"Call Me By Your Name" em português "Me Chame Pelo Seu Nome", dirigido por Luca Guadagnino, é a adaptação do livro homônimo escrito por André Aciman, lançado em 2007. Essa adaptação rendeu ao roteirista do longa, James Ivory, o Óscar de melhor roteiro adaptado em 2018.
A história do filme é retratada no verão de 1983, - este laço temporal me fez lembrar de um filme recente, o qual indico: Verão de 85, de François Ozon (2021) - quando um professor universitário de arqueologia Mr. Perlman(Michael Stuhlbarg) receber o aluno americano Oliver (Armie Hammer), para dar sequência aos trâmites acadêmicos em que ele tradicionalmente desenvolve durante o verão. Diferentemente, dos outros universitários que este professor acolhia em sua casa, Oliver, por meio de sua simpatia despertou a admiração, a curiosidade e até um pouco de antipatia de sua filho Elio (Timothée Chalamet). Os dois passam a fazer várias atividades de lazer juntos: curtir piscina, jogar vôlei, andar de bicicleta e até acompanhar algumas atividades acadêmicas do exímio professor. Aos poucos, a antipatia de Elio, para com Oliver dá lugar a uma paixão. O desenvolvimento dessa paixão vai sendo construída de forma tão fluída que eu me perguntava se o Oliver e as demais pessoas ao redor percebiam ou não, de tão sutil que foi sendo construída. O conflito do personagem para com o seus sentimentos e descobertas passam muita realidade e isso se deve a grande atuação de Timothée Chalamet. A cenas dos dois, bem como o romance que eles construíram junto ao medo do preconceito são incríveis!!
Destaco o desenvolvimento do núcleo familiar do personagem, apesar de ser visto como irreal ou fantasioso, eu não esperava outra atitude de um pai que era professor universitário, tão aberto e sensível para as questões da vida. Ele não só percebe o romance dos dois como, de certa forma, incentiva-os a vivenciar o que era só deles. Essa figura paterna, embora seja coadjuvante e pouco comentado é um personagem central para o desenvolvimento da história. Além de permitir a entrada de Oliver no seu ceio familiar, possibilita bases para que Oliver como seu convidado interaja, conheça e vivencie a experiência que o intercâmbio o proporcionava sem se apegar o moralismo ou ao exagerado as atividades acadêmicas. O diálogo entre Elio e Mr. Perlman nas cenas finais foi primoroso!
Este é o segundo longa que assisto do diretor Bong Joon-ho, o primeiro foi o incrível Parasita (2019). Nestes dois filmes, o diretor faz questão demarcar sua posição política frente as arbitrariedades econômicas, sociais, industriais e, sobretudo, humanas que não só formam essas dimensões, como estão imbricadas em suas casualidades, sejam elas boas ou ruins, às vezes, nos esquecemos que fazemos parte.
Okja me surpreendeu verdadeiramente! Eu não tinha a dimensão que a temática abordada seria uma crítica à indústria alimentícia. O roteiro se desenvolve à partir da posse da nova diretora da empresa agroquímica Mirando Corporation. Com slogan, sob "nova direção" Lucy Mirando (Tilda Swinton) tenta desvincular a empresa das ações do passado do seu pai e de sua irmã. Essa "limpeza" de imagem para a sociedade, no entanto, é pensada e desenvolvida à partir de um projeto ambicioso de aumento da linha de produção da carne suína.
Assim, a indústria passa a criar geneticamente super-porcos criados em laboratório. Contudo, para dar um ar caricato e divertido, a empresa distribuiu esses super-porcos para pequenos agricultores em todas as partes do globo, afim de, promover um concurso entre os produtores. Eis que a história se desenvolve entre a amizade do criado e criador: Mija (Ahn Seo Hyun) e Ojka. Alicerçado ao protagonismo infantil Bong Joon-ho apresenta na película, que os animais são detentores de sentimentos e não são insensíveis ao tratamento humano, pelo contrário. Apesar de Ojka ser um animal animado, o diretor faz questão dar ênfase no sentimento do animal, para com a vida que leva na montanha e depois apresenta o contraste de Ojka em cativeiro.
O filme de forma muito sutil levanta o debate sobre a necessidade da alta produção de carne para a população, sobretudo, a necessidade constante de novos cortes, sabores e para "incrementar" a alimentação. Contudo, o diretor apresenta esses fatos que são alvos constantes de discussões em telejornais à respeito da luta e defesa ao direito dos direito dos animais, mas deixa deixa em aberto a reflexão, pois ela cabe a cada repensar o seu consumo, isso torna o filme educativo e uma boa introdução para as pessoas que não estão tão envolvida com a temática.
"Qual é a graça da vida se não tivermos histórias para contar?" Ouvi essa frase pela primeira vez aos 10 anos, pelo meu pai, que sempre teve vários causos para contar da sua tão breve vida.
"Peixe Grande e suas histórias maravilhosas" é uma adaptação do livro "Peixe Grande ‑ Uma Fábula de Amor Entre Pai e Filho" do autor Daniel Wallace, lançado em 1998. Olha, que sagacidade de Tim Burton em dirigir este longa. Apesar de ser uma história simples de um pai que se encontra nos últimos dias de vida, ou seja, já no leito de morte e a busca de seu filho para dar sentindo na ausência do pai durante a sua infância e a veracidade nas histórias que ele contava. Este longa é de longe uma narrativa simplista. Afinal, "Um homem se transforma em suas próprias histórias. Elas vivem mesmo depois de sua morte. E é assim que ele se torna imortal”.
Esse resgate que Ed Bloom(Ewan McGregor) faz de suas memórias é uma forma de obter a sua própria essência, como se elas fossem a única herança que ele iria carregar consigo para sempre: sua caminhada diante os obstáculos da vida, a sua resiliência, a generosidade para com os outros, seus erros e, também, acertos. Isso era tudo o que ele era capaz de passar adiante para o seu filho, amigos e conhecidos, como uma ode a história narrada!
História esta que se desenvolve como água no rio, apesar das pedras no caminho ela é capaz de desviar, abrigar outras espécies, encobrir o que é ruim no seu interior, promover a vida e trazer o que há de melhor de todos. Ser como o peixe é saber lidar contra maré, viver em cardume, mas ao mesmo tempo, saber ser sozinho. O peixe conhece a água como nenhum outro animal, pois vive dela e para com ela.
Não tem o que eu não tenha gostado do filme: AMEI tudo, o ambiente fantástico, as metáforas, os ensinamentos, a trilha sonora, fechar com Pearl Jam foi uma das surpresas mais gostosas!
Ang Lee (As Aventuras de Pi - 2012) escolhe como locação uma montanha para ser o local do nascimento da intensa e corajosa história de amor entre dois homens: Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennis Del Mar (Hearth Leadger). Os dois personagens remontam o estereótipo de cavaleiros rústicos, ou seja, os cowboy do interior dos Estados Unidos da America. Jack é um peão de touro dos rodeios da cidade, enquanto Ennis ganha a vida trabalhando em diversas funções.
A história deles se cruzam quando aceitam trabalhar como pastores de ovelhas na montanha denominada Brokeback. Esse lugar inóspito é cercado pela natureza selvagem, com tempestades de gelo, ursos e lobos. Este cenário, aparentemente, conversa com a solidez que os personagens demonstram no início do longa. Contudo é, também, neste lugar que floresce nos dois a sensibilidade, o cuidado e o amor entre eles. Para mim, este é o significado que a montanha traz para a narrativa.
Apesar deles terem se apaixonado um pelo o outro, este sentimento não é bem aceito por eles e após o trabalho eles tentam retornar para a vida cotidiana sem ater as mudanças que tiveram durante o período na Brokeback Mountain. Dessa forma, cada um foi construir a sua vida, Ennis casou-se com sua namorada Alma (Michelle Williams). Enquanto Twist tentou se aventurar com outras pessoas, sem sucesso, até casar-se com Lureen (Anne Hathaway), aparentemente, por interesses econômicos. Ao longo deste casamento Twist propôs a Ennis que os dois largassem tudo e fossem viver a história de amor deles. Mas, Ennis não via possibilidades reais neste relacionamento por causa das dores da não aceitação da sociedade e que viviam regada por preconceito aos homossexuais. Assim, Twist se contenta em encontrar seu amor esporadicamente.
Eu senti muito pelas esposas e os filhos dos dois que sofreram as consequências do amor que os dois cultivaram "as escondidas". Como eles não sabiam como lidar com seus sentimentos, eles fizeram o sacrifício de se relacionarem com outras pessoas, afim de, amenizar ou "normalizar" o que eles sentiam. Por isso, me compadeci com as personagens Alma e Lureen, sobretudo, Alma que após descobrir o romance sofreu calada a traição e ao desinteresse de seu marido. Além de sofrer as atitudes egoístas e machistas e Ennis para com ela. Esse comportamento dele só demostra o quão confortável ele estava dentro daquela estrutura patriarcal de "chefe de família " e aquele se sustenta a prole. Enquanto Twist precisa reforçar essas atitudes para ser aceito como o homem da sua família, por meio de xingamentos, na agressividade e, sobretudo, nos negócios da família. Ambos se renunciaram em detrimento da aceitação dos outros, isso faz o filme ser tão triste, porque eles tinham a oportunidade de ser quem eram, mas o medo, o preconceito e a não aceitação das pessoas para com as escolhas dos dois falaram mais alto.
Com certeza, Ang Lee escreveu o seu nome na história cinematográfica ao trazer as telas do cinema, em um período que dava os primeiros passos para as discussões acerca dos direitos da comunidade LGBTQIA+ e este é um importante filme sobre a temática.
O filme começa com uma história até interessante sobre uma linhagem, só que era nova? porque para existir o Scorpions (Hiroyuki Sanada), já era previsível que iria dar ruim aquela ideia de camponeses felizes no bosque. Então, ficou muito mal construído isso. Eu não gostei da ideia de divisão das lutas da forma que ocorreu, ngm tem que ser amiguinho não, ali é um jogo cada um defendendo a sua sobrevivência. O Raiden (Hiroyuki Sanada) é o novo Mestre dos Magos, só aparece para abrir portal e sumir, queria vê-lo lutando!!!!!!!!!!!! Simon McQuoid me economiza aí, né? Sem pé nem cabeça esse roteiro. Sub-zero(Joe Taslim) faz tudo no filme, praticamente, carrega ele nas costas e tem aquele fim? Decepcionante demais.
Este filme me impacta de diversas formas; baseado em história real do Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), nascido no norte do Estados Unidos da América. Ele nasce livre em comparação aos outros negros que foram escravizados na mesma região. A princípio, teria a oportunidade de construir uma vida diferente aos seus conterrâneos. Isso se não fosse pelo fato de um dia ele ter sido sequestrado e vendido como um escravo para um mercador. Sem a chance de argumentar e de provar que aquilo era uma tremenda injustiça. Solomon tentou a todo custo se manter alheio aquela "nova" condição. Isso lhe rendeu vários açoites e penalidades por parte de seus "senhores". Assim, ele passa a vivenciar a luta de seus irmãos naquela penúria pela sobrevivência. Solomon sofre todos os horrores do escravagismo.
12 Anos de Escravidão é um filme cru tal como é a história de tantos negros que foram escravizados ao longo do tempo. Reflete a condição de uma pessoa escravizada, sobretudo, as mulheres que além de serem incumbidas pelo trabalho forçado eram submetidas aos estupros frequentes por parte de seus senhores. Aqui vemos, também, como uma família é totalmente modificada quando um pai, um marido é tirado de sua família fazendo deixando um vazio sobre o seu paradeiro e o que de fato havia acontecido.
É importante que essas histórias que nos marcam, nos impressionam sejam retratadas para não esquecermos do que o ser humano é capaz de fazer com o outro, apenas pelo fato de seu semelhante ter características diferentes.
Assistir este filme me deixou bem desconfortável. Logo no início ao ver que Theodore (Joaquim Phoenix) trabalhava com a elaboração de cartas eu tive a ideia que o personagem já trabalhava em meio a uma artificialidade, ou seja, ele enviava carta para as pessoas em nome delas. Pensar em uma sociedade que é incapaz de trocar palavras singelas com as pessoas que ama foi uma das primeiras das muitas reflexões que o filme me provocou.
A película, para mim, é uma ficção científica, mas que se mistura atual realidade em que vivemos. Ainda, não estamos ao ponto de nos relacionarmos inteiramente um sistema operacional, mas, a distância que nos foi imposta pela pandemia, reforçou novas habilidades para se relacionar, seja no campo afetivo, familiar ou de amizades. No decorrer da história, quando ainda não sabemos sobre o personagem eu achei fantástico esse ele conhecer Samantha (o sistema operacional) e achei por muito tempo que essa "pessoa" era imagem e semelhança de Theodore, fiquei surpreendida quando ela tinha posicionamentos próprios e se relacionava com outros humanos resultando até na interação entre eles.
Com a incapacidade de lidar com a realidade, o personagem se apega cegamente por aquela voz. Ao ponto dela controlar seus sentimentos e ações. Mas, ele não era capaz de estabelecer um vínculo com uma pessoa real. O que ficou claro, para mim, essa falta de confiança e aceitação daquilo que era diferente, tinha opiniões próprias, posicionamentos.
É um filme que faz pensar isso sem dúvidas e, por isso, ele é tão bom. Spike Jonze foi sagaz em nos apresentar essa perspectiva, que a cada dia se aproxima da nossa realidade.
O filme biográfico da dama do jazz, Billy Holliday (Andra Day)é forte e melancólico tal como a sua personagem. A história da cantora em ascensão, que por meio da sua voz, postura, sobretudo, pela sua liberdade econômica e sexual é capaz de perturbar de sobremaneira o FBI por conta de sua música, Strange Fruit, a composição forte regada por uma interpretação contundente, tornou-se uma ide a liberdade negra e hino contra o racismo.
O longa inicia-se com Billy cedendo uma entrevista sua aparência é fragilizada e a entrevistadora encarregada de frases racistas faz questão de questioná-la sobre os pontos mais delicados da sua vida. Assim, o filme começa a desenrolar a vida da cantora, o que me incomodou bastante, porque essa entrevistadora que dá o tom de narradora da história. Todavia, esse fio se perde no decorrer do longa e ao final ele não tem o desfecho ficando uma ponta solta: a entrevista terminou? rs Senti falta de cronologia da forma que foi apresentado os fatos e pela pouca mudança da personagem durante eles eu fiquei sem saber se era uma continuação, uma lembrança por causa da entrevista ou era uma mudança. O filme também é longo para o desenvolvimento.
A perseguição do governo americano, aqui representado pelo FBI só reforça o quanto o racismo é estrutural. Mais uma vez temos personagens que usam de má fé para persuadir o personagem (algo que se repete entre outros filmes da temporada de 2020). O que dificulta a união de todos para uma causa comum que todos sofrem, mas a possibilidade de sobressair ou ser reconhecido pelo opressor é sempre vista como o melhor caminho.
Por fim, a atuação da Andra Day é arrepiante! A risada dela ficou ecoando na minha cabeça por um longo tempo
Sthephen Hawking - obrigada por tamanha entrega e dedicação em prol da ciência - com certeza é uma referência para todas as áreas, sobretudo, no que tange ao desenvolvimento teórico de um campo e, neste caso não é qualquer campo, é só sobre o universo!
A palavra universo, inclusive, descreve bem o que foi este físico! Porque ele até os últimos dias de vida se mostra a cada dia mais fascinante. O longa é baseado na biografia do físico escrita com com a sua contribuição e publicada por sua ex-esposa Jane Hawking. A película narra, de forma, resumida a vida do astro-físico Sthepen( Eddie Redmayne), desde que ele ainda na graduação começa a se interessar sobre a pesquisa científica à respeito da estruturação do Universo. No longa mostra o futuro cientista, ainda dando os primeiros passo na vida acadêmica. Como um exímio aluno, ele se descobre um jovem pesquisador e, ao conhecer Jane - sua futura esposa - ele dá asas para o amor. Contudo, após ser diagnosticado com uma doença degenerativa rara a Esclerose lateral amiotrófica - ELA, ele tem sua expectativa de vida reduzida para dois anos. Bom, sorte a nossa que ele atravessou TODAS as limitações impostas pela doença, como a perda dos movimentos tornando-o tetraplégico chegando a perda da fala.
Nada disso foi capaz de parar Hawking, que não só prosseguiu a sua carreira como físico, como teve filhos, se separou de Jane posteriormente e não parou de abrilhantar em vida sendo o principal cientista sobre os Buracos de Minhoca e da teoria da Relatividade um passo para os humanos descobrirem como é de fato o desenvolvimento dos buracos negros (bom sou fascinada pelo assunto).
A atuação do Eddie Redmayne é magestosa!!!! Recomendo, recomendo, recomendo demais este filme.
Este filme tão singelo retrata os horrores da guerra sob a perspectiva de duas crianças, os irmãos Setsuko e Seita. Baseado no livro semi-biográfico de Akiyuki Nosaka, no qual, o autor lança-o como uma oportunidade de se desculpar de sua irmã caçula. A narrativa apresenta as diversas mazelas acometida a cidade de Kobe - Japão, durante a II Guerra Mundial. Sem dúvidas, é o filme sobre guerra mais impactante para mim até o momento.
A película foca, também, em narrar a saga dos irmãos Stsuko e Seita para contornar todo o sofrimento e dor ao presenciar o bombardeio à sua cidade. Além do conflito dos ataques aéreos, temos a dimensão de como àqueles que sucumbem a morte têm a sorte lançanda no intenso desafio de sobrevivência. As duas crianças agora sem o cuidado e proteção de seus pais que foram liquidados pelo conflito. Eles se veem desamparados pelos parentes, pela sociedade, sobretudo, pelo estado. Enquanto isso, nos locais onde não foram atingidos se percebe a indiferença, o egoísmo, a mesquinharia.
Isao Takahata desenvolve esse contraste ao mostrar as discrepâncias entre duas realidades que a enfrentava na mesma cidade. Na primeira a destruição, os corpos falecidos empilhados nas ruas, o desespero e medo. Na segunda a vida "normal" de crianças brincando nas ruas. Os personagens do filme são retratados ainda em um paralelo entre essas realidades, com uma vontade de sobrevivência eles tenta a sua maneira brincar, distrair e manter as lembranças felizes que ocorreram antes do pesado iniciar. Isso torna ainda mais cruel aquela realidade.
como me doeu o fato de Setzuko falecer sem saber que sua mãe estava morta, dilacerante.
Túmulo dos Vagalumes resume bem que a guerra não é só feita por bombas, lança-chamas ou pelo confronto direto entre os soldados no front. Ela é sustentada ora pelo descaso, pela falta de empatia das pessoas para com os semelhantes; Isso sim, é o maior combustão para a eclosão de (novas) guerras.
Não entendi o que Claire Denis quis apresentar no filme, foram muitas coisas juntas que não fizeram sentido algum para mim. Primeiro, o filme é lançado após Gravidade do Alfonso Cuarón (2013), e parece não ter aprendido nada com essa referência. As imagens do espaço ficaram muito mal feitas, sobretudo, quando eles mostram o buraco negro. Ademais, que foi apenas jogado no filme.
O filme tenta mostra um experimento do governo com vários apenados. Homens e mulheres que tinham diferentes pendências com a justiça foram enviados para o espaço, para um experimento sobre reprodução humana. Mas, é feito de forma bem nojenta. Lá numa nave que parece uma caixa de fósforo eles tentam reproduzir a imagem que se tem da terra com plantas, academia, televisão com imagens antigas da terra. Alguns aspectos sobre o controle dos corpos, seus desejos e aspirações são introduzidas muito superficialmente, tendo em vista, que seriam controlados mesmo se estivessem na prisão convencional.
Apesar de pouco ser explorado no filme, Robert Pattinson consegue se sobressair com a sua atuação e entrega ao personagem, mas não avança em nada além disso.
"O tempo anda devagar, mas passa depressa". Alice Walker
Este filme é uma obra prima de Steven Spielberg. O diretor apresenta as fragilidades de Celine em um período que a mulher era submissa aos homens sejam eles pais ou maridos. Aliás, a mulher neste período só servia para prestar os serviços da casa sejam eles sexuais ou domésticos.
A película conta a história de Celie (Whoopi Goldberg), uma mulher preta, pobre, desassistida pelo estado no que concerne a educação e, sobretudo, proteção. Com a ausência de sua mãe, ela morava com sua irmã Corrine(Susan Beaubian) e seu pai numa casa cercada por flores com a cor que leva o título do filme. Neste jardim as irmãs se rendiam as cantigas e brincadeiras com as mãos. Celie apesar de ser uma adolescente já daria a luz ao seu segundo filho, fruto dos abusos sexuais de seu pai, uma prática comum deste homem para com suas filhas. Ao longo da trama enxerguei como Celie era negligenciada como pessoa, apesar de estar sempre apta a ajudar qualquer pessoa. A princípio essa é a ideia que transpassa no núcleo da personagem, mas depois esse tratamento que Celie recebia foi ampliado para as pessoas negras daquela cidade, só que agora realizadas pelos brancos. De forma, sutil temos esses dois espectros dentro do filme. Assim, o preconceito e a intolerância são perpetuadas pelas agressões dos homens brancos dotados por sua cultura para com aquela população negra que ali vivia.
O filme é incrível mostra muitas questões pertinentes para a nossa atual conjuntura como: a importância do fortalecimento entre as mulheres, por meio do feminismo, o machismo estrutural, o racismo, o fundamentalismo religioso entre tantas questões.
Não teve como eu fugir do olhar crítico ao assistir este filme. Thomas Vinterberg desenvolve uma narrativa, para mim, descabida e perigosa. O diretor nos apresenta quatro amigos, que dividem além da amizade e os problemas, o mesmo local de trabalho, uma escola. Peter (Lars Ranthe) professor de música, Martin (Mads Mikkelsen) professor de História, Nikolaj (Magnus Millang) professor de Psicologia e Tomy (Thomas Bo Larsen) professor de educação física. Instigado por uma teoria que afirmava que o corpo humano tem um déficit de álcool, Nikolaj propõe ao seus amigos realizarem um experimento: ingerir em escala crescente álcool no decorrer dos dias.
Nesse momento, entra um perigo grande: a estigmatização do pesquisador. No longa, ele se apresenta como um pesquisador a nível doutorado, péssimo isso. As pesquisas científicas não são realizadas sem rigor científico ou com experimentos realizados, com base, nas convicções pessoais das pessoas, aliás, o pesquisador não faz parte do experimento rs - é preciso sair da ilha para enxergá-la". Como alívio cômico o diretor insere seus personagens dentro de uma instituição educativa, com crianças e jovens.
Eu não consegui achar legal ou divertido, o fato de ser encenado professores de know-how ingerirem bebidas alcoólicas dentro da escola, sob o pretexto de dar um novo significado ao seu trabalho, como é apresentado pelo longa. O pior, o professor estimula o aluno a tomar uma dose para passar no exame, péssimo isso. "Ah, mas isso é moralismo". Não, isso é descredibilizar o professor sem precedentes. Aliás, porque não foi escolhido o professor de Matemática? Porque há uma tendência em considerar os professores de História, Música, Educação Física como "insignificantes" em comparação com as disciplinas como: Matemática, por exemplo.
Por último, a relativização do alcoolismo. Todo mundo tem problemas, em maior ou menor grau e o álcool, assim, como a cocaína, LSD, o açúcar, ansiolíticos e etc. é uma droga. Beber sobre o pretexto de aliviar os problemas com a esposa, com o trabalho, com a vida em si é reforçar a falsa ideia que o alcoolismo só "atinge" as pessoas fracas e desequilibradas. O que ocorre com o Tomy escancara isso e mais uma vez é reforçado pelas cenas finais.
Os atores trabalharam bem? sem dúvidas. O filme é bem dirigido? Demais. Mas esvazia discussões importantes.
Este filme é controverso, os diretores Danny Boyle e Loveleen Tandan parecem se basear no filme brasileiro, Cidade de Deus (2002), dirigido pela dupla Fernando Meirelles e Kátia Lund. Boyle e Tandan retratam Mombai - Índia ao mundo, tal como ela era naquele momento: miserável, sem saneamento básico, violenta, opressora, sem levar em consideração os Direitos Humanos, sobretudo, no que tange as crianças e adolescentes. De forma, resumida, um país pobre que, com certeza, sentia muito a crise econômica de 2008. Este recorte é importante e pouco lembrado.
Quando os diretores apresenta os irmãos Malik, Jamal(Dev Patel) e Samir(Madhur Mittal) na tentativa de brincar e se divertirem tal como as crianças em meio àquele caos que elas aparentavam ter pouco conhecimento. Acreditei que o filme iria para um caminho. Contudo, ao utilizar o programa televisivo " Quem quer ser um milionário" entendi que esse início era apenas uma apresentação do participante no Programa, mas que logo muda de figura. Então, eu esperava que fosse uma história de superação do personagem em busca de uma vida melhor, tal como ele merecia. Mas, não, o roteirista reduziu a história, ao amor platônico de Jamal por Latika (Freida Pinto), oi?
Esse romance não fez sentido algum, um adolescente órfão, sem teto, sem perspectivas ao invés de lutar pela sua própria subsistência, passa a vida em busca de uma garota que tal como ele sentia o peso do descaso e da exploração. O pior de tudo foi usarem como pano de fundo o programa "Quem quer ser milionário" para reforçar os estereótipos que a criança pobre não pode ter a capacidade de aprender apesar de sofrer com as mazelas da vida.
Não gostei e, foi uma injustiça o prêmio de melhor filme do Oscar de 2009, não ter sido do O Curioso caso de Benjamin Button - David Fincher. O que foi positivo do filme para mim foi ver mais um trabalho do falecido Irrfan Khan que nos deixou em 2020. Acredito que as minhas impressões negativas deste filme decorre pelo fato que assisti o filme Carfanaum (2018), dirigido pela Nadine Labaki, aliás recomendo!
Primeiramente, agradeço ao diretor Shaka King, por trazer a história de Fred Hampton ao planeta! Daniel Kaluuya se agigantou de sobremaneira dentro do personagem e se mostrou muito à vontade no papel. Assisti Jesus e o Messias Negro, após conferir os outros filme da temporada: Os 7 de Chicago e Uma noite em Miami, ambos são necessários e se completam.
Shaka King remonta o estado de Illinois da década 60, por meio dos figurinos, caracterização impecável dos atores, os carros e o intenso conflito entre brancos e negros inflados pela exploração do capital. O filme destaca dois homens emblemáticos: Fred e Bill O' Neal (Lakeih Stanfield). Os dois têm o encontro marcado na história, por intermédio do FBI, representado no longa por Roy Mitchell (Jesse Plemons). Bill para se esquivar das consequências de um assalto a mão armada é recrutado por Roy para ser um "rato" ou no português popular: um X-9 de todas os planos, ações e estratégias feitos pelo líder dos Panteras. Enquanto isso, Fred se rende ao povo, a causa que motiva sua vida: - a luta pela igualdade para a população negra -, por meio das maiores armas: a educação, a poesia, o amor, a atenção e o cuidado com o próximo. As cenas dele na escola são formidáveis.
O filme é muito forte e desmistifica muito o pré-conceito disseminado à respeito dos Panteras Negras. Ademais, ele é muito representativo, sobretudo, inspirador de coragem e força vide a bravura e resistência das mulheres negras tão bem construídas dentro do longa.
Mank busca retomar os ares da década de 1940 e traz elementos que me convenceram perfeitamente disso com o uso dos figurinos, expressões, carros, a sonoplastia, o contexto histórico da época.
Contudo a vida de Herman J. Mankiewicz(Gary Oldman ), um homem boêmio, chato e que dependia das mulheres para colocá-lo para dormir, não me instigou a nem continuar assistindo. Entendo a carga emocional de David Fincher em apresentar um projeto antigo, só que o interesse para esse universo já não é o mesmo, daquele imaginado na sua construção. Então, esse é um filme que, infelizmente, pode até ser memorável para um público muito restrito, mas só.
Orson Welles foi um diretor muito à frente do seu tempo. Depois de 80 anos de estreia deste longa, ele se mostra muito atual. A forma como o jogo político é conduzido pelos meios de comunicação, em uma época que o jornal era um formador de opinião. Kane, como detentor de um meio de comunicação sensacionalista utiliza estratégias, que muitas pessoas hoje acham, contemporâneas como: as fakes news, de forma refinada e sorrateira.
Fiquei impressionada como as técnicas utilizadas o jogo de luz e sombras que foram usados para compor cenas, para demonstrar sentimentos, aproximar o personagem do telespectador e para revelar e esconder elementos das cenas que era determinantes. Claro que tudo isso é comuns hoje em dia, mas para a época com certeza foi um marco. A forma como a história é desvelada para o telespectador, a partir das memórias e vivências sobre este personagem curioso foi incrível. O final, só demonstra que as partes de uma história ainda não são capazes de reconstruir uma vida com todos os seus significados.
É um grande filme, com uma história muito interessante!
O documentário foi excelente para matar a saudade e em contrapartida aumentá-la na mesma proporção. Chorão, não escolheu a frase Marginal Alado como descrição atoa. De acordo com o dicionário Marginal significa: o "que se encontra ou vive às margens de rios ou de outros cursos d'água". Enquanto Alado é "dotado de asas, que voa". O Alexandre era grande demais para tudo isso. Eu queria ouvir mais o Alexandre e menos o Chorão, no documentário deu a ênfase na estrela que ele era e foi digno, porém queria saber mais sobre as particularidades do Alexandre. Assistir o Champingon dando a entrevista me quebrou. A história foi cruel demais com ele.
Alex Garland nos apresenta um longa sob o gênero de ficção científica, mas, que nos aproxima e muito do futuro da humanidade, ou só do futuro, porque será que a humanidade irá resistir aos diversos desafios que têm encontrado?
Bom, o filme conta a história de um ambicioso androide AVA (Alicia Vikander).produzido por Nathan (Oscar Isaac), em processo de aprimoração. Nathan seleciona, o programador promissor Caleb (Domhnall Gleeson), para realizar um " Teste de Turing", ou seja, um teste que busca verificar as aproximações da Inteligência Artificial com o ser humano, ou não.
Impressionado com a promoção e oportunidade de fazer parte desta descoberta, Caleb se rende a AVA . Ela é capaz de não só aproximá-lo de si, mas como de colocá-lo contra Nathan, utilizando dos sentimentos que Caleb foi nutrindo por ela.
O filme aborda uma dimensão pouco explorada nos filmes de ficção científica e quando se pensa na capacidade do ser humano em criar. Essa dimensão é as emoções. Nesta película elas são determinantes para o seu desenvolvimento. De um lado temos um bilionário recluso em um paraíso subterrâneo, que por não controlar as suas emoções, se rende ao álcool. Já Caleb um jovem programador sem saber lidar com a solidão, se rende a pornografia. E os dois são unidos pela captação de dados.
A partir do momento que Nathan tem conhecimento dessas fragilidades de Caleb, ele constrói AVA a imagem e semelhança de sua imaginação. Enquanto Caleb ao perceber a fraqueza de Nathan com o álcool ele usa estratégia de embriagá-lo para dar vazão a sua imaginação: fugir com AVA. Enquanto isso, AVA como fruto deste embate, se torna uma "pessoa" que usa a motivações dos dois para ganhar a vida.
Este longa é fantástico, permite explorar várias camadas como: a ética, a misoginia, as emoções, o quão estamos preparados para lidar com AI, a moral e tudo aquilo que aprisiona e liberta. Aliás, o fato deles estarem em uma casa subterrânea remete muito ao Mito da Caverna de Platão. Fiquei IMPACTADA e quem não gostou assistiu errado!!
A Viagem de Chihiro é sobre a descoberta de uma garotinha, tanto de si quanto dos outros. Quando a personagem se percebe dentro de um mundo em que ela estava só, sem a companhia e a proteção de seus pais. A personagem cria por si só novos laços de confiança, afeto e proteção. E ao longo da história esses laços contribuem para que Chihiro desenvolva a resiliência para atravessar as situações que fogem totalmente do seu controle: como a possibilidade de nunca mais ver seus pais
O filme é recheado de simbolismos como a crítica ao capitalismo selvagem que seduz, engana e destrói. A casa de banho do filme é este lugar sedutor, tal como os shoppings, capaz de oferecer diversos serviços, iguarias e diversão. Este local foi o que mais me deixou pensativa: os hóspedes eram todos da figura masculina e quem os serviam eram jovens e meninas humanas. E, por que aquele local só atraia jovens e crianças? Aliás, por que eles tinham aversão aos humanos, mas cultuavam a cobiça aos objetos tão humanos como o ouro, o prazer, o conforto, o consumismo?
Estes elementos me fizeram pensar que este local de oferta de prazer para os outros, o faz às custas da vida de outrem, no caso, temos a trajetória de Chiriro. O fato dela ter que se submeter ao trabalho escravo, me fez refletir sobre o olhar que temos sobre o amadurecimento - sempre atrelado ao sofrimento extremo de alguém - e se tratando, especialmente, de crianças não deveria ser assim. Apesar dos pesares, a personagem se mostra sempre esperançosa, cordial como aqueles que cruzam seu caminho e disposta a ajudar. Esse altruísmo é responsável pela saída dela daquele mundo, porque apesar dos pesares ela conseguiu enxergar aquelas criaturas com atenção e carinho, sobretudo, as criaturas que mais precisavam deste olhar.
É um filme com várias camadas e, por isso, é tão bom!
Enfim, M. Night Shyamalan encerra a sequência de Unbreakable e Split com Glass. Apesar de muitos terem achado que seria o reencontro dos personagens David Dunn (Bruce Willis), Elijah(Samuel L. Jackson) e Kevin (+24 personalidades)(James McAvoy) para uma batalha. O diretor ousou em apresentar no filme não o confronto entre os personagens - apesar de haver - mas a origem da história deles, aquilo que aproximava e distanciavam essas criaturas.
O que eu não curti foi a forma que eles foram colocados na clínica que se assemelham a uma prisão de segurança máxima, mas que tem apenas três seguranças para a ala de pacientes tão "perigosos". Nessa clínica, é relevada toda a construção da narrativa da origem do Inquebrável(David Dunn) e a Fera(Kevin), com base em seu criador Elijah ou o "Sr. Glass". Achei importante a explicação da história de Elijah, porque, ele não tinha um papel efetivo em Unbreakable, inclusive, eu achava que ele era revoltado com a sua condição e, por isso, invejava o fato de Dunn ser tudo aquilo que ele queria ser.
As revelações dele ter sido o criador deles que são tão incríveis quanto os personagens em quadrinhos é a forma que este frágil homem encontrou para dar vida aos seus desejos e fantasias. O Sr. Vidro, não aceitaria outra pessoa dando um fim a eles, que não fosse ele próprio. Então, a construção dessa narrativa para chegar ao desfecho final, foi interessante. As mortes foram decepcionantes demais para mim, um desperdício para personagens tão incríveis, mas de fato eram necessárias.
A revelação ao mundo sobre eles foi bem atual e conversa muito com o primeiro filme quando Elijah pede para que Dunner vá em um local aberto para se revelar. Naquele momento ele precisava aceitar o seu dom e o contato com as pessoas propiciou esta confiança necessária. Quando Joseph, Cassie e a mãe de Elijah se senta e observa a reação das pessoas ao feito dos três personagens é exatamente o que efeito que Elijah queria: provar que ele havia criado personagens tais como os heróis em quadrinho e este era o seu propósito na terra.
M. Night Shyamalan lança o segundo longa da sua trilogia, após dezesseis anos da estreia do primeiro filme, Unbreakable, o Inquebrável (Corpo Fechado, 2001).
Neste filme, os dois personagens David Dunner(Bruce Willis) e Elijah (Samuel L. Jackson) são deixados de lado e Shymalan apresenta um personagem (ou vários personagens) distinto. Somos "jogados" dentro da vida de Kevin Wendell Crumb (James McAvoy) que tem seu corpo apossado pelas vinte e três personalidades. Ademais destaco a atuação de James MacAvoy que está incrível ao dar vida a estas personalidades tão diferentes entre si. O corpo de Kevin está sob a liderança de Dennis e Patrícia, que juntos iniciaram um plano para libertar uma criatura grotesca, que seria o reflexo de todas as personalidades abrigadas no corpo, de uma forma mais forte e imbatível.
Este é o filme que mais me agrada da trilogia, o plano é bem executado e Shymalan enriquece novamente nos detalhes que antecedem a revelação da Fera. A abordagem do personagem Kevin, até então são alheios a história iniciada em Unbreakable. Apenas quando é trazido à tona sobre a infância de Kevin e os porquês do seu transtorno que a história vai se convergindo ao Inquebrável e aos personagens David Dunn e Elijah, porque ambos carregam o trauma como desencadeante de tais transformações físicas e psicológicas. Aliás, somente, no final somos brindados com o retorno de Dunn bem mais velho observando todo o caos que Kevin e suas personalidades estavam causando, sendo o gancho para a continuidade do terceiro e último filme, Glass.
M. Night Shyamalan inicia a sua trilogia por Unbreakable, o Inquebrável, infelizmente, a tradução brasileira não contribui para a junção dos títulos da sequência.
A história do vigilante David Dunn (Bruce Willis) é revelada, após uma série de acidentes em que ele esteve envolvido e, incrivelmente, saiu ileso. O longo se desenrola lentamente, na medida em que Elijah (Samuel L. Jackson) vai apontando ao personagem habilidades em que ele carrega ao longo da vida, mas que por algum motivo ele não deixou aflorar ou se permitiu a isso. Em meio, a essas revelações Dunn sofre entre aceitar sua condição e lutar para que ele se mantenha como antes, ou seja, alheio sobre elas.
O longa traz uma riqueza de detalhes impressionante, para construir a história dos personagens. O modo como a câmera é usada nos faz olhar, exatamente, como o personagem dentro da cena está olhando sobre um fato ou uma situação e, por isso, é tão eficiente as reviravoltas da história.
Me Chame Pelo Seu Nome
4.1 2,6K Assista Agora"Call Me By Your Name" em português "Me Chame Pelo Seu Nome", dirigido por Luca Guadagnino, é a adaptação do livro homônimo escrito por André Aciman, lançado em 2007. Essa adaptação rendeu ao roteirista do longa, James Ivory, o Óscar de melhor roteiro adaptado em 2018.
A história do filme é retratada no verão de 1983, - este laço temporal me fez lembrar de um filme recente, o qual indico: Verão de 85, de François Ozon (2021) - quando um professor universitário de arqueologia Mr. Perlman(Michael Stuhlbarg) receber o aluno americano Oliver (Armie Hammer), para dar sequência aos trâmites acadêmicos em que ele tradicionalmente desenvolve durante o verão. Diferentemente, dos outros universitários que este professor acolhia em sua casa, Oliver, por meio de sua simpatia despertou a admiração, a curiosidade e até um pouco de antipatia de sua filho Elio (Timothée Chalamet). Os dois passam a fazer várias atividades de lazer juntos: curtir piscina, jogar vôlei, andar de bicicleta e até acompanhar algumas atividades acadêmicas do exímio professor. Aos poucos, a antipatia de Elio, para com Oliver dá lugar a uma paixão. O desenvolvimento dessa paixão vai sendo construída de forma tão fluída que eu me perguntava se o Oliver e as demais pessoas ao redor percebiam ou não, de tão sutil que foi sendo construída. O conflito do personagem para com o seus sentimentos e descobertas passam muita realidade e isso se deve a grande atuação de Timothée Chalamet. A cenas dos dois, bem como o romance que eles construíram junto ao medo do preconceito são incríveis!!
Destaco o desenvolvimento do núcleo familiar do personagem, apesar de ser visto como irreal ou fantasioso, eu não esperava outra atitude de um pai que era professor universitário, tão aberto e sensível para as questões da vida. Ele não só percebe o romance dos dois como, de certa forma, incentiva-os a vivenciar o que era só deles. Essa figura paterna, embora seja coadjuvante e pouco comentado é um personagem central para o desenvolvimento da história. Além de permitir a entrada de Oliver no seu ceio familiar, possibilita bases para que Oliver como seu convidado interaja, conheça e vivencie a experiência que o intercâmbio o proporcionava sem se apegar o moralismo ou ao exagerado as atividades acadêmicas. O diálogo entre Elio e Mr. Perlman nas cenas finais foi primoroso!
Recomendo! Recomendo! Recomendo!
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraEste é o segundo longa que assisto do diretor Bong Joon-ho, o primeiro foi o incrível Parasita (2019). Nestes dois filmes, o diretor faz questão demarcar sua posição política frente as arbitrariedades econômicas, sociais, industriais e, sobretudo, humanas que não só formam essas dimensões, como estão imbricadas em suas casualidades, sejam elas boas ou ruins, às vezes, nos esquecemos que fazemos parte.
Okja me surpreendeu verdadeiramente! Eu não tinha a dimensão que a temática abordada seria uma crítica à indústria alimentícia. O roteiro se desenvolve à partir da posse da nova diretora da empresa agroquímica Mirando Corporation. Com slogan, sob "nova direção" Lucy Mirando (Tilda Swinton) tenta desvincular a empresa das ações do passado do seu pai e de sua irmã. Essa "limpeza" de imagem para a sociedade, no entanto, é pensada e desenvolvida à partir de um projeto ambicioso de aumento da linha de produção da carne suína.
Assim, a indústria passa a criar geneticamente super-porcos criados em laboratório. Contudo, para dar um ar caricato e divertido, a empresa distribuiu esses super-porcos para pequenos agricultores em todas as partes do globo, afim de, promover um concurso entre os produtores. Eis que a história se desenvolve entre a amizade do criado e criador: Mija (Ahn Seo Hyun) e Ojka. Alicerçado ao protagonismo infantil Bong Joon-ho apresenta na película, que os animais são detentores de sentimentos e não são insensíveis ao tratamento humano, pelo contrário. Apesar de Ojka ser um animal animado, o diretor faz questão dar ênfase no sentimento do animal, para com a vida que leva na montanha e depois apresenta o contraste de Ojka em cativeiro.
O filme de forma muito sutil levanta o debate sobre a necessidade da alta produção de carne para a população, sobretudo, a necessidade constante de novos cortes, sabores e para "incrementar" a alimentação. Contudo, o diretor apresenta esses fatos que são alvos constantes de discussões em telejornais à respeito da luta e defesa ao direito dos direito dos animais, mas deixa deixa em aberto a reflexão, pois ela cabe a cada repensar o seu consumo, isso torna o filme educativo e uma boa introdução para as pessoas que não estão tão envolvida com a temática.
Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas
4.2 2,2K Assista Agora"Qual é a graça da vida se não tivermos histórias para contar?" Ouvi essa frase pela primeira vez aos 10 anos, pelo meu pai, que sempre teve vários causos para contar da sua tão breve vida.
"Peixe Grande e suas histórias maravilhosas" é uma adaptação do livro "Peixe Grande ‑ Uma Fábula de Amor Entre Pai e Filho" do autor Daniel Wallace, lançado em 1998. Olha, que sagacidade de Tim Burton em dirigir este longa. Apesar de ser uma história simples de um pai que se encontra nos últimos dias de vida, ou seja, já no leito de morte e a busca de seu filho para dar sentindo na ausência do pai durante a sua infância e a veracidade nas histórias que ele contava. Este longa é de longe uma narrativa simplista. Afinal, "Um homem se transforma em suas próprias histórias. Elas vivem mesmo depois de sua morte. E é assim que ele se torna imortal”.
Esse resgate que Ed Bloom(Ewan McGregor) faz de suas memórias é uma forma de obter a sua própria essência, como se elas fossem a única herança que ele iria carregar consigo para sempre: sua caminhada diante os obstáculos da vida, a sua resiliência, a generosidade para com os outros, seus erros e, também, acertos. Isso era tudo o que ele era capaz de passar adiante para o seu filho, amigos e conhecidos, como uma ode a história narrada!
História esta que se desenvolve como água no rio, apesar das pedras no caminho ela é capaz de desviar, abrigar outras espécies, encobrir o que é ruim no seu interior, promover a vida e trazer o que há de melhor de todos. Ser como o peixe é saber lidar contra maré, viver em cardume, mas ao mesmo tempo, saber ser sozinho. O peixe conhece a água como nenhum outro animal, pois vive dela e para com ela.
Não tem o que eu não tenha gostado do filme: AMEI tudo, o ambiente fantástico, as metáforas, os ensinamentos, a trilha sonora, fechar com Pearl Jam foi uma das surpresas mais gostosas!
O Segredo de Brokeback Mountain
3.9 2,2K Assista AgoraAng Lee (As Aventuras de Pi - 2012) escolhe como locação uma montanha para ser o local do nascimento da intensa e corajosa história de amor entre dois homens: Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennis Del Mar (Hearth Leadger). Os dois personagens remontam o estereótipo de cavaleiros rústicos, ou seja, os cowboy do interior dos Estados Unidos da America. Jack é um peão de touro dos rodeios da cidade, enquanto Ennis ganha a vida trabalhando em diversas funções.
A história deles se cruzam quando aceitam trabalhar como pastores de ovelhas na montanha denominada Brokeback. Esse lugar inóspito é cercado pela natureza selvagem, com tempestades de gelo, ursos e lobos. Este cenário, aparentemente, conversa com a solidez que os personagens demonstram no início do longa. Contudo é, também, neste lugar que floresce nos dois a sensibilidade, o cuidado e o amor entre eles. Para mim, este é o significado que a montanha traz para a narrativa.
Apesar deles terem se apaixonado um pelo o outro, este sentimento não é bem aceito por eles e após o trabalho eles tentam retornar para a vida cotidiana sem ater as mudanças que tiveram durante o período na Brokeback Mountain. Dessa forma, cada um foi construir a sua vida, Ennis casou-se com sua namorada Alma (Michelle Williams). Enquanto Twist tentou se aventurar com outras pessoas, sem sucesso, até casar-se com Lureen (Anne Hathaway), aparentemente, por interesses econômicos. Ao longo deste casamento Twist propôs a Ennis que os dois largassem tudo e fossem viver a história de amor deles. Mas, Ennis não via possibilidades reais neste relacionamento por causa das dores da não aceitação da sociedade e que viviam regada por preconceito aos homossexuais. Assim, Twist se contenta em encontrar seu amor esporadicamente.
Eu senti muito pelas esposas e os filhos dos dois que sofreram as consequências do amor que os dois cultivaram "as escondidas". Como eles não sabiam como lidar com seus sentimentos, eles fizeram o sacrifício de se relacionarem com outras pessoas, afim de, amenizar ou "normalizar" o que eles sentiam. Por isso, me compadeci com as personagens Alma e Lureen, sobretudo, Alma que após descobrir o romance sofreu calada a traição e ao desinteresse de seu marido. Além de sofrer as atitudes egoístas e machistas e Ennis para com ela. Esse comportamento dele só demostra o quão confortável ele estava dentro daquela estrutura patriarcal de "chefe de família " e aquele se sustenta a prole. Enquanto Twist precisa reforçar essas atitudes para ser aceito como o homem da sua família, por meio de xingamentos, na agressividade e, sobretudo, nos negócios da família. Ambos se renunciaram em detrimento da aceitação dos outros, isso faz o filme ser tão triste, porque eles tinham a oportunidade de ser quem eram, mas o medo, o preconceito e a não aceitação das pessoas para com as escolhas dos dois falaram mais alto.
Com certeza, Ang Lee escreveu o seu nome na história cinematográfica ao trazer as telas do cinema, em um período que dava os primeiros passos para as discussões acerca dos direitos da comunidade LGBTQIA+ e este é um importante filme sobre a temática.
Mortal Kombat
2.7 1,0K Assista AgoraMortal Kombat raiz: melhores lutadores
Mortal Kombat nutela:
a marca te torna digno
Mortal Kombat
2.7 1,0K Assista AgoraO filme começa com uma história até interessante sobre uma linhagem, só que era nova? porque para existir o Scorpions (Hiroyuki Sanada), já era previsível que iria dar ruim aquela ideia de camponeses felizes no bosque. Então, ficou muito mal construído isso.
Eu não gostei da ideia de divisão das lutas da forma que ocorreu, ngm tem que ser amiguinho não, ali é um jogo cada um defendendo a sua sobrevivência. O Raiden (Hiroyuki Sanada) é o novo Mestre dos Magos, só aparece para abrir portal e sumir, queria vê-lo lutando!!!!!!!!!!!!
Simon McQuoid me economiza aí, né? Sem pé nem cabeça esse roteiro. Sub-zero(Joe Taslim) faz tudo no filme, praticamente, carrega ele nas costas e tem aquele fim? Decepcionante demais.
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KEste filme me impacta de diversas formas; baseado em história real do Solomon Northup (Chiwetel Ejiofor), nascido no norte do Estados Unidos da América. Ele nasce livre em comparação aos outros negros que foram escravizados na mesma região. A princípio, teria a oportunidade de construir uma vida diferente aos seus conterrâneos. Isso se não fosse pelo fato de um dia ele ter sido sequestrado e vendido como um escravo para um mercador. Sem a chance de argumentar e de provar que aquilo era uma tremenda injustiça. Solomon tentou a todo custo se manter alheio aquela "nova" condição. Isso lhe rendeu vários açoites e penalidades por parte de seus "senhores". Assim, ele passa a vivenciar a luta de seus irmãos naquela penúria pela sobrevivência. Solomon sofre todos os horrores do escravagismo.
12 Anos de Escravidão é um filme cru tal como é a história de tantos negros que foram escravizados ao longo do tempo. Reflete a condição de uma pessoa escravizada, sobretudo, as mulheres que além de serem incumbidas pelo trabalho forçado eram submetidas aos estupros frequentes por parte de seus senhores. Aqui vemos, também, como uma família é totalmente modificada quando um pai, um marido é tirado de sua família fazendo deixando um vazio sobre o seu paradeiro e o que de fato havia acontecido.
É importante que essas histórias que nos marcam, nos impressionam sejam retratadas para não esquecermos do que o ser humano é capaz de fazer com o outro, apenas pelo fato de seu semelhante ter características diferentes.
Ela
4.2 5,8K Assista AgoraAssistir este filme me deixou bem desconfortável. Logo no início ao ver que Theodore (Joaquim Phoenix) trabalhava com a elaboração de cartas eu tive a ideia que o personagem já trabalhava em meio a uma artificialidade, ou seja, ele enviava carta para as pessoas em nome delas. Pensar em uma sociedade que é incapaz de trocar palavras singelas com as pessoas que ama foi uma das primeiras das muitas reflexões que o filme me provocou.
A película, para mim, é uma ficção científica, mas que se mistura atual realidade em que vivemos. Ainda, não estamos ao ponto de nos relacionarmos inteiramente um sistema operacional, mas, a distância que nos foi imposta pela pandemia, reforçou novas habilidades para se relacionar, seja no campo afetivo, familiar ou de amizades. No decorrer da história, quando ainda não sabemos sobre o personagem eu achei fantástico esse ele conhecer Samantha (o sistema operacional) e achei por muito tempo que essa "pessoa" era imagem e semelhança de Theodore, fiquei surpreendida quando ela tinha posicionamentos próprios e se relacionava com outros humanos resultando até na interação entre eles.
Com a incapacidade de lidar com a realidade, o personagem se apega cegamente por aquela voz. Ao ponto dela controlar seus sentimentos e ações. Mas, ele não era capaz de estabelecer um vínculo com uma pessoa real. O que ficou claro, para mim, essa falta de confiança e aceitação daquilo que era diferente, tinha opiniões próprias, posicionamentos.
É um filme que faz pensar isso sem dúvidas e, por isso, ele é tão bom. Spike Jonze foi sagaz em nos apresentar essa perspectiva, que a cada dia se aproxima da nossa realidade.
Estados Unidos Vs Billie Holiday
3.3 150 Assista AgoraO filme biográfico da dama do jazz, Billy Holliday (Andra Day)é forte e melancólico tal como a sua personagem. A história da cantora em ascensão, que por meio da sua voz, postura, sobretudo, pela sua liberdade econômica e sexual é capaz de perturbar de sobremaneira o FBI por conta de sua música, Strange Fruit, a composição forte regada por uma interpretação contundente, tornou-se uma ide a liberdade negra e hino contra o racismo.
O longa inicia-se com Billy cedendo uma entrevista sua aparência é fragilizada e a entrevistadora encarregada de frases racistas faz questão de questioná-la sobre os pontos mais delicados da sua vida. Assim, o filme começa a desenrolar a vida da cantora, o que me incomodou bastante, porque essa entrevistadora que dá o tom de narradora da história. Todavia, esse fio se perde no decorrer do longa e ao final ele não tem o desfecho ficando uma ponta solta: a entrevista terminou? rs
Senti falta de cronologia da forma que foi apresentado os fatos e pela pouca mudança da personagem durante eles eu fiquei sem saber se era uma continuação, uma lembrança por causa da entrevista ou era uma mudança. O filme também é longo para o desenvolvimento.
A perseguição do governo americano, aqui representado pelo FBI só reforça o quanto o racismo é estrutural. Mais uma vez temos personagens que usam de má fé para persuadir o personagem (algo que se repete entre outros filmes da temporada de 2020). O que dificulta a união de todos para uma causa comum que todos sofrem, mas a possibilidade de sobressair ou ser reconhecido pelo opressor é sempre vista como o melhor caminho.
Por fim, a atuação da Andra Day é arrepiante! A risada dela ficou ecoando na minha cabeça por um longo tempo
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraSthephen Hawking - obrigada por tamanha entrega e dedicação em prol da ciência - com certeza é uma referência para todas as áreas, sobretudo, no que tange ao desenvolvimento teórico de um campo e, neste caso não é qualquer campo, é só sobre o universo!
A palavra universo, inclusive, descreve bem o que foi este físico! Porque ele até os últimos dias de vida se mostra a cada dia mais fascinante. O longa é baseado na biografia do físico escrita com com a sua contribuição e publicada por sua ex-esposa Jane Hawking. A película narra, de forma, resumida a vida do astro-físico Sthepen( Eddie Redmayne), desde que ele ainda na graduação começa a se interessar sobre a pesquisa científica à respeito da estruturação do Universo.
No longa mostra o futuro cientista, ainda dando os primeiros passo na vida acadêmica. Como um exímio aluno, ele se descobre um jovem pesquisador e, ao conhecer Jane - sua futura esposa - ele dá asas para o amor.
Contudo, após ser diagnosticado com uma doença degenerativa rara a Esclerose lateral amiotrófica - ELA, ele tem sua expectativa de vida reduzida para dois anos. Bom, sorte a nossa que ele atravessou TODAS as limitações impostas pela doença, como a perda dos movimentos tornando-o tetraplégico chegando a perda da fala.
Nada disso foi capaz de parar Hawking, que não só prosseguiu a sua carreira como físico, como teve filhos, se separou de Jane posteriormente e não parou de abrilhantar em vida sendo o principal cientista sobre os Buracos de Minhoca e da teoria da Relatividade um passo para os humanos descobrirem como é de fato o desenvolvimento dos buracos negros (bom sou fascinada pelo assunto).
A atuação do Eddie Redmayne é magestosa!!!! Recomendo, recomendo, recomendo demais este filme.
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,2K" Por que os vagalumes têm de morrer tão cedo?"
Este filme tão singelo retrata os horrores da guerra sob a perspectiva de duas crianças, os irmãos Setsuko e Seita. Baseado no livro semi-biográfico de Akiyuki Nosaka, no qual, o autor lança-o como uma oportunidade de se desculpar de sua irmã caçula. A narrativa apresenta as diversas mazelas acometida a cidade de Kobe - Japão, durante a II Guerra Mundial. Sem dúvidas, é o filme sobre guerra mais impactante para mim até o momento.
A película foca, também, em narrar a saga dos irmãos Stsuko e Seita para contornar todo o sofrimento e dor ao presenciar o bombardeio à sua cidade. Além do conflito dos ataques aéreos, temos a dimensão de como àqueles que sucumbem a morte têm a sorte lançanda no intenso desafio de sobrevivência. As duas crianças agora sem o cuidado e proteção de seus pais que foram liquidados pelo conflito. Eles se veem desamparados pelos parentes, pela sociedade, sobretudo, pelo estado. Enquanto isso, nos locais onde não foram atingidos se percebe a indiferença, o egoísmo, a mesquinharia.
Isao Takahata desenvolve esse contraste ao mostrar as discrepâncias entre duas realidades que a enfrentava na mesma cidade. Na primeira a destruição, os corpos falecidos empilhados nas ruas, o desespero e medo. Na segunda a vida "normal" de crianças brincando nas ruas. Os personagens do filme são retratados ainda em um paralelo entre essas realidades, com uma vontade de sobrevivência eles tenta a sua maneira brincar, distrair e manter as lembranças felizes que ocorreram antes do pesado iniciar. Isso torna ainda mais cruel aquela realidade.
como me doeu o fato de Setzuko falecer sem saber que sua mãe estava morta, dilacerante.
Túmulo dos Vagalumes resume bem que a guerra não é só feita por bombas, lança-chamas ou pelo confronto direto entre os soldados no front. Ela é sustentada ora pelo descaso, pela falta de empatia das pessoas para com os semelhantes; Isso sim, é o maior combustão para a eclosão de (novas) guerras.
High Life: Uma Nova Vida
3.1 175 Assista AgoraNão entendi o que Claire Denis quis apresentar no filme, foram muitas coisas juntas que não fizeram sentido algum para mim. Primeiro, o filme é lançado após Gravidade do Alfonso Cuarón (2013), e parece não ter aprendido nada com essa referência. As imagens do espaço ficaram muito mal feitas, sobretudo, quando eles mostram o buraco negro. Ademais, que foi apenas jogado no filme.
O filme tenta mostra um experimento do governo com vários apenados. Homens e mulheres que tinham diferentes pendências com a justiça foram enviados para o espaço, para um experimento sobre reprodução humana. Mas, é feito de forma bem nojenta. Lá numa nave que parece uma caixa de fósforo eles tentam reproduzir a imagem que se tem da terra com plantas, academia, televisão com imagens antigas da terra. Alguns aspectos sobre o controle dos corpos, seus desejos e aspirações são introduzidas muito superficialmente, tendo em vista, que seriam controlados mesmo se estivessem na prisão convencional.
Apesar de pouco ser explorado no filme, Robert Pattinson consegue se sobressair com a sua atuação e entrega ao personagem, mas não avança em nada além disso.
A Cor Púrpura
4.4 1,4K Assista Agora"O tempo anda devagar, mas passa depressa". Alice Walker
Este filme é uma obra prima de Steven Spielberg. O diretor apresenta as fragilidades de Celine em um período que a mulher era submissa aos homens sejam eles pais ou maridos. Aliás, a mulher neste período só servia para prestar os serviços da casa sejam eles sexuais ou domésticos.
A película conta a história de Celie (Whoopi Goldberg), uma mulher preta, pobre, desassistida pelo estado no que concerne a educação e, sobretudo, proteção. Com a ausência de sua mãe, ela morava com sua irmã Corrine(Susan Beaubian) e seu pai numa casa cercada por flores com a cor que leva o título do filme. Neste jardim as irmãs se rendiam as cantigas e brincadeiras com as mãos. Celie apesar de ser uma adolescente já daria a luz ao seu segundo filho, fruto dos abusos sexuais de seu pai, uma prática comum deste homem para com suas filhas. Ao longo da trama enxerguei como Celie era negligenciada como pessoa, apesar de estar sempre apta a ajudar qualquer pessoa. A princípio essa é a ideia que transpassa no núcleo da personagem, mas depois esse tratamento que Celie recebia foi ampliado para as pessoas negras daquela cidade, só que agora realizadas pelos brancos. De forma, sutil temos esses dois espectros dentro do filme. Assim, o preconceito e a intolerância são perpetuadas pelas agressões dos homens brancos dotados por sua cultura para com aquela população negra que ali vivia.
O filme é incrível mostra muitas questões pertinentes para a nossa atual conjuntura como: a importância do fortalecimento entre as mulheres, por meio do feminismo, o machismo estrutural, o racismo, o fundamentalismo religioso entre tantas questões.
Druk: Mais Uma Rodada
3.9 798 Assista AgoraNão teve como eu fugir do olhar crítico ao assistir este filme. Thomas Vinterberg desenvolve uma narrativa, para mim, descabida e perigosa. O diretor nos apresenta quatro amigos, que dividem além da amizade e os problemas, o mesmo local de trabalho, uma escola. Peter (Lars Ranthe) professor de música, Martin (Mads Mikkelsen) professor de História, Nikolaj (Magnus Millang) professor de Psicologia e Tomy (Thomas Bo Larsen) professor de educação física. Instigado por uma teoria que afirmava que o corpo humano tem um déficit de álcool, Nikolaj propõe ao seus amigos realizarem um experimento: ingerir em escala crescente álcool no decorrer dos dias.
Nesse momento, entra um perigo grande: a estigmatização do pesquisador. No longa, ele se apresenta como um pesquisador a nível doutorado, péssimo isso. As pesquisas científicas não são realizadas sem rigor científico ou com experimentos realizados, com base, nas convicções pessoais das pessoas, aliás, o pesquisador não faz parte do experimento rs - é preciso sair da ilha para enxergá-la". Como alívio cômico o diretor insere seus personagens dentro de uma instituição educativa, com crianças e jovens.
Eu não consegui achar legal ou divertido, o fato de ser encenado professores de know-how ingerirem bebidas alcoólicas dentro da escola, sob o pretexto de dar um novo significado ao seu trabalho, como é apresentado pelo longa. O pior, o professor estimula o aluno a tomar uma dose para passar no exame, péssimo isso. "Ah, mas isso é moralismo". Não, isso é descredibilizar o professor sem precedentes. Aliás, porque não foi escolhido o professor de Matemática? Porque há uma tendência em considerar os professores de História, Música, Educação Física como "insignificantes" em comparação com as disciplinas como: Matemática, por exemplo.
Por último, a relativização do alcoolismo. Todo mundo tem problemas, em maior ou menor grau e o álcool, assim, como a cocaína, LSD, o açúcar, ansiolíticos e etc. é uma droga. Beber sobre o pretexto de aliviar os problemas com a esposa, com o trabalho, com a vida em si é reforçar a falsa ideia que o alcoolismo só "atinge" as pessoas fracas e desequilibradas. O que ocorre com o Tomy escancara isso e mais uma vez é reforçado pelas cenas finais.
Os atores trabalharam bem? sem dúvidas. O filme é bem dirigido? Demais. Mas esvazia discussões importantes.
Quem Quer Ser um Milionário?
4.0 2,4K Assista AgoraEste filme é controverso, os diretores Danny Boyle e Loveleen Tandan parecem se basear no filme brasileiro, Cidade de Deus (2002), dirigido pela dupla Fernando Meirelles e Kátia Lund. Boyle e Tandan retratam Mombai - Índia ao mundo, tal como ela era naquele momento: miserável, sem saneamento básico, violenta, opressora, sem levar em consideração os Direitos Humanos, sobretudo, no que tange as crianças e adolescentes. De forma, resumida, um país pobre que, com certeza, sentia muito a crise econômica de 2008. Este recorte é importante e pouco lembrado.
Quando os diretores apresenta os irmãos Malik, Jamal(Dev Patel) e Samir(Madhur Mittal) na tentativa de brincar e se divertirem tal como as crianças em meio àquele caos que elas aparentavam ter pouco conhecimento. Acreditei que o filme iria para um caminho. Contudo, ao utilizar o programa televisivo " Quem quer ser um milionário" entendi que esse início era apenas uma apresentação do participante no Programa, mas que logo muda de figura. Então, eu esperava que fosse uma história de superação do personagem em busca de uma vida melhor, tal como ele merecia. Mas, não, o roteirista reduziu a história, ao amor platônico de Jamal por Latika (Freida Pinto), oi?
Esse romance não fez sentido algum, um adolescente órfão, sem teto, sem perspectivas ao invés de lutar pela sua própria subsistência, passa a vida em busca de uma garota que tal como ele sentia o peso do descaso e da exploração. O pior de tudo foi usarem como pano de fundo o programa "Quem quer ser milionário" para reforçar os estereótipos que a criança pobre não pode ter a capacidade de aprender apesar de sofrer com as mazelas da vida.
Não gostei e, foi uma injustiça o prêmio de melhor filme do Oscar de 2009, não ter sido do O Curioso caso de Benjamin Button - David Fincher. O que foi positivo do filme para mim foi ver mais um trabalho do falecido Irrfan Khan que nos deixou em 2020. Acredito que as minhas impressões negativas deste filme decorre pelo fato que assisti o filme Carfanaum (2018), dirigido pela Nadine Labaki, aliás recomendo!
Judas e o Messias Negro
4.1 517 Assista AgoraPrimeiramente, agradeço ao diretor Shaka King, por trazer a história de Fred Hampton ao planeta! Daniel Kaluuya se agigantou de sobremaneira dentro do personagem e se mostrou muito à vontade no papel. Assisti Jesus e o Messias Negro, após conferir os outros filme da temporada: Os 7 de Chicago e Uma noite em Miami, ambos são necessários e se completam.
Shaka King remonta o estado de Illinois da década 60, por meio dos figurinos, caracterização impecável dos atores, os carros e o intenso conflito entre brancos e negros inflados pela exploração do capital. O filme destaca dois homens emblemáticos: Fred e Bill O' Neal (Lakeih Stanfield). Os dois têm o encontro marcado na história, por intermédio do FBI, representado no longa por Roy Mitchell (Jesse Plemons). Bill para se esquivar das consequências de um assalto a mão armada é recrutado por Roy para ser um "rato" ou no português popular: um X-9 de todas os planos, ações e estratégias feitos pelo líder dos Panteras. Enquanto isso, Fred se rende ao povo, a causa que motiva sua vida: - a luta pela igualdade para a população negra -, por meio das maiores armas: a educação, a poesia, o amor, a atenção e o cuidado com o próximo. As cenas dele na escola são formidáveis.
O filme é muito forte e desmistifica muito o pré-conceito disseminado à respeito dos Panteras Negras. Ademais, ele é muito representativo, sobretudo, inspirador de coragem e força vide a bravura e resistência das mulheres negras tão bem construídas dentro do longa.
Mank
3.2 462 Assista AgoraMank busca retomar os ares da década de 1940 e traz elementos que me convenceram perfeitamente disso com o uso dos figurinos, expressões, carros, a sonoplastia, o contexto histórico da época.
Contudo a vida de Herman J. Mankiewicz(Gary Oldman ), um homem boêmio, chato e que dependia das mulheres para colocá-lo para dormir, não me instigou a nem continuar assistindo. Entendo a carga emocional de David Fincher em apresentar um projeto antigo, só que o interesse para esse universo já não é o mesmo, daquele imaginado na sua construção. Então, esse é um filme que, infelizmente, pode até ser memorável para um público muito restrito, mas só.
Cidadão Kane
4.3 990 Assista AgoraFILMAÇOO!!
Orson Welles foi um diretor muito à frente do seu tempo. Depois de 80 anos de estreia deste longa, ele se mostra muito atual. A forma como o jogo político é conduzido pelos meios de comunicação, em uma época que o jornal era um formador de opinião. Kane, como detentor de um meio de comunicação sensacionalista utiliza estratégias, que muitas pessoas hoje acham, contemporâneas como: as fakes news, de forma refinada e sorrateira.
Fiquei impressionada como as técnicas utilizadas o jogo de luz e sombras que foram usados para compor cenas, para demonstrar sentimentos, aproximar o personagem do telespectador e para revelar e esconder elementos das cenas que era determinantes. Claro que tudo isso é comuns hoje em dia, mas para a época com certeza foi um marco. A forma como a história é desvelada para o telespectador, a partir das memórias e vivências sobre este personagem curioso foi incrível. O final, só demonstra que as partes de uma história ainda não são capazes de reconstruir uma vida com todos os seus significados.
É um grande filme, com uma história muito interessante!
Chorão: Marginal Alado
3.8 179 Assista AgoraO documentário foi excelente para matar a saudade e em contrapartida aumentá-la na mesma proporção. Chorão, não escolheu a frase Marginal Alado como descrição atoa. De acordo com o dicionário Marginal significa: o "que se encontra ou vive às margens de rios ou de outros cursos d'água". Enquanto Alado é "dotado de asas, que voa". O Alexandre era grande demais para tudo isso.
Eu queria ouvir mais o Alexandre e menos o Chorão, no documentário deu a ênfase na estrela que ele era e foi digno, porém queria saber mais sobre as particularidades do Alexandre.
Assistir o Champingon dando a entrevista me quebrou. A história foi cruel demais com ele.
Ex Machina: Instinto Artificial
3.9 2,0K Assista AgoraAlex Garland nos apresenta um longa sob o gênero de ficção científica, mas, que nos aproxima e muito do futuro da humanidade, ou só do futuro, porque será que a humanidade irá resistir aos diversos desafios que têm encontrado?
Bom, o filme conta a história de um ambicioso androide AVA (Alicia Vikander).produzido por Nathan (Oscar Isaac), em processo de aprimoração. Nathan seleciona, o programador promissor Caleb (Domhnall Gleeson), para realizar um " Teste de Turing", ou seja, um teste que busca verificar as aproximações da Inteligência Artificial com o ser humano, ou não.
Impressionado com a promoção e oportunidade de fazer parte desta descoberta, Caleb se rende a AVA . Ela é capaz de não só aproximá-lo de si, mas como de colocá-lo contra Nathan, utilizando dos sentimentos que Caleb foi nutrindo por ela.
O filme aborda uma dimensão pouco explorada nos filmes de ficção científica e quando se pensa na capacidade do ser humano em criar. Essa dimensão é as emoções. Nesta película elas são determinantes para o seu desenvolvimento. De um lado temos um bilionário recluso em um paraíso subterrâneo, que por não controlar as suas emoções, se rende ao álcool. Já Caleb um jovem programador sem saber lidar com a solidão, se rende a pornografia. E os dois são unidos pela captação de dados.
A partir do momento que Nathan tem conhecimento dessas fragilidades de Caleb, ele constrói AVA a imagem e semelhança de sua imaginação. Enquanto Caleb ao perceber a fraqueza de Nathan com o álcool ele usa estratégia de embriagá-lo para dar vazão a sua imaginação: fugir com AVA. Enquanto isso, AVA como fruto deste embate, se torna uma "pessoa" que usa a motivações dos dois para ganhar a vida.
Este longa é fantástico, permite explorar várias camadas como: a ética, a misoginia, as emoções, o quão estamos preparados para lidar com AI, a moral e tudo aquilo que aprisiona e liberta. Aliás, o fato deles estarem em uma casa subterrânea remete muito ao Mito da Caverna de Platão. Fiquei IMPACTADA e quem não gostou assistiu errado!!
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraA Viagem de Chihiro é sobre a descoberta de uma garotinha, tanto de si quanto dos outros. Quando a personagem se percebe dentro de um mundo em que ela estava só, sem a companhia e a proteção de seus pais. A personagem cria por si só novos laços de confiança, afeto e proteção. E ao longo da história esses laços contribuem para que Chihiro desenvolva a resiliência para atravessar as situações que fogem totalmente do seu controle: como a possibilidade de nunca mais ver seus pais
O filme é recheado de simbolismos como a crítica ao capitalismo selvagem que seduz, engana e destrói. A casa de banho do filme é este lugar sedutor, tal como os shoppings, capaz de oferecer diversos serviços, iguarias e diversão. Este local foi o que mais me deixou pensativa: os hóspedes eram todos da figura masculina e quem os serviam eram jovens e meninas humanas. E, por que aquele local só atraia jovens e crianças? Aliás, por que eles tinham aversão aos humanos, mas cultuavam a cobiça aos objetos tão humanos como o ouro, o prazer, o conforto, o consumismo?
Estes elementos me fizeram pensar que este local de oferta de prazer para os outros, o faz às custas da vida de outrem, no caso, temos a trajetória de Chiriro. O fato dela ter que se submeter ao trabalho escravo, me fez refletir sobre o olhar que temos sobre o amadurecimento - sempre atrelado ao sofrimento extremo de alguém - e se tratando, especialmente, de crianças não deveria ser assim. Apesar dos pesares, a personagem se mostra sempre esperançosa, cordial como aqueles que cruzam seu caminho e disposta a ajudar. Esse altruísmo é responsável pela saída dela daquele mundo, porque apesar dos pesares ela conseguiu enxergar aquelas criaturas com atenção e carinho, sobretudo, as criaturas que mais precisavam deste olhar.
É um filme com várias camadas e, por isso, é tão bom!
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraEnfim, M. Night Shyamalan encerra a sequência de Unbreakable e Split com Glass.
Apesar de muitos terem achado que seria o reencontro dos personagens David Dunn (Bruce Willis), Elijah(Samuel L. Jackson) e Kevin (+24 personalidades)(James McAvoy) para uma batalha. O diretor ousou em apresentar no filme não o confronto entre os personagens - apesar de haver - mas a origem da história deles, aquilo que aproximava e distanciavam essas criaturas.
O que eu não curti foi a forma que eles foram colocados na clínica que se assemelham a uma prisão de segurança máxima, mas que tem apenas três seguranças para a ala de pacientes tão "perigosos". Nessa clínica, é relevada toda a construção da narrativa da origem do Inquebrável(David Dunn) e a Fera(Kevin), com base em seu criador Elijah ou o "Sr. Glass". Achei importante a explicação da história de Elijah, porque, ele não tinha um papel efetivo em Unbreakable, inclusive, eu achava que ele era revoltado com a sua condição e, por isso, invejava o fato de Dunn ser tudo aquilo que ele queria ser.
As revelações dele ter sido o criador deles que são tão incríveis quanto os personagens em quadrinhos é a forma que este frágil homem encontrou para dar vida aos seus desejos e fantasias. O Sr. Vidro, não aceitaria outra pessoa dando um fim a eles, que não fosse ele próprio. Então, a construção dessa narrativa para chegar ao desfecho final, foi interessante. As mortes foram decepcionantes demais para mim, um desperdício para personagens tão incríveis, mas de fato eram necessárias.
A revelação ao mundo sobre eles foi bem atual e conversa muito com o primeiro filme quando Elijah pede para que Dunner vá em um local aberto para se revelar. Naquele momento ele precisava aceitar o seu dom e o contato com as pessoas propiciou esta confiança necessária. Quando Joseph, Cassie e a mãe de Elijah se senta e observa a reação das pessoas ao feito dos três personagens é exatamente o que efeito que Elijah queria: provar que ele havia criado personagens tais como os heróis em quadrinho e este era o seu propósito na terra.
Fragmentado
3.9 3,0K Assista AgoraM. Night Shyamalan lança o segundo longa da sua trilogia, após dezesseis anos da estreia do primeiro filme, Unbreakable, o Inquebrável (Corpo Fechado, 2001).
Neste filme, os dois personagens David Dunner(Bruce Willis) e Elijah (Samuel L. Jackson) são deixados de lado e Shymalan apresenta um personagem (ou vários personagens) distinto. Somos "jogados" dentro da vida de Kevin Wendell Crumb (James McAvoy) que tem seu corpo apossado pelas vinte e três personalidades. Ademais destaco a atuação de James MacAvoy que está incrível ao dar vida a estas personalidades tão diferentes entre si. O corpo de Kevin está sob a liderança de Dennis e Patrícia, que juntos iniciaram um plano para libertar uma criatura grotesca, que seria o reflexo de todas as personalidades abrigadas no corpo, de uma forma mais forte e imbatível.
Este é o filme que mais me agrada da trilogia, o plano é bem executado e Shymalan enriquece novamente nos detalhes que antecedem a revelação da Fera. A abordagem do personagem Kevin, até então são alheios a história iniciada em Unbreakable. Apenas quando é trazido à tona sobre a infância de Kevin e os porquês do seu transtorno que a história vai se convergindo ao Inquebrável e aos personagens David Dunn e Elijah, porque ambos carregam o trauma como desencadeante de tais transformações físicas e psicológicas. Aliás, somente, no final somos brindados com o retorno de Dunn bem mais velho observando todo o caos que Kevin e suas personalidades estavam causando, sendo o gancho para a continuidade do terceiro e último filme, Glass.
Corpo Fechado
3.7 1,3K Assista AgoraM. Night Shyamalan inicia a sua trilogia por Unbreakable, o Inquebrável, infelizmente, a tradução brasileira não contribui para a junção dos títulos da sequência.
A história do vigilante David Dunn (Bruce Willis) é revelada, após uma série de acidentes em que ele esteve envolvido e, incrivelmente, saiu ileso. O longo se desenrola lentamente, na medida em que Elijah (Samuel L. Jackson) vai apontando ao personagem habilidades em que ele carrega ao longo da vida, mas que por algum motivo ele não deixou aflorar ou se permitiu a isso. Em meio, a essas revelações Dunn sofre entre aceitar sua condição e lutar para que ele se mantenha como antes, ou seja, alheio sobre elas.
O longa traz uma riqueza de detalhes impressionante, para construir a história dos personagens. O modo como a câmera é usada nos faz olhar, exatamente, como o personagem dentro da cena está olhando sobre um fato ou uma situação e, por isso, é tão eficiente as reviravoltas da história.