A partir do momento que Chazelle, encantado com a razão de aspecto de seu filme, abre a tela, um gênero é revivido. O ritmo que em “Whiplash” estava na decupagem calculada com o jazz, agora está na fluidez da câmera como um elemento coreográfico.
Bem-humorado e elegante, Blake Edwards dá a espacialidade cênica aprendida com a profundidade de campo nos anos anteriores do cinema para Audrey Hepburn, com uma atuação, marcar uma carreira.
Thriller enaltecidamente contemporâneo - belos cenários de cinema digital, ritmo acelerado e decupagem precisa (que, apesar da longa duração, dá espaço apenas ao que realmente interessa, um conceito hitchcockiano) - com personagens que pulsam na projeção.
Como na pintura de Rothko, Cronenberg narra uma história que parece haver certa lógica, mas com tons hesitantes que certificam a assimetria da vida. Busca, também compartilhada pelos dois artistas, aos recônditos da espiritualidade do homem moderno.
Mastroianni, antes humilde, enriquece como pretensamente intelectual antiquário na sociedade das aparências. A tormenta causada pela investigação policial fá-lo refletir e chega a humanizá-lo. Mas, mesmo no final, seu lado mulherengo continua.
Importante registro, mas exagera na importância cinematográfica de “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (que decerto lucrou muito, mas não é um grande filme) e não segue em nada o chamado cinema de autor, ao privilegiar tanto o papel do produtor.
As grande-angulares do sistema Todd-AO (elaborado a partir de incentivos do produtor Michael Todd), fazem a grandiloquência da narrativa se refletir na super produção e proporcionam maravilhosos phantom rides, mas não tiram o filme da mediocridade.
Bette Davis tornando-se cada vez mais desgastada pela maquiagem, ao passo que sua atuação cresce. John Cromwell esporadicamente coloca, diferenciando-se em relação ao sistema de estúdio hollywoodiano da época, o olhar dos atores diretamente para a câmera.
Os planos abertos da localização desértica dão o ar de western, nesta nova revisitação de Carpenter ao cinema de outrora. Exercício fílmico experiente, com completa noção de seu alcance e importância, bem como de timing em todos os sentidos narrativos.
Inserção de espaços intermediários como Ozu, mas não tão clássico, pois a maioria tem função de apresentação do local. A própria fotografia em preto e branco busca um certo classicismo. Apenas a facilidade do campo e contracampo prejudica o valor final.
Descrença com o contexto político e ideológico do século XX. Curioso como a trajetória de Snake Plissken se assemelha, no meio cinematográfico, com a de Carpenter, um outsider em termos de mainstream que até hoje não é tão apreciado quanto deveria.
Filme de época em que a câmera é posicionada na altura do joelho dos personagens, buscando melhor aproveitar a espacialidade da cena e o enquadramento dos elementos. Ainda, dá o primeiro passo para o contracampo.
Aprende com os cinemas de Méliès e dos Lumière. E usa possivelmente pela primeira vez a montagem alternada, intercalando internas e externas, o que privilegia o tempo narrativo, não o espaço (no youtube, não encontrei a versão em que há essa técnica).
O surgimento do close no cinema, ainda utilizado sob a premissa de amplificação de objetos a partir de uma lupa, não apenas para mostrar algo em detalhe ao público.
Um beijo apaixonado no escuro do trem enquanto este passa pelo túnel em phantom ride. Segundo Mark Cousins, a primeira tentativa do cinema dizer “enquanto isso”.
Melodrama bem-humorado que eleva o caráter ficcional do cinema. A raça humana se mostra realmente primitiva, mas o afeto parece ser inversamente proporcional ao desenvolvimento tecnológico.
Geração de outrora que via em automóveis (Christine, um personagem em câmera subjetiva) o sonho valioso, no exagero às vezes mais do que um ser humano. E a jaqueta vermelha é símbolo de juventude, é referência cinematográfica e, por que não, é vaidade.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraA partir do momento que Chazelle, encantado com a razão de aspecto de seu filme, abre a tela, um gênero é revivido. O ritmo que em “Whiplash” estava na decupagem calculada com o jazz, agora está na fluidez da câmera como um elemento coreográfico.
Bonequinha de Luxo
4.1 1,7K Assista AgoraBem-humorado e elegante, Blake Edwards dá a espacialidade cênica aprendida com a profundidade de campo nos anos anteriores do cinema para Audrey Hepburn, com uma atuação, marcar uma carreira.
Zodíaco
3.7 1,3K Assista AgoraThriller enaltecidamente contemporâneo - belos cenários de cinema digital, ritmo acelerado e decupagem precisa (que, apesar da longa duração, dá espaço apenas ao que realmente interessa, um conceito hitchcockiano) - com personagens que pulsam na projeção.
Cosmópolis
2.7 1,0K Assista AgoraComo na pintura de Rothko, Cronenberg narra uma história que parece haver certa lógica, mas com tons hesitantes que certificam a assimetria da vida. Busca, também compartilhada pelos dois artistas, aos recônditos da espiritualidade do homem moderno.
Dr. Fantástico
4.2 665 Assista Agora"Dr. Fantástico" e a primeira parte de "Nascido para Matar" são as provas de que Kubrick também tinha talento para a comédia.
O Assassino
3.6 7Mastroianni, antes humilde, enriquece como pretensamente intelectual antiquário na sociedade das aparências. A tormenta causada pela investigação policial fá-lo refletir e chega a humanizá-lo. Mas, mesmo no final, seu lado mulherengo continua.
A Volta ao Mundo de Mike Todd
3.3 1Importante registro, mas exagera na importância cinematográfica de “A Volta ao Mundo em 80 Dias” (que decerto lucrou muito, mas não é um grande filme) e não segue em nada o chamado cinema de autor, ao privilegiar tanto o papel do produtor.
A Volta ao Mundo em 80 Dias
3.6 92 Assista AgoraAs grande-angulares do sistema Todd-AO (elaborado a partir de incentivos do produtor Michael Todd), fazem a grandiloquência da narrativa se refletir na super produção e proporcionam maravilhosos phantom rides, mas não tiram o filme da mediocridade.
Escravos do Desejo
3.7 56 Assista AgoraBette Davis tornando-se cada vez mais desgastada pela maquiagem, ao passo que sua atuação cresce. John Cromwell esporadicamente coloca, diferenciando-se em relação ao sistema de estúdio hollywoodiano da época, o olhar dos atores diretamente para a câmera.
Vampiros de John Carpenter
3.1 268 Assista AgoraOs planos abertos da localização desértica dão o ar de western, nesta nova revisitação de Carpenter ao cinema de outrora. Exercício fílmico experiente, com completa noção de seu alcance e importância, bem como de timing em todos os sentidos narrativos.
Blue Jay
3.8 265 Assista AgoraInserção de espaços intermediários como Ozu, mas não tão clássico, pois a maioria tem função de apresentação do local. A própria fotografia em preto e branco busca um certo classicismo. Apenas a facilidade do campo e contracampo prejudica o valor final.
Fuga de Los Angeles
3.0 179 Assista AgoraDescrença com o contexto político e ideológico do século XX. Curioso como a trajetória de Snake Plissken se assemelha, no meio cinematográfico, com a de Carpenter, um outsider em termos de mainstream que até hoje não é tão apreciado quanto deveria.
A Cidade dos Amaldiçoados
3.1 353Grande uso da elevada razão de aspecto (em especial com grande-angulares), de imagens macabras e, impressionantemente, do melodrama.
Vera Cruz
3.8 35 Assista AgoraIrônico e esteticamente marcante, "Vera Cruz" de Aldrich antecipa o que viria a ser um novo fôlego ao gênero faroeste.
O Assassinato do Duque de Guise
3.5 7Filme de época em que a câmera é posicionada na altura do joelho dos personagens, buscando melhor aproveitar a espacialidade da cena e o enquadramento dos elementos. Ainda, dá o primeiro passo para o contracampo.
A Vida de um Bombeiro Americano
4.0 15Aprende com os cinemas de Méliès e dos Lumière. E usa possivelmente pela primeira vez a montagem alternada, intercalando internas e externas, o que privilegia o tempo narrativo, não o espaço (no youtube, não encontrei a versão em que há essa técnica).
The Corbett-Fitzsimmons Fight
3.0 4O primeiro widescreen do cinema, feito com uma bitola de 63mm. Visionário?
A Fada do Repolho
3.6 14Segundo Mark Cousins: "talvez o primeiro filme com roteiro". Sim, antes de Méliès. Inclusive, a autora Alice Guy tinha estilo semelhante ao dele.
O Gatinho Doente
3.9 13G.A. Smith, um dos mais inovadores de seu tempo, aqui estreia o close puro, que tem o objetivo de mostrar em detalhe algo ao espectador.
Grandma's Reading Glass
3.7 8O surgimento do close no cinema, ainda utilizado sob a premissa de amplificação de objetos a partir de uma lupa, não apenas para mostrar algo em detalhe ao público.
O Beijo no Túnel
4.1 9Um beijo apaixonado no escuro do trem enquanto este passa pelo túnel em phantom ride. Segundo Mark Cousins, a primeira tentativa do cinema dizer “enquanto isso”.
Traffic Crossing Leeds Bridge
3.8 19Primeiro registro de imagens em movimento na História.
Starman: O Homem das Estrelas
3.4 98 Assista AgoraMelodrama bem-humorado que eleva o caráter ficcional do cinema. A raça humana se mostra realmente primitiva, mas o afeto parece ser inversamente proporcional ao desenvolvimento tecnológico.
Christine, O Carro Assassino
3.3 671 Assista AgoraGeração de outrora que via em automóveis (Christine, um personagem em câmera subjetiva) o sonho valioso, no exagero às vezes mais do que um ser humano. E a jaqueta vermelha é símbolo de juventude, é referência cinematográfica e, por que não, é vaidade.