Deve ser o único filme da Jennifer Aniston que consegue colocá-la de fato para atuar (e achei que ela se saiu muito bem, por sinal) e suscita algum tipo de reflexão. Não entendo por que as pessoas aqui não gostaram. Quédizê.
Por mais que o Michael Moore adore polemizar tudo e não seja das fontes mais confiáveis, vale a pena assistir e ter um momento de reflexão sobre os rumos de nossa civilização.
Os depoimentos que o filme insere têm partes boas, mas reparei que os motivos pelos quais o filme é elogiado me fazem pensá-lo como uma verdadeira babaquice. Pois se ele trata de representar a "juventude indie e cool contemporânea" e suas frustrações de uma maneira interessante, deus que me livre: dois serezinhos vazios projetando amor no primeiro gatcheenho que aparece, cagando um para o outro a partir disso. Tudo é plástico no filme. E a aparição do Louis Garrel (quer ator "cool" mais cultuado por essa juventude representada ali?) serve para mostrar que estarão presos a essa lógica de aparências e projeção eternamente. Reproduzindo os cacoetes de muitos filmes "indie" e "cool", esse "Amores imaginários" acaba se afogando na própria plasticidade. Muitas referências, cenas bonitas, músicas legais, mas nada que vá além do clichê "cool". Tudo é aparência, o que muda é o grau de sofisticação para se maquiar o oco. Isso me assusta um pouco. Sem contar que achei constrangedoramente divertida a ode que o filme faz ao cigarro, outro elemento jovem, moderno, descolado, indie etc. que não podia faltar.
Uma cena que achei o máximo foi quando a menina critica a peça por ser pomposa ou wannabequalquercoisa e depois chama o cara pra um restaurante vietnamita. (?)
O contato com uma personagem que com naturalidade se mantém de "bem com a vida", sendo simpática com estranhos e que usa roupas de "mau gosto" parece nos desconcertar com êxito, pois tendemos a julgá-la como babaca, estranha e cafona, respectivamente. E para que servem esses julgamentos todos? Ela não está bem consigo mesma e pronto? O fato de nos incomodarmos com alguém que está bem significa o quê?
Não consigo ver o filme como uma simples mensagenzinha de otimismo. É só lembrar que no início Poppy foge do livro cujo título citava algo como "o caminho para a realidade". A história não é nada ingênua ao assinalar o comportamento da personagem como um deslocamento. Isso se nota na melancólica cena do lago e naquela da discussão com o instrutor, o qual interpretava as atitudes dela de forma completamente diferente das suas intenções. Gosto muito de como Poppy se depara com seu contraponto justamente numa situação em que tem que lidar com direção, controle, ordenamento... É seu "choque de realidade". E a constatação de que sua realidade é então paralela, sim. Mas isso faz necessariamente de Poppy uma pessoa irresponsável, anestesiada para a vida, e por isso inconscientemente infeliz? Acredito que não. Ela se mostra alguém que quer ajudar as pessoas, mudar o mundo de alguma forma, o que é um pensamento cada vez mais distante na mente de todos nós, como um esquecimento. Pois estamos tão entretidos em nossas agonias e, aí sim, talvez a palavra anestesia tenha melhor aplicação.
Muito comovente e convincente. Não cai em apelações dramáticas fáceis, o que é mérito de um roteiro bastante sóbrio. Os atores estãos excelentes: fiquei especialmente feliz de ver o rosto da Nicole Kidman funcionando bem outra vez, pós-botox. E a Sandra Oh proporciona uma cena hilária. Recomendo. :]
P.S.: os comentários falando que o filme é raso e afins só me fizeram pensar no quanto as pessoas estão habituadas a consumir as coisas da maneira mais fácil possível. Tudo tem que ser dado, entregue, ter um final bem amarrado, não suscitando nenhuma reflexão posterior. Que ótimo, não? Não, que triste.
Adorei! Apesar de levemente trash. É bom pra ver a Débora Bloch pirralha (com cabelo surreal e sem nenhuma depilação haha), o Cazuza dando uma de ator (tem Barão Vermelho e Lobão participando também), ouvir música decente e conhecer o Lauro Corona, galã da época que morreu de aids alguns anos depois. Recomendo, acho que é uma forma eficaz de se ter contato com a primeira metade dos anos 80 no Brasil. E tem uma cena rápida e curiosa envolvendo a bandeira dos EUA (!).
Marcou minha infância (?). Revê-lo todo esse tempo depois me trouxe boas lembranças. No fim das contas, é um filme simples, que desce doce. Mas coloco nos meus favoritos sem hesitar. Ah, e amo a Mary-Louise Parker. =]
Fico impressionado com a aridez gelada desse filme. Por ser um pouco fechado (e mesmo reprimido na forma), ganhou muito na revisão! Tive um orgasmo na cena em que
ela corre e grita atrás do velho em meio ao cenário com ovelhas e como o encadeamento das imagens a equipara àqueles bichos. Isso parece ser algo recorrente no próprio filme, num tom naturalista mesmo.
Incrível como nem por isso os personagens são rasos, isto é, eles incorporam comportamentos que se contradizem, sendo completamente humanos. Não há vilão e mocinho: todos ali têm os dois dentro de si. Recomendo!
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraCurioso:
Cada Um Com Seu Cinema
3.8 160Eu me realizei completamente por meio do curta do Lars von Trier.
Deus da Carnificina
3.8 1,4KMorri!
Por um Sentido na Vida
3.1 202Deve ser o único filme da Jennifer Aniston que consegue colocá-la de fato para atuar (e achei que ela se saiu muito bem, por sinal) e suscita algum tipo de reflexão. Não entendo por que as pessoas aqui não gostaram. Quédizê.
Capitalismo: Uma História de Amor
4.0 221Por mais que o Michael Moore adore polemizar tudo e não seja das fontes mais confiáveis, vale a pena assistir e ter um momento de reflexão sobre os rumos de nossa civilização.
Eu Matei Minha Mãe
3.9 1,3KGritaria dos infernos. :P
Amores Imaginários
3.8 1,5KOs depoimentos que o filme insere têm partes boas, mas reparei que os motivos pelos quais o filme é elogiado me fazem pensá-lo como uma verdadeira babaquice. Pois se ele trata de representar a "juventude indie e cool contemporânea" e suas frustrações de uma maneira interessante, deus que me livre: dois serezinhos vazios projetando amor no primeiro gatcheenho que aparece, cagando um para o outro a partir disso. Tudo é plástico no filme. E a aparição do Louis Garrel (quer ator "cool" mais cultuado por essa juventude representada ali?) serve para mostrar que estarão presos a essa lógica de aparências e projeção eternamente. Reproduzindo os cacoetes de muitos filmes "indie" e "cool", esse "Amores imaginários" acaba se afogando na própria plasticidade. Muitas referências, cenas bonitas, músicas legais, mas nada que vá além do clichê "cool". Tudo é aparência, o que muda é o grau de sofisticação para se maquiar o oco. Isso me assusta um pouco. Sem contar que achei constrangedoramente divertida a ode que o filme faz ao cigarro, outro elemento jovem, moderno, descolado, indie etc. que não podia faltar.
Uma cena que achei o máximo foi quando a menina critica a peça por ser pomposa ou wannabequalquercoisa e depois chama o cara pra um restaurante vietnamita. (?)
Simplesmente Feliz
3.4 254O contato com uma personagem que com naturalidade se mantém de "bem com a vida", sendo simpática com estranhos e que usa roupas de "mau gosto" parece nos desconcertar com êxito, pois tendemos a julgá-la como babaca, estranha e cafona, respectivamente. E para que servem esses julgamentos todos? Ela não está bem consigo mesma e pronto? O fato de nos incomodarmos com alguém que está bem significa o quê?
Não consigo ver o filme como uma simples mensagenzinha de otimismo. É só lembrar que no início Poppy foge do livro cujo título citava algo como "o caminho para a realidade". A história não é nada ingênua ao assinalar o comportamento da personagem como um deslocamento. Isso se nota na melancólica cena do lago e naquela da discussão com o instrutor, o qual interpretava as atitudes dela de forma completamente diferente das suas intenções. Gosto muito de como Poppy se depara com seu contraponto justamente numa situação em que tem que lidar com direção, controle, ordenamento... É seu "choque de realidade". E a constatação de que sua realidade é então paralela, sim. Mas isso faz necessariamente de Poppy uma pessoa irresponsável, anestesiada para a vida, e por isso inconscientemente infeliz? Acredito que não. Ela se mostra alguém que quer ajudar as pessoas, mudar o mundo de alguma forma, o que é um pensamento cada vez mais distante na mente de todos nós, como um esquecimento. Pois estamos tão entretidos em nossas agonias e, aí sim, talvez a palavra anestesia tenha melhor aplicação.
Reencontrando a Felicidade
3.5 622Muito comovente e convincente. Não cai em apelações dramáticas fáceis, o que é mérito de um roteiro bastante sóbrio. Os atores estãos excelentes: fiquei especialmente feliz de ver o rosto da Nicole Kidman funcionando bem outra vez, pós-botox. E a Sandra Oh proporciona uma cena hilária. Recomendo. :]
P.S.: os comentários falando que o filme é raso e afins só me fizeram pensar no quanto as pessoas estão habituadas a consumir as coisas da maneira mais fácil possível. Tudo tem que ser dado, entregue, ter um final bem amarrado, não suscitando nenhuma reflexão posterior. Que ótimo, não? Não, que triste.
Bete Balanço
3.1 114 Assista AgoraAdorei! Apesar de levemente trash. É bom pra ver a Débora Bloch pirralha (com cabelo surreal e sem nenhuma depilação haha), o Cazuza dando uma de ator (tem Barão Vermelho e Lobão participando também), ouvir música decente e conhecer o Lauro Corona, galã da época que morreu de aids alguns anos depois. Recomendo, acho que é uma forma eficaz de se ter contato com a primeira metade dos anos 80 no Brasil. E tem uma cena rápida e curiosa envolvendo a bandeira dos EUA (!).
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraSinto dificuldade em opinar sobre esse filme.
O Enigma de Kaspar Hauser
4.0 328"- Fico feliz em conhecê-lo! Conte-nos, como era sua vida no cativeiro?
- Melhor do que aqui fora."
Acho que me identifiquei com ele.
Tomates Verdes Fritos
4.2 1,3K Assista AgoraMarcou minha infância (?). Revê-lo todo esse tempo depois me trouxe boas lembranças. No fim das contas, é um filme simples, que desce doce. Mas coloco nos meus favoritos sem hesitar. Ah, e amo a Mary-Louise Parker. =]
Inverno da Alma
3.5 938Fico impressionado com a aridez gelada desse filme. Por ser um pouco fechado (e mesmo reprimido na forma), ganhou muito na revisão! Tive um orgasmo na cena em que
ela corre e grita atrás do velho em meio ao cenário com ovelhas e como o encadeamento das imagens a equipara àqueles bichos. Isso parece ser algo recorrente no próprio filme, num tom naturalista mesmo.
Incrível como nem por isso os personagens são rasos, isto é, eles incorporam comportamentos que se contradizem, sendo completamente humanos. Não há vilão e mocinho: todos ali têm os dois dentro de si. Recomendo!
Mamãe é de Morte
3.5 295Esse filme modelou minha personalidade na infância. :P
Melhor humor negro! Morro de rir na parte dos trotes. [2]