Por que eu tenho que escolher viver o que a "vida" manda eu fazer? Será mesmo que minha vida deve se resumir a nascer, falar, andar, estudar, me formar, casar, trabalhar, ter filhos, se aposentar e morrer?
NÃO EXISTE PROPÓSITO PARA A VIDA SOMOS METAMORFOSES AMBULANTES NÃO SOMOS QUEM ACHAMOS QUE DEVEMOS SER NÓS SOMOS O QUE SOMOS PORQUE PARA NÓS, O ÚNICO MOTIVO PARA SER, É O SIMPLES FATO DE EXISTIR E EXISTIR É UMA DÁDIVA, TODOS SÃO MERECEDORES DE VIVER NA VERDADE, TODOS NÓS SOMOS PRIVILEGIADOS POR VIVER VIVA E DEIXE VIVER!
Desculpa gritar um pouco aí acima, mas é que quando você tá passando pela pior fase da sua vida, e já é uma pessoa adulta com responsabilidades e se identifica com o protagonista, o filme é impactante até demais. Soul quebrou completamente minha expectativa sobre o que eu imaginava desse filme e sem dúvida alguma, me ajudou bastante e irá me fortalecer para o ano de 2021 e para o resto de minha vida. Em 1h40 de filme a Pixar conseguiu me proporcionar um dos filmes mais maduros e necessários que a indústria já produziu. Chegamos ao ápice.
Estou escrevendo isso aqui no calor do momento minutos após escutar as músicas nos créditos e o filme se encerrar por inteiro. Estou escrevendo isso escutando a trilha sonora do filme e já coloquei na playlist para tocar "What a Wonderful World" logo depois. Apresente Soul para os seus amigos que estão precisando de uma mãozinha, de um empurrãozinho, ou até mesmo para aquele seu amigo que vive se enganando acreditando que precisa ter um propósito para viver.
Por que eu não posso mudar o rumo da minha vida e simplesmente ser diferente do que um dia eu já fui? Quem foi que cravou que essa é a regra da vida? Regras não escritas são as piores coisas que existem no planeta e, muito mais do que qualquer constituição de qualquer país, elas ditam o rumo social e principalmente psicológico de milhões de pessoas mundo afora. Quantas vezes na vida você não já parou para pensar em como deveria ser sua vida se você não tivesse tomado X decisão em um momento Y da sua vida? Ou quantas vezes você não deitou pra dormir e ficou batendo com a cabeça no travesseiro se questionando se você quer mesmo acordar no dia seguinte para viver o mesmo dia de hoje? Já parou pra pensar que tudo isso são pequenos fragmentos de regras não escritas da vida que são colocadas em nossas mentes diariamente pela sociedade? Sobre o que é bom e o que é ruim, sobre o que é certo e o que é errado, sobre o que é felicidade o que é tristeza. Questione a si mesmo. E principalmente: tente ver sua vida em terceira pessoa.
Virou A Viagem. Só faltou aparecer o Guilherme Fontes no final e ter a trilha sonora do Roupa Nova.
JJ Abrams não tem jeito. Jamais tem coragem para sair da zona de conforto. Aí agora a Disney também entrou nessa onda de querer agradar fã.
FÃ NÃO SABE O QUE QUER, FÃ TEM QUE FICAR CALADO, FÃ É SUJEITO PASSIVO, SENTA LÁ E ASSISTE A OBRA DE ALGUÉM, CONSOME ELA E FAÇA SUA CRÍTICA!
A regra é clara: quando tenta agradar todos, desagrada a maioria. Existia um escopo de 8 filmes para ter como base. Decidir mudar todo roteiro e ser medroso em um último episódio, é EXTREMAMENTE COVARDE.
Enfim, não consigo escrever uma critica sobre esse filme. Chorei de raiva do início ao fim tamanha era minha indignação. Essas 2 estrelas vão apenas para a a produção técnica do filme que ficou bem feita, porém mesmo assim, inferior ao episódio 8, que teve muito mais cenas e direção de fotografia melhores.
Um apelo para a indústria: DEIXA OS GAROTO BRINCAR, DEIXA OS CARA FAZER A PORRA DOS FILME E ESQUECE A PORRA DO FÃ QUE FICA APLAUDINDO NO CINEMA
Bom, vamos lá... É difícil falar mal de uma obra como Rei Leão. Ainda mais se tratando de um filme tão bonito e tecnicamente beirando a perfeição como é esse. O CGI é impecável, único na indústria até aqui. A fotografia é muito bonita e a edição se som, idem.
Mas o filme para por aí. A originalidade é quase quase nula. "Mas como você quer originalidade em um filme que conta uma história já existente?", oras... é um remake, não é? Ou eu pretendia ser. Em um remake, você pode dar uma nova cara ao filme, tomar novas decisões, adicionar novos personagens que possam contribuir em um roteiro bem feito. É UM NOVO ROTEIRO!
Mas O Rei Leão(2019) é um filme que é completamente indeciso. Nos seus 118 minutos ele tem momentos de remake e tem momentos de refilmagem, não digo apenas refilmagem no sentido "quadro-a-quadro", digno no sentido amplo mesmo. São as mesmas linhas de diálogos, os mesmos planos, as mesmas decisões. Em outros momentos o filme tenta, até que discretamente, dar um beijinho ali em um remake, mas logo dá meia marcha-ré e decide voltar atrás. Acho que isso tem cara de ser produtor colocando o dedo, pois me recuso a acreditar que o Fraveau que fez o excelente Mogli se deixou levar por uma mesmice tão sem sal como essa.
Neste "remake", onde os personagens, propositalmente, são colocados como algo sério pelo simples fatos de eles estarem perfeitamente representados em um CGI maravilhoso, são literalmente animais "de verdade" ali. Então o filme teoricamente deveria ser sério. E é. Mas assim como a indecisão de ser remake ou refilmagem, existe aqui também a indecisão de "sou um filme sério ou caricato?". Definitivamente a veia cômica que é magistralmente inserida na animação original, é completamente sem carisma aqui. E o motivo é único: animais "de verdade" que consequentemente não tem expressões faciais para combinar com as vozes e impossível de interpretar seus trejeitos. A parte cômica é forçada e por tentar ser caricato é ainda mais tosco. Não cabe aqui, de jeito nenhum. Definitivamente. "Ah, mas é algo presente no filme original"... bom, se é algo presente no filme original, então está ótimo lá, então é só ligar seu VHS verde e assisti-lo.
Enfim, o filme vai ser um estouro absurdo de bilheteria e fazer sucesso com o público nostálgico. Afinal, quem é nostálgico e só nostálgico, vai adorar pagar pra ver o mesmo filme só que com os bicho mais reais e com 0 carisma. Mas vão achar legal ver as músicas lindas, os mesmos diálogos e os mesmos planos.
Vingadores: Ultimato Vingadores: Endgame Ou seria...
VINGADORES: A BUSCA POR UM PROPÓSITO(?)
O que estamos presenciado no momento não é um filme. Sim, você não leu errado. Endgame não é um filme. Ele parece um filme, age como um, é filmado como um, tem todo o brilho de uma película, é extremamente bom, mas na verdade não é um filme. É MUITO MAIS QUE ISSO!
Endgame é um evento, é uma final de copa do mundo. O motivo? Você está assistindo há 11 anos esse evento. Você viu 21 filmes para chegar até aqui. Você já tem na sua cabeça a ideia de qual vai ser o final, ou pelo menos, imagina e espera. Você assim como seus heróis, estão desde então, buscando um propósito. E tenho que admitir... Kevin Feige conseguiu encontrar esse propósito, embrulhou direitinho e nos entregou pelas mãos de dois irmãos diretores que ninguém jamais esperaria algo tão grandioso e bem feito, até assistir "O Soldado Invernal". Duas das minhas comédias preferidas da TV neste século, Arrested Development e Community, foram criação da cabeça dessa dupla. Mas como alguém imaginaria que esses dois caras da comédia de tv iriam mudar para sempre o rumo de um universo cinematográfico de heróis? Os caras conseguiram! Quando o MCU estava indo em uma direção, eles chegaram e praticamente OBRIGARAM que os outros filmes dobrassem a esquina e seguissem o caminho que os dois fizeram, prova disso é que o próprio Kevin Feige depositou em suas mãos tal missão. E cumpriram com maestria.
Para o fã que aguardou 11 anos de muitas aventuras e vários finais incompletos, vai se sentir saciado com Endgame. Esse filme é um milagre! Era algo praticamente impossível agradar todo mundo. Olha o TANTO DE HISTÓRIA, O TANTO DE PERSONAGEM, O TANTO DE NÚCLEO(É NOVELÃO MESMO!), O TANTO DE CENÁRIOS! Conseguir fazer isso tudo funcionar é um milagre! O filme é um apanhado desses 11 anos, oferece um final extremamente gratificante para os fãs e conta com MUITO FAN SERVICE que falam por si só, sem necessidade de uma cena ou explicação. Afinal, são 11 anos, são 22 filmes. Tudo amarradinho, tudo bem explicadinho, tudo pronto para este grande evento.
São 3 horas de filme, são 3 horas que você não tem espaço para olhar para o lado. Você não vai querer nem olhar a hora no celular, você não quer perder nada, e essa é a fórmula que todo roteirista procura, e aqui, está a prova de que ela existe. O filme é muito bem ritmado, não faz questão de correria, usa muito bem as longas 3 horas de duração e a todo momento você se sente gratificado a cada minuto, com cada cena, com cada diálogo. Afinal, você se sente um herói como eles. Você faz parte daquilo, você está ali do lado da galera. Você conhece eles como ninguém... Ora! São 11 anos acompanhando, é claro que você faz parte, nós fazemos parte do roteiro. E não, isso não é loucura. O roteiro é tão bem feito, a direção é tão bem feita, que os irmãos russo te colocam ali do lado, pegam na sua mão e dizem "SÓ VAI, FILHÃO!".
Falando sobre o filme em si, é notório que aqui encerra-se um arco. Um arco muito bem contado. Steve Rogers, Tony Stark e Thor. Os 3 heróis. O símbolo americano, o símbolo do capitalismo e o símbolo de deuses. Todos são desconstruídos ao longo de 11 anos, todos amadureceram, todos se emocionaram, todos tem uma história para contar e algo para se preocupar. Endgame não quer contar uma história, ele quer que você entenda ela e saiba o motivo de sua necessidade. Qual era o propósito de cada um desses heróis em suas primeiras aparições? Um deles, era uma arma de um exército contra um país. O outro, era um gênio, bilionário, playboy e filantropo imaturo que não queria arcar com nenhuma consequência. Já o loirinho, um soldado ainda mais imaturo e que só tinha um desejo, que era conseguir o respeito do seu pai e ter o poder de governar o "seu povo". Em suas respectivas sequências, nós vimos cada um amadurecer e cada vez mais, procurar um propósito. Dois deles inclusive entraram em divergência que causou o fim da equipe. Mas o questionamento sempre esteve lá, até em Guerra Infinita, o mesmo questionamento esteve presente: Qual o motivo? Qual o propósito disso tudo? Todas essas perguntas são respondidas neste último filme. E não, elas não são explicadas por meio de palavras, e sim, por meio de emoção. Não emoção na atuação e expressão facial dos atores, na emoção de cada fã. Você sabe o motivo, você finalmente, encontrou o propósito. O propósito sempre existiu, o que não existia, era história. A história foi feita. A história foi contada. A história foi encerrada.
Se em Guerra Infinita você não teve tempo para respirar porque não havia espaço curto de tempo que não houvesse divergências e batalhas, por outro lado, Endgame continua sem deixar tempo para você respirar, mas de outra forma: sua respiração vai ser tão lenta, que você vai ficar com angústia. O primeiro momento o filme entende seu sentimento e diz: "Vá com calma, repare nisso aqui". Em um segundo momento, ele diz: "Olha, eu sei que você está preocupado, mas temos que seguir". E em um último momento ele grita: "Pode se preparar, o mundo é assim, a vida é assim, temos agora, mais do que nunca... SEGUIR EM FRENTE", ou seja:
Roteiro preguiçoso demaaaaaaaais. Pegaram os clichês de colegiais, colocaram em adultos, pegaram a ideia de "Nota Máxima" e "Dias Incríveis" e jogaram num liquidificador pra ver o que saía.
Daí chamaram o Kevin Hart e botaram pra filmar. Nem o próprio Kevin Hart consegue convencer nessa comédia. Só o Rob Riggle consegue se destacar, mas não muito.
E foi assim que Joey Naylor, convenceu sua mãe a deixá-lo viajar com o seu pai Nick Naylor, um lobista e principal porta-voz das grandes empresas de tabaco dos Estados Unidos. Neste momento do filme, Nick percebeu que o seu filho, que até então estava receoso enquanto a profissão do pai, o viu como herói pela primeira vez. E essa relação entre pai e filho entregou a Nick uma carga dramática em que ele não tinha experimentado até então.
Nick Naylor, uma figura quase que perfeita aos olhos da sociedade. Bem vestido, ótimo com palavras e detentor de um poder de persuasão que o coloca em um patamar de confiabilidade em si mesmo de dar inveja até mesmo aos seus “inimigos”. O único problema é que Nick Naylor não está do “lado do bem”.
O diretor Jason Reitman optou por um tom satírico na direção do filme, o que facilitou a mensagem que o filme pretendia passar adiante. Não é uma apologia, é um aviso. Tudo está ao seu alcance, tudo está à venda, mas nem todos sabem vender e consumir. Como uma comédia, a película encontra em Nick Naylor, uma persona em que o espectador por incrível que pareça, tenha um certo tipo de carisma por ele, deixando-nos constrangidos propositalmente. A comédia é a fórmula mais usada para repassar mensagens importantes e cheias de polêmicas. Afinal, “é melhor rir para não chorar”.
E é exatamente por trás deste sorriso que se encontra um quê de frustração no personagem de Nick Naylor, algo que o diretor optou por demonstrar não pelas feições e emoções do ator, mas sim, pelo cenário em volta dele. Nas cenas dentro do apartamento e do escritório de Nick, é possível notar um ambiente solitário de um adulto divorciado e com frustrações como qualquer outro, com garrafas de energéticos, calmantes e xaropes espalhados pela mesa.
Antes do filme começar, todos devem se questionar: “como assim esse filme tem esse título? ”. O diretor, ainda na apresentação, já deixa logo claro por meio de uma música divertida e cheia de sátira, que aquilo tudo é uma grande crítica. Após isso, você é apresentado ao próprio Nick Naylor “dando nó até em pingo d’água” em um programa de TV com o auditório inteiro contra ele até então. Com apenas 5 minutos de filme, você percebe que Nick Naylor é um fenômeno, seja para o bem, ou para o mal. Mas a verdade é: você sente inveja dele. Ele é um ás da retórica, ele tem uma autoconfiança e um ego que o coloca no patamar de Deus, pelo menos para o próprio filho.
O “Obrigado por Fumar” do título e o assunto que gira em torno do tabaco é apenas um tema que Jason Reitman optou por colocar como trama central para fazer este filme que é, na realidade, uma dura crítica às grandes indústrias e ao capitalismo exacerbado existente principalmente nos Estados Unidos. Indústrias de cigarro, álcool, armas, fast food, química, entre outras... todas matam. Todas lucram. Todas seguem firme e fortes. Todas são hipócritas. Não existe santo. Não existe um melhor que o outro. Todas têm o mesmo objetivo: vender!
De um lado nós temos a Coca-Cola fazendo comercial fofinho com ursos polares bebendo a sua bomba calórica repleta de açúcar. Logo após o final do comercial dos ursinhos polares fofinhos, entra no ar um comercial ainda mais fofo com personagens infantis que os seus filhos podem ganhar após comer uma bomba de carboidratos logo no almoço. Esse é o McLanche Feliz! E não para por aí, o McDonald’s anuncia que o seu McDia Feliz onde todo o dinheiro dos sanduíches vendidos naquele dia é redirecionado para mais de 60 instituições de combate ao câncer infanto-juvenil. Um pouco de hipocrisia, se pensarmos que ao mesmo tempo em que ajuda um, prejudica um outro com seu hambúrguer e batata frita que conseguem ficar com a mesma aparência após mais de 30 dias. E é aí onde o “Obrigado por Fumar” acerta em cheio: você não quer saber o que tem dentro daquilo, você quer olhar para mim e quer comprar minha palavra. Eu já vendi meu produto e coloquei goela abaixo e você nem percebeu.
A direção do filme é feita de forma tão espontânea, que você não precisa descobrir a vida de cada personagem para saber perfeitamente como eles estão inseridos psicologicamente na trama. Ao mesmo tempo em que sabemos de tudo, a ironia do diretor é carregada de retórica invisível: não sabemos nada sobre os personagens também, já que é criada de forma proposital várias incertezas no primeiro ato do filme, que acaba sendo deixada para trás sem percebermos e que acabam vindo à tona no ato final quando o espectador não estava esperando.
“Até um assassino de uma criança tem o direito de se defender”, é o que diz a constituição. E é o que diz Nick Naylor em uma escola infantil diante de dezenas de crianças, entre elas, o seu filho. O argumento de que todos merecem uma defesa justa é, em si, óbvio, plausível e coerente. Mesmo que seja uma indústria que mata milhões por ano? Mesmo assim. A lei vale para todos. Nick usa isso como sua bíblia de mandamento único. Quando Nick Naylor entra em cena, o que está em jogo não é a sua moral, e sim, a sua habilidade de argumentar que aquilo que ele está fazendo não é imoral. É inevitável que todo jurista e todo estudante de direito vai sentir inveja e gostaria de ser Nick Naylor por um dia. Principalmente se for um advogado, ou alveje ser um dia. O poder de argumentação e persuasão de Nick Naylor é tudo o que um advogado necessita para convencer um júri.
O principal embate do filme que é a real cereja do bolo de Jason Reitman. E ele coloca de forma magistral nesse que foi o seu primeiro longa. O Senado, representando o Estado, tem consigo uma eterna discussão para si: é necessário e importante levar a ideia de proteção para o consumidor, alertando o mesmo sobre os perigos causados pelo tabaco. Mas ao mesmo tempo, ele precisa garantir o princípio do livre mercado. Afinal, os Estados Unidos, acima de tudo, é um país capitalista. E por ser um país capitalista, não pode e nem deve controlar o que a população deve ou não comprar e/ou consumir, mas sim, estipular regras e alertas.
Por fim, notamos que em momento algum o filme quis ter um lado para si. Pelo contrário, o diretor optou por mostrar os dois lados da moeda e deixar o espectador escolher o seu. A discussão entre ética e lucro sempre vai existir. O mercado é bruto, é ganancioso, está sempre em modificação. Os princípios morais e éticos sempre existirão dentro desse meio. Cabe às empresas saberem como vão lidar com esses princípios.
Nick Naylor defendeu o tabaco até o momento em que viu que aquilo não daria mais lucro. Logo em seguida, na cena final, ele partiu para outra. Seu trunfo não era o tabaco, nunca foi. A carta na manga, desde o início, é a sua retórica. Foi ético e certo da parte dele? Essa é a pergunta que nem o diretor e nem o espectador consegue responder.
Mas se concordamos, ou não, que alguém que trabalha para um mercado em que o seu dever é defender o tabaco, iremos ter essa mesma discussão com um advogado que tenta defender um assassino de crianças em troca de lucro. São perguntas difíceis, com respostas ainda mais difíceis em que Jason Reitman optou por deixar no ar e criar uma discussão após os créditos finais do filme começarem a subir diante dos olhos do espectador, que ficou durante 90 minutos incomodado consigo mesmo por não conseguir formar uma opinião que condissesse com a sua própria moral.
Eu não estava vendo um filme, eu estava folheando quadrinhos dentro do cinema. Que experiência única até aqui. Definitivamente uma das melhores adaptações dos quadrinhos para as telonas. Se levarmos em consideração apenas a parte técnica, sem sombra de dúvidas, Aranhaverso é a adaptação definitiva até o momento. Por um momento eu até esqueci que aquilo ali era uma animação, e percebi que, isso significa que a adaptação transcendeu os limites da tela para o espectador.
Miles Morales tem muito a nos contar. Muito mesmo. Discussões extremamente atuais e obrigatórias para o nosso momento. Quando a Sony "cedeu" os direitos para a Marvel, o meu sonho era ver o Miles Morales na nova adaptação em live action, o que consequentemente não se concretizou. Mas olha... mal sabia eu que o melhor filme do teioso seria com o Miles Morales, e em uma animação. QUE ANIMAÇÃO! A qualidade dessa animação é de uma coisa absurda.
Sabe quando você faz vários desenhos em folhas de papel e começa a folhear eles rapidamente para que aquilo se torne uma animação? É praticamente isso que acontece nessa técnica de animação usada pelos diretores e produtores para contar a história que estamos conhecendo agora. É algo único e eu espero que seja usada durante muitos e muitos anos.
"Ah, mas eu não leio tanto quadrinhos e só assisto os filmes"... O filme é perfeito também para o público mainstream que curte um cinema convencional. Se gosta dos filmes do Homem-Aranha do início desse século dirigido por Sam Raimi e interpretado pelo Tobey Maguire vai se sentir em casa. Além das dezenas de homenagens feitas aos filmes clássicos, INCLUSIVE EM UMA INESPERADA CENA DE HOMEM-ARANHA 3(?)(!!!), o filme traz de volta o sentimento de descoberta. Aquele mesmo, onde o aranha está aprendendo a usar seus novos poderes. Mas só que dessa vez ele tem uma pequena ajuda que deixa tudo muito mais divertido: OUTROS HOMENS-ARANHA!
O roteiro soube muito, mas muito bem contar a história de cada aranha de cada universo sem cair em uma mesmice. A formula usada pelo roteiro foi tão boa que eu me surpreendi bastante, já que esse era o meu questionamento antes de ver o filme. Como eles iriam lidar com tantos personagens que, apesar de terem o mesmo ideal, são tão diferentes.
Homem-Aranha no Aranhaverso é o melhor filme do Homem-Aranha já feito, o mais completo, o mais bonito, o mais divertido e o mais emocionante. Você vai rir muito e se emocionar muito!
E não esqueçam, além de já saberem que "com grandes poderes vem grandes responsabilidades", lembrem-se:
"QUALQUER UM PODE USAR A MÁSCARA DO HOMEM-ARANHA DESDE QUE SEJA PARA FAZER O BEM"
Que venha mais Miles Morales e mais aranhas no futuro!
O Balconista funcionaria até mesmo com um podcast. Os diálogos do filme é a grande obra-prima por baixo desse filme de orçamento baixíssimo. Você consegue se envolver de uma forma que nunca imaginou, você começa a querer fazer parte daquele lugar e, mesmo que não participe dos diálogos, ouvir eles de forma presencial.
Entra na categoria que Jerry Seinfeld e Larry David eternizaram na melhor sitcom já existente. A categoria de "filme sobre o nada". Não há nada demais. Assim como Seinfeld, é o cotidiano acontecendo e um roteiro afiado que faz piada daquilo das mais diversas formas de humor negro, ofensivo e surreal. É um dia como qualquer outro na vida daquele povo. Claro, com um exagero proposital. É impossível ouvir as conversas e não se pegar pensando "peraí... faz todo sentido!".
São 90 minutos de puro entretenimento. A prova de que "basta" uma ideia boa e uma câmera na mão.
Tecnicamente A Freira é um dos títulos mais bem feitos do gênero. O design de produção, a montagem e o modo que o diretor usou a câmera para desviar a atenção do jump scare são perfeitos. Mas infelizmente para por aí.
O filme não se sustenta com a parte técnica, já que o roteiro é pragmático, na maioria das vezes confuso, muitos diálogos inúteis que não acrescentam em nada no decorrer do filme. E muita, muita coisa que estraga o clímax da parada.
O filme dá a entender que será um suspense, mas depois vira um horror-gore, mas do nada desbanda para um filme de ação desenfreado onde uma escopeta acerta o fantasma e a câmera se comporta exatamente como um filme clichê de ação e porradaria de hollywood.
E tudo isso sendo acrescentado a um alívio cômico completamente descabível e inconveniente para o teor do filme. O personagem no qual estou falando tira completamente o clímax do susto, já que após o jump scare, ele conta uma piadinha que destoa completamente do filme.
Juntando isso com um roteiro que começa bem, mas se perde após a primeira metade do curto filme(apenas 90 minutos), o filme fica se perguntando "o que eu pretendo ser?" e o espectador fica constrangido na cadeira de cinema.
Quando eu digo que a Pixar faz filme para adultos, Os Incríveis está aqui para provar. Ele agrada as crianças, é um filme divertidíssimo para todas as idades. Mas venham comigo... um filme que tem a mesma essência do primeiro, a usa inclusive o mesmo plot que você consegue saber quem é o vilão desde que ele é apresentado pela primeira vez, pega tudo que foi de bom no primeiro, melhora o que já era excelente e faz uma continuação que passa longe de beirar a perfeição... pois ele é perfeito.
Mas como esse filme atinge tanto os adultos e fãs de cinema de longa data? Assim como o primeiro, esse aqui vai até mais longe ao abordar os clichês dos filmes de ação e super heróis, por isso que ele é um pouco previsível. Mas quantos filmes previsíveis nós não amamos? Os Incríveis usa esse previsibilidade e te leva para outro caminho, daqueles em que você não quer descobrir quem é o vilão, pois você já tem em mente quem seja, e sim, qual a maneira que eles vão "derrotar" o vilão. Isso que é "INCRÍVEL"!
O filme ainda aborda questões extremamente atuais como o feminismo e a inversão de papéis domésticos. Eu não sou pai, mas com certeza me vi no Roberto Pera por algum instante.
E gente... é preciso falar:
QUE QUALIDADE ABSURDA DE ANIMAÇÃO É ESSA? Sério! A Pixar não cansa de surpreender, eu devo ter perdido alguns diálogos durante o filme por ter ficado de boca aberta observando os detalhes em cada cena, em cada enquadramento. Parece que os caras simplesmente tiveram carinho em fazer até o pequeno farelo de biscoito na mesa durante o café da manhã. Não vejo a hora de sair o Bluray para rever essa obra-prima. Essa obra-prima não só de animação, mas principalmente, de cinema!
Nascido em West Virginia, EUA, em 1928, John Forbes Nash Jr foi um matemático norte- americano que contribuiu bastante para a teoria dos jogos, geometria diferencial e equações parciais, tendo esses feitos acontecidos em sua grande maioria na Universidade de Princeton. Nash foi gratificado em 1994 com um Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, compartilhando este prêmio ao lado de Reinhard Selten e John Harsanyi.
Em 2001 a vida de John Forbes Nash Jr foi adaptada para os cinemas pelas mãos do já consagrado diretor Ron Howard. O filme retrata a sua vida e seus demônios desde a sua chegada como estudante em Princeton em busca de um reconhecimento, passando pela sua vida pessoal e cheia de dificuldades no meio social, até a sua consagração em 1994 ao receber o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas. O primeiro ato da película narra a chegada do então jovem John Nash em Princeton. Esse primeiro ato serve para o espectador ver o quão metódico e introvertido era Nash, retratando que suas relações pessoais no âmbito sociais eram extremamente limitadas. No entanto Nash é extremamente inteligente e durante todo o primeiro ato do filme está sempre em busca de uma ideia original para que possa ser publicada e assim, receber o reconhecimento que ele tanto sonhava. Gênio precoce que era, ele elaborou então uma teoria que revolucionaria a economia, e com isso conseguiu o tão sonhado reconhecimento. Essa teoria mudou sua vida profissional e pessoal para sempre. Os seus trejeitos, suas esquisitices e sua forma de trabalhar introvertida era recebida de forma normal pelos demais, já que no meio em que ele estava, aquilo era visto de forma tolerante diante diversos exemplos de extravagâncias entre os gênios.
O primeiro sintoma da doença de John Nash é apresentado ainda no primeiro ato do filme, quando ele conhece o seu então companheiro de quarto em Princeton, o colega Charles, que na realidade é o primeiro fruto de sua doença. Charles é representado como um empurrão para Nash se socializar com os outros estudantes, ele é a expressão das características sociais que John sempre sonhava ter. Esse ser ilusório fruto da mente de Nash representava o seu lado humanista. Não demora muito para a doença de Nash começar a se expandir e ele criar novos personagens. Sua esquizofrenia o coloca em meio a conspirações e códigos que envolvem o serviço secreto dos Estados Unidos e ele é recrutado pelo segundo personagem ilusório, o agente Parcher. A figura de Parcher é originado do sentimento de exclusão de Nash, que, após ter desvendado um código para o governo e que, no entanto, não foi incluído na respectiva missão. Esse episódio o faz perder o controle da sua própria mente e evidencia então a sua paranoia e esquizofrenia, que começava então a afetar a vida de quem estava em volta do protagonista. Parcher é a mais forte e contundente ilusão da mente de Nash, pois a partir da sua apresentação no filme, o espectador, junto ao protagonista, começa a desvirtuar a realidade transcorrida no filme até então, impossibilitando a todos de decidir o que é real ou irreal.
A terceira e última ilusão representada no filme é a figura da doce ilusão e sinônimo de afeto para o protagonista. A doce Marcee está sempre pronta para recepcionar Nash de braços
abertos. Ao lado de Charles, eles representam o apoio necessário para Nash sobreviver durante seus inúmeros momentos de stress.
Paralelamente, o filme conta a história da jovem Alice, então aluna de Nash, que vê nele algo além das suas esquisitices e transtornos. Após o casamento, Alice é o que tenta manter John longe das ilusões. Ela representa o ser concreto que é necessário para que um esquizofrênico possa ser trazido de volta para o mundo real.
O trabalho ilusório de John Nash ajuda a ele e ao espectador a acreditar naquela ilusão, representando então, ao máximo, um dos seus transtornos mentais que é a paranoia. Trabalhar de forma ilusória com espiões demonstra o quão paranoico o personagem era.
Após ser diagnosticado com esquizofrenia, o protagonista tem uma crise de paranoia e acredita que está sendo perseguido por espiões russos. Ele passa por inúmeros tratamentos de choque para conseguir se recompor, mas é visitado constantemente pelas suas ilusões. Após passar por vários tratamentos, John volta para a casa alienado e completamente apático. Ele voltava então a não conseguir ter uma vida social, o que acaba fazendo com que ele deixe de tomar suas medicações e surge novamente sua paranoia de ser um espião. John é novamente submetido a tratamentos psiquiátricos e finalmente, após ter ciência da sua doença, ele é novamente reintegrado à sociedade. A aceitação da esquizofrenia é o primeiro passo para uma vida normal de alguém que é diagnosticado com a doença. As ilusões nunca deixaram de existir na cabeça de John, mas a consciência de que elas são apenas ilusões abre a possibilidade de ele ignorá-las. Ron Howard optou por dirigir o filme mostrando primeiramente a perspectiva do protagonista com o espectador, fazendo um jogo de percepção entre os dois. Antes do espectador ser apresentado ao diagnóstico do protagonista, nós vemos o mundo como John via. Logo, o seu comportamento parecia normal. Porém as provas do diretor de que algo sempre esteve errado, estiveram presentes desde o início do filme. Exemplos: as vozes das ilusões de sempre vinham antes de suas aparições; na fatídica cena em que John corre entre os pombos, eles continuam a se mover como se não houvesse ninguém ali; também é possível notar desde o primeiro ato a estranheza das pessoas ao redor de John quando ele falava com as ilusões. Desse modo é possível perceber que a percepção é um problema não só para os esquizofrênicos, como também para as pessoas ao seu redor.
John Forbes Nash Jr, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 1994 faleceu em 2015 e deixou como exemplo não só os trabalhos de um gênio atormentado, mas principalmente, foi a prova viva de que a esquizofrenia não é motivo para marcar o final de uma vida.
Quando o filme é muito superior ao livro. Ainda bem.
Lembro de ler o livro anos atrás e terminar meio frustado devido ser apenas um amontoado de ideias legais e mal executadas. Ernest Cline criou um ótimo universo e uma ideia de estória muito boa, mas infelizmente ele não explorou muito bem e chega em um determinado momento em que tudo fica previsível e cansativo. Como criador de mundos, Cline foi perfeito. Já nas mãos do Titio Spielberg, é unir o útil ao agradável. O cara é um criador de mundos, um dos donos da cultura pop, e sabe fazer isso como ninguém.
E felizmente a história tornou outros rumos, apesar do filme ter mais de 2 horas, é extremamente divertido e não se vê a hora passar, diferentemente do livro que eu ficava olhando quantas páginas faltavam pra acabar. A grande questão do filme antes do lançamento que eram "show de referências e só", achei super bem inseridas. Um pouco de exagero aqui ou ali, mas diverte. As referências são apenas faladas, os personagens e ambientes da cultura pop estão ali e sem precisar ter um professor dando "olha, é o pica-pau" te avisando toda hora. Estão ali. Sutis.
Roteiro amarradinho de sessão da tarde(no bom quesito), aquele filme que te diverte do início ao fim, com muita ação e humor na medida certa.
Saí do cinema com um sorriso no rosto e agradecendo por uma ideia tão boa ter sido tão bem executada.
Em Tempos Modernos (1936), Charles Chaplin que dirige, protagoniza e assina o roteiro do filme foi muito inteligente ao optar por usar o humor dentro de um tema bastante polêmico, ainda mais se levarmos em consideração da época em que o filme estreou nos cinemas, que mais do que tudo, existiam mais trabalhadores do que necessariamente profissionais. O mundo ainda estava tentando entender como a profissionalização iria evoluir. Esta situação é demonstrada no filme de diversas formas, já que “Carlitos”, personagem de Chaplin, é contratado para trabalhar em outros locais sem nenhuma experiência e consequentemente, comete atos falhos, como é o caso da passagem em que ele consegue um emprego em um estaleiro naval. Por ainda estar ambientado com a fábrica, primeiro emprego dele que é mostrado no primeiro ato do filme, Carlitos de forma automática após se distrair, usou a mesma lógica do seu trabalho anterior, que claramente não se aplicaria no seu novo trabalho. Essa passagem ocorre após Carlitos ser preso, e o sentimento de inadequação do personagem com a realidade é bem demonstrada de forma com que dá a entender que ele está tentando se mover em relação a sociedade. Se levarmos em consideração que o nome do personagem no idioma original é traduzido para “Vagabundo”, o fato dele se preocupar em se reestabelecer moralmente é ainda mais significativo.
O filme busca demonstrar de forma crítica e cômica o quão importante o trabalhador deve ter consciência do que está fazendo, sendo assim, um profissional. Se nos primórdios da humanidade, na condição de “animal” o homem precisava se submeter-se às leis da natureza, foi com a evolução social passando pelo trabalho, que ele passou de dominado a dominador da natureza e usar ela a seu favor. Chaplin mostra os efeitos que o capitalismo e o processo de industrialização durante a Revolução Industrial trouxeram para a classe trabalhadora, elencando seus prós e contras. O início do filme mostra Carlitos na condição de um simples operário e é aí que mostra como essa classe-social era usada pela indústria de forma automatizada e alienada. Em uma passagem durante esse ato, um dos superiores dos operários testam uma máquina que alimentam os operários de forma automática, e é aí onde mais uma vez Chaplin acerta na crítica que ele segue durante todo o filme. A indústria não satisfeita em ter operários trabalhando de forma quase que escrava, queriam diminuir o intervalo da refeição para que a produção continuasse de forma ininterrupta.
A película ainda tem um último ato emocionante e importante para a Indústria do entretenimento. O público escuta pela primeira vez em um filme de Chaplin, a sua voz, que é quando ele canta em um restaurante e expressa sua crítica ao cinema falado quando esquece a letra da música e sua amiga diz “Cante! Dane-se a letra! ”. Em sua cena final, Carlitos dá as costas para o sistema, a indústria, as máquinas, a produção e parte rumo ao interior. Carlitos dava adeus a velha indústria. O cinema já não era mais mudo. As empresas já eram indústrias. Os cidadãos já não pensavam da mesma forma. Era o sinal de novos tempos. Os tais “Tempos Modernos”.
Como uma civilização conhecida pelos avançados conhecimentos astronômicos, matemáticos e arquitetônicos foi capaz de se autodestruir? Em ‘Apocalypto’, quarto filme dirigido por Mel Gibson, que teve sua estreia no cinema em 2006, retrata a queda da civilização Maia, que após chegar em seu ápice começava a entrar em declínio em virtude de uma certa escassez de recursos naturais, assim como o apego em deuses pagãos para justificar uma violência exagerada em um ritual sangrento com o objetivo de entreter as massas.
Na primeira cena da película, o espectador já é levado para dentro de uma floresta densa em uma cena de caçada. Após a presa ser devidamente capturada, o clima harmônico entre os caçadores é demonstrado de uma forma bem singular e engraçada, apresentando assim, os personagens do filme. O filme é centrado na história e na luta pela sobrevivência de Pata de Jaguar, um caçador e filho do líder da Vila, que logo após o término da caçada, fica atormentado ao ver uma outra tribo que procuravam um novo lugar para “começar” após ter sua vila devastada. O medo no olhar de Jaguar logo se transforma em realidade, quando no início da manhã seguinte, guerreiros Maias invadem a sua Vila atrás escravas e prisioneiros. A partir daqui o diretor já mostra o quão violento e impactante será o filme. A destruição generalizada da vila sem nenhum pudor ou vergonha é demonstrado em cenas com muito sangue e medo. Pata de Jaguar consegue abrigar sua esposa grávida e seu filho, mas logo ele é capturado pelos guerreiros Maias. Com a sua família presa em um buraco fundo e sem forma de escapar, Pata de Jaguar encontra aí as forças para superar o medo notório em seus olhos para buscar o caminho de volta a Vila.
Se a tribo de Pata de Jaguar mata pela sobrevivência, os maias matam em nome da sua religião. A crença religiosa faz com que castas diferentes de um mesmo povo se destruam. Podemos ponderar então, neste tópico, os diferentes valores entre esses povos. Enquanto uma tribo indígena caça para manter o bem-estar da sua Vila, a outra busca um novo começo e em troca de espaço, fazem um acordo, mesmo que de forma tímida e sem muita fé. Uma outra tem como valor e cultura, uma religião na qual necessitam da violência para o entretenimento de uma parte de uma civilização que é pobre, doente e faminta. Pata de Jaguar usa como principal companheiro na sua fuga, os valores e a cultura do seu povo, passada então pelo seu pai, líder da tribo. Se fortalecendo neste valor e cultura, o protagonista tenta escapar de uma civilização que, baseado nos seus próprios valores, ele acha deplorável e infeliz.
O final do filme é emblemático. Após conseguir escapar dos guerreiros maias, Pata de Jaguar finda em uma praia na qual ele e seus inimigos se deparam com gigantescos navios espanhóis. Aqui podemos perceber o quão fantástico pode ser o estranho para “o outro”. Enquanto os Maias ficam estagnados diante da grandiosidade das embarcações espanholas, Jaguar aproveita e foge para salvar sua família.
O final mostra mais uma vez o valor herdado por Pata de Jaguar, pois sugere que o herói percebeu algum tipo de malícia nos espanhóis, partindo então para o interior da floresta.
Diferente de muitos filmes de Hollywood, o diretor Mel Gibson e o roteirista Farhad Safina buscam explorar em ‘Apocalypto’ argumentos que tentam reverter e colocar os “pés no chão” em uma visão moralista e conservadora no que se diz respeito a valores morais e humanistas. A civilização Maia criou uma perversa estrutura social que se autoconsumiu pela escravidão e dominação, culminando assim em sua autodestruição.
A situação de um jovem porto-riquenho acusado de assassinar o próprio pai está bastante complicada. Duas pessoas afirmam terem visto ele cometer o crime. Ao lado do corpo foi encontrada uma faca idêntica à que foi comprada por ele no dia do crime. Já o álibi dele é bastante duvidoso. Ele afirma que no momento do crime estava no cinema, porém não lembra o nome do filme e não há nenhuma evidência concreta de que ele esteve lá.
Nos Estados Unidos, onde a obra se passa, aplica-se a sentença de morte. E para decidir se o garoto é culpado ou inocente é necessária uma unanimidade de opiniões. Diferente do Brasil onde só é destinada a pena de morte em caso de guerra declarada, tendo um júri formado por 7 pessoas que não podem conversar entre si e votam de forma secreta.
Para decidir se o garoto é culpado ou inocente, é montado um júri com 12 pessoas. Todas de classes sociais, idade e origens diferentes para buscar uma imparcialidade. Quase todos os jurados têm certeza de que o garoto cometeu o crime, o que dá a entender que o julgamento seja feito de forma rápida. Mas um deles, o “jurado n° 8” resolve gerar a dúvida, e questiona sobre se de fato o garoto é realmente culpado. Em nenhum momento ele disse ter certeza da sua inocência, porém não achava certo condenar alguém à morte sem pelo menos conversar sobre isso.
Após a primeira votação de forma aberta ser de 11 votos para a condenação contra 1, o oitavo jurado sugere que haja uma votação secreta. Após o término de uma nova votação, desta vez de forma secreta, surge um novo voto contra a condenação, o que dá início a uma grande discussão, onde é possível notar a personalidade e demônios de cada um dos jurados. Em momento algum durante o julgamento é revelado o nome dos personagens, o que não impedia de que fossem representados pela personalidade de cada um. A sala sem ar condicionado em um dia extremamente quente só aumentou a tensão entre os jurados, que trocavam agressões verbais e por muito pouco, agressões físicas.
O oitavo jurado propôs que fizessem uma reconstituição de uma das cenas do crime, o que colocou mais dúvidas na cabeça dos jurados. Com base em vários debates, argumentos e observações por parte dos outros jurados, a votação parcial ficou equilibrada, restando apenas como voto contrário os jurados mais agressivos. Esses jurados, nomeados de jurados n° 3 e n° 10, tinham personalidades diferentes. O jurado n° 3 tinha uma vida familiar conturbada e mostrou-se ser uma pessoa irritada devido uma péssima relação com o seu filho de idade semelhante a do garoto acusado. O que faz com que deixe claro que ele apenas está despejando a amargura da relação que ele tem com o seu filho naquele júri. O jurado n° 10 é um patriota que se demonstra preconceituoso, destruindo a todo momento a imagem do réu baseado na opinião que ele tem em relação aos latinos.
Após vários debates acalorados, reconstituições e opiniões, o senso comum relativiza as verdades frágeis e as convicções alimentadas por opiniões pessoais. Os doze homens distintos, decidem naquela tarde escaldante dentro de um prédio público claustrofóbico, que não havia provas concretas da autoria do crime, finalmente decidindo votar unanimemente pela inocência do réu.
Quando o protagonista, o jurado número 8 que é interpretado por Henry Fonda sai do Tribunal, ele não estava à espera de jornalistas e multidões. Com o sentimento de dever ético cumprido, ele recebe em troca um tímido, porém sincero, cumprimento do jurado mais velho que foi o primeiro a reconhecer a importância do que estava em jogo.
Com um orçamento pequeno, e com apenas uma locação para as filmagens deste filme que tem um roteiro esplêndido, ‘Doze Homens e uma Sentença’ é até hoje uma das maiores obras cinematográficas da história. Um roteiro afiado, personagens bem escritos, escolha de fotografia e enquadramento corretos e atuações gloriosas. O filme de estreia de Lumet mostra o real valor que a sétima arte pode conceder a sociedade.
Faz parte do gênero que hoje está em evidência, que é o gênero "filme sobre o nada". O que não quer dizer que é ruim, por ser o nada. O melhor exemplo para algo "sobre o nada" que é ótimo e faz sucesso, é a maior sitcom de todos os tempos: Seinfeld.
A rotina do o dia-a-dia, a vida, o adormecer, o acordar, a ida ao banheiro... tudo isso é algo que passa pelas nossas vidas e desde que nascemos e não percebemos como algo interessante. Quando algo sobre o nada é bem explorado, nos deixa com um sorriso no canto da boca.
Comemoração de 20 Anos de Harry Potter: De Volta a …
4.3 363 Assista AgoraCaraio, comemoração de um bagulho ruim é tipo reunir um time campeão do campeonato de interclasses e fazer um documentário 20 anos depois.
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3KZack Snyder precisa muito de ter seu ego massageado, que coisa.
Soul
4.3 1,4KPor que eu tenho que escolher viver o que a "vida" manda eu fazer? Será mesmo que minha vida deve se resumir a nascer, falar, andar, estudar, me formar, casar, trabalhar, ter filhos, se aposentar e morrer?
NÃO EXISTE PROPÓSITO PARA A VIDA
SOMOS METAMORFOSES AMBULANTES
NÃO SOMOS QUEM ACHAMOS QUE DEVEMOS SER
NÓS SOMOS O QUE SOMOS PORQUE PARA NÓS, O ÚNICO MOTIVO PARA SER, É O SIMPLES FATO DE EXISTIR
E EXISTIR É UMA DÁDIVA, TODOS SÃO MERECEDORES DE VIVER
NA VERDADE, TODOS NÓS SOMOS PRIVILEGIADOS POR VIVER
VIVA E DEIXE VIVER!
Desculpa gritar um pouco aí acima, mas é que quando você tá passando pela pior fase da sua vida, e já é uma pessoa adulta com responsabilidades e se identifica com o protagonista, o filme é impactante até demais. Soul quebrou completamente minha expectativa sobre o que eu imaginava desse filme e sem dúvida alguma, me ajudou bastante e irá me fortalecer para o ano de 2021 e para o resto de minha vida. Em 1h40 de filme a Pixar conseguiu me proporcionar um dos filmes mais maduros e necessários que a indústria já produziu. Chegamos ao ápice.
Estou escrevendo isso aqui no calor do momento minutos após escutar as músicas nos créditos e o filme se encerrar por inteiro. Estou escrevendo isso escutando a trilha sonora do filme e já coloquei na playlist para tocar "What a Wonderful World" logo depois. Apresente Soul para os seus amigos que estão precisando de uma mãozinha, de um empurrãozinho, ou até mesmo para aquele seu amigo que vive se enganando acreditando que precisa ter um propósito para viver.
Por que eu não posso mudar o rumo da minha vida e simplesmente ser diferente do que um dia eu já fui? Quem foi que cravou que essa é a regra da vida? Regras não escritas são as piores coisas que existem no planeta e, muito mais do que qualquer constituição de qualquer país, elas ditam o rumo social e principalmente psicológico de milhões de pessoas mundo afora. Quantas vezes na vida você não já parou para pensar em como deveria ser sua vida se você não tivesse tomado X decisão em um momento Y da sua vida? Ou quantas vezes você não deitou pra dormir e ficou batendo com a cabeça no travesseiro se questionando se você quer mesmo acordar no dia seguinte para viver o mesmo dia de hoje? Já parou pra pensar que tudo isso são pequenos fragmentos de regras não escritas da vida que são colocadas em nossas mentes diariamente pela sociedade? Sobre o que é bom e o que é ruim, sobre o que é certo e o que é errado, sobre o que é felicidade o que é tristeza. Questione a si mesmo. E principalmente: tente ver sua vida em terceira pessoa.
Você está satisfeito consigo?
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraA galera que idolatra discurso nazista com trilha sonora nazista de fundo tá falando mal desse filme?
Com que moral?
Star Wars, Episódio IX: A Ascensão Skywalker
3.2 1,3K Assista AgoraVirou A Viagem. Só faltou aparecer o Guilherme Fontes no final e ter a trilha sonora do Roupa Nova.
JJ Abrams não tem jeito. Jamais tem coragem para sair da zona de conforto. Aí agora a Disney também entrou nessa onda de querer agradar fã.
FÃ NÃO SABE O QUE QUER, FÃ TEM QUE FICAR CALADO, FÃ É SUJEITO PASSIVO, SENTA LÁ E ASSISTE A OBRA DE ALGUÉM, CONSOME ELA E FAÇA SUA CRÍTICA!
A regra é clara: quando tenta agradar todos, desagrada a maioria. Existia um escopo de 8 filmes para ter como base. Decidir mudar todo roteiro e ser medroso em um último episódio, é EXTREMAMENTE COVARDE.
Enfim, não consigo escrever uma critica sobre esse filme. Chorei de raiva do início ao fim tamanha era minha indignação. Essas 2 estrelas vão apenas para a a produção técnica do filme que ficou bem feita, porém mesmo assim, inferior ao episódio 8, que teve muito mais cenas e direção de fotografia melhores.
Um apelo para a indústria: DEIXA OS GAROTO BRINCAR, DEIXA OS CARA FAZER A PORRA DOS FILME E ESQUECE A PORRA DO FÃ QUE FICA APLAUDINDO NO CINEMA
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraQUATRO MIL E SETECENTOS COMENTÁRIOS NESTA PÁGINA???
VOCÊS NÃO ENTENDERAM AS REGRAS?
O Rei Leão
3.8 1,6K Assista AgoraUm filme sem pretensão e recheado de indecisão.
Bom, vamos lá... É difícil falar mal de uma obra como Rei Leão. Ainda mais se tratando de um filme tão bonito e tecnicamente beirando a perfeição como é esse. O CGI é impecável, único na indústria até aqui. A fotografia é muito bonita e a edição se som, idem.
Mas o filme para por aí. A originalidade é quase quase nula. "Mas como você quer originalidade em um filme que conta uma história já existente?", oras... é um remake, não é? Ou eu pretendia ser. Em um remake, você pode dar uma nova cara ao filme, tomar novas decisões, adicionar novos personagens que possam contribuir em um roteiro bem feito. É UM NOVO ROTEIRO!
Mas O Rei Leão(2019) é um filme que é completamente indeciso. Nos seus 118 minutos ele tem momentos de remake e tem momentos de refilmagem, não digo apenas refilmagem no sentido "quadro-a-quadro", digno no sentido amplo mesmo. São as mesmas linhas de diálogos, os mesmos planos, as mesmas decisões. Em outros momentos o filme tenta, até que discretamente, dar um beijinho ali em um remake, mas logo dá meia marcha-ré e decide voltar atrás. Acho que isso tem cara de ser produtor colocando o dedo, pois me recuso a acreditar que o Fraveau que fez o excelente Mogli se deixou levar por uma mesmice tão sem sal como essa.
Neste "remake", onde os personagens, propositalmente, são colocados como algo sério pelo simples fatos de eles estarem perfeitamente representados em um CGI maravilhoso, são literalmente animais "de verdade" ali. Então o filme teoricamente deveria ser sério. E é. Mas assim como a indecisão de ser remake ou refilmagem, existe aqui também a indecisão de "sou um filme sério ou caricato?". Definitivamente a veia cômica que é magistralmente inserida na animação original, é completamente sem carisma aqui. E o motivo é único: animais "de verdade" que consequentemente não tem expressões faciais para combinar com as vozes e impossível de interpretar seus trejeitos. A parte cômica é forçada e por tentar ser caricato é ainda mais tosco. Não cabe aqui, de jeito nenhum. Definitivamente. "Ah, mas é algo presente no filme original"... bom, se é algo presente no filme original, então está ótimo lá, então é só ligar seu VHS verde e assisti-lo.
Enfim, o filme vai ser um estouro absurdo de bilheteria e fazer sucesso com o público nostálgico. Afinal, quem é nostálgico e só nostálgico, vai adorar pagar pra ver o mesmo filme só que com os bicho mais reais e com 0 carisma. Mas vão achar legal ver as músicas lindas, os mesmos diálogos e os mesmos planos.
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista Agora***LIVRE DE SPOILER***
Vingadores: Ultimato
Vingadores: Endgame
Ou seria...
VINGADORES: A BUSCA POR UM PROPÓSITO(?)
O que estamos presenciado no momento não é um filme. Sim, você não leu errado. Endgame não é um filme. Ele parece um filme, age como um, é filmado como um, tem todo o brilho de uma película, é extremamente bom, mas na verdade não é um filme. É MUITO MAIS QUE ISSO!
Endgame é um evento, é uma final de copa do mundo. O motivo? Você está assistindo há 11 anos esse evento. Você viu 21 filmes para chegar até aqui. Você já tem na sua cabeça a ideia de qual vai ser o final, ou pelo menos, imagina e espera. Você assim como seus heróis, estão desde então, buscando um propósito. E tenho que admitir... Kevin Feige conseguiu encontrar esse propósito, embrulhou direitinho e nos entregou pelas mãos de dois irmãos diretores que ninguém jamais esperaria algo tão grandioso e bem feito, até assistir "O Soldado Invernal". Duas das minhas comédias preferidas da TV neste século, Arrested Development e Community, foram criação da cabeça dessa dupla. Mas como alguém imaginaria que esses dois caras da comédia de tv iriam mudar para sempre o rumo de um universo cinematográfico de heróis? Os caras conseguiram! Quando o MCU estava indo em uma direção, eles chegaram e praticamente OBRIGARAM que os outros filmes dobrassem a esquina e seguissem o caminho que os dois fizeram, prova disso é que o próprio Kevin Feige depositou em suas mãos tal missão. E cumpriram com maestria.
Para o fã que aguardou 11 anos de muitas aventuras e vários finais incompletos, vai se sentir saciado com Endgame. Esse filme é um milagre! Era algo praticamente impossível agradar todo mundo. Olha o TANTO DE HISTÓRIA, O TANTO DE PERSONAGEM, O TANTO DE NÚCLEO(É NOVELÃO MESMO!), O TANTO DE CENÁRIOS! Conseguir fazer isso tudo funcionar é um milagre! O filme é um apanhado desses 11 anos, oferece um final extremamente gratificante para os fãs e conta com MUITO FAN SERVICE que falam por si só, sem necessidade de uma cena ou explicação. Afinal, são 11 anos, são 22 filmes. Tudo amarradinho, tudo bem explicadinho, tudo pronto para este grande evento.
São 3 horas de filme, são 3 horas que você não tem espaço para olhar para o lado. Você não vai querer nem olhar a hora no celular, você não quer perder nada, e essa é a fórmula que todo roteirista procura, e aqui, está a prova de que ela existe. O filme é muito bem ritmado, não faz questão de correria, usa muito bem as longas 3 horas de duração e a todo momento você se sente gratificado a cada minuto, com cada cena, com cada diálogo. Afinal, você se sente um herói como eles. Você faz parte daquilo, você está ali do lado da galera. Você conhece eles como ninguém... Ora! São 11 anos acompanhando, é claro que você faz parte, nós fazemos parte do roteiro. E não, isso não é loucura. O roteiro é tão bem feito, a direção é tão bem feita, que os irmãos russo te colocam ali do lado, pegam na sua mão e dizem "SÓ VAI, FILHÃO!".
Falando sobre o filme em si, é notório que aqui encerra-se um arco. Um arco muito bem contado. Steve Rogers, Tony Stark e Thor. Os 3 heróis. O símbolo americano, o símbolo do capitalismo e o símbolo de deuses. Todos são desconstruídos ao longo de 11 anos, todos amadureceram, todos se emocionaram, todos tem uma história para contar e algo para se preocupar. Endgame não quer contar uma história, ele quer que você entenda ela e saiba o motivo de sua necessidade. Qual era o propósito de cada um desses heróis em suas primeiras aparições? Um deles, era uma arma de um exército contra um país. O outro, era um gênio, bilionário, playboy e filantropo imaturo que não queria arcar com nenhuma consequência. Já o loirinho, um soldado ainda mais imaturo e que só tinha um desejo, que era conseguir o respeito do seu pai e ter o poder de governar o "seu povo". Em suas respectivas sequências, nós vimos cada um amadurecer e cada vez mais, procurar um propósito. Dois deles inclusive entraram em divergência que causou o fim da equipe. Mas o questionamento sempre esteve lá, até em Guerra Infinita, o mesmo questionamento esteve presente: Qual o motivo? Qual o propósito disso tudo? Todas essas perguntas são respondidas neste último filme. E não, elas não são explicadas por meio de palavras, e sim, por meio de emoção. Não emoção na atuação e expressão facial dos atores, na emoção de cada fã. Você sabe o motivo, você finalmente, encontrou o propósito. O propósito sempre existiu, o que não existia, era história. A história foi feita. A história foi contada. A história foi encerrada.
Se em Guerra Infinita você não teve tempo para respirar porque não havia espaço curto de tempo que não houvesse divergências e batalhas, por outro lado, Endgame continua sem deixar tempo para você respirar, mas de outra forma: sua respiração vai ser tão lenta, que você vai ficar com angústia. O primeiro momento o filme entende seu sentimento e diz: "Vá com calma, repare nisso aqui". Em um segundo momento, ele diz: "Olha, eu sei que você está preocupado, mas temos que seguir". E em um último momento ele grita: "Pode se preparar, o mundo é assim, a vida é assim, temos agora, mais do que nunca... SEGUIR EM FRENTE", ou seja:
AVANTE, VINGADORES!
Operação Supletivo - Agora Vai!
2.8 59 Assista AgoraRoteiro preguiçoso demaaaaaaaais. Pegaram os clichês de colegiais, colocaram em adultos, pegaram a ideia de "Nota Máxima" e "Dias Incríveis" e jogaram num liquidificador pra ver o que saía.
Daí chamaram o Kevin Hart e botaram pra filmar. Nem o próprio Kevin Hart consegue convencer nessa comédia. Só o Rob Riggle consegue se destacar, mas não muito.
Esquecível.
Obrigado por Fumar
3.9 797 Assista Agora“Eu não discuti, apenas argumentei”
E foi assim que Joey Naylor, convenceu sua mãe a deixá-lo viajar com o seu pai Nick Naylor, um lobista e principal porta-voz das grandes empresas de tabaco dos Estados Unidos. Neste momento do filme, Nick percebeu que o seu filho, que até então estava receoso enquanto a profissão do pai, o viu como herói pela primeira vez. E essa relação entre pai e filho entregou a Nick uma carga dramática em que ele não tinha experimentado até então.
Nick Naylor, uma figura quase que perfeita aos olhos da sociedade. Bem vestido, ótimo com palavras e detentor de um poder de persuasão que o coloca em um patamar de confiabilidade em si mesmo de dar inveja até mesmo aos seus “inimigos”. O único problema é que Nick Naylor não está do “lado do bem”.
O diretor Jason Reitman optou por um tom satírico na direção do filme, o que facilitou a mensagem que o filme pretendia passar adiante. Não é uma apologia, é um aviso. Tudo está ao seu alcance, tudo está à venda, mas nem todos sabem vender e consumir. Como uma comédia, a película encontra em Nick Naylor, uma persona em que o espectador por incrível que pareça, tenha um certo tipo de carisma por ele, deixando-nos constrangidos propositalmente. A comédia é a fórmula mais usada para repassar mensagens importantes e cheias de polêmicas. Afinal, “é melhor rir para não chorar”.
E é exatamente por trás deste sorriso que se encontra um quê de frustração no personagem de Nick Naylor, algo que o diretor optou por demonstrar não pelas feições e emoções do ator, mas sim, pelo cenário em volta dele. Nas cenas dentro do apartamento e do escritório de Nick, é possível notar um ambiente solitário de um adulto divorciado e com frustrações como qualquer outro, com garrafas de energéticos, calmantes e xaropes espalhados pela mesa.
Antes do filme começar, todos devem se questionar: “como assim esse filme tem esse título? ”. O diretor, ainda na apresentação, já deixa logo claro por meio de uma música divertida e cheia de sátira, que aquilo tudo é uma grande crítica. Após isso, você é apresentado ao próprio Nick Naylor “dando nó até em pingo d’água” em um programa de TV com o auditório inteiro contra ele até então. Com apenas 5 minutos de filme, você percebe que Nick Naylor é um fenômeno, seja para o bem, ou para o mal. Mas a verdade é: você sente inveja dele. Ele é um ás da retórica, ele tem uma autoconfiança e um ego que o coloca no patamar de Deus, pelo menos para o próprio filho.
O “Obrigado por Fumar” do título e o assunto que gira em torno do tabaco é apenas um tema que Jason Reitman optou por colocar como trama central para fazer este filme que é, na realidade, uma dura crítica às grandes indústrias e ao capitalismo exacerbado existente principalmente nos Estados Unidos. Indústrias de cigarro, álcool, armas, fast food, química, entre outras... todas matam. Todas lucram. Todas seguem firme e fortes. Todas são hipócritas. Não existe santo. Não existe um melhor que o outro. Todas têm o mesmo objetivo: vender!
De um lado nós temos a Coca-Cola fazendo comercial fofinho com ursos polares bebendo a sua bomba calórica repleta de açúcar. Logo após o final do comercial dos ursinhos polares fofinhos, entra no ar um comercial ainda mais fofo com personagens infantis que os seus filhos podem ganhar após comer uma bomba de carboidratos logo no almoço. Esse é o McLanche Feliz! E não para por aí, o McDonald’s anuncia que o seu McDia Feliz onde todo o dinheiro dos sanduíches vendidos naquele dia é redirecionado para mais de 60 instituições de combate ao câncer infanto-juvenil. Um pouco de hipocrisia, se pensarmos que ao mesmo tempo em que ajuda um, prejudica um outro com seu hambúrguer e batata frita que conseguem ficar com a mesma aparência após mais de 30 dias. E é aí onde o “Obrigado por Fumar” acerta em cheio: você não quer saber o que tem dentro daquilo, você quer olhar para mim e quer comprar minha palavra. Eu já vendi meu produto e coloquei goela abaixo e você nem percebeu.
A direção do filme é feita de forma tão espontânea, que você não precisa descobrir a vida de cada personagem para saber perfeitamente como eles estão inseridos psicologicamente na trama. Ao mesmo tempo em que sabemos de tudo, a ironia do diretor é carregada de retórica invisível: não sabemos nada sobre os personagens também, já que é criada de forma proposital várias incertezas no primeiro ato do filme, que acaba sendo deixada para trás sem percebermos e que acabam vindo à tona no ato final quando o espectador não estava esperando.
“Até um assassino de uma criança tem o direito de se defender”, é o que diz a constituição. E é o que diz Nick Naylor em uma escola infantil diante de dezenas de crianças, entre elas, o seu filho. O argumento de que todos merecem uma defesa justa é, em si, óbvio, plausível e coerente. Mesmo que seja uma indústria que mata milhões por ano? Mesmo assim. A lei vale para todos. Nick usa isso como sua bíblia de mandamento único. Quando Nick Naylor entra em cena, o que está em jogo não é a sua moral, e sim, a sua habilidade de argumentar que aquilo que ele está fazendo não é imoral.
É inevitável que todo jurista e todo estudante de direito vai sentir inveja e gostaria de ser Nick Naylor por um dia. Principalmente se for um advogado, ou alveje ser um dia. O poder de argumentação e persuasão de Nick Naylor é tudo o que um advogado necessita para convencer um júri.
O principal embate do filme que é a real cereja do bolo de Jason Reitman. E ele coloca de forma magistral nesse que foi o seu primeiro longa. O Senado, representando o Estado, tem consigo uma eterna discussão para si: é necessário e importante levar a ideia de proteção para o consumidor, alertando o mesmo sobre os perigos causados pelo tabaco. Mas ao mesmo tempo, ele precisa garantir o princípio do livre mercado. Afinal, os Estados Unidos, acima de tudo, é um país capitalista. E por ser um país capitalista, não pode e nem deve controlar o que a população deve ou não comprar e/ou consumir, mas sim, estipular regras e alertas.
Por fim, notamos que em momento algum o filme quis ter um lado para si. Pelo contrário, o diretor optou por mostrar os dois lados da moeda e deixar o espectador escolher o seu. A discussão entre ética e lucro sempre vai existir. O mercado é bruto, é ganancioso, está sempre em modificação. Os princípios morais e éticos sempre existirão dentro desse meio. Cabe às empresas saberem como vão lidar com esses princípios.
Nick Naylor defendeu o tabaco até o momento em que viu que aquilo não daria mais lucro. Logo em seguida, na cena final, ele partiu para outra. Seu trunfo não era o tabaco, nunca foi. A carta na manga, desde o início, é a sua retórica. Foi ético e certo da parte dele? Essa é a pergunta que nem o diretor e nem o espectador consegue responder.
Mas se concordamos, ou não, que alguém que trabalha para um mercado em que o seu dever é defender o tabaco, iremos ter essa mesma discussão com um advogado que tenta defender um assassino de crianças em troca de lucro. São perguntas difíceis, com respostas ainda mais difíceis em que Jason Reitman optou por deixar no ar e criar uma discussão após os créditos finais do filme começarem a subir diante dos olhos do espectador, que ficou durante 90 minutos incomodado consigo mesmo por não conseguir formar uma opinião que condissesse com a sua própria moral.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraEu não estava vendo um filme, eu estava folheando quadrinhos dentro do cinema. Que experiência única até aqui. Definitivamente uma das melhores adaptações dos quadrinhos para as telonas. Se levarmos em consideração apenas a parte técnica, sem sombra de dúvidas, Aranhaverso é a adaptação definitiva até o momento. Por um momento eu até esqueci que aquilo ali era uma animação, e percebi que, isso significa que a adaptação transcendeu os limites da tela para o espectador.
Miles Morales tem muito a nos contar. Muito mesmo. Discussões extremamente atuais e obrigatórias para o nosso momento. Quando a Sony "cedeu" os direitos para a Marvel, o meu sonho era ver o Miles Morales na nova adaptação em live action, o que consequentemente não se concretizou. Mas olha... mal sabia eu que o melhor filme do teioso seria com o Miles Morales, e em uma animação. QUE ANIMAÇÃO! A qualidade dessa animação é de uma coisa absurda.
Sabe quando você faz vários desenhos em folhas de papel e começa a folhear eles rapidamente para que aquilo se torne uma animação? É praticamente isso que acontece nessa técnica de animação usada pelos diretores e produtores para contar a história que estamos conhecendo agora. É algo único e eu espero que seja usada durante muitos e muitos anos.
"Ah, mas eu não leio tanto quadrinhos e só assisto os filmes"... O filme é perfeito também para o público mainstream que curte um cinema convencional. Se gosta dos filmes do Homem-Aranha do início desse século dirigido por Sam Raimi e interpretado pelo Tobey Maguire vai se sentir em casa. Além das dezenas de homenagens feitas aos filmes clássicos, INCLUSIVE EM UMA INESPERADA CENA DE HOMEM-ARANHA 3(?)(!!!), o filme traz de volta o sentimento de descoberta. Aquele mesmo, onde o aranha está aprendendo a usar seus novos poderes. Mas só que dessa vez ele tem uma pequena ajuda que deixa tudo muito mais divertido: OUTROS HOMENS-ARANHA!
O roteiro soube muito, mas muito bem contar a história de cada aranha de cada universo sem cair em uma mesmice. A formula usada pelo roteiro foi tão boa que eu me surpreendi bastante, já que esse era o meu questionamento antes de ver o filme. Como eles iriam lidar com tantos personagens que, apesar de terem o mesmo ideal, são tão diferentes.
Homem-Aranha no Aranhaverso é o melhor filme do Homem-Aranha já feito, o mais completo, o mais bonito, o mais divertido e o mais emocionante. Você vai rir muito e se emocionar muito!
E não esqueçam, além de já saberem que "com grandes poderes vem grandes responsabilidades", lembrem-se:
"QUALQUER UM PODE USAR A MÁSCARA DO HOMEM-ARANHA DESDE QUE SEJA PARA FAZER O BEM"
Que venha mais Miles Morales e mais aranhas no futuro!
As Aventuras do Capitão Cueca: O Filme
2.9 86 Assista AgoraParece um episódio longo de um desenho ruim do Cartoon Network. A única coisa que se salva é a dublagem tupiniquim que ainda é excelente.
O Balconista
3.9 221 Assista AgoraO Balconista funcionaria até mesmo com um podcast. Os diálogos do filme é a grande obra-prima por baixo desse filme de orçamento baixíssimo. Você consegue se envolver de uma forma que nunca imaginou, você começa a querer fazer parte daquele lugar e, mesmo que não participe dos diálogos, ouvir eles de forma presencial.
Entra na categoria que Jerry Seinfeld e Larry David eternizaram na melhor sitcom já existente. A categoria de "filme sobre o nada". Não há nada demais. Assim como Seinfeld, é o cotidiano acontecendo e um roteiro afiado que faz piada daquilo das mais diversas formas de humor negro, ofensivo e surreal. É um dia como qualquer outro na vida daquele povo. Claro, com um exagero proposital. É impossível ouvir as conversas e não se pegar pensando "peraí... faz todo sentido!".
São 90 minutos de puro entretenimento. A prova de que "basta" uma ideia boa e uma câmera na mão.
MIB: Homens de Preto - Internacional
2.8 458E não ia rolar um spin off com 21 jump street?
A Freira
2.5 1,5K Assista AgoraTecnicamente A Freira é um dos títulos mais bem feitos do gênero. O design de produção, a montagem e o modo que o diretor usou a câmera para desviar a atenção do jump scare são perfeitos. Mas infelizmente para por aí.
O filme não se sustenta com a parte técnica, já que o roteiro é pragmático, na maioria das vezes confuso, muitos diálogos inúteis que não acrescentam em nada no decorrer do filme. E muita, muita coisa que estraga o clímax da parada.
Como por ex:
O filme dá a entender que será um suspense, mas depois vira um horror-gore, mas do nada desbanda para um filme de ação desenfreado onde uma escopeta acerta o fantasma e a câmera se comporta exatamente como um filme clichê de ação e porradaria de hollywood.
E tudo isso sendo acrescentado a um alívio cômico completamente descabível e inconveniente para o teor do filme. O personagem no qual estou falando tira completamente o clímax do susto, já que após o jump scare, ele conta uma piadinha que destoa completamente do filme.
Juntando isso com um roteiro que começa bem, mas se perde após a primeira metade do curto filme(apenas 90 minutos), o filme fica se perguntando "o que eu pretendo ser?" e o espectador fica constrangido na cadeira de cinema.
Os Incríveis 2
4.1 1,4K Assista AgoraQuando eu digo que a Pixar faz filme para adultos, Os Incríveis está aqui para provar. Ele agrada as crianças, é um filme divertidíssimo para todas as idades. Mas venham comigo... um filme que tem a mesma essência do primeiro, a usa inclusive o mesmo plot que você consegue saber quem é o vilão desde que ele é apresentado pela primeira vez, pega tudo que foi de bom no primeiro, melhora o que já era excelente e faz uma continuação que passa longe de beirar a perfeição... pois ele é perfeito.
Mas como esse filme atinge tanto os adultos e fãs de cinema de longa data? Assim como o primeiro, esse aqui vai até mais longe ao abordar os clichês dos filmes de ação e super heróis, por isso que ele é um pouco previsível. Mas quantos filmes previsíveis nós não amamos? Os Incríveis usa esse previsibilidade e te leva para outro caminho, daqueles em que você não quer descobrir quem é o vilão, pois você já tem em mente quem seja, e sim, qual a maneira que eles vão "derrotar" o vilão. Isso que é "INCRÍVEL"!
O filme ainda aborda questões extremamente atuais como o feminismo e a inversão de papéis domésticos. Eu não sou pai, mas com certeza me vi no Roberto Pera por algum instante.
E gente... é preciso falar:
QUE QUALIDADE ABSURDA DE ANIMAÇÃO É ESSA? Sério! A Pixar não cansa de surpreender, eu devo ter perdido alguns diálogos durante o filme por ter ficado de boca aberta observando os detalhes em cada cena, em cada enquadramento. Parece que os caras simplesmente tiveram carinho em fazer até o pequeno farelo de biscoito na mesa durante o café da manhã. Não vejo a hora de sair o Bluray para rever essa obra-prima. Essa obra-prima não só de animação, mas principalmente, de cinema!
Não é só nostalgia. É qualidade!
Uma Mente Brilhante
4.3 1,7K Assista AgoraNascido em West Virginia, EUA, em 1928, John Forbes Nash Jr foi um matemático norte-
americano que contribuiu bastante para a teoria dos jogos, geometria diferencial e equações
parciais, tendo esses feitos acontecidos em sua grande maioria na Universidade de Princeton.
Nash foi gratificado em 1994 com um Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, compartilhando
este prêmio ao lado de Reinhard Selten e John Harsanyi.
Em 2001 a vida de John Forbes Nash Jr foi adaptada para os cinemas pelas mãos do já
consagrado diretor Ron Howard. O filme retrata a sua vida e seus demônios desde a sua
chegada como estudante em Princeton em busca de um reconhecimento, passando pela sua
vida pessoal e cheia de dificuldades no meio social, até a sua consagração em 1994 ao receber
o Prêmio Nobel de Ciências Econômicas. O primeiro ato da película narra a chegada do então
jovem John Nash em Princeton. Esse primeiro ato serve para o espectador ver o quão
metódico e introvertido era Nash, retratando que suas relações pessoais no âmbito sociais
eram extremamente limitadas. No entanto Nash é extremamente inteligente e durante todo o
primeiro ato do filme está sempre em busca de uma ideia original para que possa ser
publicada e assim, receber o reconhecimento que ele tanto sonhava. Gênio precoce que era,
ele elaborou então uma teoria que revolucionaria a economia, e com isso conseguiu o tão
sonhado reconhecimento. Essa teoria mudou sua vida profissional e pessoal para sempre. Os
seus trejeitos, suas esquisitices e sua forma de trabalhar introvertida era recebida de forma
normal pelos demais, já que no meio em que ele estava, aquilo era visto de forma tolerante
diante diversos exemplos de extravagâncias entre os gênios.
O primeiro sintoma da doença de John Nash é apresentado ainda no primeiro ato do filme,
quando ele conhece o seu então companheiro de quarto em Princeton, o colega Charles, que
na realidade é o primeiro fruto de sua doença. Charles é representado como um empurrão
para Nash se socializar com os outros estudantes, ele é a expressão das características sociais
que John sempre sonhava ter. Esse ser ilusório fruto da mente de Nash representava o seu
lado humanista. Não demora muito para a doença de Nash começar a se expandir e ele criar
novos personagens. Sua esquizofrenia o coloca em meio a conspirações e códigos que
envolvem o serviço secreto dos Estados Unidos e ele é recrutado pelo segundo personagem
ilusório, o agente Parcher. A figura de Parcher é originado do sentimento de exclusão de Nash,
que, após ter desvendado um código para o governo e que, no entanto, não foi incluído na
respectiva missão. Esse episódio o faz perder o controle da sua própria mente e evidencia
então a sua paranoia e esquizofrenia, que começava então a afetar a vida de quem estava em
volta do protagonista. Parcher é a mais forte e contundente ilusão da mente de Nash, pois a
partir da sua apresentação no filme, o espectador, junto ao protagonista, começa a desvirtuar
a realidade transcorrida no filme até então, impossibilitando a todos de decidir o que é real ou
irreal.
A terceira e última ilusão representada no filme é a figura da doce ilusão e sinônimo de afeto
para o protagonista. A doce Marcee está sempre pronta para recepcionar Nash de braços
abertos. Ao lado de Charles, eles representam o apoio necessário para Nash sobreviver
durante seus inúmeros momentos de stress.
Paralelamente, o filme conta a história da jovem Alice, então aluna de Nash, que vê nele algo
além das suas esquisitices e transtornos. Após o casamento, Alice é o que tenta manter John
longe das ilusões. Ela representa o ser concreto que é necessário para que um esquizofrênico
possa ser trazido de volta para o mundo real.
O trabalho ilusório de John Nash ajuda a ele e ao espectador a acreditar naquela ilusão,
representando então, ao máximo, um dos seus transtornos mentais que é a paranoia.
Trabalhar de forma ilusória com espiões demonstra o quão paranoico o personagem era.
Após ser diagnosticado com esquizofrenia, o protagonista tem uma crise de paranoia e
acredita que está sendo perseguido por espiões russos. Ele passa por inúmeros tratamentos de
choque para conseguir se recompor, mas é visitado constantemente pelas suas ilusões. Após
passar por vários tratamentos, John volta para a casa alienado e completamente apático. Ele
voltava então a não conseguir ter uma vida social, o que acaba fazendo com que ele deixe de
tomar suas medicações e surge novamente sua paranoia de ser um espião. John é novamente
submetido a tratamentos psiquiátricos e finalmente, após ter ciência da sua doença, ele é
novamente reintegrado à sociedade. A aceitação da esquizofrenia é o primeiro passo para uma
vida normal de alguém que é diagnosticado com a doença. As ilusões nunca deixaram de
existir na cabeça de John, mas a consciência de que elas são apenas ilusões abre a
possibilidade de ele ignorá-las.
Ron Howard optou por dirigir o filme mostrando primeiramente a perspectiva do protagonista
com o espectador, fazendo um jogo de percepção entre os dois. Antes do espectador ser
apresentado ao diagnóstico do protagonista, nós vemos o mundo como John via. Logo, o seu
comportamento parecia normal. Porém as provas do diretor de que algo sempre esteve
errado, estiveram presentes desde o início do filme. Exemplos: as vozes das ilusões de sempre
vinham antes de suas aparições; na fatídica cena em que John corre entre os pombos, eles
continuam a se mover como se não houvesse ninguém ali; também é possível notar desde o
primeiro ato a estranheza das pessoas ao redor de John quando ele falava com as ilusões.
Desse modo é possível perceber que a percepção é um problema não só para os
esquizofrênicos, como também para as pessoas ao seu redor.
John Forbes Nash Jr, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 1994 faleceu em 2015 e
deixou como exemplo não só os trabalhos de um gênio atormentado, mas principalmente, foi
a prova viva de que a esquizofrenia não é motivo para marcar o final de uma vida.
Uma Noite de Crime
3.2 2,2K Assista AgoraÓtima ideia, horrorosamente executada.
Jogador Nº 1
3.9 1,4K Assista AgoraQuando o filme é muito superior ao livro. Ainda bem.
Lembro de ler o livro anos atrás e terminar meio frustado devido ser apenas um amontoado de ideias legais e mal executadas. Ernest Cline criou um ótimo universo e uma ideia de estória muito boa, mas infelizmente ele não explorou muito bem e chega em um determinado momento em que tudo fica previsível e cansativo. Como criador de mundos, Cline foi perfeito. Já nas mãos do Titio Spielberg, é unir o útil ao agradável. O cara é um criador de mundos, um dos donos da cultura pop, e sabe fazer isso como ninguém.
E felizmente a história tornou outros rumos, apesar do filme ter mais de 2 horas, é extremamente divertido e não se vê a hora passar, diferentemente do livro que eu ficava olhando quantas páginas faltavam pra acabar. A grande questão do filme antes do lançamento que eram "show de referências e só", achei super bem inseridas. Um pouco de exagero aqui ou ali, mas diverte. As referências são apenas faladas, os personagens e ambientes da cultura pop estão ali e sem precisar ter um professor dando "olha, é o pica-pau" te avisando toda hora. Estão ali. Sutis.
Roteiro amarradinho de sessão da tarde(no bom quesito), aquele filme que te diverte do início ao fim, com muita ação e humor na medida certa.
Saí do cinema com um sorriso no rosto e agradecendo por uma ideia tão boa ter sido tão bem executada.
Tempos Modernos
4.4 1,1K Assista AgoraEm Tempos Modernos (1936), Charles Chaplin que dirige, protagoniza e assina o roteiro do filme foi muito inteligente ao optar por usar o humor dentro de um tema bastante polêmico, ainda mais se levarmos em consideração da época em que o filme estreou nos cinemas, que mais do que tudo, existiam mais trabalhadores do que necessariamente profissionais. O mundo ainda estava tentando entender como a profissionalização iria evoluir. Esta situação é demonstrada no filme de diversas formas, já que “Carlitos”, personagem de Chaplin, é contratado para trabalhar em outros locais sem nenhuma experiência e consequentemente, comete atos falhos, como é o caso da passagem em que ele consegue um emprego em um estaleiro naval. Por ainda estar ambientado com a fábrica, primeiro emprego dele que é mostrado no primeiro ato do filme, Carlitos de forma automática após se distrair, usou a mesma lógica do seu trabalho anterior, que claramente não se aplicaria no seu novo trabalho. Essa passagem ocorre após Carlitos ser preso, e o sentimento de inadequação do personagem com a realidade é bem demonstrada de forma com que dá a entender que ele está tentando se mover em relação a sociedade. Se levarmos em consideração que o nome do personagem no idioma original é traduzido para “Vagabundo”, o fato dele se preocupar em se reestabelecer moralmente é ainda mais significativo.
O filme busca demonstrar de forma crítica e cômica o quão importante o trabalhador deve ter consciência do que está fazendo, sendo assim, um profissional. Se nos primórdios da humanidade, na condição de “animal” o homem precisava se submeter-se às leis da natureza, foi com a evolução social passando pelo trabalho, que ele passou de dominado a dominador da natureza e usar ela a seu favor. Chaplin mostra os efeitos que o capitalismo e o processo de industrialização durante a Revolução Industrial trouxeram para a classe trabalhadora, elencando seus prós e contras. O início do filme mostra Carlitos na condição de um simples operário e é aí que mostra como essa classe-social era usada pela indústria de forma automatizada e alienada. Em uma passagem durante esse ato, um dos superiores dos operários testam uma máquina que alimentam os operários de forma automática, e é aí onde mais uma vez Chaplin acerta na crítica que ele segue durante todo o filme. A indústria não satisfeita em ter operários trabalhando de forma quase que escrava, queriam diminuir o intervalo da refeição para que a produção continuasse de forma ininterrupta.
A película ainda tem um último ato emocionante e importante para a Indústria do entretenimento. O público escuta pela primeira vez em um filme de Chaplin, a sua voz, que é quando ele canta em um restaurante e expressa sua crítica ao cinema falado quando esquece a letra da música e sua amiga diz “Cante! Dane-se a letra! ”. Em sua cena final, Carlitos dá as costas para o sistema, a indústria, as máquinas, a produção e parte rumo ao interior. Carlitos dava adeus a velha indústria. O cinema já não era mais mudo. As empresas já eram indústrias. Os cidadãos já não pensavam da mesma forma. Era o sinal de novos tempos. Os tais “Tempos Modernos”.
Apocalypto
3.8 841Como uma civilização conhecida pelos avançados conhecimentos astronômicos, matemáticos e arquitetônicos foi capaz de se autodestruir? Em ‘Apocalypto’, quarto filme dirigido por Mel Gibson, que teve sua estreia no cinema em 2006, retrata a queda da civilização Maia, que após chegar em seu ápice começava a entrar em declínio em virtude de uma certa escassez de recursos naturais, assim como o apego em deuses pagãos para justificar uma violência exagerada em um ritual sangrento com o objetivo de entreter as massas.
Na primeira cena da película, o espectador já é levado para dentro de uma floresta densa em uma cena de caçada. Após a presa ser devidamente capturada, o clima harmônico entre os caçadores é demonstrado de uma forma bem singular e engraçada, apresentando assim, os personagens do filme. O filme é centrado na história e na luta pela sobrevivência de Pata de Jaguar, um caçador e filho do líder da Vila, que logo após o término da caçada, fica atormentado ao ver uma outra tribo que procuravam um novo lugar para “começar” após ter sua vila devastada. O medo no olhar de Jaguar logo se transforma em realidade, quando no início da manhã seguinte, guerreiros Maias invadem a sua Vila atrás escravas e prisioneiros. A partir daqui o diretor já mostra o quão violento e impactante será o filme. A destruição generalizada da vila sem nenhum pudor ou vergonha é demonstrado em cenas com muito sangue e medo. Pata de Jaguar consegue abrigar sua esposa grávida e seu filho, mas logo ele é capturado pelos guerreiros Maias. Com a sua família presa em um buraco fundo e sem forma de escapar, Pata de Jaguar encontra aí as forças para superar o medo notório em seus olhos para buscar o caminho de volta a Vila.
Se a tribo de Pata de Jaguar mata pela sobrevivência, os maias matam em nome da sua religião. A crença religiosa faz com que castas diferentes de um mesmo povo se destruam. Podemos ponderar então, neste tópico, os diferentes valores entre esses povos. Enquanto uma tribo indígena caça para manter o bem-estar da sua Vila, a outra busca um novo começo e em troca de espaço, fazem um acordo, mesmo que de forma tímida e sem muita fé. Uma outra tem como valor e cultura, uma religião na qual necessitam da violência para o entretenimento de uma parte de uma civilização que é pobre, doente e faminta. Pata de Jaguar usa como principal companheiro na sua fuga, os valores e a cultura do seu povo, passada então pelo seu pai, líder da tribo. Se fortalecendo neste valor e cultura, o protagonista tenta escapar de uma civilização que, baseado nos seus próprios valores, ele acha deplorável e infeliz.
O final do filme é emblemático. Após conseguir escapar dos guerreiros maias, Pata de Jaguar finda em uma praia na qual ele e seus inimigos se deparam com gigantescos navios espanhóis. Aqui podemos perceber o quão fantástico pode ser o estranho para “o outro”. Enquanto os Maias ficam estagnados diante da grandiosidade das embarcações espanholas, Jaguar aproveita e foge para salvar sua família.
O final mostra mais uma vez o valor herdado por Pata de Jaguar, pois sugere que o herói percebeu algum tipo de malícia nos espanhóis, partindo então para o interior da floresta.
Diferente de muitos filmes de Hollywood, o diretor Mel Gibson e o roteirista Farhad Safina buscam explorar em ‘Apocalypto’ argumentos que tentam reverter e colocar os “pés no chão” em uma visão moralista e conservadora no que se diz respeito a valores morais e humanistas. A civilização Maia criou uma perversa estrutura social que se autoconsumiu pela escravidão e dominação, culminando assim em sua autodestruição.
12 Homens e Uma Sentença
4.6 1,2K Assista AgoraA situação de um jovem porto-riquenho acusado de assassinar o próprio pai está bastante complicada. Duas pessoas afirmam terem visto ele cometer o crime. Ao lado do corpo foi encontrada uma faca idêntica à que foi comprada por ele no dia do crime. Já o álibi dele é bastante duvidoso. Ele afirma que no momento do crime estava no cinema, porém não lembra o nome do filme e não há nenhuma evidência concreta de que ele esteve lá.
Nos Estados Unidos, onde a obra se passa, aplica-se a sentença de morte. E para decidir se o garoto é culpado ou inocente é necessária uma unanimidade de opiniões. Diferente do Brasil onde só é destinada a pena de morte em caso de guerra declarada, tendo um júri formado por 7 pessoas que não podem conversar entre si e votam de forma secreta.
Para decidir se o garoto é culpado ou inocente, é montado um júri com 12 pessoas. Todas de classes sociais, idade e origens diferentes para buscar uma imparcialidade. Quase todos os jurados têm certeza de que o garoto cometeu o crime, o que dá a entender que o julgamento seja feito de forma rápida. Mas um deles, o “jurado n° 8” resolve gerar a dúvida, e questiona sobre se de fato o garoto é realmente culpado. Em nenhum momento ele disse ter certeza da sua inocência, porém não achava certo condenar alguém à morte sem pelo menos conversar sobre isso.
Após a primeira votação de forma aberta ser de 11 votos para a condenação contra 1, o oitavo jurado sugere que haja uma votação secreta. Após o término de uma nova votação, desta vez de forma secreta, surge um novo voto contra a condenação, o que dá início a uma grande discussão, onde é possível notar a personalidade e demônios de cada um dos jurados. Em momento algum durante o julgamento é revelado o nome dos personagens, o que não impedia de que fossem representados pela personalidade de cada um. A sala sem ar condicionado em um dia extremamente quente só aumentou a tensão entre os jurados, que trocavam agressões verbais e por muito pouco, agressões físicas.
O oitavo jurado propôs que fizessem uma reconstituição de uma das cenas do crime, o que colocou mais dúvidas na cabeça dos jurados. Com base em vários debates, argumentos e observações por parte dos outros jurados, a votação parcial ficou equilibrada, restando apenas como voto contrário os jurados mais agressivos. Esses jurados, nomeados de jurados n° 3 e n° 10, tinham personalidades diferentes. O jurado n° 3 tinha uma vida familiar conturbada e mostrou-se ser uma pessoa irritada devido uma péssima relação com o seu filho de idade semelhante a do garoto acusado. O que faz com que deixe claro que ele apenas está despejando a amargura da relação que ele tem com o seu filho naquele júri. O jurado n° 10 é um patriota que se demonstra preconceituoso, destruindo a todo momento a imagem do réu baseado na opinião que ele tem em relação aos latinos.
Após vários debates acalorados, reconstituições e opiniões, o senso comum relativiza as verdades frágeis e as convicções alimentadas por opiniões pessoais. Os doze homens distintos, decidem naquela tarde escaldante dentro de um prédio público claustrofóbico, que não havia provas concretas da autoria do crime, finalmente decidindo votar unanimemente pela inocência do réu.
Quando o protagonista, o jurado número 8 que é interpretado por Henry Fonda sai do Tribunal, ele não estava à espera de jornalistas e multidões. Com o sentimento de dever ético cumprido, ele recebe em troca um tímido, porém sincero, cumprimento do jurado mais velho que foi o primeiro a reconhecer a importância do que estava em jogo.
Com um orçamento pequeno, e com apenas uma locação para as filmagens deste filme que tem um roteiro esplêndido, ‘Doze Homens e uma Sentença’ é até hoje uma das maiores obras cinematográficas da história. Um roteiro afiado, personagens bem escritos, escolha de fotografia e enquadramento corretos e atuações gloriosas. O filme de estreia de Lumet mostra o real valor que a sétima arte pode conceder a sociedade.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista AgoraFaz parte do gênero que hoje está em evidência, que é o gênero "filme sobre o nada". O que não quer dizer que é ruim, por ser o nada. O melhor exemplo para algo "sobre o nada" que é ótimo e faz sucesso, é a maior sitcom de todos os tempos: Seinfeld.
A rotina do o dia-a-dia, a vida, o adormecer, o acordar, a ida ao banheiro... tudo isso é algo que passa pelas nossas vidas e desde que nascemos e não percebemos como algo interessante. Quando algo sobre o nada é bem explorado, nos deixa com um sorriso no canto da boca.
O Rei Leão
4.5 2,7K Assista AgoraA cada música, uma lágrima.