Wanderson

Todo piloto tem seus problemas. O que eu posso fazer é extrair os melhores aspectos da trama que possui algum potencial. A verdade é que, mesmo com alguns problemas na trama, construção de personagens e aquele (bem perigoso) amontoado de informações, Gotham é sem dúvidas uma série com lapsos de ser algo jamais visto. De verdade, essa série promete! Queria conversar de novo com todo mundo que me disse na vida que "super-herói é coisa de criança...". O clima sombrio e frio das esquinas é algo que eu gosto tanto, remontam os tempos antigos de Batman nas telonas, com sua roupagem mais puxada pros quadrinhos (atmosfera que sempre admirei). As atuações de Robin Lord Taylor (Pinguim) e, mesmo que só aparecendo de relance, Cory Michael Smith (Charada) - que, por sinal, é a cara do Jim Carrey - animaram bastante. David Mazouz (Bruce) eu conhecia de Touch, série já cancelada com Kiefer Sutherland. Garoto talentoso... E Ben McKenzie (Gordon), de O.C. e Southland, parece ter realmente encontrado seu estilo de atuação, menos "moleque" e mais maduro, concentrado. A participação de Selina Kyle (Camren Bicondova) é um pouco forçada, mas ela tem a cara de um gato, portanto não dá pra cobrar muito... Não dá pra formar uma opinião mais concreta, a própria série ainda não se estabeleceu e talvez nem saiba o que vai dar. Mas que é uma boa aposta, isso sim. Anima só pelo fato dos nomes dos vilões que estão sendo trabalhados. Espero que o façam bem.

Os dois primeiros episódios dão conta de todas as transformações que o pessoal tá vivendo, seja Penny, que agora se encaminha para uma nova etapa, com novo emprego e o recente noivado com Leonard; ou mesmo Sheldon que, percebendo não digerir bem um espaço com mudanças, se vê cada vez mais dependente de seus amigos, se afastando - mesmo que vagarosamente - daquela figura teimosa e impossível de conviver. Ainda temos Howard, que parece finalmente querer fazer seu doutorado... O humor continua fantástico, mas com a pitada de maturidade que nós esperávamos. Vamos aguardar o desenrolar dessa que promete ser uma grande temporada.

[spoiler][/spoiler]

Finalmente cheguei ao fim da primeira temporada. A sensação é aquela já conhecida por aficionados de séries/filmes de ótima qualidade: preciso iniciar a continuação. A segunda temporada já está "na agulha" e espero fortes emoções, tais como as que me foram oferecidas nesta temporada inicial. Li muito textos sobre House of Cards, a maioria deles justificando o nosso "dever" em assistir essa série. Esse "desespero" das matérias se auto-justifica: a série é realmente fantástica! As relações em que Frank Underwood (Kevin Spacey) nos envolve, e todas as tensões na luta pelo poder político, são um atrativo que nos estimula, agregado ao olho no olho de Frank com seu espectador, tocando, sempre que possível, em suas feridas, fraquezas, medos, suspeitas, etc. House of Cards não é apenas uma série sobre poder político, que por si só já seria o bastante, mas é um tratado forte que evidencia as relações reais e veladas no âmago da aclamada meritocracia e da condição humana da luta pelos espaços, independente do que lhes custe. De toda forma, apesar de grande habilidade para manipular os que estão a sua volta, Underwood parece ter menos controle da situação a cada episódio, mesmo no auge de sua carreira e objetivos recém-alcançados. Esses 13 episódios prometem!