Tenebroso, pavoroso, abominável... e não no bom sentido. Além de uma trama confusa, que percorre mil personagens e não desenvolve nenhum deles -- nem sequer estabelece em que pé tá a Laurie Strode --, Halloween Kills sofre do complexo de Segundo Filme Numa Trilogia, i.e., não tem identidade própria, serve apenas como uma ponte entre ponto A e ponto C, vai do nada a lugar nenhum.
Engraçado pensar que os roteiristas tinham a pretensão de gravar este e o remake de 2018 ao mesmo tempo, mas optaram por produzir Kills depois de saberem como o reboot da franquia seria recebido para "aprenderem com possíveis erros". Pois é, não aprenderam nada com o que deu certo.
Acho que mais risível e frustrante do que a subtrama sem pé nem cabeça da histeria coletiva dentro do hospital foi terem achado razoável usarem a Laurie Strode para EXPLICAR a mística em torno do Michael Myers. Os caras EXPLICARAM a narrativa E o personagem descaradamente só pra garantir que de fato o filme é tão idiota quanto parece. Genial.
Essa temporada é muito melhor do que tinha qualquer direito de ser. Infelizmente fica toda cagada quando chega o final. Seria muito mais empolgante terminar o último episódio com as expectativas de como seria o futuro da série com a Love assumindo o protagonismo como uma mãe solteira completamente despirocada e tendo que lidar com diversos traumas, mas optaram pela saída fácil de dar um MAIS UM reboot na vida amorosa do Joe. Espero que seu passado consiga alcançar seus passos.
Ô filme chato do cacete. Historicamente importante, esteticamente revolucionário e culturalmente revelador, joga os holofotes nos marginalizados e revela à luz do escrutínio as hipocrisias sociais. Ousado, sagaz e com um final de encher os olhos, mas, puta merda, como é chato e enfadonho. Obrigado, Nelson Pereira dos Santos.
É um filme com uma forte história e uma direção simples mas eficiente e muito confiante no material do roteiro. A narrativa nos conduz devagar, não tem pressa, e nos faz pouco a pouco entender os ideais dos personagens -- e acredito que seja nestes que está o problema.
Sim, fui convencido das razões e da veracidade de cada um deles, contudo, mesmo que haja a intenção de humanizar o policial carrasco, há uma forçada tentativa de unidimensionar o Jonas, cuja personalidade pode ser resumida em "líder babaca do grupo".
Além disso, para um filme baseado em eventos e pessoas reais, há uma ausência de emoções, de disparates, de eloquência, de intemperança, de furor nos personagens. Todos parecem estar lendo um texto -- o que em si não é de todo um problema, desde que toda a estética combinasse com isso, o que não é o caso.
É um baita dum elenco, com atores que já se provaram em diversos gêneros e obras ao longo dos anos, então acredito que tenha sido uma escolha consciente da direção em conduzir o elenco dessa maneira, mas me falha a compreensão do porquê isso foi feito.
Acredito que esse excesso de serenidade combinou apenas com o personagem do Alan Arkin, que apresenta uma caracterização comedida mas extremamente sensível. Fiquei impressionado com a interpretação do Pedro Cardoso que, mesmo num sujeito demais controlado, ainda vemos dor e fogo em seus olhos.
Uma importante adição à nossa história cinematográfica.
Por razões que não vêm ao caso agora, esse filme me tocou profundamente. A dor e a angústia que o personagem do Jake Gyllenhaal carrega no olhar são palpáveis. Ao longo de 1h30, ele prova mais uma vez as razões pelas quais é um dos melhores atores vivos. Nic Pizzolatto e Antoine Fuqua tecem uma narrativa de mais absoluta tensão que, quando finalmente se quebra, nos deixa arrematados no chão com a performance vocal da Riley Keough, que consistentemente tem se mostrado uma atriz com papéis cada vez mais interessantes e exigentes. Obra prima simplesmente fenomenal que me fez querer checar o original no qual se baseia.
Foi do nada a lugar nenhum. Continuamos sem saber o que raios este homem fez pra ser perseguido pelo governo americano e pra ter a esposa comendo na mão dele (convenhamos, o papo de migração aviária, algoritmos e mudanças climáticas é balela, né).
Por falar na esposa, ô personagem complexa. Mesmo sem desenvolvimento suficiente, fiquei fascinado pra entender por que uma mulher rica, culta, bem vivida e inteligente dessas se sujeita a essas situações mesmo incomodada e com cara de quem não tá gostando.
Uma das coisas que poderia ter movimentado a narrativa e alterado o núcleo familiar é a menina ter lido que na verdade foi sequestrada quando bebê, mas infelizmente não deu em absolutamente nada. A impressão que fica é que a série NECESSITA ir de ponto A para ponto B independente do que aconteça, mesmo que isso empobreça a história.
De qualquer forma, Justin Theroux como sempre convence qualquer um com sua cara de louco gostoso e olhos que exalam intensidade. Espero ver ele correndo de calça moletom na segunda temporada.
A trilha musical foi tudo pra mim, consegui visualizar um Tom & Jerry correndo de um lado pro outro.
Acredito que é bem sucedido nos seus questionamentos quanto a relacionamentos e suas bases falhas construídas muitas vezes em mentiras, assim como no tocante ao nível existencial, metafísico da coisa. Afinal, se o Ethan não tivesse feito aquela substituição na casa, o que a Sophie fez poderia ser classificado como traição?
Os personagens e seus duplos têm características suficientes para não serem caricaturais ou demais opostos. Nesse sentido, sutis mas engenhosos efeitos visuais colaboram na construção dessa narrativa que tenta MUITO não ser dicotômica ou maniqueísta, mesmo oscilando demais entre a tênue linha da Persona vs Sombra, da Luzes vs Trevas, da Mentira vs Verdade.
Para melhor ou para pior, descamba num final corrido e inconclusivo: de que adiantaram as fitas, as fotos, o previsível escritório vazio e o café da manhã que já sabíamos como seria? Não fornecem muitas respostas nem adicionam muito à mitologia criada, mas também não me parece esse tipo de filme, sabe?
Obra prima em termos de condução artística, condensação de tantas pistas e testemunhas (é muita informação, gente!) e de, mesmo que a contra gosto, abrir suspeitas e brechas para ambos lados da história. Nunca deixa a vítima de lado em favor de enfocar no suspeito -- cumpre com a obrigação de nos apresentar Sophie em todas suas facetas.
Uma mãe, uma filha, uma irmã, uma esposa, uma amiga, uma sobrinha, uma prima, uma turista... mas, sobretudo, uma mulher complexa, uma artista, poeta, fascinada pelas artes e pela natureza, pela condição humana, pelo mórbido, pelo corpo. Antes de ser uma vítima, Sophie foi uma pessoa, e isso compreende tudo o que se pode concluir desta afirmação.
Muitas produções do tipo acabam esquecendo de que, antes de qualquer coisa, estão falando de alguém, uma pessoa, um ser humano com personalidade e traços afetivos e familiares.
Que nunca nos esquecemos ou ignoremos o fator humano em detrimento de glorificar ou espetacular o grotesco e o violento -- sob a pena de nos tornarmos um Ian Bailey da vida.
Primeiro filme do Almodóvar que eu vi. Me questionando aqui sobre a ética e a estética do sujeito. Ambas me deixaram muito intrigado e instigado, assim como a súbita mudança de comportamento da Marina -- em um momento tá virando o quarto de ponta cabeça pra fugir e no outro só sentou e foi magicamente seduzida? Nheeeeeee, sei não, hein.
Senti uma vibe extremamente sardônica com o conjunto de tudo que foi apresentado no filme, então tô encarando isso daqui muito mais como uma paródia, mesmo que desproposital, dos elementos abordados do que qualquer outra coisa.
Christopher Nolan pode ser muitas coisas, inclusive um contador de histórias demasiadamente frio, mas não dá pra negar que os filmes do homem exalam Cinema.
Ewan McGregor claramente de saco cheio ao longo do filme inteiro me representou demais. O título cai aqui como uma luva. Aliás, alguém precisa dizer ao Mike Flanagan que existem outras cores além de seu azul cinzento dessaturado.
Nem em Taxi Driver eu fiquei tão incomodado com a potência de close ups, eu queria tirar a câmera dali, me angustiava olhar tão intimamente para as feições da Sylwia, que, para minha surpresa, é extremamente likable desde o início.
Sua exagerada obsessão consigo mesma me deixou ridiculamente desconfortável na cena em que dialoga com uma fã e ignora completamente os traumas de sua interlocutora em detrimento de uma suposta confissão sobre como enxerga seu relacionamento com seus seguidores e como trocaria isso por um "amor verdadeiro" -- perspectiva que muda radicalmente ao fim da narrativa. Foi uma genuína mudança ou apenas mais uma propaganda de si mesma?
Notável também é o paralelo entre seu companheiro de trabalho e o esquisitão do carro. Ambos realizam o mesmo "gesto" mas em contextos diferentes, o que acredito que revela algo sobre a natureza dos homens em sua vida e que faz estalar algo dentro dela sobre como é vista por aqueles que ela acredita piamente estar inspirando.
Sylwia, sua vida, seu filme e a fotografia que o acompanha são inquietantes, mas igualmente hipnotizantes.
Tô mal pra caralho. Experiência sem igual. Pra quem tem familiaridade com filmes de investigação de crimes reais e mockumentaries, isso daqui é um prato cheio. Entrega um macabro e minucioso estudo de personagem e as profundamente traumatizantes consequências do que acontece com as vítimas daqueles que gostam de brincar de deus. Senti o impacto.
Não rebate as bolas que levanta, não elabora muito sobre o que pretende responder, fica num mela cueca do vai pra cá-vai pra lá, tem uma desnecessária, abrupta, mal feita e preguiçosa edição de som e nem como homenagem ao padre e ao escritor serve direito. William Friedkin tava com preguiça e eu também. Pelo menos ele tem dinheiro, Oscar e o apreço das pessoas, já eu, não. Então vamos trabalhar porque eu também quero fazer filme preguiçoso quando alcançar meus 80 anos.
Num futuro distópico, temos uma jornada bem Dora, a Aventureira, com Homem Aranha e Rey, e com direito até mesmo ao Mapa e à Mochila -- todos fugindo do Raposo interpretado pelo Hannibal Lecter. Não entendi o que a galera detestou tanto nesse filme.
Fiquei fascinado pelos efeitos visuais dos pensamentos e como interagem com os elementos reais do filme. A ingenuidade bruta do garoto e a engenhosidade astuta da menina me cativaram. O pregador em labaredas de fúria exala uma vibe indescritível, me sentia num RPG toda vez que abria a boca kkkkkkkkkk
Admirável é o trabalho da continuidade em manter camuflados os dois anos que se passaram entre a produção e as regravações -- é indistinguível o que foi gravado em 2017 e o que foi em 2019.
Achei muito instigante todo o rolê de só homens terem seus pensamentos expostos e de odiarem as mulheres por isso, por ser enlouquecedor terem aquelas que tanto gostariam de enganar vendo toda sua podridão a céu aberto. Muito simbólico de uma sociedade manipulativa, ostentadora e em constante estado de guerra.
Halloween Kills: O Terror Continua
3.0 684 Assista AgoraTenebroso, pavoroso, abominável... e não no bom sentido. Além de uma trama confusa, que percorre mil personagens e não desenvolve nenhum deles -- nem sequer estabelece em que pé tá a Laurie Strode --, Halloween Kills sofre do complexo de Segundo Filme Numa Trilogia, i.e., não tem identidade própria, serve apenas como uma ponte entre ponto A e ponto C, vai do nada a lugar nenhum.
Engraçado pensar que os roteiristas tinham a pretensão de gravar este e o remake de 2018 ao mesmo tempo, mas optaram por produzir Kills depois de saberem como o reboot da franquia seria recebido para "aprenderem com possíveis erros". Pois é, não aprenderam nada com o que deu certo.
Acho que mais risível e frustrante do que a subtrama sem pé nem cabeça da histeria coletiva dentro do hospital foi terem achado razoável usarem a Laurie Strode para EXPLICAR a mística em torno do Michael Myers. Os caras EXPLICARAM a narrativa E o personagem descaradamente só pra garantir que de fato o filme é tão idiota quanto parece. Genial.
Você (3ª Temporada)
3.5 361 Assista AgoraEssa temporada é muito melhor do que tinha qualquer direito de ser. Infelizmente fica toda cagada quando chega o final. Seria muito mais empolgante terminar o último episódio com as expectativas de como seria o futuro da série com a Love assumindo o protagonismo como uma mãe solteira completamente despirocada e tendo que lidar com diversos traumas, mas optaram pela saída fácil de dar um MAIS UM reboot na vida amorosa do Joe. Espero que seu passado consiga alcançar seus passos.
Rio, 40 Graus
3.9 86 Assista AgoraÔ filme chato do cacete. Historicamente importante, esteticamente revolucionário e culturalmente revelador, joga os holofotes nos marginalizados e revela à luz do escrutínio as hipocrisias sociais. Ousado, sagaz e com um final de encher os olhos, mas, puta merda, como é chato e enfadonho. Obrigado, Nelson Pereira dos Santos.
O Que é Isso, Companheiro?
3.8 341 Assista AgoraÉ um filme com uma forte história e uma direção simples mas eficiente e muito confiante no material do roteiro. A narrativa nos conduz devagar, não tem pressa, e nos faz pouco a pouco entender os ideais dos personagens -- e acredito que seja nestes que está o problema.
Sim, fui convencido das razões e da veracidade de cada um deles, contudo, mesmo que haja a intenção de humanizar o policial carrasco, há uma forçada tentativa de unidimensionar o Jonas, cuja personalidade pode ser resumida em "líder babaca do grupo".
Além disso, para um filme baseado em eventos e pessoas reais, há uma ausência de emoções, de disparates, de eloquência, de intemperança, de furor nos personagens. Todos parecem estar lendo um texto -- o que em si não é de todo um problema, desde que toda a estética combinasse com isso, o que não é o caso.
É um baita dum elenco, com atores que já se provaram em diversos gêneros e obras ao longo dos anos, então acredito que tenha sido uma escolha consciente da direção em conduzir o elenco dessa maneira, mas me falha a compreensão do porquê isso foi feito.
Acredito que esse excesso de serenidade combinou apenas com o personagem do Alan Arkin, que apresenta uma caracterização comedida mas extremamente sensível. Fiquei impressionado com a interpretação do Pedro Cardoso que, mesmo num sujeito demais controlado, ainda vemos dor e fogo em seus olhos.
Uma importante adição à nossa história cinematográfica.
A Menina que Matou os Pais
3.1 680 Assista AgoraAcabei de ver o que é essencialmente um filme universitário com os nomes de Carla Diaz, Mauricio Eça e Ilana Casoy nos créditos.
O Culpado
3.0 454 Assista Agora"Broken people save broken people."
Por razões que não vêm ao caso agora, esse filme me tocou profundamente. A dor e a angústia que o personagem do Jake Gyllenhaal carrega no olhar são palpáveis. Ao longo de 1h30, ele prova mais uma vez as razões pelas quais é um dos melhores atores vivos. Nic Pizzolatto e Antoine Fuqua tecem uma narrativa de mais absoluta tensão que, quando finalmente se quebra, nos deixa arrematados no chão com a performance vocal da Riley Keough, que consistentemente tem se mostrado uma atriz com papéis cada vez mais interessantes e exigentes. Obra prima simplesmente fenomenal que me fez querer checar o original no qual se baseia.
O Esquadrão Suicida
3.6 1,3K Assista AgoraTudo que eu precisava num filme do Esquadrão ❤️
Viúva Negra
3.5 1,0K Assista AgoraO Kevin Feige realmente não vai muito com a cara da Scarlett Johansson, né.
A Costa do Mosquito (1ª Temporada)
3.5 15Foi do nada a lugar nenhum. Continuamos sem saber o que raios este homem fez pra ser perseguido pelo governo americano e pra ter a esposa comendo na mão dele (convenhamos, o papo de migração aviária, algoritmos e mudanças climáticas é balela, né).
Por falar na esposa, ô personagem complexa. Mesmo sem desenvolvimento suficiente, fiquei fascinado pra entender por que uma mulher rica, culta, bem vivida e inteligente dessas se sujeita a essas situações mesmo incomodada e com cara de quem não tá gostando.
Uma das coisas que poderia ter movimentado a narrativa e alterado o núcleo familiar é a menina ter lido que na verdade foi sequestrada quando bebê, mas infelizmente não deu em absolutamente nada. A impressão que fica é que a série NECESSITA ir de ponto A para ponto B independente do que aconteça, mesmo que isso empobreça a história.
De qualquer forma, Justin Theroux como sempre convence qualquer um com sua cara de louco gostoso e olhos que exalam intensidade. Espero ver ele correndo de calça moletom na segunda temporada.
Complicações Do Amor
3.6 218 Assista AgoraA trilha musical foi tudo pra mim, consegui visualizar um Tom & Jerry correndo de um lado pro outro.
Acredito que é bem sucedido nos seus questionamentos quanto a relacionamentos e suas bases falhas construídas muitas vezes em mentiras, assim como no tocante ao nível existencial, metafísico da coisa. Afinal, se o Ethan não tivesse feito aquela substituição na casa, o que a Sophie fez poderia ser classificado como traição?
Os personagens e seus duplos têm características suficientes para não serem caricaturais ou demais opostos. Nesse sentido, sutis mas engenhosos efeitos visuais colaboram na construção dessa narrativa que tenta MUITO não ser dicotômica ou maniqueísta, mesmo oscilando demais entre a tênue linha da Persona vs Sombra, da Luzes vs Trevas, da Mentira vs Verdade.
Para melhor ou para pior, descamba num final corrido e inconclusivo: de que adiantaram as fitas, as fotos, o previsível escritório vazio e o café da manhã que já sabíamos como seria? Não fornecem muitas respostas nem adicionam muito à mitologia criada, mas também não me parece esse tipo de filme, sabe?
Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime
3.4 387Humano. Terrivelmente humano.
Sophie: Assassinato em West Cork
3.4 25Obra prima em termos de condução artística, condensação de tantas pistas e testemunhas (é muita informação, gente!) e de, mesmo que a contra gosto, abrir suspeitas e brechas para ambos lados da história. Nunca deixa a vítima de lado em favor de enfocar no suspeito -- cumpre com a obrigação de nos apresentar Sophie em todas suas facetas.
Uma mãe, uma filha, uma irmã, uma esposa, uma amiga, uma sobrinha, uma prima, uma turista... mas, sobretudo, uma mulher complexa, uma artista, poeta, fascinada pelas artes e pela natureza, pela condição humana, pelo mórbido, pelo corpo. Antes de ser uma vítima, Sophie foi uma pessoa, e isso compreende tudo o que se pode concluir desta afirmação.
Muitas produções do tipo acabam esquecendo de que, antes de qualquer coisa, estão falando de alguém, uma pessoa, um ser humano com personalidade e traços afetivos e familiares.
Que nunca nos esquecemos ou ignoremos o fator humano em detrimento de glorificar ou espetacular o grotesco e o violento -- sob a pena de nos tornarmos um Ian Bailey da vida.
Arlequina (2ª Temporada)
4.4 42 Assista AgoraOBRA PRIMA
Ata-me!
3.7 550Primeiro filme do Almodóvar que eu vi. Me questionando aqui sobre a ética e a estética do sujeito. Ambas me deixaram muito intrigado e instigado, assim como a súbita mudança de comportamento da Marina -- em um momento tá virando o quarto de ponta cabeça pra fugir e no outro só sentou e foi magicamente seduzida? Nheeeeeee, sei não, hein.
Senti uma vibe extremamente sardônica com o conjunto de tudo que foi apresentado no filme, então tô encarando isso daqui muito mais como uma paródia, mesmo que desproposital, dos elementos abordados do que qualquer outra coisa.
Gostei do vermelho.
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraChristopher Nolan pode ser muitas coisas, inclusive um contador de histórias demasiadamente frio, mas não dá pra negar que os filmes do homem exalam Cinema.
Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraEwan McGregor claramente de saco cheio ao longo do filme inteiro me representou demais. O título cai aqui como uma luva. Aliás, alguém precisa dizer ao Mike Flanagan que existem outras cores além de seu azul cinzento dessaturado.
Suor
3.6 41 Assista AgoraNem em Taxi Driver eu fiquei tão incomodado com a potência de close ups, eu queria tirar a câmera dali, me angustiava olhar tão intimamente para as feições da Sylwia, que, para minha surpresa, é extremamente likable desde o início.
Sua exagerada obsessão consigo mesma me deixou ridiculamente desconfortável na cena em que dialoga com uma fã e ignora completamente os traumas de sua interlocutora em detrimento de uma suposta confissão sobre como enxerga seu relacionamento com seus seguidores e como trocaria isso por um "amor verdadeiro" -- perspectiva que muda radicalmente ao fim da narrativa. Foi uma genuína mudança ou apenas mais uma propaganda de si mesma?
Notável também é o paralelo entre seu companheiro de trabalho e o esquisitão do carro. Ambos realizam o mesmo "gesto" mas em contextos diferentes, o que acredito que revela algo sobre a natureza dos homens em sua vida e que faz estalar algo dentro dela sobre como é vista por aqueles que ela acredita piamente estar inspirando.
Sylwia, sua vida, seu filme e a fotografia que o acompanha são inquietantes, mas igualmente hipnotizantes.
Arlequina (1ª Temporada)
4.4 68 Assista AgoraQue porra de série caótica do caralho. Eu AMO!!!
As Fitas de Poughkeepsie
3.1 372Tô mal pra caralho. Experiência sem igual. Pra quem tem familiaridade com filmes de investigação de crimes reais e mockumentaries, isso daqui é um prato cheio. Entrega um macabro e minucioso estudo de personagem e as profundamente traumatizantes consequências do que acontece com as vítimas daqueles que gostam de brincar de deus. Senti o impacto.
O Diabo e o Padre Amorth
2.4 104 Assista AgoraNão rebate as bolas que levanta, não elabora muito sobre o que pretende responder, fica num mela cueca do vai pra cá-vai pra lá, tem uma desnecessária, abrupta, mal feita e preguiçosa edição de som e nem como homenagem ao padre e ao escritor serve direito. William Friedkin tava com preguiça e eu também. Pelo menos ele tem dinheiro, Oscar e o apreço das pessoas, já eu, não. Então vamos trabalhar porque eu também quero fazer filme preguiçoso quando alcançar meus 80 anos.
À Espreita do Mal
3.6 899O que tem de auto indulgente tem de surpreendente -- e isso é muito mais do que se pode dizer da maioria dos filmes já feitos.
Mundo em Caos
2.7 250 Assista AgoraNum futuro distópico, temos uma jornada bem Dora, a Aventureira, com Homem Aranha e Rey, e com direito até mesmo ao Mapa e à Mochila -- todos fugindo do Raposo interpretado pelo Hannibal Lecter. Não entendi o que a galera detestou tanto nesse filme.
Fiquei fascinado pelos efeitos visuais dos pensamentos e como interagem com os elementos reais do filme. A ingenuidade bruta do garoto e a engenhosidade astuta da menina me cativaram. O pregador em labaredas de fúria exala uma vibe indescritível, me sentia num RPG toda vez que abria a boca kkkkkkkkkk
Admirável é o trabalho da continuidade em manter camuflados os dois anos que se passaram entre a produção e as regravações -- é indistinguível o que foi gravado em 2017 e o que foi em 2019.
Achei muito instigante todo o rolê de só homens terem seus pensamentos expostos e de odiarem as mulheres por isso, por ser enlouquecedor terem aquelas que tanto gostariam de enganar vendo toda sua podridão a céu aberto. Muito simbólico de uma sociedade manipulativa, ostentadora e em constante estado de guerra.
Women can see right through your bullshit.
Halston
3.9 67 Assista AgoraEwan McGregor interpretando um viadão afetado bem gostoso, estiloso, posudo e exagerado é tudo de que eu precisava.
Reflexões de um Liquidificador
3.8 582 Assista AgoraMe senti lendo um conto do Edgar Allan Poe ambientado nos subúrbios paulistanos e recheado de humor banal brasileiro.