Isaac Donato entrega o filme curioso: a história sobre uma mulher idosa, de 67 anos que a cada aniversário comemora como se tivesse 7. O longa concentra-se em grande parte no momento de preparação da festa, nota-se que, essa preparação não é feita por Açucena, mas sim, por seus vizinhos fiéis. O jeito que eles falavam dela parecia remete a uma figura onipresente, e foi assim, em boa parte do filme, porque, todos conheciam bem o que ela gostava e deixava de gostar, mas ela neste momento que antecede a confraternização ficou em falta. Acredito que a ênfase na primeira parte do filme em cada detalhe poderiam ser mais enxutos. A ideia de resgate aos vilarejos interioranos é interessante, pois mostra a união das pessoas, o cuidado, o interesse, a vontade pelo festejo. Isso é Brasil e isso me agrada muito. Só que o clima de suspense em torno da personagem me incomodou, a todo momento eu queria saber logo quem era e o porquê de seus gostos tão peculiares (como o porque da ordem para expor as bonecas na cama, porque a devoção pelo rosa entre outros).
"E você, conseguiu o queria desta vida, mesmo assim? Eu consegui. E o que você queria? Me chamar de amado, para me sentir amado na terra".
Alejandro G. Iñárritu foi muito feliz em roteirizar e produzir essa obra prima!!!! O filme é sobre um ator Riggan Thomsonque (Michael Keaton) que está em "decadência" na carreira, após passar grande parte dela dando vida ao Birdman, o aclamado super herói. Ele se vê diante da possibilidade de provar para todos que ele é um ator capaz de representar outros papéis e dar vida a outras histórias, mas ao invés do cinema, ele escolhe o teatro. Apesar do enredo ser simples, a história não é tão simples assim e a sua condução pode parecer um tanto confusa para alguns, porque o filme tem um plano-sequência e, olha não teria como ser diferente! A história flui de uma maneira que prende até o último segundo.
O filme me lembrou muito a produção do Cisne Negro (Darren Aronofsky), pela dedicação do personagem e, também, por ser um pássaro que conduz a história. Valeu todos os prêmios ganhos na temporada 2015, inclusive, os Oscars melhor filme e melhor roteiro original.
O filme narra a história do relacionamento de Joel Barish (Jim Carrey) e Clementine Kruczynski (Kate Winslet), sob a perspectiva do término do casal. Após uma discussão fora de hora, r um pouco banal, Clem toma a decisão de romper com Joel e para acelerar o período de sofrimento pelo ex-namorado, ela decide se submeter ao experimento de limpeza de suas memórias deste relacionamento em específico. Joel, apesar de estar abalado, busca se reconciliar com Clem, mas o improvável ocorre: ela não se lembra mais do amado. Arrasado e à procura de explicações, Joel descobre por um amigo que ela tinha feito este procedimento. Então, ele busca a clínica para ter mais esclarecimentos e se sente convencido a fazer o mesmo.
Essa escolha é motivada pela raiva e pelo sentimento de vingança. "Ora, se ela foi capaz de fazer isso, porque eu irei ficar aqui me recordando dela?" Ele se prepara para colocar um fim em definitivo naquilo tudo. E assim, o romance, bem como eles se conheceram, o que os aproximava, e, também, aquilo que os distanciadas são mostradas, por meio das memórias do Joel, que em determinado momento se funde as memórias de Clem. Essa "viagem" pelo hipocampo do personagem nos releva as imagens que modificam o seu sistema límbico fazendo-o reviver todos os sentimentos que ele teve durante a vida: momentos da infância, desejos, vergonhas, humilhações, felicidades e tristezas levando o personagem a compreender que ele foi feliz e aquela mulher, apesar de todos os defeitos, foi uma potência para ele se abrir a novas perspectivas da vida, ou seja, perspectivas essas que só fazia sentido, se ela estivesse ao seu lado. E, assim, ele decide boicotar o experimento.
E por isso, o filme é tão fantástico: a atuação incrível do Jim Carry (eu amo as atuações dele em drama) somada a da Kate nos rende reflexões e sentimentos de como lidar com tudo aquilo e se formos pensar que a gente passa por decepções e tristezas, constantemente, será que teríamos coragem de apagá-las? Fantástico!
Foi uma felicidade assistir a animação no Dia Internacional da Mulher!
Carlos López Estrada e Don Hall apresenta uma história que traz uma protagonista e em cima dela vem desenvolvendo-a de forma que parece que ela irá conseguir resolver todas as atrapalhadas que fez no passado. Mas, ao longo da história vi que ela divide esse protagonismo com a Namaari.
A forma como "o dragão" - ao meu ver se parece mais com um unicórnio - me surpreendeu! É a primeira vez, que vejo sendo representado pela figura feminina e a Sisu é legal demais! Amei o estilo hippie.
A mensagem sobre a necessidade de confiar nas pessoas, sobretudo, oferecer segundas chances me geraram conflitos rs. Ainda mais, quando
Namaari atira em Sisu, pow ali eu achei muita sacanagem. Apesar de Sisu ser um ser mitológico, a Raya sabia que ela iria trair a sua confiança, depois ela transferiu a culpa para a Raya, quando elas começam a lutar de novo. Mas, no fim, achei justo ela fazer a reparação com os pedaços da pedra, afinal ela que provocou todo aquele caos.
Por fim, amei os gráficos, estão muito realistas nas expressões dos rostos, na chuva que molha o cabelo no pelo da Sisu.
Greta Gerwig atualiza os clássicos sobre adolescentes, mas sem aquelas piadas infames sobre o biótipo das personagens, sem a sexualização da protagonista e sem as "disputas" entre os populares vs nerds e isso traz um tom mais real e menos caricato sobre o período da adolescência.
Não sei a dinâmica das escolas americanas mudaram, ou o fato deste filme trazer uma escola confessional, ou seja, católica ela se difere muito da ideia de como são as escolas americanas dos clássicos sobre a temática do final dos anos 90 e início dos anos 00.
No mais, gostei da maneira que os conflitos foram abordados e a condução da história.
Michael Cimino em um ato corajoso e, completamente, destemido expõe a sociedade a sua percepção sobre a falida Guerra do Vietnã, em um momento, que os americanos buscavam se recuperar desta ferida. Ele consegue sem ensaios atingir vários pontos de vista, ou seja, daqueles que sem escolha partem para o confronto, dos que ficam diante da ausência, dos vários tipos de violência existentes em uma guerra (o fato dos soldados estarem munidos com armas e bombas, elas parecem pequenas diante do estrago que alguns atos podem causar na vida de uma pessoa, quando misturadas com o sadismo), a destruição social e, sobretudo, cultural de um país (as variadas filas de civis tentando fugir daquele caos, misturado a submissão de seu povo diante daqueles que estavam ali trazendo tanto sofrimento e dor), a anestesia daqueles que conseguem retornar para casa, porque biologicamente, não foi morto, mas, que já não ver a vida pulsar.
O enredo escolhido para trazer todos estes elementos foi primoroso: três amigos que dividiam a vida, o trabalho na metalúrgica na cidade, os momentos de lazer com as caçadas nas montanhas, os amores, no caso de Mike e Nike, o festejo! Como eu achei lindíssimo o casamento, os detalhes da igreja, a participação dos amigos para que tudo fosse feito da forma que o amigo planejara, apesar de se sentir triste por causa dos detalhes com a relação com aquela mulher. A festa foi uma digna despedida! A alegria, a dança, a união, ali foram destacadas, principalmente, o carinho e a lealdade que eles compartilhavam.
quando os noivos vão tomar o vinho na taça compartilhada e a noiva cai na “maldição” da superstição ao deixar derramar em sua roupa as gotas de vinho, não só simbolizou que a vida do casal estaria “marcada” para sempre, como demarca o sangue que será derrubado logo em seguida.
As poucas cenas no Vietnã propriamente dita trazem uma outra face da violência da guerra e também do descompasso entre ambos, enquanto de um lado os americanos queriam matar rapidamente do outro a escolha era torturar e matar aos poucos. A roleta russa, ao mesmo tempo que usada para punir os inimigos, é usada para divertir um povo doente que mata seus conterrâneos a troco de dinheiro. Triste, sombrio e que sacada do Cimino, ao imergir o personagem Nike neste abismo.
Nike se sucumbe a este caos. Ele ganharia fácil a confiança dos chefes daquele “jogo”, tendo em vista a sua astúcia e, sobretudo, pelo fato dele ser americano, a sua morte seria a glória, por isso, era tão "valioso"
.
Bom, o filme é fantástico, acredito que outro filme sobre guerra que tem o mesmo poder de impacto como esse é a Lista de Schindler, 1993 (Steven Spielberg). Acredito que todas as minhas expectativas de filme foram inteiramente contempladas. A fotografia é incrível, o enredo da história, a condução, os cenários, os picos de emoção, a atuação dos atores a fidelidade aos fatos apresentados. Incrível.
Antônio Campos apresenta a história de um soldado que retorna da guerra e encontra no café uma atendente que seria, a partir de então, dona do seu amor. Apesar de sua mãe ter feito uma promessa para Deus, para trazer para a casa seu filho que estava em meio a guerra. E, a partir, deste enredo o diretor aborda uma sequência de desdobramentos que se misturam com a causalidade, a consequência de atos, aparentemente, individuais, mas que reverberam na vida das pessoas que residem naquele vilarejo e tudo isso sob a perspectiva do fundamentalismo religioso.
Aqui as figuras religiosas dos pastores são expostas no seu âmago mais cruel: aqueles que engana, violenta, exclui, confunde e que penetra na vida das pessoas de tal modo que as paralisa. Em face, de pessoas que apesar de terem sido doutrinadas desde pequenas para seguir os dogmas religiosos, se mantém sob estado de alerta entre o que é dito e a realidade das quais vivem. O pequeno Arvin Russell representa isso, sendo o pêndulo da história.
Todos os meus sentimentos foram tocados: a raiva, a compaixão, o asco, a revolta, a compreensão, o afeto mérito das excelentes atuações.
Este documentário é uma utilidade pública, parafraseando Arnaldo Jabor, que em 1999, disse: "O computador foi criado para resolver problemas que não tínhamos". Eu diria que as redes sociais foram criadas para potencializar a falsa ideia de união, tão comum e vendida entre as pessoas. Elas expõe essa fragilidade, ao permitir a articulação da população global, são costumes, culturas e diferenças diversas que as pessoas não são capazes de lidar.
Jeff Orlowski foi muito sagaz em produzir este filme/documentário durante o auge das redes sociais, sobretudo, em meio a pandemia do coronavirus e que elas se tornaram o elo dos relacionamentos. Os relatos dos engenheiros, produtores de conteúdos e demais funcionários e ex-funcionários das mais famosas plataformas digitais que dispomos são primorosos. O paralelo da família que é atingida diretamente pela tecnologia, é uma ilustração do dia a dia de todos nós, em maior ou menor grau.
Acredito que, as redes sociais, só potencializaram aquilo que já permeia a sociedade. As manipulações, padrões, intolerâncias, bolhas, violência e golpes só ganharam um terreno fértil para atingir as pessoas em larga escala. Mas, pouco evolui do que as sociedades, hoje globais são, A diferença é que há quem lucre com isso. Apesar dos alertas de saúde mental, principalmente, para as crianças e jovens sempre foram ignorados. Afinal, ao invés de uma babá eletrônica, agora tem o Youtube que é mais acessível, barato e pode estar a disposição das crianças quando elas bem entender. É só pesquisar qual é o pública alvo dos tablets.
Apesar dos duros casos que são noticiados, cotidianamente, sobre difamações, crimes, golpes, exposições sexuais de outras pessoas. As redes sociais, só ganharam a importância que precisam, após a propagação das fake news que emplacaram a eleição presidencial americana. Depois deste evento, percebo que houve uma mudança de olhar para essas plataformas, inclusive, mais cobranças e sanções por vendas e exposições dos dados de seus usuários.
Cheguei a arrepiar, magnífico! Uma pequena história que se faz grande pela imensidão, que conta o belo encontro de um menino e um balão vermelho que estava preso ao poste de uma rua de Paris. Ao subir no poste este menino "salva" o balão que ia contra a sua natureza: voar, ou seja, ser livre. Após brincar um pouco com ele, o balão ao ser solto para tomar os céus o que lhe inerente. Ele surpreende o garoto e passa a "persegui-lo" pelos lugares, fazendo companhia e alegrando o menino. O que facilmente despertou nos adultos e crianças a ira, o ódio, o desejo de exterminar aquilo, revelando como o ser humano é tão mesquinho, ao ponto de destruir a felicidade do outro, apenas pelo seu bel prazer. O final é arrebatador: não há maldade que perdure.
Assisti no filme com a expectativa dele ser um terror psicológico, que foi se confirmando até eu perceber que não era exatamente isso, uma pena, porque seria fantástico que fosse. Apesar da qualidade dos diálogos, não consegui chegar a tamanha abstração e não foi por falta de tentativas rs
Hal Ashby apresenta em "Comingo Home" um filme que vai ao encontro do movimento criado após o grande período da Guerra do Vietnã (1955 - 1975), pelo cinema americano. O diretor ao invés de gravar as cenas de combate dentro dos campos de batalhas, que são verdadeiros mortíferos, focaliza a narrativa em um aspecto curioso e pouco abordado o - pós guerra de militares ex-combatentes - que doam suas vidas em nome da honra de seu país. Muitos desses soldados quando não são mortos, são duramente atingidos pela guerra seja psicologicamente ou fisicamente.
Ashby insere essas duas agressões na tela sem rodeios, após a partida do oficial Bob Hyde (Bruce Dern) rumo ao Vietnã, a sua mulher Sally (Jane Fonda), decide encontrar no trabalho voluntário no hospital de veteranos, um sentido para seus longos dias de espera do retorno do seu marido para casa.
Sally, aos poucos, foi se descobrindo em meio ao trabalho realizado. O drama vivido pelos ex-combatentes revelam o quão foi cruel a guerra. Ao conhecer Luke Martin (Jon Voight), um paciente um tanto quanto "revoltado" - com toda razão - pela sua condição física atual, ela se rende a transformação do tempo e passa a realizar incríveis mudanças. Ao invés de aguardar o marido para comprar o carro desejado, ela mesmo o faz. Muda o estilo do cabelo, muda-se para mais próximo da praia - aproveitando a companhia de uma amiga que fez, assim, que o seu marido partiu - e se rende a uma paixão, com Luke Martin.
Achei um retrato sensível e um tanto inusitado para a época, porque, além de apontar o quão danoso foi e, de certa maneira, é a guerra (muitos filmes vão exibir esses danos pela perspectiva do soldado). Ahsby traz a perspectiva da mulher, da esposa, da namorada, ou seja, da figura feminina que apesar de não lutar no campo diretamente, encara a luta da espera. Algo que não é muito pensado ou refletido, sobretudo, porque há uma imagem consensual da mulher em compasso de espera. Ela precisa estar sempre a espera do retorno do homem que parte, seja ele vivo, morto ou doente. Para isso, é necessário anular-se ou travar lutas contra o desejo, a vontade, o amor e a vida que pulsa. O filme brinca com a moralidade, com a fidelidade, com o amor e a renúncia.
Aaron Sorkin deu aula de história com este filme, simples assim.
O filme retrata a confluência política dos americanos na década de 1968. A partir da escolha de incriminar sob o viés político oito jovens Tom Hayden (Eddie Redmayne), Rennie Davies (Alex Sharp), Abbie Hoffman (Sacha Baron Cohen), Jerry Rubin (Jeremy Strong), David Dellinger (John Carroll Lynch), John Froines (Danny Flaherty), Lee Weiner (Noah Robbins) e Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II) manifestantes por incitar um confronto entre civis e policiais, injustamente. Como um excelente longa de uma história real, as fotos originais bem como os vídeos foram incorporados à película, criando um único estado e favorecendo a realidade das atuações que foram fidedignas ao ocorrido.
Em um longo julgamento os oito indiciados foi um teatro. Com a promotoria já corrompida a justiça foi anulada, porém, encenada de forma inescrupulosa pela promotoria e, principalmente, pela figura do juiz que presidiu o julgamento. Não obstante, foi revelada o quão é seletiva e estruturalmente racista para com os cidadãos. Até o conceito do que é cidadão é posto em jogo, quando um cidadão negro tem o seu direito silenciado. Sem nenhuma surpresa, com exceção de Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II) que teve pedido de exclusão da acusação pela promotoria, após vários atos racistas pelo juiz, que acatou o pedido.
O céu pode esperar? No caso do jogador de futebol americano Joe Pendleton (Warren Beatty) sim. O atleta que se preparava para, enfim, jogar a partida da sua vida teve seu sonho interrompido abruptamente. E aconteceu o mais improvável, sua morte estaria programada apenas para 2025, é engraçado ver que em 1978 (ano de gravação do filme), o século XXI era visto como muito distante.
Bom, diante deste equívoco, Joe fez tentativas - engraçadas - para retornar para a terra. Mas, com a impossibilidade de retornar com o seu corpo que já havia sido cremado, ele junto com os agentes do céu começou a estudar em qual vida e corpo seria mais apropriado e interessante para reencarnar.
Durante esses estudos, Joe foi pego por um senso de justiça que o encorajou a encarnar na pele de um grande empresário, para fazer uma reparação na vida de uma mulher, Bety Logan (Julie Christie). Ela estava sendo prejudicada pelos empreendimentos deste empresário que, concomitantemente, estava sofrendo tentativas de assassinato por sua mulher e seu amante. Com esse objetivo claro, a vivência de Joe na mansão rende cenas engraçadas e inusitadas pela situação. Até que os agentes do céu consegue encaixá-lo em um corpo com uma história e uma trajetória semelhante, para que ele retome a sua vida normalmente. Na verdade, quase, porque em um encontro "por acaso" com Bety, Joe ativa uma lembrança com ela e assim eles terminam juntos.
O filme oscila entre um drama e tragicomédia, alguns momentos são melancólicos e outros super engraçados, algo parecido com a vida mesmo.
No início achei um filme bem clichê: ação em que o tira vai "salvar", "socorrer", "proteger" alguém, o que me fez demorar a embarcar na história. Bom, este no caso, produzido por Sam Hargrave conta nas entrelinhas a história de três pais, o personagem principal Tyler Rake (Chris Hemsworth), Saju Rav (Randeep Hooda) e Ovi Mahajan Sr. (Pankaj Tripathi) que tem seus destinos definidos ou pré-definidos pela busca de Ovi Mahajan, filho de Ovi.
A história ocorre na cidade de Bangladesh, com um trânsito tanto quanto caótico favorece cenas de ação e suspense que surpreende muitas vezes, com carros que acertam alvos ou que atropelam "sem querer" os personagens que estão em luta corporal intensa. A cidade é comandada por um chefe do crime organizado: Amir Asif (Priyanshu Painyuli) que para punir Ovi sequestra o seu filho, porém, Ovi ordena que seja contratado um serviço de operação para resgatar seu filho. Nisso Tyler entra numa "missão suicida" de busca desfreada pelo garoto.
Durante as cenas é notável as diferenças sociais, as crianças eram preparadas para atirar, manusear armas, enquanto Ovi Jr. dedicava-se aos estudos e aos esportes. Mas, apesar de seu pai querer que ele tenha uma vida diferente. Ele acaba por cometer alguns delitos para manter a sua sobrevivência, tal como as crianças que são aliciadas por Amir. Destaco o protagonismo feminino do longa que surpreendeu positivamente.
Bom, o final ficou em aberto e devido ao grande sucesso que foi este filme, em 2020. Ele ganhará uma continuidade. Filme lançado no ápice do lockdown da pandemia do novo coravírus rendeu a Netflix records de visualização.
George C. Wolfe narra a dura história de violência, segregação, preconceito sob o manto da rainha do blues, Ma (Viola Davis). A princípio, achei a sua presença exagerada e aos poucos fui compreendendo o cerne da narrativa.
Eu esperava ouvir mais músicas da Ma e sua banda, pois eu tinha a expectativa de assistir um filme autobiográfico. Contudo, no final percebi que a "Voz do blues" é a voz todos os negros, sobretudo, os americanos que estavam (re)existindo em uma sociedade que só via uma finalidade deles: extrair o que eles têm de melhor e claro dar novas roupagens.
Os relatos dos músicos reforçam essa ideia. É bonito ver a alegria e a felicidades que eles tinham em tocar e viver da música. Com certeza, essa era uma oportunidade de afastar os demônios, as mágoas, as tristezas. Mas, menos para Levee (Chadwick Boseman) que muito traumatizado e atordoado tinha seus traumas aflorados pela impossibilidade de ser reconhecido tal como desejava, ser um músico reconhecido.
O que me incomodou no filme foi a falta de união entre os músicos. As atitudes rudes de Ma para com seus semelhantes, para mim, são injustificáveis. Porque me faz pensar que toda a imposição que ela tinha frente as pessoas brancas, era uma vontade de ser aceita e não, necessariamente, uma forma de "mostrar como ela deve ser respeitada", como ela tentava passar para as outras pessoas. Enquanto o seu empresário e o dono da gravadora, apesar de estarem em lados opostos se entendiam e faziam concessões entre si.
No fim, tanto Ma quando Levee se subordinaram a ordem predominante: Ma ao ceder os direitos de uso da sua voz a gravadora e Levee ao vender - contra a sua vontade - as músicas que compôs.
O final todos nós sabemos, eu conheci o gênero blues a partir de vozes de cantores brancos.
Achei incrível o filme, ainda mais, por ser baseado em uma história real. Para os parâmetros da época, final da década de 70, Alan Parker entrega um obra crua tal como a história que a origina. Acredito que o filme não objetiva julgar Bill ou o aquele lugar que o encarcerou, tampouco, condenar o país. Tal como é os filmes de histórias reais, a filmografia expõe o sofrimento dele e de outras pessoas e revela ao mundo uma outra perspectiva de punição. Sendo esta, extremamente truculenta que não considera os direitos humanos que são universais e nega o direito de reparação do erro da pessoa. Me senti sufocada ao ver que ele não entendia o que aquelas pessoas falavam e elas também não queria ouvi-lo. Ele ficou vários anos sem ao menos poder tentar se explicar é muito cruel! A trilha sonora faz jus ao prêmio que recebeu, ela é muito boa. Eu me senti muito envolvida com o drama do personagem.
O documentário é muito didático e achei bonita a sua construção. Mas, fiquei com a sensação de ser muito forçado e, ao mesmo tempo, ele faz um marketing sobre o trabalho do cantor. Isso é ruim? de maneira alguma. Só me traz a sensação que ele conta a história se colocando como um - único resultado - de toda a luta que foi feita para ele se reconhecido no seu trabalho e ter acessos que são até hoje negados para uma - grande parcela da população brasileira: - a população negra. Mas, ao mesmo tempo penso que este lugar é o daquele que oprime, exclui, segrega. Então, me questiono se é necessário estar nestes lugares. No mais, se faz necessário, principalmente, para a galera alienada neste país que trata tudo como "mimimi". Enfim...senti falta da Elza Soares nessa história!
O longa conta a história cruzada de três amigos de infância: Jimmy, Dave Boyle e Sean, que apesar de adultos compartilham um drama com um clima de suspense para o desvendamento de três ocorrências durante a trama. A primeira é quando um dos amigos, Dave Boyle ainda criança, é raptado e brutalmente abusado durante dias. O segundo, já na segunda parte do filme, o assassinato de Katie filha de Jimmy(Sean Penn), e, concomitantemente, o assassinato de um estuprador.
A história ficou muito bem construída e desde o princípio leva o telespectador para conclusões que só ao final serão ou confirmadas ou totalmente frustradas. No meu caso foram frustradas rs, acredito que o filme foi construído para
incriminar Dave, sempre quando o aparecia era em meia luz ou no breu, enquanto, Jimmy e Sean estava sempre em espaços iluminados.
Mas, não só isso, a maneira que todos os olhava, afinal, ele tinha todos os motivos para confirmar as suspeitas do crime sobre ele. E, o motivo para essa condução ser tomada, que fica no ar. Dave era um homem violentado que sofria calado, tinha poucos amigos e contava com sua mulher e o amor de seu filho para sobreviver frente a imensa dor que sentia. Enquanto, os outros dois amigos apesar de ter seus dilemas amorosos e familiares tinham a sua vida normal. Até o crime contra Katie ocorrer.
Clint Eastwood me tirou completamente do lugar com este filme. Como os comentários abaixo, fiquei frustrada com o final do filme. Acredito que agora, ao invés de só Dave sofrer com o que sofreu. Sean e Jimmy carregaram a culpa pelo seu desfecho, apesar de demonstrarem que seguiriam a vida em frente. Dave também, tentou seguir em frente com a dor que carregava, mas foi consumido pela solidão e pela a incompreensão das pessoas.
O filme é sobre uma história real de uma das descobertas mais fantásticas da humanidade: a descoberta do Tutancâmon Britânico, em uma época que não havia equipamentos e disponibilidade técnica e científica para tal feito. E isso, foi revertido pela confiança de uma mulher (Pretty) que havia sonhado que encontraria um sítio arqueológico e do trabalho desempenhado de um simples escavador do vilarejo, Basil Brown.
A pesquisa feita por este homem em conjunto de técnicas elementares trouxe a tona uma história soterrada. Porém, o reconhecimento do feito só foi realizado tardiamente, revelando o quão grande é o ego do academicismo que despreza os saberes populares. Todo o esforço de Basil que, certamente, contribuíram para o desenvolvimento de métodos, pesquisas e técnicas arqueológicas foram suprimidos.
A história é fantástica, mas a forma que o Simon Stone apresentou é desanimadora. O roteiro é confuso, ao invés de focar na história central, ele mistura diversos acontecimentos: a guerra, o relacionamento homoafetivo de um dos membros da equipe da escavação, a doença da personagem, os dilemas do filho da personagem. Enfim, eu queria saber sobre o que se passava na cabeça da Pretty ao ver seu sonho se tornando real, dos sentimentos do Basil diante da descoberta de tudo aquilo. O filme nem mostrou O capacete de Sutton Hoo e os demais objetos que foram encontrados e hoje fazem parte do museu britânico.
Açucena
3.2 7Isaac Donato entrega o filme curioso: a história sobre uma mulher idosa, de 67 anos que a cada aniversário comemora como se tivesse 7. O longa concentra-se em grande parte no momento de preparação da festa, nota-se que, essa preparação não é feita por Açucena, mas sim, por seus vizinhos fiéis. O jeito que eles falavam dela parecia remete a uma figura onipresente, e foi assim, em boa parte do filme, porque, todos conheciam bem o que ela gostava e deixava de gostar, mas ela neste momento que antecede a confraternização ficou em falta. Acredito que a ênfase na primeira parte do filme em cada detalhe poderiam ser mais enxutos.
A ideia de resgate aos vilarejos interioranos é interessante, pois mostra a união das pessoas, o cuidado, o interesse, a vontade pelo festejo. Isso é Brasil e isso me agrada muito. Só que o clima de suspense em torno da personagem me incomodou, a todo momento eu queria saber logo quem era e o porquê de seus gostos tão peculiares (como o porque da ordem para expor as bonecas na cama, porque a devoção pelo rosa entre outros).
Chocante
2.6 93Pior recomendação de filme que já tive.
Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
3.8 3,4K Assista Agora"E você, conseguiu o queria desta vida, mesmo assim?
Eu consegui.
E o que você queria?
Me chamar de amado, para me sentir amado na terra".
Alejandro G. Iñárritu foi muito feliz em roteirizar e produzir essa obra prima!!!!
O filme é sobre um ator Riggan Thomsonque (Michael Keaton) que está em "decadência" na carreira, após passar grande parte dela dando vida ao Birdman, o aclamado super herói. Ele se vê diante da possibilidade de provar para todos que ele é um ator capaz de representar outros papéis e dar vida a outras histórias, mas ao invés do cinema, ele escolhe o teatro. Apesar do enredo ser simples, a história não é tão simples assim e a sua condução pode parecer um tanto confusa para alguns, porque o filme tem um plano-sequência e, olha não teria como ser diferente! A história flui de uma maneira que prende até o último segundo.
O filme me lembrou muito a produção do Cisne Negro (Darren Aronofsky), pela dedicação do personagem e, também, por ser um pássaro que conduz a história. Valeu todos os prêmios ganhos na temporada 2015, inclusive, os Oscars melhor filme e melhor roteiro original.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraO filme narra a história do relacionamento de Joel Barish (Jim Carrey) e Clementine Kruczynski (Kate Winslet), sob a perspectiva do término do casal. Após uma discussão fora de hora, r um pouco banal, Clem toma a decisão de romper com Joel e para acelerar o período de sofrimento pelo ex-namorado, ela decide se submeter ao experimento de limpeza de suas memórias deste relacionamento em específico. Joel, apesar de estar abalado, busca se reconciliar com Clem, mas o improvável ocorre: ela não se lembra mais do amado. Arrasado e à procura de explicações, Joel descobre por um amigo que ela tinha feito este procedimento. Então, ele busca a clínica para ter mais esclarecimentos e se sente convencido a fazer o mesmo.
Essa escolha é motivada pela raiva e pelo sentimento de vingança. "Ora, se ela foi capaz de fazer isso, porque eu irei ficar aqui me recordando dela?" Ele se prepara para colocar um fim em definitivo naquilo tudo. E assim, o romance, bem como eles se conheceram, o que os aproximava, e, também, aquilo que os distanciadas são mostradas, por meio das memórias do Joel, que em determinado momento se funde as memórias de Clem. Essa "viagem" pelo hipocampo do personagem nos releva as imagens que modificam o seu sistema límbico fazendo-o reviver todos os sentimentos que ele teve durante a vida: momentos da infância, desejos, vergonhas, humilhações, felicidades e tristezas levando o personagem a compreender que ele foi feliz e aquela mulher, apesar de todos os defeitos, foi uma potência para ele se abrir a novas perspectivas da vida, ou seja, perspectivas essas que só fazia sentido, se ela estivesse ao seu lado. E, assim, ele decide boicotar o experimento.
sem sucesso
E por isso, o filme é tão fantástico: a atuação incrível do Jim Carry (eu amo as atuações dele em drama) somada a da Kate nos rende reflexões e sentimentos de como lidar com tudo aquilo e se formos pensar que a gente passa por decepções e tristezas, constantemente, será que teríamos coragem de apagá-las? Fantástico!
Raya e o Último Dragão
4.0 647 Assista AgoraFoi uma felicidade assistir a animação no Dia Internacional da Mulher!
Carlos López Estrada e Don Hall apresenta uma história que traz uma protagonista e em cima dela vem desenvolvendo-a de forma que parece que ela irá conseguir resolver todas as atrapalhadas que fez no passado. Mas, ao longo da história vi que ela divide esse protagonismo com a Namaari.
A forma como "o dragão" - ao meu ver se parece mais com um unicórnio - me surpreendeu! É a primeira vez, que vejo sendo representado pela figura feminina e a Sisu é legal demais! Amei o estilo hippie.
A mensagem sobre a necessidade de confiar nas pessoas, sobretudo, oferecer segundas chances me geraram conflitos rs. Ainda mais, quando
Namaari atira em Sisu, pow ali eu achei muita sacanagem. Apesar de Sisu ser um ser mitológico, a Raya sabia que ela iria trair a sua confiança, depois ela transferiu a culpa para a Raya, quando elas começam a lutar de novo. Mas, no fim, achei justo ela fazer a reparação com os pedaços da pedra, afinal ela que provocou todo aquele caos.
Por fim, amei os gráficos, estão muito realistas nas expressões dos rostos, na chuva que molha o cabelo no pelo da Sisu.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraGreta Gerwig atualiza os clássicos sobre adolescentes, mas sem aquelas piadas infames sobre o biótipo das personagens, sem a sexualização da protagonista e sem as "disputas" entre os populares vs nerds e isso traz um tom mais real e menos caricato sobre o período da adolescência.
Não sei a dinâmica das escolas americanas mudaram, ou o fato deste filme trazer uma escola confessional, ou seja, católica ela se difere muito da ideia de como são as escolas americanas dos clássicos sobre a temática do final dos anos 90 e início dos anos 00.
No mais, gostei da maneira que os conflitos foram abordados e a condução da história.
O Franco Atirador
4.0 358 Assista AgoraMichael Cimino em um ato corajoso e, completamente, destemido expõe a sociedade a sua percepção sobre a falida Guerra do Vietnã, em um momento, que os americanos buscavam se recuperar desta ferida. Ele consegue sem ensaios atingir vários pontos de vista, ou seja, daqueles que sem escolha partem para o confronto, dos que ficam diante da ausência, dos vários tipos de violência existentes em uma guerra (o fato dos soldados estarem munidos com armas e bombas, elas parecem pequenas diante do estrago que alguns atos podem causar na vida de uma pessoa, quando misturadas com o sadismo), a destruição social e, sobretudo, cultural de um país (as variadas filas de civis tentando fugir daquele caos, misturado a submissão de seu povo diante daqueles que estavam ali trazendo tanto sofrimento e dor), a anestesia daqueles que conseguem retornar para casa, porque biologicamente, não foi morto, mas, que já não ver a vida pulsar.
O enredo escolhido para trazer todos estes elementos foi primoroso: três amigos que dividiam a vida, o trabalho na metalúrgica na cidade, os momentos de lazer com as caçadas nas montanhas, os amores, no caso de Mike e Nike, o festejo! Como eu achei lindíssimo o casamento, os detalhes da igreja, a participação dos amigos para que tudo fosse feito da forma que o amigo planejara, apesar de se sentir triste por causa dos detalhes com a relação com aquela mulher. A festa foi uma digna despedida! A alegria, a dança, a união, ali foram destacadas, principalmente, o carinho e a lealdade que eles compartilhavam.
quando os noivos vão tomar o vinho na taça compartilhada e a noiva cai na “maldição” da superstição ao deixar derramar em sua roupa as gotas de vinho, não só simbolizou que a vida do casal estaria “marcada” para sempre, como demarca o sangue que será derrubado logo em seguida.
As poucas cenas no Vietnã propriamente dita trazem uma outra face da violência da guerra e também do descompasso entre ambos, enquanto de um lado os americanos queriam matar rapidamente do outro a escolha era torturar e matar aos poucos. A roleta russa, ao mesmo tempo que usada para punir os inimigos, é usada para divertir um povo doente que mata seus conterrâneos a troco de dinheiro. Triste, sombrio e que sacada do Cimino, ao imergir o personagem Nike neste abismo.
Nike se sucumbe a este caos. Ele ganharia fácil a confiança dos chefes daquele “jogo”, tendo em vista a sua astúcia e, sobretudo, pelo fato dele ser americano, a sua morte seria a glória, por isso, era tão "valioso"
Bom, o filme é fantástico, acredito que outro filme sobre guerra que tem o mesmo poder de impacto como esse é a Lista de Schindler, 1993 (Steven Spielberg). Acredito que todas as minhas expectativas de filme foram inteiramente contempladas. A fotografia é incrível, o enredo da história, a condução, os cenários, os picos de emoção, a atuação dos atores a fidelidade aos fatos apresentados. Incrível.
Proibido Nascer no Paraíso
3.7 5A estreia será em alguma plataforma?
O Diabo de Cada Dia
3.8 1,0K Assista AgoraAntônio Campos apresenta a história de um soldado que retorna da guerra e encontra no café uma atendente que seria, a partir de então, dona do seu amor. Apesar de sua mãe ter feito uma promessa para Deus, para trazer para a casa seu filho que estava em meio a guerra. E, a partir, deste enredo o diretor aborda uma sequência de desdobramentos que se misturam com a causalidade, a consequência de atos, aparentemente, individuais, mas que reverberam na vida das pessoas que residem naquele vilarejo e tudo isso sob a perspectiva do fundamentalismo religioso.
Aqui as figuras religiosas dos pastores são expostas no seu âmago mais cruel: aqueles que engana, violenta, exclui, confunde e que penetra na vida das pessoas de tal modo que as paralisa. Em face, de pessoas que apesar de terem sido doutrinadas desde pequenas para seguir os dogmas religiosos, se mantém sob estado de alerta entre o que é dito e a realidade das quais vivem. O pequeno Arvin Russell representa isso, sendo o pêndulo da história.
Todos os meus sentimentos foram tocados: a raiva, a compaixão, o asco, a revolta, a compreensão, o afeto mérito das excelentes atuações.
Junho - O Mês que Abalou o Brasil
3.9 67 Assista AgoraEu vivi e isso basta!
Uma pena que o movimento foi inteiramente desligitmado e tomou outros contornos provocando um abismo na política nacional.
Garapa
4.3 153 Assista Agora"Existe vários Brasis dentro do Brasil." Cada qual com realidades inimagináveis.
O Dilema das Redes
4.0 594 Assista AgoraEste documentário é uma utilidade pública, parafraseando Arnaldo Jabor, que em 1999, disse: "O computador foi criado para resolver problemas que não tínhamos". Eu diria que as redes sociais foram criadas para potencializar a falsa ideia de união, tão comum e vendida entre as pessoas. Elas expõe essa fragilidade, ao permitir a articulação da população global, são costumes, culturas e diferenças diversas que as pessoas não são capazes de lidar.
Jeff Orlowski foi muito sagaz em produzir este filme/documentário durante o auge das redes sociais, sobretudo, em meio a pandemia do coronavirus e que elas se tornaram o elo dos relacionamentos. Os relatos dos engenheiros, produtores de conteúdos e demais funcionários e ex-funcionários das mais famosas plataformas digitais que dispomos são primorosos. O paralelo da família que é atingida diretamente pela tecnologia, é uma ilustração do dia a dia de todos nós, em maior ou menor grau.
Acredito que, as redes sociais, só potencializaram aquilo que já permeia a sociedade. As manipulações, padrões, intolerâncias, bolhas, violência e golpes só ganharam um terreno fértil para atingir as pessoas em larga escala. Mas, pouco evolui do que as sociedades, hoje globais são, A diferença é que há quem lucre com isso. Apesar dos alertas de saúde mental, principalmente, para as crianças e jovens sempre foram ignorados. Afinal, ao invés de uma babá eletrônica, agora tem o Youtube que é mais acessível, barato e pode estar a disposição das crianças quando elas bem entender. É só pesquisar qual é o pública alvo dos tablets.
Apesar dos duros casos que são noticiados, cotidianamente, sobre difamações, crimes, golpes, exposições sexuais de outras pessoas. As redes sociais, só ganharam a importância que precisam, após a propagação das fake news que emplacaram a eleição presidencial americana. Depois deste evento, percebo que houve uma mudança de olhar para essas plataformas, inclusive, mais cobranças e sanções por vendas e exposições dos dados de seus usuários.
O Balão Vermelho
4.4 239 Assista AgoraCheguei a arrepiar, magnífico!
Uma pequena história que se faz grande pela imensidão, que conta o belo encontro de um menino e um balão vermelho que estava preso ao poste de uma rua de Paris. Ao subir no poste este menino "salva" o balão que ia contra a sua natureza: voar, ou seja, ser livre. Após brincar um pouco com ele, o balão ao ser solto para tomar os céus o que lhe inerente. Ele surpreende o garoto e passa a "persegui-lo" pelos lugares, fazendo companhia e alegrando o menino. O que facilmente despertou nos adultos e crianças a ira, o ódio, o desejo de exterminar aquilo, revelando como o ser humano é tão mesquinho, ao ponto de destruir a felicidade do outro, apenas pelo seu bel prazer.
O final é arrebatador: não há maldade que perdure.
Estou Pensando em Acabar com Tudo
3.1 1,0K Assista AgoraAssisti no filme com a expectativa dele ser um terror psicológico, que foi se confirmando até eu perceber que não era exatamente isso, uma pena, porque seria fantástico que fosse. Apesar da qualidade dos diálogos, não consegui chegar a tamanha abstração e não foi por falta de tentativas rs
Amargo Regresso
3.8 62 Assista AgoraHal Ashby apresenta em "Comingo Home" um filme que vai ao encontro do movimento criado após o grande período da Guerra do Vietnã (1955 - 1975), pelo cinema americano. O diretor ao invés de gravar as cenas de combate dentro dos campos de batalhas, que são verdadeiros mortíferos, focaliza a narrativa em um aspecto curioso e pouco abordado o - pós guerra de militares ex-combatentes - que doam suas vidas em nome da honra de seu país. Muitos desses soldados quando não são mortos, são duramente atingidos pela guerra seja psicologicamente ou fisicamente.
Ashby insere essas duas agressões na tela sem rodeios, após a partida do oficial Bob Hyde (Bruce Dern) rumo ao Vietnã, a sua mulher Sally (Jane Fonda), decide encontrar no trabalho voluntário no hospital de veteranos, um sentido para seus longos dias de espera do retorno do seu marido para casa.
Sally, aos poucos, foi se descobrindo em meio ao trabalho realizado. O drama vivido pelos ex-combatentes revelam o quão foi cruel a guerra. Ao conhecer Luke Martin (Jon Voight), um paciente um tanto quanto "revoltado" - com toda razão - pela sua condição física atual, ela se rende a transformação do tempo e passa a realizar incríveis mudanças. Ao invés de aguardar o marido para comprar o carro desejado, ela mesmo o faz. Muda o estilo do cabelo, muda-se para mais próximo da praia - aproveitando a companhia de uma amiga que fez, assim, que o seu marido partiu - e se rende a uma paixão, com Luke Martin.
Achei um retrato sensível e um tanto inusitado para a época, porque, além de apontar o quão danoso foi e, de certa maneira, é a guerra (muitos filmes vão exibir esses danos pela perspectiva do soldado). Ahsby traz a perspectiva da mulher, da esposa, da namorada, ou seja, da figura feminina que apesar de não lutar no campo diretamente, encara a luta da espera. Algo que não é muito pensado ou refletido, sobretudo, porque há uma imagem consensual da mulher em compasso de espera. Ela precisa estar sempre a espera do retorno do homem que parte, seja ele vivo, morto ou doente. Para isso, é necessário anular-se ou travar lutas contra o desejo, a vontade, o amor e a vida que pulsa. O filme brinca com a moralidade, com a fidelidade, com o amor e a renúncia.
Os 7 de Chicago
4.0 582 Assista AgoraAaron Sorkin deu aula de história com este filme, simples assim.
O filme retrata a confluência política dos americanos na década de 1968. A partir da escolha de incriminar sob o viés político oito jovens Tom Hayden (Eddie Redmayne), Rennie Davies (Alex Sharp), Abbie Hoffman (Sacha Baron Cohen), Jerry Rubin (Jeremy Strong), David Dellinger (John Carroll Lynch), John Froines (Danny Flaherty), Lee Weiner (Noah Robbins) e Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II) manifestantes por incitar um confronto entre civis e policiais, injustamente. Como um excelente longa de uma história real, as fotos originais bem como os vídeos foram incorporados à película, criando um único estado e favorecendo a realidade das atuações que foram fidedignas ao ocorrido.
Em um longo julgamento os oito indiciados foi um teatro. Com a promotoria já corrompida a justiça foi anulada, porém, encenada de forma inescrupulosa pela promotoria e, principalmente, pela figura do juiz que presidiu o julgamento. Não obstante, foi revelada o quão é seletiva e estruturalmente racista para com os cidadãos. Até o conceito do que é cidadão é posto em jogo, quando um cidadão negro tem o seu direito silenciado.
Sem nenhuma surpresa, com exceção de Bobby Seale (Yahya Abdul-Mateen II) que teve pedido de exclusão da acusação pela promotoria, após vários atos racistas pelo juiz, que acatou o pedido.
O Céu Pode Esperar
3.2 49 Assista AgoraO céu pode esperar? No caso do jogador de futebol americano Joe Pendleton (Warren Beatty) sim. O atleta que se preparava para, enfim, jogar a partida da sua vida teve seu sonho interrompido abruptamente. E aconteceu o mais improvável, sua morte estaria programada apenas para 2025, é engraçado ver que em 1978 (ano de gravação do filme), o século XXI era visto como muito distante.
Bom, diante deste equívoco, Joe fez tentativas - engraçadas - para retornar para a terra. Mas, com a impossibilidade de retornar com o seu corpo que já havia sido cremado, ele junto com os agentes do céu começou a estudar em qual vida e corpo seria mais apropriado e interessante para reencarnar.
Durante esses estudos, Joe foi pego por um senso de justiça que o encorajou a encarnar na pele de um grande empresário, para fazer uma reparação na vida de uma mulher, Bety Logan (Julie Christie). Ela estava sendo prejudicada pelos empreendimentos deste empresário que, concomitantemente, estava sofrendo tentativas de assassinato por sua mulher e seu amante. Com esse objetivo claro, a vivência de Joe na mansão rende cenas engraçadas e inusitadas pela situação. Até que os agentes do céu consegue encaixá-lo em um corpo com uma história e uma trajetória semelhante, para que ele retome a sua vida normalmente. Na verdade, quase, porque em um encontro "por acaso" com Bety, Joe ativa uma lembrança com ela e assim eles terminam juntos.
O filme oscila entre um drama e tragicomédia, alguns momentos são melancólicos e outros super engraçados, algo parecido com a vida mesmo.
Resgate
3.5 803No início achei um filme bem clichê: ação em que o tira vai "salvar", "socorrer", "proteger" alguém, o que me fez demorar a embarcar na história. Bom, este no caso, produzido por Sam Hargrave conta nas entrelinhas a história de três pais, o personagem principal Tyler Rake (Chris Hemsworth), Saju Rav (Randeep Hooda) e Ovi Mahajan Sr. (Pankaj Tripathi) que tem seus destinos definidos ou pré-definidos pela busca de Ovi Mahajan, filho de Ovi.
A história ocorre na cidade de Bangladesh, com um trânsito tanto quanto caótico favorece cenas de ação e suspense que surpreende muitas vezes, com carros que acertam alvos ou que atropelam "sem querer" os personagens que estão em luta corporal intensa. A cidade é comandada por um chefe do crime organizado: Amir Asif (Priyanshu Painyuli) que para punir Ovi sequestra o seu filho, porém, Ovi ordena que seja contratado um serviço de operação para resgatar seu filho. Nisso Tyler entra numa "missão suicida" de busca desfreada pelo garoto.
Durante as cenas é notável as diferenças sociais, as crianças eram preparadas para atirar, manusear armas, enquanto Ovi Jr. dedicava-se aos estudos e aos esportes. Mas, apesar de seu pai querer que ele tenha uma vida diferente. Ele acaba por cometer alguns delitos para manter a sua sobrevivência, tal como as crianças que são aliciadas por Amir. Destaco o protagonismo feminino do longa que surpreendeu positivamente.
Bom, o final ficou em aberto e devido ao grande sucesso que foi este filme, em 2020. Ele ganhará uma continuidade. Filme lançado no ápice do lockdown da pandemia do novo coravírus rendeu a Netflix records de visualização.
A Voz Suprema do Blues
3.5 541 Assista AgoraGeorge C. Wolfe narra a dura história de violência, segregação, preconceito sob o manto da rainha do blues, Ma (Viola Davis). A princípio, achei a sua presença exagerada e aos poucos fui compreendendo o cerne da narrativa.
Eu esperava ouvir mais músicas da Ma e sua banda, pois eu tinha a expectativa de assistir um filme autobiográfico. Contudo, no final percebi que a "Voz do blues" é a voz todos os negros, sobretudo, os americanos que estavam (re)existindo em uma sociedade que só via uma finalidade deles: extrair o que eles têm de melhor e claro dar novas roupagens.
Os relatos dos músicos reforçam essa ideia. É bonito ver a alegria e a felicidades que eles tinham em tocar e viver da música. Com certeza, essa era uma oportunidade de afastar os demônios, as mágoas, as tristezas. Mas, menos para Levee (Chadwick Boseman) que muito traumatizado e atordoado tinha seus traumas aflorados pela impossibilidade de ser reconhecido tal como desejava, ser um músico reconhecido.
O que me incomodou no filme foi a falta de união entre os músicos. As atitudes rudes de Ma para com seus semelhantes, para mim, são injustificáveis. Porque me faz pensar que toda a imposição que ela tinha frente as pessoas brancas, era uma vontade de ser aceita e não, necessariamente, uma forma de "mostrar como ela deve ser respeitada", como ela tentava passar para as outras pessoas. Enquanto o seu empresário e o dono da gravadora, apesar de estarem em lados opostos se entendiam e faziam concessões entre si.
No fim, tanto Ma quando Levee se subordinaram a ordem predominante: Ma ao ceder os direitos de uso da sua voz a gravadora e Levee ao vender - contra a sua vontade - as músicas que compôs.
O final todos nós sabemos, eu conheci o gênero blues a partir de vozes de cantores brancos.
O Expresso da Meia-Noite
4.1 476 Assista AgoraAchei incrível o filme, ainda mais, por ser baseado em uma história real.
Para os parâmetros da época, final da década de 70, Alan Parker entrega um obra crua tal como a história que a origina.
Acredito que o filme não objetiva julgar Bill ou o aquele lugar que o encarcerou, tampouco, condenar o país. Tal como é os filmes de histórias reais, a filmografia expõe o sofrimento dele e de outras pessoas e revela ao mundo uma outra perspectiva de punição. Sendo esta, extremamente truculenta que não considera os direitos humanos que são universais e nega o direito de reparação do erro da pessoa. Me senti sufocada ao ver que ele não entendia o que aquelas pessoas falavam e elas também não queria ouvi-lo. Ele ficou vários anos sem ao menos poder tentar se explicar é muito cruel!
A trilha sonora faz jus ao prêmio que recebeu, ela é muito boa. Eu me senti muito envolvida com o drama do personagem.
AmarElo - É Tudo Pra Ontem
4.6 354 Assista AgoraO documentário é muito didático e achei bonita a sua construção.
Mas, fiquei com a sensação de ser muito forçado e, ao mesmo tempo, ele faz um marketing sobre o trabalho do cantor. Isso é ruim? de maneira alguma.
Só me traz a sensação que ele conta a história se colocando como um - único resultado - de toda a luta que foi feita para ele se reconhecido no seu trabalho e ter acessos que são até hoje negados para uma - grande parcela da população brasileira: - a população negra.
Mas, ao mesmo tempo penso que este lugar é o daquele que oprime, exclui, segrega. Então, me questiono se é necessário estar nestes lugares. No mais, se faz necessário, principalmente, para a galera alienada neste país que trata tudo como "mimimi".
Enfim...senti falta da Elza Soares nessa história!
Sobre Meninos e Lobos
4.1 1,5K Assista AgoraO longa conta a história cruzada de três amigos de infância: Jimmy, Dave Boyle e Sean, que apesar de adultos compartilham um drama com um clima de suspense para o desvendamento de três ocorrências durante a trama. A primeira é quando um dos amigos, Dave Boyle ainda criança, é raptado e brutalmente abusado durante dias. O segundo, já na segunda parte do filme, o assassinato de Katie filha de Jimmy(Sean Penn), e, concomitantemente, o assassinato de um estuprador.
A história ficou muito bem construída e desde o princípio leva o telespectador para conclusões que só ao final serão ou confirmadas ou totalmente frustradas. No meu caso foram frustradas rs, acredito que o filme foi construído para
incriminar Dave, sempre quando o aparecia era em meia luz ou no breu, enquanto, Jimmy e Sean estava sempre em espaços iluminados.
Clint Eastwood me tirou completamente do lugar com este filme. Como os comentários abaixo, fiquei frustrada com o final do filme. Acredito que agora, ao invés de só Dave sofrer com o que sofreu. Sean e Jimmy carregaram a culpa pelo seu desfecho, apesar de demonstrarem que seguiriam a vida em frente. Dave também, tentou seguir em frente com a dor que carregava, mas foi consumido pela solidão e pela a incompreensão das pessoas.
A Mula
3.6 355 Assista AgoraNão importa o que seja feito para quem amamos, ainda será pouco.
Filmaço!
A Escavação
3.5 215 Assista AgoraO filme é sobre uma história real de uma das descobertas mais fantásticas da humanidade: a descoberta do Tutancâmon Britânico, em uma época que não havia equipamentos e disponibilidade técnica e científica para tal feito. E isso, foi revertido pela confiança de uma mulher (Pretty) que havia sonhado que encontraria um sítio arqueológico e do trabalho desempenhado de um simples escavador do vilarejo, Basil Brown.
A pesquisa feita por este homem em conjunto de técnicas elementares trouxe a tona uma história soterrada. Porém, o reconhecimento do feito só foi realizado tardiamente, revelando o quão grande é o ego do academicismo que despreza os saberes populares. Todo o esforço de Basil que, certamente, contribuíram para o desenvolvimento de métodos, pesquisas e técnicas arqueológicas foram suprimidos.
A história é fantástica, mas a forma que o Simon Stone apresentou é desanimadora. O roteiro é confuso, ao invés de focar na história central, ele mistura diversos acontecimentos: a guerra, o relacionamento homoafetivo de um dos membros da equipe da escavação, a doença da personagem, os dilemas do filho da personagem. Enfim, eu queria saber sobre o que se passava na cabeça da Pretty ao ver seu sonho se tornando real, dos sentimentos do Basil diante da descoberta de tudo aquilo. O filme nem mostrou O capacete de Sutton Hoo e os demais objetos que foram encontrados e hoje fazem parte do museu britânico.