- Eu vim aqui foi pra falar contigo. Já faz umas noites que nem durmo, só pensando nisso. Eu entendo teu sofrimento. Escute, deixa eu cuidar de tu. Deixa cuidar de teu coração. - O que é que tu tá me dizendo, Ederaldo? - Me arrume um copo d’água, por favor. - Toma. - Já faz um tempo que eu tenho esse sentimento preso dentro de mim. Abre essa porta. Deixa o meu amor entrar pra tomar conta de tu, criatura. - Tu não é capaz nem de tomar conta da tua própria vida, como é que vai querer ficar comigo? Não sei mais o que é amor, só sei o que é desaforo. - Permita eu te ajudar. - Pois tu me ajuda se for embora. Vai cuidar de tua vida. Me deixa cuidar da minha. - Pois tá certo. Já esperei esse tempo todo mesmo. Eu não sou homem de desistir fácil não. Eu te prometo uma coisa. Ficar na porta da tua casa todo dia, da hora que o sol aparece até a hora que ele se esconde, tocando minha sanfoninha velha, até o dia que tu vai abrir essa porta e vai deixar meu bem querer entrar pra tomar conta de tu. Até amanhã.
- Eu vim aqui foi pra falar contigo. Já faz umas noites que nem durmo, só pensando nisso. Eu entendo teu sofrimento. Escute, deixa eu cuidar de tu. Deixa cuidar de teu coração.
- O que é que tu tá me dizendo, Ederaldo?
- Me arrume um copo d’água, por favor.
- Toma.
- Já faz um tempo que eu tenho esse sentimento preso dentro de mim. Abre essa porta. Deixa o meu amor entrar pra tomar conta de tu, criatura.
- Tu não é capaz nem de tomar conta da tua própria vida, como é que vai querer ficar comigo? Não sei mais o que é amor, só sei o que é desaforo.
- Permita eu te ajudar.
- Pois tu me ajuda se for embora. Vai cuidar de tua vida. Me deixa cuidar da minha.
- Pois tá certo. Já esperei esse tempo todo mesmo. Eu não sou homem de desistir fácil não. Eu te prometo uma coisa. Ficar na porta da tua casa todo dia, da hora que o sol aparece até a hora que ele se esconde, tocando minha sanfoninha velha, até o dia que tu vai abrir essa porta e vai deixar meu bem querer entrar pra tomar conta de tu. Até amanhã.