Quando Almodovar investe nas sutilezas das personagens, sem esquecer de seus passados brutais, ele atinge uma profundidade que nem sempre se vê em seus filmes.
O filme me fez lembrar desta frase da Clarice: "Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
Pra mim, o filme se resume a entender e investigar sobre a palavra avalanche. Qual a verdadeira avalanche do filme: O relacionamento do casal? A masculinidade? Os relacionamentos tradicionais? A expectativa que temos um dos outros? A imagem americana de heróis? Ou, no fim das contas, a própria vida em toda sua complexidade?
No fim, eu diria que é tudo um pouco, mas principalmente a masculinidade que faz o homem também vítima da própria opressão que impõe aos demais.
Um filme, ao mesmo tempo, simples e profundo. Tem uma pegada Woody Allen em diversos momentos e nos faz emergir no universo de Lee. Melissa McCarthy faz o trabalho de sua vida!
Um filme sobre um mundo de espíritos que silencia, colocando medo e culpa em um pajé que se torna evangélico. O resultado: um mundo que não deixa de ser mágico, mas deixa de ser livre e vivo para ser atormentador. Triste filme.
Não é um filme sobre a igreja católica. É um filme sobre dois pensamentos contemporâneos: o pensamento conservador e o pensamento progressista. Ambos revendo seus acertos e seus erros. Sensível.
O que faz o filme mais interessante é a composição de um eterno anticlímax que vai se acumulando até explodir no Coringa que conhecemos. Acho que é esse anticlímax que não permite que a gente ache o Arthur louco desde o começo.
Scorcese fazendo a gente sentar para ver um filme, quebrando a expectativa de que o espectador seja o tempo inteiro estimulado por tiro, efeitos visuais, diálogo ultrarápido. Vale muito por fazer a gente ver um filme clássico em 2019.
Clint Eastwood é um homem do passado que consegue traduzir a megalomania americana com maestria. Faz filmes com sentimentos antigos, mas de pessoas que ainda estão por aí... Um cinemão!
Um dos filmes mais interessantes, divertidos e constrangedores que vi. Um tipo de humor, ao mesmo tempo fino e mordaz. Nada cuidadoso em tentar agradar o espectador, pelo contrário, ele espelha a discussão do que é arte contemporânea e faz um cinema que pode beirar o nonsense. No entanto, ainda assim, é bastante mais palpável como alguns filmes no estilo como A Lagosta ou Holy Motors.
Em resumo, pode-se dizer que a obra contém uma opacidade: o espaço é como a floresta de Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare, onde tudo pode acontecer. As personagens são como figuras, sem caracteres definidos e podem, a qualquer momento, assumir outras formas e outras histórias, como um traço de Pocahontas ou, até, Rei Leão. Creio que, só assim, o filme poderia fazer jus tanto ao musical da Broadway que lhe baseou, quanto às fábulas de nosso imaginário que podem tomar a forma e o modelo que precisarmos. De certa forma, o filme recompõe a função do Narrador de que tanto fala o filósofo Walter Benjamin. Se hoje já não temos capacidade de narrar nossas histórias e emudecemos frente a um mundo violento, é somente recantando o mundo das histórias que podemos encontrar uma saída. Nunca a salvação.
A grande questão no filme, e isso é o mais sensacional, é que ainda há um homem por trás da máquina, mas, ao mesmo tempo, há também uma máquina por trás do homem.
É preciso entender, de uma vez por todas, que essa estética não deve servir apenas para respingar sangue, fogos, estrelinhas e gotas de suor e chuva nos olhos dos espectadores, mas para uma nova composição de cinema em que as vilosidades, as dobras, sejam reconfiguradas para que se produza em nossa retina um novo projeto de imagem.
Ao incorporar a lógica da juventude atual, principalmente com os Iphones e Smartphones, ao lado de breves posts e vídeos do Twitter e o Youtube, o filme ganha uma densidade dispersa e uma seriedade nômade, que deambula e não chega a colar em nada. O produto final de Kick-Ass 2 é um completo panorama de uma juventude sem heróis, mas com grande potência para se tornar um, dentro da lógica do “faça você mesmo” – como é típico da internet.
O mais interessante do filme é como ele consegue abrir duas frentes: por um lado, analisa com toda minúcia o caso de Hannah e seu artigo, mostrando todos os meandros de seu pensamento, até seu trabalho pessoal de escrita, assim como a relação conturbada que mantinha tanto com o jornal, quanto com seu marido e amigos. Por outro, mostra um outro lado afetivo, pequeno, de uma pensamento menor, que não visa alçar grande voos ou tentar englobar o mundo em filosofias gerais ou ideologias. Arendt é retratada no filme tal qual era na vida: uma pessoa que tinha amor pelos mais próximos, seus amigos, e por uma justiça de pensamento que não podia ser mediada.
Sem deixar de ser assustador, a película apresenta sobriamente todo tipo de aparição, sem apelar excessivamente para os fatos comuns como portas batendo e panelas caindo. O demônio realmente aparece e sua presença se faz quase no decorrer de toda obra, o que valoriza ainda mais aquilo que se pretende apresentar. No entanto, não passa disso.
Dor e Glória
4.2 619 Assista AgoraQuando Almodovar investe nas sutilezas das personagens, sem esquecer de seus passados brutais, ele atinge uma profundidade que nem sempre se vê em seus filmes.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraÉ o pior filme do Tarantino. Bonito, denso, complexo, afetivo, nostálgico, vários adjetivos bom...mas o pior filme do Tarantino.
Força Maior
3.6 241O filme me fez lembrar desta frase da Clarice:
"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."
Pra mim, o filme se resume a entender e investigar sobre a palavra avalanche. Qual a verdadeira avalanche do filme: O relacionamento do casal? A masculinidade? Os relacionamentos tradicionais? A expectativa que temos um dos outros? A imagem americana de heróis? Ou, no fim das contas, a própria vida em toda sua complexidade?
No fim, eu diria que é tudo um pouco, mas principalmente a masculinidade que faz o homem também vítima da própria opressão que impõe aos demais.
Poderia Me Perdoar?
3.6 266Um filme, ao mesmo tempo, simples e profundo. Tem uma pegada Woody Allen em diversos momentos e nos faz emergir no universo de Lee. Melissa McCarthy faz o trabalho de sua vida!
Ex-Pajé
3.9 41 Assista AgoraUm filme sobre um mundo de espíritos que silencia, colocando medo e culpa em um pajé que se torna evangélico. O resultado: um mundo que não deixa de ser mágico, mas deixa de ser livre e vivo para ser atormentador. Triste filme.
Dois Papas
4.1 962 Assista AgoraNão é um filme sobre a igreja católica. É um filme sobre dois pensamentos contemporâneos: o pensamento conservador e o pensamento progressista. Ambos revendo seus acertos e seus erros. Sensível.
Coringa
4.4 4,1K Assista AgoraO que faz o filme mais interessante é a composição de um eterno anticlímax que vai se acumulando até explodir no Coringa que conhecemos. Acho que é esse anticlímax que não permite que a gente ache o Arthur louco desde o começo.
Ilha dos Cachorros
4.2 655 Assista AgoraWes Anderson melhorou em relação aos últimos filmes, mas é um filme bonzinho e só.
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraScorcese fazendo a gente sentar para ver um filme, quebrando a expectativa de que o espectador seja o tempo inteiro estimulado por tiro, efeitos visuais, diálogo ultrarápido. Vale muito por fazer a gente ver um filme clássico em 2019.
Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera
4.3 377Um filme que faz sua alma ficar em silêncio, a fazer silêncio...e assistir.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraÉ muito bom, mas me mandaram ver tanto que a expectativa atrapalhou
Sully: O Herói do Rio Hudson
3.6 577 Assista AgoraClint Eastwood é um homem do passado que consegue traduzir a megalomania americana com maestria. Faz filmes com sentimentos antigos, mas de pessoas que ainda estão por aí... Um cinemão!
Um Amor Impossível
3.7 45 Assista AgoraSensível, mas vai Um dramalhão familiar de altíssima qualidade.
The Square - A Arte da Discórdia
3.6 318 Assista AgoraUm dos filmes mais interessantes, divertidos e constrangedores que vi. Um tipo de humor, ao mesmo tempo fino e mordaz. Nada cuidadoso em tentar agradar o espectador, pelo contrário, ele espelha a discussão do que é arte contemporânea e faz um cinema que pode beirar o nonsense. No entanto, ainda assim, é bastante mais palpável como alguns filmes no estilo como A Lagosta ou Holy Motors.
Casa Vazia
4.2 409Um dos filmes mais lindos que já vi na vida
A Batalha de Argel
4.4 82 Assista AgoraUm dos melhores filmes que já vi. Parece que foi feito ontem.
A Senhora da Van
3.5 223 Assista AgoraUm filme que mostra que a comédia esconde mais poesia do que julga a filosofia.
A Forma da Água
3.9 2,7Ké bom, mas é médio.
Caminhos da Floresta
2.9 1,7K Assista AgoraEm resumo, pode-se dizer que a obra contém uma opacidade: o espaço é como a floresta de Sonho de uma Noite de Verão, de Shakespeare, onde tudo pode acontecer. As personagens são como figuras, sem caracteres definidos e podem, a qualquer momento, assumir outras formas e outras histórias, como um traço de Pocahontas ou, até, Rei Leão. Creio que, só assim, o filme poderia fazer jus tanto ao musical da Broadway que lhe baseou, quanto às fábulas de nosso imaginário que podem tomar a forma e o modelo que precisarmos.
De certa forma, o filme recompõe a função do Narrador de que tanto fala o filósofo Walter Benjamin. Se hoje já não temos capacidade de narrar nossas histórias e emudecemos frente a um mundo violento, é somente recantando o mundo das histórias que podemos encontrar uma saída. Nunca a salvação.
RoboCop
3.3 2,0K Assista AgoraA grande questão no filme, e isso é o mais sensacional, é que ainda há um homem por trás da máquina, mas, ao mesmo tempo, há também uma máquina por trás do homem.
Confira:
http://ovodefantasma.com.br/2014/03/27/critica-robocop-robocop-2014/
300: A Ascensão do Império
3.2 1,6K Assista AgoraÉ preciso entender, de uma vez por todas, que essa estética não deve servir apenas para respingar sangue, fogos, estrelinhas e gotas de suor e chuva nos olhos dos espectadores, mas para uma nova composição de cinema em que as vilosidades, as dobras, sejam reconfiguradas para que se produza em nossa retina um novo projeto de imagem.
Confira: http://ovodefantasma.com.br/2014/03/26/critica-300-a-ascensao-do-imperio-300-rise-of-an-empire-2014/
Kick-Ass 2
3.6 1,8K Assista AgoraAo incorporar a lógica da juventude atual, principalmente com os Iphones e Smartphones, ao lado de breves posts e vídeos do Twitter e o Youtube, o filme ganha uma densidade dispersa e uma seriedade nômade, que deambula e não chega a colar em nada. O produto final de Kick-Ass 2 é um completo panorama de uma juventude sem heróis, mas com grande potência para se tornar um, dentro da lógica do “faça você mesmo” – como é típico da internet.
Crítica completa em:
http://ovodefantasma.com.br/2013/10/28/critica-kick-ass-2-2013/
Hannah Arendt - Ideias Que Chocaram o Mundo
4.0 196O mais interessante do filme é como ele consegue abrir duas frentes: por um lado, analisa com toda minúcia o caso de Hannah e seu artigo, mostrando todos os meandros de seu pensamento, até seu trabalho pessoal de escrita, assim como a relação conturbada que mantinha tanto com o jornal, quanto com seu marido e amigos. Por outro, mostra um outro lado afetivo, pequeno, de uma pensamento menor, que não visa alçar grande voos ou tentar englobar o mundo em filosofias gerais ou ideologias. Arendt é retratada no filme tal qual era na vida: uma pessoa que tinha amor pelos mais próximos, seus amigos, e por uma justiça de pensamento que não podia ser mediada.
Crítica completa em:
http://ovodefantasma.com.br/2013/10/16/critica-hannah-arendt-2013/
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraSem deixar de ser assustador, a película apresenta sobriamente todo tipo de aparição, sem apelar excessivamente para os fatos comuns como portas batendo e panelas caindo. O demônio realmente aparece e sua presença se faz quase no decorrer de toda obra, o que valoriza ainda mais aquilo que se pretende apresentar. No entanto, não passa disso.
Crítica completa em: http://www.aconteceempetropolis.com.br/2013/10/15/critica-invocacao-do-mal-2013/