Em 2019 uma série de comédia dramática no catálogo da Netflix surpreendeu pela bizarrice, uma mulher presa no dia da sua morte/aniversário revivendo o mesmo dia incansavelmente no melhor estilo Feitiço do Tempo. ... Boneca Russa apresentou Nadia, uma personagem sarcástica e amarga que entra numa narrativa cada vez mais estranha com final psicodélico. Foi uma primeira temporada que encerrava muito bem com um episódio final surreal e amarrado, mas eis que em 2022 ela volta. ... Como repetir o sucesso, mas com alguma mudança na fórmula? Pelo menos um meio termo entre manter o estranho e não ser mero repeteco? Eis que a protagonista não se perde na repetição de um mesmo dia, mas é jogada 40 anos no passado, no corpo de sua mãe grávida dela, indo e vindo no tempo toda vez que pega o metrô. ... Assim, temos uma trama que inicialmente parece mais simples, com Nadia descobrindo o passado de sua família, mas que logo começa a quebrar a linearidade temporal e se perder no tempo. ... Assim, o roteiro convida a esquecer tudo que já vimos sobre viagem no tempo, ao mesmo tempo que nos provoca a lembrar e misturar numa história que, ao investigar a protagonista, mergulha em conflitos cotidianos, de traumas mal resolvidos, lutos e arrependimentos que todos precisamos lidar. ... A série é praticamente da Natasha Lyonne e todo o elenco apenas orbita suas decisões questionáveis, e isso funciona muito bem. No entanto, o personagem do Alan é problemático, pois ele possui uma trama própria, mas é tão secundária que parece não fazer sentido na história tomando tempo do plot principal. ... Os elementos surreais também diminuíram, salvo uma ou outra sequência ao longo da temporada, ainda que o roteiro tenha mantido o objetivo de sempre provocar estranhamento. Tais escolhas podem ter deixado a série um pouco menos surpreendente, com desenvolvimentos mais previsíveis. ... Vale comentar também que os elementos estéticos de luzes neon e a trilha completam a ambientação e continuam bem escolhidos, mas desta vez com uma atenção ainda maior nos cenários e figurinos, pois além de 2022, conhecemos outros tempos, e estes foram espetacularmente bem retratados.
Walking Dead é uma franquia lucrativa de mais para morrer, então nos últimos anos foram elaborados planos de expansão começando com World Beyond. ... A série foi planejada para apenas duas temporadas mostrando um grupo de adolescentes que planeja cruzar os EUA para encontrar o pai de duas irmãs enquanto tentam sobreviver num mundo de zumbis. ... O diferencial era mostrar jovens os que não lembram muito de como tudo era antes do fim, mas para complicar um pouco mais a história, inseriram uma trama de teoria da conspiração com o remanescente do exército. ... A segunda temporada começou com todos os adolescentes separados e descobrindo pistas sobre a organização militar e a destruição da universidade onde moravam. Logo as teorias se tornam mais assustadoramente reais com a descoberta de experiências com os mortos e alguns vivos. ... É uma série fraca, que demora à acontecer e mesmo com apenas 20 episódios, divididas em duas temporadas, os personagens mudam completamente como se tivessem trocado os scripts sem querer. Mas trouxe elementos que podem dar um novo gás à franquia que não parece dar sinais de ser encerrada tão cedo.
Ambientada na virada do século 14 para o 15, Os Herdeiros da Terra adapta a continuação de Catedral do Mar, ambos originalmente livros de autoria de Idelfonso Falcones. ... A série começa com a morte do rei Pedro IV, da dinastia de Barcelona, e o consequente caos pela tomada do trono, com os nobres ressentidos por ter sido deixados de lado em relação à população mais pobre que por um tempo não era tão explorada e a classe dos comerciantes. ... Os primeiros episódios servem como apresentação e reencontramos alguns dos personagens da série anterior lidando com a reviravolta política. A partir de então passamos a acompanhar a vida de Hugo Llor, de um jovem pobre de Barcelona e escolhido como protegido por Arnau Stanyol até a vida adulta. ... Embora não seja necessário ter assistido a série anterior, a comparação é inevitável e vamos enumerando as aqui diferenças, a começar pelo ponto focal dos acontecimentos, pois enquanto na Catedral do Mar a política e os personagens orbitavam a construção do templo; em Herdeiros da Terra os conflitos políticos e religiosos se mostram a partir do impacto na vida de Hugo e com isso perde força narrativa. ... Talvez o vinho tenha um papel semelhante com o diferentes etapas desse trabalho sempre ligadas ao Hugo; mas temos também o impacto do retorno dos nobres na política de Barcelona, a perseguição contra os judeus, ou mesmo a religião cristã absolutista decidindo sobre qualquer coisa. ... Infelizmente mais fraco que Catedral, em Herdeiros tudo é muito melodramático e exagerado, além do roteiro preguiçoso que toma atalhos para avançar ou direcionar as tramas de forma nada naturais. Sem contar as mudanças de personalidades dos personagens no estilo montanha russa, fazendo parecer que na hora da montagem foram cortadas várias cenas deixando a continuidade prejudicada. ... Mas a série não é ruim, apesar dos problemas apontados e que aparecem em maior intensidade ao compararmos com a anterior, ela apresenta uma melhora quando o ator que interpreta o Hugo muda para mostrar o passar do tempo, além de um maior cuidado nos elementos de produção como os figurinos e ambientação.
Quando uma mentira é aceitável e por quanto tempo ela pode se sustentar? Ou pior, o que pode acontecer se a verdade for descoberta? ... A terceira temporada de Expresso do Amanhã começa com os trens separados e enquanto Wilford tinha instaurado uma nova ordem social para manter seu domínio sobre os últimos sobreviventes do planeta; Layton pesquisava sobre possíveis locais para sobrevivência e acaba por encontrar alguém que ficou oito anos de frio congelante fora dos trens. ... Em seguida, depois do reencontro dos trens no melhor estilo pirataria sob trilhos, a série parece se parar com tramas sem muito futuro e repetitivas como criar mentiras para controlar o povo com esperança. Algo que obviamente daria muito errado. ... É sempre bom retornar para essa série, pois tanto os personagens como o cenário são muito bons. No entanto, as possibilidades de tudo se resumir num trem são restritas e fica difícil não descaracterizar ou tornar repetitivo. ... E grande parte dessa temporada passa a sensação de não ter muito o que contar, ou pior, desenvolveu algumas ideias desinteressantes e deixou de lado outras mais empolgantes além de jogar fora novos e velhos personagens que ainda tinham algum potencial. Um em especial quase inválida a existência de alguns episódios. ... E mesmo assim não chegamos a um fim, felizmente o final aberto trouxe em pouco tempo a confirmação do quarto ano e com promessas de novos personagens, mas o que ainda pode acontecer? Outro trem? Um bunker? Uma nave espacial? De qualquer forma, a produção precisa tomar cuidado para não ficar genérica. ... Disponível: #netflix ... Temporada: 7/10 Série: 8/10
A realidade muitas vezes é chata e monótona, então é natural que nossa mente tente fugas e em alguns casos respostas. ... Em Undone conhecemos Alma, uma jovem professora de ensino de infantil entediada com o dia a dia que, depois de sofrer um acidente de carro, passa a conversar com o pai que morreu de forma misteriosa 20 anos atrás. ... A acompanhamos num ciclo surreal onde a realidade e o tempo passam a não fazer mais sentido. Alucinação, viagem no tempo, conversa com espíritos e a vivencia do passado de outras pessoas, tudo pode ou não estar acontecendo com o espectador sendo levado pela crença da protagonista. ... Uma mistura de drama cotidiano com ficção científica e até jornada de auto conhecimento, pois sendo as viagens reais ou não, elas a ajudam a compreender sobre si mesma num momento de crise existencial. ... Esteticamente, no entanto, eu não gostei muito, parece que a rotoscopia foi redescoberta e várias produções passaram a escolher essa técnica para contar suas histórias, mas para mim o estranhamento é muito grande e atrapalha minha conexão. Em especial nesse caso, o gráfico se aproxima muito do real, mas com realce nos traços e cores quase chapadas e alta saturação traz um incomodo. ... Apesar disso, a escolha pela aplicação da rotoscopia da forma como foi feito, possui uma função narrativa clara de ressaltar a dúvida em relação à realidade, e a condição de superpoderes ou esquizofrênica da protagonista ganha ainda mais peso nessa ideia do "quase real".
Nada como uma caça ao tesouro para oxigenar um corpo natimorto, e não é que depois de eliminar a Ruby Rose de forma definitiva a série melhorou? ... No início da terceira temporada de Batwoman as armas perdidas dos vilões do Batman se transformaram no alvo de busca para cada episódio. Mas como coerência nunca foi exigência, Alice, depois de quase destruir Gotham, ganhou liberdade condicional para ajudar na caça. .... Como tramas paralelas temos a descoberta que a mãe da Ryan está viva e um irmão num plot familiar/empresarial que conseguiu me convencer; além dos sidekicks ganhando espaço em desafios próprios. Na metade final da temporada temos a Hera Venenosa e o irmão de Ryan tentando destruir tudo. ... O deboche da Alice é uma das melhores coisas nessa nova etapa da série e a interação entre os coadjuvantes e a própria Ryan é equilibrado o suficiente para não deixar a Batwoman com tanto protagonismo e permitir uma dinâmica mais de grupo que de herói solitário. ... Da mesma forma o drama familiar que aparece em diferentes camadas e entre diferentes personagens, está no limite do exagero, mas quando o explora, faz bem, em especial a questão do trauma e da culpa. ... O fim da temporada que deixa uma cara encerramento, e recentemente a declaração final foi feita e o projeto foi realmente abortado. De uma forma ou de outra, felizmente sua trajetória foi ascendente, ainda que num voo bem baixo. ... Disponível: #hbomax ... Temporada 6/10 Série 5/10
Nos catálogos dos streamings sempre temos aquelas produções que sabemos que vai estourar, mas é sempre interessante quando isso acontece de maneira espontânea. ... Em Taboo acompanhamos James Keziah Delaney que volta da África depois da morte do pai e ao organizar os espólios descobre ter herdado um estratégico território na América do Norte. ... A série ambientada em 1814, mostra uma Inglaterra que após as campanhas militares de Napoleão disputa hegemonia com a Companhia das Índias Orientais e a ascensão dos Estados Unidos recém independente. ... Em meio a isso acompanhamos James, um aventureiro que volta para casa depois da morte do pai e passa a incomodar tanto a coroa, como a Companhia das Índias por causa das terras herdadas na Baia de Nootka, um grande e estratégico território na Ilha de Vancouver que décadas antes tinha sido palco de uma disputa entre a Inglaterra e a Espanha. ... O roteiro se desenvolve a partir do submundo dos conchavos e disputas políticas, sempre com muitos assassinatos e traições, somado à complicada relação familiar do protagonista que se mistura num cenário onde a sujeira faz parte da estética. ... A série tem um bom ritmo e sempre algo novo surpreende espectador e personagens, nos confundindo em muitos casos devido a número de eventos que ocorrem ao mesmo tempo de forma interligada e sem que o roteiro se detenha a explicar cada detalhe ou reação. ... No geral o elenco está muito bom, em especial o odioso Jonathan Pryce, o "mordomo Alfred" feito pelo David Hayman que tem uma mudança abrupta mais para o final, e a atriz de teatro interpretada por Jessie Bukley. ... No entanto, não gostei muito da atuação de dois dos personagens principais, Tom Hardy parece estar sempre fazendo o mesmo papel e mesmo que esse James Delaney não exija algo diferente, fica aquela sensação de um ator interpretando ele mesmo. Mas quem me incomoda mesmo é a Oona Chaplin que tem uma personagem complexa, cheia de traumas e desejos reprimidos, mas ela não convence. ... Duas questões curiosas é que a história é uma criação do próprio Tom Hardy e foi lançada em 2017 pela BBC One, embora tenha recebido luz verde para a segunda temporada, vários contratempos resultaram em atrasos e supõe-se que este ano a história continue, mas ainda não temos nada oficial.
O fim pode ser apenas uma sala de espera para um retorno triunfante, claro, se você puder pagar para isso. ... Depois de Nora quase ser assassinada e Nathan ser rebaixado para o pacote básico de serviços, nessa segunda temporada Nora se esconde entre os Luditas, um grupo anti tecnologia que planeja fazer um grande ataque ao paraíso virtual. ... A segunda temporada de Upload amplia mais o cenário com a inserção dos Luditas, além de explorar mais o elenco principal, praticamente deixando de lado até os familiares de Nathan e Ingrid que tinham mais participação no ano anterior. ... Foi um direcionamento interessante, que desenvolveu ainda mais a questão dos abismos sociais que a tecnologia promoveu, inclusive com o desvio de financiamento público se revelando como uma possível causa da morte de Nathan. Mas a investigação mesmo foi praticamente esquecida, e o perigo iminente que vimos no fim do primeiro ano parecem ter sido esquecidos, ou pelo menos amenizados por alguns meses que se passaram entre os episódios. ... Fico em conflito, pois ao mesmo tempo de alguns caminhos apresentados, parece que são abertas muitas possibilidades que vão ser deixadas de lado (não esqueceremos da detetive amadora Fran que nem foi mais mencionada). ... Enfim, foi uma boa temporada, mas talvez mais episódios poderia ajudar em dar espaço para os esquecidos, personagens e tramas.
Há muitos anos, quando o primeiro Jornada nas Estrelas chegava aos televisores estadunidenses o mundo vivia na iminência da catástrofe nuclear, mas mesmo dividido entre EUA e URSS o programa não era sobre guerras, mas uma utopia espacial onde os conflitos não eram tão importantes quanto a descoberta. ... Passaram-se os anos, o cinismo pareceu impedir essa suposta inocência, mas porque temos que considerar a diplomacia algo inocente? Então felizmente, depois de viajar centenas de anos pro futuro, Star Trek Discovery finalmente retoma o velho espírito da aventura e do diálogo, agora na sua quarta temporada. ... Claro que nem tudo são flores e problemas ainda precisam ser resolvidos, no caso, uma anomalia eletromagnética inédita capaz de destruir planetas e abalar o recente retorno da Federação. ... O quarto ano chamou o roteiro para algo mais reflexivo, sobre a dor do luto e o perigo de se deixar levar pelo medo, ser engolido pelo desespero. Ao mesmo tempo, conhecemos novas formas de vida que são criadas com extrema imaginação. ... Tudo orbitando o encontro e maneiras de reagir ao desconhecido, com embates muito mais psicológicos e emocionais, ainda que nos presenteie com sequências de ação e ficção espacial de tirar o fôlego. ... Em tempos em que a violência e o atire primeiro impera, é bom ver outras formas de resolução de conflitos, ainda que eles ocorram no campo da ficção. ... Disponível: #paramout ... Temporada 9,5/10 Série 8,5/10
Adaptações são sempre adaptações, não podemos esperar a simples transposição de mídia, pois linguagens diferentes possuem recursos e necessidades específicos, mas ainda precisa ter alguma coisa do original. ... Em ZDM acompanhamos Alma Ortega, uma enfermeira que invade uma zona de conflito em busca do filho que perdeu oito anos antes. A história se passa numa Nova York que se transformou numa espécie de trincheira de um EUA dividido com seus moradores vivendo em estado de guerra entre gangues e contra os dois EUA nas suas fronteiras. ... Conhecendo a série que serviu de inspiração, não tem como não pensar de que esta DMZ desperdiçou o potencial original. Nos quadrinhos tínhamos um jornalista jogado em meio a uma zona de guerra tentando sobreviver e conhecer cada uma das gangues da nova Manhattan. ... Ao invés disso, vemos uma mistura de Warriors com Fuga de Nova York, temperada com muito "Casos de Família". E não vou dizer que não funciona, mas para seguir essa premissa, a série poderia ter qualquer outro nome que seria mais honesto. ... Honesta também poderia ser a produção, pois passou de série para minissérie, mas com a possibilidade de novas temporadas. E com essa indecisão, a história ficou prejudicada, corrida em alguns pontos, e com enormes crateras narrativas em outros. ... Não sabemos nada sobre a guerra, apenas que ela ocorre à muito tempo e que Nova York ficou no fogo cruzado, sofrendo com o abandono do Estado e os conflito internos por poder. Até mesmo os territórios e gangues variadas se resumiram a apenas 2 e meia, pois ao micro situar os conflitos, todo o resto ficou vazio. ... Para não falar apenas mal, pois no fim eu acabei gostando do que foi apresentado, os atores estão atuando bem e a ambientação e cenários da Nova York destruída respondem às necessidades. ... Enfim, agora ficamos com a incógnita de uma nova temporada que ainda apresenta um bom potencial, pois quase nada foi utilizado.
O fracasso não vem apenas por azar, despreparo ou medo, muitas vezes somos nós mesmos que nos boicotamos. ... Foi uma espera de pouco mais de dois anos, mas finalmente a quarta temporada de Marvelous Mrs Maisel estreou no Amazon Prime. A série da dona de casa judia da década de 1950 que encontra sua voz na carreira de comediante de stand-up em barzinhos. ... A comédia ácida e feita com humor rápido que não permite o espectador respirar, nos mostrou a ascensão de uma mulher numa época e num meio extremamente machista, os desafios e conflitos sendo vencidos pouco a pouco. ... Na temporada passada Maisel tinha tocado o estrelato, mas sofrido uma puxada de tapete que se transformou no tema deste ano. Mas o trajeto de reestruturação também foi o da auto sabotagem, no qual a retomada parecia nunca permitir alcançar todo o potencial. ... Desta forma, temos uma temporada que parece sem foco, um pouco enfraquecida em relação às anteriores. Ainda assim, a produção manteve o ritmo dinâmico e desenvolveu melhor todos os personagens do elenco de apoio, contribuindo para crescer ainda mais o cenário e preparar o terreno para o encerramento da série na próxima temporada.
Comédias românticas podem ter várias abordagens, mas existe algo mais temático que horóscopo? ... O Guia Astrológico para Corações Partidos é uma série italiana de comédia romântica sobre Alice, uma assistente de produção em busca do verdadeiro amor. Mas é mais que isso, pois seu trabalho é fundamental para o desenvolvimento da personagem e história. ... Nessa segunda temporada continuamos a acompanhar Alice, que agora precisa lidar com a descoberta sobre sua paixão, enquanto ascende dentro da produtora com o sucesso do programa que criou. ... Nessa segunda temporada, parte do humor perdeu um pouco de espaço para o drama, pois todos os personagens parecem passar por conflitos ainda mais complexos que dos primeiros episódios. ... Divertido e com personagens cativantes, os 12 episódios, que correspondem às duas temporadas lançadas, se bastam numa história que podemos considerar como completa.
Se mal temos certeza sobre nossa vida, quem dirá depois da morte, então porque não criar estratégias para viver além do próprio corpo? ... A ideia de testar o pós-vida não e nova, nem mesmo de forma tecnológica, mas Upload embarca nessa premissa com sucesso ao mostrar um futuro próximo onde todos podemos salvar nossa consciência para viver a eternidade na nuvem. ... Bem, quase todos, já que a sociedade capitalista sempre encontra uma forma nova para escravizar, explorar e segregar, deixando o paraíso acessível apenas para quem pode pagar mais. ... Nesse cenário acompanhamos o programador Nathan Brown que após sofrer um acidente de carro autônomo vai parar nesse paraíso com tudo pago pela namorada. Ao mesmo tempo conhecemos a vida de Nora, uma pessoa assalariada que trabalha como suporte técnico desse mundo virtual. ... Com uma narrativa leve e bem humorada, essa série que mistura comédia romântica com Scifi não se resume apenas a questão existencial de ser ou não ser, mas pouco a pouco vai se aprofundando em questões sociais e até mesmo religiosas sobre a crença do que viria depois do fim. ... Além disso, temos também abismos sociais, subempregos que dependem de boas avaliações para não serem despedidos e a uma trama de investigação sobre o suposto assassinato que corre em paralelo e cresce a cada episódio. ... É divertido identificar os bugs do sistema como repetição de frames em cenários, a necessidade de gastar dinheiro para acessar melhorias, os avatares repetidos das IAs, até pirataria para alterar código fonte, e até um momento Minecraft. Todos elementos tão conhecidos por quem mínimamente já jogou algo no computador ou celular, fazem graça ao mesmo tempo que imprimem certo realismo. ... Os atores estão muito bem integrados em seus papéis e rapidamente já nos importamos com eles, mesmo os mais insuportáveis, porém me incomoda a forma como alguns personagens foram sendo abandonados ao longo da história como a tia Fran e o Dylan.
Esqueçam as viagens no tempo, as Lendas do Amanhã tiveram sua nave destruída e agora precisam descobrir como sobreviver a 1925 sem destruir o continuum espaco-tempo. ... Com o grupo preso na década de 1920, a série conseguiu explorar e desenvolver tanto os personagens, como a época de uma forma nunca antes vista. Nos levando ao melhor e o pior momento de cada herói. ... Assim, o medo de mudar o tempo assombra e na tentativa de não interferência, acabam por seguir as regras da época, por pior que possam ser. Então se de um lado temos o jazz, por outro encontramos preconceitos de todos os tipos como machismo, racismo e xenofobia. ... Num segundo arco, o grupo volta alguns anos para a Primeira Guerra Mundial, onde somos apresentados ao Ponto Fixo, um conceito de tempo que seria crucial para a continuidade da linha temporal e por isso precisa ser protegido. ... Basicamente a série manteve sua construção de roteiro brega, e muitas vezes até simplista e infantil, mas conquistando pelo carisma dos personagens e um humor bobo misturado com conceitos de ficção científica que nem sempre são coerentes, mas a transformam numa das melhores séries do Arrowverso. ... Disponível: #warner ... 7 Temporada 8,5/10 Série 7,5/10
O tempo das lendas vikings de Ragnar, Lagertha, Bjorn e família já passou, o cristianismo avançou pelo norte europeu destruindo os velhos costumes, mas a sede por sangue e conquista continua forte em Vikings: Valhalla. . Ambientada cerca de 100 anos depois do fim da série original, a história já começa com o Massacre do dia de São Brice, quando o rei da Inglaterra ordena a morte de todos os vikings que viviam na ilha. Acabando com a paz que foi conquistada com muito esforço e inflamando a vingança de todo o povo. . Esse é o início de mais uma sequência de traições e cabeças cortadas, e quase como um agrado aos fãs, temos no primeiro episódio um convite ao reencontro ao voltando para Kattegat, que se transformou nem algo maior e centro do comércio e culturas de todo o mundo conhecido. . Ao longo dos episódios somos apresentados ao novo status dos povos nórdicos e a relação com a Inglaterra, temos também os principais conflitos que vão muito além das fronteiras, mas a divisão entre os próprios vikings entre aqueles que acreditam nos velhos costumes e os cristãos que praticamente chacinam todos que não se curvam aqui deus único. . Esteticamente e em relação às locações a produção mantém o cuidado de diferenciar grupos dentro dos vikings e com outros povos, mas eles tomaram um caminho menos minucioso com o idioma ao tornar o inglês padrão para todos os personagens. . A série também se agiliza nos eventos, que não crescem em amplitude como a Vikings original e ganha dinamismo, no entanto deixa aquela sensação de repetição, parece que nada do que é mostrado é muita novidade. . Os atores protagonistas também não são grande coisa, mas o roteiro soube desenvolve-los bem o suficiente para nos importarmos com o passar dos episódios . Enfim, é uma série histórica que já empolga nesse primeiro ano e mostra que tem potencial para crescer.
O que pode dar errado num mocumentary (falso documentário) com Steve Carrell como general da Força Espacial criticando de forma escrachada Trump e sua "Guerra nas Estrelas"? ... Pois é, Space Force parecia uma boa ideia, mas que teve um primeiro ano bem frustrante, com piadas genéricas, tom desencontrado, continuidade inexistente, etc. E embora dois anos depois o cenário político soe datado sem o Trump e a estética documentário tenha sido abandonada, nessa segunda temporada, os roteiristas parecem ter encontrado a fluidez que antes não existia. ... Depois de quase uma guerra espacial contra a China, o departamento recebeu cortes no orçamento e os problemas se tornaram mais locais e focados nos relacionamentos, o espacial ficou bem pra segundo plano. ... Assim, a trama parece a de um departamento público comum com personagens caricatos e falta de dinheiro. O lado bom é que felizmente se apresenta com muito mais naturalidade, as piadas bobas encontraram alguma graça e não parece mais que a Netflix resolveu exibir apenas os episódios pares ou ímpares. ... Enfim, a série se tornou melhor do ponto de vista narrativo, mas perdeu um pouco da potência que demonstrava no início, e até os atores parecem estar no automático. Ainda assim, caso ganhe uma terceira temporada, tem potencial para melhorar.
Sempre que me perguntam como é jogar RPG eu respondo com paixão, mas também com dificuldade em expressar as emoções envolvidas quando mergulho numa das inúmeras aventuras que já participei. ... A Lenda de Vox Machina é uma série animada que mais se aproxima dessa experiência de jogo. Ela vai acompanhar um grupo de aventureiros no mundo fantástico de Exandria, participando de missões impossíveis sempre pronto para uma piada sarcástica. ... A série adapta as aventuras do Critical Role, um grupo que joga RPG desde 2015 na internet e um dos responsáveis pela nova onda de popularização do Jogo de Interpretação que vivemos atualmente (ainda que se mantenha como nicho). ... As histórias são simples, missões cumpridas da maneira mais improvável por uma trupe disfuncional, mas muito unida. Personagens carismáticos e que representam muito bem os arquétipos tanto dos jogadores, quanto das possibilidades de fichas a serem criadas. ... É possível até encontrar aqueles momentos onde os dados não nos ajudam e falhamos nas mais simples tarefas, ou quando alguém falta e precisa de uma justificativa para o personagem não acompanhar o grupo (e depois aparecer magicamente para a luta final). ... Tecnicamente a animação se utiliza do traço e das técnicas de linhas de ação de animes que imprimem ainda mais velocidade às sequências de luta e perseguição, mas não se resume a isso, pois é possível identificar referências ocidentais como um dos Brianwoods que lembram o Vadal Savage da DC.
Como falar sobre uma série que tem como protagonista alguém que agrega todos os piores preconceitos de nossa sociedade e ainda assim ter gostado? ... A série do Pacificador vai nos apresentar um herói praticamente desconhecido do elenco da editora DC, um assassino racista, machista, homofóbico e tudo de pior que possamos pensar, mas que aqui ele aparece sem nunca ter nenhuma dessas características exaltada. Na realidade, expondo suas ações e pensamentos ao mais profundo ridículo. ... Fico imaginando a dificuldade em criar um personagem tão ofensivo, mas que também precisa ter certo carisma. Até porque, na prática, o Pacificador representa o homem de classe média branco que (se fosse brasileiro) faz arminha com a mão e não toma vacina porque leu num meme do WhatsApp que ela contém algum chip que modifica o DNA. ... E assim o roteiro se desenvolve para mostrar até que ponto o babaca é fruto da educação que recebeu e só a reproduz ou é realmente um supremacista que nem deveria existir. ... Como mencionei, extremamente difícil de trabalhar, e que aqui é tratado com grande sarcasmo e uma possível redenção, a partir do momento que ele também começa a enxergar o quão errado são seus preconceitos. ... É uma série divertida e extremamente ágil, com personagens bem feitos e que recebem desenvolvimento ao longo da temporada que também se apresenta num ritmo intenso. ... Em meio a isso, e até para ressaltar que trata-se de uma comédia, a trama o coloca numa missão secreta do governo estadunidense que tenta evitar a invasão de borboletas alienígenas. Além de quatro participações especiais no último episódio que deixo para vcs descobrirem. ... Outro elemento que não podemos esquecer é que trata-se de uma produção do James Gunn, então não tem como a narrativa não ser levada pela trilha sonora animada de rock oitentista, em especial das bandas de Glam Metal.
A trilogia original de Star Wars foi excelente em criar conceitos de personagens que eram muito maiores que a própria história, Darth Vader foi um, o caçador de recompensas Boba Fett foi outro. ... O Vader conseguiu "provar seu valor" rápido ao ganhar um pouco de desenvolvimento em Império Contra Ataca e Retorno de Jedi, mas o Boba só era uma armadura legal engolida por um monstro na areia. O Livro de Boba Fett tenta mudar isso. ... A série começa num tom que me lembrou o Conan do Schwarzenegger; por causa da trilha e poucos diálogos. Fett foge da criatura que o engoliu e luta para sobreviver ao deserto e ao Povo da Areia. Só então somos levados ao presente da série com Boba acordando de um tubo de bacta e substituto Jabba. ... A melhor parte fica nas memórias do Boba com o Povo da Areia, primeiro como prisioneiro, depois aceito entre eles e recebendo uma espécie de treinamento, parece um estudo antropológico do National Geographic. ... O passado é a melhor parte, pois o presente tem um tom de comédia que não se conecta a todo o resto e desanima bastante. Além disso, tornaram o caçador de recompensas num "Capitão América" de Tatooine, não né? ... Os efeitos práticos e especiais são em geral bons em especial os aliens e tecnologias, mas as perseguições não funcionam, não importa se com Parkour pelos telhados ou motos voadoras, todas são lentas, como se pudéssemos correr muito mais rápido a pé. ... Então chegamos nos episódios finais, e tudo muda para mostrar o que estava fazendo o Mandaloriano e o "Baby-Yoda", definitivamente os melhores de todos. Mas se o melhor de Boba Fett acontece, quando ele não aparece, tem algo de errado. ... Felizmente temos uma conclusão explosiva, uma versão Disney de Sete Samurais, ou melhor, Sete Homens e Um Destino, com a guerra acontecendo, mas sem grandes consequências. ... Enfim, eu queria gostar mais, e vibrei em alguns momentos, em especial com os "convidados de luxo" que vem dos quadrinhos e dos filmes, mas me decepcionei bastante também ...
O Império Romano se expandiu pela Europa e áreas mais próximas ao longo de séculos, mas não sem que as populações locais não oferecessem resistência e criassem suas lendas. ... Britannia se passa em 43 DC na segunda tentativa dos romanos invadirem as ilhas Britânicas (quem diria?). Acompanhamos essa invasão a partir de cinco núcleos narrativos, mostrando o sucesso inicial de Roma, os problemas locais, e uma profecia dando seus primeiros passos. ... A primeira temporada, vai explorar os conflitos entre os reinos e a religião dos druidas que interfere em tudo, enquanto os romanos chegam destruindo tudo para depois fazer alianças. Nos bastidores temos uma espécie de jornada da heroína com a "escolhida" que está destinada a libertar os povos da Bretanha. ... É um drama de ação épico-histórico na linha de Vikings, mas que toma várias liberdades, seja na forma como os diálogos são construídos, ou a quase inexistência de barreira linguística, mas vai além e se aproxima da fantasia com a inserção de maldições, premonições e outros elementos sobrenaturais que realmente funcionam e não são meras ilusões. ... A série tem um bom ritmo e equilíbrio entre os núcleos, mas nem todos são tão interessantes a todo momento e podem cansar. No entanto, o maior problema é a irregularidade do tom narrativo que, ora é mais sério e violento, ora assume algo mais despojado e com cara de deboche que definitivamente não combina.
A hora errada, no lugar errado faz a trama perfeita para uma tragédia, ou quem sabe uma comédia. ... O seriado italiano Que Cilada! nos apresenta dois amigos que trabalham como técnicos de TV a cabo que durante um serviço encontram o corpo do dono da casa. ... Então seguimos uma série de decisões erradas baseadas na "expertise" de um viciado em séries investigativas que decide limpar a cena do crime para não serem incriminados. ... Trata-se de uma comédia de erros que leva os protagonistas a se enrolar cada vez mais com personagens levemente estereotipados que beirando o pastelão, mas o evita na medida ao focar o humor no diálogo do tipo "metralhadora". ... As referências também contribuem para ambientar no tipo de narrativa que utiliza a fórmula dos Buddy Cop (com o "Cop" no máximo no modo amador") e inspiração no Inspetor Clouseau. ... Divertido, mas levemente desesperador quando as piadas do cotidiano siciliano nos permite identificar tantas semelhanças com o Brasil; da corrupção para evitar pagar uma multa ao nepotismo, da mídia sensacionalista que se alimenta da violência às teorias conspiratórias que coloca o imposto no grande culpado da miséria. ... Sim, entre cutucadas superficiais, mas ácidas ao costumes viciados e corruptos do velho "jeitinho", e a metalinguagem de um programa de TV que "ajuda" numa situação real; Que Cilada! diverte em apenas 6 episódios.
A solidão pode pregar peças, principalmente quando você é viciado em histórias de espionagem e passa o tempo olhando pela janela. ... Em A Vizinha da Mulher na Janela conhecemos Anna, uma mulher depressiva que se separou do marido depois da morte da filha e passou a observar os vizinhos da janela enquanto bebe vinho o dia todo. ... Triste, mas seus problemas começam mesmo quando presencia um assassinato na recém ocupada casa da frente. Inconformada que ninguém a leva à serio, Anna começa a investigar o caso e a cada episódio novas pistas e suspeitos aparecem. ... É uma série de comédia com humor ácido e depressivo que brinca com clichês de suspenses criminais a partir de uma trama bastante comum ao gênero. ... O roteiro é interessante e se desenvolve por meio de uma narradora nada confiável, pois a mente de Anna sofre não apenas com o luto, mas o isolamento e doses cavalares de vinho com remédio que resulta em muitos lapsos de memória e alucinações. ... Ele se preocupa em apresentar muito bem a protagonista nós dois primeiros episódios, mas a forma como faz acaba atrapalhando o início da temporada que só mostra o assassinato (o principal motor narrativo) no fim do segundo episódio. ... Então passamos para um momento de transição até engrenar mesmo a partir do quarto episódio, quando Anna mergulha na investigação. ... O texto também pesa a mão em alguns elementos trágicos ao tentar fazer humor quando não deveria. Felizmente se sai melhor nos momentos mais dramáticos e desenvolve bem as relações de luto, bem como as "reencarnações" de Veronica Mars. ... Com inspirações Hitchcockianas bem claras, em especial Janela Indiscreta e Um Corpo que Vai, não ficamos apenas no mais comum, pois também é possível encontrar desde Agatha Christie ou até mesmo o inusitado Brinquedo Assassino.
Acompanhamos Eva e Sofia, duas irmãs que são hostilizadas pela população, por causa dos pais que são os principais suspeitos de liderar uma seita suicida conhecida por Culto da Luz. Em paralelo vemos a investigação policial e nos primeiros episódios o papel da mídia sensacionalista. ... Aos poucos descobrimos com os personagens que todos esses eventos são consequências de algo que pode ter surgido a pelo menos vinte anos no passado com sequências que se passam nessa época mostradas aos poucos, nos trazendo mais pistas. ... O clima de terror e paranoia é satisfatório e os atores de estão muito bem em seus papéis, mas o ritmo é problemático, em especial nos episódios iniciais onde a todo momento vemos uma repetição de temas que poderia ser resumida e no exagero de cenas de nudez que perdem a função narrativa e contribuí para a fetichização feminina sem fins narrativos. ... Há também um uso excessivo de sequências de violências contra mulheres que são ótimas para dar gatilho em quem passou por algo parecido.
Existe um mundo onde Segunda Guerra foi vencida pelos nazistas e no presente é liderada por uma Supergirl, Arqueiro e Flash malvados. Quando isso acontece, a esperança reside na mão de poucos heróis: os Combatentes da Liberdade. ... Na animação Combatentes da Liberdade: Ray, somos inicialmente transportados para a Terra X, um universo paralelo dominado pelos nazistas que faz parte do Arrowverso, mas antes de ser apresentada no crossover Crise na Terra X. ... Infelizmente o roteiro apenas resvala esse universo paralelo, pois a maior parte da história se passa com o Ray da Terra 1 que herda os poderes de sua contraparte e precisa aprender a responsabilidade de ser um herói. ... Desta forma, a escolha da trama principal acaba sendo um pouco frustrante, pois apesar de tratar de alguns conceitos como confiança e homofobia, a introdução do desenho que traz drama e perigo de morte para o grupo apresentado pede por mais ação e realidades paralelas distópicas, mas entrega um drama do cotidiano (ainda com algum superpoder). ... A produção faz parte da tentativa de expansão do Arrowverso em outras mídias, como vimos em com a Vixen (que também tem uma participação especial nessa) ambas lançadas como websérie entre 2016 e 2017. ... E embora tenha sido idealizado com uma estrutura fragmentada, os 12 episódios foram bem reunidos como um longa, e quase não é perceptível a emenda. O design e a dinâmica dos movimentos também são em geral bons, mas falham ao retratar os heróis principais do cenário que ficaram bem feios, pareceu uma solicitação apressada.
Boneca Russa (2ª Temporada)
3.5 95Em 2019 uma série de comédia dramática no catálogo da Netflix surpreendeu pela bizarrice, uma mulher presa no dia da sua morte/aniversário revivendo o mesmo dia incansavelmente no melhor estilo Feitiço do Tempo.
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Boneca Russa apresentou Nadia, uma personagem sarcástica e amarga que entra numa narrativa cada vez mais estranha com final psicodélico. Foi uma primeira temporada que encerrava muito bem com um episódio final surreal e amarrado, mas eis que em 2022 ela volta.
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Como repetir o sucesso, mas com alguma mudança na fórmula? Pelo menos um meio termo entre manter o estranho e não ser mero repeteco? Eis que a protagonista não se perde na repetição de um mesmo dia, mas é jogada 40 anos no passado, no corpo de sua mãe grávida dela, indo e vindo no tempo toda vez que pega o metrô.
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Assim, temos uma trama que inicialmente parece mais simples, com Nadia descobrindo o passado de sua família, mas que logo começa a quebrar a linearidade temporal e se perder no tempo.
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Assim, o roteiro convida a esquecer tudo que já vimos sobre viagem no tempo, ao mesmo tempo que nos provoca a lembrar e misturar numa história que, ao investigar a protagonista, mergulha em conflitos cotidianos, de traumas mal resolvidos, lutos e arrependimentos que todos precisamos lidar.
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A série é praticamente da Natasha Lyonne e todo o elenco apenas orbita suas decisões questionáveis, e isso funciona muito bem. No entanto, o personagem do Alan é problemático, pois ele possui uma trama própria, mas é tão secundária que parece não fazer sentido na história tomando tempo do plot principal.
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Os elementos surreais também diminuíram, salvo uma ou outra sequência ao longo da temporada, ainda que o roteiro tenha mantido o objetivo de sempre provocar estranhamento. Tais escolhas podem ter deixado a série um pouco menos surpreendente, com desenvolvimentos mais previsíveis.
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Vale comentar também que os elementos estéticos de luzes neon e a trilha completam a ambientação e continuam bem escolhidos, mas desta vez com uma atenção ainda maior nos cenários e figurinos, pois além de 2022, conhecemos outros tempos, e estes foram espetacularmente bem retratados.
The Walking Dead: Um Novo Universo (2ª Temporada)
2.8 33Walking Dead é uma franquia lucrativa de mais para morrer, então nos últimos anos foram elaborados planos de expansão começando com World Beyond.
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A série foi planejada para apenas duas temporadas mostrando um grupo de adolescentes que planeja cruzar os EUA para encontrar o pai de duas irmãs enquanto tentam sobreviver num mundo de zumbis.
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O diferencial era mostrar jovens os que não lembram muito de como tudo era antes do fim, mas para complicar um pouco mais a história, inseriram uma trama de teoria da conspiração com o remanescente do exército.
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A segunda temporada começou com todos os adolescentes separados e descobrindo pistas sobre a organização militar e a destruição da universidade onde moravam. Logo as teorias se tornam mais assustadoramente reais com a descoberta de experiências com os mortos e alguns vivos.
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É uma série fraca, que demora à acontecer e mesmo com apenas 20 episódios, divididas em duas temporadas, os personagens mudam completamente como se tivessem trocado os scripts sem querer. Mas trouxe elementos que podem dar um novo gás à franquia que não parece dar sinais de ser encerrada tão cedo.
Os Herdeiros da Terra (1ª Temporada)
3.8 8 Assista AgoraAmbientada na virada do século 14 para o 15, Os Herdeiros da Terra adapta a continuação de Catedral do Mar, ambos originalmente livros de autoria de Idelfonso Falcones.
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A série começa com a morte do rei Pedro IV, da dinastia de Barcelona, e o consequente caos pela tomada do trono, com os nobres ressentidos por ter sido deixados de lado em relação à população mais pobre que por um tempo não era tão explorada e a classe dos comerciantes.
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Os primeiros episódios servem como apresentação e reencontramos alguns dos personagens da série anterior lidando com a reviravolta política. A partir de então passamos a acompanhar a vida de Hugo Llor, de um jovem pobre de Barcelona e escolhido como protegido por Arnau Stanyol até a vida adulta.
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Embora não seja necessário ter assistido a série anterior, a comparação é inevitável e vamos enumerando as aqui diferenças, a começar pelo ponto focal dos acontecimentos, pois enquanto na Catedral do Mar a política e os personagens orbitavam a construção do templo; em Herdeiros da Terra os conflitos políticos e religiosos se mostram a partir do impacto na vida de Hugo e com isso perde força narrativa.
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Talvez o vinho tenha um papel semelhante com o diferentes etapas desse trabalho sempre ligadas ao Hugo; mas temos também o impacto do retorno dos nobres na política de Barcelona, a perseguição contra os judeus, ou mesmo a religião cristã absolutista decidindo sobre qualquer coisa.
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Infelizmente mais fraco que Catedral, em Herdeiros tudo é muito melodramático e exagerado, além do roteiro preguiçoso que toma atalhos para avançar ou direcionar as tramas de forma nada naturais. Sem contar as mudanças de personalidades dos personagens no estilo montanha russa, fazendo parecer que na hora da montagem foram cortadas várias cenas deixando a continuidade prejudicada.
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Mas a série não é ruim, apesar dos problemas apontados e que aparecem em maior intensidade ao compararmos com a anterior, ela apresenta uma melhora quando o ator que interpreta o Hugo muda para mostrar o passar do tempo, além de um maior cuidado nos elementos de produção como os figurinos e ambientação.
Expresso do Amanhã (3ª Temporada)
3.3 47Quando uma mentira é aceitável e por quanto tempo ela pode se sustentar? Ou pior, o que pode acontecer se a verdade for descoberta?
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A terceira temporada de Expresso do Amanhã começa com os trens separados e enquanto Wilford tinha instaurado uma nova ordem social para manter seu domínio sobre os últimos sobreviventes do planeta; Layton pesquisava sobre possíveis locais para sobrevivência e acaba por encontrar alguém que ficou oito anos de frio congelante fora dos trens.
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Em seguida, depois do reencontro dos trens no melhor estilo pirataria sob trilhos, a série parece se parar com tramas sem muito futuro e repetitivas como criar mentiras para controlar o povo com esperança. Algo que obviamente daria muito errado.
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É sempre bom retornar para essa série, pois tanto os personagens como o cenário são muito bons. No entanto, as possibilidades de tudo se resumir num trem são restritas e fica difícil não descaracterizar ou tornar repetitivo.
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E grande parte dessa temporada passa a sensação de não ter muito o que contar, ou pior, desenvolveu algumas ideias desinteressantes e deixou de lado outras mais empolgantes além de jogar fora novos e velhos personagens que ainda tinham algum potencial. Um em especial quase inválida a existência de alguns episódios.
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E mesmo assim não chegamos a um fim, felizmente o final aberto trouxe em pouco tempo a confirmação do quarto ano e com promessas de novos personagens, mas o que ainda pode acontecer? Outro trem? Um bunker? Uma nave espacial? De qualquer forma, a produção precisa tomar cuidado para não ficar genérica.
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Disponível: #netflix
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Temporada: 7/10
Série: 8/10
Undone (1ª Temporada)
4.3 132 Assista AgoraA realidade muitas vezes é chata e monótona, então é natural que nossa mente tente fugas e em alguns casos respostas.
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Em Undone conhecemos Alma, uma jovem professora de ensino de infantil entediada com o dia a dia que, depois de sofrer um acidente de carro, passa a conversar com o pai que morreu de forma misteriosa 20 anos atrás.
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A acompanhamos num ciclo surreal onde a realidade e o tempo passam a não fazer mais sentido. Alucinação, viagem no tempo, conversa com espíritos e a vivencia do passado de outras pessoas, tudo pode ou não estar acontecendo com o espectador sendo levado pela crença da protagonista.
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Uma mistura de drama cotidiano com ficção científica e até jornada de auto conhecimento, pois sendo as viagens reais ou não, elas a ajudam a compreender sobre si mesma num momento de crise existencial.
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Esteticamente, no entanto, eu não gostei muito, parece que a rotoscopia foi redescoberta e várias produções passaram a escolher essa técnica para contar suas histórias, mas para mim o estranhamento é muito grande e atrapalha minha conexão. Em especial nesse caso, o gráfico se aproxima muito do real, mas com realce nos traços e cores quase chapadas e alta saturação traz um incomodo.
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Apesar disso, a escolha pela aplicação da rotoscopia da forma como foi feito, possui uma função narrativa clara de ressaltar a dúvida em relação à realidade, e a condição de superpoderes ou esquizofrênica da protagonista ganha ainda mais peso nessa ideia do "quase real".
Batwoman (3ª Temporada)
3.3 5 Assista AgoraNada como uma caça ao tesouro para oxigenar um corpo natimorto, e não é que depois de eliminar a Ruby Rose de forma definitiva a série melhorou?
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No início da terceira temporada de Batwoman as armas perdidas dos vilões do Batman se transformaram no alvo de busca para cada episódio. Mas como coerência nunca foi exigência, Alice, depois de quase destruir Gotham, ganhou liberdade condicional para ajudar na caça.
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Como tramas paralelas temos a descoberta que a mãe da Ryan está viva e um irmão num plot familiar/empresarial que conseguiu me convencer; além dos sidekicks ganhando espaço em desafios próprios. Na metade final da temporada temos a Hera Venenosa e o irmão de Ryan tentando destruir tudo.
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O deboche da Alice é uma das melhores coisas nessa nova etapa da série e a interação entre os coadjuvantes e a própria Ryan é equilibrado o suficiente para não deixar a Batwoman com tanto protagonismo e permitir uma dinâmica mais de grupo que de herói solitário.
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Da mesma forma o drama familiar que aparece em diferentes camadas e entre diferentes personagens, está no limite do exagero, mas quando o explora, faz bem, em especial a questão do trauma e da culpa.
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O fim da temporada que deixa uma cara encerramento, e recentemente a declaração final foi feita e o projeto foi realmente abortado. De uma forma ou de outra, felizmente sua trajetória foi ascendente, ainda que num voo bem baixo.
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Disponível: #hbomax
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Temporada 6/10
Série 5/10
Taboo (1ª Temporada)
4.1 126 Assista AgoraNos catálogos dos streamings sempre temos aquelas produções que sabemos que vai estourar, mas é sempre interessante quando isso acontece de maneira espontânea.
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Em Taboo acompanhamos James Keziah Delaney que volta da África depois da morte do pai e ao organizar os espólios descobre ter herdado um estratégico território na América do Norte.
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A série ambientada em 1814, mostra uma Inglaterra que após as campanhas militares de Napoleão disputa hegemonia com a Companhia das Índias Orientais e a ascensão dos Estados Unidos recém independente.
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Em meio a isso acompanhamos James, um aventureiro que volta para casa depois da morte do pai e passa a incomodar tanto a coroa, como a Companhia das Índias por causa das terras herdadas na Baia de Nootka, um grande e estratégico território na Ilha de Vancouver que décadas antes tinha sido palco de uma disputa entre a Inglaterra e a Espanha.
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O roteiro se desenvolve a partir do submundo dos conchavos e disputas políticas, sempre com muitos assassinatos e traições, somado à complicada relação familiar do protagonista que se mistura num cenário onde a sujeira faz parte da estética.
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A série tem um bom ritmo e sempre algo novo surpreende espectador e personagens, nos confundindo em muitos casos devido a número de eventos que ocorrem ao mesmo tempo de forma interligada e sem que o roteiro se detenha a explicar cada detalhe ou reação.
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No geral o elenco está muito bom, em especial o odioso Jonathan Pryce, o "mordomo Alfred" feito pelo David Hayman que tem uma mudança abrupta mais para o final, e a atriz de teatro interpretada por Jessie Bukley.
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No entanto, não gostei muito da atuação de dois dos personagens principais, Tom Hardy parece estar sempre fazendo o mesmo papel e mesmo que esse James Delaney não exija algo diferente, fica aquela sensação de um ator interpretando ele mesmo. Mas quem me incomoda mesmo é a Oona Chaplin que tem uma personagem complexa, cheia de traumas e desejos reprimidos, mas ela não convence.
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Duas questões curiosas é que a história é uma criação do próprio Tom Hardy e foi lançada em 2017 pela BBC One, embora tenha recebido luz verde para a segunda temporada, vários contratempos resultaram em atrasos e supõe-se que este ano a história continue, mas ainda não temos nada oficial.
Upload (2ª Temporada)
3.4 57 Assista AgoraO fim pode ser apenas uma sala de espera para um retorno triunfante, claro, se você puder pagar para isso.
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Depois de Nora quase ser assassinada e Nathan ser rebaixado para o pacote básico de serviços, nessa segunda temporada Nora se esconde entre os Luditas, um grupo anti tecnologia que planeja fazer um grande ataque ao paraíso virtual.
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A segunda temporada de Upload amplia mais o cenário com a inserção dos Luditas, além de explorar mais o elenco principal, praticamente deixando de lado até os familiares de Nathan e Ingrid que tinham mais participação no ano anterior.
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Foi um direcionamento interessante, que desenvolveu ainda mais a questão dos abismos sociais que a tecnologia promoveu, inclusive com o desvio de financiamento público se revelando como uma possível causa da morte de Nathan. Mas a investigação mesmo foi praticamente esquecida, e o perigo iminente que vimos no fim do primeiro ano parecem ter sido esquecidos, ou pelo menos amenizados por alguns meses que se passaram entre os episódios.
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Fico em conflito, pois ao mesmo tempo de alguns caminhos apresentados, parece que são abertas muitas possibilidades que vão ser deixadas de lado (não esqueceremos da detetive amadora Fran que nem foi mais mencionada).
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Enfim, foi uma boa temporada, mas talvez mais episódios poderia ajudar em dar espaço para os esquecidos, personagens e tramas.
Star Trek: Discovery (4ª Temporada)
3.8 21 Assista AgoraHá muitos anos, quando o primeiro Jornada nas Estrelas chegava aos televisores estadunidenses o mundo vivia na iminência da catástrofe nuclear, mas mesmo dividido entre EUA e URSS o programa não era sobre guerras, mas uma utopia espacial onde os conflitos não eram tão importantes quanto a descoberta.
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Passaram-se os anos, o cinismo pareceu impedir essa suposta inocência, mas porque temos que considerar a diplomacia algo inocente? Então felizmente, depois de viajar centenas de anos pro futuro, Star Trek Discovery finalmente retoma o velho espírito da aventura e do diálogo, agora na sua quarta temporada.
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Claro que nem tudo são flores e problemas ainda precisam ser resolvidos, no caso, uma anomalia eletromagnética inédita capaz de destruir planetas e abalar o recente retorno da Federação.
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O quarto ano chamou o roteiro para algo mais reflexivo, sobre a dor do luto e o perigo de se deixar levar pelo medo, ser engolido pelo desespero. Ao mesmo tempo, conhecemos novas formas de vida que são criadas com extrema imaginação.
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Tudo orbitando o encontro e maneiras de reagir ao desconhecido, com embates muito mais psicológicos e emocionais, ainda que nos presenteie com sequências de ação e ficção espacial de tirar o fôlego.
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Em tempos em que a violência e o atire primeiro impera, é bom ver outras formas de resolução de conflitos, ainda que eles ocorram no campo da ficção.
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Disponível: #paramout
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Temporada 9,5/10
Série 8,5/10
DMZ
2.6 7Adaptações são sempre adaptações, não podemos esperar a simples transposição de mídia, pois linguagens diferentes possuem recursos e necessidades específicos, mas ainda precisa ter alguma coisa do original.
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Em ZDM acompanhamos Alma Ortega, uma enfermeira que invade uma zona de conflito em busca do filho que perdeu oito anos antes. A história se passa numa Nova York que se transformou numa espécie de trincheira de um EUA dividido com seus moradores vivendo em estado de guerra entre gangues e contra os dois EUA nas suas fronteiras.
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Conhecendo a série que serviu de inspiração, não tem como não pensar de que esta DMZ desperdiçou o potencial original. Nos quadrinhos tínhamos um jornalista jogado em meio a uma zona de guerra tentando sobreviver e conhecer cada uma das gangues da nova Manhattan.
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Ao invés disso, vemos uma mistura de Warriors com Fuga de Nova York, temperada com muito "Casos de Família". E não vou dizer que não funciona, mas para seguir essa premissa, a série poderia ter qualquer outro nome que seria mais honesto.
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Honesta também poderia ser a produção, pois passou de série para minissérie, mas com a possibilidade de novas temporadas. E com essa indecisão, a história ficou prejudicada, corrida em alguns pontos, e com enormes crateras narrativas em outros.
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Não sabemos nada sobre a guerra, apenas que ela ocorre à muito tempo e que Nova York ficou no fogo cruzado, sofrendo com o abandono do Estado e os conflito internos por poder. Até mesmo os territórios e gangues variadas se resumiram a apenas 2 e meia, pois ao micro situar os conflitos, todo o resto ficou vazio.
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Para não falar apenas mal, pois no fim eu acabei gostando do que foi apresentado, os atores estão atuando bem e a ambientação e cenários da Nova York destruída respondem às necessidades.
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Enfim, agora ficamos com a incógnita de uma nova temporada que ainda apresenta um bom potencial, pois quase nada foi utilizado.
Maravilhosa Sra. Maisel (4ª Temporada)
4.3 80O fracasso não vem apenas por azar, despreparo ou medo, muitas vezes somos nós mesmos que nos boicotamos.
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Foi uma espera de pouco mais de dois anos, mas finalmente a quarta temporada de Marvelous Mrs Maisel estreou no Amazon Prime. A série da dona de casa judia da década de 1950 que encontra sua voz na carreira de comediante de stand-up em barzinhos.
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A comédia ácida e feita com humor rápido que não permite o espectador respirar, nos mostrou a ascensão de uma mulher numa época e num meio extremamente machista, os desafios e conflitos sendo vencidos pouco a pouco.
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Na temporada passada Maisel tinha tocado o estrelato, mas sofrido uma puxada de tapete que se transformou no tema deste ano. Mas o trajeto de reestruturação também foi o da auto sabotagem, no qual a retomada parecia nunca permitir alcançar todo o potencial.
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Desta forma, temos uma temporada que parece sem foco, um pouco enfraquecida em relação às anteriores. Ainda assim, a produção manteve o ritmo dinâmico e desenvolveu melhor todos os personagens do elenco de apoio, contribuindo para crescer ainda mais o cenário e preparar o terreno para o encerramento da série na próxima temporada.
Guia Astrológico para Corações Partidos (2ª Temporada)
3.5 34 Assista AgoraComédias românticas podem ter várias abordagens, mas existe algo mais temático que horóscopo?
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O Guia Astrológico para Corações Partidos é uma série italiana de comédia romântica sobre Alice, uma assistente de produção em busca do verdadeiro amor. Mas é mais que isso, pois seu trabalho é fundamental para o desenvolvimento da personagem e história.
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Nessa segunda temporada continuamos a acompanhar Alice, que agora precisa lidar com a descoberta sobre sua paixão, enquanto ascende dentro da produtora com o sucesso do programa que criou.
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Nessa segunda temporada, parte do humor perdeu um pouco de espaço para o drama, pois todos os personagens parecem passar por conflitos ainda mais complexos que dos primeiros episódios.
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Divertido e com personagens cativantes, os 12 episódios, que correspondem às duas temporadas lançadas, se bastam numa história que podemos considerar como completa.
Upload (1ª Temporada)
3.8 197Se mal temos certeza sobre nossa vida, quem dirá depois da morte, então porque não criar estratégias para viver além do próprio corpo?
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A ideia de testar o pós-vida não e nova, nem mesmo de forma tecnológica, mas Upload embarca nessa premissa com sucesso ao mostrar um futuro próximo onde todos podemos salvar nossa consciência para viver a eternidade na nuvem.
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Bem, quase todos, já que a sociedade capitalista sempre encontra uma forma nova para escravizar, explorar e segregar, deixando o paraíso acessível apenas para quem pode pagar mais.
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Nesse cenário acompanhamos o programador Nathan Brown que após sofrer um acidente de carro autônomo vai parar nesse paraíso com tudo pago pela namorada. Ao mesmo tempo conhecemos a vida de Nora, uma pessoa assalariada que trabalha como suporte técnico desse mundo virtual.
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Com uma narrativa leve e bem humorada, essa série que mistura comédia romântica com Scifi não se resume apenas a questão existencial de ser ou não ser, mas pouco a pouco vai se aprofundando em questões sociais e até mesmo religiosas sobre a crença do que viria depois do fim.
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Além disso, temos também abismos sociais, subempregos que dependem de boas avaliações para não serem despedidos e a uma trama de investigação sobre o suposto assassinato que corre em paralelo e cresce a cada episódio.
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É divertido identificar os bugs do sistema como repetição de frames em cenários, a necessidade de gastar dinheiro para acessar melhorias, os avatares repetidos das IAs, até pirataria para alterar código fonte, e até um momento Minecraft. Todos elementos tão conhecidos por quem mínimamente já jogou algo no computador ou celular, fazem graça ao mesmo tempo que imprimem certo realismo.
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Os atores estão muito bem integrados em seus papéis e rapidamente já nos importamos com eles, mesmo os mais insuportáveis, porém me incomoda a forma como alguns personagens foram sendo abandonados ao longo da história como a tia Fran e o Dylan.
Lendas do Amanhã (7ª Temporada)
3.5 11 Assista AgoraEsqueçam as viagens no tempo, as Lendas do Amanhã tiveram sua nave destruída e agora precisam descobrir como sobreviver a 1925 sem destruir o continuum espaco-tempo.
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Com o grupo preso na década de 1920, a série conseguiu explorar e desenvolver tanto os personagens, como a época de uma forma nunca antes vista. Nos levando ao melhor e o pior momento de cada herói.
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Assim, o medo de mudar o tempo assombra e na tentativa de não interferência, acabam por seguir as regras da época, por pior que possam ser. Então se de um lado temos o jazz, por outro encontramos preconceitos de todos os tipos como machismo, racismo e xenofobia.
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Num segundo arco, o grupo volta alguns anos para a Primeira Guerra Mundial, onde somos apresentados ao Ponto Fixo, um conceito de tempo que seria crucial para a continuidade da linha temporal e por isso precisa ser protegido.
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Basicamente a série manteve sua construção de roteiro brega, e muitas vezes até simplista e infantil, mas conquistando pelo carisma dos personagens e um humor bobo misturado com conceitos de ficção científica que nem sempre são coerentes, mas a transformam numa das melhores séries do Arrowverso.
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Disponível: #warner
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7 Temporada 8,5/10
Série 7,5/10
Vikings: Valhalla (1ª Temporada)
3.6 81 Assista AgoraO tempo das lendas vikings de Ragnar, Lagertha, Bjorn e família já passou, o cristianismo avançou pelo norte europeu destruindo os velhos costumes, mas a sede por sangue e conquista continua forte em Vikings: Valhalla.
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Ambientada cerca de 100 anos depois do fim da série original, a história já começa com o Massacre do dia de São Brice, quando o rei da Inglaterra ordena a morte de todos os vikings que viviam na ilha. Acabando com a paz que foi conquistada com muito esforço e inflamando a vingança de todo o povo.
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Esse é o início de mais uma sequência de traições e cabeças cortadas, e quase como um agrado aos fãs, temos no primeiro episódio um convite ao reencontro ao voltando para Kattegat, que se transformou nem algo maior e centro do comércio e culturas de todo o mundo conhecido.
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Ao longo dos episódios somos apresentados ao novo status dos povos nórdicos e a relação com a Inglaterra, temos também os principais conflitos que vão muito além das fronteiras, mas a divisão entre os próprios vikings entre aqueles que acreditam nos velhos costumes e os cristãos que praticamente chacinam todos que não se curvam aqui deus único.
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Esteticamente e em relação às locações a produção mantém o cuidado de diferenciar grupos dentro dos vikings e com outros povos, mas eles tomaram um caminho menos minucioso com o idioma ao tornar o inglês padrão para todos os personagens.
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A série também se agiliza nos eventos, que não crescem em amplitude como a Vikings original e ganha dinamismo, no entanto deixa aquela sensação de repetição, parece que nada do que é mostrado é muita novidade.
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Os atores protagonistas também não são grande coisa, mas o roteiro soube desenvolve-los bem o suficiente para nos importarmos com o passar dos episódios
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Enfim, é uma série histórica que já empolga nesse primeiro ano e mostra que tem potencial para crescer.
Space Force (2ª Temporada)
3.3 24 Assista AgoraO que pode dar errado num mocumentary (falso documentário) com Steve Carrell como general da Força Espacial criticando de forma escrachada Trump e sua "Guerra nas Estrelas"?
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Pois é, Space Force parecia uma boa ideia, mas que teve um primeiro ano bem frustrante, com piadas genéricas, tom desencontrado, continuidade inexistente, etc. E embora dois anos depois o cenário político soe datado sem o Trump e a estética documentário tenha sido abandonada, nessa segunda temporada, os roteiristas parecem ter encontrado a fluidez que antes não existia.
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Depois de quase uma guerra espacial contra a China, o departamento recebeu cortes no orçamento e os problemas se tornaram mais locais e focados nos relacionamentos, o espacial ficou bem pra segundo plano.
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Assim, a trama parece a de um departamento público comum com personagens caricatos e falta de dinheiro. O lado bom é que felizmente se apresenta com muito mais naturalidade, as piadas bobas encontraram alguma graça e não parece mais que a Netflix resolveu exibir apenas os episódios pares ou ímpares.
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Enfim, a série se tornou melhor do ponto de vista narrativo, mas perdeu um pouco da potência que demonstrava no início, e até os atores parecem estar no automático. Ainda assim, caso ganhe uma terceira temporada, tem potencial para melhorar.
A Lenda de Vox Machina (1ª Temporada)
4.1 67 Assista AgoraSempre que me perguntam como é jogar RPG eu respondo com paixão, mas também com dificuldade em expressar as emoções envolvidas quando mergulho numa das inúmeras aventuras que já participei.
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A Lenda de Vox Machina é uma série animada que mais se aproxima dessa experiência de jogo. Ela vai acompanhar um grupo de aventureiros no mundo fantástico de Exandria, participando de missões impossíveis sempre pronto para uma piada sarcástica.
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A série adapta as aventuras do Critical Role, um grupo que joga RPG desde 2015 na internet e um dos responsáveis pela nova onda de popularização do Jogo de Interpretação que vivemos atualmente (ainda que se mantenha como nicho).
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As histórias são simples, missões cumpridas da maneira mais improvável por uma trupe disfuncional, mas muito unida. Personagens carismáticos e que representam muito bem os arquétipos tanto dos jogadores, quanto das possibilidades de fichas a serem criadas.
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É possível até encontrar aqueles momentos onde os dados não nos ajudam e falhamos nas mais simples tarefas, ou quando alguém falta e precisa de uma justificativa para o personagem não acompanhar o grupo (e depois aparecer magicamente para a luta final).
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Tecnicamente a animação se utiliza do traço e das técnicas de linhas de ação de animes que imprimem ainda mais velocidade às sequências de luta e perseguição, mas não se resume a isso, pois é possível identificar referências ocidentais como um dos Brianwoods que lembram o Vadal Savage da DC.
Pacificador (1ª Temporada)
4.2 339 Assista AgoraComo falar sobre uma série que tem como protagonista alguém que agrega todos os piores preconceitos de nossa sociedade e ainda assim ter gostado?
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A série do Pacificador vai nos apresentar um herói praticamente desconhecido do elenco da editora DC, um assassino racista, machista, homofóbico e tudo de pior que possamos pensar, mas que aqui ele aparece sem nunca ter nenhuma dessas características exaltada. Na realidade, expondo suas ações e pensamentos ao mais profundo ridículo.
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Fico imaginando a dificuldade em criar um personagem tão ofensivo, mas que também precisa ter certo carisma. Até porque, na prática, o Pacificador representa o homem de classe média branco que (se fosse brasileiro) faz arminha com a mão e não toma vacina porque leu num meme do WhatsApp que ela contém algum chip que modifica o DNA.
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E assim o roteiro se desenvolve para mostrar até que ponto o babaca é fruto da educação que recebeu e só a reproduz ou é realmente um supremacista que nem deveria existir.
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Como mencionei, extremamente difícil de trabalhar, e que aqui é tratado com grande sarcasmo e uma possível redenção, a partir do momento que ele também começa a enxergar o quão errado são seus preconceitos.
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É uma série divertida e extremamente ágil, com personagens bem feitos e que recebem desenvolvimento ao longo da temporada que também se apresenta num ritmo intenso.
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Em meio a isso, e até para ressaltar que trata-se de uma comédia, a trama o coloca numa missão secreta do governo estadunidense que tenta evitar a invasão de borboletas alienígenas. Além de quatro participações especiais no último episódio que deixo para vcs descobrirem.
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Outro elemento que não podemos esquecer é que trata-se de uma produção do James Gunn, então não tem como a narrativa não ser levada pela trilha sonora animada de rock oitentista, em especial das bandas de Glam Metal.
O Livro de Boba Fett (1ª Temporada)
3.5 206 Assista AgoraA trilogia original de Star Wars foi excelente em criar conceitos de personagens que eram muito maiores que a própria história, Darth Vader foi um, o caçador de recompensas Boba Fett foi outro.
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O Vader conseguiu "provar seu valor" rápido ao ganhar um pouco de desenvolvimento em Império Contra Ataca e Retorno de Jedi, mas o Boba só era uma armadura legal engolida por um monstro na areia. O Livro de Boba Fett tenta mudar isso.
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A série começa num tom que me lembrou o Conan do Schwarzenegger; por causa da trilha e poucos diálogos. Fett foge da criatura que o engoliu e luta para sobreviver ao deserto e ao Povo da Areia. Só então somos levados ao presente da série com Boba acordando de um tubo de bacta e substituto Jabba.
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A melhor parte fica nas memórias do Boba com o Povo da Areia, primeiro como prisioneiro, depois aceito entre eles e recebendo uma espécie de treinamento, parece um estudo antropológico do National Geographic.
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O passado é a melhor parte, pois o presente tem um tom de comédia que não se conecta a todo o resto e desanima bastante. Além disso, tornaram o caçador de recompensas num "Capitão América" de Tatooine, não né?
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Os efeitos práticos e especiais são em geral bons em especial os aliens e tecnologias, mas as perseguições não funcionam, não importa se com Parkour pelos telhados ou motos voadoras, todas são lentas, como se pudéssemos correr muito mais rápido a pé.
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Então chegamos nos episódios finais, e tudo muda para mostrar o que estava fazendo o Mandaloriano e o "Baby-Yoda", definitivamente os melhores de todos. Mas se o melhor de Boba Fett acontece, quando ele não aparece, tem algo de errado.
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Felizmente temos uma conclusão explosiva, uma versão Disney de Sete Samurais, ou melhor, Sete Homens e Um Destino, com a guerra acontecendo, mas sem grandes consequências.
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Enfim, eu queria gostar mais, e vibrei em alguns momentos, em especial com os "convidados de luxo" que vem dos quadrinhos e dos filmes, mas me decepcionei bastante também
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Britannia (1ª Temporada)
3.5 42O Império Romano se expandiu pela Europa e áreas mais próximas ao longo de séculos, mas não sem que as populações locais não oferecessem resistência e criassem suas lendas.
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Britannia se passa em 43 DC na segunda tentativa dos romanos invadirem as ilhas Britânicas (quem diria?). Acompanhamos essa invasão a partir de cinco núcleos narrativos, mostrando o sucesso inicial de Roma, os problemas locais, e uma profecia dando seus primeiros passos.
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A primeira temporada, vai explorar os conflitos entre os reinos e a religião dos druidas que interfere em tudo, enquanto os romanos chegam destruindo tudo para depois fazer alianças. Nos bastidores temos uma espécie de jornada da heroína com a "escolhida" que está destinada a libertar os povos da Bretanha.
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É um drama de ação épico-histórico na linha de Vikings, mas que toma várias liberdades, seja na forma como os diálogos são construídos, ou a quase inexistência de barreira linguística, mas vai além e se aproxima da fantasia com a inserção de maldições, premonições e outros elementos sobrenaturais que realmente funcionam e não são meras ilusões.
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A série tem um bom ritmo e equilíbrio entre os núcleos, mas nem todos são tão interessantes a todo momento e podem cansar. No entanto, o maior problema é a irregularidade do tom narrativo que, ora é mais sério e violento, ora assume algo mais despojado e com cara de deboche que definitivamente não combina.
Que Cilada! (1ª Temporada)
3.6 6 Assista AgoraA hora errada, no lugar errado faz a trama perfeita para uma tragédia, ou quem sabe uma comédia.
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O seriado italiano Que Cilada! nos apresenta dois amigos que trabalham como técnicos de TV a cabo que durante um serviço encontram o corpo do dono da casa.
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Então seguimos uma série de decisões erradas baseadas na "expertise" de um viciado em séries investigativas que decide limpar a cena do crime para não serem incriminados.
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Trata-se de uma comédia de erros que leva os protagonistas a se enrolar cada vez mais com personagens levemente estereotipados que beirando o pastelão, mas o evita na medida ao focar o humor no diálogo do tipo "metralhadora".
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As referências também contribuem para ambientar no tipo de narrativa que utiliza a fórmula dos Buddy Cop (com o "Cop" no máximo no modo amador") e inspiração no Inspetor Clouseau.
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Divertido, mas levemente desesperador quando as piadas do cotidiano siciliano nos permite identificar tantas semelhanças com o Brasil; da corrupção para evitar pagar uma multa ao nepotismo, da mídia sensacionalista que se alimenta da violência às teorias conspiratórias que coloca o imposto no grande culpado da miséria.
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Sim, entre cutucadas superficiais, mas ácidas ao costumes viciados e corruptos do velho "jeitinho", e a metalinguagem de um programa de TV que "ajuda" numa situação real; Que Cilada! diverte em apenas 6 episódios.
A Vizinha da Mulher na Janela
3.1 196A solidão pode pregar peças, principalmente quando você é viciado em histórias de espionagem e passa o tempo olhando pela janela.
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Em A Vizinha da Mulher na Janela conhecemos Anna, uma mulher depressiva que se separou do marido depois da morte da filha e passou a observar os vizinhos da janela enquanto bebe vinho o dia todo.
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Triste, mas seus problemas começam mesmo quando presencia um assassinato na recém ocupada casa da frente. Inconformada que ninguém a leva à serio, Anna começa a investigar o caso e a cada episódio novas pistas e suspeitos aparecem.
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É uma série de comédia com humor ácido e depressivo que brinca com clichês de suspenses criminais a partir de uma trama bastante comum ao gênero.
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O roteiro é interessante e se desenvolve por meio de uma narradora nada confiável, pois a mente de Anna sofre não apenas com o luto, mas o isolamento e doses cavalares de vinho com remédio que resulta em muitos lapsos de memória e alucinações.
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Ele se preocupa em apresentar muito bem a protagonista nós dois primeiros episódios, mas a forma como faz acaba atrapalhando o início da temporada que só mostra o assassinato (o principal motor narrativo) no fim do segundo episódio.
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Então passamos para um momento de transição até engrenar mesmo a partir do quarto episódio, quando Anna mergulha na investigação.
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O texto também pesa a mão em alguns elementos trágicos ao tentar fazer humor quando não deveria. Felizmente se sai melhor nos momentos mais dramáticos e desenvolve bem as relações de luto, bem como as "reencarnações" de Veronica Mars.
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Com inspirações Hitchcockianas bem claras, em especial Janela Indiscreta e Um Corpo que Vai, não ficamos apenas no mais comum, pois também é possível encontrar desde Agatha Christie ou até mesmo o inusitado Brinquedo Assassino.
Feria: Segredos Obscuros (1ª Temporada)
2.8 25 Assista AgoraAcompanhamos Eva e Sofia, duas irmãs que são hostilizadas pela população, por causa dos pais que são os principais suspeitos de liderar uma seita suicida conhecida por Culto da Luz. Em paralelo vemos a investigação policial e nos primeiros episódios o papel da mídia sensacionalista.
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Aos poucos descobrimos com os personagens que todos esses eventos são consequências de algo que pode ter surgido a pelo menos vinte anos no passado com sequências que se passam nessa época mostradas aos poucos, nos trazendo mais pistas.
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O clima de terror e paranoia é satisfatório e os atores de estão muito bem em seus papéis, mas o ritmo é problemático, em especial nos episódios iniciais onde a todo momento vemos uma repetição de temas que poderia ser resumida e no exagero de cenas de nudez que perdem a função narrativa e contribuí para a fetichização feminina sem fins narrativos.
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Há também um uso excessivo de sequências de violências contra mulheres que são ótimas para dar gatilho em quem passou por algo parecido.
Combatentes da Liberdade: Ray (1ª Temporada)
3.2 9Existe um mundo onde Segunda Guerra foi vencida pelos nazistas e no presente é liderada por uma Supergirl, Arqueiro e Flash malvados. Quando isso acontece, a esperança reside na mão de poucos heróis: os Combatentes da Liberdade.
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Na animação Combatentes da Liberdade: Ray, somos inicialmente transportados para a Terra X, um universo paralelo dominado pelos nazistas que faz parte do Arrowverso, mas antes de ser apresentada no crossover Crise na Terra X.
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Infelizmente o roteiro apenas resvala esse universo paralelo, pois a maior parte da história se passa com o Ray da Terra 1 que herda os poderes de sua contraparte e precisa aprender a responsabilidade de ser um herói.
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Desta forma, a escolha da trama principal acaba sendo um pouco frustrante, pois apesar de tratar de alguns conceitos como confiança e homofobia, a introdução do desenho que traz drama e perigo de morte para o grupo apresentado pede por mais ação e realidades paralelas distópicas, mas entrega um drama do cotidiano (ainda com algum superpoder).
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A produção faz parte da tentativa de expansão do Arrowverso em outras mídias, como vimos em com a Vixen (que também tem uma participação especial nessa) ambas lançadas como websérie entre 2016 e 2017.
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E embora tenha sido idealizado com uma estrutura fragmentada, os 12 episódios foram bem reunidos como um longa, e quase não é perceptível a emenda. O design e a dinâmica dos movimentos também são em geral bons, mas falham ao retratar os heróis principais do cenário que ficaram bem feios, pareceu uma solicitação apressada.