As opções eram ela continuar aquela vida mentirosa e acabar se matando na 700ª tentativa de se manter uma dona de casa recatada e de família ou abandonar o filho e o marido. O que deixaria o filho pior: o abandono da mãe ou o suicídio da mesma? Não há resposta fácil pra isso. E ela escolher a vida mesmo que, para isso, seu filho tivesse que adquirir uma depressão absurda é uma das questões mais profundas que Hollywood provocou no século XXI.
"Alguém precisa morrer para que os outros valorizem a vida." E não é que é a mais pura e dolorosa verdade?!?! Um filme extremamente poético sobre depressão, família, abandono, amizade, casamento, loucura, homossexualidade... Talvez a obra máxima de Stephen Daldry!
Há tempos a Disney não produzia uma animação tão bela quanto Frozen, com personagens multidimensionais, trilha sonora emocionante, quebras de paradigmas muito bem sacadas e um trabalho de voz impecável. Idina Menzel, Kristen Bell e Josh Gad funcionam MUITO!!!!
Eu acho o primeiro [REC] praticamente genial em construção de atmosfera, em realismo tanto gráfico quanto narrativo, em atuações verossímeis... Mas eu nunca imaginaria que um filme com os mesmos diretores, que saiu apenas dois anos depois, fosse ter tanta má decisão como esse. O filme vira um grande clichê de Hollywood (apesar de não ser de lá), que não faz o menor sentido em relação ao anterior.
Por que passaram quase metade do filme focando naquele grupo de adolescentes se todos eles iam morrer ou sumir no meio do filme, sem fazer nada de útil? Por que a SWAT, mesmo depois de ser atacada, não botou as máscaras? E qual a necessidade de mudar completamente a questão do filme de epidemia pra possessão? O conceito não faz o menor sentido, principalmente se o demônio pode imitar qualquer um a qualquer momento (essa revelação inclusive me tirou do filme 100%).
Há, no máximo, duas cenas boas no filme. Ambas envolvem mortes acidentais. Mas, de resto, é mais um filme qualquer que não assusta ninguém. Que decepção!
A atuação de Liv Ullmann em Persona ainda é a melhor dela e a melhor que eu já vi no Cinema. Mas após assistir Gritos e Sussurros, A Hora do Lobo, Sonata de Outono e esse Cenas de um Casamento, é oficial: Liv Ullmann é minha atriz favorita.
Devo admitir: Silêncio não é dos meus favoritos de Scorsese (o que não quer dizer muita coisa já que eu gosto de praticamente TODOS os seus filmes), mas devo dizer que é um dos filmes do diretor que eu mais respeito. Em termos de grandiosidade em escala e temática, de questionamentos morais e filosóficos, de "diálogos" com alguns de seus filmes passados, da beleza audiovisual que usa e abusa da bruma e da ausência de sons. Scorsese aqui cria uma aura de filme malickiano sem a pretensão de tal (com talvez até alguns elementos de Bergman?!?!)
Meus problemas com o filme se baseiam mais na retratação um tanto unidimensional do povo japonês (com exceção do personagem Kichijiro) e da escolha de Garfield ao papel principal (eu achei os personagens de Driver e Neeson mais interessantes e intensos pra carregar o filme). No geral, a cena do diálogo entre Ferreira e Rodrigues no templo entra pra lista dos grandes diálogos de Scorsese.
"I worry, they value these poor signs of faith more than faith itself. But how can we deny them?"
No fim, o verdadeiro cristianismo baseia-se em nossas ações ao próximo e não na simples valoração de artefatos materiais de cunho religioso. Falo isso como um ateu que admira muito aqueles indivíduos que tratam a fé com respeito ao invés de usarem-na simplesmente pra punição, benefício próprio ou método de alienação. A fé é o que está dentro do ser e não em fatores externos. Quem realmente tem fé vai saber a hora de renunciar a Deus pra salvar o próximo. Afinal, o que é uma tábua de bronze senão uma simples representação material da fé que se encontra realmente na alma do indivíduo?!?!
Quem diria: um dos filmes menos comentados do Scorsese e um dos mais diferentes do diretor também acabou sendo um dos meus favoritos junto com os gigantes Os Bons Companheiros e Taxi Driver. É um desserviço esse filme não ser conhecido por tanta gente. Uma verdadeira crônica sobre a vida numa das maiores metrópoles do mundo, uma linha de produção do trabalhador urbano moderno. Não importa o que você viva e o que você experimente. Você sempre vai continuar naquele dia-a-dia robótico como se nada tivesse acontecido. Scorsese simplesmente GENIAL!!!
A ideia é interessante, a construção de atmosfera no início é boa (remete a CORRA!) e a atuação de Lupita Nyong'o serve pra reafirmar como ela é uma atriz extremamente competente e versátil. Mas infelizmente NÓS foi uma grande decepção! O filme tem tanto alívio cômico que mais parece uma paródia e, por isso, quase todas as cenas ameaçadores não surtiram nenhum impacto. Parecia que os personagens estavam tirando aquela situação como nada. Sangue, mutilação, assassinato... E piadas, e piadas, e piadas!!! Não me pareceram personagens reais em nenhum momento. E sobre a mensagem: bem intencionada mas de uma pretensão exagerada. O filme enche a tela de metáforas visuais ou narrativas pro público interpretar, sendo que no fim tudo é narrado ao espectador por meio de uma personagem. A frase que mais define o filme está nele próprio: "Parece uma arte performática bizarra!" Adorei CORRA! mas Peele aqui me pareceu muito auto-importante!!!
Eu vejo muita gente aqui falando que esse primeiro filme glamouriza tortura e exalta o BOPE como uma instituição de respeito, etc... GENTE, ASSISTAM O FILME DIREITO, POR FAVOR!!!!
Se o filme vangloriasse a tortura, eles não iriam botar uma cena de um policial do BOPE protestando contra a tortura que os colegas estavam prestes a fazer com um morador só porque o garoto tinha um tênis da Nike. Eles não iriam botar a Maria pedindo pro Matias não machucar a Rose e, depois, cortar pra eles fazendo justamente isso. Se eles vangloriassem os atos do Nascimento, eles não iam mostrar um personagem desequilibrado que fica à base de remédio o filme inteiro. Eles não iam botar a esposa dele pra abandonar ele com o filho. E na cena final, quando o Nascimento narra: "Agora só faltava o coração do Matias!"... Ali ele simplesmente reforça o que ele disse o filme inteiro: pra ser do BOPE, não pode ter sentimentos. Todo o treinamento do BOPE serve como uma desumanização. Nisso, os "soldados" ficam mais treinados, porém BEEEEM MAIS VIOLENTOS TAMBÉM. Por favor, parem de falar que o filme glorifica tortura e violência policial só porque alguns descerebrados enxergam assim. E pra quem embasa isso na narração do Nascimento, desculpa, mas esse filme trabalha com as ambiguidades do ser humano. O artifício da narração é usado pra estabelecer a visão deturpada do Nascimento com frases como: "O cara deve ter tido uma infância de merda, mas não vou suavizar por isso." Ou "Traficante é traficante!"
- O Werm NÃO ERA namorado da Emily. Ele é simplesmente um skinhead, membro da banda Cowcatcher que se apresentaria DEPOIS dos Ain't Rights, que descobriu que ela e o Daniel deixariam o grupo e que, provavelmente, entregariam eles pras autoridades, o que é descoberto depois pelo Darcy na cena que ele pega o taco de baseball que eles usaram pra "mandar pra vala" alguém. - O "negro" que o Darcy fala que eles precisam evitar provavelmente é um comprador ou fornecedor de drogas pra eles. - Eles não usavam músicas pra matar. Só duas músicas são citadas: "Toxic Evolution" da Ain't Rights que foi a música em que o Werm mata a Emily (mas não tem ligação nenhuma a isso) e a "Fleischwolf" da Cowcatcher que é a música que o Daniel e a Emily usariam como sinal pra fugir, já que todos os skinheads estariam no show. Por isso que o Daniel não chega a estranhar a ausência da Emily. Porque a Cowcatcher se apresentaria depois e ele tava esperando no carro.
O filme inteiro eu fiquei com a impressão de que os roteiristas tentavam forçar pra que o filme fosse um longa. Não funcionou! O filme é fraco, genérico e, muitas vezes, até estúpido.
Qual a dificuldade de, depois de pegar a besta do cara, ela subir no telhadinho, botar o alarme na cara dele, dar uma ou duas flechadas na perna dele, religar a caixa de força, chamar a polícia e... PRONTO!!! Ou, se ela não consegue usar a besta, pegar uma faca de cozinha com uma mão, o alarme na outra e imobilizar o cara.
"Ah, mas aí não teria filme!!!" Ué, se for pra sustentar o filme com desculpas mal feitas, melhor não fazer mesmo...
A nota desse filme aqui representa o que o filme quer dizer: quando os caras decidem fazer um filme de "terror" genuinamente diferente, o público não curte muito, assim como
Um filme sobre a escalonação da loucura e da paranoia, sobre a intolerância da mente humana para com a solidão, a fome, a sede e o medo. E ainda oferece um final aberto a inúmeras interpretações. A Floresta de Burkittsville é de longe um dos cenários mais opressivos e claustrofóbicos do Cinema!
É muito irônico que o filme sobre a banda de mais personalidade do século XX seja tão água-com-açúcar! Bohemian Rhapsody é um longa que não faz jus a todo o legado de Mercury, May, Deacon e Taylor. É sim uma série de montagens divertidas que servem como um tributo de melhores momentos da banda e usa os conflitos dramáticos pra ligar os mesmos. A questão é que, num filme, os conflitos dramáticos não podem servir de ligação; eles precisam ser o fio condutor da narrativa. E aqui, temos um filme cujo fio condutor é só a empolgação que as músicas da banda (mérito alheio ao filme) causam no telespectador. Há sim alguns bons momentos dramáticos, como a ligação do Freddie pra sua amada, quando passa a morar numa mansão, que é tocante. Mas há muitos momentos vergonhosos também, como quando ele escreve "Love Of My Life" em alguns segundos e chora de orgulho sem ao menos testar a música em alum instrumento; como quando é anunciado que eles farão uma turnê pelos EUA e a reação de Freddie é no mínimo agridoce despropositadamente. E é aí que entra a questão: eu não consegui gostar da atuação de Malek. O ator é bom? Sim! Tem seus momentos inspirados no filme? Tem (como a própria cena da ligação). Mas em 75% do filme, ele parece uma caricatura, uma paródia (o que é irônico se considerar que a versão que seria feita por Sacha Baron Cohen seria mais séria e honesta). Em nenhum momento eu vi Mercury ali, e sim uma imitação estereotipada do mesmo por um ator limitado pelo estúdio pra fazer um filme leve pra toda a família. E eu nem falo do resto do elenco que, embora seja competente, não tem muito o que fazer, já que todos os personagens (com uma possível exceção sendo Mary Austin, interpretada com sensibilidade por Lucy Boynton) são unidimensionais e caricatos, com Paul Prenter sendo o PIOR DE TODOS, já que o filme o trata como um grande vilão de novela mexicana que manipula o protagonista pra se afastar de todos que o amam. (Inclusive, há uma cena na chuva envolvendo Mercury, Mary e Paul que é desastrosamente melodramática.) Enfim, é até difícil ver esse filme sendo indicado ao Oscar já que ele é disparado o mais fraco da edição. Mas não posso dizer que não me diverti com o filme. Afinal, não há outra banda que defina melhor a frase "WE ARE THE CHAMPIONS... OF THE WORLD!!!!"
É impressionante como essa animação acerta em TUDO que um bom filme de super-heróis precisa. O protagonista é extremamente carismático, seus conflitos são bem explorados; o contexto social e racial de Nova York é pincelado como subtexto; a iconografia de HQs funciona organicamente, sem parecer forçado ou confuso; as cenas de ação são empolgantes, principalmente com o envolvimento dos outros Aranhas; e a comicidade do filme possui um timing perfeito pra não cair na auto-paródia (o que era meu maior medo com a obra). Sinceramente, um dos melhores filmes de super-heróis da história e DISPARADO o melhor filme do aracnídeo do Queens (ou do Brooklyn)!
Um simulador de guerra como nunca visto até hoje! Havia momentos em que eu mesmo desviava de tiros tamanha a imersão desse épico de Spielberg. E ao contrário de Dunkirk, que é extremamente vazio, O Resgate do Soldado Ryan é um filme mais de personagens do que de pirotecnia.
A cena da morte de Wade e da decisão se eles iam ou não matar o soldado alemão responsável é um dos trechos mais humanos de todos os filmes de guerra. Você sente a revolta dos veteranos, assim como também entende a empatia do ingênuo Upham, empatia essa que é completamente destruída quando o mesmo não consegue salvar Mellish e descobre que o soldado que defendeu voltou a atuar.
Ok, o patriotismo de Spielberg não faz o filme chegar àquele nível visceral de Platoon e Apocalypse Now, mas quem disse que precisava? Cinema é diferentes pontos de vista sobre temas parecidos. E Spielberg emociona com essa sua história de irmãos de batalha.
Filme bom que infelizmente seguiu um caminho que não me agradou, mas isso não anula o fato de ser sim um bom filme. Claire Foy está fantástica, a construção da angústia e da paranoia é muito palpável. Mas, mesmo assim, preferia que ele tivesse ido por outro caminho.
Mais um filme com boas ideias que a Netflix transforma num desfile de estereótipos, clichês e prepotência. Algumas cenas salvam Bird Box do completo desastre, como aquela que mostra o início do caos e aquela que traz os personagens dirigindo um carro sob condições extremamente arriscadas, mas essas se encontram no 1º ato do filme. Já de resto, o filme apresenta cenas extremamente maniqueístas, aborda 95% dos personagens de forma unidimensional, cria tensões forçadas e convenientes demais, e fecha com um final completamente anti-climático e óbvio. Realmente, tá difícil pra Netflix criar algo genuinamente diferente.
Disparado o episódio mais fraco de Black Mirror até agora. A suposta interatividade é uma máscara. E sim, essa "falsa interatividade" serve a um propósito metalinguístico à história. Porém, esse propósito é estupidamente óbvio e vazio. Sim, o episódio/filme ainda introduz conceitos psicológicos e científicos que lembram até Matrix, mas nunca dá um passo sequer em tais direções. O episódio é a metalinguagem pela metalinguagem. E Black Mirror já apresentou debates, críticas e reflexões bem melhores e mais inteligentes do que essa.
Um dos filmes que melhor brinca com elementos americanos setentistas, como as discotecas, o movimento hippie, a Nova Hollywood (filmes mais experimentais e politizados), a ascensão da pornografia, corrupção policial e governamental, psicodelia, classic rock, figurinos vibrantes e penteados extravagantes. A melhor paródia sobre década de 70!!!
BlacKkKlansman pega filmaços do ano passado como Get Out, Detroit e Mudbound e os mistura nesse que até agora é meu filme favorito do ano. Washington e Driver mandam bem demais, Spike Lee recria uma estética de blaxploitation setentista e o roteiro cava fundo pra tentar mostrar todo tipo de proliferação racista do período. Sinceramente: quando começou a sequência documental, eu achei que ainda era o filme, até que eu vi a data de 2017. Essa é a genialidade de Spike Lee, que me fez terminar o filme chorando de ódio pela humanidade. ISSO TEM QUE ACABAR!
Eu gosto de pensar que existe uma trilogia imaginária formada por Cisne Negro, Birdman e Whiplash, representando respectivamente a busca pela perfeição no balé, pelo reconhecimento no teatro e pela superação na música, cada um com linguagem diferente. Cisne Negro usando uma linguagem mais expressionista e sombria, Birdman oferecendo um ponto de vista surrealista e Whiplash apelando mais pra linguagem lavada, sem muitos floreios ou simbolismos. Pra mim, Birdman é o que acontece quando Hollywood se esforça pra fazer algo genuinamente diferente.
Aronofsky aqui chega em outro nível. É impressionante como sua câmera dança no palco e como se desregula fora dele sob a pressão do abismo psicológico que é esse filme. Meu favorito do diretor continua sendo Réquiem, mas é inegável que como diretor esse é o melhor de Aronofsky.
Às vezes, o otimismo excessivo pode adentrar na ingenuidade e na bobeira. E é basicamente isso que o filme é. Hanks ótimo como sempre, uns bons gags cômicos, mas um enredo raso, burocrático e, muitas vezes, sem necessidade (até hoje eu não entendo qual é a do Stanley Tucci) e com algumas cenas terrivelmente otimistas (aquela cena na pista do avião... MINHA NOSSA). O peso da mão de Spielberg virou um fardo pra esse filme, que funciona tão bem quanto aqueles especiais de Natal que ninguém presta atenção.
PS: O filme promete uma crítica social, mas nunca aprofunda a mesma, deixando ela como parte esquecida da premissa apenas. Muitos já fizeram melhor!
As Horas
4.2 1,4KE antes de julgar a personagem, se pergunte algo:
As opções eram ela continuar aquela vida mentirosa e acabar se matando na 700ª tentativa de se manter uma dona de casa recatada e de família ou abandonar o filho e o marido. O que deixaria o filho pior: o abandono da mãe ou o suicídio da mesma? Não há resposta fácil pra isso. E ela escolher a vida mesmo que, para isso, seu filho tivesse que adquirir uma depressão absurda é uma das questões mais profundas que Hollywood provocou no século XXI.
"Alguém precisa morrer para que os outros valorizem a vida."
E não é que é a mais pura e dolorosa verdade?!?!
Um filme extremamente poético sobre depressão, família, abandono, amizade, casamento, loucura, homossexualidade... Talvez a obra máxima de Stephen Daldry!
Frozen: Uma Aventura Congelante
3.9 3,0K Assista AgoraHá tempos a Disney não produzia uma animação tão bela quanto Frozen, com personagens multidimensionais, trilha sonora emocionante, quebras de paradigmas muito bem sacadas e um trabalho de voz impecável. Idina Menzel, Kristen Bell e Josh Gad funcionam MUITO!!!!
[REC]² Possuídos
3.1 1,4K Assista AgoraEu acho o primeiro [REC] praticamente genial em construção de atmosfera, em realismo tanto gráfico quanto narrativo, em atuações verossímeis... Mas eu nunca imaginaria que um filme com os mesmos diretores, que saiu apenas dois anos depois, fosse ter tanta má decisão como esse. O filme vira um grande clichê de Hollywood (apesar de não ser de lá), que não faz o menor sentido em relação ao anterior.
Por que passaram quase metade do filme focando naquele grupo de adolescentes se todos eles iam morrer ou sumir no meio do filme, sem fazer nada de útil? Por que a SWAT, mesmo depois de ser atacada, não botou as máscaras? E qual a necessidade de mudar completamente a questão do filme de epidemia pra possessão? O conceito não faz o menor sentido, principalmente se o demônio pode imitar qualquer um a qualquer momento (essa revelação inclusive me tirou do filme 100%).
Há, no máximo, duas cenas boas no filme. Ambas envolvem mortes acidentais. Mas, de resto, é mais um filme qualquer que não assusta ninguém. Que decepção!
Cenas de um Casamento
4.4 232A atuação de Liv Ullmann em Persona ainda é a melhor dela e a melhor que eu já vi no Cinema. Mas após assistir Gritos e Sussurros, A Hora do Lobo, Sonata de Outono e esse Cenas de um Casamento, é oficial: Liv Ullmann é minha atriz favorita.
Silêncio
3.8 576Devo admitir: Silêncio não é dos meus favoritos de Scorsese (o que não quer dizer muita coisa já que eu gosto de praticamente TODOS os seus filmes), mas devo dizer que é um dos filmes do diretor que eu mais respeito. Em termos de grandiosidade em escala e temática, de questionamentos morais e filosóficos, de "diálogos" com alguns de seus filmes passados, da beleza audiovisual que usa e abusa da bruma e da ausência de sons. Scorsese aqui cria uma aura de filme malickiano sem a pretensão de tal (com talvez até alguns elementos de Bergman?!?!)
Meus problemas com o filme se baseiam mais na retratação um tanto unidimensional do povo japonês (com exceção do personagem Kichijiro) e da escolha de Garfield ao papel principal (eu achei os personagens de Driver e Neeson mais interessantes e intensos pra carregar o filme). No geral, a cena do diálogo entre Ferreira e Rodrigues no templo entra pra lista dos grandes diálogos de Scorsese.
"I worry, they value these poor signs of faith more than faith itself. But how can we deny them?"
No fim, o verdadeiro cristianismo baseia-se em nossas ações ao próximo e não na simples valoração de artefatos materiais de cunho religioso. Falo isso como um ateu que admira muito aqueles indivíduos que tratam a fé com respeito ao invés de usarem-na simplesmente pra punição, benefício próprio ou método de alienação. A fé é o que está dentro do ser e não em fatores externos. Quem realmente tem fé vai saber a hora de renunciar a Deus pra salvar o próximo. Afinal, o que é uma tábua de bronze senão uma simples representação material da fé que se encontra realmente na alma do indivíduo?!?!
Depois de Horas
4.0 452 Assista AgoraQuem diria: um dos filmes menos comentados do Scorsese e um dos mais diferentes do diretor também acabou sendo um dos meus favoritos junto com os gigantes Os Bons Companheiros e Taxi Driver. É um desserviço esse filme não ser conhecido por tanta gente. Uma verdadeira crônica sobre a vida numa das maiores metrópoles do mundo, uma linha de produção do trabalhador urbano moderno. Não importa o que você viva e o que você experimente. Você sempre vai continuar naquele dia-a-dia robótico como se nada tivesse acontecido. Scorsese simplesmente GENIAL!!!
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraA ideia é interessante, a construção de atmosfera no início é boa (remete a CORRA!) e a atuação de Lupita Nyong'o serve pra reafirmar como ela é uma atriz extremamente competente e versátil. Mas infelizmente NÓS foi uma grande decepção! O filme tem tanto alívio cômico que mais parece uma paródia e, por isso, quase todas as cenas ameaçadores não surtiram nenhum impacto. Parecia que os personagens estavam tirando aquela situação como nada. Sangue, mutilação, assassinato... E piadas, e piadas, e piadas!!! Não me pareceram personagens reais em nenhum momento. E sobre a mensagem: bem intencionada mas de uma pretensão exagerada. O filme enche a tela de metáforas visuais ou narrativas pro público interpretar, sendo que no fim tudo é narrado ao espectador por meio de uma personagem. A frase que mais define o filme está nele próprio: "Parece uma arte performática bizarra!"
Adorei CORRA! mas Peele aqui me pareceu muito auto-importante!!!
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraAquarius é o filme que demonstra que o cinema brasileiro está em sua melhor época desde o Cinema Novo!!!
Tropa de Elite
4.0 1,8K Assista AgoraEu vejo muita gente aqui falando que esse primeiro filme glamouriza tortura e exalta o BOPE como uma instituição de respeito, etc... GENTE, ASSISTAM O FILME DIREITO, POR FAVOR!!!!
Se o filme vangloriasse a tortura, eles não iriam botar uma cena de um policial do BOPE protestando contra a tortura que os colegas estavam prestes a fazer com um morador só porque o garoto tinha um tênis da Nike. Eles não iriam botar a Maria pedindo pro Matias não machucar a Rose e, depois, cortar pra eles fazendo justamente isso. Se eles vangloriassem os atos do Nascimento, eles não iam mostrar um personagem desequilibrado que fica à base de remédio o filme inteiro. Eles não iam botar a esposa dele pra abandonar ele com o filho. E na cena final, quando o Nascimento narra: "Agora só faltava o coração do Matias!"... Ali ele simplesmente reforça o que ele disse o filme inteiro: pra ser do BOPE, não pode ter sentimentos. Todo o treinamento do BOPE serve como uma desumanização. Nisso, os "soldados" ficam mais treinados, porém BEEEEM MAIS VIOLENTOS TAMBÉM. Por favor, parem de falar que o filme glorifica tortura e violência policial só porque alguns descerebrados enxergam assim. E pra quem embasa isso na narração do Nascimento, desculpa, mas esse filme trabalha com as ambiguidades do ser humano. O artifício da narração é usado pra estabelecer a visão deturpada do Nascimento com frases como: "O cara deve ter tido uma infância de merda, mas não vou suavizar por isso." Ou "Traficante é traficante!"
PAREM DE ENXERGAR O FILME DO AVESSO!!!!
Sala Verde
3.3 546 Assista AgoraGente, como é tão difícil entender esse filme?!?!?!
Eu realmente não tive dificuldade nenhuma de entender.
- O Werm NÃO ERA namorado da Emily. Ele é simplesmente um skinhead, membro da banda Cowcatcher que se apresentaria DEPOIS dos Ain't Rights, que descobriu que ela e o Daniel deixariam o grupo e que, provavelmente, entregariam eles pras autoridades, o que é descoberto depois pelo Darcy na cena que ele pega o taco de baseball que eles usaram pra "mandar pra vala" alguém.
- O "negro" que o Darcy fala que eles precisam evitar provavelmente é um comprador ou fornecedor de drogas pra eles.
- Eles não usavam músicas pra matar. Só duas músicas são citadas: "Toxic Evolution" da Ain't Rights que foi a música em que o Werm mata a Emily (mas não tem ligação nenhuma a isso) e a "Fleischwolf" da Cowcatcher que é a música que o Daniel e a Emily usariam como sinal pra fugir, já que todos os skinheads estariam no show. Por isso que o Daniel não chega a estranhar a ausência da Emily. Porque a Cowcatcher se apresentaria depois e ele tava esperando no carro.
Hush: A Morte Ouve
3.5 1,5KO filme inteiro eu fiquei com a impressão de que os roteiristas tentavam forçar pra que o filme fosse um longa. Não funcionou! O filme é fraco, genérico e, muitas vezes, até estúpido.
Qual a dificuldade de, depois de pegar a besta do cara, ela subir no telhadinho, botar o alarme na cara dele, dar uma ou duas flechadas na perna dele, religar a caixa de força, chamar a polícia e... PRONTO!!! Ou, se ela não consegue usar a besta, pegar uma faca de cozinha com uma mão, o alarme na outra e imobilizar o cara.
"Ah, mas aí não teria filme!!!"
Ué, se for pra sustentar o filme com desculpas mal feitas, melhor não fazer mesmo...
O Segredo da Cabana
3.0 3,2K Assista AgoraA nota desse filme aqui representa o que o filme quer dizer: quando os caras decidem fazer um filme de "terror" genuinamente diferente, o público não curte muito, assim como
os deuses antigos não gostaram quando a empresa falhou ao cumprir as regras. O laboratório nada mais é do que a produtora e os deuses, o público!
A Bruxa de Blair
3.1 1,6KUm filme sobre a escalonação da loucura e da paranoia, sobre a intolerância da mente humana para com a solidão, a fome, a sede e o medo. E ainda oferece um final aberto a inúmeras interpretações. A Floresta de Burkittsville é de longe um dos cenários mais opressivos e claustrofóbicos do Cinema!
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraÉ muito irônico que o filme sobre a banda de mais personalidade do século XX seja tão água-com-açúcar! Bohemian Rhapsody é um longa que não faz jus a todo o legado de Mercury, May, Deacon e Taylor. É sim uma série de montagens divertidas que servem como um tributo de melhores momentos da banda e usa os conflitos dramáticos pra ligar os mesmos. A questão é que, num filme, os conflitos dramáticos não podem servir de ligação; eles precisam ser o fio condutor da narrativa. E aqui, temos um filme cujo fio condutor é só a empolgação que as músicas da banda (mérito alheio ao filme) causam no telespectador. Há sim alguns bons momentos dramáticos, como a ligação do Freddie pra sua amada, quando passa a morar numa mansão, que é tocante. Mas há muitos momentos vergonhosos também, como quando ele escreve "Love Of My Life" em alguns segundos e chora de orgulho sem ao menos testar a música em alum instrumento; como quando é anunciado que eles farão uma turnê pelos EUA e a reação de Freddie é no mínimo agridoce despropositadamente. E é aí que entra a questão: eu não consegui gostar da atuação de Malek. O ator é bom? Sim! Tem seus momentos inspirados no filme? Tem (como a própria cena da ligação). Mas em 75% do filme, ele parece uma caricatura, uma paródia (o que é irônico se considerar que a versão que seria feita por Sacha Baron Cohen seria mais séria e honesta). Em nenhum momento eu vi Mercury ali, e sim uma imitação estereotipada do mesmo por um ator limitado pelo estúdio pra fazer um filme leve pra toda a família. E eu nem falo do resto do elenco que, embora seja competente, não tem muito o que fazer, já que todos os personagens (com uma possível exceção sendo Mary Austin, interpretada com sensibilidade por Lucy Boynton) são unidimensionais e caricatos, com Paul Prenter sendo o PIOR DE TODOS, já que o filme o trata como um grande vilão de novela mexicana que manipula o protagonista pra se afastar de todos que o amam. (Inclusive, há uma cena na chuva envolvendo Mercury, Mary e Paul que é desastrosamente melodramática.) Enfim, é até difícil ver esse filme sendo indicado ao Oscar já que ele é disparado o mais fraco da edição. Mas não posso dizer que não me diverti com o filme. Afinal, não há outra banda que defina melhor a frase "WE ARE THE CHAMPIONS... OF THE WORLD!!!!"
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraÉ impressionante como essa animação acerta em TUDO que um bom filme de super-heróis precisa. O protagonista é extremamente carismático, seus conflitos são bem explorados; o contexto social e racial de Nova York é pincelado como subtexto; a iconografia de HQs funciona organicamente, sem parecer forçado ou confuso; as cenas de ação são empolgantes, principalmente com o envolvimento dos outros Aranhas; e a comicidade do filme possui um timing perfeito pra não cair na auto-paródia (o que era meu maior medo com a obra). Sinceramente, um dos melhores filmes de super-heróis da história e DISPARADO o melhor filme do aracnídeo do Queens (ou do Brooklyn)!
O Resgate do Soldado Ryan
4.2 1,7K Assista AgoraUm simulador de guerra como nunca visto até hoje! Havia momentos em que eu mesmo desviava de tiros tamanha a imersão desse épico de Spielberg. E ao contrário de Dunkirk, que é extremamente vazio, O Resgate do Soldado Ryan é um filme mais de personagens do que de pirotecnia.
A cena da morte de Wade e da decisão se eles iam ou não matar o soldado alemão responsável é um dos trechos mais humanos de todos os filmes de guerra. Você sente a revolta dos veteranos, assim como também entende a empatia do ingênuo Upham, empatia essa que é completamente destruída quando o mesmo não consegue salvar Mellish e descobre que o soldado que defendeu voltou a atuar.
Ok, o patriotismo de Spielberg não faz o filme chegar àquele nível visceral de Platoon e Apocalypse Now, mas quem disse que precisava? Cinema é diferentes pontos de vista sobre temas parecidos. E Spielberg emociona com essa sua história de irmãos de batalha.
Distúrbio
3.4 256Filme bom que infelizmente seguiu um caminho que não me agradou, mas isso não anula o fato de ser sim um bom filme. Claire Foy está fantástica, a construção da angústia e da paranoia é muito palpável. Mas, mesmo assim, preferia que ele tivesse ido por outro caminho.
Caixa de Pássaros
3.4 2,3K Assista AgoraMais um filme com boas ideias que a Netflix transforma num desfile de estereótipos, clichês e prepotência. Algumas cenas salvam Bird Box do completo desastre, como aquela que mostra o início do caos e aquela que traz os personagens dirigindo um carro sob condições extremamente arriscadas, mas essas se encontram no 1º ato do filme. Já de resto, o filme apresenta cenas extremamente maniqueístas, aborda 95% dos personagens de forma unidimensional, cria tensões forçadas e convenientes demais, e fecha com um final completamente anti-climático e óbvio. Realmente, tá difícil pra Netflix criar algo genuinamente diferente.
Black Mirror: Bandersnatch
3.5 1,4KDisparado o episódio mais fraco de Black Mirror até agora. A suposta interatividade é uma máscara. E sim, essa "falsa interatividade" serve a um propósito metalinguístico à história. Porém, esse propósito é estupidamente óbvio e vazio. Sim, o episódio/filme ainda introduz conceitos psicológicos e científicos que lembram até Matrix, mas nunca dá um passo sequer em tais direções. O episódio é a metalinguagem pela metalinguagem. E Black Mirror já apresentou debates, críticas e reflexões bem melhores e mais inteligentes do que essa.
Dois Caras Legais
3.6 637 Assista AgoraUm dos filmes que melhor brinca com elementos americanos setentistas, como as discotecas, o movimento hippie, a Nova Hollywood (filmes mais experimentais e politizados), a ascensão da pornografia, corrupção policial e governamental, psicodelia, classic rock, figurinos vibrantes e penteados extravagantes. A melhor paródia sobre década de 70!!!
Infiltrado na Klan
4.3 1,9K Assista AgoraBlacKkKlansman pega filmaços do ano passado como Get Out, Detroit e Mudbound e os mistura nesse que até agora é meu filme favorito do ano. Washington e Driver mandam bem demais, Spike Lee recria uma estética de blaxploitation setentista e o roteiro cava fundo pra tentar mostrar todo tipo de proliferação racista do período. Sinceramente: quando começou a sequência documental, eu achei que ainda era o filme, até que eu vi a data de 2017. Essa é a genialidade de Spike Lee, que me fez terminar o filme chorando de ódio pela humanidade. ISSO TEM QUE ACABAR!
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista AgoraEu gosto de pensar que existe uma trilogia imaginária formada por Cisne Negro, Birdman e Whiplash, representando respectivamente a busca pela perfeição no balé, pelo reconhecimento no teatro e pela superação na música, cada um com linguagem diferente. Cisne Negro usando uma linguagem mais expressionista e sombria, Birdman oferecendo um ponto de vista surrealista e Whiplash apelando mais pra linguagem lavada, sem muitos floreios ou simbolismos. Pra mim, Birdman é o que acontece quando Hollywood se esforça pra fazer algo genuinamente diferente.
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista AgoraAronofsky aqui chega em outro nível. É impressionante como sua câmera dança no palco e como se desregula fora dele sob a pressão do abismo psicológico que é esse filme. Meu favorito do diretor continua sendo Réquiem, mas é inegável que como diretor esse é o melhor de Aronofsky.
O Terminal
3.8 1,3K Assista AgoraÀs vezes, o otimismo excessivo pode adentrar na ingenuidade e na bobeira. E é basicamente isso que o filme é. Hanks ótimo como sempre, uns bons gags cômicos, mas um enredo raso, burocrático e, muitas vezes, sem necessidade (até hoje eu não entendo qual é a do Stanley Tucci) e com algumas cenas terrivelmente otimistas (aquela cena na pista do avião... MINHA NOSSA). O peso da mão de Spielberg virou um fardo pra esse filme, que funciona tão bem quanto aqueles especiais de Natal que ninguém presta atenção.
PS: O filme promete uma crítica social, mas nunca aprofunda a mesma, deixando ela como parte esquecida da premissa apenas. Muitos já fizeram melhor!