Dentro tudo o mais que fascina em Gravidade – novo filme de Alfonso Cuaron ( Filhos da Esperança e Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban) depois de uma hiato pesaroso para o cinema de quase 7 anos - é a historia. O enredo que de simples só tem a descrição, nos leva numa catarse existencialista de superação. Cuaron realizou um filme de imersão na imensidão do interior humano, a perda, a solidão, as duvidas, a falta de força em continuar a sobreviver. Sim. Porque o que vemos em tela, não é uma personagem que vive, somente sobrevive. Ele projetou para o universo infinito todo o universo interno da personagem da Sandra Bullock – a Dra. Ryan Stone -.
Porque Gravidade é um ensaio ou quase uma tese sobre o interior humano quando este perde a essência do que nós faz existir. Que é a busca por nos preservarmos. Por continuarmos. Somos seres evolutivamente sobreviventes. Resistimos às adversidades, as catástrofes humanas e da natureza. Resistimos a toda ameaça externa. Porem ainda continuamos a oscilar e perecer diante das adversidades e ameaças internas, de nós mesmos. Depressão, solidão, luto diante da perda. Tudo isso causa uma reação em cadeia de vazio, feito um buraco negro, muitas vezes silencioso, onde nos vemos diante de um universo infinito, vasto, perigoso, ameaçador onde a vida parece não caber. Ou ao menos a vontade de permanecer nela. Gravidade usa metáforas e simbolismos diversos para isso. Para nos apresentar o interior da Dra. Stone em toda a sua imaculada crise e luta por sobreviver a ela mesma.
comentarios de todos os 9 indicados a melhor filme bem como apostas em cada categoria >. http://criticofilia.blogspot.com.br/2014/02/oscar-2014-indicados-apostas-e-analises.html
''O coração não é uma caixa que pode ser preenchida. Ele se expande por dentro o quanto mais você ama. Eu sou sua e não sou.''
Penso assim: Se Meryl Streep é Deus Al Pacino tbm o é. E para todas as outras coisas da vida Joaquin Phoenix é uma religião de respeito!
Que roteiro fabuloso e pertinente. Her que o nome já denuncia sobre o que realmente trata, não só nos trás uma bela historia de amor e relacionamento como um panorama de futuro já quase presente dos moldes que nós nos relacionamos com nós mesmos em busca de compreensão de nosso tempo e espaço físico e espacial.
critica completa bem como apostas e comentarios gerais de todos os 9 indicados bem como palpites de quem leva as estatuetas em cada categoria para casa >.
12 Anos de Escravidão é o tipico filme que nasceu e foi criado para o Oscar. cada plano, cada sequencia, a escalação do elenco, sua fotografia, trilha... Tudo, culmina num emaranhado que foi feito para ganhar prêmios. nada ali foi feito apenas visando 'o cinema em si', mas sim conquistar prêmios. E isso apesar de pessoalmente ser um demérito diante dos meus julgamentos, não é um demérito no geral; uma vez que consegue cumprir bem sua proposta e principalmente se tornar relevante diante de um tema que principalmente na sociedade americana ainda é tratado as sombras, ainda que permaneça tão atual diante do mundo.
leia na integra, mais comentarios e aposta de todos os 9 indicados ao oscar 2014 bem como apostas gerais de quem leva em cada categoria >> http://criticofilia.blogspot.com.br/2014/02/oscar-2014-indicados-apostas-e-analises.html
Dirigido por Jean-Marc Vallée, Clube de Compras Dallas surge como o grande filme manifesto da temporada ao lado de 12 Anos de Escravidão, que encontra seu diferencial em sua montagem acertada, em seu roteiro delimitado e bem desenvolvido que reflete toda uma politica de preconceitos e descasos de saúde, diante de uma doença repleta de misticas. comentarios completos mais apostas de todos os indicados oscar 2014 >> http://criticofilia.blogspot.com.br/2014/02/oscar-2014-indicados-apostas-e-analises.html
O filme é dirigido pelo reconhecível Paul Greengrass - de Voo United 93 e Supremacia Bourne - que não exita em imprimir sua marca quase documental em seu estilo de filmagem, em colocar a tensão e a verossimilhança das cenas de forma palpável e angustiante, com câmeras nas mãos, closes absurdos, movimentos e alteração de ângulos que nos fazem participar da trama por vezes. Palmas para o roteiro que como citei não se prende em superficialidades para nos colocar diante da trama, e principalmente não tenta se beneficiar do melodrama como artificio de fisgar a atenção e torcida do espectador. Assim quando algum personagem corre perigo de vida não nos assustamos e tememos por sua vida por sabermos de sua trajetória, por pensarmos em sua família por exemplo, pois isso ali é irrelevante, mas sim tememos e torcemos para aquela vida por ser uma ser humano em uma situação critica.
comentarios breves e apostas de todos os 9 indicados ao oscar 2014 >> http://criticofilia.blogspot.com.br/2014/02/oscar-2014-indicados-apostas-e-analises.html
O filme é muito bem construído do ponto de vista narrativo, ele elabora uma teia de situações que vão a fundo nos relacionamentos amorosos da chamada 'primeira terceira idade' ou 'pre terceira idade'. E mescla com teorias de inter-relacionamentos sociais, onde uma massagista cumpre o mesmo papel da amiga psicologa ou da amiga poetisa, que é ser ouvinte, dividir os problemas da vida - sim, mais um filme que versa sobre 'o homem não nasceu para ser sozinho e solitário -. Mas isso não é critica depreciativa não. Pois o filme como disse constrói isso muito bem, inclusive se beneficiando de diálogos verossímeis e bem naturais, onde o roteiro não se perde em decair sobre escapes de humor exagerados ou explicitar dramas alem do necessário e coerente. Nada é exacerbado demais, tudo na dose certa, para refletir, absorver e se encantar.
Contudo, como CINEMA, ele não tem nada demais. é apenas um filme bom (3 pontos, 3/5 em 5 talvez) que conta com atuações pontuais de ótimos atores, inclusive dos mais jovens mas em papeis que não exigem tanto da atuação, bem como personagens 'normais' com exceção da personagem central e da amiga da filha dela. Que possuem uma complexidade a mais metaforizada nos desdobramentos das ações ao longo do filme - não por acaso a ultima cena da protagonista com a menina é a mesma dela no final do filme e com o protagonista, mesmo local, mesma situação.
O que diferencia esse filme de outros do gênero - pois a base da historia é velha conhecida- é justamente aquilo que pontuei acima - a naturalidade. Tudo ali é palpável, sem coisas mirabolantes. Ainda que haja a ficção ali em suas regras estabelecidas (precisa haver um problema a ser superado com redenção), onde a coincidência acaba sendo a solução unica talvez de fechar a trama; o filme ainda assim não se perde e principalmente, superficialmente não denuncia isso de si mesmo. E por isso merece méritos.
Que delicia não? Finalmente consegui assistir e terminar Dançando no Escuro do Lars e eis minhas impressões abaixo (para quem se interessar mas não quiser ler por aqui o texto todo que é imenso eu escrevi ele tbm ali >> https://www.facebook.com/will.augusto/posts/685456658159203:0 << pretendo escrever uma analise critica dele, mas quando tiver mais tempo para analisar tudo com calma, o que expressei aqui são minhas opiniões previas, por isso não estão no meu blog de criticas) :
Ironicamente talvez, eis que este é o filme mais terno e 'leve' do Lars que eu tenha conhecimento. Ainda que o filme lide com questões da índole e natureza humana como sempre - assunto que permeia seus estudos fílmicos, já que considero as obras de Lars estudos cinematográficos e não apenas simples narrativas - o filme consegue se permitir uma ternura guardada em seus passos frágeis e em sua visão - ainda que cega - das belezas da vida em meio aos musicais. Sim, Lars parece por vezes zomba de hollywoody, porem o faz com sutileza. (E confesso que me divirto quando ele o faz haha).
Contudo, algo me chamou atenção na personagem Selma em questão. De longe, Selma vivida brilhantemente pela Bjork, é uma das mulheres de Lars mais infames e sonsas que ele já teve. - a primeira vista. E vou discorrer sobre a personagem que pra mim é a força do filme.
É a unica mulher de Lars que não possui o tom 'ardiloso' na natureza feminina que é justamente a força de suas personas - por um momento ainda considerei que este fator 'ardiloso' que uso por falta de expressão melhor; fosse na mesma pegada que a Bess de Ondas do destino, calcados na religião ou fé na vida, porem não. Selma é condescendente em sua cegueira. Alias, a escolha no estudo de personagem em coloca-la cega, em paradoxo com sua paixão pela dança - e daí vir o titulo da obra - soa quase como um humor negro, diante do fato de que Selma se posta como um elemento fraco em sua natureza. Não ha força em suas convicções e paixões - se eliminarmos o fato de fazer tudo pelo filho implicitamente-.. Ela cria empatia no publico não pela sua personalidade mas por simples e pura pena, que o publico sente de seu destino, calcados pelos infortúnios da vida. Ao contrario de todas as outras mulheres de Lars - inclusive a de Anticristo a mais complexa de todas - Selma simplesmente caminha cega para seus problemas, sem em nenhum momento recorrer a sua raiz feminina de poder para sobreviver. Ela é passiva ao meio, ela se torna um martire por escolha.
Mas isso esconde algo mais complexo. Pois na realidade, Selma é uma
suicida e o que ela faz durante a projeção toda é caminhar para esse suicídio.
Interessante como o Lars brinca com esse conceito psicanalítico - que ele me fez buscar compreender depois de Dogville e Ondas do destino - e retalha um concha de possibilidades que acusam seu Ninfomaniaca atual. Esta tudo lá os mesmos conceitos anos atrás já se revelando em sua filmografia. Explico. Metaforicamente falando a cegueira de selma, seu alude pelos musicais- que Lars faz questão de tornar incômodos diante de câmeras sem embelezamento algum, em sequencias de passos frívolos e duros, sem ritmo ou inspiração, contrastando justamente com a afirmação de Selma de que 'nos musicais tudo acaba bem'. Não são sequencias bonitas esteticamente, e notem como apesar de todo o filme se abster de mazelas técnicas de linguagem para envolver o espectador e manipular suas emoções, ainda assim as sequencias de 'transe' de Selma são mais crus que o restante da narrativa, a fotografia se torna mais apagada, com cores mais frias, sem saturação, planos e uma edição muito mais fragmentada. - e sua devoção pelo filho, são resquícios de sua culpa pela ausência paterna e descuido materno implícito na projeção. mais uma vez o desejo carnal do ser humano se mostra como o maior mal que temos onde ela se culpa por ter concebido seu filho e condena-lo a seu mesmo destino. Ela continuamente se culpa e se resigna diante de uma punição que ela acha que merece, de forma quase sadomasoquistas, inclusive erotizada, pois a sua passividade diante da dominação externa tem um tom quase sexual em suas consequências nela e com ela. Em outras palavras,
Selma é masoquista e melancólica, e sua cegueira é a metáfora internalizada de morte que acomete sua família, sempre sem paterna. A visão aqui versa não na literalidade mas no sentido da vida mesmo, ela pretende dar a seu filho a unica chance dele quebrar a 'maldição' de seus genes, que pode tanto cair para o lado psicanalítico como disse, como para o ponto critico social que o filme faz sobre os operários imigrantes que levam vidas duras.
Não há escapatória, numa vida sem oportunidades reais, sem luz no fim do túnel, ter visão, ter uma chance de viver e não só sobreviver é o melhor dos presentes que Selma pode dar ao filho. Isso sem falar no detalhe de Selma se mostrar condescendente com os abusos e injustiças que tem ao seu redor, com as palavras duras que lhe são jogadas, mas demonstra uma frieza e rigidez absurda com o filho, e isso se choca totalmente em suas convicções.
Enfim, um estudo de personagem completo que me surpreendeu bastante.
No fim, Selma não é Julgada pela lei do Homem. Mas sim por sua própria lei interna onde ela mesma executa a sentença da unica maneira que encontrou para chegar ate ali.
Um ótimo filme, mas repito: o mais 'leve' dentre os Trier's.
The Square é o concorrente do Egito ao Oscar de melhor longa de documentário. E nos mostra de maneira franca, explicita e aterrorizante os desdobramentos de dentro da conhecida revolução de Lotus como ficou conhecida a revolução popular que tomou conta do Egito em meados de 2011 e ate hoje enfrenta guerra.
A narrativa se estende a partir de depoimentos de Ahmed Hassan um dos revolucionários com a contribuição do militante e também ator Khalid Abdalla (Caçadores de Pipas) que usa sua influencia internacional para denunciar e registrar passo a passo os desdobramentos da verdadeira batalha de terror e choque que o pais enfrenta. Com cenas registradas de maneira totalmente amadora por vezes, com desfoque e baixa qualidade, através de celulares e videos da internet por exemplo, The Square - que ganha esse nome por remeter ao fato da revolução ter se iniciado quando o povo egipicio tomou a Praça Tahrir contra a ditadura de mais de 30 anos do fascista Hosni Mubarak - remonta os casos desde 2011 ate os dias de hoje, por cada etapa social, politica, ideológica e religiosa que permeou essa luta histórica, na historia da humanidade. Essa revolução é conhecida como uma das maiores da historia humana e The Square consegue transmitir brilhantemente isso e o porque, sem polpar o espectador de fatos, explicações, teorias, engajo e denuncias, alertas e posições que respeitam - e ai que ele encontra o brilhantismo - as diversas opiniões que divergem sim, porem se igualam num mesmo desejo : clamor pela humanidade de viver do povo do Egito.
é quase impossível para o povo brasileiro, assistir a esse documentário e não recordar nossas manifestações do ano passado. Isso por que ambos os desdobramentos que permearam nossa manifestação são muito parecidas com as estrategias politicas e militarias e religiosas (que nos assolam atualmente) que o doc. denuncia. é emocionante constatar como os artistas de lá utilizaram a arte da musica, da pintura/grafismo e do cinema para registrar e demonstrar toda sua historia como forma de propagar aquele momento e registrar os acontecimentos de forma jornalistica e filosófica ate ao marcar em cores - e sangue- tudo aquilo que lhes acometem a alma. Que é afinal a função da existência da arte em si.
Como cinema, ele tem problemas de finalização, de narrativa inconclusiva mas que artisticamente pode ser interpretado de maneira a absorver e externar justamente a trama a que segue, a linha de discussão que sugere faz. Ou seja, tecnicamente falando são falhas documentais, porem artisticamente não vejo - eu pessoalmente - como falha mas como acerto.
é um grande documentário, essencial para a humanidade ainda nos dias hoje, alias, urgentíssimo para nossa atualidade global e nacional, que projeta não só um gosto agridoce de esperança por consciência mas também de apreensão por um futuro onde estar vivo e querer justiça possa ser a sentença de morte, esquecimento e brutalidade.
Doloroso, necessário, e OBRIGATÓRIO a todo BRASILEIRO e Humano - ''DE BEM'' E ''DO BEM'' - PARA ENTENDER onde esta o direito humano de SER.
Confesso que tava animado e achando que o filme me arrancaria algo mais substancial, afinal de todos os 9 indicados a melhor filme desse ano, Philomena continuava uma Incógnita para mim do o porque figurava na lista. Finalmente consegui assistir ao longa e a incógnita continua... Ou melhor, se dissipa por conhecer os 'tramites' Oscar de ser mas realmente...Bom é, mas não vejo o porque figurar a principal categoria.. anyway...
O filme não é ruim de maneira alguma, alias, me surpreendeu em alguns pontos, mas não é lá ' nada de novo'.
Explico: O que vemos em tela é a famigerada formula 'pessoas diferentes que criam laço terno', 'profissional em crise que encontra pessoa em crise e ambos se ajudam',' mãe procura filho perdido' e 'ateus versos religião'. Tudo mais do mesmo, porem sem ser feito de maneira 'arroz com feijão'. Apesar da trama ser velha conhecida do cinema emocional, Philomena goza de um roteiro que não tenta levar o espectador as lagrimas a cada instante, não tenta transformar sua protagonista em uma sofrida vitima em busca de redenção contra a vilania da igreja. Ainda que o tom moral da produção assuma esse papel de 'condenação' e critica a igreja católica e a imigração de crianças entre irlanda e EUA, isso é feito tão sutilmente que pode passar despercebido pelos mais 'emotivos' o que é ótimo para a produção não se tornar clichê.
Há uma dosagem equilibrada entre o ceticismo irônico e sarcástico vindo do lado ateu da obra através de Steve Coogan como Sixsmith com o tom de fé inabalável mas de convicção desestruturada da sincera e afetiva Judi Dench com sua Philomena (numa atuação a altura dela, essa grande atriz). Se por um lado os questionamentos de descrenças, a parcela racional de Sixsmith são criveis, a fé de Philomena também o são. Não ha um interesse no roteiro de determinar um embate entre fé e religião, entre certo e errado, ainda que essa reflexão e debate surja no espectador, o filme não toma as rédeas da manipulação emotiva e sentimental para isso, ainda que a historia por si só - baseada em fatos reais - dê pano para manga a isto.
Assim Philomena se beneficia por não surgir piegas demais, mesmo que abuse de artifícios tais como inverossímeis mazelas de condução narrativa. As coincidências são vergonhosas em certos pontos - há sim a interpretação de que toda a facilidade nos desfechos e resoluções posam ser a parcela 'sinais de deus' ali guiando philomena, porem numa obra que tenta com tanto afinco em seu roteiro e condução em se manter imparcial diante do debate 'deus e igreja', tais artifícios soam como uma falha num roteiro que poderia se fazer valer - sendo calcado na realidade ou não - de artifícios mais criveis.
Pois ao contrario de algumas criticas que vim saber hoje, considero a historia real de Philomena mais crível do que a realidade aqui do longa.
Mas isso são apenas detalhes, que não tornam o roteiro menos inspirado. O forte do longa é justamente isso a direção segura, a atuação edificante de Judi e o roteiro nada piegas.
Acrescente ai a dose sempre ponderada e maravilhosa da trilha sonora de Alexandre Desplat, e doses de humor de quebra dramática na produção e temos um filme bonito, que faz refletir sim sobre a conduta da fé e religiosidade cega, dos crimes da igreja católica por anos a fio em nome do 'bem maior', da politica de imigração criminosa de crianças adotadas, da ética entre o que é ser jornalista e claro, sobre as mazelas da vida entre escolhas, perdão e redenção.
Particularmente achei curioso a personagem Philomena. Ela é complexa ao assumir uma postura ao mesmo tempo amável de quem sofreu em silencio e em 'pecado' por 50 anos, mas que ao mesmo tempo a fez forte, dona de um caráter sem 'papas na língua', conservadora em sua fé católica mas ao mesmo tempo coerente ao falar sobre homossexualidade de uma forma tão normal, sem taxar ou julgar que a fala dela surge como um tapa na cara em tempos em que algo tão humano quanto respirar ainda é tabu no mundo. Por essas escolhas peculiares o filme vale a pena.
Mas falta. falta justamente pela sobriedade escolhida. pela parcimônia que impede que ele seja um ''grande filme''. Mas ainda assim um ''filme grande'' ele é. Bom. Correto.
Uma janela aberta para o passado, para o esquecimento, para tudo aquilo que não foi mas ainda assim é. Nebraska alude ao inverno, ao outono por vezes. O gelo que congela memorias como fotos antigas em preto e branco de ecos que persistem mesmo onde não se há mais voz ativa mas que derretem ao menor indicio de fagulhas do fogo da vontade de viver e não só sobreviver no Tempo.
Ainda que o Preto e Branco ao qual o filme goza fotograficamente não seja lá seu destaque - desconfio que o P&B fé resultado de pós e não pensado ou fotografado assim desde a captação - ele é perfeito pra narrativa, mostrando justamente a relação melancólica porem bela do roteiro sensível e denso que o longa assume logo de inicio. Nebraska oscila entre o cômico e o dramático num ritmo vertiginoso tocante e admirável. Pois se em um momento estamos gargalhando pelas falas e jeito encantador de Kate a matriarca da família, no segundo seguinte estamos chocados ou embasbacados com a brutalidade e frieza de um homem que simplesmente seguiu a vida como ela lhe foi ofertada, capaz de crueldades pesadas como dizer ao próprio filho que nunca amou de fato sua mulher ou que nunca planejou a existência deles.
Mas Woody não é um velho ranzinza cruel apenas, suas motivações ou falta delas se estendem numa complexidade ampla, na qual ao longo da narrativa conseguimos criar empatia com seu personagem rir dele e com ele, e nos emocionar e ter pena e complacência de sua trajetória de dor, tristeza, solidão dentro de si mesmo e de renuncia, de um homem incompleto que só tentou caminhar através da luz que o sol das manhãs mais cinzas - tal qual o preto e branco da película - lhe impunham. Um homem que não é mal ou recluso, mas que não sabe lidar com certas coisas e sentimentos - fruto da herança de sua família. Ele foi criado assim. Ainda assim ele é capaz de protagonizar uma cena linda de amor real por suas crias, ainda que não saiba como demonstra-la.
Nebraska é um filme sobre se encontrar, sobre jornada, sobre reflexão da vida com o tempo, sobre a imensidão de tudo aquilo que poderia ter sido e não foi, não é. Que se desconstrói e se resume muito bem numa frase: quando o Filho Dave pergunta ao pai se ele queria ter uma fazenda tal qual seu pai antes dele, Woody simplesmente ao olhar para o horizonte abandonado onde nasceu responde: 'eu não me lembro'.
Contando com atuações e personagens cativantes em especial Kate de June Squibb que me conquistou por completo - e me traumatizou um cemitério - o filme engrandece sob a atuação de Will Forte com seu Dave, apagado, 'sem graça', repleto de sensibilidade e uma devoção com magoas latentes, numa sutileza de sentimentos diferentes resguardados atrás dos ombros retraídos que delimitam bem sua essência explicitada assim que descobre que seu nome originou-se de um tio morto aos 2 anos de idade; tal qual ele 'sem vida', e de Bruce Dern e seu protagonista Woody, que merece realmente ser lembrado na Indicação Oscar que recebeu.
Vale a lembrança de Bob Odenkirk (acá Saul de Breaking Bad) que confere a dose certa de humor versus drama que o filme precisa.
Engana-se quem reduzir esse drama cômico a uma simples trama de 'pai e filho' de 'reencontro inter relacional'. Nebraska é um filme sobre trajetória, tal qual a viagem que permeia o longa. é o retrato de uma reflexão sobre o tempo, as perdas, sobre a vida enfim, sua passagem, seu fim. As vontades e desejos versus obrigações e osmose. é um filme sobre reencontro a si mesmo diante da vida que ainda esta aqui. Um registro de como somos incompletos mesmo diante da aparente felicidade, de como dia apos dia estamos buscando completar as lacunas que o Tempo deixa sobre nós e além de nós, nos outros que nos rodeiam.
E que planos inspirados com belas paisagens, e que terno sempre é o retrato que se encontra na sociedade 'velha' do interior.
Não é um filme triste, mas arranca certa tristeza. E talvez sua maior 'esperança' dada, seja a mensagem que passa ao final de que não importa a busca, não importa realmente quão preto e branco seja a tempestade, mesmo nela, há 256 tons de cinza para se admirar, caminhar, contemplar e talvez, apenas talvez sentir.
Que animação PUXADA velho! PU-XA-DA! A esperança, a devoção, o horror da guerra.. o horror humano diante da inocência de uma criança, diante do inabalável espirito de proteção e sobrevivência fraterno. A luz da esperança como vagalumes com brilho intenso e hipnótico de fim marcado.
Essa animação consegue mesclar um esmero técnico incrível principalmente na direção de arte - que uso perfeito das cores man! - com um roteiro tão peculiar- como só o cinema oriental é capaz de fazer - sobre mazelas da vida, dos sentimentos humanos que cai fundo na nossa percepção do que é viver versus sobreviver. De como os horrores das escolhas humanas refletem naqueles que só querem 'gozar' a vida que lhes é de direito. Todo filme de guerra e sobre a guerra é pesado, porem quando nos transportam essa realidade da nossa historia para uma animação, o efeito que isso causa é devastador.
To abalado pra carai agora :/
Favoritei pra vida e é daqueles que dificilmente conseguirei parar de chorar a cada dia que eu lembrar...
'e os vagalumes voam pela caverna.. em meio a escuridão, um mar de estrelas vivas piscando à luz da esperança e dos sonhos diante e ao redor. Mas a madrugada vem, e com a luz de fogo do verdadeiro céu sem estrelas e de nuvens negras, a luz na caverna se apaga. Sem pisca, sem vagalumes, sem esperança ou sonhos.. somente a lembrança dos ecos daqueles que vagam para eternidade de riso, afeto e balas de frutas numa imensidão particular de vagalumes imortais."
''Quem viu o vento? Eu não vi e você também não. Mas quando as folhas estão quase caindo... É porque o vento esta passando. Que o vento carregue essas asas até você.''
O tanto que chorei não esta escrito ou registrado na vida.
Esse documentário é um documentário intensamente pessoal sobre o debate em curso sobre os direitos legais de casais do mesmo sexo. Entrevistas, fotos e vídeos das testemunham e de todas as ligações incomum que reunirão Shane Bitney Crone e o seu esposo Tom. Durante seis anos, eles permaneceram unidos, apesar dos desafios extremos, tanto da família e da sociedade, até que um trágico acidente acabou com os seus sonhos. Agora é preciso lutar para que Shane seja reconhecido como interlocutor legítimo de sua alma gêmea.
Bridegroom. A alguns anos um curta pequeno em video de internet virou febre sobre o assunto na luta dele para conseguir esse respaldo e adquirir direitos humanitários salvo guarda pela justiça para todos da comunidade LGBT nesse assunto.
Porem se o filme visa a principio não só homenagear de forma pessoal o amigo/marido querido, o doc. vai alem e acaba por lançar uma conscientização não só de tolerância, aceitação e compreensão do mundo lgbt como o que é: algo humano. Mas também acaba por alertar a sociedade contra a atual legislação mundial na qual a justiça nem sempre dá margem para tal quando o assunto são minorias sociais e históricas em direitos básicos de qualquer cidadão vivo.
Um documentário emocionante que sim mostra o amor de forma bem intima e por isso mesmo forte e que nos levam a lagrima, mas que antes de tudo mostra como ser quem somos, quem se é acaba nos colocando numa luta mil vezes mais dura e sofrida do que simplesmente acordar e sair para viver. Como que o medo e a ignorancia de anos de educação social e comportamental errada, sem informações e deturpada causam dor onde pode existir apenas o direito de viver e amar.
No mais, em meio a lagrimas de ternura e tristeza: 'toc toc toc'
-"As pessoas que falam deles, não entendem muito tudo isso. -"E eles acham que se forem a igreja e tudo o mais, eles podem ser como os outros rapazes. Que deus vai cuidar de Tudo. Mas não. Você não consegue parti-los." -"Na verdade, eu estou é cansada de ouvir isso. ''
- ''ELES NÃO SÃO ROMEU E JULIETA.'' - ''EXATO. eles são romeu e romeu. viva com isso!''
Ditos por um vo e uma bisavo (esta ultima de 90 anos de idade) ♥
é tão mais fácil e lindo SER um Humano do que ir contra a Ser não é? :)
excelente e puxado(mas belo) Short term 12. O filme quase 'indie' é uma maravilha, um roteiro muito bem escrito que permeia entre a emoção, a critica social, o alerta humano e o drama classico com algumas reviravoltas pontuais. As atuações são outro deleite, com jovens atores desconhecidos do mainstream - com exceção do excelente John Gallagher Jr. conhecido pela minha serie queridinha recente The NewsRoom - que dão um show a parte em papeis nada faceis de se encarar. o filme trata antes de tudo sobre as dificuldades da vida adulta, dos abusões cometidos a jovens e crianças em familas desestruturadas e principalmente nos efeitos de tais traumas na vida adulta mesmo daqueles que tratam e tentam ajudar tais jovens e crianças. Mostra que nem sempre estender a mão é a maneira correta de se ajudar alguém a levantar da sarjeta. Um filme peculiar e sensível que mexe com algumas feridas que devem ser expostas e que mostram que nem sempre experiencias ruins devem ser guardadas como algo negativo, que a vida muitas vezes pisa, mas ao invés de pisar nela de volta, basta aprender e sentir a força da pisada para junto dela caminhar. um otimo filme que confesso me fez mal, mas aquele mal que no fim das contas s torna bom, pois me ajuda a transformar o feio em algo belo quem saber. Um retrato tão real quanto os retratos fora de esquadro de duas personagens... tristemente belo. mega recomendo!
La grande belleza, filme concorrente ao Oscar de melhor filme estrangeiro desse ano. E sei não. O filme é bom, e achei genial as referencias a La dolce vita e ao fellini no geral - algumas ate escrachadas tanto no modo de usar as imagens tão fortemente para adquirir relação com o contexto dentro da narrativa, quanto a concepção dos personagens e a própria critica reflexiva sobre a sociedade burguesa italiana, onde a Itália sempre surge bela porem com um tom agridoce de hipocrisia e decadência. tudo isso é genial realmente mas sabe quando não embala.? Então. achei maçante as 2 horas de projeção, não consegui criar vinculo real ou palpável com o protagonista ainda que ele tenha todos atributos para causar empatia em mim - a começar pelo fato de ser um escritor com bloqueio literário -. Mas não bateu.. acho que é essa a palavra.. Não me levou a lugar nenhum, onde as principais 'coisas' que me chamaram atenção e realmente me fizeram 'me ligar' no filme foi toda a complexa composição da personagem anã no filme, toda a representação moral e mesmo lucida que ela exerce na narrativa, que ironicamente - e ai reside o ponto forte da intenção para mim - é a unica personagem realmente perspicaz e 'correta' da trama toda. nela esta a quebra. Curti também todo o esquema permeando a religião ali e como através dela vem o conceito de busca e perdição - no sentido de perda mesmo -. E sim, a cena inicial do gringo fotografando seguido pela sequencia de dança vale o filme todo.
Enfim um bom filme, que trata do vazio sem perspectivas, de uma maneira poética, quase onírica ao brincar com o irreal mas nos trazer de volta ao logico e racional, com tanto cuidado com a câmera que assume um tom quase participativo ao invés de meramente narrativo; mas que pessoalmente não posso dizer que gostei - o que não é demérito é gosto(sempre tento' ensinar' a diferenciar as duas coisas).
hor O Mundo sombrio. Realmente o filme é uma delicia principalmente o designer gráfico dele e o cuidado que tiveram com a coerência entre as informações do primeiro e o desenrolar dos outros filmes que intercalam esse. O roteiro peca apenas no humor - ainda que ele seja sensacional de arrancar risadas - mas que compromete as vezes o tom de seriedade da situação ali. No geral o filme é todo bem amarradinho e funciona como cinema sem duvida nenhuma. Vcs que estavam reclamando é mimimi ou simplesmente não curtem a trama. porque o filme em si não é ruim não. é ate melhor do que eu esperava confesso.
doido para conferir, alem de ter no elenco Fagundes, o filme ainda possui a Gilda Nomance, uma querida que curto bastante as atuações em que emprestou seu talento. Curioso. Pela premissa promete ser no minimo interessante.
''A Pedra da Paciência" >> um filme do Afeganistão, que conta uma historia relativamente simples: Mulher com duas filhas pequenas, num bairro de linha de frente em plena guerra, se desdobra para tentar cuidar e manter vivo seu marido com quem é casada a 10 anos, e está em coma, após levar um tiro na nuca. Com a aproximação cada vez mais aterrorizante e perigosa da guerra do Oriente Médio ate sua porta, ela começa a ter pela primeira vez na vida uma conversa totalmente franca com o marido em coma.
Só isso. Essa é a sinopse, porem a narrativa e o desenrolar do filme é belíssimo e extremamente emblemático, quando contrastado com a cultura afegã, principalmente diante do 'papel' da mulher. A atriz 'Golshifteh Farahani' protagonista é uma beleza em tela. Demonstra fragilidade e força e ao mesmo tempo medo, sofrimento e mistério. Sua Burqa vai além da cultura religiosa de sua religião muçulmana. Aqui a burqa a ela representa toda a resignação, medo, segredos que guarda e a liberdade que tenta alcançar diante dela mesma. Sob a lenda contada por sua tia - e de certa forma mentora e mediadora ao longo do filme - ela atinge um ápice de redenção que definitivamente marca. O climax desse filme é uma das coisas mais belas que vi esse ano em termos de 'significado visual'. As cores, o contraste, a vida a morte, a lenda é a realidade, a religião e a liberdade, a redenção, o orgasmo e transcendência de uma mulher que no fim das contas só queria ser mulher. O roteiro tem uma versatilidade de julgamentos éticos e morais muito interessantes, ele se posiciona obviamente tanto politicamente como religiosamente, porem deixa em aberto de forma muito justa espaços para debates de o que é correto e errado diante de cada ação tomada durante a projeção. É intenso. Essa é a palavra. Não é exatamente belo, mas intenso!
Extremamente recomendo gente (e como o filme se passa quase que num monologo, favor atenção aos signos e metáforas recorrentes através do que é falado, mostrado e principalmente Relacionar o que é narrado com as ações seguintes ou anteriores. identificar os simbolismos enriquecem ainda mais a experiência e compreensão do filme)
"A Vida Secreta de Walt Mitty" e aqui confesso um 'crime'. Tinha ingressos para ve-lo no cinema e pretendo ainda ir se ainda estiver em cartaz semana que vem, mas mesmo assim me entregaram uma copia de release na internet e assisti por ela. Esse foi o 'crime' agora o curioso e que ria a cada minuto que aparecia era que o release vinha com a marca d'agua dizendo que era propriedade da Ellen DeGeneres hahaha roubaram a Ellen! haha Mazelas on line a parte, é um bom filme. E não entendi ainda qualé a birra de meus colegas cineastas e críticos com relação a direção do Ben Stiller. O filme é uma delicia com uma premissa tentadora mas que sim, se perde no foco. afinal ele trás uma logica que se repete nos primeiros momentos do filme mas abandona ela no decorrer dele - ainda ue a explicação seja plausível no final do pq essa diminuição da logica - mesmo assim é um recurso falho, narrativamente falando. não teve o gancho necessário para tornar isso 'natural'. Tirando isso e o fato de pessoalmente me irritar a parte de linguagem em inserir insides de textos a toda a hora remetendo ao titulo do filme (tudo é exposto demais a começar pela mensagem obvia de viver a vida estampada na revista); o filme brilha em seus efeitos especiais, na trilha sonora gostosinha na atuação pequena mas monstruosa do Sean penn (que olhos são aqueles meu deus!?) e principalmente no designer. Curti tbm alguns planos principalmente a montagem com umas fusões bem significativas.
Enfim, um filme meio 'a la disney' com mensagem bonito, humor ben stiller de ser, leve, interessante em alguns momentos e que se sai muito bem na proposta que se submeteu. enfim, recomendo sim...
"Ate o Fim", filme que poderia ser resumido em duas únicas palavras e um nome: Robert Redford. O velho que mostra que ainda ta em plena forma, leva o filme nas costas literalmente. O filme todo só tem ele de personagem, e mostra a trajetória dele num barco que cai em deriva no mar aberto. O filme não se torna entediante por um único motivo: o ator e suas mazelas. Explico: temos apenas um cenário - o alto mar e o barco - só temos um ator ou seja, esqueça diálogos (poderia vir a voz onisciente em off? claro, mas felizmente não.) tudo adota uma verossimelhança plausível nas ações do personagem em sobreviver. A curiosidade do espectador não é apenas pela sobrevivência e 'resgate' dele, não.. o barato do filme é largar essa premissa exaustivamente já focada no cinema, e ir na contrapartida mostrando as técnicas e cotidiano mesmo de 'um homem no mar'. é fascinante ver o quanto o mar é solitário e mesmo assim repleto de vida e caos. Tem varias derrapadas o filme. mas não o suficiente para torna-lo ruim ou irrelevante. Um bom filme. Interessante no minimo.
Definitivamente o ser humano é o pior animal da Terra. Somos capazes das coisas mais belas existentes e por isso mesmo das mais cruéis, impensadas e inaceitáveis, moral, e eticamente falando.
Black Fish é um documentário brutal que choca, entristece, me levou a lagrimas de tristeza, de ódio, de raiva, de indignação, de pena, de desamparo por saber que não são só nossos semelhantes vivos como as baleias que sofreram e sofrem com seus torturadores - nós - impunes; mas tantos outros animais de outras especies hoje, agora que passam pelo mesmo sem que nunca, jamais ninguém saiba. Não ha cenas de morte e dilaceração, de carne exposta e sangue chorando em litros de rituais sanguinários, não, mas as informações que permeiam essa pouco menos de uma hora e meia chocam e batem, causam nojo e repulsa no mesmo nível.
Um documentário de alerta, de denuncia, de educação que não só merece todos os méritos como cinema mesmo pelas técnicas e condução de trazer e estruturar as informações, entrevistas, a maneira de expor os fatos de maneira que não aponte o dedo diretamente a ninguém e dose cada lado da historia e dos fatos mas que jamais se acovarda diante da moralidade e ética do que é correto e errado diante da vida - independente de que especie de animal estamos falando.
recomendo mas alerto: precisa ter estomago para assistir. afinal, sempre que somos postos diante de nosso reflexo como especie, a experiencia é intensa e agonizante.
Gravidade
3.9 5,1K Assista AgoraDentro tudo o mais que fascina em Gravidade – novo filme de Alfonso Cuaron ( Filhos da Esperança e Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban) depois de uma hiato pesaroso para o cinema de quase 7 anos - é a historia. O enredo que de simples só tem a descrição, nos leva numa catarse existencialista de superação. Cuaron realizou um filme de imersão na imensidão do interior humano, a perda, a solidão, as duvidas, a falta de força em continuar a sobreviver. Sim. Porque o que vemos em tela, não é uma personagem que vive, somente sobrevive.
Ele projetou para o universo infinito todo o universo interno da personagem da Sandra Bullock – a Dra. Ryan Stone -.
Porque Gravidade é um ensaio ou quase uma tese sobre o interior humano quando este perde a essência do que nós faz existir. Que é a busca por nos preservarmos. Por continuarmos. Somos seres evolutivamente sobreviventes. Resistimos às adversidades, as catástrofes humanas e da natureza. Resistimos a toda ameaça externa. Porem ainda continuamos a oscilar e perecer diante das adversidades e ameaças internas, de nós mesmos. Depressão, solidão, luto diante da perda. Tudo isso causa uma reação em cadeia de vazio, feito um buraco negro, muitas vezes silencioso, onde nos vemos diante de um universo infinito, vasto, perigoso, ameaçador onde a vida parece não caber. Ou ao menos a vontade de permanecer nela. Gravidade usa metáforas e simbolismos diversos para isso. Para nos apresentar o interior da Dra. Stone em toda a sua imaculada crise e luta por sobreviver a ela mesma.
critica completa >> http://criticofilia.blogspot.com.br/2013/10/critica-gravidade.html
comentarios de todos os 9 indicados a melhor filme bem como apostas em cada categoria >. http://criticofilia.blogspot.com.br/2014/02/oscar-2014-indicados-apostas-e-analises.html
Ela
4.2 5,8K Assista Agora''O coração não é uma caixa que pode ser preenchida. Ele se expande por dentro o quanto mais você ama. Eu sou sua e não sou.''
Penso assim: Se Meryl Streep é Deus Al Pacino tbm o é. E para todas as outras coisas da vida Joaquin Phoenix é uma religião de respeito!
Que roteiro fabuloso e pertinente. Her que o nome já denuncia sobre o que realmente trata, não só nos trás uma bela historia de amor e relacionamento como um panorama de futuro já quase presente dos moldes que nós nos relacionamos com nós mesmos em busca de compreensão de nosso tempo e espaço físico e espacial.
critica completa bem como apostas e comentarios gerais de todos os 9 indicados bem como palpites de quem leva as estatuetas em cada categoria para casa >.
http://criticofilia.blogspot.com.br/2014/02/oscar-2014-indicados-apostas-e-analises.html
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0K12 Anos de Escravidão é o tipico filme que nasceu e foi criado para o Oscar. cada plano, cada sequencia, a escalação do elenco, sua fotografia, trilha... Tudo, culmina num emaranhado que foi feito para ganhar prêmios. nada ali foi feito apenas visando 'o cinema em si', mas sim conquistar prêmios. E isso apesar de pessoalmente ser um demérito diante dos meus julgamentos, não é um demérito no geral; uma vez que consegue cumprir bem sua proposta e principalmente se tornar relevante diante de um tema que principalmente na sociedade americana ainda é tratado as sombras, ainda que permaneça tão atual diante do mundo.
leia na integra, mais comentarios e aposta de todos os 9 indicados ao oscar 2014 bem como apostas gerais de quem leva em cada categoria >> http://criticofilia.blogspot.com.br/2014/02/oscar-2014-indicados-apostas-e-analises.html
Clube de Compras Dallas
4.3 2,8K Assista AgoraDirigido por Jean-Marc Vallée, Clube de Compras Dallas surge como o grande filme manifesto da temporada ao lado de 12 Anos de Escravidão, que encontra seu diferencial em sua montagem acertada, em seu roteiro delimitado e bem desenvolvido que reflete toda uma politica de preconceitos e descasos de saúde, diante de uma doença repleta de misticas.
comentarios completos mais apostas de todos os indicados oscar 2014 >>
http://criticofilia.blogspot.com.br/2014/02/oscar-2014-indicados-apostas-e-analises.html
Capitão Phillips
4.0 1,6K Assista AgoraO filme é dirigido pelo reconhecível Paul Greengrass - de Voo United 93 e Supremacia Bourne - que não exita em imprimir sua marca quase documental em seu estilo de filmagem, em colocar a tensão e a verossimilhança das cenas de forma palpável e angustiante, com câmeras nas mãos, closes absurdos, movimentos e alteração de ângulos que nos fazem participar da trama por vezes. Palmas para o roteiro que como citei não se prende em superficialidades para nos colocar diante da trama, e principalmente não tenta se beneficiar do melodrama como artificio de fisgar a atenção e torcida do espectador. Assim quando algum personagem corre perigo de vida não nos assustamos e tememos por sua vida por sabermos de sua trajetória, por pensarmos em sua família por exemplo, pois isso ali é irrelevante, mas sim tememos e torcemos para aquela vida por ser uma ser humano em uma situação critica.
comentarios breves e apostas de todos os 9 indicados ao oscar 2014 >> http://criticofilia.blogspot.com.br/2014/02/oscar-2014-indicados-apostas-e-analises.html
À Procura do Amor
3.5 275 Assista AgoraO filme é muito bem construído do ponto de vista narrativo, ele elabora uma teia de situações que vão a fundo nos relacionamentos amorosos da chamada 'primeira terceira idade' ou 'pre terceira idade'. E mescla com teorias de inter-relacionamentos sociais, onde uma massagista cumpre o mesmo papel da amiga psicologa ou da amiga poetisa, que é ser ouvinte, dividir os problemas da vida - sim, mais um filme que versa sobre 'o homem não nasceu para ser sozinho e solitário -. Mas isso não é critica depreciativa não. Pois o filme como disse constrói isso muito bem, inclusive se beneficiando de diálogos verossímeis e bem naturais, onde o roteiro não se perde em decair sobre escapes de humor exagerados ou explicitar dramas alem do necessário e coerente. Nada é exacerbado demais, tudo na dose certa, para refletir, absorver e se encantar.
Contudo, como CINEMA, ele não tem nada demais. é apenas um filme bom (3 pontos, 3/5 em 5 talvez) que conta com atuações pontuais de ótimos atores, inclusive dos mais jovens mas em papeis que não exigem tanto da atuação, bem como personagens 'normais' com exceção da personagem central e da amiga da filha dela. Que possuem uma complexidade a mais metaforizada nos desdobramentos das ações ao longo do filme - não por acaso a ultima cena da protagonista com a menina é a mesma dela no final do filme e com o protagonista, mesmo local, mesma situação.
O que diferencia esse filme de outros do gênero - pois a base da historia é velha conhecida- é justamente aquilo que pontuei acima - a naturalidade. Tudo ali é palpável, sem coisas mirabolantes. Ainda que haja a ficção ali em suas regras estabelecidas (precisa haver um problema a ser superado com redenção), onde a coincidência acaba sendo a solução unica talvez de fechar a trama; o filme ainda assim não se perde e principalmente, superficialmente não denuncia isso de si mesmo. E por isso merece méritos.
Enfim, um filme gostoso. Ponto sem reticencias :)
Dançando no Escuro
4.4 2,3K Assista AgoraQue delicia não? Finalmente consegui assistir e terminar Dançando no Escuro do Lars e eis minhas impressões abaixo (para quem se interessar mas não quiser ler por aqui o texto todo que é imenso eu escrevi ele tbm ali >> https://www.facebook.com/will.augusto/posts/685456658159203:0 << pretendo escrever uma analise critica dele, mas quando tiver mais tempo para analisar tudo com calma, o que expressei aqui são minhas opiniões previas, por isso não estão no meu blog de criticas) :
Ironicamente talvez, eis que este é o filme mais terno e 'leve' do Lars que eu tenha conhecimento.
Ainda que o filme lide com questões da índole e natureza humana como sempre - assunto que permeia seus estudos fílmicos, já que considero as obras de Lars estudos cinematográficos e não apenas simples narrativas - o filme consegue se permitir uma ternura guardada em seus passos frágeis e em sua visão - ainda que cega - das belezas da vida em meio aos musicais.
Sim, Lars parece por vezes zomba de hollywoody, porem o faz com sutileza. (E confesso que me divirto quando ele o faz haha).
Contudo, algo me chamou atenção na personagem Selma em questão. De longe, Selma vivida brilhantemente pela Bjork, é uma das mulheres de Lars mais infames e sonsas que ele já teve. - a primeira vista. E vou discorrer sobre a personagem que pra mim é a força do filme.
É a unica mulher de Lars que não possui o tom 'ardiloso' na natureza feminina que é justamente a força de suas personas - por um momento ainda considerei que este fator 'ardiloso' que uso por falta de expressão melhor; fosse na mesma pegada que a Bess de Ondas do destino, calcados na religião ou fé na vida, porem não. Selma é condescendente em sua cegueira. Alias, a escolha no estudo de personagem em coloca-la cega, em paradoxo com sua paixão pela dança - e daí vir o titulo da obra - soa quase como um humor negro, diante do fato de que Selma se posta como um elemento fraco em sua natureza. Não ha força em suas convicções e paixões - se eliminarmos o fato de fazer tudo pelo filho implicitamente-.. Ela cria empatia no publico não pela sua personalidade mas por simples e pura pena, que o publico sente de seu destino, calcados pelos infortúnios da vida. Ao contrario de todas as outras mulheres de Lars - inclusive a de Anticristo a mais complexa de todas - Selma simplesmente caminha cega para seus problemas, sem em nenhum momento recorrer a sua raiz feminina de poder para sobreviver. Ela é passiva ao meio, ela se torna um martire por escolha.
Mas isso esconde algo mais complexo. Pois na realidade, Selma é uma
suicida e o que ela faz durante a projeção toda é caminhar para esse suicídio.
Metaforicamente falando a cegueira de selma, seu alude pelos musicais- que Lars faz questão de tornar incômodos diante de câmeras sem embelezamento algum, em sequencias de passos frívolos e duros, sem ritmo ou inspiração, contrastando justamente com a afirmação de Selma de que 'nos musicais tudo acaba bem'. Não são sequencias bonitas esteticamente, e notem como apesar de todo o filme se abster de mazelas técnicas de linguagem para envolver o espectador e manipular suas emoções, ainda assim as sequencias de 'transe' de Selma são mais crus que o restante da narrativa, a fotografia se torna mais apagada, com cores mais frias, sem saturação, planos e uma edição muito mais fragmentada. - e sua devoção pelo filho, são resquícios de sua culpa pela ausência paterna e descuido materno implícito na projeção. mais uma vez o desejo carnal do ser humano se mostra como o maior mal que temos onde ela se culpa por ter concebido seu filho e condena-lo a seu mesmo destino. Ela continuamente se culpa e se resigna diante de uma punição que ela acha que merece, de forma quase sadomasoquistas, inclusive erotizada, pois a sua passividade diante da dominação externa tem um tom quase sexual em suas consequências nela e com ela.
Em outras palavras,
Selma é masoquista e melancólica, e sua cegueira é a metáfora internalizada de morte que acomete sua família, sempre sem paterna. A visão aqui versa não na literalidade mas no sentido da vida mesmo, ela pretende dar a seu filho a unica chance dele quebrar a 'maldição' de seus genes, que pode tanto cair para o lado psicanalítico como disse, como para o ponto critico social que o filme faz sobre os operários imigrantes que levam vidas duras.
Isso sem falar no detalhe de Selma se mostrar condescendente com os abusos e injustiças que tem ao seu redor, com as palavras duras que lhe são jogadas, mas demonstra uma frieza e rigidez absurda com o filho, e isso se choca totalmente em suas convicções.
Enfim, um estudo de personagem completo que me surpreendeu bastante.
No fim, Selma não é Julgada pela lei do Homem. Mas sim por sua própria lei interna onde ela mesma executa a sentença da unica maneira que encontrou para chegar ate ali.
Um ótimo filme, mas repito: o mais 'leve' dentre os Trier's.
A Praça Tahrir
4.4 90The Square é o concorrente do Egito ao Oscar de melhor longa de documentário.
E nos mostra de maneira franca, explicita e aterrorizante os desdobramentos de dentro da conhecida revolução de Lotus como ficou conhecida a revolução popular que tomou conta do Egito em meados de 2011 e ate hoje enfrenta guerra.
A narrativa se estende a partir de depoimentos de Ahmed Hassan um dos revolucionários com a contribuição do militante e também ator Khalid Abdalla (Caçadores de Pipas) que usa sua influencia internacional para denunciar e registrar passo a passo os desdobramentos da verdadeira batalha de terror e choque que o pais enfrenta.
Com cenas registradas de maneira totalmente amadora por vezes, com desfoque e baixa qualidade, através de celulares e videos da internet por exemplo, The Square - que ganha esse nome por remeter ao fato da revolução ter se iniciado quando o povo egipicio tomou a Praça Tahrir contra a ditadura de mais de 30 anos do fascista Hosni Mubarak - remonta os casos desde 2011 ate os dias de hoje, por cada etapa social, politica, ideológica e religiosa que permeou essa luta histórica, na historia da humanidade.
Essa revolução é conhecida como uma das maiores da historia humana e The Square consegue transmitir brilhantemente isso e o porque, sem polpar o espectador de fatos, explicações, teorias, engajo e denuncias, alertas e posições que respeitam - e ai que ele encontra o brilhantismo - as diversas opiniões que divergem sim, porem se igualam num mesmo desejo : clamor pela humanidade de viver do povo do Egito.
é quase impossível para o povo brasileiro, assistir a esse documentário e não recordar nossas manifestações do ano passado. Isso por que ambos os desdobramentos que permearam nossa manifestação são muito parecidas com as estrategias politicas e militarias e religiosas (que nos assolam atualmente) que o doc. denuncia.
é emocionante constatar como os artistas de lá utilizaram a arte da musica, da pintura/grafismo e do cinema para registrar e demonstrar toda sua historia como forma de propagar aquele momento e registrar os acontecimentos de forma jornalistica e filosófica ate ao marcar em cores - e sangue- tudo aquilo que lhes acometem a alma. Que é afinal a função da existência da arte em si.
Como cinema, ele tem problemas de finalização, de narrativa inconclusiva mas que artisticamente pode ser interpretado de maneira a absorver e externar justamente a trama a que segue, a linha de discussão que sugere faz. Ou seja, tecnicamente falando são falhas documentais, porem artisticamente não vejo - eu pessoalmente - como falha mas como acerto.
é um grande documentário, essencial para a humanidade ainda nos dias hoje, alias, urgentíssimo para nossa atualidade global e nacional, que projeta não só um gosto agridoce de esperança por consciência mas também de apreensão por um futuro onde estar vivo e querer justiça possa ser a sentença de morte, esquecimento e brutalidade.
Doloroso, necessário, e OBRIGATÓRIO a todo BRASILEIRO e Humano - ''DE BEM'' E ''DO BEM'' - PARA ENTENDER onde esta o direito humano de SER.
Philomena
4.0 925 Assista AgoraConfesso que tava animado e achando que o filme me arrancaria algo mais substancial, afinal de todos os 9 indicados a melhor filme desse ano, Philomena continuava uma Incógnita para mim do o porque figurava na lista. Finalmente consegui assistir ao longa e a incógnita continua... Ou melhor, se dissipa por conhecer os 'tramites' Oscar de ser mas realmente...Bom é, mas não vejo o porque figurar a principal categoria.. anyway...
O filme não é ruim de maneira alguma, alias, me surpreendeu em alguns pontos, mas não é lá ' nada de novo'.
Explico: O que vemos em tela é a famigerada formula 'pessoas diferentes que criam laço terno', 'profissional em crise que encontra pessoa em crise e ambos se ajudam',' mãe procura filho perdido' e 'ateus versos religião'. Tudo mais do mesmo, porem sem ser feito de maneira 'arroz com feijão'. Apesar da trama ser velha conhecida do cinema emocional, Philomena goza de um roteiro que não tenta levar o espectador as lagrimas a cada instante, não tenta transformar sua protagonista em uma sofrida vitima em busca de redenção contra a vilania da igreja. Ainda que o tom moral da produção assuma esse papel de 'condenação' e critica a igreja católica e a imigração de crianças entre irlanda e EUA, isso é feito tão sutilmente que pode passar despercebido pelos mais 'emotivos' o que é ótimo para a produção não se tornar clichê.
Há uma dosagem equilibrada entre o ceticismo irônico e sarcástico vindo do lado ateu da obra através de Steve Coogan como Sixsmith com o tom de fé inabalável mas de convicção desestruturada da sincera e afetiva Judi Dench com sua Philomena (numa atuação a altura dela, essa grande atriz). Se por um lado os questionamentos de descrenças, a parcela racional de Sixsmith são criveis, a fé de Philomena também o são. Não ha um interesse no roteiro de determinar um embate entre fé e religião, entre certo e errado, ainda que essa reflexão e debate surja no espectador, o filme não toma as rédeas da manipulação emotiva e sentimental para isso, ainda que a historia por si só - baseada em fatos reais - dê pano para manga a isto.
Assim Philomena se beneficia por não surgir piegas demais, mesmo que abuse de artifícios tais como inverossímeis mazelas de condução narrativa. As coincidências são vergonhosas em certos pontos - há sim a interpretação de que toda a facilidade nos desfechos e resoluções posam ser a parcela 'sinais de deus' ali guiando philomena, porem numa obra que tenta com tanto afinco em seu roteiro e condução em se manter imparcial diante do debate 'deus e igreja', tais artifícios soam como uma falha num roteiro que poderia se fazer valer - sendo calcado na realidade ou não - de artifícios mais criveis.
Pois ao contrario de algumas criticas que vim saber hoje, considero a historia real de Philomena mais crível do que a realidade aqui do longa.
Mas isso são apenas detalhes, que não tornam o roteiro menos inspirado. O forte do longa é justamente isso a direção segura, a atuação edificante de Judi e o roteiro nada piegas.
Acrescente ai a dose sempre ponderada e maravilhosa da trilha sonora de Alexandre Desplat, e doses de humor de quebra dramática na produção e temos um filme bonito, que faz refletir sim sobre a conduta da fé e religiosidade cega, dos crimes da igreja católica por anos a fio em nome do 'bem maior', da politica de imigração criminosa de crianças adotadas, da ética entre o que é ser jornalista e claro, sobre as mazelas da vida entre escolhas, perdão e redenção.
Particularmente achei curioso a personagem Philomena. Ela é complexa ao assumir uma postura ao mesmo tempo amável de quem sofreu em silencio e em 'pecado' por 50 anos, mas que ao mesmo tempo a fez forte, dona de um caráter sem 'papas na língua', conservadora em sua fé católica mas ao mesmo tempo coerente ao falar sobre homossexualidade de uma forma tão normal, sem taxar ou julgar que a fala dela surge como um tapa na cara em tempos em que algo tão humano quanto respirar ainda é tabu no mundo. Por essas escolhas peculiares o filme vale a pena.
Mas falta. falta justamente pela sobriedade escolhida. pela parcimônia que impede que ele seja um ''grande filme''. Mas ainda assim um ''filme grande'' ele é.
Bom. Correto.
Nebraska
4.1 1,0K Assista AgoraUma janela aberta para o passado, para o esquecimento, para tudo aquilo que não foi mas ainda assim é. Nebraska alude ao inverno, ao outono por vezes. O gelo que congela memorias como fotos antigas em preto e branco de ecos que persistem mesmo onde não se há mais voz ativa mas que derretem ao menor indicio de fagulhas do fogo da vontade de viver e não só sobreviver no Tempo.
Ainda que o Preto e Branco ao qual o filme goza fotograficamente não seja lá seu destaque - desconfio que o P&B fé resultado de pós e não pensado ou fotografado assim desde a captação - ele é perfeito pra narrativa, mostrando justamente a relação melancólica porem bela do roteiro sensível e denso que o longa assume logo de inicio.
Nebraska oscila entre o cômico e o dramático num ritmo vertiginoso tocante e admirável. Pois se em um momento estamos gargalhando pelas falas e jeito encantador de Kate a matriarca da família, no segundo seguinte estamos chocados ou embasbacados com a brutalidade e frieza de um homem que simplesmente seguiu a vida como ela lhe foi ofertada, capaz de crueldades pesadas como dizer ao próprio filho que nunca amou de fato sua mulher ou que nunca planejou a existência deles.
Mas Woody não é um velho ranzinza cruel apenas, suas motivações ou falta delas se estendem numa complexidade ampla, na qual ao longo da narrativa conseguimos criar empatia com seu personagem rir dele e com ele, e nos emocionar e ter pena e complacência de sua trajetória de dor, tristeza, solidão dentro de si mesmo e de renuncia, de um homem incompleto que só tentou caminhar através da luz que o sol das manhãs mais cinzas - tal qual o preto e branco da película - lhe impunham. Um homem que não é mal ou recluso, mas que não sabe lidar com certas coisas e sentimentos - fruto da herança de sua família. Ele foi criado assim.
Ainda assim ele é capaz de protagonizar uma cena linda de amor real por suas crias, ainda que não saiba como demonstra-la.
Nebraska é um filme sobre se encontrar, sobre jornada, sobre reflexão da vida com o tempo, sobre a imensidão de tudo aquilo que poderia ter sido e não foi, não é.
Que se desconstrói e se resume muito bem numa frase:
quando o Filho Dave pergunta ao pai se ele queria ter uma fazenda tal qual seu pai antes dele, Woody simplesmente ao olhar para o horizonte abandonado onde nasceu responde: 'eu não me lembro'.
Contando com atuações e personagens cativantes em especial Kate de June Squibb que me conquistou por completo - e me traumatizou um cemitério - o filme engrandece sob a atuação de Will Forte com seu Dave, apagado, 'sem graça', repleto de sensibilidade e uma devoção com magoas latentes, numa sutileza de sentimentos diferentes resguardados atrás dos ombros retraídos que delimitam bem sua essência explicitada assim que descobre que seu nome originou-se de um tio morto aos 2 anos de idade; tal qual ele 'sem vida', e de Bruce Dern e seu protagonista Woody, que merece realmente ser lembrado na Indicação Oscar que recebeu.
Vale a lembrança de Bob Odenkirk (acá Saul de Breaking Bad) que confere a dose certa de humor versus drama que o filme precisa.
Engana-se quem reduzir esse drama cômico a uma simples trama de 'pai e filho' de 'reencontro inter relacional'. Nebraska é um filme sobre trajetória, tal qual a viagem que permeia o longa. é o retrato de uma reflexão sobre o tempo, as perdas, sobre a vida enfim, sua passagem, seu fim. As vontades e desejos versus obrigações e osmose.
é um filme sobre reencontro a si mesmo diante da vida que ainda esta aqui. Um registro de como somos incompletos mesmo diante da aparente felicidade, de como dia apos dia estamos buscando completar as lacunas que o Tempo deixa sobre nós e além de nós, nos outros que nos rodeiam.
E que planos inspirados com belas paisagens, e que terno sempre é o retrato que se encontra na sociedade 'velha' do interior.
Não é um filme triste, mas arranca certa tristeza. E talvez sua maior 'esperança' dada, seja a mensagem que passa ao final de que não importa a busca, não importa realmente quão preto e branco seja a tempestade, mesmo nela, há 256 tons de cinza para se admirar, caminhar, contemplar e talvez, apenas talvez sentir.
Um belíssimo filme. Belíssimo!
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2KJá começo meu dia chorando profusamente.
Que animação PUXADA velho! PU-XA-DA!
A esperança, a devoção, o horror da guerra.. o horror humano diante da inocência de uma criança, diante do inabalável espirito de proteção e sobrevivência fraterno. A luz da esperança como vagalumes com brilho intenso e hipnótico de fim marcado.
Essa animação consegue mesclar um esmero técnico incrível principalmente na direção de arte - que uso perfeito das cores man! - com um roteiro tão peculiar- como só o cinema oriental é capaz de fazer - sobre mazelas da vida, dos sentimentos humanos que cai fundo na nossa percepção do que é viver versus sobreviver. De como os horrores das escolhas humanas refletem naqueles que só querem 'gozar' a vida que lhes é de direito.
Todo filme de guerra e sobre a guerra é pesado, porem quando nos transportam essa realidade da nossa historia para uma animação, o efeito que isso causa é devastador.
To abalado pra carai agora :/
Favoritei pra vida e é daqueles que dificilmente conseguirei parar de chorar a cada dia que eu lembrar...
'e os vagalumes voam pela caverna.. em meio a escuridão, um mar de estrelas vivas piscando à luz da esperança e dos sonhos diante e ao redor. Mas a madrugada vem, e com a luz de fogo do verdadeiro céu sem estrelas e de nuvens negras, a luz na caverna se apaga. Sem pisca, sem vagalumes, sem esperança ou sonhos.. somente a lembrança dos ecos daqueles que vagam para eternidade de riso, afeto e balas de frutas numa imensidão particular de vagalumes imortais."
Vidas ao Vento
4.1 603 Assista Agora''Quem viu o vento? Eu não vi e você também não. Mas quando as folhas estão quase caindo... É porque o vento esta passando. Que o vento carregue essas asas até você.''
OMG ^^
Nebraska
4.1 1,0K Assista Agorastatus: em busca de uma legenda seja ela qual for :(
Bridegroom
4.3 159an.. esse filme me destruiu.!
O tanto que chorei não esta escrito ou registrado na vida.
Esse documentário é um documentário intensamente pessoal sobre o debate em curso sobre os direitos legais de casais do mesmo sexo. Entrevistas, fotos e vídeos das testemunham e de todas as ligações incomum que reunirão Shane Bitney Crone e o seu esposo Tom. Durante seis anos, eles permaneceram unidos, apesar dos desafios extremos, tanto da família e da sociedade, até que um trágico acidente acabou com os seus sonhos. Agora é preciso lutar para que Shane seja reconhecido como interlocutor legítimo de sua alma gêmea.
Bridegroom. A alguns anos um curta pequeno em video de internet virou febre sobre o assunto na luta dele para conseguir esse respaldo e adquirir direitos humanitários salvo guarda pela justiça para todos da comunidade LGBT nesse assunto.
Porem se o filme visa a principio não só homenagear de forma pessoal o amigo/marido querido, o doc. vai alem e acaba por lançar uma conscientização não só de tolerância, aceitação e compreensão do mundo lgbt como o que é: algo humano. Mas também acaba por alertar a sociedade contra a atual legislação mundial na qual a justiça nem sempre dá margem para tal quando o assunto são minorias sociais e históricas em direitos básicos de qualquer cidadão vivo.
Um documentário emocionante que sim mostra o amor de forma bem intima e por isso mesmo forte e que nos levam a lagrima, mas que antes de tudo mostra como ser quem somos, quem se é acaba nos colocando numa luta mil vezes mais dura e sofrida do que simplesmente acordar e sair para viver. Como que o medo e a ignorancia de anos de educação social e comportamental errada, sem informações e deturpada causam dor onde pode existir apenas o direito de viver e amar.
No mais, em meio a lagrimas de ternura e tristeza: 'toc toc toc'
Bridegroom
4.3 159-"As pessoas que falam deles, não entendem muito tudo isso.
-"E eles acham que se forem a igreja e tudo o mais, eles podem ser como os outros rapazes. Que deus vai cuidar de Tudo. Mas não. Você não consegue parti-los."
-"Na verdade, eu estou é cansada de ouvir isso. ''
- ''ELES NÃO SÃO ROMEU E JULIETA.''
- ''EXATO. eles são romeu e romeu. viva com isso!''
Ditos por um vo e uma bisavo (esta ultima de 90 anos de idade) ♥
é tão mais fácil e lindo SER um Humano do que ir contra a Ser não é? :)
Temporário 12
4.3 590excelente e puxado(mas belo) Short term 12. O filme quase 'indie' é uma maravilha, um roteiro muito bem escrito que permeia entre a emoção, a critica social, o alerta humano e o drama classico com algumas reviravoltas pontuais. As atuações são outro deleite, com jovens atores desconhecidos do mainstream - com exceção do excelente John Gallagher Jr. conhecido pela minha serie queridinha recente The NewsRoom - que dão um show a parte em papeis nada faceis de se encarar. o filme trata antes de tudo sobre as dificuldades da vida adulta, dos abusões cometidos a jovens e crianças em familas desestruturadas e principalmente nos efeitos de tais traumas na vida adulta mesmo daqueles que tratam e tentam ajudar tais jovens e crianças. Mostra que nem sempre estender a mão é a maneira correta de se ajudar alguém a levantar da sarjeta.
Um filme peculiar e sensível que mexe com algumas feridas que devem ser expostas e que mostram que nem sempre experiencias ruins devem ser guardadas como algo negativo, que a vida muitas vezes pisa, mas ao invés de pisar nela de volta, basta aprender e sentir a força da pisada para junto dela caminhar. um otimo filme que confesso me fez mal, mas aquele mal que no fim das contas s torna bom, pois me ajuda a transformar o feio em algo belo quem saber.
Um retrato tão real quanto os retratos fora de esquadro de duas personagens... tristemente belo. mega recomendo!
A Grande Beleza
3.9 463 Assista AgoraLa grande belleza, filme concorrente ao Oscar de melhor filme estrangeiro desse ano. E sei não.
O filme é bom, e achei genial as referencias a La dolce vita e ao fellini no geral - algumas ate escrachadas tanto no modo de usar as imagens tão fortemente para adquirir relação com o contexto dentro da narrativa, quanto a concepção dos personagens e a própria critica reflexiva sobre a sociedade burguesa italiana, onde a Itália sempre surge bela porem com um tom agridoce de hipocrisia e decadência. tudo isso é genial realmente mas sabe quando não embala.? Então.
achei maçante as 2 horas de projeção, não consegui criar vinculo real ou palpável com o protagonista ainda que ele tenha todos atributos para causar empatia em mim - a começar pelo fato de ser um escritor com bloqueio literário -. Mas não bateu.. acho que é essa a palavra.. Não me levou a lugar nenhum, onde as principais 'coisas' que me chamaram atenção e realmente me fizeram 'me ligar' no filme foi toda a complexa composição da personagem anã no filme, toda a representação moral e mesmo lucida que ela exerce na narrativa, que ironicamente - e ai reside o ponto forte da intenção para mim - é a unica personagem realmente perspicaz e 'correta' da trama toda. nela esta a quebra. Curti também todo o esquema permeando a religião ali e como através dela vem o conceito de busca e perdição - no sentido de perda mesmo -. E sim, a cena inicial do gringo fotografando seguido pela sequencia de dança vale o filme todo.
Enfim um bom filme, que trata do vazio sem perspectivas, de uma maneira poética, quase onírica ao brincar com o irreal mas nos trazer de volta ao logico e racional, com tanto cuidado com a câmera que assume um tom quase participativo ao invés de meramente narrativo; mas que pessoalmente não posso dizer que gostei - o que não é demérito é gosto(sempre tento' ensinar' a diferenciar as duas coisas).
Thor: O Mundo Sombrio
3.4 2,3K Assista Agorahor O Mundo sombrio. Realmente o filme é uma delicia principalmente o designer gráfico dele e o cuidado que tiveram com a coerência entre as informações do primeiro e o desenrolar dos outros filmes que intercalam esse. O roteiro peca apenas no humor - ainda que ele seja sensacional de arrancar risadas - mas que compromete as vezes o tom de seriedade da situação ali. No geral o filme é todo bem amarradinho e funciona como cinema sem duvida nenhuma. Vcs que estavam reclamando é mimimi ou simplesmente não curtem a trama. porque o filme em si não é ruim não. é ate melhor do que eu esperava confesso.
Quando Eu Era Vivo
2.9 323doido para conferir, alem de ter no elenco Fagundes, o filme ainda possui a Gilda Nomance, uma querida que curto bastante as atuações em que emprestou seu talento. Curioso. Pela premissa promete ser no minimo interessante.
A Pedra de Paciência
4.2 96 Assista Agora''A Pedra da Paciência" >> um filme do Afeganistão, que conta uma historia relativamente simples: Mulher com duas filhas pequenas, num bairro de linha de frente em plena guerra, se desdobra para tentar cuidar e manter vivo seu marido com quem é casada a 10 anos, e está em coma, após levar um tiro na nuca.
Com a aproximação cada vez mais aterrorizante e perigosa da guerra do Oriente Médio ate sua porta, ela começa a ter pela primeira vez na vida uma conversa totalmente franca com o marido em coma.
Só isso. Essa é a sinopse, porem a narrativa e o desenrolar do filme é belíssimo e extremamente emblemático, quando contrastado com a cultura afegã, principalmente diante do 'papel' da mulher. A atriz 'Golshifteh Farahani' protagonista é uma beleza em tela. Demonstra fragilidade e força e ao mesmo tempo medo, sofrimento e mistério. Sua Burqa vai além da cultura religiosa de sua religião muçulmana. Aqui a burqa a ela representa toda a resignação, medo, segredos que guarda e a liberdade que tenta alcançar diante dela mesma. Sob a lenda contada por sua tia - e de certa forma mentora e mediadora ao longo do filme - ela atinge um ápice de redenção que definitivamente marca. O climax desse filme é uma das coisas mais belas que vi esse ano em termos de 'significado visual'. As cores, o contraste, a vida a morte, a lenda é a realidade, a religião e a liberdade, a redenção, o orgasmo e transcendência de uma mulher que no fim das contas só queria ser mulher.
O roteiro tem uma versatilidade de julgamentos éticos e morais muito interessantes, ele se posiciona obviamente tanto politicamente como religiosamente, porem deixa em aberto de forma muito justa espaços para debates de o que é correto e errado diante de cada ação tomada durante a projeção.
É intenso. Essa é a palavra. Não é exatamente belo, mas intenso!
Extremamente recomendo gente (e como o filme se passa quase que num monologo, favor atenção aos signos e metáforas recorrentes através do que é falado, mostrado e principalmente Relacionar o que é narrado com as ações seguintes ou anteriores. identificar os simbolismos enriquecem ainda mais a experiência e compreensão do filme)
A Vida Secreta de Walter Mitty
3.8 2,0K Assista Agora"A Vida Secreta de Walt Mitty" e aqui confesso um 'crime'. Tinha ingressos para ve-lo no cinema e pretendo ainda ir se ainda estiver em cartaz semana que vem, mas mesmo assim me entregaram uma copia de release na internet e assisti por ela. Esse foi o 'crime' agora o curioso e que ria a cada minuto que aparecia era que o release vinha com a marca d'agua dizendo que era propriedade da Ellen DeGeneres hahaha roubaram a Ellen! haha
Mazelas on line a parte, é um bom filme. E não entendi ainda qualé a birra de meus colegas cineastas e críticos com relação a direção do Ben Stiller.
O filme é uma delicia com uma premissa tentadora mas que sim, se perde no foco. afinal ele trás uma logica que se repete nos primeiros momentos do filme mas abandona ela no decorrer dele - ainda ue a explicação seja plausível no final do pq essa diminuição da logica - mesmo assim é um recurso falho, narrativamente falando. não teve o gancho necessário para tornar isso 'natural'. Tirando isso e o fato de pessoalmente me irritar a parte de linguagem em inserir insides de textos a toda a hora remetendo ao titulo do filme (tudo é exposto demais a começar pela mensagem obvia de viver a vida estampada na revista); o filme brilha em seus efeitos especiais, na trilha sonora gostosinha na atuação pequena mas monstruosa do Sean penn (que olhos são aqueles meu deus!?) e principalmente no designer. Curti tbm alguns planos principalmente a montagem com umas fusões bem significativas.
Enfim, um filme meio 'a la disney' com mensagem bonito, humor ben stiller de ser, leve, interessante em alguns momentos e que se sai muito bem na proposta que se submeteu. enfim, recomendo sim...
Até o Fim
3.4 418 Assista Agora"Ate o Fim", filme que poderia ser resumido em duas únicas palavras e um nome: Robert Redford. O velho que mostra que ainda ta em plena forma, leva o filme nas costas literalmente. O filme todo só tem ele de personagem, e mostra a trajetória dele num barco que cai em deriva no mar aberto.
O filme não se torna entediante por um único motivo: o ator e suas mazelas. Explico: temos apenas um cenário - o alto mar e o barco - só temos um ator ou seja, esqueça diálogos (poderia vir a voz onisciente em off? claro, mas felizmente não.) tudo adota uma verossimelhança plausível nas ações do personagem em sobreviver. A curiosidade do espectador não é apenas pela sobrevivência e 'resgate' dele, não.. o barato do filme é largar essa premissa exaustivamente já focada no cinema, e ir na contrapartida mostrando as técnicas e cotidiano mesmo de 'um homem no mar'. é fascinante ver o quanto o mar é solitário e mesmo assim repleto de vida e caos. Tem varias derrapadas o filme. mas não o suficiente para torna-lo ruim ou irrelevante. Um bom filme. Interessante no minimo.
Blackfish: Fúria Animal
4.4 457MALDITOS COMO SOMOS!
Definitivamente o ser humano é o pior animal da Terra.
Somos capazes das coisas mais belas existentes e por isso mesmo das mais cruéis, impensadas e inaceitáveis, moral, e eticamente falando.
Black Fish é um documentário brutal que choca, entristece, me levou a lagrimas de tristeza, de ódio, de raiva, de indignação, de pena, de desamparo por saber que não são só nossos semelhantes vivos como as baleias que sofreram e sofrem com seus torturadores - nós - impunes; mas tantos outros animais de outras especies hoje, agora que passam pelo mesmo sem que nunca, jamais ninguém saiba.
Não ha cenas de morte e dilaceração, de carne exposta e sangue chorando em litros de rituais sanguinários, não, mas as informações que permeiam essa pouco menos de uma hora e meia chocam e batem, causam nojo e repulsa no mesmo nível.
Um documentário de alerta, de denuncia, de educação que não só merece todos os méritos como cinema mesmo pelas técnicas e condução de trazer e estruturar as informações, entrevistas, a maneira de expor os fatos de maneira que não aponte o dedo diretamente a ninguém e dose cada lado da historia e dos fatos mas que jamais se acovarda diante da moralidade e ética do que é correto e errado diante da vida - independente de que especie de animal estamos falando.
recomendo mas alerto: precisa ter estomago para assistir.
afinal, sempre que somos postos diante de nosso reflexo como especie, a experiencia é intensa e agonizante.
A Culpa é das Estrelas
3.7 4,0K Assista Agora"Você me deu uma eternidade, dentro dos nossos dias numerados. Você não sabe o quanto eu sou grata, por nosso pequeno infinito" .
GENTE ♥