O filme mostra a experiência de uma criança em sua relação com os pais e a busca de aceitação, amor, carinho e amparo. Desemparado, Paul procura de diversas formas sanar esse vazio o encontrando em várias figuras masculinas. A homossexualidade poderia ser o resultado de tal desamparo (é uma leitura possível que o "desvio" se oriunde da situação de abandono da criança), mas para além dessa leitura (que não conheço tanto o diretor pra afirmar tais intenções), gostei do filme pelo caracterizar dessa busca da paixão e pela vida sem significado orgânico e alheia dele em várias situações: suas experiências com soldados alemães, os resistentes franceses, com soldados americanos, com amantes, todas são de alguma forma alienadas, há um envolvimento transitório e que deixa vazios no rapaz que não encontra o seu lugar. Por isso durante todo o filme o vemos transitar por vários espaços, nunca ficando em nenhum lugar em definitivo, sempre a espera de algum acolhimento. Paul representa a todos nós na busca de sanar nosso vazio, buscar esse acolhimento no outro, porém em um contexto bastante marginalizado, no qual sequer sua família o conseguem o enxergar enquanto sujeito - quanto mais ele. A revelia, sempre objetificado pelos outros seja no trabalho, pelas instituições ou relacionamentos, ao fim da transitoriedade e perda do afeto e lugar em construção, resta apenas a Paul dizer "azar o meu" como em pelo menos dois momentos. Muito bom! Os franceses tem uma sensibilidade incrível para mostrar a experiência humana, especialmente infantil. Me lembrou muito Tomboy!
Parece que o limite de personagens negras ou LGBT's serem tratados meramente como personagens de dramas sociais restritos a sua opressão foi atravessado. Moonlight é um filme belíssimo, com um enredo lindo, fotografia deslumbrante, direção maravilhosa e cenas impagáveis. É um filme negro e LGBT de tirar o fôlego, mas que se afirma não por tratar dessas opressões, mas como uma excelente obra prima da sétima arte! Excelente!
Muito bom. Uma viagem na luta do ser humano para sobreviver no mundo moderno. O que é lutar? O que é encontrar uma vasão para seus sentimentos, suas emoções, suas tragédias? Isto tudo é muito bem problematizado neste filme com uma pegada que, em pegada psicanalítica, poderíamos indicar que é um filme da luta do indivíduo contra si mesmo, entre seus desejos mais íntimos e aquilo que a sociedade o ensina a querer, amar, desejar. Onde está a felicidade no consumo, no trabalho ou nas relações com o outro e reafirmação de suas vontades? Até onde um indivíduo pode negar a si mesmo? Talvez precisa reencontrar a si mesmo em um "outro" para recolocar o seu lugar no mundo... Este filme trabalha isso tudo de maneira fantástica! Vale a pena demais. ;)
Belíssimo. Porque não tem outra palavra mesmo para descrever. As cenas, lindas, as cores, a composição, o uso da chuva... belíssimo. Uma obra de arte. Achei a história muito interessante. Gosto da forma poética que os japoneses retratam os sentimentos... Eles são tão contidos. Uma obra prima. Queria muito poder escrever algo mais consistente, mas teria que rever. Apenas deixo aqui o registro de que vale muito a pena ver. Faz a gente ter orgulho de gostar de anime. =)
Filme sensacional! O cinema argentino tem muito a nos oferecer. Bom demais essas obras que nos permitem encher a boca pra dizer que o cinema latino americano está recheado de qualidade. Como o filme conta diversas histórias, podemos dizer que há um tema comum nelas: o autocontrole e sua perda. Há histórias de ação extremamente bem dirigidas e de ritmo intenso. Temos histórias com muita tensão e ironia e também críticas sociais profundas sobre aspectos humanos e sociais. Afinal o que é viver em uma sociedade civilizada? Quais as vantagens e o porquê de manter o autocontrole em situações extremas ou cotidianas? Afinal, por que a gente consegue se controlar perante situações das mais absurdas, mas saímos de nós mesmos em outras simples. O que justifica isso? Nossas reações são legítimas? O que é violência? Como diria a advogada de uma cena de divórcio a violência está em diversos lugares no cotidiano, nas ruas, e em várias situações. Há a violência bruta, a violência premeditada e psicótica, a violência do amor e da traição, a violência da ganância, do capitalismo e da corrupção, da luta de classes e até da burocracia. O filme matiza todas elas em histórias recheadas de humor e ironia. Propõem olhar para nós mesmos, para a violência que sofremos e exercemos e nos questionar: até onde a maior violência perder a cabeça, civilizar-se (controlar os instintos) ou não perder a cabeça diante de injustiças e abusos? Vale a pena demais assistir! ;)
Por onde começar? Pelos diálogos? Pelos atores? Pelos enquadramentos? Pela direção maravilhosa? Pelo ritmo absurdo do filme? Pelo mergulho profundo nos personagens que não tem nada de clichê ou óbvio? Não sei. Filme lindo demais para ser verdade. Desde o ritmo, dos enquadramentos, da direção, dos atores até o desenvolvimento das personagens tudo se encaixa de uma maneria simples, mas com certa profundidade e poética que não caem no óbvio nem assumem grandes pretensões. No curto intervalo de tempo que o título indica, assistimos o desenrolar de um romance efêmero como são os amores, nossas vidas, nossas expectativas, nossas dores, nossos sentimentos e também os finais de semana. O curto espaço de tempo é suficiente para mergulharmos nos personagens ou para Russel e Glen o fazerem um no outro. E, por mais que Russel seja um salva vidas, aparentemente no fluxo da vida não haverá quem o salve de se afogar no contato com o corpo e com a alma do outro. O amor, esse estranho fenômeno de identificação e estranhamento do "eu" com o "ele", vale a pena, ainda que deixe marcas e seja vivido nesse caminho de insegurança e incertezas que tipifica a vida. Lindo demais!
É um filme de samurai. Acho que depois de ver Sonhos, Viver e Dersu Uzala sempre espero ou procuro temas mais existenciais ou "profundos" nos filmes do Kurosawa. Quando vi Cão Danado me surpreendeu aquele filme noir com crítica social e ambientado na cidade. De lá para cá os que vi foram filmes de Samurai. Depois da última chuva (escrito pelo Kurosawa mas dirigido por Takashi Koizumi) e agora Sanjuro. Claro, vi antes o inesquecível Os Sete Samurais. Assim, volto a afirmar: é um filme de samurai. Tem uma história simples, ação, reviravoltas, pequenas peripécias que o grupo passa para realizar seus objetivos. Conflitos políticos e a figura forte de um samurai que ensina aos demais estratégias e lições de aparentemente vasta experiência de vida. Não teria nada demais, se não fosse justamente essa a grandeza desses filmes: uma simplicidade tão bonita, divertida, mas que carrega algo tocante. Não consigo deixar de me sentir feliz ao terminar de assistir a estes filmes e adorar a maneira como a figura do Samurai é ambiguamente desenvolvida... O homem que mata, pode até "salvar o dia", mas que parece não conseguir livrar a si mesmo das manchas de sangue que sujam a espada que leva consigo. Nota para a atuação de Mifune realmente ótima. Recomendo muito! ;)
Fantástico. O título brasileiro "Além da fronteira" representa muito bem o conflito de ser homossexual tanto na Palestina quanto em Israel. Além das fronteiras, pairando no vazio, as personagens se confrontam com os limites da cidadania em um contexto político delicadíssimo. Muito bom!
Assisti poucos filmes que tratam de fé ou religião. me surpreenderam filmes que representam o sagrado de maneira viva presente no clima geral do filme seja no divino que se manifesta aos homens ou nas atitudes dos homens perante sua própria fé. Odin ou o Deus cristão pairam em todo o enredo, cobrindo as terras medievais e no direcionamento adotado pelas personagens que a partir dessas força mística se constroem e se desenvolvem. Gostei bastante.
(Gael Garcia Bernal é um grande ator. Em Má educação e outros filmes, isso fica bem claro e está presente uma ótima atuação em No. O filme é possui uma estética agradável, mas o que chama atenção aqui é seu conteúdo, especialmente político. A discussão do filme - mundo da política versus mundo da propaganda - envolve os mais diferentes conflitos de valores éticos, para mim a pergunta central é: como abordar um tema histórico? outras não menos importantes podem ser feitas: como agir perante um evento político importante? Qual a imagem que queremos da política? Que imagem a oposição quer construir para si e para os outros: eficiente ou com os símbolos que tanto preza? Etc, etc. A discussão é realizada sem polarizar, as personagens se misturam em posicionamentos políticos e na estrutura social proposta pelo filme, assumindo papéis de várias matizes que não podem ser resumidos em "bom" ou "ruim. Um roteiro bem conduzido. António Skarmeta certamente fez uma peça e tanto; e Pablo Larrain deu sua contribuição para um filme bastante interessante. Junto com Medianeiras, que vi também esta semana, fica essa indicação das maravilhas que o cinema latino americano tem a oferecer.
Um filme belíssimo com um cuidado estético fora do comum. Na verdade, não ia ver esse filme, estava apenas passando próximo a TV quando a direção com sua fotografia e silêncios chamou minha atenção. A temática do filme é simples e atual: a vida amorosa no século XXI com suas ferramentas virtuais. No entanto, esse tema é considerado com muita poesia, cuidado e com uma densidade de conteúdo fantástica.As personagens muito cativantes e bem elaboradas, presas em suas angústias que nos transferem grande empatia (um caminho bem difícil para conseguir minha atenção em filmes, diga-se de passagem). Nunca pensei que fosse torcer tanto por um happy ending. Algum destaque para o momento no qual uma das personagens observa as planta que crescem nos concretos dos prédios, uma divagação bela, poética enquanto a fotografia mostra uma maneira encantadora de ver o mundo e fazer cinema. Outra cena perturbadoramente fantástica: as janelas produzidas anos apartamentos,rompendo a individualidade das personagens no mundo da propaganda e da claustrofobia dos apartamentos argentinos, com muito humor, criatividade e, claro,uma excelente fotografia. Muitas outras cenas e momentos altos podiam ser descritos. O final é belíssimo. Muito bom gosto. Sempre me falaram muito bem do cinema argentino, é de fato, muito rico e belo.
Nadine Labaki é certamente uma roteirista e diretora fantástica. Mais uma vez consegue tratar de temas fortes e pesados,mas com uma leveza e humor que, não encontro melhor palavra, são femininos. As mulheres são as protagonistas centrais,como em Caramelo, são suas visões, dramas, dores,sonhos, mas muito amor e jogo de cintura em um mundo dominado pela irracionalidade masculina dos seres que elas tanto amam. Cenas lindíssimas com atuações muito boas de Nadine, como diretora e de uma atriz, infelizmente não achei o nome, que representa uma mãe que acaba de perder o filho, já cansada de tantos conflito. Nessa vila do Líbano, as mulheres possuem uma fé tão forte que transcende os limites da religião, em um amor maior que as categorias "muçulmano" ou "cristão". Planos belíssimos,especialmente da "Virgem Maria" chorando sangue, enquanto uma fiel reclama o filho falecido. O humor permeia todo o filme com muito bom gosto. Em suma, um grande filme, não à toa conta com diversos prêmios e está na seleção oficial de Cannes.
Tinha que registrar o desgosto de ver um filme gay tão ruim. Enredo previsível, péssimo, com aquela velha ideia de fazer um felizes juntos de dois homens gays bonitos e discretos. Péssimo como filme e péssimo como filme da temática LGBT. Fico espantado com os comentários que o elogiam quando representa o pior filme gay que já vi na vida.
Não gostei. Tampouco entendo o porquê de ser indicado ao Oscar - se pensar que ser indicado ao Oscar realmente quer dizer alguma coisa atualmente. O filme segue arrastado, não alcança força dramática, histórica ou qualquer que seja sua proposta. Dizem tanto que a Meryl Streep salvou o filme, mas, para mim, acho que nem isso o salva. Detalhe para a "alucinação" ou "consciência" de Tatcher na figura de seu marido: ideia má desenvolvida e frustrante.
Lars Von Trier é, com certeza, um dos maiores cineastas da atualidade. Seria necessário revê-lo e pesquisar, principalmente sobre as referências pictóricas que perpassam o filme, para tentar em vão escrever algo que fizesse de longe jus ao filme. No entanto, quase urgente expressar de alguma maneira as impressões sobre o filme. Elogios e deslumbres a parte, com certeza ainda é cedo para realmente escrever sobre Melancolia. Por isso, sem tanta ambição, faço essas considerações.
(Escrevi um texto sobre o filme, fica o link pra quem quiser dar uma olhada: )
Há também lá links para outras leituras do filme que achei bem interessantes! =)
Excelente. Melancolia contém os elementos de um bom filme: uma estética refinada, um belo trabalho de imagens, enredo interessante, dramático mas não melodramático, possui temas que perpassam o filme de forma inteligente e bem situados. Lars Von Trier surpreendeu, mais uma vez.
Bem interessante a nível de curiosidades sobre este grande diretor. Como documentário mesmo, acho que deixa a desejar estética e conteudisticamente, o filme poderia se aprofundar melhor sobre as questões do diretor, ter alguma contextualização histórica, falar de sua relação com outros cineastas, ou tantos outros adendos que enriqueceriam o filme.
Além de tudo não é do Perrault a criação do Gato de Botas, até onde sei ele recolheu essas histórias de contos que os camponeses já contavam há séculos... E o assassinato cultural ainda continua com esses produtores de filmes que fazem más pesquisas.
Belíssimo, como todo Kurosawa que vi até hoje. A cena que mais gosto é da dança frenética de Harumi com seu vestido roubado. A partir de um Japão pós-Segunda Guerra Mundial conflituoso, Kurosawa constrói um ambiente noir onde valores tradicionais e os valores da juventude se chocam em meio a lama e a um ambiente claustrofóbico, abafado, no qual as personagens penam, especialmente o protagonista, Murakamim, vive grandes tensão e culpa desde a perda de sua Colt, os crimes com elas praticados até sua resolução final.
Gente que Vai e Volta
3.3 125 Assista AgoraGostei bastante. Tirando alguns clichês, uma comédia que vale a pena.
Um Garoto na Multidão
3.4 16O filme mostra a experiência de uma criança em sua relação com os pais e a busca de aceitação, amor, carinho e amparo. Desemparado, Paul procura de diversas formas sanar esse vazio o encontrando em várias figuras masculinas. A homossexualidade poderia ser o resultado de tal desamparo (é uma leitura possível que o "desvio" se oriunde da situação de abandono da criança), mas para além dessa leitura (que não conheço tanto o diretor pra afirmar tais intenções), gostei do filme pelo caracterizar dessa busca da paixão e pela vida sem significado orgânico e alheia dele em várias situações: suas experiências com soldados alemães, os resistentes franceses, com soldados americanos, com amantes, todas são de alguma forma alienadas, há um envolvimento transitório e que deixa vazios no rapaz que não encontra o seu lugar.
Por isso durante todo o filme o vemos transitar por vários espaços, nunca ficando em nenhum lugar em definitivo, sempre a espera de algum acolhimento. Paul representa a todos nós na busca de sanar nosso vazio, buscar esse acolhimento no outro, porém em um contexto bastante marginalizado, no qual sequer sua família o conseguem o enxergar enquanto sujeito - quanto mais ele. A revelia, sempre objetificado pelos outros seja no trabalho, pelas instituições ou relacionamentos, ao fim da transitoriedade e perda do afeto e lugar em construção, resta apenas a Paul dizer "azar o meu" como em pelo menos dois momentos.
Muito bom! Os franceses tem uma sensibilidade incrível para mostrar a experiência humana, especialmente infantil. Me lembrou muito Tomboy!
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraParece que o limite de personagens negras ou LGBT's serem tratados meramente como personagens de dramas sociais restritos a sua opressão foi atravessado. Moonlight é um filme belíssimo, com um enredo lindo, fotografia deslumbrante, direção maravilhosa e cenas impagáveis. É um filme negro e LGBT de tirar o fôlego, mas que se afirma não por tratar dessas opressões, mas como uma excelente obra prima da sétima arte!
Excelente!
Clube da Luta
4.5 4,9K Assista AgoraMuito bom.
Uma viagem na luta do ser humano para sobreviver no mundo moderno. O que é lutar? O que é encontrar uma vasão para seus sentimentos, suas emoções, suas tragédias? Isto tudo é muito bem problematizado neste filme com uma pegada que, em pegada psicanalítica, poderíamos indicar que é um filme da luta do indivíduo contra si mesmo, entre seus desejos mais íntimos e aquilo que a sociedade o ensina a querer, amar, desejar. Onde está a felicidade no consumo, no trabalho ou nas relações com o outro e reafirmação de suas vontades? Até onde um indivíduo pode negar a si mesmo? Talvez precisa reencontrar a si mesmo em um "outro" para recolocar o seu lugar no mundo... Este filme trabalha isso tudo de maneira fantástica! Vale a pena demais. ;)
O Jardim das Palavras
4.0 363Belíssimo.
Porque não tem outra palavra mesmo para descrever. As cenas, lindas, as cores, a composição, o uso da chuva... belíssimo. Uma obra de arte.
Achei a história muito interessante. Gosto da forma poética que os japoneses retratam os sentimentos... Eles são tão contidos.
Uma obra prima. Queria muito poder escrever algo mais consistente, mas teria que rever. Apenas deixo aqui o registro de que vale muito a pena ver. Faz a gente ter orgulho de gostar de anime. =)
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraFilme sensacional! O cinema argentino tem muito a nos oferecer. Bom demais essas obras que nos permitem encher a boca pra dizer que o cinema latino americano está recheado de qualidade.
Como o filme conta diversas histórias, podemos dizer que há um tema comum nelas: o autocontrole e sua perda.
Há histórias de ação extremamente bem dirigidas e de ritmo intenso. Temos histórias com muita tensão e ironia e também críticas sociais profundas sobre aspectos humanos e sociais. Afinal o que é viver em uma sociedade civilizada? Quais as vantagens e o porquê de manter o autocontrole em situações extremas ou cotidianas? Afinal, por que a gente consegue se controlar perante situações das mais absurdas, mas saímos de nós mesmos em outras simples. O que justifica isso? Nossas reações são legítimas? O que é violência?
Como diria a advogada de uma cena de divórcio a violência está em diversos lugares no cotidiano, nas ruas, e em várias situações. Há a violência bruta, a violência premeditada e psicótica, a violência do amor e da traição, a violência da ganância, do capitalismo e da corrupção, da luta de classes e até da burocracia. O filme matiza todas elas em histórias recheadas de humor e ironia. Propõem olhar para nós mesmos, para a violência que sofremos e exercemos e nos questionar: até onde a maior violência perder a cabeça, civilizar-se (controlar os instintos) ou não perder a cabeça diante de injustiças e abusos?
Vale a pena demais assistir! ;)
Final de Semana
3.9 518 Assista AgoraPor onde começar? Pelos diálogos? Pelos atores? Pelos enquadramentos? Pela direção maravilhosa? Pelo ritmo absurdo do filme? Pelo mergulho profundo nos personagens que não tem nada de clichê ou óbvio? Não sei.
Filme lindo demais para ser verdade. Desde o ritmo, dos enquadramentos, da direção, dos atores até o desenvolvimento das personagens tudo se encaixa de uma maneria simples, mas com certa profundidade e poética que não caem no óbvio nem assumem grandes pretensões.
No curto intervalo de tempo que o título indica, assistimos o desenrolar de um romance efêmero como são os amores, nossas vidas, nossas expectativas, nossas dores, nossos sentimentos e também os finais de semana. O curto espaço de tempo é suficiente para mergulharmos nos personagens ou para Russel e Glen o fazerem um no outro. E, por mais que Russel seja um salva vidas, aparentemente no fluxo da vida não haverá quem o salve de se afogar no contato com o corpo e com a alma do outro. O amor, esse estranho fenômeno de identificação e estranhamento do "eu" com o "ele", vale a pena, ainda que deixe marcas e seja vivido nesse caminho de insegurança e incertezas que tipifica a vida.
Lindo demais!
Sanjuro
4.2 51É um filme de samurai.
Acho que depois de ver Sonhos, Viver e Dersu Uzala sempre espero ou procuro temas mais existenciais ou "profundos" nos filmes do Kurosawa. Quando vi Cão Danado me surpreendeu aquele filme noir com crítica social e ambientado na cidade. De lá para cá os que vi foram filmes de Samurai. Depois da última chuva (escrito pelo Kurosawa mas dirigido por Takashi Koizumi) e agora Sanjuro. Claro, vi antes o inesquecível Os Sete Samurais. Assim, volto a afirmar: é um filme de samurai.
Tem uma história simples, ação, reviravoltas, pequenas peripécias que o grupo passa para realizar seus objetivos. Conflitos políticos e a figura forte de um samurai que ensina aos demais estratégias e lições de aparentemente vasta experiência de vida. Não teria nada demais, se não fosse justamente essa a grandeza desses filmes: uma simplicidade tão bonita, divertida, mas que carrega algo tocante. Não consigo deixar de me sentir feliz ao terminar de assistir a estes filmes e adorar a maneira como a figura do Samurai é ambiguamente desenvolvida... O homem que mata, pode até "salvar o dia", mas que parece não conseguir livrar a si mesmo das manchas de sangue que sujam a espada que leva consigo. Nota para a atuação de Mifune realmente ótima.
Recomendo muito! ;)
Além da Fronteira
3.8 440 Assista AgoraFantástico. O título brasileiro "Além da fronteira" representa muito bem o conflito de ser homossexual tanto na Palestina quanto em Israel. Além das fronteiras, pairando no vazio, as personagens se confrontam com os limites da cidadania em um contexto político delicadíssimo. Muito bom!
A Fonte da Donzela
4.3 219 Assista AgoraAssisti poucos filmes que tratam de fé ou religião. me surpreenderam filmes que representam o sagrado de maneira viva presente no clima geral do filme seja no divino que se manifesta aos homens ou nas atitudes dos homens perante sua própria fé. Odin ou o Deus cristão pairam em todo o enredo, cobrindo as terras medievais e no direcionamento adotado pelas personagens que a partir dessas força mística se constroem e se desenvolvem. Gostei bastante.
O Buda
3.7 11Gostei bastante! Me surpreendeu positivamente. Tranquilo, sem grandes pretensões e com doses de humor bacanas.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraSurpreendeu.
Não
4.2 472 Assista Agora(Gael Garcia Bernal é um grande ator. Em Má educação e outros filmes, isso fica bem claro e está presente uma ótima atuação em No.
O filme é possui uma estética agradável, mas o que chama atenção aqui é seu conteúdo, especialmente político. A discussão do filme - mundo da política versus mundo da propaganda - envolve os mais diferentes conflitos de valores éticos, para mim a pergunta central é: como abordar um tema histórico? outras não menos importantes podem ser feitas: como agir perante um evento político importante? Qual a imagem que queremos da política? Que imagem a oposição quer construir para si e para os outros: eficiente ou com os símbolos que tanto preza? Etc, etc.
A discussão é realizada sem polarizar, as personagens se misturam em posicionamentos políticos e na estrutura social proposta pelo filme, assumindo papéis de várias matizes que não podem ser resumidos em "bom" ou "ruim. Um roteiro bem conduzido. António Skarmeta certamente fez uma peça e tanto; e Pablo Larrain deu sua contribuição para um filme bastante interessante.
Junto com Medianeiras, que vi também esta semana, fica essa indicação das maravilhas que o cinema latino americano tem a oferecer.
Medianeras: Buenos Aires na Era do Amor Virtual
4.3 2,3K Assista AgoraUm filme belíssimo com um cuidado estético fora do comum. Na verdade, não ia ver esse filme, estava apenas passando próximo a TV quando a direção com sua fotografia e silêncios chamou minha atenção.
A temática do filme é simples e atual: a vida amorosa no século XXI com suas ferramentas virtuais. No entanto, esse tema é considerado com muita poesia, cuidado e com uma densidade de conteúdo fantástica.As personagens muito cativantes e bem elaboradas, presas em suas angústias que nos transferem grande empatia (um caminho bem difícil para conseguir minha atenção em filmes, diga-se de passagem). Nunca pensei que fosse torcer tanto por um happy ending.
Algum destaque para o momento no qual uma das personagens observa as planta que crescem nos concretos dos prédios, uma divagação bela, poética enquanto a fotografia mostra uma maneira encantadora de ver o mundo e fazer cinema.
Outra cena perturbadoramente fantástica: as janelas produzidas anos apartamentos,rompendo a individualidade das personagens no mundo da propaganda e da claustrofobia dos apartamentos argentinos, com muito humor, criatividade e, claro,uma excelente fotografia.
Muitas outras cenas e momentos altos podiam ser descritos. O final é belíssimo. Muito bom gosto. Sempre me falaram muito bem do cinema argentino, é de fato, muito rico e belo.
E Agora, Aonde Vamos?
4.2 144Nadine Labaki é certamente uma roteirista e diretora fantástica. Mais uma vez consegue tratar de temas fortes e pesados,mas com uma leveza e humor que, não encontro melhor palavra, são femininos.
As mulheres são as protagonistas centrais,como em Caramelo, são suas visões, dramas, dores,sonhos, mas muito amor e jogo de cintura em um mundo dominado pela irracionalidade masculina dos seres que elas tanto amam. Cenas lindíssimas com atuações muito boas de Nadine, como diretora e de uma atriz, infelizmente não achei o nome, que representa uma mãe que acaba de perder o filho, já cansada de tantos conflito.
Nessa vila do Líbano, as mulheres possuem uma fé tão forte que transcende os limites da religião, em um amor maior que as categorias "muçulmano" ou "cristão".
Planos belíssimos,especialmente da "Virgem Maria" chorando sangue, enquanto uma fiel reclama o filho falecido. O humor permeia todo o filme com muito bom gosto.
Em suma, um grande filme, não à toa conta com diversos prêmios e está na seleção oficial de Cannes.
De Repente, Califórnia
4.0 821 Assista AgoraTinha que registrar o desgosto de ver um filme gay tão ruim. Enredo previsível, péssimo, com aquela velha ideia de fazer um felizes juntos de dois homens gays bonitos e discretos. Péssimo como filme e péssimo como filme da temática LGBT. Fico espantado com os comentários que o elogiam quando representa o pior filme gay que já vi na vida.
A Dama de Ferro
3.6 1,7KNão gostei. Tampouco entendo o porquê de ser indicado ao Oscar - se pensar que ser indicado ao Oscar realmente quer dizer alguma coisa atualmente. O filme segue arrastado, não alcança força dramática, histórica ou qualquer que seja sua proposta. Dizem tanto que a Meryl Streep salvou o filme, mas, para mim, acho que nem isso o salva. Detalhe para a "alucinação" ou "consciência" de Tatcher na figura de seu marido: ideia má desenvolvida e frustrante.
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraLars Von Trier é, com certeza, um dos maiores cineastas da atualidade.
Seria necessário revê-lo e pesquisar, principalmente sobre as referências pictóricas que perpassam o filme, para tentar em vão escrever algo que fizesse de longe jus ao filme. No entanto, quase urgente expressar de alguma maneira as impressões sobre o filme. Elogios e deslumbres a parte, com certeza ainda é cedo para realmente escrever sobre Melancolia. Por isso, sem tanta ambição, faço essas considerações.
(Escrevi um texto sobre o filme, fica o link pra quem quiser dar uma olhada: )
Há também lá links para outras leituras do filme que achei bem interessantes! =)
Melancolia
3.8 3,1K Assista AgoraExcelente. Melancolia contém os elementos de um bom filme: uma estética refinada, um belo trabalho de imagens, enredo interessante, dramático mas não melodramático, possui temas que perpassam o filme de forma inteligente e bem situados. Lars Von Trier surpreendeu, mais uma vez.
Respiro
3.7 19De uma beleza de cores, cenário e de uma direção linda, linda... Um desses filmes belos de se ver, poético, confortante... Um grande respiro, de fato.
Fellini, Um Auto-Retrato
3.4 7Bem interessante a nível de curiosidades sobre este grande diretor. Como documentário mesmo, acho que deixa a desejar estética e conteudisticamente, o filme poderia se aprofundar melhor sobre as questões do diretor, ter alguma contextualização histórica, falar de sua relação com outros cineastas, ou tantos outros adendos que enriqueceriam o filme.
Filhos do Paraíso
4.4 344Vi faz tempo, mas lembro que é um filme lindo, lindo! =)
A Verdadeira História do Gato de Botas
2.1 57Além de tudo não é do Perrault a criação do Gato de Botas, até onde sei ele recolheu essas histórias de contos que os camponeses já contavam há séculos... E o assassinato cultural ainda continua com esses produtores de filmes que fazem más pesquisas.
Cão Danado
4.0 43 Assista AgoraBelíssimo, como todo Kurosawa que vi até hoje. A cena que mais gosto é da dança frenética de Harumi com seu vestido roubado. A partir de um Japão pós-Segunda Guerra Mundial conflituoso, Kurosawa constrói um ambiente noir onde valores tradicionais e os valores da juventude se chocam em meio a lama e a um ambiente claustrofóbico, abafado, no qual as personagens penam, especialmente o protagonista, Murakamim, vive grandes tensão e culpa desde a perda de sua Colt, os crimes com elas praticados até sua resolução final.