Passados 16 anos da estreia de Constantine que eu vou assistí-lo. Mas, antes tarde do que nunca! rs
Francis Lawrence fez uma adaptação do personagem da DC Comics, John Constantine, protagonista da revista Hellblazer. Bom, eu nunca li essa HQ. Então, a minha experiência com o filme foi baseada apenas o que produzido e apresentado em tela.
John Constantine (Keanu Reeves) é um exorcista e um fumante compulsivo. A construção do personagem eu achei curiosa, porque ele é um exorcista, mas não é um padre, apesa de não ser todos os padres, que são exorcistas. Então, isso ficou confuso para mim. O filme traz uma atmosfera bíblica. A dualidade entre o bem(céu) e o mal(inferno) de uma forma demarcada. O personagem parece estar entre os dois mundos, mas ao longo do filme é possível perceber que não é só ele. Todos os humanos, segundo a perspectiva do longa, estão sob as influências do céu e do inferno, mas não têm consciência disso. Isso fica claro quando somos apresentados a história da Angela Dodson (Rachel Weisz) e depois sendo revelados a sua irmã, Isabel Dodson(Rachel Weisz).
O filme foi corajoso em trazer o anjo Gabriel na figura da Tilda Swinton, que está maravilhosa e entrega muito o bem o personagem que se corrompe ao viver uma vida "mundana". Ademais, trazer cenas que aludem ao inferno, mas em nenhum momento trazer a perspectiva do céu, achei bem interessante. Porque é difundido pelas doutrinas religiosas uma certeza tão grande do que é o inferno e suas 'figuras" e ao mesmo tempo o céu é sempre tido como bom, mas nunca é aprofundado o que tem ou não lá, sobretudo, o que é esse "bom".
O filme é interessante, mas não sei se ele vale toda a fama que tem.
Ari Folman senta aqui, vamos conversar umas coisinhas?
Gente! Que filme, é esse? HUASHUhuahs
A premissa do filme é incrível. Eu comecei a assistir pensando que seria uma coisa e terminei impressionada com o que assisti. Uma atriz, Robin Wright, em decadência, mas não é exposto o porquê, além do Al, seu agente, expor que ela tomou decisões erradas ao longo da vida e o dono da Miramount justificar o seu envelhecimento como algo que irá comprometer ainda mais a sua carreira com o passar dos anos.
Ao concordar em digitalizar a sua imagem para sempre. Robin estaria impossibilitada em atuar em qualquer tipo de peça de teatro, filme, televisão, porque a sua imagem, agora, digitalizada iria realizar todo e qualquer tipo de trabalho fílmico sem a necessidade da sua atuação.
Mas, após essa digitalização, somos apresentados a Robin do futuro, sob uma perspectiva animada e totalmente alucinógena. Ao passar uma guarita no meio de uma estrada, Robin, agora mais velha toma uma pílula e ela submerge a um outro universo. Esse universo é animado e surrealista e conta com várias referências de outras animações de estúdios famosos, na qual, já estamos habituados: Disney, Studio Ghibli entre outros. Ao que parece ser um sonho, vai se tornando um pesadelo para a personagem e somos levados a praticamente um live action de sua vida.
Eu amei os diálogos existencialistas misturados ao universo surrealista, que a personagem se inseriu ao longo do filme. A valorização do humano, o reconhecimento da mulher, os dilemas do filho que ela cria sozinha vão sendo misturados ao seus dilemas pessoais e profissionais. Mas, nada no filme é conclusivo. O que o torna confuso.
Este era um filme que eu queria assistir faz muito tempo, mas sempre deixava para depois. Até que, enfim, o momento chegou e marcou o aniversário de nascimento do cineasta genial, Alfred Hitchcock. O roteiro é simples, mas, o filme está longe de ser simplório. Marion, a famosa secretária, regada pelo amor e pela cobiça furta 40 mil dólares da imobiliária que trabalhava. O que é mais incrível é que temos apenas uma ideia do que é este furto. Mas, diante dos acontecimentos, a gente não sabe se ela roubou por esse motivo ou não. Tenho a sensação que o filme não termina e isso demonstra a genialidade do seu diretor.
A temática sobre personalidade que hoje, na contemporaneidade, é tão explorado pelos filmes de suspense e terror. Foi apresentado pelo Hitchcock, de forma, que revolucionou o jeito de fazer, pensar, assistir cinema. A atuação dos atores é maravilhosa. Eles crescem ao longo do filme. O final é surpreendente! Ainda bem, que consegui assisti-lo sem spoiler!
Ele é atemporal, tal como, muitos outros da época. Dá gosto de assistir um filme assim.
Estava ansiosa para assistir esse filme, mas as expectativas baixaram muito após eu ver a nota que foram atribuídas aqui no Filmow. Eu gosto dos filmes do Shyamalan, mas esse não tem como gostar não. Pelo trailer eu esperava uma coisa e quando eu terminei de assistir, eu não entendi muito bem rs.
O roteiro tinha tudo para ser fantástico, a premissa é interessante e a evolução do tempo poderia ter sido trabalhada, de forma, excepcional. A ideia de casais irem para uma ilha paradisíaca e ali viverem a transformação abrupta do tempo é incrível para se pensar a nossa sociedade atual, que buscar burlar as ações do tempo, ao fazer uso toxinas e procedimentos estéticos, afim de, amenizar as ações do tempo.
Eu estava com essa expectativa, mas, foi frustrada porque o filme encaminhou para outro caminho, que ao meu ver não foi legal. Pensei em dizer que foi mal executado, mas estaria mentindo, foi bem executado, porém, desinteressante de se ver. O final foi previsível e falho, ele deu gancho para o desenvolvimento de uma continuidade. Se o roteiro tivesse continuado a explorar sobre a aceleração do tempo, ao invés de um experimento, que convenhamos a explicação foi bem pífia. Teria sido um dos melhores filmes da temporada 2021. Maaaas, não rolou.
Confesso que o filme não prendeu a minha atenção no primeiro momento. Então, tive que assistir de forma parcelada. Aos poucos eu fui entrando naquele universo que o Enrico Casarosa criou e a primeira coisa que eu notei e acho que merece a devida atenção é o fato do diretor inserir no filme os elementos da sua origem espanhola. Primeiro pelo título, depois pelos nomes dos personagens, as tradições da pequena ilha, a trilha sonora, tudo faz referência a Espanha. Para um filme da Disney eu achei isso bem significativo.
Quanta a história eu achei maravilhosa esse jogo entre monstros marinhos x humanos. Aqui eu vejo que os monstros marinhos nada mais é que a face oculta dos humanos. Aquele que se rende a natureza e suas preciosidades, mas que ao mesmo tempo destrói, mata, aniquila, segrega. Ademais, os “monstros” marinhos revelam os preconceitos que a sociedade humana acumula, porque se formos pensar, os personagens só voltam a serem “monstros marinhos” quando é percebido a intolerância dos humanos para com eles, e água que para muitas tradições significa a pureza é capaz de “revelar” este outro lado. O lado sombrio que todos nós carregamos.
Eu li muito sobre a possibilidade de Luca ser a animação de “Me chame pelo seu nome” (2018) – inclusive, o nome do diretor é Luca Guadagnino - e eu gosto dessa comparação e a acho acertada! A construção da amizade, do carinho e dos sonhos pelo Luca e Alberto durante o filme é linda demais. A cena final, para mim, é praticamente a releitura do filme do Guadagnino.
Além, desse processo de autoconhecimento sobre a sexualidade, o filme surpreende ao deixar a mensagem sobre o respeito às diferenças sejam elas físicas, intelectual, de mundo e ideias. O recuo dos pescadores quando tiveram a oportunidade de ceifar a vida do Alberto reflete muito isso: o “monstro” que na verdade é apenas uma espécie diferente, não provocava o mal, como eles pensavam. Aquele povo estava, na verdade, invadindo o espaço que não era deles, e os ataques que ocorriam como forma de proteção ajudou para perpetuar essa ideia de “monstros” marinhos. Mas, logo isso, cai por terra, porque o monstro só é um monstro até eles terem a oportunidade de conhecer quem era – e incrivelmente, esses monstros também eram metade humanos – com isso, me questiono? Será que o Casarosa passou a mensagem de aceitação e tolerância ao diferente ou os personagens só foram tolerantes e aceitaram Luca, Alberto e família porque eles eram semelhantes aos humanos? Esse questionamento é importante de se pensar.
Assisti o documentário em sua homenagem e ele é bem diferente da biografia que foi divulgada no ano seguinte ao falecimento dela. É Interessante de vê-lo, porque Asif Kapadia nos mostra como a família dela foi negligente com o seu sofrimento. Poxa, ela viveu o inferno na terra, imagina ter a sua vida exposta completamente, em função do seu trabalho. A música perdeu uma das maiores vozes femininas da contemporaneidade e nós como público perdemos o talento nato de Amy para sempre.
Às vezes, penso que ela se entregou, porque cantar já não era um prazer como no início da carreira. Cantar virou uma obrigação, um triste compromisso que iria satisfazer a necessidade de os tabloides vender sobre o seu estado de saúde, sua performance musical, sua fisionomia. Infelizmente, o amor da vida dela, o Blake, só trouxe ainda mais tumulto para uma vida que precisava, merecia e ansiava sossego.
É triste pensar, que há dez anos, as pessoas não se preocupavam com a saúde mental, tal como, é nos dias atuais. É triste pensar, que Amy partiu com apenas 27 anos de idade. Eu tinha 18 anos na época. Amava seus looks e copiava vários. Passados esses 10 anos, vejo como ela teve o seu direito de viver negligenciado, tanto pela família, quanto por aqueles que diziam seus amigos.
Eu amei os vídeos dela. De vê-la como se sentia diante daquilo tudo. Muito se mostrou da Amy durante seu auge musical, poucos puderam ouvi-la, senti-la e compreende-la.
Logo, no início do filme eu tive alguns sentimentos que foram transformados ao longo do filme, primeiro eu senti muita antipatia do protagonista, Will Huting (Matt Damon). Parecia que a todo momento ele queria mostrar que sabia, que era melhor como forma de se autoafirmar, mas, com o tom esnobe: “sei, não me esforço para saber e dou a mínima para isso). Enquanto, educadora, me identifiquei logo com o professor de Matemática Prof. Gerald Lambeau (Stellan Skarsgard), que ao perceber o talento diante dos seus olhos quis logo “ajudar” a lapidá-lo e assim transformar a vida daquele garoto.
Isso foi transformado ao longo do filme, primeiro que para ajudar outra pessoa é necessário que ela queira mudar. Às vezes, as pessoas podem ser muitas coisas, desenvolver habilidades, conhecimentos e comportamentos que temos a certeza que será bom para ela. Mas, essa atitude, muitas vezes, desrespeita a alteridade do outro. Esse comportamento só ficou evidente, para mim, quando o Sean Maguire (Robin Williams) entra em cena. Olha, que saudade me dá do Robin. Todo papel que ele interpretou parece uma aula de vida. Neste filme ele esbanja! Ao acolher, ao ouvir, ao se conter e se exaltar com as provocações do Will e, com isso, ele mostrou o quanto somos humanos e falhos. Eu amei. A interpretação dele nesse papel, especificamente.
Eu pude compreender o Will com sob outro olhar na medida em que suas questões do passado e outras do presente foram sendo reveladas. E sabe, o personagem expõe algo que a academia não reconhece: o saber, bem como, o conhecimento não é específico ou restrito as Universidades/Faculdades. As pessoas por mais humildes que sejam são capazes de saber tão quanto os acadêmicos. O filme é certeiro nisso.
Por fim, achei emocionante a história! Destaco a maturidade do Matt Damon e do Ben Affleck em construir esse roteiro tão coeso e maduro.
Ser cringe com orgulho é ter um clássico cinematográfico para chamar de seu.
James Cameron realizou um projeto incrível e surreal com a produção de Titanic. A reprodução do afundamento do navio que marcava o auge do desenvolvimento inglês do século XX foi primorosa, rica em detalhes e o romance, apesar de fictício, nos apresentou elementos culturais daquela época - a belle époque - marcada pela hierarquia de classes, onde o requinte cultural se resumia as viagens, iguarias alimentares, a boa música (clássica) e o casamento almejando os bons dotes familiares.
A história do navio para mim é fantástica, principalmente pela forma que ele afundou. Até, porque ele não afundou de qualquer forma. Ele se enche de água, vira de bico (proa), se parte ao meio e daí afunda. O terror das pessoas em contato com aquele prelúdio da morte foi caracterizado de forma honrosa por Cameron, que não deixou passar despercebido que a temperatura da água era congelante, o medo dos personagens diante daquela tragédia. A complacência e aceitação de personagens como: o engenheiro do navio vendo que não foi capaz de construir um navio inafundável, apesar da crescente tecnologia da época, o capitão do navio que atônito parecia não acreditar naquilo que seus olhos viam. A caracterização dos personagens foi idêntica, ou senão, muuito parecida com a realidade.
O romance é uma história à parte e amarrou todo o enredo do navio de forma muito coesa. Esse fato minimizou um pouco a tragédia e o caracterizou, para sempre, como o filme e romance de uma geração. O filme venceu sete categorias do Oscar de 1999, merecidamente.
Esse foi um trabalho audacioso do diretor Richard Linklater: filmá-lo durante 12 anos enquanto seus atores passavam pela transformação do tempo. Achei sensível, delicado, instigante e fiel a realidade. Em tempos em que o envelhecimento se torna um tabu, filmes como este precisam ser assistido e até estimulados!
A história da família composta por Mason (Ellar Coltrane), sua irmã Samantha (Lorelei Linklater) a mãe (Patricia Arquette) e o pai (Ethan Hawke) que longe de ser uma família de comercial de margarina, enfrenta a separação dos pais enquanto os filhos são pequenos e a dificuldade da mãe em sustentar seus filhos diante dessa realidade. O que eu achei ideal, mas ainda um pouco fantasioso foi a relação entre o pai e a mãe após o divorcio. Eles, de fato, tem um clima muito amistoso e o pai consegue manter a sua relação com os filhos, por meio do esforço em cumprir os combinados de vê-los, acompanhá-los durante o desenvolvimento e sobretudo, agir como um pai. Isso eu achei incrível, porque da forma como foi apresentado parece que não houve essa quebra da relação entre os pais e filhos, que sabemos que é muito comum e é até normalizada.
se divorcia do segundo marido, após longos anos juntos e, assim, romper com a amizade construída pelos filhos dela e marido. Eu achei traumatica para as crianças e mostrou um outro lado sobre as novas configurações de família: como lidar com os filhos do conjugue, principalmente, quando o pai deles é violento e tem grande estima com os seus filhos. A carinha deles quando ela foi embora foi muito triste.
Vivenciar as transformações físicas dos personagens me aproximou muito deles é ter a dimensão do todo, é saber o porque cada um age daquela forma e o porquê. Achei fantástico isso. Os dilemas do Mason, da sua mãe e da Samantha são bem comuns e achei muito simples e singelo a sua abordagem. Gostei do filme e superou as minhas expectativas.
Não para deixar de dizer que ele é bem longo rs, senti essa dificuldade de manter a atenção durante todo o tempo, mas não vejo como poderia ser gravado sem o tamanho que é hoje, perderíamos muitos detalhes importantes.
American Sniper é baseado no livro homônimo do ex-atirador de elite Chris Kyle (Bradley Cooper), membro das forças especiais da marinha dos Estados Unidos. Chris um típico homem do estado do Texas relatou no livro a sua história, sobretudo, a sua atuação na Guerra contra o Iraque (2003-2011). Com toda certeza essa é a única guerra que acompanhei desdobramentos pelo mundo. Este também é o primeiro filme que assisto sobre essa guerra, especificamente. Apesar do longa focar na vida do Kyle ela não foi menos sangrenta, desastrosa e violenta que as outras.
Clint deu o tom de heroísmo a todo momento a trajetória de Kyle: o homem patriota que queria ceifar o inimigo. De certa forma, ele conseguiu ser bem atuante na caçada ao Osama bin Laden e seu grupo terrorista. Mas, achei sincera o olhar do Clint para o Oriente Médio. Ele não usou aquele filtro amarelo que estigmatiza os países e cidades não-americanos e nas poucas vezes que tentou retratar a cidade em que o Kyle estava em missão ele focalizou bem os desastres da guerra: as ruínas, as crianças que desde a tenra ora são recrutadas ora são tomadas pelo desejo de atacar aquele que destrói a sua cidade. O dilema das famílias que foram inseridas no meio do conflito a troco de nada e temendo a sua vida servia ao inimigo.
Assisti o filme sem saber que era uma história real e seu desfecho me deixou bem desconfortável. Não cabe a nós, enquanto, público julgar as atitudes do Kyle ele foi o que foi e também teve consequências sobre seus atos: como o distanciamento da família. Contudo, o desfecho da história me faz pensar, que apesar do fim da guerra e no caso o s americanos saíram "vitoriosos". Essa guerra continua na vida, na mente, no corpo de seus ex-combatentes. Esse pós-guerra chega a ser mais triste e dramático que a própria guerra em si, tanto para quem é declarado vitorioso quanto para aquele que perde.
Uma pena que tantas pessoas não tenham entendido este filme. Terry Gilliam, inspirado pelo curta metragem francês La Jetée (1962) do diretor Chris Marker, traz para o final do século XX uma história que define, muito bem, o contexto político da Guerra Fria. Quando as potências mundiais, simplesmente, se ameaçavam constantemente com embargos econômicos, bombas, balas e as temidas armas químicas. A primeira coisa, que lembrei quando comecei a assistir o filme foi este marco histórico, visto que, o mundo experimentava o período pós Guerra Fria. Nada mais interessante que um filme que venha provocar ou evocar as reflexões sobre o quão desastroso seria um vírus mortal espalhado pelo globo. Nós, agora, no século XXI, que fomos pegos de surpresa com o coronavirus, sabemos bem todos os impactos disso.
Voltando ao filme, o seu desenvolvimento é super interessante, mas exige concentração, por isso, achei ele cansativo. Fiquei bem cansada após assisti-lo.
Uma criança presencia um crime, tamanho trauma o faz lembrar desse fato para sempre. Mas, um homem, James (Bruce Wilis) é escolhido como voluntário para colher amostrar na terra e, assim, dar prosseguimento no estudo sobre como ocorreu o vazamento de um vírus que dizimou a espécie humana. Em uma das viagens a terra, neste momento os seres humanos estão no espaço. Ele ao invés de viajar para o passado ele chega ao futuro do acontecimento - do vazamento do vírus mortal - propositalmente ou não. Os acontecimentos dessa viagem má sucedida gera em James total descrença sobre o plano que o leva até ali. Considerado louco, ele é internado em uma clínica pisiquiátrica e tenta convencer a psiquiatra Kathryn Railly(Madeleine Stowe) e equipe que ele não é louco e busca salvar a humanidade. Perseguido como um criminoso esses fatos o faz confundir e chegar a conclusão de que os responsáveis pelo escape do vírus é o Jeffrey Goines (Brad Pitt ), porque ele é louco e, também, filho do cientista que pesquisava os vírus mortais. Mas, James está tão fragilizado emocionalmente que Kathryn "mata a charada", descobrindo quem realmente fez o vazamento do vírus. Assim, o filme retorna a imagem da criança presenciando o crime de um homem.
Isso eu achei FANTÁSTICO! O filme parece um grande devaju de uma criança que avista uma pessoa que parece conhecida. Muito boa essa sensação! As atuações estão primorosas. A mensagem do filme, para mim, é como somos levados a acreditar naquilo que parece mais fácil desconfiamos do óbvio, às vezes, estar certo de algo é ser rotulado como louco. Ainda mais se houver descobertas que são contra os interesses de muitos.
O Vendedor de Sonhos é baseado no livro homônimo do escrito Augusto Cury. O fato do livro ter sido traduzido para várias línguas e ter sido campeão de bilheterias deve ter estimulado o Jayme Monjardim a produzir o livro sobre a história. De ante mão, essa adaptação da história do Mestre - vendedor de sonhos - de Augusto Cury, ficou muito aquém do livro, mais muito mesmo.
A história é sobre um homem que vive nas ruas pregando palavras de amor, acolhendo as pessoas, em sua maioria, excluídas da sociedade: pessoas em situação de rua (adultos e crianças), ladrões, bêbados e potenciais suicidas. Este último é o gancho para a história de um renomado psicólogo Júlio Cesar que o mestre aborda prestes a tirar a vida. No filme a história do Mestre é revelada, por meio das lembranças do Mestre. Enquanto no livro isso só ocorre ao final da história.
O livro é muuito superior ao longa, que parece ter gravado apenas as frases feitas e reproduzidas com uma carga de emoção. Jayme como diretor de cinema se prova como um ótimo diretor de novelas globais. O cineasta força atitudes como o perdão, amor, e até suicido de forma bem banal. Além de romantizar a miséria como se fosse algo redentor. Ficou muito ruim a adaptação.
As Pontes de Madison é conhecido como um dos maiores romances do cinema, e olha não ouso discordar. Ao contrário da falsa ideia que tende a caracterizar a paixão avassaladora e até o amor como algo juvenil - os filmes de romance sempre dão ênfase a esse perfil - ele é algo que está presente em todas as idades e, independente, do estado civil da pessoa.
Por isso, entendo, que Clint aborda nesse filme justamente as dicotomias tão presentes durante a juventude - casado x solteiro, prisão x liberdade, desejo x culpa, - entre outras. Quando somos apresentados a Francesca é perceptível o seu descontentamento com aquela pacata vida, assim, que ela afirma que queria que os filhos estivesse fora - em comemoração aos dias em que a família iria ficar fora - e ela não sabia nomear esse desejo. Visto que ela na visão romântica estava ali completa e realizada com sua família. A chegada, quase por acaso, de Robert só vem revelar a infelicidade dela naquela linda fazenda. Ao contrário dos romances comuns do cinema, este não fornece dados prontos frutos de soluções mágicas para conquista ou ser conquistado. Isso foi o que mais me encantou: a sutiliza dos detalhes, as expressões, o espanto, o medo, o desejo que está presentes quando conhecemos alguém, que subitamente, parece "apertar" o botão na gente, para sensações que deixamos de sentir ao longo do tempo.
É de fato curioso, vê pessoas julgarem o filme com o falso moralismo um filme de 1995, só porque retrata de forma madura que o amor, o desejo, a vontade, os sonhos não morrem um com estado civil ou são, para sempre, restringidos a uma só pessoa. O filme demonstra aquilo que pode ocorrer com qualquer pessoa, em qualquer idade e sob vários aspectos, porque é humano.
Outra obra de arte produzida pelo Clint e que atuação da Meryl!
Para comemorar o dia do Cinema Brasileiro escolhi Permanência do diretor Leonardo Lacca e não me arrependi. O roteiro é muito simples: a estadia, incomoda, de Ivo (Irandhir Santos) na casa da sua ex-namorada Rita (Rita Carelli), na barulhenta São Paulo. Ivo é um fotografo pernambucano que viaja para a cidade, a fim de acertar os detalhes para a primeira exposição de suas fotografias. Ao recursar o hotel oferecido pela galeria responsável por expor suas fotos e ir para a casa da Rita ele busca mesmo sem admitir, uma forma de (re)aproximar a ex-amada novamente. Mas, ao contrário do que pode parecer, ele não consegue abertura para isso.
Então, instaura um clima estranho entre Rita, Ivo e Mauro (Sílvio Restiffe). Rita se vê balançada pela presença de Ivo, mas ao mesmo tempo aquele passado parece não se encaixar mais no presente. Ivo demonstra que este encontro poderia ser um divisor de águas na sua vida. Visto que ele demonstra não ter superado o término. Mas, tudo isso é exposto na tela de forma muito sutil e delicada. Os silêncios dos dois diz sobre essa "permanência" do carinho, do cuidado, da paixão e do desejo que marcou a história de ambos. Mas, que não é capaz de se reacender novamente.
Tal como é os nosso relacionamentos, sentir saudades e até admirar alguém do passado não quer dizer, necessariamente, que queremos aquela vida de volta, ou desejamos reviver. Passou cabe aceitar as boas memórias ou entregá-las ao tempo. Achei sublime a mensagem do cineasta com o filme. Para além, dessa história entre os personagens, mostra um pouco das dificuldades de um artista "fora do eixo" como dito por uma personagem do filme, em se faz presente, em um local onde privilegia o conhecido, o próximo, o que já faz parte. Acho que essa expressão: "fora do eixo" diz muito sobre o personagem Ivo. Ele definitivamente não se encaixava ali.
Mais um filme em que a tradução brasileira não condiz com a sua história e, assim, traz expectativas e equívocos: Blackway (Ray Liotta) é o nome de um dos personagens, por isso, não deveria ser traduzido para: o protetor. Aliás, este personagem na qual o título faz referência, não tem nada de protetor.
Bom, o roteiro é bem inconsistente: o longa é sobre a história de uma mulher, Lilian (Julia Stiles) que ao retornar a sua cidade natal se vê diante de problemas do passado que não foram resolvidos. No começo, o filme tem um ar misterioso, para revelar o que estava de fato acontecendo com essa moça. Apesar desse filme ser bem recente, a história é construída sob a perspectiva machista e misógina onde a mulher não consegue respaldo da lei para afastar um importunador e agressor, o Blackway. Aquele que deveria proteger os cidadãos da cidade aconselha Lilian a procurar ajuda de outras pessoas que tiveram problema com o Blackway, oi?
Então, motivado pela vingança pela morte de sua filha, Lester (Anthony Hopkins) e seu amigo Nate (Alexander Ludwig) decidem ajudar a Lilian a dar um "recado" para Blackway. Gente, parece que o filme foi feito por amadores, um sujeito de alta periculosidade, que mantinha várias transações ilícitas iria ouvir o recado dessas pessoas? E outra, o cara era tão ocupado que tinha tempo de ficar aterrorizando a Lilian?
Polanski nos toca até âmago das emoções e da nossa sensibilidade com este filme, é o primeiro longa que assisto do diretor e acho que ele dá uma ideia sobre este controverso cineasta. Esse filme, também, foi uma forma de Polanski como um sobrevivente dos campos de concentração nazista se reaproximar da sua história dolorosa e lançar para o mundo os horrores deste período para que não possamos JAMAIS esquecer e permitir que algo semelhante ocorra. O filme é uma adaptação da autobiografia do pianista, sobrevivente, Władysław Szpilman, interpretado por Adrien Brody. O que dizer deste ator? Fantástico! Que doçura, que emoção, que entrega que ele deu pelo personagem.
Assisti o filme aflita, porque desde a Lista Schindler (Steven Spielberg, 1993) eu prometi a mim mesma que não assistiria mais filme sobre o holocausto. Promessa quebrada e vamos ao "O pianista". O que mais me chocou foi ter essa dimensão do antes e depois da vida dos cidadãos judeus, quando eclode o III Reich (a fase mais macabra do nazismo). Uma família, classe média alta, com intelectuais e músicos, é reduzida ao nada, por causa do racismo. É chocante essa "transformação". A caracterização da casa da família tão culta as artes, o apreço pela música, pelos livros, pela comida farta. Cede espaço ao desespero, a fome, a miséria, a humilhação, a vergonha. A vida de Szpilman é apenas uma das milhares de famílias que foram dizimadas nesse capítulo terrível da nossa história. A forma como Polanski mostra a cidade como o lugar onde a "raça pura" podia desfrutar e o gueto dos judeus do outro lado do muro é cirúrgica. Enquanto as pessoas vivem em meio a miséria e os corpos estendidos nas ruas, do outro lado a fartura, o status, a vida continuava normalmente. É chocante e perturbador. Sofri muito com o personagem e torci tanto por ele. As pessoas que conseguem lutar pela vida, se erguer e trazer uma nova página para a sua história depois de PERDER TUDO - a dignidade, a vergonha, a família, seus bens, os amigos, sua história - são pessoas que merecem todo o respeito e admiração.
Por fim, fica o ditado atribuído a Ernest Hemingway: " – Quem estará nas trincheiras ao teu lado? – E isso importa? – Mais do que a própria guerra." Aqueles amigos foram determinantes para que essa história pudesse reverberar até hoje.
Primeiro filme do Tony Socott e que filme, que direção! A composição das cenas são belíssimas, dá para perceber que cada detalhe foi escolhido a dedo. A começar pelo elenco GIGANTE! Queria ter visto mais o Bowie(John) atuando! A cena da Miriam Blaylock (Catherine Deneuve ) atrás das cortinas, que cena MARAVILHOSA! Gostei muito.
Achei o desenvolvimento da história muito bem conduzida, porque em nenhum momento ela subestima o telespectador. Esse jogo entre imortalidade e o questionamento acerca do desejo humano de conquistar a imortalidade, sob o nome de longevidade, a qualquer custo. O aproxima de um animal e aqui vejo o paralelo do macaco ser o objeto do experimento em questão. A trama sedutora que vai sendo desvelado aos poucos centralizada na Miriam, que primeiro, envolve o John e depois médica Sarah Roberts (Susan Sarandon) é incrível, ousada e provocativa achei muito sensual e envolvente, porque não fica claro esse magnetismo que a Miriam tinha sob as pessoas.
O que me deixou em dúvida foi sobre as cenas finais.
quando John pede a Miriam para que ela mate-o, ela diz que não era assim que as coisas funcionavam para eles. Então, ela o coloca dentro do caixão mesmo vivo para morrer naturalmente: sem comida (sangue). Mas, quando ela cai por causa daquele atordoamento de seus amantes. Ela vai ao chão e morre? Isso não ficou claro para mim, como o John se jogou da escada e não morreu e ela ao cair - a diferença de altura é visível - mas, ainda assim, isso me deixou com dúvidas. E, também, porque John não alcançou a imortalidade enquanto Sara conseguiu até "ressuscitar"?
Paulo Henrique Fontenelle realizou um trabalho primoroso em reunir todas as facetas da Cássia Eller e nos mostrar a menina, a mulher, a mãe, a namorada, a filha, a irreverente, a apaixonada pela música, a lésbica, a empoderada e dona de si. O documentário ficou muito completo. Somos capazes de nos tornar até mais próximos dessa cantora maravilhosa. Mas, como ela mesma disse: você irá se surpreender quando ouvi-la cantar!
Antes das cantoras atuais levantarem tantas bandeiras. Cássia sem ao menos dizer uma palavra mostrava em seu corpo, sua voz e, sobretudo, suas atitudes o objetivo à que veio: chacoalhar as estruturas. Ela conseguiu esse feito na música - desconheço melhor interprete que ela -, na vida, ao se declarar lésbica e ao desfrutar do seu direito em engravidar e ter um filho lindo e abençoado, em romper estereótipos: a mesma mulher que é doce e meiga usa moicano verde e roupas masculinas.
Que legado que ela nos deixou, além de suas canções incríveis e memóraveis.
Peter Galison nos apresenta o desenvolvimento final da pesquisa, que revelou ao planta, a imagem do primeiro buraco negro, aquela que, enfim, comprova a sua existência. O grande evento científico mundial que ocorreu em 19 de abril de 2019, foi fruto de um intenso trabalho de 200 cientistas, de 60 universidades diferentes, oriundos de várias partes do mundo.
Assim, a pesquisa iniciada ainda na década de 70, pelo visionário Sthepen Hawking teve a sua comprovação, após um emaranhado de satélites espalhados pela terra capturarem a 250 anos luz, os feixes de luz vermelho e laranja, das bordas do buraco negro.
O documentário é emocionante, sobretudo, por mostrar o intenso trabalho de Hawking na empreitada. Sou fã da genialidade que ele foi e por tudo que ele contribuiu para o mundo, principalmente, a esperança de ultrapassar qualquer obstáculo para realizar seus sonhos.
Aqui temos de forma resumida, 1h34 min, a intensa jornada em que um pesquisador científico é imerso para comprovar, questionar, definir, dialogar e estabelecer uma lei, um conceito, a existência ou não de um fenômeno, seja ele científico, artístico, social, educacional, psicológico ou outros.
Será que um dia teremos brasileiros participando projetos de pesquisas grandiosos, como este? Ahhh se eu pudesse rs, mas já me realizo fazendo ciência em outras frentes. Definir o céu como limite é bobagem! A partir deste documentário acredito e reafirmo que para o conhecimento não existe limite a não ser se aproximar de um buraco negro.
Jacqueline Audry narra de forma segura e corajosa, para a conservadora década de 1950, o amor entre mulheres. Esse é um ponto muito importante, visto que ainda nos dias atuais encontramos resistência e pudor a essa forma de amar. Mas, para além, disso acredito que o filme denuncia uma prática ou hábito comum da época marcada ainda por escolas para meninos e meninas separadas:
. Porque, talvez, por viver uma época onde prevalece o respeito as todas as formas de amor. O que mais me espantou neste filme foram os tratamentos das professoras para com as alunas. Confesso que foi bem chocante para mim, porque, no primeiro momento, pensei que fosse algo natural das professoras Mademoiselle Julie (Edwige Feuillère) e Mademoiselle Cara(Simone Simon (I)), mas no decorrer da trama, elas passam a "disputar" entre elas, a atenção e até o amor das alunas.
O desfecho achei surpreendente, porque deu margem para várias interpretações sobre o que de fato aconteceu com a Mademoiselle Cara, porque deixou várias possibilidades. Inclusive, sobre as outras funcionárias da escola, que poderiam ter aproveitado daquele problema, para sair ganhando na situação.
No que tange, a Olívia(Marie-Claire Olivia), fiquei com pena dela em vários momentos, porque diante de um amor, não correspondido, mas muito bem alimentado, pela Mademoiselle Julie não sabia o que fazer, o que esperar e como reagir diante dos sentimentos que sentia. É bom, lembrar que ela era uma adolescente pacata que, estava experienciando a vida, a liberdade, desfrutando do conhecimento e construído as suas emoções, reações, sentimentos e ao invés de obter apoio daqueles que estavam ali para orientá-la, teve o agravamento disso tudo. Por isso, achei irresponsável essas atitudes ocorrem dentro de uma instituição escolar.
Não poderia ter escolhido filme melhor para o fatídico "Dia dos Namorados". Mas, eu nunca rir tanto como eu rir desse filme, do Tony Scott. O amor é cego, sobretudo, quando a pessoa não tem amor próprio. O fã de Elvis Presley, Clarence Worley (Christian Slater), com uma vida monótona e sem graça muda completamente ao conhecer a sedutora Alabama (Patrícia Arquette). Ele ficou tão cego, mais tão cego que começou a cometer vários crime de foram bem amadora, em nome da honra e bem estar da amada. O problema foi envolver pessoas que não tinha nada a ver com a escolha dele em proteger cegamente ela.
O filme é narrado pela Alabama ao dizer como foi o percurso da sua virada de vida, convenhamos que foi muito dolorosa e sangrenta, porque "True Love" ou Amor à Queima-Roupa tem roteiro do Quentin Tarantino e, aqui ele não foge a característica construída ao longo da sua carreira como diretor e roteirista. Mas, neste filme, tudo é muito cômico, porque parece que os personagens foram realmente surpreendidos com os acontecimentos. Como não rir, do personagem do Brad Pitt brizado? kkkkkkkk Mas, como um filme dos anos 90, tem lá suas partes que o fazem ter envelhecido mal, como algumas falas racistas e xenófobas.
Olha se não for para ter um relacionamento capaz de sacrificar TUDO e a TODOS, não vale a pena, definitivamente.
Este é o primeiro filme que assisto do diretor Terrence Malick. A vontade por assistí-lo já tinha bastante tempo, e, olha, me surpreendi muito, mais muito com a história. Compreendo que, algumas pessoas acharam desconexas as cenas e sentiram falta de uma condução linear entre cenas, história, atuação e fala. Mas, credito que, Malick trouxe para o cinema, aquilo que já fazemos bem dentro da nossa cabeça: - pensar -. Por meio de uma família típica da década de 1950, o diretor traz para a tela e ao cinema as questões mais sensíveis sobre o humano: os sentimentos. Sejam eles: a culpa, a ira, a felicidade, o medo, o pavor, a desesperança, a vontade de viver.
O filho mais velho do casal Jack(Sean Penn) formado pela Sr. O'Brien(Brad Pitt) e Sr.ª. O'Brien(Jéssica Chastain), enquanto desenvolve o seu trabalho em uma suntuosa empresa, o personagem relembra a sua infância, a vivência com seus pais, a casa em que deu lugar as brincadeiras, a dúvida e ao medo. Mas, essas lembranças são conduzidas por uma narrativa que, para mim, soam como uma oração. Em meio a dúvidas, reflexões e agradecimentos, o personagem tem um diálogo de ordem teológico e filosófico com o divino, sobre como os ensinamentos da sua infância o marcou na vida adulta.
Claro, que, o filme não é desenvolvido de forma linear. Essa foi a minha leitura sobre a aparente "desordem" que as belíssimas cenas da natureza em face ao cotidiano se mostraram. Esse filme é muito sensível em abordar o âmago do desenvolvimento humano. Desde a concepção até a morte. Isso no cinema foi totalmente inovador e causa uma experiência de estranhamento, no primeiro momento. Mas, ele só narra aquilo que fazemos bem, ou temos tentado. Visto a grande dificuldade que estamos tendo para VIVER, com todas as nossas culpas, com a nossa dificuldade em perdoar e aceitar o que difere de nós, sobretudo, saber desfrutar da beleza, da calmaria, do amor e dos sentimentos bons.
Assim, como as árvores que, enfrentam as intempéries da vida: o vento, a chuva, os raios, os insetos que a invadem, a falta de água ou seu excesso. O ser humano compartilha das mesmas condições, mas alguns tem o disfarce do conforto, trago pelo dinheiro, porém isso não é capaz de blindá-lo ou nos proteger das frustrações, do medo, da morte, da doença, do inesperado, porque é da VIDA passar por desafios e, também, desfrutar das alegrias.
Clint Eastwood nos apresenta em "Changeling - A troca" um dos casos que, infelizmente, compuseram a onda de sequestros e assassinatos de crianças na cidade de Los Angeles e no Condado de Riverside, Califórnia, na década de XX, mais especificamente, dentre os anos de 1926 e 1928, este evento ficou chamado de "Galinheiro de Wineville". Estes crimes, também, trouxeram à tona a corrupção que existia dentro dos departamentos de polícia de Los Angeles. Com base nesse histórico, o filme, nos choca por se tratar de uma historia real. A grandeza do diretor foi em narrar a história com muito cuidado e exatidão dos fatos.
O filme ambienta bem a década de XX, com os figurinos, reprodução da cidade e expõe o desenvolvimento tecnológico e social que marcam essa época. Aqui somos apresentados a uma configuração familiar um tanto quanto curiosa para este período. A senhora Christine Collins(Angelina Jolie) é uma mulher que cria o seu filho de sete anos sozinha, o Walter Collins (Gattlin Griffith) e trabalha como coordenadora em uma organização telefônica.
Dentre o desdobramento da história, percebemos que, o fato dela se mostrar como uma mulher independente reflete boa parte da condução do ocorrido com o seu filho. A sua aparente independência da figura masculina é questionada e até usada contra ela, enquanto insistia na condução do caso instaurado. A troca é a história de uma mãe esperançosa para o reencontro de seu filho. Essa esperança foi responsável por lançar luz a questões muito delicadas e sombrias que estavam sendo realizadas na cidade. Aqui podemos perceber que o papel da polícia em: - defender os cidadãos - já era passível de questionamento desde o século passado. Ao invés de proteger e trazer acalento as pessoas durante períodos de tensão, a polícia tende a agravar ainda mais o processo, trazendo mais dor e sofrimento nos momentos em que as pessoas mais precisam de amparo.
Esse é um filme memorável do Clint, com uma fotografia e condução da história incríveis! Destaco a atuação da Angelina Jolie, que está primorosa!
Constantine
3.8 1,7K Assista AgoraPassados 16 anos da estreia de Constantine que eu vou assistí-lo. Mas, antes tarde do que nunca! rs
Francis Lawrence fez uma adaptação do personagem da DC Comics, John Constantine, protagonista da revista Hellblazer. Bom, eu nunca li essa HQ. Então, a minha experiência com o filme foi baseada apenas o que produzido e apresentado em tela.
John Constantine (Keanu Reeves) é um exorcista e um fumante compulsivo. A construção do personagem eu achei curiosa, porque ele é um exorcista, mas não é um padre, apesa de não ser todos os padres, que são exorcistas. Então, isso ficou confuso para mim. O filme traz uma atmosfera bíblica. A dualidade entre o bem(céu) e o mal(inferno) de uma forma demarcada. O personagem parece estar entre os dois mundos, mas ao longo do filme é possível perceber que não é só ele. Todos os humanos, segundo a perspectiva do longa, estão sob as influências do céu e do inferno, mas não têm consciência disso. Isso fica claro quando somos apresentados a história da Angela Dodson (Rachel Weisz) e depois sendo revelados a sua irmã, Isabel Dodson(Rachel Weisz).
O filme foi corajoso em trazer o anjo Gabriel na figura da Tilda Swinton, que está maravilhosa e entrega muito o bem o personagem que se corrompe ao viver uma vida "mundana". Ademais, trazer cenas que aludem ao inferno, mas em nenhum momento trazer a perspectiva do céu, achei bem interessante. Porque é difundido pelas doutrinas religiosas uma certeza tão grande do que é o inferno e suas 'figuras" e ao mesmo tempo o céu é sempre tido como bom, mas nunca é aprofundado o que tem ou não lá, sobretudo, o que é esse "bom".
O filme é interessante, mas não sei se ele vale toda a fama que tem.
O Congresso Futurista
3.9 295 Assista AgoraAri Folman senta aqui, vamos conversar umas coisinhas?
Gente! Que filme, é esse? HUASHUhuahs
A premissa do filme é incrível. Eu comecei a assistir pensando que seria uma coisa e terminei impressionada com o que assisti. Uma atriz, Robin Wright, em decadência, mas não é exposto o porquê, além do Al, seu agente, expor que ela tomou decisões erradas ao longo da vida e o dono da Miramount justificar o seu envelhecimento como algo que irá comprometer ainda mais a sua carreira com o passar dos anos.
Ao concordar em digitalizar a sua imagem para sempre. Robin estaria impossibilitada em atuar em qualquer tipo de peça de teatro, filme, televisão, porque a sua imagem, agora, digitalizada iria realizar todo e qualquer tipo de trabalho fílmico sem a necessidade da sua atuação.
Mas, após essa digitalização, somos apresentados a Robin do futuro, sob uma perspectiva animada e totalmente alucinógena. Ao passar uma guarita no meio de uma estrada, Robin, agora mais velha toma uma pílula e ela submerge a um outro universo.
Esse universo é animado e surrealista e conta com várias referências de outras animações de estúdios famosos, na qual, já estamos habituados: Disney, Studio Ghibli entre outros. Ao que parece ser um sonho, vai se tornando um pesadelo para a personagem e somos levados a praticamente um live action de sua vida.
Eu amei os diálogos existencialistas misturados ao universo surrealista, que a personagem se inseriu ao longo do filme. A valorização do humano, o reconhecimento da mulher, os dilemas do filho que ela cria sozinha vão sendo misturados ao seus dilemas pessoais e profissionais. Mas, nada no filme é conclusivo. O que o torna confuso.
Psicose
4.4 2,5K Assista AgoraEste era um filme que eu queria assistir faz muito tempo, mas sempre deixava para depois. Até que, enfim, o momento chegou e marcou o aniversário de nascimento do cineasta genial, Alfred Hitchcock. O roteiro é simples, mas, o filme está longe de ser simplório. Marion, a famosa secretária, regada pelo amor e pela cobiça furta 40 mil dólares da imobiliária que trabalhava. O que é mais incrível é que temos apenas uma ideia do que é este furto. Mas, diante dos acontecimentos, a gente não sabe se ela roubou por esse motivo ou não. Tenho a sensação que o filme não termina e isso demonstra a genialidade do seu diretor.
A temática sobre personalidade que hoje, na contemporaneidade, é tão explorado pelos filmes de suspense e terror. Foi apresentado pelo Hitchcock, de forma, que revolucionou o jeito de fazer, pensar, assistir cinema. A atuação dos atores é maravilhosa. Eles crescem ao longo do filme. O final é surpreendente! Ainda bem, que consegui assisti-lo sem spoiler!
Ele é atemporal, tal como, muitos outros da época. Dá gosto de assistir um filme assim.
Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraEstava ansiosa para assistir esse filme, mas as expectativas baixaram muito após eu ver a nota que foram atribuídas aqui no Filmow. Eu gosto dos filmes do Shyamalan, mas esse não tem como gostar não. Pelo trailer eu esperava uma coisa e quando eu terminei de assistir, eu não entendi muito bem rs.
O roteiro tinha tudo para ser fantástico, a premissa é interessante e a evolução do tempo poderia ter sido trabalhada, de forma, excepcional. A ideia de casais irem para uma ilha paradisíaca e ali viverem a transformação abrupta do tempo é incrível para se pensar a nossa sociedade atual, que buscar burlar as ações do tempo, ao fazer uso toxinas e procedimentos estéticos, afim de, amenizar as ações do tempo.
Eu estava com essa expectativa, mas, foi frustrada porque o filme encaminhou para outro caminho, que ao meu ver não foi legal. Pensei em dizer que foi mal executado, mas estaria mentindo, foi bem executado, porém, desinteressante de se ver. O final foi previsível e falho, ele deu gancho para o desenvolvimento de uma continuidade.
Se o roteiro tivesse continuado a explorar sobre a aceleração do tempo, ao invés de um experimento, que convenhamos a explicação foi bem pífia. Teria sido um dos melhores filmes da temporada 2021. Maaaas, não rolou.
Luca
4.1 769Confesso que o filme não prendeu a minha atenção no primeiro momento. Então, tive que assistir de forma parcelada. Aos poucos eu fui entrando naquele universo que o Enrico Casarosa criou e a primeira coisa que eu notei e acho que merece a devida atenção é o fato do diretor inserir no filme os elementos da sua origem espanhola. Primeiro pelo título, depois pelos nomes dos personagens, as tradições da pequena ilha, a trilha sonora, tudo faz referência a Espanha. Para um filme da Disney eu achei isso bem significativo.
Quanta a história eu achei maravilhosa esse jogo entre monstros marinhos x humanos. Aqui eu vejo que os monstros marinhos nada mais é que a face oculta dos humanos. Aquele que se rende a natureza e suas preciosidades, mas que ao mesmo tempo destrói, mata, aniquila, segrega. Ademais, os “monstros” marinhos revelam os preconceitos que a sociedade humana acumula, porque se formos pensar, os personagens só voltam a serem “monstros marinhos” quando é percebido a intolerância dos humanos para com eles, e água que para muitas tradições significa a pureza é capaz de “revelar” este outro lado. O lado sombrio que todos nós carregamos.
Eu li muito sobre a possibilidade de Luca ser a animação de “Me chame pelo seu nome” (2018) – inclusive, o nome do diretor é Luca Guadagnino - e eu gosto dessa comparação e a acho acertada! A construção da amizade, do carinho e dos sonhos pelo Luca e Alberto durante o filme é linda demais. A cena final, para mim, é praticamente a releitura do filme do Guadagnino.
Além, desse processo de autoconhecimento sobre a sexualidade, o filme surpreende ao deixar a mensagem sobre o respeito às diferenças sejam elas físicas, intelectual, de mundo e ideias. O recuo dos pescadores quando tiveram a oportunidade de ceifar a vida do Alberto reflete muito isso: o “monstro” que na verdade é apenas uma espécie diferente, não provocava o mal, como eles pensavam. Aquele povo estava, na verdade, invadindo o espaço que não era deles, e os ataques que ocorriam como forma de proteção ajudou para perpetuar essa ideia de “monstros” marinhos. Mas, logo isso, cai por terra, porque o monstro só é um monstro até eles terem a oportunidade de conhecer quem era – e incrivelmente, esses monstros também eram metade humanos – com isso, me questiono? Será que o Casarosa passou a mensagem de aceitação e tolerância ao diferente ou os personagens só foram tolerantes e aceitaram Luca, Alberto e família porque eles eram semelhantes aos humanos? Esse questionamento é importante de se pensar.
Amy
4.4 1,0K Assista AgoraDez anos da morte de Amy, que tristeza.
Assisti o documentário em sua homenagem e ele é bem diferente da biografia que foi divulgada no ano seguinte ao falecimento dela. É Interessante de vê-lo, porque Asif Kapadia nos mostra como a família dela foi negligente com o seu sofrimento. Poxa, ela viveu o inferno na terra, imagina ter a sua vida exposta completamente, em função do seu trabalho. A música perdeu uma das maiores vozes femininas da contemporaneidade e nós como público perdemos o talento nato de Amy para sempre.
Às vezes, penso que ela se entregou, porque cantar já não era um prazer como no início da carreira. Cantar virou uma obrigação, um triste compromisso que iria satisfazer a necessidade de os tabloides vender sobre o seu estado de saúde, sua performance musical, sua fisionomia. Infelizmente, o amor da vida dela, o Blake, só trouxe ainda mais tumulto para uma vida que precisava, merecia e ansiava sossego.
É triste pensar, que há dez anos, as pessoas não se preocupavam com a saúde mental, tal como, é nos dias atuais. É triste pensar, que Amy partiu com apenas 27 anos de idade. Eu tinha 18 anos na época. Amava seus looks e copiava vários. Passados esses 10 anos, vejo como ela teve o seu direito de viver negligenciado, tanto pela família, quanto por aqueles que diziam seus amigos.
Eu amei os vídeos dela. De vê-la como se sentia diante daquilo tudo. Muito se mostrou da Amy durante seu auge musical, poucos puderam ouvi-la, senti-la e compreende-la.
Gênio Indomável
4.2 1,3K Assista AgoraLogo, no início do filme eu tive alguns sentimentos que foram transformados ao longo do filme, primeiro eu senti muita antipatia do protagonista, Will Huting (Matt Damon). Parecia que a todo momento ele queria mostrar que sabia, que era melhor como forma de se autoafirmar, mas, com o tom esnobe: “sei, não me esforço para saber e dou a mínima para isso). Enquanto, educadora, me identifiquei logo com o professor de Matemática Prof. Gerald Lambeau (Stellan Skarsgard), que ao perceber o talento diante dos seus olhos quis logo “ajudar” a lapidá-lo e assim transformar a vida daquele garoto.
Isso foi transformado ao longo do filme, primeiro que para ajudar outra pessoa é necessário que ela queira mudar. Às vezes, as pessoas podem ser muitas coisas, desenvolver habilidades, conhecimentos e comportamentos que temos a certeza que será bom para ela. Mas, essa atitude, muitas vezes, desrespeita a alteridade do outro. Esse comportamento só ficou evidente, para mim, quando o Sean Maguire (Robin Williams) entra em cena. Olha, que saudade me dá do Robin. Todo papel que ele interpretou parece uma aula de vida. Neste filme ele esbanja! Ao acolher, ao ouvir, ao se conter e se exaltar com as provocações do Will e, com isso, ele mostrou o quanto somos humanos e falhos. Eu amei. A interpretação dele nesse papel, especificamente.
Eu pude compreender o Will com sob outro olhar na medida em que suas questões do passado e outras do presente foram sendo reveladas. E sabe, o personagem expõe algo que a academia não reconhece: o saber, bem como, o conhecimento não é específico ou restrito as Universidades/Faculdades. As pessoas por mais humildes que sejam são capazes de saber tão quanto os acadêmicos. O filme é certeiro nisso.
Por fim, achei emocionante a história! Destaco a maturidade do Matt Damon e do Ben Affleck em construir esse roteiro tão coeso e maduro.
Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraOnde assistir online ou fazer torrent? me digam em mensagem, please!
Titanic
4.0 4,6K Assista AgoraSer cringe com orgulho é ter um clássico cinematográfico para chamar de seu.
James Cameron realizou um projeto incrível e surreal com a produção de Titanic. A reprodução do afundamento do navio que marcava o auge do desenvolvimento inglês do século XX foi primorosa, rica em detalhes e o romance, apesar de fictício, nos apresentou elementos culturais daquela época - a belle époque - marcada pela hierarquia de classes, onde o requinte cultural se resumia as viagens, iguarias alimentares, a boa música (clássica) e o casamento almejando os bons dotes familiares.
A história do navio para mim é fantástica, principalmente pela forma que ele afundou. Até, porque ele não afundou de qualquer forma. Ele se enche de água, vira de bico (proa), se parte ao meio e daí afunda. O terror das pessoas em contato com aquele prelúdio da morte foi caracterizado de forma honrosa por Cameron, que não deixou passar despercebido que a temperatura da água era congelante, o medo dos personagens diante daquela tragédia. A complacência e aceitação de personagens como: o engenheiro do navio vendo que não foi capaz de construir um navio inafundável, apesar da crescente tecnologia da época, o capitão do navio que atônito parecia não acreditar naquilo que seus olhos viam. A caracterização dos personagens foi idêntica, ou senão, muuito parecida com a realidade.
O romance é uma história à parte e amarrou todo o enredo do navio de forma muito coesa. Esse fato minimizou um pouco a tragédia e o caracterizou, para sempre, como o filme e romance de uma geração. O filme venceu sete categorias do Oscar de 1999, merecidamente.
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraEsse foi um trabalho audacioso do diretor Richard Linklater: filmá-lo durante 12 anos enquanto seus atores passavam pela transformação do tempo. Achei sensível, delicado, instigante e fiel a realidade. Em tempos em que o envelhecimento se torna um tabu, filmes como este precisam ser assistido e até estimulados!
A história da família composta por Mason (Ellar Coltrane), sua irmã Samantha (Lorelei Linklater) a mãe (Patricia Arquette) e o pai (Ethan Hawke) que longe de ser uma família de comercial de margarina, enfrenta a separação dos pais enquanto os filhos são pequenos e a dificuldade da mãe em sustentar seus filhos diante dessa realidade. O que eu achei ideal, mas ainda um pouco fantasioso foi a relação entre o pai e a mãe após o divorcio. Eles, de fato, tem um clima muito amistoso e o pai consegue manter a sua relação com os filhos, por meio do esforço em cumprir os combinados de vê-los, acompanhá-los durante o desenvolvimento e sobretudo, agir como um pai. Isso eu achei incrível, porque da forma como foi apresentado parece que não houve essa quebra da relação entre os pais e filhos, que sabemos que é muito comum e é até normalizada.
Em contrapartida, quando a mãe se
se divorcia do segundo marido, após longos anos juntos e, assim, romper com a amizade construída pelos filhos dela e marido. Eu achei traumatica para as crianças e mostrou um outro lado sobre as novas configurações de família: como lidar com os filhos do conjugue, principalmente, quando o pai deles é violento e tem grande estima com os seus filhos. A carinha deles quando ela foi embora foi muito triste.
Vivenciar as transformações físicas dos personagens me aproximou muito deles é ter a dimensão do todo, é saber o porque cada um age daquela forma e o porquê. Achei fantástico isso. Os dilemas do Mason, da sua mãe e da Samantha são bem comuns e achei muito simples e singelo a sua abordagem. Gostei do filme e superou as minhas expectativas.
Não para deixar de dizer que ele é bem longo rs, senti essa dificuldade de manter a atenção durante todo o tempo, mas não vejo como poderia ser gravado sem o tamanho que é hoje, perderíamos muitos detalhes importantes.
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraAmerican Sniper é baseado no livro homônimo do ex-atirador de elite Chris Kyle (Bradley Cooper), membro das forças especiais da marinha dos Estados Unidos. Chris um típico homem do estado do Texas relatou no livro a sua história, sobretudo, a sua atuação na Guerra contra o Iraque (2003-2011). Com toda certeza essa é a única guerra que acompanhei desdobramentos pelo mundo. Este também é o primeiro filme que assisto sobre essa guerra, especificamente. Apesar do longa focar na vida do Kyle ela não foi menos sangrenta, desastrosa e violenta que as outras.
Clint deu o tom de heroísmo a todo momento a trajetória de Kyle: o homem patriota que queria ceifar o inimigo. De certa forma, ele conseguiu ser bem atuante na caçada ao Osama bin Laden e seu grupo terrorista. Mas, achei sincera o olhar do Clint para o Oriente Médio. Ele não usou aquele filtro amarelo que estigmatiza os países e cidades não-americanos e nas poucas vezes que tentou retratar a cidade em que o Kyle estava em missão ele focalizou bem os desastres da guerra: as ruínas, as crianças que desde a tenra ora são recrutadas ora são tomadas pelo desejo de atacar aquele que destrói a sua cidade. O dilema das famílias que foram inseridas no meio do conflito a troco de nada e temendo a sua vida servia ao inimigo.
Assisti o filme sem saber que era uma história real e seu desfecho me deixou bem desconfortável. Não cabe a nós, enquanto, público julgar as atitudes do Kyle ele foi o que foi e também teve consequências sobre seus atos: como o distanciamento da família. Contudo, o desfecho da história me faz pensar, que apesar do fim da guerra e no caso o s americanos saíram "vitoriosos". Essa guerra continua na vida, na mente, no corpo de seus ex-combatentes. Esse pós-guerra chega a ser mais triste e dramático que a própria guerra em si, tanto para quem é declarado vitorioso quanto para aquele que perde.
Os 12 Macacos
3.9 1,1K Assista AgoraUma pena que tantas pessoas não tenham entendido este filme. Terry Gilliam, inspirado pelo curta metragem francês La Jetée (1962) do diretor Chris Marker, traz para o final do século XX uma história que define, muito bem, o contexto político da Guerra Fria. Quando as potências mundiais, simplesmente, se ameaçavam constantemente com embargos econômicos, bombas, balas e as temidas armas químicas. A primeira coisa, que lembrei quando comecei a assistir o filme foi este marco histórico, visto que, o mundo experimentava o período pós Guerra Fria. Nada mais interessante que um filme que venha provocar ou evocar as reflexões sobre o quão desastroso seria um vírus mortal espalhado pelo globo. Nós, agora, no século XXI, que fomos pegos de surpresa com o coronavirus, sabemos bem todos os impactos disso.
Voltando ao filme, o seu desenvolvimento é super interessante, mas exige concentração, por isso, achei ele cansativo. Fiquei bem cansada após assisti-lo.
Uma criança presencia um crime, tamanho trauma o faz lembrar desse fato para sempre. Mas, um homem, James (Bruce Wilis) é escolhido como voluntário para colher amostrar na terra e, assim, dar prosseguimento no estudo sobre como ocorreu o vazamento de um vírus que dizimou a espécie humana. Em uma das viagens a terra, neste momento os seres humanos estão no espaço. Ele ao invés de viajar para o passado ele chega ao futuro do acontecimento - do vazamento do vírus mortal - propositalmente ou não. Os acontecimentos dessa viagem má sucedida gera em James total descrença sobre o plano que o leva até ali. Considerado louco, ele é internado em uma clínica pisiquiátrica e tenta convencer a psiquiatra Kathryn Railly(Madeleine Stowe) e equipe que ele não é louco e busca salvar a humanidade. Perseguido como um criminoso esses fatos o faz confundir e chegar a conclusão de que os responsáveis pelo escape do vírus é o Jeffrey Goines (Brad Pitt ), porque ele é louco e, também, filho do cientista que pesquisava os vírus mortais. Mas, James está tão fragilizado emocionalmente que Kathryn "mata a charada", descobrindo quem realmente fez o vazamento do vírus. Assim, o filme retorna a imagem da criança presenciando o crime de um homem.
Isso eu achei FANTÁSTICO! O filme parece um grande devaju de uma criança que avista uma pessoa que parece conhecida. Muito boa essa sensação! As atuações estão primorosas. A mensagem do filme, para mim, é como somos levados a acreditar naquilo que parece mais fácil desconfiamos do óbvio, às vezes, estar certo de algo é ser rotulado como louco. Ainda mais se houver descobertas que são contra os interesses de muitos.
O Vendedor de Sonhos
3.0 242 Assista AgoraO Vendedor de Sonhos é baseado no livro homônimo do escrito Augusto Cury. O fato do livro ter sido traduzido para várias línguas e ter sido campeão de bilheterias deve ter estimulado o Jayme Monjardim a produzir o livro sobre a história. De ante mão, essa adaptação da história do Mestre - vendedor de sonhos - de Augusto Cury, ficou muito aquém do livro, mais muito mesmo.
A história é sobre um homem que vive nas ruas pregando palavras de amor, acolhendo as pessoas, em sua maioria, excluídas da sociedade: pessoas em situação de rua (adultos e crianças), ladrões, bêbados e potenciais suicidas. Este último é o gancho para a história de um renomado psicólogo Júlio Cesar que o mestre aborda prestes a tirar a vida. No filme a história do Mestre é revelada, por meio das lembranças do Mestre. Enquanto no livro isso só ocorre ao final da história.
O livro é muuito superior ao longa, que parece ter gravado apenas as frases feitas e reproduzidas com uma carga de emoção. Jayme como diretor de cinema se prova como um ótimo diretor de novelas globais. O cineasta força atitudes como o perdão, amor, e até suicido de forma bem banal. Além de romantizar a miséria como se fosse algo redentor. Ficou muito ruim a adaptação.
As Pontes de Madison
4.2 840 Assista AgoraAs Pontes de Madison é conhecido como um dos maiores romances do cinema, e olha não ouso discordar. Ao contrário da falsa ideia que tende a caracterizar a paixão avassaladora e até o amor como algo juvenil - os filmes de romance sempre dão ênfase a esse perfil - ele é algo que está presente em todas as idades e, independente, do estado civil da pessoa.
Por isso, entendo, que Clint aborda nesse filme justamente as dicotomias tão presentes durante a juventude - casado x solteiro, prisão x liberdade, desejo x culpa, - entre outras. Quando somos apresentados a Francesca é perceptível o seu descontentamento com aquela pacata vida, assim, que ela afirma que queria que os filhos estivesse fora - em comemoração aos dias em que a família iria ficar fora - e ela não sabia nomear esse desejo. Visto que ela na visão romântica estava ali completa e realizada com sua família. A chegada, quase por acaso, de Robert só vem revelar a infelicidade dela naquela linda fazenda. Ao contrário dos romances comuns do cinema, este não fornece dados prontos frutos de soluções mágicas para conquista ou ser conquistado. Isso foi o que mais me encantou: a sutiliza dos detalhes, as expressões, o espanto, o medo, o desejo que está presentes quando conhecemos alguém, que subitamente, parece "apertar" o botão na gente, para sensações que deixamos de sentir ao longo do tempo.
É de fato curioso, vê pessoas julgarem o filme com o falso moralismo um filme de 1995, só porque retrata de forma madura que o amor, o desejo, a vontade, os sonhos não morrem um com estado civil ou são, para sempre, restringidos a uma só pessoa. O filme demonstra aquilo que pode ocorrer com qualquer pessoa, em qualquer idade e sob vários aspectos, porque é humano.
Outra obra de arte produzida pelo Clint e que atuação da Meryl!
Permanência
3.5 111Para comemorar o dia do Cinema Brasileiro escolhi Permanência do diretor Leonardo Lacca e não me arrependi. O roteiro é muito simples: a estadia, incomoda, de Ivo (Irandhir Santos) na casa da sua ex-namorada Rita (Rita Carelli), na barulhenta São Paulo. Ivo é um fotografo pernambucano que viaja para a cidade, a fim de acertar os detalhes para a primeira exposição de suas fotografias. Ao recursar o hotel oferecido pela galeria responsável por expor suas fotos e ir para a casa da Rita ele busca mesmo sem admitir, uma forma de (re)aproximar a ex-amada novamente. Mas, ao contrário do que pode parecer, ele não consegue abertura para isso.
Então, instaura um clima estranho entre Rita, Ivo e Mauro (Sílvio Restiffe). Rita se vê balançada pela presença de Ivo, mas ao mesmo tempo aquele passado parece não se encaixar mais no presente. Ivo demonstra que este encontro poderia ser um divisor de águas na sua vida. Visto que ele demonstra não ter superado o término. Mas, tudo isso é exposto na tela de forma muito sutil e delicada. Os silêncios dos dois diz sobre essa "permanência" do carinho, do cuidado, da paixão e do desejo que marcou a história de ambos. Mas, que não é capaz de se reacender novamente.
Tal como é os nosso relacionamentos, sentir saudades e até admirar alguém do passado não quer dizer, necessariamente, que queremos aquela vida de volta, ou desejamos reviver. Passou cabe aceitar as boas memórias ou entregá-las ao tempo. Achei sublime a mensagem do cineasta com o filme. Para além, dessa história entre os personagens, mostra um pouco das dificuldades de um artista "fora do eixo" como dito por uma personagem do filme, em se faz presente, em um local onde privilegia o conhecido, o próximo, o que já faz parte. Acho que essa expressão: "fora do eixo" diz muito sobre o personagem Ivo. Ele definitivamente não se encaixava ali.
O Protetor
2.3 163 Assista AgoraMais um filme em que a tradução brasileira não condiz com a sua história e, assim, traz expectativas e equívocos: Blackway (Ray Liotta) é o nome de um dos personagens, por isso, não deveria ser traduzido para: o protetor. Aliás, este personagem na qual o título faz referência, não tem nada de protetor.
Bom, o roteiro é bem inconsistente: o longa é sobre a história de uma mulher, Lilian (Julia Stiles) que ao retornar a sua cidade natal se vê diante de problemas do passado que não foram resolvidos. No começo, o filme tem um ar misterioso, para revelar o que estava de fato acontecendo com essa moça. Apesar desse filme ser bem recente, a história é construída sob a perspectiva machista e misógina onde a mulher não consegue respaldo da lei para afastar um importunador e agressor, o Blackway. Aquele que deveria proteger os cidadãos da cidade aconselha Lilian a procurar ajuda de outras pessoas que tiveram problema com o Blackway, oi?
Então, motivado pela vingança pela morte de sua filha, Lester (Anthony Hopkins) e seu amigo Nate (Alexander Ludwig) decidem ajudar a Lilian a dar um "recado" para Blackway. Gente, parece que o filme foi feito por amadores, um sujeito de alta periculosidade, que mantinha várias transações ilícitas iria ouvir o recado dessas pessoas? E outra, o cara era tão ocupado que tinha tempo de ficar aterrorizando a Lilian?
Aconselho procurar filmes melhores para assistir.
O Pianista
4.4 1,8K Assista AgoraPolanski nos toca até âmago das emoções e da nossa sensibilidade com este filme, é o primeiro longa que assisto do diretor e acho que ele dá uma ideia sobre este controverso cineasta. Esse filme, também, foi uma forma de Polanski como um sobrevivente dos campos de concentração nazista se reaproximar da sua história dolorosa e lançar para o mundo os horrores deste período para que não possamos JAMAIS esquecer e permitir que algo semelhante ocorra. O filme é uma adaptação da autobiografia do pianista, sobrevivente, Władysław Szpilman, interpretado por Adrien Brody. O que dizer deste ator? Fantástico! Que doçura, que emoção, que entrega que ele deu pelo personagem.
Assisti o filme aflita, porque desde a Lista Schindler (Steven Spielberg, 1993) eu prometi a mim mesma que não assistiria mais filme sobre o holocausto. Promessa quebrada e vamos ao "O pianista". O que mais me chocou foi ter essa dimensão do antes e depois da vida dos cidadãos judeus, quando eclode o III Reich (a fase mais macabra do nazismo). Uma família, classe média alta, com intelectuais e músicos, é reduzida ao nada, por causa do racismo. É chocante essa "transformação". A caracterização da casa da família tão culta as artes, o apreço pela música, pelos livros, pela comida farta. Cede espaço ao desespero, a fome, a miséria, a humilhação, a vergonha. A vida de Szpilman é apenas uma das milhares de famílias que foram dizimadas nesse capítulo terrível da nossa história. A forma como Polanski mostra a cidade como o lugar onde a "raça pura" podia desfrutar e o gueto dos judeus do outro lado do muro é cirúrgica. Enquanto as pessoas vivem em meio a miséria e os corpos estendidos nas ruas, do outro lado a fartura, o status, a vida continuava normalmente. É chocante e perturbador. Sofri muito com o personagem e torci tanto por ele. As pessoas que conseguem lutar pela vida, se erguer e trazer uma nova página para a sua história depois de PERDER TUDO - a dignidade, a vergonha, a família, seus bens, os amigos, sua história - são pessoas que merecem todo o respeito e admiração.
Por fim, fica o ditado atribuído a Ernest Hemingway: " – Quem estará nas trincheiras ao teu lado? – E isso importa? – Mais do que a própria guerra." Aqueles amigos foram determinantes para que essa história pudesse reverberar até hoje.
Fome de Viver
3.8 349 Assista AgoraPrimeiro filme do Tony Socott e que filme, que direção! A composição das cenas são belíssimas, dá para perceber que cada detalhe foi escolhido a dedo. A começar pelo elenco GIGANTE! Queria ter visto mais o Bowie(John) atuando! A cena da Miriam Blaylock (Catherine Deneuve ) atrás das cortinas, que cena MARAVILHOSA! Gostei muito.
Achei o desenvolvimento da história muito bem conduzida, porque em nenhum momento ela subestima o telespectador. Esse jogo entre imortalidade e o questionamento acerca do desejo humano de conquistar a imortalidade, sob o nome de longevidade, a qualquer custo. O aproxima de um animal e aqui vejo o paralelo do macaco ser o objeto do experimento em questão. A trama sedutora que vai sendo desvelado aos poucos centralizada na Miriam, que primeiro, envolve o John e depois médica Sarah Roberts (Susan Sarandon) é incrível, ousada e provocativa achei muito sensual e envolvente, porque não fica claro esse magnetismo que a Miriam tinha sob as pessoas.
O que me deixou em dúvida foi sobre as cenas finais.
quando John pede a Miriam para que ela mate-o, ela diz que não era assim que as coisas funcionavam para eles. Então, ela o coloca dentro do caixão mesmo vivo para morrer naturalmente: sem comida (sangue). Mas, quando ela cai por causa daquele atordoamento de seus amantes. Ela vai ao chão e morre? Isso não ficou claro para mim, como o John se jogou da escada e não morreu e ela ao cair - a diferença de altura é visível - mas, ainda assim, isso me deixou com dúvidas. E, também, porque John não alcançou a imortalidade enquanto Sara conseguiu até "ressuscitar"?
Cássia Eller
4.5 308Paulo Henrique Fontenelle realizou um trabalho primoroso em reunir todas as facetas da Cássia Eller e nos mostrar a menina, a mulher, a mãe, a namorada, a filha, a irreverente, a apaixonada pela música, a lésbica, a empoderada e dona de si. O documentário ficou muito completo. Somos capazes de nos tornar até mais próximos dessa cantora maravilhosa. Mas, como ela mesma disse: você irá se surpreender quando ouvi-la cantar!
Antes das cantoras atuais levantarem tantas bandeiras. Cássia sem ao menos dizer uma palavra mostrava em seu corpo, sua voz e, sobretudo, suas atitudes o objetivo à que veio: chacoalhar as estruturas. Ela conseguiu esse feito na música - desconheço melhor interprete que ela -, na vida, ao se declarar lésbica e ao desfrutar do seu direito em engravidar e ter um filho lindo e abençoado, em romper estereótipos: a mesma mulher que é doce e meiga usa moicano verde e roupas masculinas.
Que legado que ela nos deixou, além de suas canções incríveis e memóraveis.
ETERNA!
Buracos Negros: No Limite do Conhecimento
4.0 14 Assista AgoraPeter Galison nos apresenta o desenvolvimento final da pesquisa, que revelou ao planta, a imagem do primeiro buraco negro, aquela que, enfim, comprova a sua existência. O grande evento científico mundial que ocorreu em 19 de abril de 2019, foi fruto de um intenso trabalho de 200 cientistas, de 60 universidades diferentes, oriundos de várias partes do mundo.
Assim, a pesquisa iniciada ainda na década de 70, pelo visionário Sthepen Hawking teve a sua comprovação, após um emaranhado de satélites espalhados pela terra capturarem a 250 anos luz, os feixes de luz vermelho e laranja, das bordas do buraco negro.
O documentário é emocionante, sobretudo, por mostrar o intenso trabalho de Hawking na empreitada. Sou fã da genialidade que ele foi e por tudo que ele contribuiu para o mundo, principalmente, a esperança de ultrapassar qualquer obstáculo para realizar seus sonhos.
Aqui temos de forma resumida, 1h34 min, a intensa jornada em que um pesquisador científico é imerso para comprovar, questionar, definir, dialogar e estabelecer uma lei, um conceito, a existência ou não de um fenômeno, seja ele científico, artístico, social, educacional, psicológico ou outros.
Será que um dia teremos brasileiros participando projetos de pesquisas grandiosos, como este? Ahhh se eu pudesse rs, mas já me realizo fazendo ciência em outras frentes. Definir o céu como limite é bobagem! A partir deste documentário acredito e reafirmo que para o conhecimento não existe limite a não ser se aproximar de um buraco negro.
Olivia
3.5 5Jacqueline Audry narra de forma segura e corajosa, para a conservadora década de 1950, o amor entre mulheres. Esse é um ponto muito importante, visto que ainda nos dias atuais encontramos resistência e pudor a essa forma de amar. Mas, para além, disso acredito que o filme denuncia uma prática ou hábito comum da época marcada ainda por escolas para meninos e meninas separadas:
o aliciamento de crianças neste internato
O desfecho achei surpreendente, porque deu margem para várias interpretações sobre o que de fato aconteceu com a Mademoiselle Cara, porque deixou várias possibilidades. Inclusive, sobre as outras funcionárias da escola, que poderiam ter aproveitado daquele problema, para sair ganhando na situação.
No que tange, a Olívia(Marie-Claire Olivia), fiquei com pena dela em vários momentos, porque diante de um amor, não correspondido, mas muito bem alimentado, pela Mademoiselle Julie não sabia o que fazer, o que esperar e como reagir diante dos sentimentos que sentia. É bom, lembrar que ela era uma adolescente pacata que, estava experienciando a vida, a liberdade, desfrutando do conhecimento e construído as suas emoções, reações, sentimentos e ao invés de obter apoio daqueles que estavam ali para orientá-la, teve o agravamento disso tudo. Por isso, achei irresponsável essas atitudes ocorrem dentro de uma instituição escolar.
Amor à Queima-Roupa
3.9 361 Assista AgoraNão poderia ter escolhido filme melhor para o fatídico "Dia dos Namorados". Mas, eu nunca rir tanto como eu rir desse filme, do Tony Scott. O amor é cego, sobretudo, quando a pessoa não tem amor próprio. O fã de Elvis Presley, Clarence Worley (Christian Slater), com uma vida monótona e sem graça muda completamente ao conhecer a sedutora Alabama (Patrícia Arquette). Ele ficou tão cego, mais tão cego que começou a cometer vários crime de foram bem amadora, em nome da honra e bem estar da amada. O problema foi envolver pessoas que não tinha nada a ver com a escolha dele em proteger cegamente ela.
O filme é narrado pela Alabama ao dizer como foi o percurso da sua virada de vida, convenhamos que foi muito dolorosa e sangrenta, porque "True Love" ou Amor à Queima-Roupa tem roteiro do Quentin Tarantino e, aqui ele não foge a característica construída ao longo da sua carreira como diretor e roteirista. Mas, neste filme, tudo é muito cômico, porque parece que os personagens foram realmente surpreendidos com os acontecimentos. Como não rir, do personagem do Brad Pitt brizado? kkkkkkkk
Mas, como um filme dos anos 90, tem lá suas partes que o fazem ter envelhecido mal, como algumas falas racistas e xenófobas.
Olha se não for para ter um relacionamento capaz de sacrificar TUDO e a TODOS, não vale a pena, definitivamente.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraEste é o primeiro filme que assisto do diretor Terrence Malick. A vontade por assistí-lo já tinha bastante tempo, e, olha, me surpreendi muito, mais muito com a história. Compreendo que, algumas pessoas acharam desconexas as cenas e sentiram falta de uma condução linear entre cenas, história, atuação e fala. Mas, credito que, Malick trouxe para o cinema, aquilo que já fazemos bem dentro da nossa cabeça: - pensar -. Por meio de uma família típica da década de 1950, o diretor traz para a tela e ao cinema as questões mais sensíveis sobre o humano: os sentimentos. Sejam eles: a culpa, a ira, a felicidade, o medo, o pavor, a desesperança, a vontade de viver.
O filho mais velho do casal Jack(Sean Penn) formado pela Sr. O'Brien(Brad Pitt) e Sr.ª. O'Brien(Jéssica Chastain), enquanto desenvolve o seu trabalho em uma suntuosa empresa, o personagem relembra a sua infância, a vivência com seus pais, a casa em que deu lugar as brincadeiras, a dúvida e ao medo. Mas, essas lembranças são conduzidas por uma narrativa que, para mim, soam como uma oração. Em meio a dúvidas, reflexões e agradecimentos, o personagem tem um diálogo de ordem teológico e filosófico com o divino, sobre como os ensinamentos da sua infância o marcou na vida adulta.
Claro, que, o filme não é desenvolvido de forma linear. Essa foi a minha leitura sobre a aparente "desordem" que as belíssimas cenas da natureza em face ao cotidiano se mostraram. Esse filme é muito sensível em abordar o âmago do desenvolvimento humano. Desde a concepção até a morte. Isso no cinema foi totalmente inovador e causa uma experiência de estranhamento, no primeiro momento. Mas, ele só narra aquilo que fazemos bem, ou temos tentado. Visto a grande dificuldade que estamos tendo para VIVER, com todas as nossas culpas, com a nossa dificuldade em perdoar e aceitar o que difere de nós, sobretudo, saber desfrutar da beleza, da calmaria, do amor e dos sentimentos bons.
Assim, como as árvores que, enfrentam as intempéries da vida: o vento, a chuva, os raios, os insetos que a invadem, a falta de água ou seu excesso. O ser humano compartilha das mesmas condições, mas alguns tem o disfarce do conforto, trago pelo dinheiro, porém isso não é capaz de blindá-lo ou nos proteger das frustrações, do medo, da morte, da doença, do inesperado, porque é da VIDA passar por desafios e, também, desfrutar das alegrias.
A Troca
4.0 1,6K Assista AgoraClint Eastwood nos apresenta em "Changeling - A troca" um dos casos que, infelizmente, compuseram a onda de sequestros e assassinatos de crianças na cidade de Los Angeles e no Condado de Riverside, Califórnia, na década de XX, mais especificamente, dentre os anos de 1926 e 1928, este evento ficou chamado de "Galinheiro de Wineville". Estes crimes, também, trouxeram à tona a corrupção que existia dentro dos departamentos de polícia de Los Angeles. Com base nesse histórico, o filme, nos choca por se tratar de uma historia real. A grandeza do diretor foi em narrar a história com muito cuidado e exatidão dos fatos.
O filme ambienta bem a década de XX, com os figurinos, reprodução da cidade e expõe o desenvolvimento tecnológico e social que marcam essa época. Aqui somos apresentados a uma configuração familiar um tanto quanto curiosa para este período. A senhora Christine Collins(Angelina Jolie) é uma mulher que cria o seu filho de sete anos sozinha, o Walter Collins (Gattlin Griffith) e trabalha como coordenadora em uma organização telefônica.
Dentre o desdobramento da história, percebemos que, o fato dela se mostrar como uma mulher independente reflete boa parte da condução do ocorrido com o seu filho. A sua aparente independência da figura masculina é questionada e até usada contra ela, enquanto insistia na condução do caso instaurado. A troca é a história de uma mãe esperançosa para o reencontro de seu filho. Essa esperança foi responsável por lançar luz a questões muito delicadas e sombrias que estavam sendo realizadas na cidade. Aqui podemos perceber que o papel da polícia em: - defender os cidadãos - já era passível de questionamento desde o século passado. Ao invés de proteger e trazer acalento as pessoas durante períodos de tensão, a polícia tende a agravar ainda mais o processo, trazendo mais dor e sofrimento nos momentos em que as pessoas mais precisam de amparo.
Esse é um filme memorável do Clint, com uma fotografia e condução da história incríveis! Destaco a atuação da Angelina Jolie, que está primorosa!