Primeiro filme do Tony Socott e que filme, que direção! A composição das cenas são belíssimas, dá para perceber que cada detalhe foi escolhido a dedo. A começar pelo elenco GIGANTE! Queria ter visto mais o Bowie(John) atuando! A cena da Miriam Blaylock (Catherine Deneuve ) atrás das cortinas, que cena MARAVILHOSA! Gostei muito.
Achei o desenvolvimento da história muito bem conduzida, porque em nenhum momento ela subestima o telespectador. Esse jogo entre imortalidade e o questionamento acerca do desejo humano de conquistar a imortalidade, sob o nome de longevidade, a qualquer custo. O aproxima de um animal e aqui vejo o paralelo do macaco ser o objeto do experimento em questão. A trama sedutora que vai sendo desvelado aos poucos centralizada na Miriam, que primeiro, envolve o John e depois médica Sarah Roberts (Susan Sarandon) é incrível, ousada e provocativa achei muito sensual e envolvente, porque não fica claro esse magnetismo que a Miriam tinha sob as pessoas.
O que me deixou em dúvida foi sobre as cenas finais.
quando John pede a Miriam para que ela mate-o, ela diz que não era assim que as coisas funcionavam para eles. Então, ela o coloca dentro do caixão mesmo vivo para morrer naturalmente: sem comida (sangue). Mas, quando ela cai por causa daquele atordoamento de seus amantes. Ela vai ao chão e morre? Isso não ficou claro para mim, como o John se jogou da escada e não morreu e ela ao cair - a diferença de altura é visível - mas, ainda assim, isso me deixou com dúvidas. E, também, porque John não alcançou a imortalidade enquanto Sara conseguiu até "ressuscitar"?
Paulo Henrique Fontenelle realizou um trabalho primoroso em reunir todas as facetas da Cássia Eller e nos mostrar a menina, a mulher, a mãe, a namorada, a filha, a irreverente, a apaixonada pela música, a lésbica, a empoderada e dona de si. O documentário ficou muito completo. Somos capazes de nos tornar até mais próximos dessa cantora maravilhosa. Mas, como ela mesma disse: você irá se surpreender quando ouvi-la cantar!
Antes das cantoras atuais levantarem tantas bandeiras. Cássia sem ao menos dizer uma palavra mostrava em seu corpo, sua voz e, sobretudo, suas atitudes o objetivo à que veio: chacoalhar as estruturas. Ela conseguiu esse feito na música - desconheço melhor interprete que ela -, na vida, ao se declarar lésbica e ao desfrutar do seu direito em engravidar e ter um filho lindo e abençoado, em romper estereótipos: a mesma mulher que é doce e meiga usa moicano verde e roupas masculinas.
Que legado que ela nos deixou, além de suas canções incríveis e memóraveis.
Peter Galison nos apresenta o desenvolvimento final da pesquisa, que revelou ao planta, a imagem do primeiro buraco negro, aquela que, enfim, comprova a sua existência. O grande evento científico mundial que ocorreu em 19 de abril de 2019, foi fruto de um intenso trabalho de 200 cientistas, de 60 universidades diferentes, oriundos de várias partes do mundo.
Assim, a pesquisa iniciada ainda na década de 70, pelo visionário Sthepen Hawking teve a sua comprovação, após um emaranhado de satélites espalhados pela terra capturarem a 250 anos luz, os feixes de luz vermelho e laranja, das bordas do buraco negro.
O documentário é emocionante, sobretudo, por mostrar o intenso trabalho de Hawking na empreitada. Sou fã da genialidade que ele foi e por tudo que ele contribuiu para o mundo, principalmente, a esperança de ultrapassar qualquer obstáculo para realizar seus sonhos.
Aqui temos de forma resumida, 1h34 min, a intensa jornada em que um pesquisador científico é imerso para comprovar, questionar, definir, dialogar e estabelecer uma lei, um conceito, a existência ou não de um fenômeno, seja ele científico, artístico, social, educacional, psicológico ou outros.
Será que um dia teremos brasileiros participando projetos de pesquisas grandiosos, como este? Ahhh se eu pudesse rs, mas já me realizo fazendo ciência em outras frentes. Definir o céu como limite é bobagem! A partir deste documentário acredito e reafirmo que para o conhecimento não existe limite a não ser se aproximar de um buraco negro.
Jacqueline Audry narra de forma segura e corajosa, para a conservadora década de 1950, o amor entre mulheres. Esse é um ponto muito importante, visto que ainda nos dias atuais encontramos resistência e pudor a essa forma de amar. Mas, para além, disso acredito que o filme denuncia uma prática ou hábito comum da época marcada ainda por escolas para meninos e meninas separadas:
. Porque, talvez, por viver uma época onde prevalece o respeito as todas as formas de amor. O que mais me espantou neste filme foram os tratamentos das professoras para com as alunas. Confesso que foi bem chocante para mim, porque, no primeiro momento, pensei que fosse algo natural das professoras Mademoiselle Julie (Edwige Feuillère) e Mademoiselle Cara(Simone Simon (I)), mas no decorrer da trama, elas passam a "disputar" entre elas, a atenção e até o amor das alunas.
O desfecho achei surpreendente, porque deu margem para várias interpretações sobre o que de fato aconteceu com a Mademoiselle Cara, porque deixou várias possibilidades. Inclusive, sobre as outras funcionárias da escola, que poderiam ter aproveitado daquele problema, para sair ganhando na situação.
No que tange, a Olívia(Marie-Claire Olivia), fiquei com pena dela em vários momentos, porque diante de um amor, não correspondido, mas muito bem alimentado, pela Mademoiselle Julie não sabia o que fazer, o que esperar e como reagir diante dos sentimentos que sentia. É bom, lembrar que ela era uma adolescente pacata que, estava experienciando a vida, a liberdade, desfrutando do conhecimento e construído as suas emoções, reações, sentimentos e ao invés de obter apoio daqueles que estavam ali para orientá-la, teve o agravamento disso tudo. Por isso, achei irresponsável essas atitudes ocorrem dentro de uma instituição escolar.
Não poderia ter escolhido filme melhor para o fatídico "Dia dos Namorados". Mas, eu nunca rir tanto como eu rir desse filme, do Tony Scott. O amor é cego, sobretudo, quando a pessoa não tem amor próprio. O fã de Elvis Presley, Clarence Worley (Christian Slater), com uma vida monótona e sem graça muda completamente ao conhecer a sedutora Alabama (Patrícia Arquette). Ele ficou tão cego, mais tão cego que começou a cometer vários crime de foram bem amadora, em nome da honra e bem estar da amada. O problema foi envolver pessoas que não tinha nada a ver com a escolha dele em proteger cegamente ela.
O filme é narrado pela Alabama ao dizer como foi o percurso da sua virada de vida, convenhamos que foi muito dolorosa e sangrenta, porque "True Love" ou Amor à Queima-Roupa tem roteiro do Quentin Tarantino e, aqui ele não foge a característica construída ao longo da sua carreira como diretor e roteirista. Mas, neste filme, tudo é muito cômico, porque parece que os personagens foram realmente surpreendidos com os acontecimentos. Como não rir, do personagem do Brad Pitt brizado? kkkkkkkk Mas, como um filme dos anos 90, tem lá suas partes que o fazem ter envelhecido mal, como algumas falas racistas e xenófobas.
Olha se não for para ter um relacionamento capaz de sacrificar TUDO e a TODOS, não vale a pena, definitivamente.
Este é o primeiro filme que assisto do diretor Terrence Malick. A vontade por assistí-lo já tinha bastante tempo, e, olha, me surpreendi muito, mais muito com a história. Compreendo que, algumas pessoas acharam desconexas as cenas e sentiram falta de uma condução linear entre cenas, história, atuação e fala. Mas, credito que, Malick trouxe para o cinema, aquilo que já fazemos bem dentro da nossa cabeça: - pensar -. Por meio de uma família típica da década de 1950, o diretor traz para a tela e ao cinema as questões mais sensíveis sobre o humano: os sentimentos. Sejam eles: a culpa, a ira, a felicidade, o medo, o pavor, a desesperança, a vontade de viver.
O filho mais velho do casal Jack(Sean Penn) formado pela Sr. O'Brien(Brad Pitt) e Sr.ª. O'Brien(Jéssica Chastain), enquanto desenvolve o seu trabalho em uma suntuosa empresa, o personagem relembra a sua infância, a vivência com seus pais, a casa em que deu lugar as brincadeiras, a dúvida e ao medo. Mas, essas lembranças são conduzidas por uma narrativa que, para mim, soam como uma oração. Em meio a dúvidas, reflexões e agradecimentos, o personagem tem um diálogo de ordem teológico e filosófico com o divino, sobre como os ensinamentos da sua infância o marcou na vida adulta.
Claro, que, o filme não é desenvolvido de forma linear. Essa foi a minha leitura sobre a aparente "desordem" que as belíssimas cenas da natureza em face ao cotidiano se mostraram. Esse filme é muito sensível em abordar o âmago do desenvolvimento humano. Desde a concepção até a morte. Isso no cinema foi totalmente inovador e causa uma experiência de estranhamento, no primeiro momento. Mas, ele só narra aquilo que fazemos bem, ou temos tentado. Visto a grande dificuldade que estamos tendo para VIVER, com todas as nossas culpas, com a nossa dificuldade em perdoar e aceitar o que difere de nós, sobretudo, saber desfrutar da beleza, da calmaria, do amor e dos sentimentos bons.
Assim, como as árvores que, enfrentam as intempéries da vida: o vento, a chuva, os raios, os insetos que a invadem, a falta de água ou seu excesso. O ser humano compartilha das mesmas condições, mas alguns tem o disfarce do conforto, trago pelo dinheiro, porém isso não é capaz de blindá-lo ou nos proteger das frustrações, do medo, da morte, da doença, do inesperado, porque é da VIDA passar por desafios e, também, desfrutar das alegrias.
Clint Eastwood nos apresenta em "Changeling - A troca" um dos casos que, infelizmente, compuseram a onda de sequestros e assassinatos de crianças na cidade de Los Angeles e no Condado de Riverside, Califórnia, na década de XX, mais especificamente, dentre os anos de 1926 e 1928, este evento ficou chamado de "Galinheiro de Wineville". Estes crimes, também, trouxeram à tona a corrupção que existia dentro dos departamentos de polícia de Los Angeles. Com base nesse histórico, o filme, nos choca por se tratar de uma historia real. A grandeza do diretor foi em narrar a história com muito cuidado e exatidão dos fatos.
O filme ambienta bem a década de XX, com os figurinos, reprodução da cidade e expõe o desenvolvimento tecnológico e social que marcam essa época. Aqui somos apresentados a uma configuração familiar um tanto quanto curiosa para este período. A senhora Christine Collins(Angelina Jolie) é uma mulher que cria o seu filho de sete anos sozinha, o Walter Collins (Gattlin Griffith) e trabalha como coordenadora em uma organização telefônica.
Dentre o desdobramento da história, percebemos que, o fato dela se mostrar como uma mulher independente reflete boa parte da condução do ocorrido com o seu filho. A sua aparente independência da figura masculina é questionada e até usada contra ela, enquanto insistia na condução do caso instaurado. A troca é a história de uma mãe esperançosa para o reencontro de seu filho. Essa esperança foi responsável por lançar luz a questões muito delicadas e sombrias que estavam sendo realizadas na cidade. Aqui podemos perceber que o papel da polícia em: - defender os cidadãos - já era passível de questionamento desde o século passado. Ao invés de proteger e trazer acalento as pessoas durante períodos de tensão, a polícia tende a agravar ainda mais o processo, trazendo mais dor e sofrimento nos momentos em que as pessoas mais precisam de amparo.
Esse é um filme memorável do Clint, com uma fotografia e condução da história incríveis! Destaco a atuação da Angelina Jolie, que está primorosa!
Wagner Moura se lança como diretor de cinema com a história de uma pessoa um tanto quanto indigesta para muitos, porque sempre será símbolo de um período obscuro do nosso país, essa pessoa não é ninguém mais e ninguém menos do que Marighella (Seu Jorge).
Eu fiquei impressionada com o realismo das cenas. Eu pude ver pessoas, que lutaram sacrificando a vida, apanhando muito e sentindo muita dor, para que hoje eu e tantos outros pudessem desfrutar da liberdade! Além disso, eu vi cenas incríveis sobre amizade, sobre cuidado, porque como diz Ernest Hemingway: - "Quem estará nas trincheiras ao teu lado? ‐ E isso importa? ‐ Mais do que a própria guerra." Essas pessoas também tinham casa, filhos, uma história. Contudo, como sobreviver para sempre sufocado? Acredito que isso levou Marighella e tantos outros se sacrificarem, correrem contra as balas na tentativa de soltar essa mordaça amarga que queria calar seus sonhos.
Eu gostei muito das atuações, sobretudo, do Seu Jorge, Bruno Gagliasso(Lúcio) e Humberto Carrão (para sempre o Tio Humberto). Grande estreia do Wagner!!
A única coisa ruim deste trabalho é ele ser um curta, ao invés de um longa, e o monólogo da Tilda não ter sido declamado em espanhol, porque seria arrebatador! Mas, isso, não foram barreiras para ser incrível.
Almodóvar é um dos poucos diretores que explora as Artes até a última gota e, aqui mesmo que breve, ele não deixa de realizar este feito! Eu acho encantador como ele une o teatro, o cinema, a pintura e a psicologia das cores de forma tão harmônica e encantadora! A cada trabalho dele me convenço que as cores, nada mais são, do que uma forma de camuflar as tristezas. E eu amo esse contraste!
Tangerine já nasceu clássico! Sean Baker nos apresenta uma realidade crua de uma população marginalizada tanto na vida quanto pelo cinema, a vida e os dilemas em que vivem as travestis nas ruas. O diretor não narra a história em quaisquer ruas, vamos assim dizer. Ele grava nas ruas da badalada Los Angeles e rompe com o uso de todos os aparatos de uma gravação fílmica convencional. Para apresentar essa realidade que foge aos olhos de todos quando se trata das travestis. Contudo, ele vai além, ele apresenta em uma véspera de Natal, o que é de fato o espírito natalino que dura apenas 24h, para algumas - poucas famílias e pessoas privilegiadas - que alimentam ainda essa "tradição comercial", que visa apenas o consumo desfreado.
O enredo se desenvolve, a partir da humilde comemoração entre as amigas Sin-Dee Rella(Kitana Kiki Rodriguez) e Alexandra (Mya Taylor), pois Sin-Dee estava deixando o Sistema Penitenciário, após 28 dias reclusa. A personagem sem quaisquer perspectiva de trabalho ou lar, busca retomar o seu relacionamento com o Chester (James Ransone), mas é interpelada ao tomar conhecimento que ele estava mantendo casos extraconjugais enquanto ela cumpria pena. Esse fato, destrincha toda a história pela rua de Los Angeles, que é apenas mais uma cidade e para isso, o diretor abusa do filtro amarelo, que contribui para descaracterizar a glamorosa Los Angeles, para dar o lugar as vielas, a prostituição a luz do dia, as agressões que mulheres sendo travestis ou não sofrem ao tentarem ganhar seu dinheiro dignamente. Este sofrimento, também, é abordado sob a perspectiva da família tradicional, em que o taxista armênio Razmik (Karren Karagulian), ao mesmo tempo em que sofre preconceito por ter outra nacionalidade, mantém casos extraconjugais na rua enquanto, mantém a sua mulher dependente. Sob o pretexto de ser o "chefe da casa". Apesar do filme ter alívios cômicos, não consegui encontrar o humor em meio a realidade apresentada.
Achei o filme, incrível e ele carece de mais atenção!
Ao assistí-lo só me lembrava desta célebre frase do Nietzsche: "Os que dançam são taxados loucos por quem não ouve a música". Que droga de lugar este em que a música é proibida!
Este é o primeiro filme que assisto do Pedro Almodóvar e olha, me conquistou de uma forma surpreendente! A alegria que o ambiente apresenta com suas cores vivas e alegres, contrasta com a vida melancólica e triste do personagem, que no longa é quase uma imagem-semelhança do diretor. Tendo em vista, que a película - ah, que delícia ouvir essa palavra com o sotaque espanhol - é uma autobiografia do diretor. Li em alguns sites que algumas roupas usadas por Salvador Mallo (Antônio Banderas) é do próprio guarda roupa do cineasta.
A história é um emaranhado de estórias e lembranças de Mallo sobre a sua infância, que apesar de desafortunado pode contar com a generosidade de algumas pessoas do povoado em que vivia com sua família, o popular pueblo, como sua mãe se referia. Neste lugar, o cineasta aprendeu e ensinou. As sequências das tomadas dessas lembranças do personagem, acredito que foram uma das mais bonitas que já vi. A simplicidade de " Salva", - apelido que, carinhosamente, sua mãe Jacinta (Penélope Cruz) o chamava - ao ensinar o pedreiro Eduardo (César Vicente) o contato com as primeiras letras dizendo: " - Escribir es como dibujar, solo con letras", com certeza levarei para vida. Incrível!
Achei o filme simples, mas com uma profundidade ímpar! Com certeza, é um dos poucos filmes que já assistir que abusou das Artes como um recurso: o uso da pintura, do teatro, do cinema e da literatura de forma tão harmônica e natural, tal como é a vida. O diálogo entre as conquistas do personagens com suas dores, para mim é a afetação da arte no corpo. Mallo incapaz de se frustrar com suas próprias expectativas, as somatizava no corpo, porque o corpo sente aquilo que pensamos ignorar.
Como a gente sem perceber vai se desfazendo da gente, para "manter" quem temos afeição inteiro. Inconsciente ou não, é de pedaço em pedaço, que quando nos damos por conta quase não restou nada da gente. Por isso, é imperativo o desenvolvimento da autoestima e do amor próprio antes de tentar se envolver com alguém, mesmo que este alguém traga festa e brilho para nossas vidas.
Mas, que legado é esse dos Jogos Mortais, sendo que a aparece uma única vez a figura de Jigsaw é num relance, quando os policiais decidem recuperar este antigo caso por causa da semelhança dos novos crimes? Poxa, Darren Lynn Bousman, como assim? Jigsaw queria causar justiça para com o mundo e, isso o levou a criar os jogos para que as pessoas lutem por suas vidas. Neste filme, as pessoas não sequer a possibilidade de saírem salvas. As armadilhas foram torturantes e bem gore, mas não me convenceram. A previsibilidade de quem seria atacado e o seu desfecho podem ter contribuído para essa minha sensação. A atuação do (Chris Rock) no papel do detetive Ezekiel "Zeke" Banks é pífia. As cenas dele "surtando" eu cheguei a pensar que estava com algum problema no meu notebook, ficou muito estranho isso. Por fim, não entendi essa delegacia que trabalha pai e filho juntos, não rolou isso. Samuel L. Jackson (Marcus) foi desperdiçado - mais uma vez - seria muito mais interessante se ele estivesse se "vingando". Que atiradores são aqueles que não conseguem cercar toda a cena do crime e deixa o verdadeiro criminoso fugir?
Que simplicidade da coelhinha: só queria uma toca aconchegante para chamar de lar. Mas, por causa da mania de grandeza de seus vizinhos abriu mão do seu espaço para ir em busca de outro, mas pudera! Parece que ninguém se contenta com aquele espaço que tem - vizinhos -. Por fim, não adiantou a ganância, o espaço pode ser muito melhor aproveitado por todos em um grande toca.
Será que ideias engessadas podem ser chamadas de sonhos? ou os sonhos não envelhecem? O final do curta traz essa ambiguidade. Será que vale viver a vida em busca da "hora certa", será que existe de fato a "hora certa"?
Krzysztof Kieslowski com uma simplicidade incrível e, completamente, atemporal consegue entregar em minutos a essência das pessoas com a sequência de três pergunta e uma linha do tempo para acompanhá-las. Essas perguntas são capazes de revelar o quão ínfimo são os nossos desejos e aspirações, não importando a época, os conflitos, as batalhas que todos atravessam no decorrer da vida. Elas mudam e que bom que mudam, porque em cada etapa da vida precisamos ressignificar nossos sonhos, ajeitar as ideias e (re)construir o que somos, para atingir o que seremos. É singelo e muito inspirador.
Enfim, a finalização da trilogia das irmãs "The Wachowski, a princípio o filme cadenciou para a revolução das máquinas, porque elas estavam muito a frente e por pouco pareciam que iriam conseguir. Mas, por uma falha delas, a expansão dos poderes do Agente Smith (Hugo Weaving) começou a colocar em risco a existência das máquinas. Houve o temido confronto entre as máquinas, vulgo aranhas metalizadas contra a pequena linha de defesa da cidade Zion. Essa cidade tinha um portal e este local foi sediou este confronto incrível. Com direito a parafusos gigantes, robôs comandados por humanos, bombas o que teve de boa, teve de angústia, parecia que o Neo (Keanu Reeves) estava andando de ônibus de tão lento, ao invés de estar dentro de uma nave.
O mais phoda foi a Oracle (Mary Alice) enganando tudo e a todos. Essa falsa sensação que o personagem transpassa de dizer o que está prestes a acontecer é tão falsa quanto uma nota de R$3,00. Fui surpreendida pelo desfecho e curiosa, sobre o que teria acontecido com Neo, parece que ele se tornou um elo entre todas as dimensões, pela capacidade de se comunicar e lutar contra elas. O personagem parece que sabe as falhas de cada mundo e, por isso, tem tanto reconhecimento em todas elas. Apesar das desconfianças que o personagem gera, todos acabam se rendendo a ele no final, se houveram seis escolhidos, porque só ele era assim?
Neste segundo filme da trilogia de Matrix, Reloaded, as irmãs "The Wachowiski" diminuem o ritmo do filme em comparação ao primeiro, Matrix. Apesar de ter três anos de diferença entre um e outro, esse filme parece que foi gravado, literalmente, em sequência do primeiro. Não houve quebra na história, como costuma ocorrer. Há o acréscimo de alguns elementos e personagens, que no primeiro momento traz estranheza. Como a cidade parelela Zion, localizada entre a Matrix e a cidade das máquinas, ela é cheia de humanos, que assim como Neo (Reanu Reeves)puderam ter consciência acerca da Matrix.
Nessa cidade há um culto a tudo que é mundano: festa, bebidas, música alta, luzes, sexo e prazer. As irmãs Wachowiski abordam com maestria o que seria a frieza de um mundo sem o que o faz ser o mundo que é, ao colocar essa cidade na história. Isso ocorre de maneira muito sutil e, pensando assim, é totalmente justificável a cidade no roteiro. Ela simboliza aquilo que dá unidade ao ser humano: a noção de família. A organização hierárquica em que ela se apresenta me incomodou bastante, sobretudo, pelo autoritarismo do operador do portão de Zion. Se no primeiro filme eu fiquei pensativa com os elementos religiosos que são apresentados. Em Reloaded, isso se confirma, novamente, pois Zion é o nome do portão de terra santa (Jerusalém), para o Monte Sião.
Em Reloaded, o obsessivo Agente Smith (Hugo Weaving), consegue alcançar as outras dimensões para destruir Neo, aqui tem-se um furo, porque no primeiro filme, ele busca por Morpheus e, aos poucos sua perseguição vai se intensificando para Tomas/Neo. Nesse filme, ele fixa-se mesmo em Neo, que em busca de respostas vai conquistando outros inimigos pelas Matrix. Acho super engraçado eles percorrerem pelas dimensões via telefone, como seria na era da internet isso, hein?!
Assisti pela primeira vez esta obra prima das irmãs "The Wachowiskis" (Lily e Lana), após vinte e dois anos do lançamento do filme. O que isso quer dizer? Que Matrix está envelhecendo como vinho!
Nesta produção, a primeira parte de uma trilogia, muito filósofica, por sinal. Temos a descoberta de dois mundos paralelos: o mundo dos humanos, tal como conhecemos, do final do séc. XX, e um mundo dominado pelas máquinas (é curioso que aqui ainda não é usado as temos AI - Inteligência Artificial). A Matrix é nada menos, que uma projeção do mundo que serve como fonte de energia para as máquinas. Dessa forma, existe um paralelo entre o que é real e o que é uma projeção. Mas, "o que é o real"?, diria a Oracle (Gloria Foster).
A existência de um oráculo me chamou muito atenção, porque Morpheus (Laurence Ferburne), além de ter a consciência dessa projeção, chamada Matrix, vive junto com Trinity (Carrie-Anne Moss), Cypher (Joe Pantoliano), Dozer (Anthony Ray Parker) em uma nave. A partir da crença de Morpheus em um Escolhido "Neo", eles vão em busca de Tomas Anderson (Keanu Reeves) para treiná-lo e, assim, confirmarem ou não essa crença alimentada pelo Oracle, que Neo é o Escolhido capaz de encerrar essa guerra travada entre os humanos e as máquinas. O filme vai trazendo ao telespectador vários elementos da vida e do cotidiano e vai desfragmentando-os, fazendo o telespectador acreditar que se tratam apenas de ilusões. Isso ocorre na apresentação de Morpheus para Neo dessa Matrix, ao mesmo tempo em que traz estes elementos para o telespectador. Então, o ar, o cansaço, o gosto, as sensações, elas são "irreais" dentro da Matrix. Mas, algo não parece ser: a fé, a religiosidade, o amor, a lealdade. Os sentimentos e atitudes são elevados como, tipicamente, humanos, isso faz Morpheus ainda frequentar a Matrix, para sempre se encontrar com a Orácle. Tal como a fé, os inimigos, também, se fazem presentes nesse mundo paralelo. Tomas Anderson, antes mesmo de se tronar Neo, já se torna mira do Agente Smith (Hugo Weaving), que nos entrega o um vilão de alta qualidade, que raiva ele me deu.
É impossível não destacar os efeitos especiais desse filme, sobretudo, na luta histórica entre Neo e Agente Smith, que apesar de serem bem antigos não deixam a desejar, ao contrário serviram de base e inspiração para tantos outros que vieram em sequência. As lutas são incríveis, os movimentos das câmeras em stop motion e depois em completa velocidade é surreal é muito, muito bom!!
Andrew Niccol apresenta uma distopia, que a cada dia parece se tornar realidade. Na cidade criada pelo diretor, ele transforma o famoso e popular ditado: tempo é dinheiro em realidade. E, assim, as pessoas precisam dele para sobreviver, caso o contrário ela morre. Com um sistema hierárquico, onde as pessoas oriundas dos guetos, os pobres, ao completarem vinte e cinco anos passam a ter sua vida controlada por relógio, eu diria que é um cronômetro, porque eles dispõe apenas de um dia. Dessa forma, precisam trabalhar para garantir o outro dia e para suprir suas necessidades básicas: casa, comida, transporte (não há educação, saúde, ou segurança). Em contrapartida, os ricos, não sofrem desse medo por não tem o dia contabilizado a cada segundo, por disporem de heranças e bens que os garantem milênios, séculos e décadas para poderem desfrutar da vida.
O filme faz pensar muito a respeito do valor que damos para o tempo e como o gastamos, pois cada segundo é muito precioso e pode salvar ou matar, literalmente, uma pessoa. Os valores deste mundo distópico são, totalmente, distorcidos. Existe a preferência ao acúmulo em detrimento do desfrute daquilo que se possui.
Bom, o personagem principal é Will Salas (Justin Timberlake ), que irá ter uma oportunidade ímpar em mudar de classe ou de fuso, como é dito no longa. Ele sai do gueto em busca de justiça. Para tanto, ele sequestra a filha do dono do "banco do tempo", a Sylvia Weis (Amanda Seyfried). Neste ato o filme dá uma caída grande no roteiro, porque o plano do personagem não fica bem definido. Os dois viram uma dupla amor forçada, em que o "mocinho rapta a mocinha e juntos fogem pela cidade buscando justiça". Eles fogem do empenhado "guardião do tempo", Raymond (Cillian Murphy), que parece agir sozinho. Sem falar da Sylvia atravessar a cidade e até telhados de salto.
Destaco a atuação do Cillian Murphy, para mim, é muito superior a atuação entregue pelo Justin, que para a nossa felicidade melhorou muito nos trabalhos posteriores a este.
"Show de Truman" é um clássico moderno. Peter Weir apresenta um filme que parece ter previsto o futuro. Hoje a televisão e demais serviços de streaming transmitem reality shows, que confinam pessoas por um período para elas compartilharem ou criarem uma vida, o famoso, personagem. Olha, é bem provável que estes programas tenham sido originados ou ao menos terem sido fundamentados neste longa. A diferença, ou melhor, a grande diferença é que o personagem não sabia que fazia parte de um show. Truman Burbank (Jim Carrey) desde quando era bebê tem a sua vida acompanhada por câmeras e por milhares de pessoas, os telespectadores, durante 24 horas ininterruptas. O problema é que ele não sabe. Daí vem toda a melancolia que o longa transparece.
Em uma cidade perfeita, Truman leva uma vida pacata e rotineira, sem se preocupar ou questionar como todos os dias se passam iguais. Até que ele começa a perceber alguns fatos diferentes e ao religar estes fatos ele começa a desconfiar dessa sua vida feliz e contente. Para tanto,
ele se lembra das informações passadas por Lauren/Sylvia (Natascha McElhone ), que ao se encontrar com Truman no passado, tenta alertá-lo que sua vida é uma mentira, o engraçado é que ele sequer desconfia ou acredita na palavra dela, naquele momento. O que o faz questionar este sistema que o mantém recluso em uma cidade é a falha de comunicação que vaza conversas da produção para a estação que Truman estava ouvindo no caminho para o trabalho. Isso o faz trocar o caminho e, aparecer em local inesperado, levando a equipe ser em parte revelada no cenário que ainda não estava completamente montado.
. Achei incrível essa interferência do som diegético no longa.
Achei muito triste ele ter vivido por 30 anos uma mentira, que só tinha o objetivo entreter as pessoas. Tudo muito semelhante aos dias atuais, sobretudo, com a multiplicação dos Youtubers. Quantos não vendem um estilo de vida, que não condiz com a realidade para vender, entreter, imbecilizar as pessoas? Em nenhum momento, Cristoff(Ed Harris), o poderoso produtor de TV, pensou na pessoa que ali estava diante das modernas câmeras. Achei a conversa entre os dois um diálogo, como: o criador e o criado. Até a estrutura em que ele residia para comandar o programa, o sol, remete a isso. No show de Truman a vida não importa, o que vale a pena é o show, e sacrificar a vida, os gostos, as escolhas de uma vida faz parte do show.
Me pergunto, por que demorei tanto para assistí-lo! O Filme é muito bom, e Jim Carrey, por mim só atuaria em filmes de drama! Que talento tem este ator fantástico.
Primeiramente, este filme é um spin-off do live-action "101 Dálmatas, o filme", de 1996, dirigido pelo Stephen Hereck com o roteiro do John Hughes. Cruella conta com a direção do Craig Gillespie (I, Tonya - 2017) atualiza, conscientemente, a animação da Disney para o século XXI. A diferença já sente-se pelo roteiro assinado por: Tony MacNamara, Aline Brosch McKenna, Kelly Marcel, Dana Fox e Steve Zissis.
A apresentação da icônica antagonista, Cruella De Vil. Bom, eu sempre tive a curiosidade sobre a origem dela e olha não me decepcionei com o que foi apresentado. O passado dela é comum aos vilões: triste e comovente. Temos uma pessoa, que desde a tenra idade tinha uma personalidade e originalidade ímpar, o que trouxe várias consequências, ao menos para aquele momento específico. O resultado já é conhecido, banhado pelo descaso e abandono ela seguiu em busca do seu "lugar ao sol" de forma, extremamente, torta ao lado daqueles que a acolheu: Jasper (Joel Fry) e Horácio (Paul Walter Hauser). Acabei me surpreendendo muito com eles! No live-action, estes personagens eram super atrapalhados. Neste filme, eles têm uma perspicácia incrível e tem seus próprios capangas, dois cachorros super fieis!
Isso foi surpreendente! Porque rompeu com a aversão deles (Cruella, Jasper e Horácio) aos animais. Posto isso, no século XXI, e na era na qual vivemos já não faz o menor sentido. Com toda certeza, já é mais conscientemente com a causa animal que foi sendo construída nas últimas décadas. Outro ponto que merece destaque é a jornalista da redação da coluna de moda, Maya (Kirby Howell-Baptiste) ser uma atriz negra! Foi show!
Por último, e não menos importante são os figurinos, a trilha sonora e os efeitos encantaram. Além claro, da atuação da Emma, que foi surpreendente!
Fome de Viver
3.8 349 Assista AgoraPrimeiro filme do Tony Socott e que filme, que direção! A composição das cenas são belíssimas, dá para perceber que cada detalhe foi escolhido a dedo. A começar pelo elenco GIGANTE! Queria ter visto mais o Bowie(John) atuando! A cena da Miriam Blaylock (Catherine Deneuve ) atrás das cortinas, que cena MARAVILHOSA! Gostei muito.
Achei o desenvolvimento da história muito bem conduzida, porque em nenhum momento ela subestima o telespectador. Esse jogo entre imortalidade e o questionamento acerca do desejo humano de conquistar a imortalidade, sob o nome de longevidade, a qualquer custo. O aproxima de um animal e aqui vejo o paralelo do macaco ser o objeto do experimento em questão. A trama sedutora que vai sendo desvelado aos poucos centralizada na Miriam, que primeiro, envolve o John e depois médica Sarah Roberts (Susan Sarandon) é incrível, ousada e provocativa achei muito sensual e envolvente, porque não fica claro esse magnetismo que a Miriam tinha sob as pessoas.
O que me deixou em dúvida foi sobre as cenas finais.
quando John pede a Miriam para que ela mate-o, ela diz que não era assim que as coisas funcionavam para eles. Então, ela o coloca dentro do caixão mesmo vivo para morrer naturalmente: sem comida (sangue). Mas, quando ela cai por causa daquele atordoamento de seus amantes. Ela vai ao chão e morre? Isso não ficou claro para mim, como o John se jogou da escada e não morreu e ela ao cair - a diferença de altura é visível - mas, ainda assim, isso me deixou com dúvidas. E, também, porque John não alcançou a imortalidade enquanto Sara conseguiu até "ressuscitar"?
Cássia Eller
4.5 308Paulo Henrique Fontenelle realizou um trabalho primoroso em reunir todas as facetas da Cássia Eller e nos mostrar a menina, a mulher, a mãe, a namorada, a filha, a irreverente, a apaixonada pela música, a lésbica, a empoderada e dona de si. O documentário ficou muito completo. Somos capazes de nos tornar até mais próximos dessa cantora maravilhosa. Mas, como ela mesma disse: você irá se surpreender quando ouvi-la cantar!
Antes das cantoras atuais levantarem tantas bandeiras. Cássia sem ao menos dizer uma palavra mostrava em seu corpo, sua voz e, sobretudo, suas atitudes o objetivo à que veio: chacoalhar as estruturas. Ela conseguiu esse feito na música - desconheço melhor interprete que ela -, na vida, ao se declarar lésbica e ao desfrutar do seu direito em engravidar e ter um filho lindo e abençoado, em romper estereótipos: a mesma mulher que é doce e meiga usa moicano verde e roupas masculinas.
Que legado que ela nos deixou, além de suas canções incríveis e memóraveis.
ETERNA!
Buracos Negros: No Limite do Conhecimento
4.0 14 Assista AgoraPeter Galison nos apresenta o desenvolvimento final da pesquisa, que revelou ao planta, a imagem do primeiro buraco negro, aquela que, enfim, comprova a sua existência. O grande evento científico mundial que ocorreu em 19 de abril de 2019, foi fruto de um intenso trabalho de 200 cientistas, de 60 universidades diferentes, oriundos de várias partes do mundo.
Assim, a pesquisa iniciada ainda na década de 70, pelo visionário Sthepen Hawking teve a sua comprovação, após um emaranhado de satélites espalhados pela terra capturarem a 250 anos luz, os feixes de luz vermelho e laranja, das bordas do buraco negro.
O documentário é emocionante, sobretudo, por mostrar o intenso trabalho de Hawking na empreitada. Sou fã da genialidade que ele foi e por tudo que ele contribuiu para o mundo, principalmente, a esperança de ultrapassar qualquer obstáculo para realizar seus sonhos.
Aqui temos de forma resumida, 1h34 min, a intensa jornada em que um pesquisador científico é imerso para comprovar, questionar, definir, dialogar e estabelecer uma lei, um conceito, a existência ou não de um fenômeno, seja ele científico, artístico, social, educacional, psicológico ou outros.
Será que um dia teremos brasileiros participando projetos de pesquisas grandiosos, como este? Ahhh se eu pudesse rs, mas já me realizo fazendo ciência em outras frentes. Definir o céu como limite é bobagem! A partir deste documentário acredito e reafirmo que para o conhecimento não existe limite a não ser se aproximar de um buraco negro.
Olivia
3.6 5Jacqueline Audry narra de forma segura e corajosa, para a conservadora década de 1950, o amor entre mulheres. Esse é um ponto muito importante, visto que ainda nos dias atuais encontramos resistência e pudor a essa forma de amar. Mas, para além, disso acredito que o filme denuncia uma prática ou hábito comum da época marcada ainda por escolas para meninos e meninas separadas:
o aliciamento de crianças neste internato
O desfecho achei surpreendente, porque deu margem para várias interpretações sobre o que de fato aconteceu com a Mademoiselle Cara, porque deixou várias possibilidades. Inclusive, sobre as outras funcionárias da escola, que poderiam ter aproveitado daquele problema, para sair ganhando na situação.
No que tange, a Olívia(Marie-Claire Olivia), fiquei com pena dela em vários momentos, porque diante de um amor, não correspondido, mas muito bem alimentado, pela Mademoiselle Julie não sabia o que fazer, o que esperar e como reagir diante dos sentimentos que sentia. É bom, lembrar que ela era uma adolescente pacata que, estava experienciando a vida, a liberdade, desfrutando do conhecimento e construído as suas emoções, reações, sentimentos e ao invés de obter apoio daqueles que estavam ali para orientá-la, teve o agravamento disso tudo. Por isso, achei irresponsável essas atitudes ocorrem dentro de uma instituição escolar.
Amor à Queima-Roupa
3.9 361 Assista AgoraNão poderia ter escolhido filme melhor para o fatídico "Dia dos Namorados". Mas, eu nunca rir tanto como eu rir desse filme, do Tony Scott. O amor é cego, sobretudo, quando a pessoa não tem amor próprio. O fã de Elvis Presley, Clarence Worley (Christian Slater), com uma vida monótona e sem graça muda completamente ao conhecer a sedutora Alabama (Patrícia Arquette). Ele ficou tão cego, mais tão cego que começou a cometer vários crime de foram bem amadora, em nome da honra e bem estar da amada. O problema foi envolver pessoas que não tinha nada a ver com a escolha dele em proteger cegamente ela.
O filme é narrado pela Alabama ao dizer como foi o percurso da sua virada de vida, convenhamos que foi muito dolorosa e sangrenta, porque "True Love" ou Amor à Queima-Roupa tem roteiro do Quentin Tarantino e, aqui ele não foge a característica construída ao longo da sua carreira como diretor e roteirista. Mas, neste filme, tudo é muito cômico, porque parece que os personagens foram realmente surpreendidos com os acontecimentos. Como não rir, do personagem do Brad Pitt brizado? kkkkkkkk
Mas, como um filme dos anos 90, tem lá suas partes que o fazem ter envelhecido mal, como algumas falas racistas e xenófobas.
Olha se não for para ter um relacionamento capaz de sacrificar TUDO e a TODOS, não vale a pena, definitivamente.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraEste é o primeiro filme que assisto do diretor Terrence Malick. A vontade por assistí-lo já tinha bastante tempo, e, olha, me surpreendi muito, mais muito com a história. Compreendo que, algumas pessoas acharam desconexas as cenas e sentiram falta de uma condução linear entre cenas, história, atuação e fala. Mas, credito que, Malick trouxe para o cinema, aquilo que já fazemos bem dentro da nossa cabeça: - pensar -. Por meio de uma família típica da década de 1950, o diretor traz para a tela e ao cinema as questões mais sensíveis sobre o humano: os sentimentos. Sejam eles: a culpa, a ira, a felicidade, o medo, o pavor, a desesperança, a vontade de viver.
O filho mais velho do casal Jack(Sean Penn) formado pela Sr. O'Brien(Brad Pitt) e Sr.ª. O'Brien(Jéssica Chastain), enquanto desenvolve o seu trabalho em uma suntuosa empresa, o personagem relembra a sua infância, a vivência com seus pais, a casa em que deu lugar as brincadeiras, a dúvida e ao medo. Mas, essas lembranças são conduzidas por uma narrativa que, para mim, soam como uma oração. Em meio a dúvidas, reflexões e agradecimentos, o personagem tem um diálogo de ordem teológico e filosófico com o divino, sobre como os ensinamentos da sua infância o marcou na vida adulta.
Claro, que, o filme não é desenvolvido de forma linear. Essa foi a minha leitura sobre a aparente "desordem" que as belíssimas cenas da natureza em face ao cotidiano se mostraram. Esse filme é muito sensível em abordar o âmago do desenvolvimento humano. Desde a concepção até a morte. Isso no cinema foi totalmente inovador e causa uma experiência de estranhamento, no primeiro momento. Mas, ele só narra aquilo que fazemos bem, ou temos tentado. Visto a grande dificuldade que estamos tendo para VIVER, com todas as nossas culpas, com a nossa dificuldade em perdoar e aceitar o que difere de nós, sobretudo, saber desfrutar da beleza, da calmaria, do amor e dos sentimentos bons.
Assim, como as árvores que, enfrentam as intempéries da vida: o vento, a chuva, os raios, os insetos que a invadem, a falta de água ou seu excesso. O ser humano compartilha das mesmas condições, mas alguns tem o disfarce do conforto, trago pelo dinheiro, porém isso não é capaz de blindá-lo ou nos proteger das frustrações, do medo, da morte, da doença, do inesperado, porque é da VIDA passar por desafios e, também, desfrutar das alegrias.
A Troca
4.0 1,6K Assista AgoraClint Eastwood nos apresenta em "Changeling - A troca" um dos casos que, infelizmente, compuseram a onda de sequestros e assassinatos de crianças na cidade de Los Angeles e no Condado de Riverside, Califórnia, na década de XX, mais especificamente, dentre os anos de 1926 e 1928, este evento ficou chamado de "Galinheiro de Wineville". Estes crimes, também, trouxeram à tona a corrupção que existia dentro dos departamentos de polícia de Los Angeles. Com base nesse histórico, o filme, nos choca por se tratar de uma historia real. A grandeza do diretor foi em narrar a história com muito cuidado e exatidão dos fatos.
O filme ambienta bem a década de XX, com os figurinos, reprodução da cidade e expõe o desenvolvimento tecnológico e social que marcam essa época. Aqui somos apresentados a uma configuração familiar um tanto quanto curiosa para este período. A senhora Christine Collins(Angelina Jolie) é uma mulher que cria o seu filho de sete anos sozinha, o Walter Collins (Gattlin Griffith) e trabalha como coordenadora em uma organização telefônica.
Dentre o desdobramento da história, percebemos que, o fato dela se mostrar como uma mulher independente reflete boa parte da condução do ocorrido com o seu filho. A sua aparente independência da figura masculina é questionada e até usada contra ela, enquanto insistia na condução do caso instaurado. A troca é a história de uma mãe esperançosa para o reencontro de seu filho. Essa esperança foi responsável por lançar luz a questões muito delicadas e sombrias que estavam sendo realizadas na cidade. Aqui podemos perceber que o papel da polícia em: - defender os cidadãos - já era passível de questionamento desde o século passado. Ao invés de proteger e trazer acalento as pessoas durante períodos de tensão, a polícia tende a agravar ainda mais o processo, trazendo mais dor e sofrimento nos momentos em que as pessoas mais precisam de amparo.
Esse é um filme memorável do Clint, com uma fotografia e condução da história incríveis! Destaco a atuação da Angelina Jolie, que está primorosa!
Uma Garota Chamada Elastika
3.8 3Os movimentos são todos sincronizados com a música!
Genial!!!
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraWagner Moura se lança como diretor de cinema com a história de uma pessoa um tanto quanto indigesta para muitos, porque sempre será símbolo de um período obscuro do nosso país, essa pessoa não é ninguém mais e ninguém menos do que Marighella (Seu Jorge).
Eu fiquei impressionada com o realismo das cenas. Eu pude ver pessoas, que lutaram sacrificando a vida, apanhando muito e sentindo muita dor, para que hoje eu e tantos outros pudessem desfrutar da liberdade! Além disso, eu vi cenas incríveis sobre amizade, sobre cuidado, porque como diz Ernest Hemingway: - "Quem estará nas trincheiras ao teu lado? ‐ E isso importa? ‐ Mais do que a própria guerra." Essas pessoas também tinham casa, filhos, uma história. Contudo, como sobreviver para sempre sufocado? Acredito que isso levou Marighella e tantos outros se sacrificarem, correrem contra as balas na tentativa de soltar essa mordaça amarga que queria calar seus sonhos.
Eu gostei muito das atuações, sobretudo, do Seu Jorge, Bruno Gagliasso(Lúcio) e Humberto Carrão (para sempre o Tio Humberto). Grande estreia do Wagner!!
A Voz Humana
3.9 72 Assista AgoraA única coisa ruim deste trabalho é ele ser um curta, ao invés de um longa, e o monólogo da Tilda não ter sido declamado em espanhol, porque seria arrebatador!
Mas, isso, não foram barreiras para ser incrível.
Almodóvar é um dos poucos diretores que explora as Artes até a última gota e, aqui mesmo que breve, ele não deixa de realizar este feito! Eu acho encantador como ele une o teatro, o cinema, a pintura e a psicologia das cores de forma tão harmônica e encantadora! A cada trabalho dele me convenço que as cores, nada mais são, do que uma forma de camuflar as tristezas. E eu amo esse contraste!
Tangerina
4.0 278 Assista AgoraTangerine já nasceu clássico! Sean Baker nos apresenta uma realidade crua de uma população marginalizada tanto na vida quanto pelo cinema, a vida e os dilemas em que vivem as travestis nas ruas. O diretor não narra a história em quaisquer ruas, vamos assim dizer. Ele grava nas ruas da badalada Los Angeles e rompe com o uso de todos os aparatos de uma gravação fílmica convencional. Para apresentar essa realidade que foge aos olhos de todos quando se trata das travestis. Contudo, ele vai além, ele apresenta em uma véspera de Natal, o que é de fato o espírito natalino que dura apenas 24h, para algumas - poucas famílias e pessoas privilegiadas - que alimentam ainda essa "tradição comercial", que visa apenas o consumo desfreado.
O enredo se desenvolve, a partir da humilde comemoração entre as amigas Sin-Dee Rella(Kitana Kiki Rodriguez) e Alexandra (Mya Taylor), pois Sin-Dee estava deixando o Sistema Penitenciário, após 28 dias reclusa. A personagem sem quaisquer perspectiva de trabalho ou lar, busca retomar o seu relacionamento com o Chester (James Ransone), mas é interpelada ao tomar conhecimento que ele estava mantendo casos extraconjugais enquanto ela cumpria pena. Esse fato, destrincha toda a história pela rua de Los Angeles, que é apenas mais uma cidade e para isso, o diretor abusa do filtro amarelo, que contribui para descaracterizar a glamorosa Los Angeles, para dar o lugar as vielas, a prostituição a luz do dia, as agressões que mulheres sendo travestis ou não sofrem ao tentarem ganhar seu dinheiro dignamente. Este sofrimento, também, é abordado sob a perspectiva da família tradicional, em que o taxista armênio Razmik (Karren Karagulian), ao mesmo tempo em que sofre preconceito por ter outra nacionalidade, mantém casos extraconjugais na rua enquanto, mantém a sua mulher dependente. Sob o pretexto de ser o "chefe da casa". Apesar do filme ter alívios cômicos, não consegui encontrar o humor em meio a realidade apresentada.
Achei o filme, incrível e ele carece de mais atenção!
Proibido Cantar
2.9 3Ao assistí-lo só me lembrava desta célebre frase do Nietzsche: "Os que dançam são taxados loucos por quem não ouve a música". Que droga de lugar este em que a música é proibida!
Dor e Glória
4.2 619 Assista AgoraEste é o primeiro filme que assisto do Pedro Almodóvar e olha, me conquistou de uma forma surpreendente! A alegria que o ambiente apresenta com suas cores vivas e alegres, contrasta com a vida melancólica e triste do personagem, que no longa é quase uma imagem-semelhança do diretor. Tendo em vista, que a película - ah, que delícia ouvir essa palavra com o sotaque espanhol - é uma autobiografia do diretor. Li em alguns sites que algumas roupas usadas por Salvador Mallo (Antônio Banderas) é do próprio guarda roupa do cineasta.
A história é um emaranhado de estórias e lembranças de Mallo sobre a sua infância, que apesar de desafortunado pode contar com a generosidade de algumas pessoas do povoado em que vivia com sua família, o popular pueblo, como sua mãe se referia. Neste lugar, o cineasta aprendeu e ensinou. As sequências das tomadas dessas lembranças do personagem, acredito que foram uma das mais bonitas que já vi. A simplicidade de " Salva", - apelido que, carinhosamente, sua mãe Jacinta (Penélope Cruz) o chamava - ao ensinar o pedreiro Eduardo (César Vicente) o contato com as primeiras letras dizendo: " - Escribir es como dibujar, solo con letras", com certeza levarei para vida. Incrível!
Achei o filme simples, mas com uma profundidade ímpar! Com certeza, é um dos poucos filmes que já assistir que abusou das Artes como um recurso: o uso da pintura, do teatro, do cinema e da literatura de forma tão harmônica e natural, tal como é a vida. O diálogo entre as conquistas do personagens com suas dores, para mim é a afetação da arte no corpo. Mallo incapaz de se frustrar com suas próprias expectativas, as somatizava no corpo, porque o corpo sente aquilo que pensamos ignorar.
Estou Aqui
4.2 732Como a gente sem perceber vai se desfazendo da gente, para "manter" quem temos afeição inteiro. Inconsciente ou não, é de pedaço em pedaço, que quando nos damos por conta quase não restou nada da gente.
Por isso, é imperativo o desenvolvimento da autoestima e do amor próprio antes de tentar se envolver com alguém, mesmo que este alguém traga festa e brilho para nossas vidas.
Espiral: O Legado de Jogos Mortais
2.2 529 Assista AgoraMas, que legado é esse dos Jogos Mortais, sendo que a aparece uma única vez a figura de Jigsaw é num relance, quando os policiais decidem recuperar este antigo caso por causa da semelhança dos novos crimes? Poxa, Darren Lynn Bousman, como assim?
Jigsaw queria causar justiça para com o mundo e, isso o levou a criar os jogos para que as pessoas lutem por suas vidas. Neste filme, as pessoas não sequer a possibilidade de saírem salvas. As armadilhas foram torturantes e bem gore, mas não me convenceram.
A previsibilidade de quem seria atacado e o seu desfecho podem ter contribuído para essa minha sensação.
A atuação do (Chris Rock) no papel do detetive Ezekiel "Zeke" Banks é pífia. As cenas dele "surtando" eu cheguei a pensar que estava com algum problema no meu notebook, ficou muito estranho isso. Por fim, não entendi essa delegacia que trabalha pai e filho juntos, não rolou isso. Samuel L. Jackson (Marcus) foi desperdiçado - mais uma vez - seria muito mais interessante se ele estivesse se "vingando". Que atiradores são aqueles que não conseguem cercar toda a cena do crime e deixa o verdadeiro criminoso fugir?
Toca
4.0 93 Assista AgoraQue simplicidade da coelhinha: só queria uma toca aconchegante para chamar de lar. Mas, por causa da mania de grandeza de seus vizinhos abriu mão do seu espaço para ir em busca de outro, mas pudera! Parece que ninguém se contenta com aquele espaço que tem - vizinhos -. Por fim, não adiantou a ganância, o espaço pode ser muito melhor aproveitado por todos em um grande toca.
Coin Operated
3.1 11Será que ideias engessadas podem ser chamadas de sonhos? ou os sonhos não envelhecem? O final do curta traz essa ambiguidade. Será que vale viver a vida em busca da "hora certa", será que existe de fato a "hora certa"?
Cabeças Falantes
4.6 62Krzysztof Kieslowski com uma simplicidade incrível e, completamente, atemporal consegue entregar em minutos a essência das pessoas com a sequência de três pergunta e uma linha do tempo para acompanhá-las. Essas perguntas são capazes de revelar o quão ínfimo são os nossos desejos e aspirações, não importando a época, os conflitos, as batalhas que todos atravessam no decorrer da vida. Elas mudam e que bom que mudam, porque em cada etapa da vida precisamos ressignificar nossos sonhos, ajeitar as ideias e (re)construir o que somos, para atingir o que seremos. É singelo e muito inspirador.
Matrix Revolutions
3.5 823 Assista AgoraEnfim, a finalização da trilogia das irmãs "The Wachowski, a princípio o filme cadenciou para a revolução das máquinas, porque elas estavam muito a frente e por pouco pareciam que iriam conseguir. Mas, por uma falha delas, a expansão dos poderes do Agente Smith (Hugo Weaving) começou a colocar em risco a existência das máquinas. Houve o temido confronto entre as máquinas, vulgo aranhas metalizadas contra a pequena linha de defesa da cidade Zion. Essa cidade tinha um portal e este local foi sediou este confronto incrível. Com direito a parafusos gigantes, robôs comandados por humanos, bombas o que teve de boa, teve de angústia, parecia que o Neo (Keanu Reeves) estava andando de ônibus de tão lento, ao invés de estar dentro de uma nave.
O mais phoda foi a Oracle (Mary Alice) enganando tudo e a todos. Essa falsa sensação que o personagem transpassa de dizer o que está prestes a acontecer é tão falsa quanto uma nota de R$3,00. Fui surpreendida pelo desfecho e curiosa, sobre o que teria acontecido com Neo, parece que ele se tornou um elo entre todas as dimensões, pela capacidade de se comunicar e lutar contra elas. O personagem parece que sabe as falhas de cada mundo e, por isso, tem tanto reconhecimento em todas elas. Apesar das desconfianças que o personagem gera, todos acabam se rendendo a ele no final, se houveram seis escolhidos, porque só ele era assim?
[Ansiosa pelo 4º filme].
Matrix Reloaded
3.7 850 Assista AgoraNeste segundo filme da trilogia de Matrix, Reloaded, as irmãs "The Wachowiski" diminuem o ritmo do filme em comparação ao primeiro, Matrix. Apesar de ter três anos de diferença entre um e outro, esse filme parece que foi gravado, literalmente, em sequência do primeiro. Não houve quebra na história, como costuma ocorrer. Há o acréscimo de alguns elementos e personagens, que no primeiro momento traz estranheza. Como a cidade parelela Zion, localizada entre a Matrix e a cidade das máquinas, ela é cheia de humanos, que assim como Neo (Reanu Reeves)puderam ter consciência acerca da Matrix.
Nessa cidade há um culto a tudo que é mundano: festa, bebidas, música alta, luzes, sexo e prazer. As irmãs Wachowiski abordam com maestria o que seria a frieza de um mundo sem o que o faz ser o mundo que é, ao colocar essa cidade na história. Isso ocorre de maneira muito sutil e, pensando assim, é totalmente justificável a cidade no roteiro. Ela simboliza aquilo que dá unidade ao ser humano: a noção de família. A organização hierárquica em que ela se apresenta me incomodou bastante, sobretudo, pelo autoritarismo do operador do portão de Zion. Se no primeiro filme eu fiquei pensativa com os elementos religiosos que são apresentados. Em Reloaded, isso se confirma, novamente, pois Zion é o nome do portão de terra santa (Jerusalém), para o Monte Sião.
Em Reloaded, o obsessivo Agente Smith (Hugo Weaving), consegue alcançar as outras dimensões para destruir Neo, aqui tem-se um furo, porque no primeiro filme, ele busca por Morpheus e, aos poucos sua perseguição vai se intensificando para Tomas/Neo. Nesse filme, ele fixa-se mesmo em Neo, que em busca de respostas vai conquistando outros inimigos pelas Matrix. Acho super engraçado eles percorrerem pelas dimensões via telefone, como seria na era da internet isso, hein?!
Matrix
4.3 2,5K Assista AgoraAssisti pela primeira vez esta obra prima das irmãs "The Wachowiskis" (Lily e Lana), após vinte e dois anos do lançamento do filme. O que isso quer dizer? Que Matrix está envelhecendo como vinho!
Nesta produção, a primeira parte de uma trilogia, muito filósofica, por sinal. Temos a descoberta de dois mundos paralelos: o mundo dos humanos, tal como conhecemos, do final do séc. XX, e um mundo dominado pelas máquinas (é curioso que aqui ainda não é usado as temos AI - Inteligência Artificial). A Matrix é nada menos, que uma projeção do mundo que serve como fonte de energia para as máquinas. Dessa forma, existe um paralelo entre o que é real e o que é uma projeção. Mas, "o que é o real"?, diria a Oracle (Gloria Foster).
A existência de um oráculo me chamou muito atenção, porque Morpheus (Laurence Ferburne), além de ter a consciência dessa projeção, chamada Matrix, vive junto com Trinity (Carrie-Anne Moss), Cypher (Joe Pantoliano), Dozer (Anthony Ray Parker) em uma nave. A partir da crença de Morpheus em um Escolhido "Neo", eles vão em busca de Tomas Anderson (Keanu Reeves) para treiná-lo e, assim, confirmarem ou não essa crença alimentada pelo Oracle, que Neo é o Escolhido capaz de encerrar essa guerra travada entre os humanos e as máquinas. O filme vai trazendo ao telespectador vários elementos da vida e do cotidiano e vai desfragmentando-os, fazendo o telespectador acreditar que se tratam apenas de ilusões. Isso ocorre na apresentação de Morpheus para Neo dessa Matrix, ao mesmo tempo em que traz estes elementos para o telespectador. Então, o ar, o cansaço, o gosto, as sensações, elas são "irreais" dentro da Matrix. Mas, algo não parece ser: a fé, a religiosidade, o amor, a lealdade. Os sentimentos e atitudes são elevados como, tipicamente, humanos, isso faz Morpheus ainda frequentar a Matrix, para sempre se encontrar com a Orácle. Tal como a fé, os inimigos, também, se fazem presentes nesse mundo paralelo. Tomas Anderson, antes mesmo de se tronar Neo, já se torna mira do Agente Smith (Hugo Weaving), que nos entrega o um vilão de alta qualidade, que raiva ele me deu.
É impossível não destacar os efeitos especiais desse filme, sobretudo, na luta histórica entre Neo e Agente Smith, que apesar de serem bem antigos não deixam a desejar, ao contrário serviram de base e inspiração para tantos outros que vieram em sequência. As lutas são incríveis, os movimentos das câmeras em stop motion e depois em completa velocidade é surreal é muito, muito bom!!
O Preço do Amanhã
3.6 2,9K Assista AgoraAndrew Niccol apresenta uma distopia, que a cada dia parece se tornar realidade. Na cidade criada pelo diretor, ele transforma o famoso e popular ditado: tempo é dinheiro em realidade. E, assim, as pessoas precisam dele para sobreviver, caso o contrário ela morre. Com um sistema hierárquico, onde as pessoas oriundas dos guetos, os pobres, ao completarem vinte e cinco anos passam a ter sua vida controlada por relógio, eu diria que é um cronômetro, porque eles dispõe apenas de um dia. Dessa forma, precisam trabalhar para garantir o outro dia e para suprir suas necessidades básicas: casa, comida, transporte (não há educação, saúde, ou segurança). Em contrapartida, os ricos, não sofrem desse medo por não tem o dia contabilizado a cada segundo, por disporem de heranças e bens que os garantem milênios, séculos e décadas para poderem desfrutar da vida.
O filme faz pensar muito a respeito do valor que damos para o tempo e como o gastamos, pois cada segundo é muito precioso e pode salvar ou matar, literalmente, uma pessoa. Os valores deste mundo distópico são, totalmente, distorcidos. Existe a preferência ao acúmulo em detrimento do desfrute daquilo que se possui.
Bom, o personagem principal é Will Salas (Justin Timberlake ), que irá ter uma oportunidade ímpar em mudar de classe ou de fuso, como é dito no longa. Ele sai do gueto em busca de justiça. Para tanto, ele sequestra a filha do dono do "banco do tempo", a Sylvia Weis (Amanda Seyfried). Neste ato o filme dá uma caída grande no roteiro, porque o plano do personagem não fica bem definido. Os dois viram uma dupla amor forçada, em que o "mocinho rapta a mocinha e juntos fogem pela cidade buscando justiça". Eles fogem do empenhado "guardião do tempo", Raymond (Cillian Murphy), que parece agir sozinho. Sem falar da Sylvia atravessar a cidade e até telhados de salto.
Destaco a atuação do Cillian Murphy, para mim, é muito superior a atuação entregue pelo Justin, que para a nossa felicidade melhorou muito nos trabalhos posteriores a este.
O Show de Truman
4.2 2,6K Assista Agora"Show de Truman" é um clássico moderno. Peter Weir apresenta um filme que parece ter previsto o futuro. Hoje a televisão e demais serviços de streaming transmitem reality shows, que confinam pessoas por um período para elas compartilharem ou criarem uma vida, o famoso, personagem. Olha, é bem provável que estes programas tenham sido originados ou ao menos terem sido fundamentados neste longa. A diferença, ou melhor, a grande diferença é que o personagem não sabia que fazia parte de um show. Truman Burbank (Jim Carrey) desde quando era bebê tem a sua vida acompanhada por câmeras e por milhares de pessoas, os telespectadores, durante 24 horas ininterruptas. O problema é que ele não sabe. Daí vem toda a melancolia que o longa transparece.
Em uma cidade perfeita, Truman leva uma vida pacata e rotineira, sem se preocupar ou questionar como todos os dias se passam iguais. Até que ele começa a perceber alguns fatos diferentes e ao religar estes fatos ele começa a desconfiar dessa sua vida feliz e contente. Para tanto,
ele se lembra das informações passadas por Lauren/Sylvia (Natascha McElhone ), que ao se encontrar com Truman no passado, tenta alertá-lo que sua vida é uma mentira, o engraçado é que ele sequer desconfia ou acredita na palavra dela, naquele momento. O que o faz questionar este sistema que o mantém recluso em uma cidade é a falha de comunicação que vaza conversas da produção para a estação que Truman estava ouvindo no caminho para o trabalho. Isso o faz trocar o caminho e, aparecer em local inesperado, levando a equipe ser em parte revelada no cenário que ainda não estava completamente montado.
Achei muito triste ele ter vivido por 30 anos uma mentira, que só tinha o objetivo entreter as pessoas. Tudo muito semelhante aos dias atuais, sobretudo, com a multiplicação dos Youtubers. Quantos não vendem um estilo de vida, que não condiz com a realidade para vender, entreter, imbecilizar as pessoas? Em nenhum momento, Cristoff(Ed Harris), o poderoso produtor de TV, pensou na pessoa que ali estava diante das modernas câmeras. Achei a conversa entre os dois um diálogo, como: o criador e o criado. Até a estrutura em que ele residia para comandar o programa, o sol, remete a isso. No show de Truman a vida não importa, o que vale a pena é o show, e sacrificar a vida, os gostos, as escolhas de uma vida faz parte do show.
Me pergunto, por que demorei tanto para assistí-lo! O Filme é muito bom, e Jim Carrey, por mim só atuaria em filmes de drama! Que talento tem este ator fantástico.
Cruella
4.0 1,4K Assista AgoraPrimeiramente, este filme é um spin-off do live-action "101 Dálmatas, o filme", de 1996, dirigido pelo Stephen Hereck com o roteiro do John Hughes. Cruella conta com a direção do Craig Gillespie (I, Tonya - 2017) atualiza, conscientemente, a animação da Disney para o século XXI. A diferença já sente-se pelo roteiro assinado por: Tony MacNamara, Aline Brosch McKenna, Kelly Marcel, Dana Fox e Steve Zissis.
A apresentação da icônica antagonista, Cruella De Vil. Bom, eu sempre tive a curiosidade sobre a origem dela e olha não me decepcionei com o que foi apresentado. O passado dela é comum aos vilões: triste e comovente. Temos uma pessoa, que desde a tenra idade tinha uma personalidade e originalidade ímpar, o que trouxe várias consequências, ao menos para aquele momento específico. O resultado já é conhecido, banhado pelo descaso e abandono ela seguiu em busca do seu "lugar ao sol" de forma, extremamente, torta ao lado daqueles que a acolheu: Jasper (Joel Fry) e Horácio (Paul Walter Hauser). Acabei me surpreendendo muito com eles! No live-action, estes personagens eram super atrapalhados. Neste filme, eles têm uma perspicácia incrível e tem seus próprios capangas, dois cachorros super fieis!
Isso foi surpreendente! Porque rompeu com a aversão deles (Cruella, Jasper e Horácio) aos animais. Posto isso, no século XXI, e na era na qual vivemos já não faz o menor sentido. Com toda certeza, já é mais conscientemente com a causa animal que foi sendo construída nas últimas décadas. Outro ponto que merece destaque é a jornalista da redação da coluna de moda, Maya (Kirby Howell-Baptiste) ser uma atriz negra! Foi show!
Por último, e não menos importante são os figurinos, a trilha sonora e os efeitos encantaram. Além claro, da atuação da Emma, que foi surpreendente!