daí o filho do ser mais poderoso da Terra desperta poderes. Ele treina e briga, até que chegamos no fim do primeiro episódio que é nada menos que sangrento e explosivo.
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O enredo se fundamenta no suspense do "agora vai dar ruim" criado a partir da revelação para o espectador de uma situação catastrófica que é escondida dos demais personagens.
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Em paralelo, ao longo dos episódios, temos os conflitos normais de heróis adolescentes descobrindo os poderes, enfrentando invasores alienígenas, reis do crime e os relacionamentos escolares.
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É divertido, mas não passa de violência pela violência, tirando esse aspecto é uma série da CW super condensada em poucos episódios, mas com muito sangue, corpos explodindo e cabeças decepadas.
Sombra e Ossos (1ª Temporada)
3.7 199 Assista AgoraCom o avanço das plataformas de streaming as tentativas de grandes franquias adolescentes saídas de livros de fantasia migrou para a Netflix e similares.
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Sombra e Ossos nos leva para um mundo dividido por uma "cicatriz" feita de sombras num mundo fantástico com algumas pessoas superpoderosas e uma guerra civil em gestação.
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Com uma narrativa super acelerada, somos jogados num mundo meio steampunk, meio alta fantasia com quase nenhuma informação e personagens que aparecem como se já os conhecêssemos.
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Estratégia para sair do tradicional modo linear de contar uma história que não foi bem feito e tornou tudo bastante confuso.
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De qualquer forma, com o tempo nos acostumamos, e assim somos conquistados pelos interessantes elementos criados para as bases do cenário, personagens, mitologia e ambientação.
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Os efeitos especiais são bem produzidos e muito bem inseridos, num roteiro que mistura caça às bruxas com a disputa pelo poder nesse país (?) que chama a atenção pelo alto valor de produção.
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Percebemos facilmente o cuidado com os figurinos e tecnologias criadas, com uma inspiração estética na indumentária do Império Russo e em outros momentos do extenso país como os cartazes que vez ou outra aparecem.
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Ainda assim, é um amontoado de clichês com frases prontas e conveniências à cada cena, em interpretações bregas e péssima geografia de cena ou cenário. Enfim, tive sentimento conflitantes em relação à série mas vale a pena assistir.
Falcão e o Soldado Invernal
3.9 381 Assista AgoraQual o valor de um símbolo? Quanta responsabilidade ele pode conter? Falcão e o Soldado invernal é uma série sobre herança, redenção e consequências, como lidar com um mundo quebrado.
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De um lado Sam precisa lidar com o legado do escudo e do barco pesqueiro de sua família; de outro lado temos Bucky, pela primeira vez livre das amarras do controle mental assumindo como missão pessoal reparar os erros de seu passado.
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Em meio a isso, o mundo já não é mais o mesmo depois do sumiço e reaparição de metade da sua população depois de 5 anos do estalar de dedos.
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No intervalo de 5 anos todos sofreram e se recompuseram com novas alianças entre países e distribuição de poder. Com o retorno de todos, os poderosos resolveram restituir suas posições, mas às custas da população que havia atingido uma melhor situação social.
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O grupo revolucionário Apátridas surge para lutar contra a segregação e perda das poucas melhorias que conquistaram nesse tempo.
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Ao longo dos episódios somos apresentados a questões sérias e complexas como o racismo, com experimentos que mataram vários negros na busca pelo soro do supersoldado (fazendo alusão aos casos de Tuskegee, no Alabama), não aceitando um Capitão América que não fosse o ideal ariano ou simplesmente o preconceito que vemos no dia a dia.
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Expondo os abusos de poder com treinamento militar que desumaniza os soldados para depois jogá-los fora quando ao menor problema. Ou mesmo os problemas sociais trazidas pelos imigrantes, refugiados e campos de isolamento.
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Tudo num ritmo bem equilibrado explorando o relacionamento passivo agressivo da dupla de protagonistas que recupera o estilo Buddycop oitentista, e que ganha por uns episódios o acréscimo de um terceiro elemento complementar.
O Internato: Las Cumbres (1ª Temporada)
3.3 35 Assista AgoraUm orfanato isolado formado por um corpo docente e diretoria que abusa de seu poder e tortura todos os alunos não é terror suficiente para o Internato: Las Cumbres.
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A série espanhola da Amazon Prime conta a história de internos de um Colégio localizado num penhasco isolado no meio de uma floresta assombrada por uma seita do passado.
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A série prende o espectador pelos mistérios que se somam a cada episódio, com ganchos que tornam quase impossível parar. Mas algumas tramas secundárias são muito arrastadas e desnecessárias, prejudicando o desenvolvimento da primeira metade da temporada de forma a espantar o menos persistente. (A segunda metade todas as linhas narrativas que tinham sido abertas melhoram).
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Outro elemento chave está na ambientação, o Internato foi construído num mosteiro que está sempre envolto em névoas.
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Mas o maior horror se encontra na própria estrutura de ensino apresentada, algo pior que qualquer prisão e onde os direitos humanos passam bem longe (até exagerados em diversos momentos).
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A série ganharia muito se fosse mais focada e cortasse alguns episódios ou resumisse algumas interações de forma a contribuir com o ritmo das revelações realmente relevantes.
A Frequência Kirlian (1ª Temporada)
4.0 80A madrugada é aquele horário onde grande parte das pessoas dorme e qualquer coisa pode acontecer.
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Em Frequência Kirlian, minissérie animada de terror, conhecemos histórias sinistras da cidade esquecida de Kirlian que são narradas pelo radialista da LFK 96,6.
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Somos apresentados a eventos estranhos que podem ir desde alienígenas que enfrentam uma assombração para sobreviver até insetos vampiros imortais, tudo em episódios de no máximo 10 minutos de duração.
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A narrativa é episódica e tem claras influências de Além da Imaginação e Contos da Cripta ao pegar a veia do bizarro. Com bom ritmo, a série se destaca pela arte bastante peculiar, com cores muito fortes e que abusam do alto contraste chapando nos personagens e cenários.
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E mesmo que a animação seja "travada" (na linha dos desanimados da Marvel da década de 1960), ela não perde o dinamismo graças aos diálogos e a montagem.
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Sua trajetória é longa, trata-se de uma produção argentina que teve seu início em 2007, mas só chegou no atual formato em 2017 pelo You Tube e Vimeo, e posteriormente na Netflix em 2019.
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Inclusive é possível assistir no YouTube outros 3 episódios que ainda são inéditos na Netflix, e ficamos na torcida para o projeto trazer mais histórias.