É um filme legal, de roteiro simples, porém bem alinhado, sem pontas soltas. Porém, não se trata de um filme sensacional; algumas cenas são excessivamente dramáticas, meio novela do SBT. Talvez, menos cenas assim e um pouco mais de suspense teria elevado o filme.
Certamente é o melhor da trilogia, mas a narrativa continua muito mais parecida com a de novelas brasileiras do que com um filme sério. A maneira como o filme foi construído, aliás, me lembrou o filme "Blonde" com a Ana de Armas: o conjunto das cenas parece um recorte de experimentos e de estilos, como alguém se esforçando demais. Isso deu muito certo nas cenas
do interrogatório, com a polícia arrancando as confissões, sobretudo graças às excelentes atuações do Allan Souza, da própria Carla e até do Jacaré Banguela (sério). Porém, ficou mesmo muito ruim nos faniquitos da Suzane e, principalmente, na cena do Astrogildo na delegacia.
Admiro muito o trabalho pioneiro e aprofundado da Ilana Casoy, mas, seja aqui, seja em "Bom dia, Verônica", os argumentos criados por ela mereciam mais cuidado na dramatização.
Como muitos comentários já vem dizendo, o filme é mesmo bom, tanto tecnicamente quanto pela atuações. Os efeitos de som para colocar o espectador dentro do personagem de Riz Ahmed ficaram geniais! Particularmente, a atuação do Paul Raci, na cena em que seu personagem Joe
cirurgia não foi abordada corretamente e talvez esse seja mesmo um defeito do filme. )=
De qualquer forma, o filme acerta demais ao tratar da dialética entre percepção e perspectiva e ao mostrar como as contingências da vida podem afetar uma pessoa comum. Tem meio que uma jornada do herói, mas com os capítulos todos mal-encerrados. E a vida é assim mesmo. Perdi a audição de um dos lados depois de um acidente e talvez essa tenha sido a consequência mais leve do que aconteceu. Com certeza, o mais complicado é ver a vida das pessoas ao redor seguindo em frente e tomando caminhos que, talvez, não fossem seguidos se a contingência não tivesse se imposto. O filme mostrando isso de forma tão íntima foi, simplesmente, maravilhoso!
Naturalmente, é a mesma vibe de "Searching": bastante dinâmico e contemporâneo, sabe utilizar muito bem a linguagem visual e entrega algumas revelações interessantes ao longo da trama, conseguindo sustentar a tensão. Não é sensacional e não tem mais aquela "originalidade", mas mantém a qualidade, com toda a certeza.
Logo no começo, com a cena de mãe e filha matando o cara, fiquei extremamente impressionado com o filme. Porém, a narrativa, a forma como a história é contada e se desenvolve, é bastante fraca, lembrando um pouco as novelas brasileiras. Aliás, quando chegamos à cena do playback no karaokê, ficou parecendo uma novela da Record, né? =/
A própria reviravolta no final, embora tenha sido legal, foi apresentada de forma muito súbita, aos 45 do segundo tempo, e ficou parecendo um pouco "deus ex machina" na minha opinião.
Enfim, sinto que as ideias apresentadas são bastante interessantes, mas faltou a direção de um Almodóvar, alguém assim, para deixar o filme mais cru e mais tenso, sabe?
Entendo todo o lance da ilusão do livre arbítrio, isso realmente fica claro como intenção do filme / episódio. Infelizmente, não achei tão bem executado e acaba ficando mais uma obra sobre esquizofrenia do que uma obra sobre liberdade de decisão ou interatividade =/ No mais, tem um jogo do Switch chamado "Late Shift" que trabalha o tema de forma bem mais legal e acho que fiquei comparando o filme com o jogo praticamente o tempo todo.
Porém, o filme vai muito, muito além, inclusive tratando de algumas zonas cinzentas na percepção das pessoas que estão literalmente vivendo aquela situação. Nesse ponto, aliás, o filme lembrou um pouco "Verdens verste menneske". Imagino que a ambientação do filme - todo o clima de "The Big Short" - talvez limite um pouco o alcance da mensagem. Ao mesmo tempo, tenho a certeza de que quem precisava mesmo receber esse recado chegou, pelo menos, até a segunda metade do filme.
Filme interessante, denso, um pouco esticado (talvez), com grande elenco. Fica claro, desde o começo, que o filme não é sobre a investigação em si, mas sobre os investigadores. Essa proposta mais intimista me agradou bastante, mas senti que precisava de um pouco mais de dinamismo da metade para a frente. Foi bom ver a Alicia Silverstone novamente; a última vez foi em "Killing of a Sacred Deer", praticamente irreconhecível. Já um ponto negativo foi, certamente:
com uma hora e quarenta de filme, quando a trama já podia estar se fechando, tem aquela cena do pesadelo do del Toro. Puxa, fico extremamente frustrado quando isso acontece, sério mesmo.
Já tinha assistido e gostado muito do Call (A Ligação) e quando vi esse filme bombando na Netflix, não tive dúvidas e comecei a ver.
É sem dúvida uma grande homenagem à chamada Trilogia da Vingança, do Park Chan-wook. O pano de fundo (neste filme, na trilogia ou em outras obras sul-coreans como Squid Game) é algo que pensamos: "uma coisa assim não acontece no mundo real, mas bora...". Porém, sei lá, me parece que esse pano de fundo me parece cada vez menos improvável, ainda mais depois de algumas coisas que vi este ano, como as matérias do Fantástico sobre os grupos do Discord ou os mini-documentários da BBC sobre a indústria da pornografia no Japão. Enfim, para mim, a trama é meio que uma fusão de John Wick com os problemas do mundo moderno e eu curti. No mais, algumas escolhas do roteiro foram bastante interessantes,
como, por exemplo, o tiro bem dado na hora do chefe da gangue (não-)falar ou o contraste entre o vilão dominador na cama X o mais fraco de todos no grupo. E o lança-chamas me lembrou do jogo Last of Us, em 2014, porque cheguei na sala de cirurgia e mandei ver no lança-chamas também, dhasudhashdasua, então teve esse gostinho pessoal.
O filme é bom, diverte, dá material para pensar e promete tanto uma boa sequência como uma boa prequel!!
Sinceramente, curti a ambientação e o figurino dos personagens humanos, mas de resto, achei muito fraco mesmo. Até entendendo que o filme todo é uma metáfora para a culpa, que a protagonista já era, ela mesma, uma "alien" na comunidade onde estava inserida, mas, puxa... roteiro clichê demais. Tinha uma sequência de ação promissora, achei que fosse se tornar uma releitura de terror de Esqueceram de Mim 1, mas nem isso... Os aliens também são muito mal construídos, parece que eles têm tecnologia absurda mas vêm para a Terra num jogo tipo Largados e Pelados, sei lá.
Peguei para ver achando se tratar de algo como um Woody Allen atualizado, sabe? Mas é muito mais do que isso!
Praticamente um filme documental, um retrato extremamente fiel da vida cotidiana contemporânea. Nesse aspecto, cabe destacar como as atuações são magníficas, totalmente trabalhadas em nuances, sem nenhum grande evento motivador da ação dos personagens além das suas próprias rotinas.
O encadeamento das cenas, a divisão em capítulos e as intervenções cirúrgicas da narradora não tornam o filme fluido ou fácil de assistir, mas dão uma cara de diário que se encaixa perfeitamente na proposta da obra.
Difícil escolher uma cena favorita, pois cada uma parece ter um detalhe particular, um comentário feito na hora certa. De qualquer forma, acho que o melhor momento do filme foi
a cena em que o Elvind lê o texto da Julie que estava no lixo. No começo ela parece gostar dos comentários dele, depois muda subitamente e acaba sendo extremamente grosseira. Eu achei tão bizarro, tão "out-of-character", que fiquei assustado, sério mesmo. Pausei o filme e fiquei pensando: "quantas vezes eu mesmo não deixei de ser quem sou por conta de uma bobagem?"
os dois caras que a Julie encontra são exatamente quem ela estava precisando naquele momento da vida dela. Um pouco conveniente, muita sorte da moça, né? e tudo perfeitamente compreensível no fim das contas, heheehe.
a dicotomia representada pelos dois amantes sendo extrapolada para a dicotomia entre a vida e a morte. Foi praticamente uma letra dos Engenheiros do Hawaií transformada em filme. dhasudhasudhasudhusad zoeira, foi muito bom, muito bem feito!
Realmente, um bom filme: curto, direto, sem enrolação. Uma história só, bastante pesada, como deve ser; contada sem malabarismos, nem de roteiro, nem de CGI.
Acabo de ver este filme, muito tempo depois de ter assistido Oldboy pela primeira vez. Assim, embora ele não tenha o mesmo impacto emocional, acho até que ele é mais desenvolvido, trabalhando melhor as metáforas visuais. Antes de começar, imaginava algo mais para o gore, talvez uma releitura ou homenagem à "Lady Scorpion" (Female Prisoner 701: Scorpion) japonesa dos anos 70.
A primeira metade do filme tem a edição relativamente confusa, talvez até para evidenciar a colcha de retalhos que são as emoções e lembranças na mente da protagonista.
Há também alguns experimentalismos na cinematografia, que me lembraram Wes Anderson (estranho né?) e uma tomada muito legal em que filmam o confeiteiro estagiário através da janela e depois trazem a câmera, em plano contínuo, para dentro do quarto. Bem no começo também a protagonista faz referência a mesma temática do crime / acidente que marcam o primeiro filme da trilogia: a justificava falaciosa que supostamente convence os bandidos a sequestrarem uma criança e pedir um resgate.
Já a segunda metade é muito mais direta, retratando o plano da protagonista já consolidado, entrando em sua fase final.
O escolha do local da execução como uma escola abandonada, os familiares das vítimas assistindo as fitas e discutindo na sala de aula (inclusive com argumentos e posturas bastante infantis às vezes), a votação, a limpeza da "sala de aula" (prática tanto no Japão quanto na Coreia do Sul), todos esses elementos trazem uma força maravilhosa para o filme. E notável também que tanto na escola quanto na confeitaria, é a irmã de uma das vítimas aborda as questões financeira (uma discussão mais "madura"); e só quando o estagiário (que tem a mesma idade que a vítima principal teria) entra na confeitaria, que todos caem em si e retornam à realidade cotidiana.
Concluindo a questão das metáforas, há algumas outras que chamaram muito minha atenção:
primeiro, as duas velas vermelhas acesas em memória da primeira criança que foi assassinada e da própria protagonista. A protagonista, de fato, "morreu" no momento em que assumiu a culpa e foi condenada (pela justiça e pela sociedade). Essas velas queimam até se extinguirem e são, então, transformadas nas velas e no bolo que. inadvertidamente, os envolvidos reconhecem como sendo um bolo de aniversário, ou melhor, de renascimento.
Aliás, temos também o tofu na cena em que a protagonista deixa a prisão convertido no bolo de celebração que a protagonista entrega para sua filha, na cena final, do qual a menina prova só um pouquinho mas que a protagonista devora.
Além da circularidade dos elementos tanto do começo e quanto do fim do filme -- algo que só as grandes obras conseguem trabalhar -- tem a questão de haver algo doce na vingança, apesar de todo o preço e sacrifício que ela demanda.
Finalmente, entre as cenas finais do bolo temos, em preto e branco, a cena na qual a protagonista está no banheiro e a bola de gude vermelha - único elemento colorido - cai do seu bolso, rolando e chegando em uma visão da criança morta, que envelhece subitamente e cala a protagonista com a própria bolinha de gude. Além de trazer de volta o mesmo elemento "místico" que vimos no primeiro filme da trilogia (mais circularidade aqui também), essa cena lembrou demais a "Lista de Schindler". Logo após, o estagiário aparece cantando uma música sobre uma moça de sapatos vermelhos, reforçando ainda mais a referência.
Uma coisa me chamou bastante a atenção: não sei em que versão da história acreditar, se na de Oh Dae-su ou se na de Lee Woo-jin. Assistindo agora, os dois não me parecem nada confiáveis =/
De qualquer forma, é um ótimo filme, sempre. Tenso, bizarro, personagens sendo testados nos limites das contingências, do descontrole e do desespero, engraçado em situações inesperadas, enfim, tudo de bom.
Quando assisti Oldboy, muitos anos atrás, realmente adorei o filme e fiquei animado ao descobrir que era o segundo filme de uma trilogia. No entanto, ouvi, à época, muitas críticas em relação ao primeiro (este) e ao terceiro (Lady Vengeance). Como era muito difícil encontrar filmes um pouco fora do mainstream, realmente deixei isso para lá... até hoje.
Consigo entender as críticas que ouvi naquela época porque, infelizmente, o baixo orçamento da produção fica muito evidente, logo de cara. E a edição do filme também não o favorece: algumas cenas são muito longas, outras desnecessárias, algumas sequências são muito abruptas. =/
Durante a primeira metade do filme, foi muito difícil ligá-lo a Oldboy, na verdade. Tanto pela temática geral da desiguldade social quanto pelo ator, sempre me vinha à mente o filme Parasite. SPOILER LEVE
Foi marcante a cena da menina entrando no rio. Na mesma hora lembrei da cena em que os amigos sequestradores a tinham visto justamente em uma aula de natação. Pensei comigo: é só para criar um clima de tensão. Depois que ela morreu, fiquei mesmo irritado. Como pode? Para quê ter a cena da aula de natação então? Só fui aceitar tudo que ocorreu depois da visão do pai e daí para frente comecei a achar realmente genial!
É, sem dúvidas, uma história excelente. Mal executada, me parece, mas ainda assim uma ótima história!
Direção e roteiro de Dario Argento. Trilha sonora de Ennio Morricone. E uma pegada totalmente David Lynch: roteiro, ambientação, os primórdios do CGI (primeiro filme italiano a usar o recurso, aliás), o limiar nebuloso entre o sonho, a mística e a realidade. Pesquisando agora, vi que não apenas esta, mas praticamente todas as obras de Argento dialogam bastante com as de Lynch *-*
Sem dúvida, um dos meus favoritos neste ano. Roteiro extremamente denso e perturbador; diálogos tensos e provocativos; ação brutal. A talentosíssima Amy Adams encarna em sua atuação a solidão e o arrependimento.
Impetigore: Herança Maldita
3.2 65 Assista AgoraÉ um filme legal, de roteiro simples, porém bem alinhado, sem pontas soltas. Porém, não se trata de um filme sensacional; algumas cenas são excessivamente dramáticas, meio novela do SBT. Talvez, menos cenas assim e um pouco mais de suspense teria elevado o filme.
A Menina que Matou os Pais: A Confissão
3.1 220 Assista AgoraCertamente é o melhor da trilogia, mas a narrativa continua muito mais parecida com a de novelas brasileiras do que com um filme sério. A maneira como o filme foi construído, aliás, me lembrou o filme "Blonde" com a Ana de Armas: o conjunto das cenas parece um recorte de experimentos e de estilos, como alguém se esforçando demais. Isso deu muito certo nas cenas
do interrogatório, com a polícia arrancando as confissões, sobretudo graças às excelentes atuações do Allan Souza, da própria Carla e até do Jacaré Banguela (sério). Porém, ficou mesmo muito ruim nos faniquitos da Suzane e, principalmente, na cena do Astrogildo na delegacia.
Admiro muito o trabalho pioneiro e aprofundado da Ilana Casoy, mas, seja aqui, seja em "Bom dia, Verônica", os argumentos criados por ela mereciam mais cuidado na dramatização.
O Som do Silêncio
4.1 988 Assista AgoraComo muitos comentários já vem dizendo, o filme é mesmo bom, tanto tecnicamente quanto pela atuações. Os efeitos de som para colocar o espectador dentro do personagem de Riz Ahmed ficaram geniais! Particularmente, a atuação do Paul Raci, na cena em que seu personagem Joe
se vê obrigado a recusar a permanência de Ruben na comunidade, puxa, deu para sentir o que ele estava sentindo no final.
Vi em alguma críticas que a questão da
cirurgia não foi abordada corretamente e talvez esse seja mesmo um defeito do filme. )=
De qualquer forma, o filme acerta demais ao tratar da dialética entre percepção e perspectiva e ao mostrar como as contingências da vida podem afetar uma pessoa comum. Tem meio que uma jornada do herói, mas com os capítulos todos mal-encerrados. E a vida é assim mesmo. Perdi a audição de um dos lados depois de um acidente e talvez essa tenha sido a consequência mais leve do que aconteceu. Com certeza, o mais complicado é ver a vida das pessoas ao redor seguindo em frente e tomando caminhos que, talvez, não fossem seguidos se a contingência não tivesse se imposto. O filme mostrando isso de forma tão íntima foi, simplesmente, maravilhoso!
Desaparecida
3.7 289 Assista AgoraNaturalmente, é a mesma vibe de "Searching": bastante dinâmico e contemporâneo, sabe utilizar muito bem a linguagem visual e entrega algumas revelações interessantes ao longo da trama, conseguindo sustentar a tensão. Não é sensacional e não tem mais aquela "originalidade", mas mantém a qualidade, com toda a certeza.
Antes que o Diabo Saiba que Você Está Morto
3.7 332Filmão, grande elenco, narrativa e edição sensacionais.
Logo no começo tem uma cena com a Holly / Amy Ryan rindo do Ethan Hawke falido que é simplesmente maravilhosa.
Respire Fundo
3.4 69 Assista AgoraOs dois comentários abaixo resumem bem o filme e o seu impacto.
Suspeito X
3.4 31Gostei, admito, porém muito mais pela proposta do que pelo desenvolvimento em si.
Logo no começo, com a cena de mãe e filha matando o cara, fiquei extremamente impressionado com o filme. Porém, a narrativa, a forma como a história é contada e se desenvolve, é bastante fraca, lembrando um pouco as novelas brasileiras. Aliás, quando chegamos à cena do playback no karaokê, ficou parecendo uma novela da Record, né? =/
A própria reviravolta no final, embora tenha sido legal, foi apresentada de forma muito súbita, aos 45 do segundo tempo, e ficou parecendo um pouco "deus ex machina" na minha opinião.
Enfim, sinto que as ideias apresentadas são bastante interessantes, mas faltou a direção de um Almodóvar, alguém assim, para deixar o filme mais cru e mais tenso, sabe?
Dezesseis Facadas
3.3 399Meio básico, meio bobo, mas ok. O finalzinho é bem divertido!
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KEntendo todo o lance da ilusão do livre arbítrio, isso realmente fica claro como intenção do filme / episódio. Infelizmente, não achei tão bem executado e acaba ficando mais uma obra sobre esquizofrenia do que uma obra sobre liberdade de decisão ou interatividade
=/ No mais, tem um jogo do Switch chamado "Late Shift" que trabalha o tema de forma bem mais legal e acho que fiquei comparando o filme com o jogo praticamente o tempo todo.
Jogo Justo
3.4 155 Assista AgoraFilme muito bom, muito forte. Até uns três quartos do filme achei que a mensagem geral do filme poderia ser resumida na frase da protagonista:
I don't shit where I eat.
Porém, o filme vai muito, muito além, inclusive tratando de algumas zonas cinzentas na percepção das pessoas que estão literalmente vivendo aquela situação. Nesse ponto, aliás, o filme lembrou um pouco "Verdens verste menneske". Imagino que a ambientação do filme - todo o clima de "The Big Short" - talvez limite um pouco o alcance da mensagem. Ao mesmo tempo, tenho a certeza de que quem precisava mesmo receber esse recado chegou, pelo menos, até a segunda metade do filme.
Enfim, é um bom filme! Vale a pena!
Camaleões
3.3 194 Assista AgoraFilme interessante, denso, um pouco esticado (talvez), com grande elenco. Fica claro, desde o começo, que o filme não é sobre a investigação em si, mas sobre os investigadores. Essa proposta mais intimista me agradou bastante, mas senti que precisava de um pouco mais de dinamismo da metade para a frente. Foi bom ver a Alicia Silverstone novamente; a última vez foi em "Killing of a Sacred Deer", praticamente irreconhecível. Já um ponto negativo foi, certamente:
com uma hora e quarenta de filme, quando a trama já podia estar se fechando, tem aquela cena do pesadelo do del Toro. Puxa, fico extremamente frustrado quando isso acontece, sério mesmo.
A Bailarina
3.2 87 Assista AgoraJá tinha assistido e gostado muito do Call (A Ligação) e quando vi esse filme bombando na Netflix, não tive dúvidas e comecei a ver.
É sem dúvida uma grande homenagem à chamada Trilogia da Vingança, do Park Chan-wook. O pano de fundo (neste filme, na trilogia ou em outras obras sul-coreans como Squid Game) é algo que pensamos: "uma coisa assim não acontece no mundo real, mas bora...". Porém, sei lá, me parece que esse pano de fundo me parece cada vez menos improvável, ainda mais depois de algumas coisas que vi este ano, como as matérias do Fantástico sobre os grupos do Discord ou os mini-documentários da BBC sobre a indústria da pornografia no Japão. Enfim, para mim, a trama é meio que uma fusão de John Wick com os problemas do mundo moderno e eu curti. No mais, algumas escolhas do roteiro foram bastante interessantes,
como, por exemplo, o tiro bem dado na hora do chefe da gangue (não-)falar ou o contraste entre o vilão dominador na cama X o mais fraco de todos no grupo. E o lança-chamas me lembrou do jogo Last of Us, em 2014, porque cheguei na sala de cirurgia e mandei ver no lança-chamas também, dhasudhashdasua, então teve esse gostinho pessoal.
O filme é bom, diverte, dá material para pensar e promete tanto uma boa sequência como uma boa prequel!!
Sombras de um Crime
2.4 59 Assista AgoraNada para chamar a atenção, realmente.
Ninguém Vai Te Salvar
3.2 569 Assista AgoraAcho que o ponto forte são os diálogos, né?
Sinceramente, curti a ambientação e o figurino dos personagens humanos, mas de resto, achei muito fraco mesmo. Até entendendo que o filme todo é uma metáfora para a culpa, que a protagonista já era, ela mesma, uma "alien" na comunidade onde estava inserida, mas, puxa... roteiro clichê demais. Tinha uma sequência de ação promissora, achei que fosse se tornar uma releitura de terror de Esqueceram de Mim 1, mas nem isso... Os aliens também são muito mal construídos, parece que eles têm tecnologia absurda mas vêm para a Terra num jogo tipo Largados e Pelados, sei lá.
Enfim, poderia ser muito melhor, mas não é.
Doente de Mim Mesma
3.9 96 Assista AgoraTendo assistido imediatamente depois de "The Worst Person in the World", acho que simplesmente esperava mais, heheheh
A Pior Pessoa do Mundo
4.0 609 Assista AgoraPeguei para ver achando se tratar de algo como um Woody Allen atualizado, sabe? Mas é muito mais do que isso!
Praticamente um filme documental, um retrato extremamente fiel da vida cotidiana contemporânea. Nesse aspecto, cabe destacar como as atuações são magníficas, totalmente trabalhadas em nuances, sem nenhum grande evento motivador da ação dos personagens além das suas próprias rotinas.
O encadeamento das cenas, a divisão em capítulos e as intervenções cirúrgicas da narradora não tornam o filme fluido ou fácil de assistir, mas dão uma cara de diário que se encaixa perfeitamente na proposta da obra.
Difícil escolher uma cena favorita, pois cada uma parece ter um detalhe particular, um comentário feito na hora certa. De qualquer forma, acho que o melhor momento do filme foi
a cena em que o Elvind lê o texto da Julie que estava no lixo. No começo ela parece gostar dos comentários dele, depois muda subitamente e acaba sendo extremamente grosseira. Eu achei tão bizarro, tão "out-of-character", que fiquei assustado, sério mesmo. Pausei o filme e fiquei pensando: "quantas vezes eu mesmo não deixei de ser quem sou por conta de uma bobagem?"
O "defeito" que achei no roteiro:
os dois caras que a Julie encontra são exatamente quem ela estava precisando naquele momento da vida dela. Um pouco conveniente, muita sorte da moça, né? e tudo perfeitamente compreensível no fim das contas, heheehe.
Aliás, para finalizar:
a dicotomia representada pelos dois amantes sendo extrapolada para a dicotomia entre a vida e a morte. Foi praticamente uma letra dos Engenheiros do Hawaií transformada em filme. dhasudhasudhasudhusad zoeira, foi muito bom, muito bem feito!
Esse filme é sensacional!
Fale Comigo
3.6 976 Assista AgoraRealmente, um bom filme: curto, direto, sem enrolação. Uma história só, bastante pesada, como deve ser; contada sem malabarismos, nem de roteiro, nem de CGI.
Lady Vingança
4.0 456Acabo de ver este filme, muito tempo depois de ter assistido Oldboy pela primeira vez. Assim, embora ele não tenha o mesmo impacto emocional, acho até que ele é mais desenvolvido, trabalhando melhor as metáforas visuais. Antes de começar, imaginava algo mais para o gore, talvez uma releitura ou homenagem à "Lady Scorpion" (Female Prisoner 701: Scorpion) japonesa dos anos 70.
A primeira metade do filme tem a edição relativamente confusa, talvez até para evidenciar a colcha de retalhos que são as emoções e lembranças na mente da protagonista.
Há também alguns experimentalismos na cinematografia, que me lembraram Wes Anderson (estranho né?) e uma tomada muito legal em que filmam o confeiteiro estagiário através da janela e depois trazem a câmera, em plano contínuo, para dentro do quarto. Bem no começo também a protagonista faz referência a mesma temática do crime / acidente que marcam o primeiro filme da trilogia: a justificava falaciosa que supostamente convence os bandidos a sequestrarem uma criança e pedir um resgate.
Já a segunda metade é muito mais direta, retratando o plano da protagonista já consolidado, entrando em sua fase final.
O escolha do local da execução como uma escola abandonada, os familiares das vítimas assistindo as fitas e discutindo na sala de aula (inclusive com argumentos e posturas bastante infantis às vezes), a votação, a limpeza da "sala de aula" (prática tanto no Japão quanto na Coreia do Sul), todos esses elementos trazem uma força maravilhosa para o filme. E notável também que tanto na escola quanto na confeitaria, é a irmã de uma das vítimas aborda as questões financeira (uma discussão mais "madura"); e só quando o estagiário (que tem a mesma idade que a vítima principal teria) entra na confeitaria, que todos caem em si e retornam à realidade cotidiana.
Concluindo a questão das metáforas, há algumas outras que chamaram muito minha atenção:
primeiro, as duas velas vermelhas acesas em memória da primeira criança que foi assassinada e da própria protagonista. A protagonista, de fato, "morreu" no momento em que assumiu a culpa e foi condenada (pela justiça e pela sociedade). Essas velas queimam até se extinguirem e são, então, transformadas nas velas e no bolo que. inadvertidamente, os envolvidos reconhecem como sendo um bolo de aniversário, ou melhor, de renascimento.
Aliás, temos também o tofu na cena em que a protagonista deixa a prisão convertido no bolo de celebração que a protagonista entrega para sua filha, na cena final, do qual a menina prova só um pouquinho mas que a protagonista devora.
Além da circularidade dos elementos tanto do começo e quanto do fim do filme -- algo que só as grandes obras conseguem trabalhar -- tem a questão de haver algo doce na vingança, apesar de todo o preço e sacrifício que ela demanda.
Finalmente, entre as cenas finais do bolo temos, em preto e branco, a cena na qual a protagonista está no banheiro e a bola de gude vermelha - único elemento colorido - cai do seu bolso, rolando e chegando em uma visão da criança morta, que envelhece subitamente e cala a protagonista com a própria bolinha de gude. Além de trazer de volta o mesmo elemento "místico" que vimos no primeiro filme da trilogia (mais circularidade aqui também), essa cena lembrou demais a "Lista de Schindler". Logo após, o estagiário aparece cantando uma música sobre uma moça de sapatos vermelhos, reforçando ainda mais a referência.
Achei sensacional, claro!
Oldboy
4.3 2,3K Assista AgoraVi mais uma vez esta semana. E mais uma vez curti muito.
Uma coisa me chamou bastante a atenção: não sei em que versão da história acreditar, se na de Oh Dae-su ou se na de Lee Woo-jin. Assistindo agora, os dois não me parecem nada confiáveis =/
De qualquer forma, é um ótimo filme, sempre. Tenso, bizarro, personagens sendo testados nos limites das contingências, do descontrole e do desespero, engraçado em situações inesperadas, enfim, tudo de bom.
Mr. Vingança
4.0 409Quando assisti Oldboy, muitos anos atrás, realmente adorei o filme e fiquei animado ao descobrir que era o segundo filme de uma trilogia. No entanto, ouvi, à época, muitas críticas em relação ao primeiro (este) e ao terceiro (Lady Vengeance). Como era muito difícil encontrar filmes um pouco fora do mainstream, realmente deixei isso para lá... até hoje.
Consigo entender as críticas que ouvi naquela época porque, infelizmente, o baixo orçamento da produção fica muito evidente, logo de cara. E a edição do filme também não o favorece: algumas cenas são muito longas, outras desnecessárias, algumas sequências são muito abruptas. =/
Durante a primeira metade do filme, foi muito difícil ligá-lo a Oldboy, na verdade. Tanto pela temática geral da desiguldade social quanto pelo ator, sempre me vinha à mente o filme Parasite. SPOILER LEVE
Daí, quando começou a segunda metade, então, com a cena desoladora da chuva e da família! Parasite veio para ficar na minha mente.
SPOILER FORTE
Foi marcante a cena da menina entrando no rio. Na mesma hora lembrei da cena em que os amigos sequestradores a tinham visto justamente em uma aula de natação. Pensei comigo: é só para criar um clima de tensão. Depois que ela morreu, fiquei mesmo irritado. Como pode? Para quê ter a cena da aula de natação então? Só fui aceitar tudo que ocorreu depois da visão do pai e daí para frente comecei a achar realmente genial!
É, sem dúvidas, uma história excelente. Mal executada, me parece, mas ainda assim uma ótima história!
Renfield - Dando o Sangue Pelo Chefe
3.2 253 Assista AgoraBastante divertido!
Síndrome Mortal
3.4 42Direção e roteiro de Dario Argento. Trilha sonora de Ennio Morricone. E uma pegada totalmente David Lynch: roteiro, ambientação, os primórdios do CGI (primeiro filme italiano a usar o recurso, aliás), o limiar nebuloso entre o sonho, a mística e a realidade. Pesquisando agora, vi que não apenas esta, mas praticamente todas as obras de Argento dialogam bastante com as de Lynch *-*
Animais Noturnos
4.0 2,2K Assista AgoraSem dúvida, um dos meus favoritos neste ano. Roteiro extremamente denso e perturbador; diálogos tensos e provocativos; ação brutal. A talentosíssima Amy Adams encarna em sua atuação a solidão e o arrependimento.
Asteroid City
3.1 200 Assista AgoraSegue na mesma linha visual e narrativa dos demais filmes de Anderson, sem surpreender, mas jamais sendo chata também,