Boas músicas, cinema ruim. A família não funciona, a escola não funciona, poupe-me do romance e a cena final no barco é a coisa mais horrível que existe. Confusão geral, tal qual a busca do protagonista por uma maneira de se vestir.
Tragédia edificante, ficção solta ao acaso de alucinação quase perpétua, mas a realidade vem e a certeza irremediável é a morte. O amor de Rivette ao noir americano está na iluminação (a exibição de "Metrópolis" reforça isso) e no imbróglio do enredo.
O 3D e o CGI são intrínsecos na mise-en-scène de Anderson que, na ação digital, mescla planos abertos com closes, através de montagem ágil típica de seu tempo. Talvez seja o futuro do cinema de ação. Pena que recorra ao didatismo para fechar as pontas.
Já nota-se a sutileza e a esperteza de Rohmer para com os relacionamentos amorosos. Fora a emoção de ver algo tão simples que lembra os grandes filmes do cineasta.
Antiterror na iluminação, na trilha sonora e na ausência de tensão (há apenas uma pequena sequência boa no filme). A tentativa de drama como motivação para a protagonista entrar no jogo jamais funciona, só enche o saco (o plot twist é uma vergonha).
A estranheza da câmera de Ron Howard, com movimentos destrambelhados e planos holandeses vulgares, tornam os já anormais argumento, direção de arte e maquiagem - em suma, o universo criado no filme - em algo insuportável.
Afora talvez a extemporaneidade do último plano, o gênio de Edwin S. Porter não inovou em uma técnica específica com o “O Grande Roubo do Trem”, mas esse é o primeiro do que pode se chamar filmaço da História.
Exposição sem frescura da adolescência: brincadeiras pueris, filmes, cigarros e, principalmente, relacionamentos sexuais. Tão pessoal, experiência tão sensorial que se aproxima a ficar sentado à tarde em um café acompanhando de perto o mundo passar.
Durante a estaticidade dos longos planos de composição quase minimalista, nem as horas dos relógios, um dos poucos elementos em cena, passam, mas, como um todo, o policialesco entre a ciência e o misticismo ruma à mente do personagem.
O primeiro plano é metáfora para o sonho de Sabrina em busca de seu amor e, consequentemente, para o rompimento dos ditames da sociedade: a lua ao longe sobre uma esticada perspectiva do suntuoso jardim. E o figurino evolui conforme sua personagem.
A crueza estética (não como defeito), atingida pela sutileza da câmera e da montagem e pela fotografia monocromática e com iluminação natural de Néstor Almendros, contrabalança-se com o calor interpessoal. Rohmer conhecia a vida como poucos cineastas.
É no quarto verde, altar para sua falecida esposa, que ele realmente vive, ama. Quando velas começam a simbolizar cada morto que passou por sua vida, uma nova possibilidade amorosa floresce, mas para ele não há outra resposta a isso, senão a morte.
Palpáveis fraquezas narrativas e de ritmo disfarçadas com algumas metáforas visuais, assemelhando-se assim a “5 Centímetros por Segundo”. Porém, ainda sem o apuro com os desenhos dessa e de outras obras posteriores do diretor.
Não que visualmente seja ruim (por exemplo, a eficácia da mise-en-scène dos primeiros minutos que apresentam o aeroporto é típica de Spielberg), mas a mistura entre drama e comédia é das mais fáceis possíveis e, no fundo, é tudo muito sem graça.
A subjetividade da câmera de Verhoeven, juntamente dos efeitos especiais, da maquiagem, da fotografia e da direção de arte, constroem um futuro ora horroroso, ora mecânico, ou ainda, ora semiabstrato. Abordagem impressionantemente atual.
O tempo é esticado nos melancólicos momentos derradeiros de um cinema para perpetuá-los, como o último cigarro a queimar ou o último rolo a rebobinar. Mesmo que em meio a fantasmas, quem ama a arte nunca deixará de se emocionar.
Relacionamento amoroso simultaneamente carnal e etéreo, visto nos campos da espiritualidade e da modernidade. Em tons de fábula, o homem confronta seu lado primal em uma trajetória que finda com uma canção de alegria, trançando o viés animal ao humano.
Sing Street - Música e Sonho
4.1 713 Assista AgoraBoas músicas, cinema ruim. A família não funciona, a escola não funciona, poupe-me do romance e a cena final no barco é a coisa mais horrível que existe. Confusão geral, tal qual a busca do protagonista por uma maneira de se vestir.
Piratas do Caribe: O Baú da Morte
3.9 872 Assista AgoraAventura semelhante ao primeiro, mas com um crasso problema de ritmo que no anterior não era evidente.
Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra
4.1 1,1K Assista AgoraAventura válida, no entanto o esquematismo estético-narrativo de Verbinski segura o filme no patamar da mediocridade. Tudo muito fácil.
Paris nos Pertence
3.7 24Tragédia edificante, ficção solta ao acaso de alucinação quase perpétua, mas a realidade vem e a certeza irremediável é a morte. O amor de Rivette ao noir americano está na iluminação (a exibição de "Metrópolis" reforça isso) e no imbróglio do enredo.
Resident Evil 6: O Capítulo Final
3.0 952 Assista AgoraO 3D e o CGI são intrínsecos na mise-en-scène de Anderson que, na ação digital, mescla planos abertos com closes, através de montagem ágil típica de seu tempo. Talvez seja o futuro do cinema de ação. Pena que recorra ao didatismo para fechar as pontas.
Charlotte e seu Bife
3.5 11Já nota-se a sutileza e a esperteza de Rohmer para com os relacionamentos amorosos. Fora a emoção de ver algo tão simples que lembra os grandes filmes do cineasta.
Would You Rather
3.0 452Antiterror na iluminação, na trilha sonora e na ausência de tensão (há apenas uma pequena sequência boa no filme). A tentativa de drama como motivação para a protagonista entrar no jogo jamais funciona, só enche o saco (o plot twist é uma vergonha).
O Grinch
3.4 830 Assista AgoraA estranheza da câmera de Ron Howard, com movimentos destrambelhados e planos holandeses vulgares, tornam os já anormais argumento, direção de arte e maquiagem - em suma, o universo criado no filme - em algo insuportável.
O Grande Roubo do Trem
3.8 185Afora talvez a extemporaneidade do último plano, o gênio de Edwin S. Porter não inovou em uma técnica específica com o “O Grande Roubo do Trem”, mas esse é o primeiro do que pode se chamar filmaço da História.
Meus Pequenos Amores
3.8 7Exposição sem frescura da adolescência: brincadeiras pueris, filmes, cigarros e, principalmente, relacionamentos sexuais. Tão pessoal, experiência tão sensorial que se aproxima a ficar sentado à tarde em um café acompanhando de perto o mundo passar.
A Cura
3.9 79Durante a estaticidade dos longos planos de composição quase minimalista, nem as horas dos relógios, um dos poucos elementos em cena, passam, mas, como um todo, o policialesco entre a ciência e o misticismo ruma à mente do personagem.
Sabrina
4.1 332 Assista AgoraO primeiro plano é metáfora para o sonho de Sabrina em busca de seu amor e, consequentemente, para o rompimento dos ditames da sociedade: a lua ao longe sobre uma esticada perspectiva do suntuoso jardim. E o figurino evolui conforme sua personagem.
Era uma Vez em Tóquio
4.4 187 Assista AgoraO classicismo cinematográfico.
Alta Fidelidade
3.8 691 Assista AgoraQueria entender de música como estes caras.
Philomena
4.0 920 Assista AgoraO pragmatismo está em todos os temas abordados pelo filme. E, talvez por isso, a personagem central não alcança a emoção ou o riso almejados.
Minha Noite com Ela
4.0 42 Assista AgoraA crueza estética (não como defeito), atingida pela sutileza da câmera e da montagem e pela fotografia monocromática e com iluminação natural de Néstor Almendros, contrabalança-se com o calor interpessoal. Rohmer conhecia a vida como poucos cineastas.
O Quarto Verde
3.6 30É no quarto verde, altar para sua falecida esposa, que ele realmente vive, ama. Quando velas começam a simbolizar cada morto que passou por sua vida, uma nova possibilidade amorosa floresce, mas para ele não há outra resposta a isso, senão a morte.
A Longa Viagem de Volta
3.7 10A união entre John Ford, Gregg Toland, John Wayne e Dudley Nichols, quatro dos melhores da época, só poderia resultar em uma obra-prima.
O Fantástico Sr. Raposo
4.2 933 Assista AgoraA mise-en-scène com bela composição dos enquadramentos e o argumento rico típicos de Wes Anderson transportados para o universo da animação.
Vozes de uma Estrela Distante
3.5 54Palpáveis fraquezas narrativas e de ritmo disfarçadas com algumas metáforas visuais, assemelhando-se assim a “5 Centímetros por Segundo”. Porém, ainda sem o apuro com os desenhos dessa e de outras obras posteriores do diretor.
O Terminal
3.8 1,3K Assista AgoraNão que visualmente seja ruim (por exemplo, a eficácia da mise-en-scène dos primeiros minutos que apresentam o aeroporto é típica de Spielberg), mas a mistura entre drama e comédia é das mais fáceis possíveis e, no fundo, é tudo muito sem graça.
RoboCop: O Policial do Futuro
3.6 684 Assista AgoraA subjetividade da câmera de Verhoeven, juntamente dos efeitos especiais, da maquiagem, da fotografia e da direção de arte, constroem um futuro ora horroroso, ora mecânico, ou ainda, ora semiabstrato. Abordagem impressionantemente atual.
Adeus, Dragon Inn
3.7 43O tempo é esticado nos melancólicos momentos derradeiros de um cinema para perpetuá-los, como o último cigarro a queimar ou o último rolo a rebobinar. Mesmo que em meio a fantasmas, quem ama a arte nunca deixará de se emocionar.
Mal dos Trópicos
4.0 85Relacionamento amoroso simultaneamente carnal e etéreo, visto nos campos da espiritualidade e da modernidade. Em tons de fábula, o homem confronta seu lado primal em uma trajetória que finda com uma canção de alegria, trançando o viés animal ao humano.