Já comentei sobre os altos e baixos de Walking Dead em outros momentos e esta resenha retorna pela terceira vez se tornando como esse décimo ano foi o mais longo de qualquer seriado. ... Ele começou em 2019 com a Saga dos Sussurradores no auge, os humanos que passaram a viver entre os mortos sitiando os protagonista, mas como virou costume, a temporada foi dividida em duas, mas por causa da pandemia os episódios finais só saíram agora. ... Finalmente assisti os últimos sete episódios nesse início de 2021 que começa com o episódio 16 mostrando a vingança dos Sussurradores que tinham perdido sua líder graças ao ataque sorrateiro do Negan. ... Vemos o retorno da Megan, conhecemos seu filho e seus novos companheiros, ao mesmo tempo que Eugene guiava um grupo em direção a uma possível nova comunidade. Tudo isso em dois episódios muito bons, mas em seguida a série pisa com os dois pés no freio. ... No geral esse final de temporada não é ruim e vemos que a estrutura dos episódios se adaptaram à equipe reduzida desse momento de pandemia. ... São boas histórias, mas a grande maioria é arrastada num péssimo ritmo, com acontecimentos focados no desenvolvimento dos personagens que muitos deles poderiam ser aglutinados e resumidos. ... Problemas que ocorrem por estar preso no formato de 44 minutos e 22 episódios por temporada, facilmente resolvido se fosse permitido uma duração mais flexível. ... E se você animar para assistir apenas um episódio dessa temporada, ou se já curtiu a série e a abandonou a muito tempo, assista apenas o último que conta a história do Negan, ele é realmente bom e bastante independente. ... Temporada 10 (parte 3) 7/10
Duas das formas mais interessantes de conhecer novas culturas é pela comida e pelas pessoas que às preparam, mas o mergulho pode ser ainda mais profundo com àquelas preparadas para o dia-a-dia das ruas. ... A série documental da Netflix Street Food nos leva à seis grandes cidades da América Latina para conhecer comidas típicas servidas em meio o intenso movimento das metrópoles. ... Uma gostosa viagem por meio de alguns personagens do cotidiano de cada um desses centros urbanos, com trajetórias únicas, ao mesmo tempo que representativas de um povo. ... Cada episódio se estrutura a partir de três pessoas e os principais pratos preparados por cada uma delas, numa narrativa que nos leva à passeamos por suas vidas, as compras diárias e os desafios vencidos, numa narrativa ágil e imersiva. ... A série também tem uma temporada na Ásia, mas eu ainda quero conhecer mais lugares, pratos e pessoas da América Latina.
Arquivo X foi uma das mais influentes séries da década de 1990 que infelizmente foi prejudicada pelo próprio sucesso. ... 15 anos depois de seu fim, seu retorno foi cercado de expectativa em 2016. Tivemos ótimos episódios (três entre os seis?) que mesclavam os monstros da semana com a trama principal, retomando o tema da franquia: a invasão alienígena iminente. ... Os episódios inicial e final são os mais problemáticos e justamente eles que dão continuidade à essa temporada que retoma, ao mesmo tempo que nega o fim anterior, quando revela que o apocalipse era apenas uma visão premonitória!!! ... Mas é bizarro o que fizeram com o programa que era um terror policial com teorias conspiratórias e transformaram numa grande paródia dele mesmo. Os personagens nem tentam se levar à sério e perdem a mão com o humor sarcástico. ... Mas ela não é toda ruim, na realidade se ignorar a falta de coesão entre os episódios inicial e final com o resto da temporada podemos encontrar boas pérolas. Dica, pule o 2 e 3 que apesar da tentativa de referência, são além de tudo confusos e chatos. O 5, 8 e 9 são legais, mas eu me senti assistindo episódios de Supernatural. .. O destaque vai para os episódios 4, 6 e 7. O primeiro tem bastante humor e questiona a realidade atual na qual a verdade já não tem mais valor, e as pessoas acreditam naquilo que querem (tanta gente insistir em apoiar o desgoverno genocida atual mostra que não é viagem do roteirista). Em seguida descobrimos mais sobre o passado do diretor Skinner. E por fim, temos algo que foge dos padrões ao adotar um formato quase mudo para discutir como a inteligência artificial evolui à partir do que ela aprende com os humanos. . Enfim, temos uma conclusão melhor que o início da temporada que consegue prender o espectador, mas é extremamente corrida e com resoluções tão bregas que para uma novela só faltou um casamento. ... Teremos mais? Não sei. Mas alguns episódios mostram que o tema a ainda pode ser bem explorado, mas não com Mulder ou Scully que viraram caricaturas de si mesmos.
Demorei tanto tempo para assistir a sexta temporada de Vikings que é até irônico o título do primeiro episódio ser "Novos Começos". ... Mas na minha defesa eu esperei para assistir de uma vez só, pena que os produtores inventam que duas temporadas são uma, mesmo com espera de quase um ano pra cada metade. ... Enfim, nesse novo ano temos Bjorn como novo rei de Kattegat, Ivar capturado pelos russos enquanto se escondia na rota da seda, Ubbe desejando conhecer as terras do ocidente e Lagherta em busca de uma "aposentadoria" na fazenda. ... Foram 20 episódios lançados em dois blocos nos anos de 2019 e 2020, mas poderia ter se encerrado nos 10 primeiros que se caracteriza por uma grande despedida da série com várias homenagens aos anos anteriores. ... Como principal evento na primeira metade temos ao uma guerra dos vikings contra os russos que coloca os filhos do Ragnar em lados opostos (sempre). ... E podia parar nesses 10 episódios, na realidade em mais 3 no máximo seria encerrado no auge. Porém, foram mais 10!!! ... A segunda metade então se arrasta em um grande epílogo de acontecimentos que poderiam ser resumidos em poucos minutos ao invés de criar novas tramas desnecessárias. ... Uma caminhada final que também tenta trazer redenção para Ivar, que apenas enfraquece o personagem que foi construído como vilão implacável desde o início. A ponto de descaracteriza-lo e jogando de um lado para outro como um bobo. ... Claro que existe alguns acertos, ou pelo menos bons momentos com o Ivar o Ubbe (cada um em seu lado do mundo), mas daria pra fazer em pelo menos metade dos episódios né? ... Enfim, apesar da interminável enrolação, a temporada final tem bons roteiros e ritmo que nos mantém presos à saga dos nórdicos, mesmo com a queda na qualidade por não saber quando parar. ... 6Tempotada 1° parte 9/10 2° parte 6/10
Que a obra de Conan Doyle é rica todo mundo sabe, mas eu não imaginava que uns órfãos que moravam na Baker Street pudessem ganhar uma série. ... Eis que temos os Irregulares de Baker Street, série com narrativa infanto-juvenil da Netflix que vai mostrar as crianças que motam na rua perto da casa do maior detetive da Inglaterra tornando-se investigadores mirins de casos sobrenaturais na Londres do fim do século XIX. ... Com um desenvolvimento bastante episódico, a série fica cansativa se a intenção for maratonar. Cada novo episódio apresenta um "monstro da semana" diferente que o grupo de garotos precisa enfrentar, deixando a continuidade para segundo plano no início da temporada. ... Dá para passar o tempo, pois as histórias são interessantes e alguns momentos mais violentos são bastante gráficos e as soluções da fantasia e dos efeitos especiais são bons. ... O enredo mescla um pouco o preconceito de classe social, e deixa as questões raciais de lado ao criar um universo mais etnicamente plural. ... No entanto, temos alguns problemas que gostaria de apontar: a inserção de um romance desnecessário; o personagem Spike pouco desenvolvido, apesar de suficientemente carismático para o espectador se importar; a época escolhida para ambientação não tem muita função, ela só ocorreu por causa do Sherlock Holmes, que ele mesmo poderia ter sido substituído por qualquer outro detetive. ... Enfim, apesar dos problemas ela é agradável e tem um arco completo que não necessita uma próxima temporada, caso não seja renovada.
Mais uma série da pilha que deixei para depois finalmente concluída, a quinta temporada de Black Mirror (e até agora última), lançada em 2019 e com apenas 3 episódios. ... Nesse ano temos a realidade virtual liberando a sexualidade de um homem em crise de meia idade, uma situação de reféns com redes sociais, e uma boneca eletrônica estranha de uma cantora pop. ... Acredito que essa tenha sido a temporada com os atores mais famosos, mas também foi a mais fraca, Charlie Brooker se arrastou para escrever episódios que encaixassem em todos os parâmetros que ele mesmo havia criado. ... Em Striking Vipers vemos como um produto pode ser ressignificado pelo público, o início é lento e mostra a crise do protagonista que se aproximar dos 40 anos, o elemento tecnológico possibilita novos tipos de relações. Esse foi divertido identificar as locações, todas na cidade de São Paulo. ... O segundo episódio tem um argumento legal sobre o vício nas redes sociais, mas não foi pensada uma história que justificasse mais de 1 hora de duração e tanto a crítica, quanto o drama se perdem no tédio de não acabar nunca. ... Por fim, o último episódio traz a Miley Cyrus como cantora pop explorada pela indústria da música e a própria tia. A trama brinca com o tragicômico, principalmente depois que um robozinho com a personalidade da atriz perde todas as travas.
A série animada do Batman foi responsável por elevar a Dc a outro patamar de animação na década de 1990. 20 anos depois, foi a vez de Justiça Jovem ao mostrar a nova geração de heróis. ... Um erro no marketing, porém, provocou seu cancelamento precoce na segunda temporada, felizmente o elevado número de fãs possibilitou uma retomada em 2019. ... Nesse terceiro ano a Liga da Justiça se espalhou pelo universo investigando o tráfico de super-humanos, enquanto foram proibidos de agir na Terra por causa de Lex Luthor e algumas leis criadas por ele. Forçando alguns membros do grupo a agir de forma independente. ... A trama espacial se choca com a terrestre aos poucos e novos personagens ganham foco com velhos conhecidos ganhando desenvolvimento de forma melhor resolvida que o Ano dos Vilões das HQs. ... A trama esta cheia de detalhes, e demonstra sua maior fragilidade em três pontos: a infinidade de personagens, o plot principal que se desenvolve num ritmo muito lento e muitas histórias secundárias fracas na primeira metade da temporada. ... Também existe uma certa confusão em relação ao público alvo, pois ora temos cenas bastante gráficas de mortes e ferimentos, ora resoluções bobas e infantis. ... Confusões que poderiam ser resolvidas com mais animações num universo compartilhado. Mas infelizmente misturar tudo num único produto resultou em algo aquém das possibilidades. ... Ainda assim, temos tramas legais e envolventes que se inspiram nos quadrinhos e que exploram questões atuais de nossa realidade como as fake news, manipulação da mídia e da população, tráfico de adolescentes. ... E assim temos uma temporada com episódios independentes amarrados com a temática do sequestro dos meta-humanos numa rede entre os superviloes terrestres e Apokolipse, o golpe político em Markovia, e a formação de um supergrupo: os Renegados.
O período Tokugawa é conhecido por trazer ao Japão 250 anos de paz, mas regida por um governo violento e altamente centralizador na figura de um Xogum. ... Para atingir tal façanha os 130 anos que o precederam foram marcados por intensas guerras civis entre clãs e senhores da guerra disputando território e poder. ... Esse período conturbado de transformações é o objeto do documentário A Guerra dos Samurais na Netflix, em 6 episódios apresenta os conflitos do país a partir da segunda metade do século XVI. ... Começamos com a ascensão de Nobunaga Oda em 1551, um guerreiro que luta contra os irmãos para se tornar o daimiyo do pequeno território Owari no centro da ilha principal do Japão e se torna a semente para a unificação dos clãs. ... Ao longo dos episódios vamos acompanhar uma verdadeira guerra dos tronos com destaque para Oda Nomunaga, seguido de Toyotomi Hideyoshi (camponês que se tornou samurai e foi responsável por unir o Japão) e Tokugawa Ieyasu que põe fim o ciclo de conflitos. ... É um recorte histórico reduzido, mas muito complexo que foi estruturado numa alternância entre a linguagem clássica do documentário com a fala de historiadores e encenações dos conflitos. ... Interessante, mas mesmo com poucos episódios, recomendo assistir em pequenos blocos, pois a exposição excessiva com pouco desenvolvimento dramático, tornou a série muito cansativa.
Depois de um ano sem novos filmes da Marvel nos cinemas (na realidade nem cinemas), os fãs do MCU estavam vivendo de hype, e dentre os mais alimentados temos a série da Wanda e do Visão. ... O casal improvável que se casou nas HQs na década de 1970 nunca foi muito explorado nos filmes, o relacionamento apenas sugerido e logo destruído pela mão pesada do Thanos. ... Até o peculiar WandaVision chegar no streaming da Disney. A série se estrutura como sitcons familiares, sendo cada episódio inspirado por séries de sucesso de décadas diferentes. ... Estranha num primeiro contato, mas muito bem feita e mantendo o desenvolvimento do casal amarrado às transformações da linguagem da Tv nos último 60 anos. ... Uma brincadeira de metalinguagem recheada de referências às Hqs originais, com direito a participações especiais de vários personagens secundários dos filmes da franquia. ... Assumiu até a responsabilidade de explorar melhor os eventos de retorno da população mundial após ter desaparecido por cinco anos na continuidade do MCU. ... E embora se destaque na forma, o roteiro não fica atrás, pois tem um trabalho interessante sobre luto e superação, equilibrando com o fator ação esperado numa produção desse tipo.
Como senti saudade de Clone Wars, animação que, embora não seja a melhor do universo de Star Wars (a jornada de Rebels é ainda melhor), ela é um marco de expansão de universo que sobreviveu à compra da Disney. ... Demorou seis anos, mas a nova dona da franquia deu sinal verde para a sétima e última temporada que nos entregou uma história amarradinha e dramática em três grandes arcos que nos mostra o fim da Guerra dos Clones, da República, e aponta novos caminhos para Ashoka e o Capitão Rex. ... Ela começa com um grupo de clones defeituosos que, juntos, são muito mais poderosos que qualquer outro esquadrão. São tão bons que inclusive ganharam uma animação estreando no mês de maio de 2021. ... Em seguida acompanhamos Ashoka tentando viver em Coruscant como uma pessoa comum para nos episódios finais, a verdadeira protagonista da série voltar às batalhas cercada por exércitos de clones que deixam o fã da franquia tenso por saber o que espera no fim da guerra, ou melhor, o que a encerra. ... Clone Wars manteve a estrutura de pequenos arcos de histórias com personagens rotativos, desta vez dividido entre os clones e Ashoka, formato que fez muito bem ao ritmo e desenvolvimento de toda a série. ... Enfim, temos um ciclo encerrado, mas que abre todo um universo de possibilidades que ainda veremos por muito tempo.
A humanidade finalmente se expandiu para além do sistema solar, mas embora os ânimos entre a Terra, Marte e o Cinturão tenham acalmado pela novas possibilidades de colonização o conflito ainda existe. ... A quinta temporada de Expanse começa com um clima de epílogo, e com os grandes mistérios já resolvidos, a série se volta para problemas mais pessoais de cada tripulante da Rocinante. ... Uma grande ameaça terrorista é construída ao longo da temporada com ações pontuais e crescentes; então a história foca no desenvolvimento dos plots pessoais dos protagonistas. E até por isso o ritmo inicial é bastante lento com todos os personagens separados. ... O clima começa a esquentar aos poucos quando as micro tramas se cruzam a partir da metade da temporada, momento que ocorre um grande ataque contra à Terra e a narrativa pisa no acelerador com tudo finalmente convergindo para a próxima e última temporada. ... Xenofobia, força desproporcional, exércitos atacando civis para demonstrar poder de ambos os lados da guerra, terroristas criados e ensinados pelo ódio. E apesar da história já ter complexidade suficiente a cena de encerramento promete uma enorme reviravolta.
A medicina evoluiu muito nos últimos 150 anos e antes disso a cura de doenças e o estudo sobre o funcionamento do corpo humano vivia sob outro paradigma. ... A série a Peste nos leva à Espanha no fim do século XVI, quando um surto de peste bubônica assolava Sevilha ... Acompanhamos o herege Mateo Nuñez investigando uma série de assassinatos na promessa de ter sua acusação de heresia perdoada. Em paralelo temos a trajetória de Teresa Pinelo, viúva de um rico dono de tecelagem sofrendo todos os tipos de preconceito por ser uma mulher. ... A peste do título acaba correndo em segundo plano, observamos ela crescendo e saindo do controle por falta de interesse político em fechar a cidade e revelar a doença ao público (o medo era o de parar a economia da porta da Europa para a América). É interessante ressaltar que esses episódios foram ao ar originalmente em 2018, ninguém imaginaria o quão atual seria. ... Um drama histórico muito bem pesquisado que conta com uma convergência de eventos e personagens bem amarrados à trama. O ritmo é de séries policiais de investigação, mas com uma forte e muito boa amarra cronológica. ... Me chamou atenção como nesse último ano de 2020, talvez em decorrência da pandemia de Covid 19, a HBO trouxe várias séries do canal espanhol Movistar. A Peste é mais um dessas produções que conta com 2 temporadas completas exibidas no país de origem.
Num futuro próximo a sociedade ruiu e depois de vários conflitos, os sobreviventes se reorganizaram em tribos. ... Em Tribes of Europa acompanhamos a série três irmãos que foram separados depois da destruição de sua tribo os Origines. ... Cada um deles assume jornadas próprias que vão de resgatar a família até lutar pela sobrevivência. ... A separação dos irmãos permite apresentar o background do futuro ao mesmo tempo que desenvolve e posiciona os personagens na trama. ... E enquanto os dois irmãos mais velhos se envolvem de forma mais direta na estrutura das tribos é com o caçula que o plot principal acontece. ... Elja tem uma trajetória à parte com a missão de levar um objeto misterioso para uma tribo lendária que contém informações sobre um perigo que pode acabar com a humanidade e revelar o que causou a ruína do mundo antes das tribos. ... São várias as influências no roteiro e se em muitos momentos encontramos The 100, em determinado momento podemos até identificar uma versão do Han Solo e Lando Carissian nesse arco do garoto. ... Uma ficção científica pós apocalíptica adolescente que toma diferentes tons para cada uma das narrativas criadas pelos irmãos, indo de algo mais sombrio até o aventuresco. ... O mais atrativo na série é a ambientação, muito bem definida entre cada uma das tribos e os diferentes caminhos dos irmãos demonstrando um grande potencial. No entanto, concentrar em apenas seis episódios deixou algumas situações muito apressadas e previsíveis.
Ondas de refugiados chegam todos os dias na Europa e como resultado vemos na xenofobia um dos mais complexos problema social contemporâneos nos países ditos de primeiro mundo. ... Consequência de séculos de exploração, os fugitivos são recebidos com preconceito, mas agora imagine que os refugiados não vem apenas de outro lugar, mas de outros tempos. ... Esse é o plot de Beforeigners, série norueguesa da HBO que mostra um mundo em que viajantes do tempo começam a chegar aos montes no nosso presente. ... Na história acompanhamos o policial Lars Halland e sua parceira, a viking Alfhildr, a primeira viajante na força policial. ... A princípio pensei que seria um "crime da semana" com background sci-fi, mas me surpreendia a cada episódio ao descobrir junto com os protagonistas os mistérios cada vez mais complexos que a dupla se envolvia. ... E mesmo com apenas seis episódios, todos os personagens, principais ou secundários, tiveram espaço para tramas próprias muito bem amarradas e com grande perspectiva para uma segunda temporada. ... Assim, o cenário bizarro de uma máfia de nobres do século XIX, homens das cavernas seguranças, vikings em conflito contra católicos, moradores de rua e comunidades isoladas que não se adaptaram ao novo tempo. ... Apenas o ritmo foi inconstante, ele não incomoda, mas o último episódio destoa de tanta coisa que acontece nele em comparação com os anteriores.
A batalha por narrativas não é uma luta sobre a verdade, mas um eterno conflito sobre controle e liberdade. ... No segundo ano de His Dark Material, Lyra e Will finalmente se encontraram para descobrir seu papel no multiverso.Conhecemos novos mundos, enquanto o Magisterium bombardeia o norte e os rebeldes se organizam para o contra-ataque. ... Temos a inserção de mais um objeto fantástico além do Aletiômetro (o computador quântico no formato de bússola que sabe de tudo), a Faca Sutil, capaz de cortar as estruturas do universo e abrir portais para outros mundos. ... Do lado dos inimigos, os papéis de Marisa e Carlo também são ampliados, mas suas motivações não são tão claras. Ok, poder move a dupla que tem como maior arma a manipulação, mas falta um desenvolvimento mais objetivo. ... Tivemos uma boa segunda temporada, mas que tropeçou nos dois últimos episódios, tanto em ritmo, como enredo revelando que o ano poderia ter menos episódios sem prejuízo. ... Algumas mortes abruptas também foram mal construídas, e parece terem acontecido apenas para justificar algumas conveniências e poderiam ser resolvidas de outra forma. ... Enfim, a próxima temporada já foi confirmada como sendo a última e trará a conclusão da guerra entre os mundos paralelos contra a Autoridade que rege a todos e em busca do livre arbítrio.
A cultura brasileira é muito rica e cheia de possibilidades com suas lendas e folclores, então nada mais justo que essas criaturas ganharem mais espaço na ficção. ... Cidade Invisível é um seriado brasileiro que conta a história de Eric, um agente da policia ambiental que, depois de perder a esposa num incêndio florestal, descobre que ela está ligada à morte de um boto na praia de Copacabana. ... O corpo do boto se transforma num humano e logo ele acaba descobrindo que as criaturas folclóricas existem de verdade e vivem escondidas na cidade. ... Como sempre, nesse tipo de história, uma das diversões é descobrir quem é quem ao longo dos episódios. Além disso, não posso deixar de relacionar essa série com os quadrinhos do Bill Willingham Fábulas. ... O roteiro ensaia trabalhar com os conflitos entre tradição, crença e ceticismo somado às pressões de grandes empresas tratorado o meio ambiente. ... Infelizmente a questão ambiental vai ficando muito para segundo plano com o passar dos episódios. A conclusão também é bem problemática, o grande e poderoso vilão de repente perde seu megapoder e desaparece e o destino dos personagens ficou bem confuso. ... Mas no fim o saldo foi positivo e agora fica a torcida pela segunda temporada para fechar questões abertas e desenvolver melhor as entidades.
Um dos mais clássicos personagens da literatura francesa ganhou um seriado pelo Netflix, o gatuno e galã Lupin. ... Acompanhamos Lupin nos seus golpes ao longo da temporada e nas descobertas que montam as peças de sua vingança contra as pessoas que prenderam e levaram seu pai ao suicídio. ... Narrativamente ela se desenvolve em dois tempos, o passado que nos ajuda na construção do personagem, e o presente que inicia com um roubo no Louvre. ... Uma boa adaptação de um personagem que tem mais de 100 anos e já foi encarnado dos mais variados modos e em diversos países. Aqui seus conceitos sao muito presentes, mas como inspiração para o protagonista e elo dele com o pai que morreu quando criança ... É uma série divertida, com ritmo e que termina num gancho de arrancar os cabelos (felizmente a continuação com mais 5 episódios foi confirmada para o meio deste ano). ... Mas tem um porém, provavelmente não agradará a todos, pois depende muito do espectador abraçar a suspensão de descrença e aceitar várias coincidências, ainda assim, é isso que dá o tom aventuresco dos episódios.
Nem sempre percebemos quando entramos num conflito maior que nós mesmos, mas é bastante emblemático uma série que mostra a cegueira da alta burguesia que comemora um casamento com toda a pompa ao mesmo tempo que as ruas estão tomadas por manifestantes que são massacrados pela polícia. ... Esse é o início de Diz-me Quem Sou, série espanhola que vai acompanhar Amélia Garayoa em sua trajetória por metade do século XX. ... A protagonista torna-se uma espiã involuntária numa trama com ritmo acelerado e sem enrolação onde presenciamos vários eventos que a levam viajar de Madri à Buenos Aires e e Moscou em apenas três episódios, tudo momentos antes da II Grande Guerra. ... Um dos melhores elementos é o desenvolvimento de Amélia que passa de uma garota boba que se deixou levar pela possibilidade de uma aventura para alguém independente que se arrisca por ideais de liberdade consciente dos riscos que sofre. ... A produção foi supercuidadosa na reconstrução de cenários, cidades e figurinos que remontam não apenas a Europa dos anos 1930 e 1940, como arrisca (e acerta) ao avançar no último episódio para 1961 e depois a década de 1990. ... O ponto mais fraco, infelizmente, é Irene Escolar que não responde muito bem à personagem mas sem prejudicar a experiência.
A II Grande Guerra Mundial é um dos períodos mais retratados pelo cinema, mas existem fronts mais conhecidos que outros. ... Em The Liberator acompanhamos os Thunderbirds, um regimento estadunidense formado por brancos, indígenas e mexicanos, uma composição quase impossível no cotidiano dos EUA na década de 1940. ... Ao longo de quatro episódios vemos o capitão Felix Sparks e seu grupo cruzar a Europa a partir de Salerno, passando por duras perdas, novos soldados, o avanço pela França desocupada e as batalhas na Alemanha. ... Sem isentar as atrocidades da guerra, o roteiro humaniza soldados dos dois lados, ao mesmo tempo que mostra que de ambos os lados algumas ordens não levam em conta a sobrevivência de seus comandados. ... Trata, ainda que brevemente, que ninguém sai ileso de um conflito dessa magnitude. As pessoas mudam e a morte será sempre uma companheira, mesmo para os sobreviventes. ... Temas como o racismo dentro do exército também são retratados, mostrando que em muitos pontos os aliados não eram muito diferentes dos supremacistas nazistas. ... Infelizmente quatro episódios foram poucos para desenvolver o vasto elenco que muitas vezes não ficava mais que um episódio. ... Mas o que realmente não me agradou foi a técnica da rotoscopia que transforma os atores reais em animações realistas com textura de HQ. ... Foi um recurso que prejudicou a ação, sendo as batalhas as mais problemáticas, a caracterização dos rostos dos soldados também se perdeu em muitas cenas mais escuras.
Racista, misógino, homofóbico, xenófobo, como juntar tudo isso num mesmo personagem e torná-lo protagonista de uma serie? ... A HBO apresenta a série espanhola da Moviestar: Verguenza. Ao tentar criar o maior babaca do mundo o roteiro retrata o homem branco médio que acha ser a melhor pessoa do mundo em qualquer coisa que inventa fazer, mas acaba sendo ridicularizado em cada tentativa. ... Seria muito fácil a história cair numa armadilha de justificar os preconceito ou tornar o protagonista tão odiável que repeliria o espectador, mas o roteiro se sai muito bem ao expor o ridículo de cada absurdo nas suas falas e ações. ... Além disso, vemos também como a babaquice dele gera consequência, e se a pessoa for cabeça dura o suficiente para não assumir o erro, ela vai acabar pagando.
De tantos temas para um documentário, por que explorar as origens dos palavrões? ... Palavras são carregadas de significados, agregam poder ao mesmo tempo que podem servir para desempoderar e ofender, e assim refletem tabus de nossa sociedade. ... A História dos Palavrões é um documentário em apenas 6 episódios de 20 minutos que investiga alguns dos mais "pesados"(?) palavrões da língua inglesa. .... Apresentado por Nicolas Cage e contando com humoristas, especialistas em línguas e história o tom tende para uma galhofa, mas apresentando dados interessantes da trajetória dessas palavras que passam de significados fisiológicos à sexuais até maldições religiosas. ... O cenário brega de documentário oitentista ressalta o absurdo de certas palavras serem proibidas, mas é na fala de historiadores, sociólogos e linguistas que a série se sai melhor, pois o overacting do Nick Cage não funciona nem nesse programa que tinha uma proposta mais cômica.
Quem acompanha seriado sabe que mexer com o passado só causa o caos, então, para não alterar nada da franquia, terceira temporada de Star Trek, Discovery foi catapultado para tantos anos no futuro que parece terem assumido de vez o ritmo de outra franquia espacial. ... E ao chegarmos nesse futuro, quase 1000 anos à frente, nos deparamos com um espaço caótico no qual a Federação é considerada uma lenda para muitas pessoas. ... Logo descobrimos sobre o evento conhecido como Combustão que explodiu a maior parte das naves da galáxia, matando milhões, distanciando todos os setores espaciais e inutilizando todo o dilítio (principal combustível para os motores de dobra). ... Esse evento tornou-se o principal mistérios da temporada que se complementava com algumas descobertas sobre esse novo tempo. ... Passamos a acompanhar a tripulação da Discovery se adaptando em busca de novas conexões, enquanto Michael tem desafios ainda maiores, reflexo de viver um ano no futuro antes da chegada de sua nave. ... O roteiro expressa uma certa esperança inocente no modo como alguns problemas são resolvidos, bem como os tempos de reflexão e viagens são abreviados, agilizando os conflitos e narrativas. ... Ele apresenta um tipo de inocência não sarcástica (que tanto precisamos atualmente), mas sem que impeça discutir temas importantes de nossa contemporaneidade. ... O último episódio passa a sensação de encerramento, mas já foi confirmada um quarto ano (que deve atrasar por causa da covid) e que provavelmente deve voltar à estrutura mais próxima da série clássica de Jornada.
O fim da segunda temporada de Cobra Kai deixou um cenário caótico com a luta entre os alunos na escola que acabou com Miguel sendo jogado da escada e Robby foragido. ... Estruturado em vários arcos de personagens que se entrelaçam, esse ano Daniel e Johnny tem seus desenvolvimentos independentes com o primeiro viajando para o Japão, onde revive o segundo filme e recebe novas lições de Karatê com aplicações físicas e psicológicas; e Johnny, continua sendo Johnny, com conflitos anacrônicos e uma jornada infinita de transformação. ... Os outros personagens lidam com as consequência da violenta batalha que não afetou apenas Miguel e Robby. E quem ganhou um grande destaque foi John Kreese com flashbacks que explica um pouco sobre suas atitudes, mas sem justifica-las, na realidade dividindo até a responsabilidade com a violenta cultura da guerra dos EUA. .... E mesmo que tenha críticas à violência que acompanha o dia a dia dos norte-americanos e as cicatrizes invisíveis, herança das inúmeras guerras pelo qual o país passou e ainda promove. ... O roteiro nunca mergulha no dramalhão e tenta tratar tudo de maneira leve e caricata. Chama atenção a forma como o enredo consegue fazer um encontro de gerações, não apenas nos personagens, mas na linguagem que, de maneira orgânica, coloca a década de 1980 e de 2020 sem causar estranhamento. ... Uma curiosidade é que esse terceiro ano foi o primeiro lançado diretamente para a Netflix, mas ainda com produção do Youtube.
Quem diria que um seriado sobre uma órfã que joga xadrez faria tanto sucesso? Sim, Gambito da Rainha chamou tanto a atenção do público que a venda do clássico jogo de tabuleiro aumentou em todo o mundo. ... Em apenas sete episódios, acompanhamos a história de Elizabeth, uma garota que perde os pais aos 9 anos e vai morar num orfanato onde descobre o xadrez. ... Os episódios vão mostrar a trajetória de Beth como mestre enxadrista ao mesmo tempo que perde a infância e adolescência por não conseguir se encaixar com pessoas da mesma idade. ... A série mostra um pouco os problemas com vícios em químicos e bebidas, além da obsessão e ansiedade que a prejudicam, mas, no geral, a forma como foi apresentado acontece sem muita consequência. ... Senti falta de conflito, grande parte da série parece que suas realizações vem muito fácil, deixando as consequências dos vícios e da depressão concentrados nos episódios finais. ... A produção se destaca, vemos um grande cuidado com a ambientação e figurino para a composição das décadas de 1950 e 1960. Compreendermos o passar dos anos com esses elementos, mesmo se não houvesse os típicos letreiros com datas e localidades que aparecem na tela de tempos em tempos.
The Walking Dead (10ª Temporada)
3.6 287 Assista AgoraJá comentei sobre os altos e baixos de Walking Dead em outros momentos e esta resenha retorna pela terceira vez se tornando como esse décimo ano foi o mais longo de qualquer seriado.
...
Ele começou em 2019 com a Saga dos Sussurradores no auge, os humanos que passaram a viver entre os mortos sitiando os protagonista, mas como virou costume, a temporada foi dividida em duas, mas por causa da pandemia os episódios finais só saíram agora.
...
Finalmente assisti os últimos sete episódios nesse início de 2021 que começa com o episódio 16 mostrando a vingança dos Sussurradores que tinham perdido sua líder graças ao ataque sorrateiro do Negan.
...
Vemos o retorno da Megan, conhecemos seu filho e seus novos companheiros, ao mesmo tempo que Eugene guiava um grupo em direção a uma possível nova comunidade. Tudo isso em dois episódios muito bons, mas em seguida a série pisa com os dois pés no freio.
...
No geral esse final de temporada não é ruim e vemos que a estrutura dos episódios se adaptaram à equipe reduzida desse momento de pandemia.
...
São boas histórias, mas a grande maioria é arrastada num péssimo ritmo, com acontecimentos focados no desenvolvimento dos personagens que muitos deles poderiam ser aglutinados e resumidos.
...
Problemas que ocorrem por estar preso no formato de 44 minutos e 22 episódios por temporada, facilmente resolvido se fosse permitido uma duração mais flexível.
...
E se você animar para assistir apenas um episódio dessa temporada, ou se já curtiu a série e a abandonou a muito tempo, assista apenas o último que conta a história do Negan, ele é realmente bom e bastante independente.
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Temporada 10 (parte 3) 7/10
Street Food: América Latina (1ª Temporada)
4.3 37 Assista AgoraDuas das formas mais interessantes de conhecer novas culturas é pela comida e pelas pessoas que às preparam, mas o mergulho pode ser ainda mais profundo com àquelas preparadas para o dia-a-dia das ruas.
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A série documental da Netflix Street Food nos leva à seis grandes cidades da América Latina para conhecer comidas típicas servidas em meio o intenso movimento das metrópoles.
...
Uma gostosa viagem por meio de alguns personagens do cotidiano de cada um desses centros urbanos, com trajetórias únicas, ao mesmo tempo que representativas de um povo.
...
Cada episódio se estrutura a partir de três pessoas e os principais pratos preparados por cada uma delas, numa narrativa que nos leva à passeamos por suas vidas, as compras diárias e os desafios vencidos, numa narrativa ágil e imersiva.
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A série também tem uma temporada na Ásia, mas eu ainda quero conhecer mais lugares, pratos e pessoas da América Latina.
Arquivo X (11ª Temporada)
3.6 72 Assista AgoraArquivo X foi uma das mais influentes séries da década de 1990 que infelizmente foi prejudicada pelo próprio sucesso.
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15 anos depois de seu fim, seu retorno foi cercado de expectativa em 2016. Tivemos ótimos episódios (três entre os seis?) que mesclavam os monstros da semana com a trama principal, retomando o tema da franquia: a invasão alienígena iminente.
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Os episódios inicial e final são os mais problemáticos e justamente eles que dão continuidade à essa temporada que retoma, ao mesmo tempo que nega o fim anterior, quando revela que o apocalipse era apenas uma visão premonitória!!!
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Mas é bizarro o que fizeram com o programa que era um terror policial com teorias conspiratórias e transformaram numa grande paródia dele mesmo. Os personagens nem tentam se levar à sério e perdem a mão com o humor sarcástico.
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Mas ela não é toda ruim, na realidade se ignorar a falta de coesão entre os episódios inicial e final com o resto da temporada podemos encontrar boas pérolas. Dica, pule o 2 e 3 que apesar da tentativa de referência, são além de tudo confusos e chatos. O 5, 8 e 9 são legais, mas eu me senti assistindo episódios de Supernatural.
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O destaque vai para os episódios 4, 6 e 7. O primeiro tem bastante humor e questiona a realidade atual na qual a verdade já não tem mais valor, e as pessoas acreditam naquilo que querem (tanta gente insistir em apoiar o desgoverno genocida atual mostra que não é viagem do roteirista). Em seguida descobrimos mais sobre o passado do diretor Skinner. E por fim, temos algo que foge dos padrões ao adotar um formato quase mudo para discutir como a inteligência artificial evolui à partir do que ela aprende com os humanos.
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Enfim, temos uma conclusão melhor que o início da temporada que consegue prender o espectador, mas é extremamente corrida e com resoluções tão bregas que para uma novela só faltou um casamento.
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Teremos mais? Não sei. Mas alguns episódios mostram que o tema a ainda pode ser bem explorado, mas não com Mulder ou Scully que viraram caricaturas de si mesmos.
Vikings (6ª Temporada)
3.7 257 Assista AgoraDemorei tanto tempo para assistir a sexta temporada de Vikings que é até irônico o título do primeiro episódio ser "Novos Começos".
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Mas na minha defesa eu esperei para assistir de uma vez só, pena que os produtores inventam que duas temporadas são uma, mesmo com espera de quase um ano pra cada metade.
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Enfim, nesse novo ano temos Bjorn como novo rei de Kattegat, Ivar capturado pelos russos enquanto se escondia na rota da seda, Ubbe desejando conhecer as terras do ocidente e Lagherta em busca de uma "aposentadoria" na fazenda.
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Foram 20 episódios lançados em dois blocos nos anos de 2019 e 2020, mas poderia ter se encerrado nos 10 primeiros que se caracteriza por uma grande despedida da série com várias homenagens aos anos anteriores.
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Como principal evento na primeira metade temos ao uma guerra dos vikings contra os russos que coloca os filhos do Ragnar em lados opostos (sempre).
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E podia parar nesses 10 episódios, na realidade em mais 3 no máximo seria encerrado no auge. Porém, foram mais 10!!!
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A segunda metade então se arrasta em um grande epílogo de acontecimentos que poderiam ser resumidos em poucos minutos ao invés de criar novas tramas desnecessárias.
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Uma caminhada final que também tenta trazer redenção para Ivar, que apenas enfraquece o personagem que foi construído como vilão implacável desde o início. A ponto de descaracteriza-lo e jogando de um lado para outro como um bobo.
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Claro que existe alguns acertos, ou pelo menos bons momentos com o Ivar o Ubbe (cada um em seu lado do mundo), mas daria pra fazer em pelo menos metade dos episódios né?
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Enfim, apesar da interminável enrolação, a temporada final tem bons roteiros e ritmo que nos mantém presos à saga dos nórdicos, mesmo com a queda na qualidade por não saber quando parar.
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6Tempotada
1° parte 9/10
2° parte 6/10
Os Irregulares de Baker Street (1ª Temporada)
3.3 48 Assista AgoraQue a obra de Conan Doyle é rica todo mundo sabe, mas eu não imaginava que uns órfãos que moravam na Baker Street pudessem ganhar uma série.
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Eis que temos os Irregulares de Baker Street, série com narrativa infanto-juvenil da Netflix que vai mostrar as crianças que motam na rua perto da casa do maior detetive da Inglaterra tornando-se investigadores mirins de casos sobrenaturais na Londres do fim do século XIX.
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Com um desenvolvimento bastante episódico, a série fica cansativa se a intenção for maratonar. Cada novo episódio apresenta um "monstro da semana" diferente que o grupo de garotos precisa enfrentar, deixando a continuidade para segundo plano no início da temporada.
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Dá para passar o tempo, pois as histórias são interessantes e alguns momentos mais violentos são bastante gráficos e as soluções da fantasia e dos efeitos especiais são bons.
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O enredo mescla um pouco o preconceito de classe social, e deixa as questões raciais de lado ao criar um universo mais etnicamente plural.
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No entanto, temos alguns problemas que gostaria de apontar: a inserção de um romance desnecessário; o personagem Spike pouco desenvolvido, apesar de suficientemente carismático para o espectador se importar; a época escolhida para ambientação não tem muita função, ela só ocorreu por causa do Sherlock Holmes, que ele mesmo poderia ter sido substituído por qualquer outro detetive.
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Enfim, apesar dos problemas ela é agradável e tem um arco completo que não necessita uma próxima temporada, caso não seja renovada.
Black Mirror (5ª Temporada)
3.2 959Mais uma série da pilha que deixei para depois finalmente concluída, a quinta temporada de Black Mirror (e até agora última), lançada em 2019 e com apenas 3 episódios.
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Nesse ano temos a realidade virtual liberando a sexualidade de um homem em crise de meia idade, uma situação de reféns com redes sociais, e uma boneca eletrônica estranha de uma cantora pop.
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Acredito que essa tenha sido a temporada com os atores mais famosos, mas também foi a mais fraca, Charlie Brooker se arrastou para escrever episódios que encaixassem em todos os parâmetros que ele mesmo havia criado.
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Em Striking Vipers vemos como um produto pode ser ressignificado pelo público, o início é lento e mostra a crise do protagonista que se aproximar dos 40 anos, o elemento tecnológico possibilita novos tipos de relações. Esse foi divertido identificar as locações, todas na cidade de São Paulo.
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O segundo episódio tem um argumento legal sobre o vício nas redes sociais, mas não foi pensada uma história que justificasse mais de 1 hora de duração e tanto a crítica, quanto o drama se perdem no tédio de não acabar nunca.
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Por fim, o último episódio traz a Miley Cyrus como cantora pop explorada pela indústria da música e a própria tia. A trama brinca com o tragicômico, principalmente depois que um robozinho com a personalidade da atriz perde todas as travas.
Justiça Jovem: Renegados (3ª Temporada)
4.0 42 Assista AgoraA série animada do Batman foi responsável por elevar a Dc a outro patamar de animação na década de 1990. 20 anos depois, foi a vez de Justiça Jovem ao mostrar a nova geração de heróis.
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Um erro no marketing, porém, provocou seu cancelamento precoce na segunda temporada, felizmente o elevado número de fãs possibilitou uma retomada em 2019.
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Nesse terceiro ano a Liga da Justiça se espalhou pelo universo investigando o tráfico de super-humanos, enquanto foram proibidos de agir na Terra por causa de Lex Luthor e algumas leis criadas por ele. Forçando alguns membros do grupo a agir de forma independente.
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A trama espacial se choca com a terrestre aos poucos e novos personagens ganham foco com velhos conhecidos ganhando desenvolvimento de forma melhor resolvida que o Ano dos Vilões das HQs.
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A trama esta cheia de detalhes, e demonstra sua maior fragilidade em três pontos: a infinidade de personagens, o plot principal que se desenvolve num ritmo muito lento e muitas histórias secundárias fracas na primeira metade da temporada.
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Também existe uma certa confusão em relação ao público alvo, pois ora temos cenas bastante gráficas de mortes e ferimentos, ora resoluções bobas e infantis.
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Confusões que poderiam ser resolvidas com mais animações num universo compartilhado. Mas infelizmente misturar tudo num único produto resultou em algo aquém das possibilidades.
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Ainda assim, temos tramas legais e envolventes que se inspiram nos quadrinhos e que exploram questões atuais de nossa realidade como as fake news, manipulação da mídia e da população, tráfico de adolescentes.
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E assim temos uma temporada com episódios independentes amarrados com a temática do sequestro dos meta-humanos numa rede entre os superviloes terrestres e Apokolipse, o golpe político em Markovia, e a formação de um supergrupo: os Renegados.
A Guerra dos Samurais (1ª Temporada)
4.1 19O período Tokugawa é conhecido por trazer ao Japão 250 anos de paz, mas regida por um governo violento e altamente centralizador na figura de um Xogum.
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Para atingir tal façanha os 130 anos que o precederam foram marcados por intensas guerras civis entre clãs e senhores da guerra disputando território e poder.
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Esse período conturbado de transformações é o objeto do documentário A Guerra dos Samurais na Netflix, em 6 episódios apresenta os conflitos do país a partir da segunda metade do século XVI.
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Começamos com a ascensão de Nobunaga Oda em 1551, um guerreiro que luta contra os irmãos para se tornar o daimiyo do pequeno território Owari no centro da ilha principal do Japão e se torna a semente para a unificação dos clãs.
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Ao longo dos episódios vamos acompanhar uma verdadeira guerra dos tronos com destaque para Oda Nomunaga, seguido de Toyotomi Hideyoshi (camponês que se tornou samurai e foi responsável por unir o Japão) e Tokugawa Ieyasu que põe fim o ciclo de conflitos.
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É um recorte histórico reduzido, mas muito complexo que foi estruturado numa alternância entre a linguagem clássica do documentário com a fala de historiadores e encenações dos conflitos.
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Interessante, mas mesmo com poucos episódios, recomendo assistir em pequenos blocos, pois a exposição excessiva com pouco desenvolvimento dramático, tornou a série muito cansativa.
WandaVision
4.2 844 Assista AgoraDepois de um ano sem novos filmes da Marvel nos cinemas (na realidade nem cinemas), os fãs do MCU estavam vivendo de hype, e dentre os mais alimentados temos a série da Wanda e do Visão.
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O casal improvável que se casou nas HQs na década de 1970 nunca foi muito explorado nos filmes, o relacionamento apenas sugerido e logo destruído pela mão pesada do Thanos.
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Até o peculiar WandaVision chegar no streaming da Disney. A série se estrutura como sitcons familiares, sendo cada episódio inspirado por séries de sucesso de décadas diferentes.
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Estranha num primeiro contato, mas muito bem feita e mantendo o desenvolvimento do casal amarrado às transformações da linguagem da Tv nos último 60 anos.
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Uma brincadeira de metalinguagem recheada de referências às Hqs originais, com direito a participações especiais de vários personagens secundários dos filmes da franquia.
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Assumiu até a responsabilidade de explorar melhor os eventos de retorno da população mundial após ter desaparecido por cinco anos na continuidade do MCU.
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E embora se destaque na forma, o roteiro não fica atrás, pois tem um trabalho interessante sobre luto e superação, equilibrando com o fator ação esperado numa produção desse tipo.
Star Wars: The Clone Wars (7ª Temporada)
4.5 54 Assista AgoraComo senti saudade de Clone Wars, animação que, embora não seja a melhor do universo de Star Wars (a jornada de Rebels é ainda melhor), ela é um marco de expansão de universo que sobreviveu à compra da Disney.
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Demorou seis anos, mas a nova dona da franquia deu sinal verde para a sétima e última temporada que nos entregou uma história amarradinha e dramática em três grandes arcos que nos mostra o fim da Guerra dos Clones, da República, e aponta novos caminhos para Ashoka e o Capitão Rex.
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Ela começa com um grupo de clones defeituosos que, juntos, são muito mais poderosos que qualquer outro esquadrão. São tão bons que inclusive ganharam uma animação estreando no mês de maio de 2021.
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Em seguida acompanhamos Ashoka tentando viver em Coruscant como uma pessoa comum para nos episódios finais, a verdadeira protagonista da série voltar às batalhas cercada por exércitos de clones que deixam o fã da franquia tenso por saber o que espera no fim da guerra, ou melhor, o que a encerra.
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Clone Wars manteve a estrutura de pequenos arcos de histórias com personagens rotativos, desta vez dividido entre os clones e Ashoka, formato que fez muito bem ao ritmo e desenvolvimento de toda a série.
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Enfim, temos um ciclo encerrado, mas que abre todo um universo de possibilidades que ainda veremos por muito tempo.
The Expanse (5ª Temporada)
4.0 34 Assista AgoraA humanidade finalmente se expandiu para além do sistema solar, mas embora os ânimos entre a Terra, Marte e o Cinturão tenham acalmado pela novas possibilidades de colonização o conflito ainda existe.
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A quinta temporada de Expanse começa com um clima de epílogo, e com os grandes mistérios já resolvidos, a série se volta para problemas mais pessoais de cada tripulante da Rocinante.
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Uma grande ameaça terrorista é construída ao longo da temporada com ações pontuais e crescentes; então a história foca no desenvolvimento dos plots pessoais dos protagonistas. E até por isso o ritmo inicial é bastante lento com todos os personagens separados.
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O clima começa a esquentar aos poucos quando as micro tramas se cruzam a partir da metade da temporada, momento que ocorre um grande ataque contra à Terra e a narrativa pisa no acelerador com tudo finalmente convergindo para a próxima e última temporada.
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Xenofobia, força desproporcional, exércitos atacando civis para demonstrar poder de ambos os lados da guerra, terroristas criados e ensinados pelo ódio. E apesar da história já ter complexidade suficiente a cena de encerramento promete uma enorme reviravolta.
A Peste (1ª Temporada)
3.9 5A medicina evoluiu muito nos últimos 150 anos e antes disso a cura de doenças e o estudo sobre o funcionamento do corpo humano vivia sob outro paradigma.
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A série a Peste nos leva à Espanha no fim do século XVI, quando um surto de peste bubônica assolava Sevilha
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Acompanhamos o herege Mateo Nuñez investigando uma série de assassinatos na promessa de ter sua acusação de heresia perdoada. Em paralelo temos a trajetória de Teresa Pinelo, viúva de um rico dono de tecelagem sofrendo todos os tipos de preconceito por ser uma mulher.
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A peste do título acaba correndo em segundo plano, observamos ela crescendo e saindo do controle por falta de interesse político em fechar a cidade e revelar a doença ao público (o medo era o de parar a economia da porta da Europa para a América). É interessante ressaltar que esses episódios foram ao ar originalmente em 2018, ninguém imaginaria o quão atual seria.
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Um drama histórico muito bem pesquisado que conta com uma convergência de eventos e personagens bem amarrados à trama. O ritmo é de séries policiais de investigação, mas com uma forte e muito boa amarra cronológica.
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Me chamou atenção como nesse último ano de 2020, talvez em decorrência da pandemia de Covid 19, a HBO trouxe várias séries do canal espanhol Movistar. A Peste é mais um dessas produções que conta com 2 temporadas completas exibidas no país de origem.
Tribes of Europe (1ª Temporada)
3.4 44 Assista AgoraNum futuro próximo a sociedade ruiu e depois de vários conflitos, os sobreviventes se reorganizaram em tribos.
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Em Tribes of Europa acompanhamos a série três irmãos que foram separados depois da destruição de sua tribo os Origines.
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Cada um deles assume jornadas próprias que vão de resgatar a família até lutar pela sobrevivência.
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A separação dos irmãos permite apresentar o background do futuro ao mesmo tempo que desenvolve e posiciona os personagens na trama.
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E enquanto os dois irmãos mais velhos se envolvem de forma mais direta na estrutura das tribos é com o caçula que o plot principal acontece.
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Elja tem uma trajetória à parte com a missão de levar um objeto misterioso para uma tribo lendária que contém informações sobre um perigo que pode acabar com a humanidade e revelar o que causou a ruína do mundo antes das tribos.
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São várias as influências no roteiro e se em muitos momentos encontramos The 100, em determinado momento podemos até identificar uma versão do Han Solo e Lando Carissian nesse arco do garoto.
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Uma ficção científica pós apocalíptica adolescente que toma diferentes tons para cada uma das narrativas criadas pelos irmãos, indo de algo mais sombrio até o aventuresco.
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O mais atrativo na série é a ambientação, muito bem definida entre cada uma das tribos e os diferentes caminhos dos irmãos demonstrando um grande potencial. No entanto, concentrar em apenas seis episódios deixou algumas situações muito apressadas e previsíveis.
Beforeigners - Os Visitantes (1ª Temporada)
3.9 23Ondas de refugiados chegam todos os dias na Europa e como resultado vemos na xenofobia um dos mais complexos problema social contemporâneos nos países ditos de primeiro mundo.
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Consequência de séculos de exploração, os fugitivos são recebidos com preconceito, mas agora imagine que os refugiados não vem apenas de outro lugar, mas de outros tempos.
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Esse é o plot de Beforeigners, série norueguesa da HBO que mostra um mundo em que viajantes do tempo começam a chegar aos montes no nosso presente.
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Na história acompanhamos o policial Lars Halland e sua parceira, a viking Alfhildr, a primeira viajante na força policial.
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A princípio pensei que seria um "crime da semana" com background sci-fi, mas me surpreendia a cada episódio ao descobrir junto com os protagonistas os mistérios cada vez mais complexos que a dupla se envolvia.
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E mesmo com apenas seis episódios, todos os personagens, principais ou secundários, tiveram espaço para tramas próprias muito bem amarradas e com grande perspectiva para uma segunda temporada.
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Assim, o cenário bizarro de uma máfia de nobres do século XIX, homens das cavernas seguranças, vikings em conflito contra católicos, moradores de rua e comunidades isoladas que não se adaptaram ao novo tempo.
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Apenas o ritmo foi inconstante, ele não incomoda, mas o último episódio destoa de tanta coisa que acontece nele em comparação com os anteriores.
His Dark Materials - Fronteiras do Universo (2ª Temporada)
4.1 75 Assista AgoraA batalha por narrativas não é uma luta sobre a verdade, mas um eterno conflito sobre controle e liberdade.
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No segundo ano de His Dark Material, Lyra e Will finalmente se encontraram para descobrir seu papel no multiverso.Conhecemos novos mundos, enquanto o Magisterium bombardeia o norte e os rebeldes se organizam para o contra-ataque.
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Temos a inserção de mais um objeto fantástico além do Aletiômetro (o computador quântico no formato de bússola que sabe de tudo), a Faca Sutil, capaz de cortar as estruturas do universo e abrir portais para outros mundos.
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Do lado dos inimigos, os papéis de Marisa e Carlo também são ampliados, mas suas motivações não são tão claras. Ok, poder move a dupla que tem como maior arma a manipulação, mas falta um desenvolvimento mais objetivo.
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Tivemos uma boa segunda temporada, mas que tropeçou nos dois últimos episódios, tanto em ritmo, como enredo revelando que o ano poderia ter menos episódios sem prejuízo.
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Algumas mortes abruptas também foram mal construídas, e parece terem acontecido apenas para justificar algumas conveniências e poderiam ser resolvidas de outra forma.
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Enfim, a próxima temporada já foi confirmada como sendo a última e trará a conclusão da guerra entre os mundos paralelos contra a Autoridade que rege a todos e em busca do livre arbítrio.
Cidade Invisível (1ª Temporada)
4.0 751A cultura brasileira é muito rica e cheia de possibilidades com suas lendas e folclores, então nada mais justo que essas criaturas ganharem mais espaço na ficção.
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Cidade Invisível é um seriado brasileiro que conta a história de Eric, um agente da policia ambiental que, depois de perder a esposa num incêndio florestal, descobre que ela está ligada à morte de um boto na praia de Copacabana.
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O corpo do boto se transforma num humano e logo ele acaba descobrindo que as criaturas folclóricas existem de verdade e vivem escondidas na cidade.
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Como sempre, nesse tipo de história, uma das diversões é descobrir quem é quem ao longo dos episódios. Além disso, não posso deixar de relacionar essa série com os quadrinhos do Bill Willingham Fábulas.
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O roteiro ensaia trabalhar com os conflitos entre tradição, crença e ceticismo somado às pressões de grandes empresas tratorado o meio ambiente.
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Infelizmente a questão ambiental vai ficando muito para segundo plano com o passar dos episódios. A conclusão também é bem problemática, o grande e poderoso vilão de repente perde seu megapoder e desaparece e o destino dos personagens ficou bem confuso.
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Mas no fim o saldo foi positivo e agora fica a torcida pela segunda temporada para fechar questões abertas e desenvolver melhor as entidades.
Lupin (Parte 1)
4.0 332 Assista AgoraUm dos mais clássicos personagens da literatura francesa ganhou um seriado pelo Netflix, o gatuno e galã Lupin.
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Acompanhamos Lupin nos seus golpes ao longo da temporada e nas descobertas que montam as peças de sua vingança contra as pessoas que prenderam e levaram seu pai ao suicídio.
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Narrativamente ela se desenvolve em dois tempos, o passado que nos ajuda na construção do personagem, e o presente que inicia com um roubo no Louvre.
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Uma boa adaptação de um personagem que tem mais de 100 anos e já foi encarnado dos mais variados modos e em diversos países. Aqui seus conceitos sao muito presentes, mas como inspiração para o protagonista e elo dele com o pai que morreu quando criança
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É uma série divertida, com ritmo e que termina num gancho de arrancar os cabelos (felizmente a continuação com mais 5 episódios foi confirmada para o meio deste ano).
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Mas tem um porém, provavelmente não agradará a todos, pois depende muito do espectador abraçar a suspensão de descrença e aceitar várias coincidências, ainda assim, é isso que dá o tom aventuresco dos episódios.
Diz-Me Quem Sou
3.7 3Nem sempre percebemos quando entramos num conflito maior que nós mesmos, mas é bastante emblemático uma série que mostra a cegueira da alta burguesia que comemora um casamento com toda a pompa ao mesmo tempo que as ruas estão tomadas por manifestantes que são massacrados pela polícia.
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Esse é o início de Diz-me Quem Sou, série espanhola que vai acompanhar Amélia Garayoa em sua trajetória por metade do século XX.
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A protagonista torna-se uma espiã involuntária numa trama com ritmo acelerado e sem enrolação onde presenciamos vários eventos que a levam viajar de Madri à Buenos Aires e e Moscou em apenas três episódios, tudo momentos antes da II Grande Guerra.
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Um dos melhores elementos é o desenvolvimento de Amélia que passa de uma garota boba que se deixou levar pela possibilidade de uma aventura para alguém independente que se arrisca por ideais de liberdade consciente dos riscos que sofre.
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A produção foi supercuidadosa na reconstrução de cenários, cidades e figurinos que remontam não apenas a Europa dos anos 1930 e 1940, como arrisca (e acerta) ao avançar no último episódio para 1961 e depois a década de 1990.
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O ponto mais fraco, infelizmente, é Irene Escolar que não responde muito bem à personagem mas sem prejudicar a experiência.
The Liberator (1ª Temporada)
4.1 26 Assista AgoraA II Grande Guerra Mundial é um dos períodos mais retratados pelo cinema, mas existem fronts mais conhecidos que outros.
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Em The Liberator acompanhamos os Thunderbirds, um regimento estadunidense formado por brancos, indígenas e mexicanos, uma composição quase impossível no cotidiano dos EUA na década de 1940.
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Ao longo de quatro episódios vemos o capitão Felix Sparks e seu grupo cruzar a Europa a partir de Salerno, passando por duras perdas, novos soldados, o avanço pela França desocupada e as batalhas na Alemanha.
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Sem isentar as atrocidades da guerra, o roteiro humaniza soldados dos dois lados, ao mesmo tempo que mostra que de ambos os lados algumas ordens não levam em conta a sobrevivência de seus comandados.
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Trata, ainda que brevemente, que ninguém sai ileso de um conflito dessa magnitude. As pessoas mudam e a morte será sempre uma companheira, mesmo para os sobreviventes.
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Temas como o racismo dentro do exército também são retratados, mostrando que em muitos pontos os aliados não eram muito diferentes dos supremacistas nazistas.
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Infelizmente quatro episódios foram poucos para desenvolver o vasto elenco que muitas vezes não ficava mais que um episódio.
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Mas o que realmente não me agradou foi a técnica da rotoscopia que transforma os atores reais em animações realistas com textura de HQ.
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Foi um recurso que prejudicou a ação, sendo as batalhas as mais problemáticas, a caracterização dos rostos dos soldados também se perdeu em muitas cenas mais escuras.
Vergonha (1ª temporada)
3.6 3Racista, misógino, homofóbico, xenófobo, como juntar tudo isso num mesmo personagem e torná-lo protagonista de uma serie?
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A HBO apresenta a série espanhola da Moviestar: Verguenza. Ao tentar criar o maior babaca do mundo o roteiro retrata o homem branco médio que acha ser a melhor pessoa do mundo em qualquer coisa que inventa fazer, mas acaba sendo ridicularizado em cada tentativa.
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Seria muito fácil a história cair numa armadilha de justificar os preconceito ou tornar o protagonista tão odiável que repeliria o espectador, mas o roteiro se sai muito bem ao expor o ridículo de cada absurdo nas suas falas e ações.
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Além disso, vemos também como a babaquice dele gera consequência, e se a pessoa for cabeça dura o suficiente para não assumir o erro, ela vai acabar pagando.
A História do Palavrão (1ª Temporada)
3.7 16 Assista AgoraDe tantos temas para um documentário, por que explorar as origens dos palavrões?
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Palavras são carregadas de significados, agregam poder ao mesmo tempo que podem servir para desempoderar e ofender, e assim refletem tabus de nossa sociedade.
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A História dos Palavrões é um documentário em apenas 6 episódios de 20 minutos que investiga alguns dos mais "pesados"(?) palavrões da língua inglesa.
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Apresentado por Nicolas Cage e contando com humoristas, especialistas em línguas e história o tom tende para uma galhofa, mas apresentando dados interessantes da trajetória dessas palavras que passam de significados fisiológicos à sexuais até maldições religiosas.
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O cenário brega de documentário oitentista ressalta o absurdo de certas palavras serem proibidas, mas é na fala de historiadores, sociólogos e linguistas que a série se sai melhor, pois o overacting do Nick Cage não funciona nem nesse programa que tinha uma proposta mais cômica.
Star Trek: Discovery (3ª Temporada)
3.7 35 Assista AgoraQuem acompanha seriado sabe que mexer com o passado só causa o caos, então, para não alterar nada da franquia, terceira temporada de Star Trek, Discovery foi catapultado para tantos anos no futuro que parece terem assumido de vez o ritmo de outra franquia espacial.
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E ao chegarmos nesse futuro, quase 1000 anos à frente, nos deparamos com um espaço caótico no qual a Federação é considerada uma lenda para muitas pessoas.
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Logo descobrimos sobre o evento conhecido como Combustão que explodiu a maior parte das naves da galáxia, matando milhões, distanciando todos os setores espaciais e inutilizando todo o dilítio (principal combustível para os motores de dobra).
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Esse evento tornou-se o principal mistérios da temporada que se complementava com algumas descobertas sobre esse novo tempo.
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Passamos a acompanhar a tripulação da Discovery se adaptando em busca de novas conexões, enquanto Michael tem desafios ainda maiores, reflexo de viver um ano no futuro antes da chegada de sua nave.
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O roteiro expressa uma certa esperança inocente no modo como alguns problemas são resolvidos, bem como os tempos de reflexão e viagens são abreviados, agilizando os conflitos e narrativas.
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Ele apresenta um tipo de inocência não sarcástica (que tanto precisamos atualmente), mas sem que impeça discutir temas importantes de nossa contemporaneidade.
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O último episódio passa a sensação de encerramento, mas já foi confirmada um quarto ano (que deve atrasar por causa da covid) e que provavelmente deve voltar à estrutura mais próxima da série clássica de Jornada.
Cobra Kai (3ª Temporada)
4.1 296 Assista AgoraO fim da segunda temporada de Cobra Kai deixou um cenário caótico com a luta entre os alunos na escola que acabou com Miguel sendo jogado da escada e Robby foragido.
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Estruturado em vários arcos de personagens que se entrelaçam, esse ano Daniel e Johnny tem seus desenvolvimentos independentes com o primeiro viajando para o Japão, onde revive o segundo filme e recebe novas lições de Karatê com aplicações físicas e psicológicas; e Johnny, continua sendo Johnny, com conflitos anacrônicos e uma jornada infinita de transformação.
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Os outros personagens lidam com as consequência da violenta batalha que não afetou apenas Miguel e Robby. E quem ganhou um grande destaque foi John Kreese com flashbacks que explica um pouco sobre suas atitudes, mas sem justifica-las, na realidade dividindo até a responsabilidade com a violenta cultura da guerra dos EUA.
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E mesmo que tenha críticas à violência que acompanha o dia a dia dos norte-americanos e as cicatrizes invisíveis, herança das inúmeras guerras pelo qual o país passou e ainda promove.
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O roteiro nunca mergulha no dramalhão e tenta tratar tudo de maneira leve e caricata. Chama atenção a forma como o enredo consegue fazer um encontro de gerações, não apenas nos personagens, mas na linguagem que, de maneira orgânica, coloca a década de 1980 e de 2020 sem causar estranhamento.
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Uma curiosidade é que esse terceiro ano foi o primeiro lançado diretamente para a Netflix, mas ainda com produção do Youtube.
O Gambito da Rainha
4.4 931 Assista AgoraQuem diria que um seriado sobre uma órfã que joga xadrez faria tanto sucesso? Sim, Gambito da Rainha chamou tanto a atenção do público que a venda do clássico jogo de tabuleiro aumentou em todo o mundo.
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Em apenas sete episódios, acompanhamos a história de Elizabeth, uma garota que perde os pais aos 9 anos e vai morar num orfanato onde descobre o xadrez.
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Os episódios vão mostrar a trajetória de Beth como mestre enxadrista ao mesmo tempo que perde a infância e adolescência por não conseguir se encaixar com pessoas da mesma idade.
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A série mostra um pouco os problemas com vícios em químicos e bebidas, além da obsessão e ansiedade que a prejudicam, mas, no geral, a forma como foi apresentado acontece sem muita consequência.
...
Senti falta de conflito, grande parte da série parece que suas realizações vem muito fácil, deixando as consequências dos vícios e da depressão concentrados nos episódios finais.
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A produção se destaca, vemos um grande cuidado com a ambientação e figurino para a composição das décadas de 1950 e 1960. Compreendermos o passar dos anos com esses elementos, mesmo se não houvesse os típicos letreiros com datas e localidades que aparecem na tela de tempos em tempos.