Não que a direção de Carpenter seja nula, pelo contrário, faz-se nítida em movimentos de câmera e no uso expressivo das sombras, mas o roteiro é evidentemente televisivo e piegas.
Comédia de erros essencialmente trash. A contracultura começa pelo baixo orçamento, mas tem sua maior expressão nos personagens. Ainda era amador em ritmo, mas já evidenciava o talento de Carpenter para os enquadramentos.
Rudolph Maté parece que gasta 60 minutos com uma trama dispendiosa e enfadonha para nos últimos 20 começar uma perseguição que exige muito de sua mise-en-scène e que usufrui do melhor da fotografia em preto e branco de Daniel L. Fapp.
Após inúmeras subtramas desinteressantes, o desfecho é insatisfatório, pois o protagonista deixa sua amada ser capturada e morta pelo exército rival em prol de um ato patriótico. Filme canalha.
Homem brutal que encontra em uma alma pura, encarnada pela freira, a paz interior e a quietação da violência. Semelhante a “On Dangerous Ground”, mas sem a construção minuciosa da agressividade em um primeiro momento como no filme de Ray.
Von Sternberg viajou à Alemanha para filmar com diretor de fotografia e de arte locais vindos do expressionismo, o que deu uma composição visual curiosa. Exemplo disso é o derradeiro travelling em retrocesso na sala de aula. Fora Marlene Dietrich, claro.
Problemático em seu âmago: o embate moral é inválido, desnecessário e óbvio. Direção, roteiro e trilha sonora (particularmente, uma das piores que já vi) não valem nada. Filme de duas horas que parece ter cinco, isso que dá não se preocupar com o ritmo.
Pragmático e formulaico (cenas ligeiras e montagem óbvia, recheadas de piadinhas débeis para alívio cômico) sem a mínima preocupação de ritmo (longas sequências de efeitos especiais inseridas sem sutileza), tampouco estética (visual brega).
Com bases no melodrama hollywoodiano e usufruindo da câmera que confina, este exemplar contemporâneo consegue inovar com suas inserções em câmera lenta e música significativa, que chamam a atenção para a linguagem e transbordam sentimentos.
Ancorada em narração em off, a imagem não consegue mostrar com eficiência; filme explicativo demais. E esteticamente tem pouco a oferecer. É curioso a temática do voyeurismo dar lugar ao feminismo, aqui serão as mulheres que abrirão a garrafa de vinho.
Como fazer um filme para TV de maneira perfeita. As características televisivas, como bastante uso de campo e contracampo e a escassez de tempo, dinheiro e cenários, estão presentes, mas é esteticamente riquíssimo. Nova forma da arte. Precisa ser visto.
Entre a ciência e a religião, Carpenter vaga com sua câmera até o momento que a duração do filme acaba, mas o que não tem fim é um mal muito próximo que ameaça a existência humana. Passagem só de ida aos confins do inferno carpentiano.
Mann e longos planos abertos fazem do ambiente circundante um elemento narrativo, a neve em contraste com a quentura da perseverança. Forte controle da mise-en-scène também nos ambientes fechados e nas investidas de guerra.
Frankenheimer coloca sua câmera no meio da muvuca no protesto do início. Indício do que viria: uma história tumultuada e impactante. O controle preciso de cena e os diálogos impedem que o registro histórico e político se perca em crítica vã.
Emoção ver Kirk Douglas assim. Após pai e filho saírem abraçados juntos do local onde o pai conhecera a falecida mãe, as mesmas árvores antes ressecadas agora estão floridas; é a redenção. Valiosa relação entre Kirk e Michael, o resto fica muito aquém.
Comédia que só cresce. John Landis desliza sua câmera elegantemente pelos espaços cênicos (variando, sem cortes, planos abertos com médios ou fechados), o que deixa a riqueza do roteiro e das atuações encantarem. Persona de Stallone em alta.
Construção do protagonista aos poucos para chegar no ápice em um descontrole absurdo. Sua queda é captada por um plano no chão de maneira semelhante a que o mesmo ator fora filmado por Wilder em “A Montanha dos Sete Abutres”.
Construção do clímax similar a “High Noon”, com a inclusão marcante do debate do papel da mulher na sociedade e a violência envolvida. Kirk Douglas e Anthony Quinn titãs, realmente.
Cinema sem falas que observa. Olhar que não julga para aquele amálgama de classes sociais, representadas pela câmara municipal, pelo clube rico da cidade e pelo encontro da população de periferia. A crítica ao papel da polícia poderia ser mais discreta.
A construção do caminho do ônibus, variando um olhar interno e externo (inclusive com quebras de eixo), para a conclusão fatalista, em que sons de um tumulto são intercalados com flashes da imagem. Agora, os dizeres na pichação no final eram descartáveis.
Objetiva grande-angular para captar o panorama urbano em destaque. A câmera entrando nas demolições enriquece o olhar, dá vida à imagem, juntamente com a trilha sonora que traz suspense e drama. Só uma ressalva, algumas sequências amadoras eram evitáveis.
Ao invés de um discurso nobre, prevalece um jogo de sedução quase perverso entre Kirk Douglas e Elsa Martinelli. E, todo feito em locação, é bem fotografado pelas lentes do cinemascope ao explorar a profundidade de campo mesclando planos médios e abertos.
A câmera se infiltrando livremente na mansão constrói, juntamente com o clima fantasmagórico, uma rica mise-en-scène. Só tem o problema de ser repetitivo em sua conclusão, explicando sem pudor a reviravolta.
Fuga de Nova York
3.5 301 Assista Agoradazedimg.dazedgroup. netdna-cdn. com/1200/0-0-2000-1333/azure/dazed-prod/1090/2/1092069.jpg
Elvis Não Morreu
3.5 35Não que a direção de Carpenter seja nula, pelo contrário, faz-se nítida em movimentos de câmera e no uso expressivo das sombras, mas o roteiro é evidentemente televisivo e piegas.
Dark Star
3.3 64 Assista AgoraComédia de erros essencialmente trash. A contracultura começa pelo baixo orçamento, mas tem sua maior expressão nos personagens. Ainda era amador em ritmo, mas já evidenciava o talento de Carpenter para os enquadramentos.
Rastro Sangrento
3.7 3Rudolph Maté parece que gasta 60 minutos com uma trama dispendiosa e enfadonha para nos últimos 20 começar uma perseguição que exige muito de sua mise-en-scène e que usufrui do melhor da fotografia em preto e branco de Daniel L. Fapp.
Sob o Manto Tenebroso
3.0 1Após inúmeras subtramas desinteressantes, o desfecho é insatisfatório, pois o protagonista deixa sua amada ser capturada e morta pelo exército rival em prol de um ato patriótico. Filme canalha.
Na Boca do Lobo
3.5 2Homem brutal que encontra em uma alma pura, encarnada pela freira, a paz interior e a quietação da violência. Semelhante a “On Dangerous Ground”, mas sem a construção minuciosa da agressividade em um primeiro momento como no filme de Ray.
O Anjo Azul
4.2 86 Assista AgoraVon Sternberg viajou à Alemanha para filmar com diretor de fotografia e de arte locais vindos do expressionismo, o que deu uma composição visual curiosa. Exemplo disso é o derradeiro travelling em retrocesso na sala de aula. Fora Marlene Dietrich, claro.
O Leitor
4.1 1,8K Assista AgoraProblemático em seu âmago: o embate moral é inválido, desnecessário e óbvio. Direção, roteiro e trilha sonora (particularmente, uma das piores que já vi) não valem nada. Filme de duas horas que parece ter cinco, isso que dá não se preocupar com o ritmo.
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraPragmático e formulaico (cenas ligeiras e montagem óbvia, recheadas de piadinhas débeis para alívio cômico) sem a mínima preocupação de ritmo (longas sequências de efeitos especiais inseridas sem sutileza), tampouco estética (visual brega).
Amor à Flor da Pele
4.3 500 Assista AgoraCom bases no melodrama hollywoodiano e usufruindo da câmera que confina, este exemplar contemporâneo consegue inovar com suas inserções em câmera lenta e música significativa, que chamam a atenção para a linguagem e transbordam sentimentos.
A Garota no Trem
3.6 1,6K Assista AgoraAncorada em narração em off, a imagem não consegue mostrar com eficiência; filme explicativo demais. E esteticamente tem pouco a oferecer. É curioso a temática do voyeurismo dar lugar ao feminismo, aqui serão as mulheres que abrirão a garrafa de vinho.
Mestres do Terror (1ª Temporada)
3.2 784Sobre "Cigarette Burns":
Como fazer um filme para TV de maneira perfeita. As características televisivas, como bastante uso de campo e contracampo e a escassez de tempo, dinheiro e cenários, estão presentes, mas é esteticamente riquíssimo. Nova forma da arte. Precisa ser visto.
Príncipe das Sombras
3.5 151Entre a ciência e a religião, Carpenter vaga com sua câmera até o momento que a duração do filme acaba, mas o que não tem fim é um mal muito próximo que ameaça a existência humana. Passagem só de ida aos confins do inferno carpentiano.
Os Heróis de Telemark
3.6 9 Assista AgoraMann e longos planos abertos fazem do ambiente circundante um elemento narrativo, a neve em contraste com a quentura da perseverança. Forte controle da mise-en-scène também nos ambientes fechados e nas investidas de guerra.
Sete Dias de Maio
3.8 15 Assista AgoraFrankenheimer coloca sua câmera no meio da muvuca no protesto do início. Indício do que viria: uma história tumultuada e impactante. O controle preciso de cena e os diálogos impedem que o registro histórico e político se perca em crítica vã.
Acontece nas Melhores Famílias
3.1 23Emoção ver Kirk Douglas assim. Após pai e filho saírem abraçados juntos do local onde o pai conhecera a falecida mãe, as mesmas árvores antes ressecadas agora estão floridas; é a redenção. Valiosa relação entre Kirk e Michael, o resto fica muito aquém.
Oscar: Minha Filha Quer Casar
3.0 87Comédia que só cresce. John Landis desliza sua câmera elegantemente pelos espaços cênicos (variando, sem cortes, planos abertos com médios ou fechados), o que deixa a riqueza do roteiro e das atuações encantarem. Persona de Stallone em alta.
Chaga de Fogo
4.0 26Construção do protagonista aos poucos para chegar no ápice em um descontrole absurdo. Sua queda é captada por um plano no chão de maneira semelhante a que o mesmo ator fora filmado por Wilder em “A Montanha dos Sete Abutres”.
Duelo de Titãs
4.0 59 Assista AgoraConstrução do clímax similar a “High Noon”, com a inclusão marcante do debate do papel da mulher na sociedade e a violência envolvida. Kirk Douglas e Anthony Quinn titãs, realmente.
Sexta na Praça
3.0 1Cinema sem falas que observa. Olhar que não julga para aquele amálgama de classes sociais, representadas pela câmara municipal, pelo clube rico da cidade e pelo encontro da população de periferia. A crítica ao papel da polícia poderia ser mais discreta.
Linha 58
3.5 1A construção do caminho do ônibus, variando um olhar interno e externo (inclusive com quebras de eixo), para a conclusão fatalista, em que sons de um tumulto são intercalados com flashes da imagem. Agora, os dizeres na pichação no final eram descartáveis.
Demolições
4.0 1Objetiva grande-angular para captar o panorama urbano em destaque. A câmera entrando nas demolições enriquece o olhar, dá vida à imagem, juntamente com a trilha sonora que traz suspense e drama. Só uma ressalva, algumas sequências amadoras eram evitáveis.
A Um Passo da Morte
3.5 13Ao invés de um discurso nobre, prevalece um jogo de sedução quase perverso entre Kirk Douglas e Elsa Martinelli. E, todo feito em locação, é bem fotografado pelas lentes do cinemascope ao explorar a profundidade de campo mesclando planos médios e abertos.
Os Outros
4.1 2,5K Assista AgoraA câmera se infiltrando livremente na mansão constrói, juntamente com o clima fantasmagórico, uma rica mise-en-scène. Só tem o problema de ser repetitivo em sua conclusão, explicando sem pudor a reviravolta.