Sensação constante de que já vi esse filme tantas vezes antes — nisso que dá apresentar diversos tropes familiares sem colocar um spin diferenciado sequer em nenhum deles.
Sam Esmail é um contador de histórias ímpar, e sustentou pelo menos duas sequências de tensão como ninguém com uso de montagem paralela, mas sinceramente não entendi quando não apresentou nada próprio ao longo da duração do filme.
Azul como motif recorrente na fotografia e na direção de arte, mas não diz ao que veio em momento algum.
Elogios aos efeitos visuais assustadores e aos movimentos de câmera inventivos, mas esparsos e sem justificativa.
Funcionaria melhor como o piloto de alguma série, já que é patente a tentativa descarada de set up uma franquia insossa e sem muita sustância.
Fiquei completamente transtornado com isso daqui. Me lembrou de situações da adolescência e me estimulou a pensar em possibilidades da vida futura. Me fez pensar sobre como somos tão frágeis e como nossos momentos de maior vulnerabilidade podem afetar radicalmente a forma como vemos e pensamos no mundo e nas pessoas à nossa volta. Um lembrete para me cuidar e cuidar dos meus. Cuidem-se.
Um ótimo final para um filme tenebrosamente irregular. Impressionante como Margot Robbie faz milagre com texto medíocre.
Suas críticas e pretensa subversão de valores e estereótipos ultrapassados poderiam soar mais críveis e menos como lógica de mercado e rebranding se não fosse literalmente um produto encomendado.
É uma propaganda de um ideal da mulher ocidental em forma de narrativa com 2 horas de duração e artistas incríveis tanto na frente quanto por trás das câmeras, funcionando de forma similar a como filmes da Marvel são propaganda militaristas e do ideal de ordem norte americano.
Não é um crime se divertir com esse filme, só não dá pra deixar de lado que são as mesmas estruturas totalizantes de sempre por trás disso daqui, apenas com uma roupagem nova para um público diferente.
Barbie está para subversão do patriarcado como a camisa do flamengo estampada com a cara do Che Guevara vendida por ambulantes fora do Maracanã está para um símbolo comunista. Pelo menos dei boas gargalhadas.
Ausência de sutileza, um Joaquin Phoenix monotônico e Ari Aster precisando urgentemente resolver seus mommy issues… um verdadeiro e ousado tour de force que mais parece uma sessão de terapia à céu aberto. Por mais enfadonho e repetitivo, é sempre bom saber que ainda existe audácia, carne e sustância no Cinema mainstream hollywoodiano.
Como é extasiante quando se tem a oportunidade de entrar em contato com uma verdadeira obra prima. Os monólogos reminiscentes de Taxi Driver, pensamentos errantes, desconexos, irracionais... A voz do interior, da desrazão. A negação do social, o confronto com o Outro, o despertar do eu. A esterilidade da vida a dois, o queimar do errado, do desaprovado, do rejeitado. A abordagem da mulher como ser masculino, às avessas com seu feminino... a reapropriação e ressignificação do ser feminino em conjunto à subversão do masculino. A renúncia a rótulos e demais categorizações. O Corpo como ente social, sua serventia e propósitos ambivalentes, muitas vezes contraditórios e de mútua destruição. Terminamos o filme transformados. Não há sentido inerente ao primordial, rudimentar e cru âmago humano.
Estranha autobiografia do filho do Cronenberg, uma de excessos e privilégios… senti um momento meio interlúdio de A Casa Que Jack Construiu em que o Lars Von Trier aleatoriamente esmerilha seus críticos. Por mais criativo e intencional, alguém ainda tem que comer muito feijão com arroz pra meter essa tão cedo na bem acolchoada carreira.
O personagem do Colin Firth tendo que cantarolar em meio às lagrimas de mágoa e dor pra conseguir contar seus traumas de infância para seu novo amigo me quebrou profundamente.
Como pode esse ser um dos melhores filmes que eu já vi?
Me tocou a alma profundamente, me deixou inconformado e confuso, perturbado e enojado. Ainda conseguiu me tirar umas risadas de desconforto e incredulidade. Já me vi no lugar dos quatro personagens de destaque e é tão insuportável ser o Pádraic de alguém, quando se é ao mesmo tempo a Siobhán de muitos.
Uma sensação constante e insidiosa de não pertencimento e incompreensão. Uma vez Roger Ebert disse que “Of the many imprisonments possible in our world, one of the worst must be to be inarticulate — to be unable to tell another person what you really feel." e eu acho que isso resume bem a relação dos personagens aqui.
Um inadequado sexual. Um súbito desperto do desperdício de tempo que foi sua vida. Uma que vê e entende mais do que gostaria. E um que se perde em si e no local onde vive. Como pode um filme de natureza tão boba ser tão cruel e enfiar as garras tão profundamente em nossos corações?
Creio que ainda me falta maturidade e tempo de vida pra apreender o completo escopo do texto e dos temas apresentados no filme, mas acho que é isso: nossos conflitos são em grande parte tão bobos. Somos em grande parte tão bobos.
São filmes como esse que me lembram das razões pelas quais faço Cinema.
Uma aula completa, do início ao fim, não só de Cinema, mas também sobre como se fazer uma linda e comovente história com personagems que se destroem, destroem aos outros e destroem suas relações por não saberem lidar com seu sofrimento, sua culpa e seus fracassos.
São pessoas honestas, reais, lindas, incríveis e transformadoras. Há sempre uma luz no fim do túnel.
É engraçado como Rua Cloverfield, 10 foi concebido como um projeto sem qualquer relação com o filme de monstros Cloverfield mas foi incorporado com sucesso como sua continuação, enquanto isso daqui teve sua concepção como uma sequência de uma franquia que já tentou de tudo e no final acaba mostrando que serviria melhor como qualquer outra coisa, até mesmo como um projeto independente à parte, menos como o “último” seguimento de Halloween.
Só vale a pena pelo embate “final” entre a Laurie, que brilha nos poucos momentos em que o diretor e os QUATRO roteiristas lembram que a protagonista da franquia há 40 anos existe, e o Michael Myers, que por algum motivo decidiu viver como o rato das Tartarugas Ninjas e fazer escolinha dentro do esgoto.
A Jamie Lee Curtis como sempre faz valer seu status de nepobaby e imbui de emoções e significados subjacentes a trajetória de uma mulher eternamente maculada e perseguida pelos crimes da figura masculina que obsessivamente tenta destruir tudo em sua vida — se vingando ao botar pra fora todas suas frustrações e sonhos perdidos por traumas muito mal resolvidos. Como mulher e como pessoa, a Laurie merece destruir o mal que a persegue simplesmente por existir e finalmente ter o mínimo de sossego possível.
Simbolicamente seu ato final é inspirador e emocionalmente carregado de sentidos. Nós te vemos e nos orgulhamos de você, Laurie Strode.
Apesar do filme se cagar todo ao se achar muito mais inteligente do que realmente é, colocando uma reviravolta sem pé nem cabeça — tão mal costurada que precisa de uma narração incesssante para ser explicada aos pormenores —, me causou uma baita surpresa pela caracterização do Poe.
Conhecido por seus contos de mistério e poemas belamente melancólicos, poderia se esperar que a sua versão ficctícia aqui apresentada se mostrasse igualmente soturna e beirando à depressão, mas não. Somos introduzidos a um jovem, sim, marcadamente esquisito e traumatizado, mas também cheio de empolgação, com certos tiques idiossincráticos, ridículo e engraçado em meio à sua pompa juvenil, carregado de floreios e com uma vitalidade invejável.
Eu amei esse Poe.
Mesmo que idealizado e ficcional, dá uma ponta de esperança a uma figura que teve uma vida tão trágica e mergulhada na penúria. É uma tocante homenagem a um sujeito que contribuiu tanto ao imaginário público e à construção da cultura ocidental.
Obrigado por terem feito um Poe momentaneamente “feliz”.
O tipo de filme que se acha muito mais inteligente do que é.
Dá pra imaginar a cara da roteirista em êxtase egoico na cena em que as quatro últimas meninas utilizam todo tipo de termo e expressão pós-linguagem para insultar uma a outra — coitada, ela deve ter se sentido TÃO sagaz com todas essas piscadelas ao público. Nhe.
A razão da morte inicial é tão telegrafada que faz com que todo o desenrolar se torne virtualmente inútil porque se sustenta por inteiro no fator surpresa a ser revelado no final. Contudo as atrizes fazem um verdadeiro tour de force com suas personagens insuportáveis e tiram leite de pedra em suas performances.
É um retrato até que acurado do mutável e extremamente sensível tempo em que vivemos, mas o tom que não se encontra, perdido entre sátira, autoindulgência, egocentrismo da equipe criativa e uma eventual tentativa de pisar em terrenos mais sérios e profundos faz com que a presente obra nunca saiba direito ao que veio.
Em última instância, talvez por isso, reflete perfeitamente a realidade dos jovens que decide criticar.
Nossa… mas o que rolou? Engenhosidade, criatividade, inventividade mergulhadas numa gororoba de humor sardônico e terror vagabundo torna isso daqui uma das mais absurdas experiências cinematográficas que já tive o privilégio de assistir. Vejam.
Bom ver Paco Plaza de volta à boa forma depois do fiasco consciente e proposital de sua chutada no balde, mais conhecida como REC 3.
Almudena Amor carregou o filme nas costas esplendorosamente como se nada fosse, a despeito das viscerais emoções que tinha que manifestar apenas com seu corpo, esguio e performático, seu rosto, expressivo e volátil, e seu olhos, profundos e inquietos.
Uma interpretação muitas vezes solitária que prenuncia potenciais trabalhos interessantes para seu futuro de atriz estreiante. Veremos.
Agora o que eu nunca mais quero ver é dentro das profundezas do olhar dessa velha macabra. Amém.
Na Cama com Victoria
3.0 31 Assista AgoraA textura do caos da vida real.
O Mundo Depois de Nós
3.2 880 Assista AgoraNão esperava nada e ainda assim saí decepcionado.
Sensação constante de que já vi esse filme tantas vezes antes — nisso que dá apresentar diversos tropes familiares sem colocar um spin diferenciado sequer em nenhum deles.
Sam Esmail é um contador de histórias ímpar, e sustentou pelo menos duas sequências de tensão como ninguém com uso de montagem paralela, mas sinceramente não entendi quando não apresentou nada próprio ao longo da duração do filme.
Azul como motif recorrente na fotografia e na direção de arte, mas não diz ao que veio em momento algum.
Elogios aos efeitos visuais assustadores e aos movimentos de câmera inventivos, mas esparsos e sem justificativa.
Funcionaria melhor como o piloto de alguma série, já que é patente a tentativa descarada de set up uma franquia insossa e sem muita sustância.
O Assassino
3.3 513Tão profundo quanto uma piscina de bolinha.
Entrando Numa Fria
3.3 463 Assista AgoraA única redeeming quality do sujeito: ter de fato tirado boas notas no “ENEM” kkkkkkk
Fale Comigo
3.6 961 Assista AgoraFiquei completamente transtornado com isso daqui. Me lembrou de situações da adolescência e me estimulou a pensar em possibilidades da vida futura. Me fez pensar sobre como somos tão frágeis e como nossos momentos de maior vulnerabilidade podem afetar radicalmente a forma como vemos e pensamos no mundo e nas pessoas à nossa volta. Um lembrete para me cuidar e cuidar dos meus. Cuidem-se.
Barbie
3.9 1,6K Assista AgoraUm ótimo final para um filme tenebrosamente irregular. Impressionante como Margot Robbie faz milagre com texto medíocre.
Suas críticas e pretensa subversão de valores e estereótipos ultrapassados poderiam soar mais críveis e menos como lógica de mercado e rebranding se não fosse literalmente um produto encomendado.
É uma propaganda de um ideal da mulher ocidental em forma de narrativa com 2 horas de duração e artistas incríveis tanto na frente quanto por trás das câmeras, funcionando de forma similar a como filmes da Marvel são propaganda militaristas e do ideal de ordem norte americano.
Não é um crime se divertir com esse filme, só não dá pra deixar de lado que são as mesmas estruturas totalizantes de sempre por trás disso daqui, apenas com uma roupagem nova para um público diferente.
Barbie está para subversão do patriarcado como a camisa do flamengo estampada com a cara do Che Guevara vendida por ambulantes fora do Maracanã está para um símbolo comunista. Pelo menos dei boas gargalhadas.
Allan = literalmente eu.
O Peso do Talento
3.4 253 Assista AgoraLiteralmente eu
O Ódio
4.2 314 Assista AgoraUma SURRA cinematográfica.
Beau Tem Medo
3.2 406 Assista AgoraAusência de sutileza, um Joaquin Phoenix monotônico e Ari Aster precisando urgentemente resolver seus mommy issues… um verdadeiro e ousado tour de force que mais parece uma sessão de terapia à céu aberto. Por mais enfadonho e repetitivo, é sempre bom saber que ainda existe audácia, carne e sustância no Cinema mainstream hollywoodiano.
Romance X
2.9 46Como é extasiante quando se tem a oportunidade de entrar em contato com uma verdadeira obra prima. Os monólogos reminiscentes de Taxi Driver, pensamentos errantes, desconexos, irracionais... A voz do interior, da desrazão. A negação do social, o confronto com o Outro, o despertar do eu. A esterilidade da vida a dois, o queimar do errado, do desaprovado, do rejeitado. A abordagem da mulher como ser masculino, às avessas com seu feminino... a reapropriação e ressignificação do ser feminino em conjunto à subversão do masculino. A renúncia a rótulos e demais categorizações. O Corpo como ente social, sua serventia e propósitos ambivalentes, muitas vezes contraditórios e de mútua destruição. Terminamos o filme transformados. Não há sentido inerente ao primordial, rudimentar e cru âmago humano.
Romance X
2.9 46The true femcel
Mártires
3.9 1,6K Assista AgoraÚltima vez que fiquei tão perturbado com algum filme foi vendo Titane.
Piscina Infinita
3.0 354 Assista AgoraEstranha autobiografia do filho do Cronenberg, uma de excessos e privilégios… senti um momento meio interlúdio de A Casa Que Jack Construiu em que o Lars Von Trier aleatoriamente esmerilha seus críticos. Por mais criativo e intencional, alguém ainda tem que comer muito feijão com arroz pra meter essa tão cedo na bem acolchoada carreira.
O Exorcista do Papa
2.8 354 Assista AgoraProvavelmente a tentativa de criação de franquia mais inusitada que eu já vi. Não dá pra dizer que não tentaram…
Russell Crowe tem definitivamente uma carreira, no mínimo, curiosa… rs
O Discurso do Rei
4.0 2,6K Assista AgoraO personagem do Colin Firth tendo que cantarolar em meio às lagrimas de mágoa e dor pra conseguir contar seus traumas de infância para seu novo amigo me quebrou profundamente.
Que imagem e figura poderosas.
Os Banshees de Inisherin
3.9 566 Assista AgoraComo pode esse ser um dos melhores filmes que eu já vi?
Me tocou a alma profundamente, me deixou inconformado e confuso, perturbado e enojado. Ainda conseguiu me tirar umas risadas de desconforto e incredulidade. Já me vi no lugar dos quatro personagens de destaque e é tão insuportável ser o Pádraic de alguém, quando se é ao mesmo tempo a Siobhán de muitos.
Uma sensação constante e insidiosa de não pertencimento e incompreensão. Uma vez Roger Ebert disse que “Of the many imprisonments possible in our world, one of the worst must be to be inarticulate — to be unable to tell another person what you really feel." e eu acho que isso resume bem a relação dos personagens aqui.
Um inadequado sexual. Um súbito desperto do desperdício de tempo que foi sua vida. Uma que vê e entende mais do que gostaria. E um que se perde em si e no local onde vive. Como pode um filme de natureza tão boba ser tão cruel e enfiar as garras tão profundamente em nossos corações?
Creio que ainda me falta maturidade e tempo de vida pra apreender o completo escopo do texto e dos temas apresentados no filme, mas acho que é isso: nossos conflitos são em grande parte tão bobos. Somos em grande parte tão bobos.
Somos tão bobos.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraSão filmes como esse que me lembram das razões pelas quais faço Cinema.
Uma aula completa, do início ao fim, não só de Cinema, mas também sobre como se fazer uma linda e comovente história com personagems que se destroem, destroem aos outros e destroem suas relações por não saberem lidar com seu sofrimento, sua culpa e seus fracassos.
São pessoas honestas, reais, lindas, incríveis e transformadoras. Há sempre uma luz no fim do túnel.
A Tortura do Silêncio
3.9 140 Assista AgoraFilmes noir realmente não são pra mim
Halloween Ends
2.3 536 Assista AgoraÉ engraçado como Rua Cloverfield, 10 foi concebido como um projeto sem qualquer relação com o filme de monstros Cloverfield mas foi incorporado com sucesso como sua continuação, enquanto isso daqui teve sua concepção como uma sequência de uma franquia que já tentou de tudo e no final acaba mostrando que serviria melhor como qualquer outra coisa, até mesmo como um projeto independente à parte, menos como o “último” seguimento de Halloween.
Só vale a pena pelo embate “final” entre a Laurie, que brilha nos poucos momentos em que o diretor e os QUATRO roteiristas lembram que a protagonista da franquia há 40 anos existe, e o Michael Myers, que por algum motivo decidiu viver como o rato das Tartarugas Ninjas e fazer escolinha dentro do esgoto.
A Jamie Lee Curtis como sempre faz valer seu status de nepobaby e imbui de emoções e significados subjacentes a trajetória de uma mulher eternamente maculada e perseguida pelos crimes da figura masculina que obsessivamente tenta destruir tudo em sua vida — se vingando ao botar pra fora todas suas frustrações e sonhos perdidos por traumas muito mal resolvidos. Como mulher e como pessoa, a Laurie merece destruir o mal que a persegue simplesmente por existir e finalmente ter o mínimo de sossego possível.
Simbolicamente seu ato final é inspirador e emocionalmente carregado de sentidos. Nós te vemos e nos orgulhamos de você, Laurie Strode.
O Pálido Olho Azul
3.3 272 Assista AgoraApesar do filme se cagar todo ao se achar muito mais inteligente do que realmente é, colocando uma reviravolta sem pé nem cabeça — tão mal costurada que precisa de uma narração incesssante para ser explicada aos pormenores —, me causou uma baita surpresa pela caracterização do Poe.
Conhecido por seus contos de mistério e poemas belamente melancólicos, poderia se esperar que a sua versão ficctícia aqui apresentada se mostrasse igualmente soturna e beirando à depressão, mas não. Somos introduzidos a um jovem, sim, marcadamente esquisito e traumatizado, mas também cheio de empolgação, com certos tiques idiossincráticos, ridículo e engraçado em meio à sua pompa juvenil, carregado de floreios e com uma vitalidade invejável.
Eu amei esse Poe.
Mesmo que idealizado e ficcional, dá uma ponta de esperança a uma figura que teve uma vida tão trágica e mergulhada na penúria. É uma tocante homenagem a um sujeito que contribuiu tanto ao imaginário público e à construção da cultura ocidental.
Obrigado por terem feito um Poe momentaneamente “feliz”.
Morte Morte Morte
3.1 634 Assista AgoraO tipo de filme que se acha muito mais inteligente do que é.
Dá pra imaginar a cara da roteirista em êxtase egoico na cena em que as quatro últimas meninas utilizam todo tipo de termo e expressão pós-linguagem para insultar uma a outra — coitada, ela deve ter se sentido TÃO sagaz com todas essas piscadelas ao público. Nhe.
A razão da morte inicial é tão telegrafada que faz com que todo o desenrolar se torne virtualmente inútil porque se sustenta por inteiro no fator surpresa a ser revelado no final. Contudo as atrizes fazem um verdadeiro tour de force com suas personagens insuportáveis e tiram leite de pedra em suas performances.
É um retrato até que acurado do mutável e extremamente sensível tempo em que vivemos, mas o tom que não se encontra, perdido entre sátira, autoindulgência, egocentrismo da equipe criativa e uma eventual tentativa de pisar em terrenos mais sérios e profundos faz com que a presente obra nunca saiba direito ao que veio.
Em última instância, talvez por isso, reflete perfeitamente a realidade dos jovens que decide criticar.
Maria Bakalova merecia mais.
Uma Noite Alucinante 2
3.8 711 Assista AgoraNossa… mas o que rolou? Engenhosidade, criatividade, inventividade mergulhadas numa gororoba de humor sardônico e terror vagabundo torna isso daqui uma das mais absurdas experiências cinematográficas que já tive o privilégio de assistir. Vejam.
Pearl
3.9 985Mia Goth comanda esse mundo e nós somos apenas vermes privilegiados vivendo nele.
A Avó
3.0 166 Assista AgoraQue lindo o amor sáfico.
Bom ver Paco Plaza de volta à boa forma depois do fiasco consciente e proposital de sua chutada no balde, mais conhecida como REC 3.
Almudena Amor carregou o filme nas costas esplendorosamente como se nada fosse, a despeito das viscerais emoções que tinha que manifestar apenas com seu corpo, esguio e performático, seu rosto, expressivo e volátil, e seu olhos, profundos e inquietos.
Uma interpretação muitas vezes solitária que prenuncia potenciais trabalhos interessantes para seu futuro de atriz estreiante. Veremos.
Agora o que eu nunca mais quero ver é dentro das profundezas do olhar dessa velha macabra. Amém.