a grande força do filme é a personalidade do protagonista, que pode ser explorada em todas as situações do roteiro, intrigando o espectador quanto mais testa os limites da perversidade dele. claro, não sobra importância nenhuma pros personagens ao redor; a cega é interessante, mas a cena importante dela não é tão importante, e a filha dela infelizmente acaba mais no lado irritante do filme
as cenas geralmente constroem tensão de uma maneira muito inteligente, mas os picos dramáticos acabam sendo absurdos no sentido ruim. ainda assim, o cuidado que o filme tem em iluminar pouco a pouco a psiquê perigosa de Mark desde os menores detalhes é não só louvável como também é o alicerce pra essa história de voyeurismo apertar os botões cada vez mais desconfortáveis
como é reinvigorante assistir um filme que tem os dólares contados, pelo menos um que se beneficia disso. tudo na tela parece estar prestes a desmoronar, o que já estabelece um tom nervoso à narrativa
assisti faz pouco tempo You're Next e não engoli as atuações vagabundas, então fiquei com medo de continuar me decepcionando com atores amadores em outras obras. aqui, elas são absurdas e divertidas, mas você não precisa ver nenhuma além da central, que dá um teor enlouquecedor ao clímax. as burrices de filme de terror aqui servem o filme muito bem
claro que é tosco, mas é irritante o quão inútil esse filme é pro espectador moderno. a configuração é bem batida, mas ironicamente acho que é preciso ter uma atenção maior com as texturas, isto é, como câmera, luzes, locação e efeitos sonoros distinguem The Evil Dead, além de uma sacada inteligente de vez em quando
o Velho Oeste, um lugar árduo, onde algumas pobres almas se prenderam a fim de perseguir oportunidades. o filme desde o começo, quando um navio mais longo do mundo lentamente cruza o quadrado confinante da tela, já mostra a natureza ao mesmo tempo rica e restritiva; enquanto a folhagem é exuberante, as plantas mais a nível do chão parecem estar espalhadas de um modo que, se você tem familiaridade com o local e o período, já dá agonia - senão, essa dualidade vai ficar evidente ao longo desse filme mesmo.
é um mundo bem masculino: simplesmente não mandam mulheres praquelas bandas, como se não fossem sobreviver à viagem - e a única fêmea que sobreviveu é uma que eles podem ordenhar. nossos dois personagens no centro são como o outro lado do longa: gentis, bondosos e empáticos. isso logo irrita os outros brigões.
a amizade que eles constroem tem um charme pacato, igualmente masculina na economia de gestos, mas que difere em como é de boa natureza, construtiva, até honesta de certo modo, enquanto seus compatriotas estão numa trajetória pro inferno. é uma dinâmica calma e agradável, no artesanato de um e o empreendedorismo perene do outro, e eles desde o início complementam um ao outro com naturalidade.
assim como Wendy and Lucy, este filme da Kelly Reichardt tem uma simplicidade impressionante que carrega um caminhão de ruminações sobre o capitalismo. quando encontra um tipo de antagonista humano, ele meio que parece vir de outro filme. Só que isso se encaixa no esquema geral, e a tensão que traz à narrativa é muito eficaz
quem poderia prever que esse filme seria auto-indulgente? isso não é de todo mau, já que o Snyder parece bem equipado pra criar muitos momentos legais e alguns particularmente bonitos que têm, nesse aspecto de tela quadrado que eu gosto tanto, uma moldura que realça o talento por trás daquelas imagens. mas igualmente nós vemos o efeito da carta branca pra esse projeto reforçar os erros do Snyderverse, seja algo básico mas repetido à náusea como as vezes em que alguém explica a origem de certo mcguffin ou personagem (apesar disso e de seu temperamento, Cyborg tem um arco tocante, o qual foi introduzido completamente nesse filme de equipe), ou o outro lado da moeda em que o diretor concebe imagens bobas, não só as galhofas de coreografia ou uso pouco sábio de CGI, mas de um modo artístico mesmo, mise-en-scėne e tal
é um tanto satisfatório: alguns aspectos têm mesmo esse ar de resgate do que o filme era pra ter sido-- não, poderia ter sido. o jeito que os mocinhos vencem o mal aqui é bem bom também
o kinema de Edgar Wright é de muito entusiasmo e amor pela 7ª arte, com sua montagem que constantemente brinca com os personagens e tem uma energia tão vibrante que você nunca adivinharia que o cineasta tem quase 50 anos de idade - especialmente quando, nesse projeto, o Cinema se entrega à música. essas músicas, inclusive, são daqueles tipos de filme do Tarantino, o que dá um apelo universal ao filme e, juntas aos tradicionais roubos a bancos e perseguições de carro do caralho, deve se tornar um clássico e trocada como recomendação entre cinéfilos a torto e a direito
obs.: a montagem à queima-roupa no final é tão boa quanto a aberta que tem no filme todo. a consistência é boa demais
por que a animação tosca? por que o Groot tá maromba horrível? tem algo podre na Marvel que fica insistindo em depreciar certos valores de produção e nos mesmos tipos de piadas de mau gosto, especialmente essa patética de o monstrão sempre na verdade ser um indivíduo bem mais amigável do que nós achávamos. de resto é um reel de clichês de Sessão da Tarde, primeiro de ETs andando em NY e depois de confraternização de natal, apesar de Drax e Mantis tirarem umas 3 risadas minhas só pelo jeito que eles falam e a celebração no final ter aquecido meu coração. é bem um projeto paralelo, tratando a maioria dos personagens como botões que quando você aperta eles fazem algo "típico" que reduz esses indivíduos a um traço de personalidade pra agradar a mente simples da criança assistindo
se esparrama pela tela em perseguições deslumbrantes, sets ultra-coloridos ainda mais bonitos e as dinâmicas entre os personagens ainda mais hilárias que no primeiro. mas o looongo clímax tira o impulso da trama e descaracteriza a franquia com uma tempestade de CGI e trilha sonora épica que vemos em muitos blockbusters toscos por aí
entre os vários estilos de tirar o fôlego que a série teria ao longo dos anos, só não lembro se Ethan voltou a ter um carisma tão foda, um elemento à parte no filme
adiciona um nível de sofisticação ao primeiro filme, conferindo uma melancolia à ação e progredindo os personagens e o mundo de maneira simples, mas que tem um impacto que não dá pra negar, por causa da atenção que a série mostra ter com as peças e o tabuleiro. só que a maior parte das lutas continua sendo livre de emoções que não sejam a admiração por coreografia, filmagem e iluminação planejados até os mínimos detalhes
parece um trailer ruim de duas horas, com o fluxo constante de estímulo visual que só serve pra chamar a atenção antes do filme; as piadinhas bobas, incluindo referências ordinárias a outros filmes e memes ou sei lá o quê; o ator limitado ou pela incapacidade de atuar ou porque o personagem é comicamente inexpressivo; e as falas muitas vezes aparentemente sendo cortadas no final pra diminuir a duração do filme.
nisso e no resto, é bastante convenção num filme, mas tudo feito de um jeito mais desengonçado que o normal. mas além disso, vários elementos parecem ser tirados dos filmes mais recentes do MCU, o que não favorece a desoriginalidade aqui - mesmo que, parando pra pensar, é possível que a Marvel só tenha popularizado algo que a DC criou, considerando como as duas editoras se copiam há décadas nos quadrinhos. porém, pra algumas pessoas vai ser uma revelação, já que o longa insiste em como ele não é como os outros do gênero porque vagabundo vai morrer mesmo e os herois que se opõem a isso só estão atrapalhando
noir parece uma expressão tão pura do Cinema e o "neo" dá o tratamento pós-moderno de reproduzir as regras antigas em temáticas legais pra caralho como esta aqui.
o Andrew Garfield realmente CLICOU comigo quando reassisti a No Way Home, e aqui os olhares expressivos dele são muito bons
imagens vibrantes do paraíso da CGI não formam uma trama cativante e personagens interessantes, e ouvir aquele diálogo militar tosco do James Cameron é engraçado de um jeito ruim.
tenho motivação pra ver o próximo filme por alguns motivos: o diretor tem moral, ter um filme inteiro falhar por questões de roteiro não garante que um cineasta comercial esteja perdendo o jeito e aquela prévia do 2 que eles colocaram nos créditos foi emocionante (Eu Quero Ser Biólogo)
o tom que o filme começa, urgente mas de um jeito divertido, retratando as mazelas de ser super-heroi através da vida de um adolescente, é acertado, mas pelo que já vimos em mais de 25 filmes, não dura pra sempre, dando lugar a um monte de ação com CGI que muitas vezes é decepcionante, e dessa vez não é diferente.
as cenas que fizeram o povo gritar no cinema realmente são muito boas, mas um tanto da conversa entre os Aranhas é meio bobo. além disso, os únicos vilões que são personagens e não pokémon do multiverso são o Doc Oc e o Duende. pra uma personagem à qual não me apeguei, a morte da May me tocou dessa vez. o jeito inocente que o Peter chora funciona bastante
a experiência de sentir desespero na metade de um filme que deveria ser bom mas não é, e depois tristeza pelo mesmo filme estar chegando ao fim depois de consertar as coisas. porque depois de passar por mil personagens curiosos com seus milhares de histórias, lá pelo meio se cria um período de intermissão na minha cabeça e eu comento com a mesma pessoa que sempre me acompanha ao cinema (eu): ao contrário do fantástico American Hustle, este filme não está contando uma história com uma fração da diversão da daquele filme. mas essa é uma história que se beneficia de ter estabelecido seus milhares de peças, e no final ela é redimida pelo seu coração - assim como a mensagem final, o filme nos faz dar muito valor ao calor humano de pessoas que só estão tentando viver depois que o sistema os mastiga e cospe; em contrapartida, os tipos por trás das conspirações nefastas se revelam tão repulsivos que, COMO VILÕES, até rendem um sorriso
a premissa minúscula exorbita as marcas registradas da Ghibli: uma sensibilidade preciosa, a natureja, majestosa, o carinho pela infância e momentos de terror que são apavorantes mas não destoam do resto da obra. a fofura é demais. o filme inteiro é uma miniatura, e isso vai além da exploração da casa do ponto de vista dos Coletores: a vilã é simplesmente uma governanta querendo se livrar de uma "praga", o clímax é só uma missão de resgate. mas nada disso é decepcionante, porque o tempo todo a animação e o design de som causam assombro, só que sem exagerar a ponto de tornar a premissa em um simples truque
muitas coisas são genéricas, mas as que não são formam uma narrativa que tem a base da nossa empatia com seus personagens e momentos potentes que têm algo importante pra dizer
ótimo por introduzir uma situação fascinante e manter nossa atenção com cenários, atuações e personagem (Nathan, fascinante) excelentes até o fim - onde eu me decepcionei de primeira, mas dps lembrei que eu gosto de conclusões súbitas e secas, e agora vejo que é um forte exemplo de como a imagem no cinema ganha poder mesmo que somente por se associar às que vieram antes
era tão bom no começo, quando a protagonista explora o ambiente pacífico como se ela estivesse abrindo os braços e puxando com força os raios de sol pra sua pele; é tudo sutil, mas a Jessie Buckley porta uma intensidade nesses olhares ao redor (e também quando os olhos se fecham) que é perfeitamente apropriado quando vemos que isso não traduz pra nenhum overacting. esse começo de filme é também ótimo quando o flashback central da narrativa aparece pela primeira vez; digo isso porque daí em diante Men revela uma estrutura extremamente batida, e o flashback é até clichê em como ele periodicamente interrompe a trama cada vez mais estranha com uma reiteração do trauma essencial da Harper, inclusive com um uso de câmera lenta que talvez você já consiga imaginar lendo isto. é bem frustrante ver os sustos do Alex Garland, até interessantes como ideias, mas sem uma habilidade pro terror da parte do diretor. porém, pelo lado simbólico, é um caso de estudo: Men é tão simples no seu comentário quanto seu título, em que cada característica daquele pesadelo é um bullet point da patriarquia como a conhecemos hoje. muitas das metáforas são naturais, e no todo, há uma pureza nelas; porém algumas são apresentadas na tela com uma ênfase que não favorece a simplicidade dos "argumentos" (eles não realmente são isso; são iterações de coisas recorrentes através das quais o masculino subjuga o feminino diariamente), e em alguns momentos eles soam até bobos (o fato de todos na vila terem a mesma aparência permanece por muito tempo sem que o filme pareça admitir o ridículo da situação). e, pelo amor de Deus, depois do clímax de Annihilation e isto, limitem o acesso do Alex Garland à CGI.
quando a premissa do filme é basicamente um personagens atravessando um portal e se deparando com um mundo maravilhoso, eu sempre me desanimo um tanto - penso em como vários supostos clássicos elaboram essa maravilha com uma checklist que impressiona vários normies. mas, por mais que este filme não seja tão anormal, o novo reino no qual vamos parar é encantador com sua enxurrada de rostos... de seres mágicos, mesmo quando o sistema capitalista da casa de banhos não oferece muita bondade com os trabalhadores (literalmente todos abaixo da CEO dos banhos). as cores incríveis que eu tive o prazer de apreciar nos outros dois filmes do Miyazaki aos quais assisti estão aqui também, e o mundo é habitado por figuras cujos conteúdos vagos são adoráveis (provavelmente só pra mim, porque metáforas devem ser todos e eu não capto muito subtexto em nada que assisto)
Mortal Kombat
2.7 1,0K Assista Agorasó checando se hoje em dia as adaptações de videogame satisfazem a fantasia dos jogos ou prestam como filmes isolados
as piadas com o clássico narrador das lutas foram de surpreendentemente apropriadas a bizarramente fora de lugar
A Tortura do Medo
3.9 149a grande força do filme é a personalidade do protagonista, que pode ser explorada em todas as situações do roteiro, intrigando o espectador quanto mais testa os limites da perversidade dele. claro, não sobra importância nenhuma pros personagens ao redor; a cega é interessante, mas a cena importante dela não é tão importante, e a filha dela infelizmente acaba mais no lado irritante do filme
as cenas geralmente constroem tensão de uma maneira muito inteligente, mas os picos dramáticos acabam sendo absurdos no sentido ruim. ainda assim, o cuidado que o filme tem em iluminar pouco a pouco a psiquê perigosa de Mark desde os menores detalhes é não só louvável como também é o alicerce pra essa história de voyeurismo apertar os botões cada vez mais desconfortáveis
Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio
3.8 1,4K Assista Agoracomo é reinvigorante assistir um filme que tem os dólares contados, pelo menos um que se beneficia disso. tudo na tela parece estar prestes a desmoronar, o que já estabelece um tom nervoso à narrativa
assisti faz pouco tempo You're Next e não engoli as atuações vagabundas, então fiquei com medo de continuar me decepcionando com atores amadores em outras obras. aqui, elas são absurdas e divertidas, mas você não precisa ver nenhuma além da central, que dá um teor enlouquecedor ao clímax. as burrices de filme de terror aqui servem o filme muito bem
claro que é tosco, mas é irritante o quão inútil esse filme é pro espectador moderno. a configuração é bem batida, mas ironicamente acho que é preciso ter uma atenção maior com as texturas, isto é, como câmera, luzes, locação e efeitos sonoros distinguem The Evil Dead, além de uma sacada inteligente de vez em quando
First Cow: A Primeira Vaca da América
3.8 131 Assista Agorao Velho Oeste, um lugar árduo, onde algumas pobres almas se prenderam a fim de perseguir oportunidades. o filme desde o começo, quando um navio mais longo do mundo lentamente cruza o quadrado confinante da tela, já mostra a natureza ao mesmo tempo rica e restritiva; enquanto a folhagem é exuberante, as plantas mais a nível do chão parecem estar espalhadas de um modo que, se você tem familiaridade com o local e o período, já dá agonia - senão, essa dualidade vai ficar evidente ao longo desse filme mesmo.
é um mundo bem masculino: simplesmente não mandam mulheres praquelas bandas, como se não fossem sobreviver à viagem - e a única fêmea que sobreviveu é uma que eles podem ordenhar. nossos dois personagens no centro são como o outro lado do longa: gentis, bondosos e empáticos. isso logo irrita os outros brigões.
a amizade que eles constroem tem um charme pacato, igualmente masculina na economia de gestos, mas que difere em como é de boa natureza, construtiva, até honesta de certo modo, enquanto seus compatriotas estão numa trajetória pro inferno. é uma dinâmica calma e agradável, no artesanato de um e o empreendedorismo perene do outro, e eles desde o início complementam um ao outro com naturalidade.
assim como Wendy and Lucy, este filme da Kelly Reichardt tem uma simplicidade impressionante que carrega um caminhão de ruminações sobre o capitalismo. quando encontra um tipo de antagonista humano, ele meio que parece vir de outro filme. Só que isso se encaixa no esquema geral, e a tensão que traz à narrativa é muito eficaz
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3Kquem poderia prever que esse filme seria auto-indulgente? isso não é de todo mau, já que o Snyder parece bem equipado pra criar muitos momentos legais e alguns particularmente bonitos que têm, nesse aspecto de tela quadrado que eu gosto tanto, uma moldura que realça o talento por trás daquelas imagens. mas igualmente nós vemos o efeito da carta branca pra esse projeto reforçar os erros do Snyderverse, seja algo básico mas repetido à náusea como as vezes em que alguém explica a origem de certo mcguffin ou personagem (apesar disso e de seu temperamento, Cyborg tem um arco tocante, o qual foi introduzido completamente nesse filme de equipe), ou o outro lado da moeda em que o diretor concebe imagens bobas, não só as galhofas de coreografia ou uso pouco sábio de CGI, mas de um modo artístico mesmo, mise-en-scėne e tal
é um tanto satisfatório: alguns aspectos têm mesmo esse ar de resgate do que o filme era pra ter sido-- não, poderia ter sido. o jeito que os mocinhos vencem o mal aqui é bem bom também
Em Ritmo de Fuga
4.0 1,9K Assista Agorao kinema de Edgar Wright é de muito entusiasmo e amor pela 7ª arte, com sua montagem que constantemente brinca com os personagens e tem uma energia tão vibrante que você nunca adivinharia que o cineasta tem quase 50 anos de idade - especialmente quando, nesse projeto, o Cinema se entrega à música. essas músicas, inclusive, são daqueles tipos de filme do Tarantino, o que dá um apelo universal ao filme e, juntas aos tradicionais roubos a bancos e perseguições de carro do caralho, deve se tornar um clássico e trocada como recomendação entre cinéfilos a torto e a direito
obs.: a montagem à queima-roupa no final é tão boa quanto a aberta que tem no filme todo. a consistência é boa demais
Guardiões da Galáxia: Especial de Festas
3.5 169 Assista Agorapor que a animação tosca? por que o Groot tá maromba horrível? tem algo podre na Marvel que fica insistindo em depreciar certos valores de produção e nos mesmos tipos de piadas de mau gosto, especialmente essa patética de o monstrão sempre na verdade ser um indivíduo bem mais amigável do que nós achávamos. de resto é um reel de clichês de Sessão da Tarde, primeiro de ETs andando em NY e depois de confraternização de natal, apesar de Drax e Mantis tirarem umas 3 risadas minhas só pelo jeito que eles falam e a celebração no final ter aquecido meu coração. é bem um projeto paralelo, tratando a maioria dos personagens como botões que quando você aperta eles fazem algo "típico" que reduz esses indivíduos a um traço de personalidade pra agradar a mente simples da criança assistindo
Guardiões da Galáxia Vol. 2
4.0 1,7K Assista Agorase esparrama pela tela em perseguições deslumbrantes, sets ultra-coloridos ainda mais bonitos e as dinâmicas entre os personagens ainda mais hilárias que no primeiro. mas o looongo clímax tira o impulso da trama e descaracteriza a franquia com uma tempestade de CGI e trilha sonora épica que vemos em muitos blockbusters toscos por aí
Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida
4.0 668 Assista Agoraeu tô sempre oscilando entre gostar e não gostar da linguagem do Spielberg
Missão: Impossível
3.5 516 Assista Agoraentre os vários estilos de tirar o fôlego que a série teria ao longo dos anos, só não lembro se Ethan voltou a ter um carisma tão foda, um elemento à parte no filme
Guardiões da Galáxia
4.1 3,8K Assista Agoralista de acertos desse filme que a Marvel não tem acertado mais:
larga mão.
John Wick: Um Novo Dia Para Matar
3.9 1,1K Assista Agoraadiciona um nível de sofisticação ao primeiro filme, conferindo uma melancolia à ação e progredindo os personagens e o mundo de maneira simples, mas que tem um impacto que não dá pra negar, por causa da atenção que a série mostra ter com as peças e o tabuleiro. só que a maior parte das lutas continua sendo livre de emoções que não sejam a admiração por coreografia, filmagem e iluminação planejados até os mínimos detalhes
Adão Negro
3.1 687 Assista Agoraparece um trailer ruim de duas horas, com o fluxo constante de estímulo visual que só serve pra chamar a atenção antes do filme; as piadinhas bobas, incluindo referências ordinárias a outros filmes e memes ou sei lá o quê; o ator limitado ou pela incapacidade de atuar ou porque o personagem é comicamente inexpressivo; e as falas muitas vezes aparentemente sendo cortadas no final pra diminuir a duração do filme.
nisso e no resto, é bastante convenção num filme, mas tudo feito de um jeito mais desengonçado que o normal. mas além disso, vários elementos parecem ser tirados dos filmes mais recentes do MCU, o que não favorece a desoriginalidade aqui - mesmo que, parando pra pensar, é possível que a Marvel só tenha popularizado algo que a DC criou, considerando como as duas editoras se copiam há décadas nos quadrinhos.
porém, pra algumas pessoas vai ser uma revelação, já que o longa insiste em como ele não é como os outros do gênero porque vagabundo vai morrer mesmo e os herois que se opõem a isso só estão atrapalhando
O Mistério de Silver Lake
3.0 289 Assista Agoranoir parece uma expressão tão pura do Cinema e o "neo" dá o tratamento pós-moderno de reproduzir as regras antigas em temáticas legais pra caralho como esta aqui.
o Andrew Garfield realmente CLICOU comigo quando reassisti a No Way Home, e aqui os olhares expressivos dele são muito bons
Desejo e Perigo
3.9 108 Assista Agoraeu passei mal na reta final
Avatar
3.6 4,5K Assista Agoraimagens vibrantes do paraíso da CGI não formam uma trama cativante e personagens interessantes, e ouvir aquele diálogo militar tosco do James Cameron é engraçado de um jeito ruim.
tenho motivação pra ver o próximo filme por alguns motivos: o diretor tem moral, ter um filme inteiro falhar por questões de roteiro não garante que um cineasta comercial esteja perdendo o jeito e aquela prévia do 2 que eles colocaram nos créditos foi emocionante (Eu Quero Ser Biólogo)
Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa
4.2 1,8K Assista Agorao tom que o filme começa, urgente mas de um jeito divertido, retratando as mazelas de ser super-heroi através da vida de um adolescente, é acertado, mas pelo que já vimos em mais de 25 filmes, não dura pra sempre, dando lugar a um monte de ação com CGI que muitas vezes é decepcionante, e dessa vez não é diferente.
as cenas que fizeram o povo gritar no cinema realmente são muito boas, mas um tanto da conversa entre os Aranhas é meio bobo. além disso, os únicos vilões que são personagens e não pokémon do multiverso são o Doc Oc e o Duende.
pra uma personagem à qual não me apeguei, a morte da May me tocou dessa vez. o jeito inocente que o Peter chora funciona bastante
Amsterdã
3.0 157a experiência de sentir desespero na metade de um filme que deveria ser bom mas não é, e depois tristeza pelo mesmo filme estar chegando ao fim depois de consertar as coisas. porque depois de passar por mil personagens curiosos com seus milhares de histórias, lá pelo meio se cria um período de intermissão na minha cabeça e eu comento com a mesma pessoa que sempre me acompanha ao cinema (eu): ao contrário do fantástico American Hustle, este filme não está contando uma história com uma fração da diversão da daquele filme. mas essa é uma história que se beneficia de ter estabelecido seus milhares de peças, e no final ela é redimida pelo seu coração - assim como a mensagem final, o filme nos faz dar muito valor ao calor humano de pessoas que só estão tentando viver depois que o sistema os mastiga e cospe; em contrapartida, os tipos por trás das conspirações nefastas se revelam tão repulsivos que, COMO VILÕES, até rendem um sorriso
O Mundo dos Pequeninos
4.2 652 Assista Agoraa premissa minúscula exorbita as marcas registradas da Ghibli: uma sensibilidade preciosa, a natureja, majestosa, o carinho pela infância e momentos de terror que são apavorantes mas não destoam do resto da obra. a fofura é demais.
o filme inteiro é uma miniatura, e isso vai além da exploração da casa do ponto de vista dos Coletores: a vilã é simplesmente uma governanta querendo se livrar de uma "praga", o clímax é só uma missão de resgate. mas nada disso é decepcionante, porque o tempo todo a animação e o design de som causam assombro, só que sem exagerar a ponto de tornar a premissa em um simples truque
O Ódio que Você Semeia
4.3 457muitas coisas são genéricas, mas as que não são formam uma narrativa que tem a base da nossa empatia com seus personagens e momentos potentes que têm algo importante pra dizer
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista Agoraótimo por introduzir uma situação fascinante e manter nossa atenção com cenários, atuações e personagem (Nathan, fascinante) excelentes até o fim - onde eu me decepcionei de primeira, mas dps lembrei que eu gosto de conclusões súbitas e secas, e agora vejo que é um forte exemplo de como a imagem no cinema ganha poder mesmo que somente por se associar às que vieram antes
A Fortaleza Escondida
4.2 54enfadonho, mas alguns segmentos são muito bons
Men: Faces do Medo
3.2 394 Assista Agoraera tão bom no começo, quando a protagonista explora o ambiente pacífico como se ela estivesse abrindo os braços e puxando com força os raios de sol pra sua pele; é tudo sutil, mas a Jessie Buckley porta uma intensidade nesses olhares ao redor (e também quando os olhos se fecham) que é perfeitamente apropriado quando vemos que isso não traduz pra nenhum overacting. esse começo de filme é também ótimo quando o flashback central da narrativa aparece pela primeira vez; digo isso porque daí em diante Men revela uma estrutura extremamente batida, e o flashback é até clichê em como ele periodicamente interrompe a trama cada vez mais estranha com uma reiteração do trauma essencial da Harper, inclusive com um uso de câmera lenta que talvez você já consiga imaginar lendo isto.
é bem frustrante ver os sustos do Alex Garland, até interessantes como ideias, mas sem uma habilidade pro terror da parte do diretor. porém, pelo lado simbólico, é um caso de estudo: Men é tão simples no seu comentário quanto seu título, em que cada característica daquele pesadelo é um bullet point da patriarquia como a conhecemos hoje. muitas das metáforas são naturais, e no todo, há uma pureza nelas; porém algumas são apresentadas na tela com uma ênfase que não favorece a simplicidade dos "argumentos" (eles não realmente são isso; são iterações de coisas recorrentes através das quais o masculino subjuga o feminino diariamente), e em alguns momentos eles soam até bobos (o fato de todos na vila terem a mesma aparência permanece por muito tempo sem que o filme pareça admitir o ridículo da situação). e, pelo amor de Deus, depois do clímax de Annihilation e isto, limitem o acesso do Alex Garland à CGI.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista Agoraquando a premissa do filme é basicamente um personagens atravessando um portal e se deparando com um mundo maravilhoso, eu sempre me desanimo um tanto - penso em como vários supostos clássicos elaboram essa maravilha com uma checklist que impressiona vários normies. mas, por mais que este filme não seja tão anormal, o novo reino no qual vamos parar é encantador com sua enxurrada de rostos... de seres mágicos, mesmo quando o sistema capitalista da casa de banhos não oferece muita bondade com os trabalhadores (literalmente todos abaixo da CEO dos banhos). as cores incríveis que eu tive o prazer de apreciar nos outros dois filmes do Miyazaki aos quais assisti estão aqui também, e o mundo é habitado por figuras cujos conteúdos vagos são adoráveis (provavelmente só pra mim, porque metáforas devem ser todos e eu não capto muito subtexto em nada que assisto)