O mais maduro dos filmes da Marvel até o momento. Elenco competente, fotografia maravilhosa, design de figurino e direção de arte perfeitos, só deu uma deslizada nos efeitos visuais (com aquele duende horroroso da cena pós-créditos).
Destruído o sonho americano, resta o luto e a desobediência às normais e convenções sociais. Fern faz um grande f*** you às convenções sociais e ao moralismo cristão protestante, ao decidir viver seu luto na estrada, lembrando clássicos da literatura americana como os de Thoreau, Jack Kerouac, ou Chris McCandless, de Into the Wilde. Os Estados Unidos retratado por Chloé Zhao é o da derrocada do "sonho americano" pelas grandes corporações que cresceram como câncer dentro do país. No império da economia predatória há uma pobreza para qual não estamos acostumados a lançar olhos, uma pobreza que não é costumeiramente retrata no cinema, mas é muito recorrente na literatura. Em Nomadland ecoam "As Vinhas da Ira", de John Steinbeck; a trilogia USA, de John dos Passos, toda a geração beat, enfim, ecoam anos de literatura sobre sobre os miseráveis do primeiro mundo, os miseráveis que existem mas nem fazemos ideia. Outro fator importante abordado pelo filme é o descaso do governo para com a população idosa. Em um país em que não há saúde pública, nem previdência social, os velhos estão descartados, pois quem não produz não tem valor social. A atmosfera documental do filme acrescenta ainda mais ao tom pesado e opressivo do filme, pois fala do contexto social que vivemos, do momento histórico que compartilhamos e que cujos processos de exploração estão sendo exacerbados por uma pandemia que parece não ter fim, na qual os ricos ficam cada vez mais ricos e os governos só servem para favorecê-los ao favorecerem o subemprego e a precarização trabalhista.
Se "o que é lembrado, vive", Nomadland permanecerá vivo por muito tempo, é um clássico recém-nascido por captar o espírito da nossa década de 20, o espírito de luto que todos carregaremos pelos próximos anos.
Assim como o "Fragmentado", de M. Night Shyamalan, "Enemy" é um filme sobre transtorno de personalidade dissociativa.
São vários indícios que levam à esta conclusão, cito-os:
O primeiro indício que aponta nessa direção é a multiplicidade de nomes pelos quais os personagens do Jake Gyllenhaal respondem: Adam Bell (professor), Daniel Saint Claire (stage name), Anthony Claire (o duplo?), e Mr. Clarck (como Adam, confundido com Anthony, é chamado pelo funcionário do condomínio). O segundo indício é quando Adam está falando com sua mãe e ela diz que ele gosta de Mirtilo (assim como o Anthony), sugerindo, ainda, que ele foque na carreira docente e abandone a ideia de atuar em filmes de terceira, ressaltando sua situação financeira estável e favorável (ao mencionar "o bom apartamento" do qual Adam é dono). O terceiro indício são os envelopes: o envelope amarelo carrega um envelope branco, o envelope branco envolve um envelope preto em seu interior, ou seja, essa imagem se constitui como uma metáfora para as camadas ou personas em que o personagem se desdobra. O quarto indício que aponta nessa direção é a chave dentro do envelope preto cuja gravação diz "UNICA", apontando, assim, para uma única pessoa com diversas personas. Faz sentido que seja uma palavra em Português posto que o romance em que o filme foi baseado é escrito em português, ainda serviria como uma maneira de deixar uma pista — uma chave de leitura — a plena vista do espectador, e ao mesmo tempo dissimulada, pois esta só pode ser compreendida por falantes de Língua Portuguesa. Por fim, o último indício que observei é a metalinguagem: a profissão do duplo(?) de Adam ser justo a de ator; bem como, pela configuração espacial da sala de aula em que Adam leciona, que parece uma mistura de anfiteatro com cinema, ambos sendo espaços destinados às artes cênicas e encenação. A cena do acidente, no entanto, complica um pouco essa interpretação, mas ainda assim pode ser incluída nela: pode ser que esta cena explique a cicatriz que Adam e Anthony têm sob o lado esquerdo do peito, uma drenagem torácica ou uma esplenectomia (retirada do baço, órgão situado no quadrante superior esquerdo do abdômen) que são procedimentos comuns para pacientes com lesões internas pós-acidente automobilístico, poderiam ter deixado cicatrizes semelhantes. De certo modo também explica o caso extraconjugal que a esposa de Anthony menciona no menciona, pois ele está com a esposa/namorada de Adam no carro no momento do acidente.
A epigrafe dos créditos iniciais vem muito em auxílio para formar uma teoria geral sobre o filme, se "o caos é a ordem ainda não decifrada", basta aplicá-la à cronologia dos eventos, e como o filme fala de um processo psicológico disruptivo, logo a cronologia é reflexo desse processo. Aquela citação de Marx em uma das aulas de Adam também pode nos ajudar a compreender a ideia do filme, pois se os eventos históricos se repetem como farsa, um dos dois personagens é uma farsa, pois está repetido. Resta saber quem é o farsante? quem é o verdadeiro duplo, Adam ou o Anthony?
Eu amo e apoio o cinema nacional incondicionalmente, mas esse filme é um crime! As atuações são artificiais, o ritmo é arrastado, a mixagem de som é problemática. Só a fotografia funciona em meio a um oceano de defeitos. Nota: dó.
Tem uma citação da Simone de Beauvoir que define muito bem esse filme, ela diz o seguinte: "O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos." Fica claro no filme todo esse embate ideológico e étnico em que pessoas da mesma classe social/etnia são jogadas umas contra as outras pela opressão do braço armado do Estado, desvelando os mecanismos de opressão e criticando a conivência (mesmo daqueles que aparentam se opor).
Em linhas gerais, a violência é, grosso modo, como que a roda de samsara, ela continuará girando enquanto houver sociedade e nós continuaremos presos à ela; mesmo para fugir dela será necessário violência e barbárie, porque a revolução não virá com flores e ciranda. A mensagem final, mesmo que caótica e crua, sem nenhum trato de refinamento é muito bonita: não somente na França da Liberdade, Fraternidade e Igualdade, mas no mundo todo, só a união daqueles que são oprimidos pode ser capaz de libertá-los do jugo do opressor.
O filme além de poético é nostálgico. É como se Win Wender tivesse uma memória afetiva da cidade a qual ele remonta com os sons cotidianos e as imagens do dia a dia. A trilha sonora é de uma riqueza sem igual que torna o filme já emocionante em algo sublime.
“Mighty Aphrodite” é uma potencial tragédia com final feliz. Enquanto filme a obra constitui uma peça de diálogo da Arte com a Arte, na qual Woody Allen parodia elementos do Teatro ao traze-los para compor a linguagem do Cinema, promovendo uma abordagem metalinguística da Arte.
Podemos identificar que o filme, assim como as peças sofoclianas referenciadas por Allen, é dividido em párodo (o canto de entrada), episódios (que desenvolvem a ação dramática), estásimos (como as entradas do coro e do corifeu em cena) e êxodo (o número musical que encerra o filme), no que se refere à sua constituição formal. Personagens trágicos também são elencados, tais como o Cassandra, portadora da voz oracular, e Tirésias trazendo as revelações necessárias ao personagem protagonista. Aqui o Corifeu tem a função usual de sua origem na tragédia grega, onde representa a função de 'consciência' do herói, enquanto o coro exerce a função dupla de personagem coletivo e mediador entre o palco e o público.
Dentre os temas trágicos aos quais o cineasta recorre, podemos citar o embate “Eu contra o destino. Lenny, o protagonista, contraria todas as advertências imagináveis de um possível desfecho catastrófico e consegue, de algum modo, se desvencilhar das amarras do seu fado, fazendo com que as advertências de Cassandra, do coro e do Corifeu deixem de se cumprir, mesmo contra todas as probabilidades.
No mais, é um filme esquecível, um Woody Allen qualquer, cujo único mérito é a estrutura e os conceitos artísticos que se encontram nas entrelinhas da obra. A estética a mesma, assim como os temas superficiais são os mesmos de tantos outros filmes do Diretor.
O romantismo alemão século XIX desenvolveu o conceito de Gesamtkunstwerk que, grosso modo, se refere à uma obra de arte total que conjugue a completude de todo o conjunto de expressões artísticas em uma mesma obra. No pop do séc. XXI, Beyoncé atinge esse ideal com a sinfonia visual “Black is King” dirigida e roteirizada pela própria cantora. O filme de pouco mais de 1h20 entrega tudo: fotografia, cinema, moda, cenografia, teatro, literatura e, obviamente, dança e música. Cada frame é digno de ser emoldurado e exposto para admiração em uma parede.
As semelhanças com a obra de Philip Roth são enormes! Parece uma mistura de "O Complexo de Portnoy" com os livros "escritos" por Nathan Zuckerman, o alter ego do autor. Os temas são os mesmos de Portnoy: criticas à comunidade judaica americana, bem como ao modo de vida pequeno-burguês, traumas de infância, mães dominadoras e pais consumidos pelos trabalho, neuroses, paranoias, manias e fixações sexuais. Woody Allen, assim como Philip Roth, aborda essas problemáticas a partir do prisma do sarcasmo e da ironia com humor mordaz e autodepreciativo que incomoda ao mesmo tempo que diverte.
Para quem gosta dos filmes do Woody Allen vale a pena conferir os livros do Roth que são literatura da melhor qualidade.
Se fizerem um live action algum dia, que a Elsa seja interpretada pela Kirsten Dunst. A personagem parece ter sido criada inspirada nela, se parece muito.
Deserto do Ouro
2.8 59 Assista AgoraAtuação monstruosa do Zac Efron.
Os Estagiários
3.3 1,2K Assista Agora2h05m de propaganda da Google e como é maravilhoso trabalhar lá. Se era pra ser comédia, falhou miseravelmente.
Eternos
3.4 1,1K Assista AgoraO mais maduro dos filmes da Marvel até o momento.
Elenco competente, fotografia maravilhosa, design de figurino e direção de arte perfeitos, só deu uma deslizada nos efeitos visuais (com aquele duende horroroso da cena pós-créditos).
A Filha Perdida
3.6 573Olivia Colman ofuscando todo o resto do elenco, atuação impecável.
É Apenas o Fim do Mundo
3.5 302 Assista AgoraUm dos melhores filmes do Dolan.
Plano A
3.2 4 Assista AgoraFilmão! Mantém altíssimo o nível de tensão criado no início sem se perder.
Z: A Cidade Perdida
3.4 320 Assista AgoraNão tem filme ruim que não consiga ficar pior só por conta do Tom Holland estar no elenco.
Filme horrível, nota dó.
Nomadland
3.9 896 Assista AgoraDestruído o sonho americano, resta o luto e a desobediência às normais e convenções sociais.
Fern faz um grande f*** you às convenções sociais e ao moralismo cristão protestante, ao decidir viver seu luto na estrada, lembrando clássicos da literatura americana como os de Thoreau, Jack Kerouac, ou Chris McCandless, de Into the Wilde.
Os Estados Unidos retratado por Chloé Zhao é o da derrocada do "sonho americano" pelas grandes corporações que cresceram como câncer dentro do país. No império da economia predatória há uma pobreza para qual não estamos acostumados a lançar olhos, uma pobreza que não é costumeiramente retrata no cinema, mas é muito recorrente na literatura. Em Nomadland ecoam "As Vinhas da Ira", de John Steinbeck; a trilogia USA, de John dos Passos, toda a geração beat, enfim, ecoam anos de literatura sobre sobre os miseráveis do primeiro mundo, os miseráveis que existem mas nem fazemos ideia. Outro fator importante abordado pelo filme é o descaso do governo para com a população idosa. Em um país em que não há saúde pública, nem previdência social, os velhos estão descartados, pois quem não produz não tem valor social.
A atmosfera documental do filme acrescenta ainda mais ao tom pesado e opressivo do filme, pois fala do contexto social que vivemos, do momento histórico que compartilhamos e que cujos processos de exploração estão sendo exacerbados por uma pandemia que parece não ter fim, na qual os ricos ficam cada vez mais ricos e os governos só servem para favorecê-los ao favorecerem o subemprego e a precarização trabalhista.
Se "o que é lembrado, vive", Nomadland permanecerá vivo por muito tempo, é um clássico recém-nascido por captar o espírito da nossa década de 20, o espírito de luto que todos carregaremos pelos próximos anos.
O Homem Duplicado
3.7 1,8K Assista AgoraAssim como o "Fragmentado", de M. Night Shyamalan, "Enemy" é um filme sobre transtorno de personalidade dissociativa.
São vários indícios que levam à esta conclusão, cito-os:
O primeiro indício que aponta nessa direção é a multiplicidade de nomes pelos quais os personagens do Jake Gyllenhaal respondem: Adam Bell (professor), Daniel Saint Claire (stage name), Anthony Claire (o duplo?), e Mr. Clarck (como Adam, confundido com Anthony, é chamado pelo funcionário do condomínio).
O segundo indício é quando Adam está falando com sua mãe e ela diz que ele gosta de Mirtilo (assim como o Anthony), sugerindo, ainda, que ele foque na carreira docente e abandone a ideia de atuar em filmes de terceira, ressaltando sua situação financeira estável e favorável (ao mencionar "o bom apartamento" do qual Adam é dono).
O terceiro indício são os envelopes: o envelope amarelo carrega um envelope branco, o envelope branco envolve um envelope preto em seu interior, ou seja, essa imagem se constitui como uma metáfora para as camadas ou personas em que o personagem se desdobra.
O quarto indício que aponta nessa direção é a chave dentro do envelope preto cuja gravação diz "UNICA", apontando, assim, para uma única pessoa com diversas personas. Faz sentido que seja uma palavra em Português posto que o romance em que o filme foi baseado é escrito em português, ainda serviria como uma maneira de deixar uma pista — uma chave de leitura — a plena vista do espectador, e ao mesmo tempo dissimulada, pois esta só pode ser compreendida por falantes de Língua Portuguesa.
Por fim, o último indício que observei é a metalinguagem: a profissão do duplo(?) de Adam ser justo a de ator; bem como, pela configuração espacial da sala de aula em que Adam leciona, que parece uma mistura de anfiteatro com cinema, ambos sendo espaços destinados às artes cênicas e encenação.
A cena do acidente, no entanto, complica um pouco essa interpretação, mas ainda assim pode ser incluída nela: pode ser que esta cena explique a cicatriz que Adam e Anthony têm sob o lado esquerdo do peito, uma drenagem torácica ou uma esplenectomia (retirada do baço, órgão situado no quadrante superior esquerdo do abdômen) que são procedimentos comuns para pacientes com lesões internas pós-acidente automobilístico, poderiam ter deixado cicatrizes semelhantes. De certo modo também explica o caso extraconjugal que a esposa de Anthony menciona no menciona, pois ele está com a esposa/namorada de Adam no carro no momento do acidente.
A epigrafe dos créditos iniciais vem muito em auxílio para formar uma teoria geral sobre o filme, se "o caos é a ordem ainda não decifrada", basta aplicá-la à cronologia dos eventos, e como o filme fala de um processo psicológico disruptivo, logo a cronologia é reflexo desse processo. Aquela citação de Marx em uma das aulas de Adam também pode nos ajudar a compreender a ideia do filme, pois se os eventos históricos se repetem como farsa, um dos dois personagens é uma farsa, pois está repetido. Resta saber quem é o farsante? quem é o verdadeiro duplo, Adam ou o Anthony?
Nomadland
3.9 896 Assista AgoraNomadland tem tudo para ser o grande filme do Oscar 2021.
Eu Me Importo
3.3 1,2K Assista AgoraCom soluções fáceis para problemas absurdos e alguns furos de roteiro, mas é muito bom!
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraAssisti pela primeira vez há mais de 6 anos, achei péssimo. Assisti pela segunda vez agora, e PQP! PTA mestre!
A Voz Suprema do Blues
3.5 539 Assista AgoraChadwick Boseman grandioso, mas ninguém ofusca a Viola Davis. Absoluta, como sempre.
Listen
3.3 1073 minutos que valeram cada segundo. Atuações incríveis, principalmente da Lúcia Moniz.
O Caminho de Volta
3.3 83 Assista AgoraMediano, mas uma das poucas atuações do Affleck que valem a pena.
O Segredo de Davi
3.0 161 Assista AgoraEu amo e apoio o cinema nacional incondicionalmente, mas esse filme é um crime!
As atuações são artificiais, o ritmo é arrastado, a mixagem de som é problemática. Só a fotografia funciona em meio a um oceano de defeitos. Nota: dó.
Os Miseráveis
4.0 161Tem uma citação da Simone de Beauvoir que define muito bem esse filme, ela diz o seguinte: "O opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os próprios oprimidos." Fica claro no filme todo esse embate ideológico e étnico em que pessoas da mesma classe social/etnia são jogadas umas contra as outras pela opressão do braço armado do Estado, desvelando os mecanismos de opressão e criticando a conivência (mesmo daqueles que aparentam se opor).
Em linhas gerais, a violência é, grosso modo, como que a roda de samsara, ela continuará girando enquanto houver sociedade e nós continuaremos presos à ela; mesmo para fugir dela será necessário violência e barbárie, porque a revolução não virá com flores e ciranda. A mensagem final, mesmo que caótica e crua, sem nenhum trato de refinamento é muito bonita: não somente na França da Liberdade, Fraternidade e Igualdade, mas no mundo todo, só a união daqueles que são oprimidos pode ser capaz de libertá-los do jugo do opressor.
O Céu de Lisboa
4.0 30O filme além de poético é nostálgico. É como se Win Wender tivesse uma memória afetiva da cidade a qual ele remonta com os sons cotidianos e as imagens do dia a dia. A trilha sonora é de uma riqueza sem igual que torna o filme já emocionante em algo sublime.
Poderosa Afrodite
3.7 235 Assista Agora“Mighty Aphrodite” é uma potencial tragédia com final feliz. Enquanto filme a obra constitui uma peça de diálogo da Arte com a Arte, na qual Woody Allen parodia elementos do Teatro ao traze-los para compor a linguagem do Cinema, promovendo uma abordagem metalinguística da Arte.
Podemos identificar que o filme, assim como as peças sofoclianas referenciadas por Allen, é dividido em párodo (o canto de entrada), episódios (que desenvolvem a ação dramática), estásimos (como as entradas do coro e do corifeu em cena) e êxodo (o número musical que encerra o filme), no que se refere à sua constituição formal. Personagens trágicos também são elencados, tais como o Cassandra, portadora da voz oracular, e Tirésias trazendo as revelações necessárias ao personagem protagonista. Aqui o Corifeu tem a função usual de sua origem na tragédia grega, onde representa a função de 'consciência' do herói, enquanto o coro exerce a função dupla de personagem coletivo e mediador entre o palco e o público.
Dentre os temas trágicos aos quais o cineasta recorre, podemos citar o embate “Eu contra o destino. Lenny, o protagonista, contraria todas as advertências imagináveis de um possível desfecho catastrófico e consegue, de algum modo, se desvencilhar das amarras do seu fado, fazendo com que as advertências de Cassandra, do coro e do Corifeu deixem de se cumprir, mesmo contra todas as probabilidades.
No mais, é um filme esquecível, um Woody Allen qualquer, cujo único mérito é a estrutura e os conceitos artísticos que se encontram nas entrelinhas da obra. A estética a mesma, assim como os temas superficiais são os mesmos de tantos outros filmes do Diretor.
BLACK IS KING: Um Filme de Beyoncé
4.5 198 Assista AgoraO romantismo alemão século XIX desenvolveu o conceito de Gesamtkunstwerk que, grosso modo, se refere à uma obra de arte total que conjugue a completude de todo o conjunto de expressões artísticas em uma mesma obra. No pop do séc. XXI, Beyoncé atinge esse ideal com a sinfonia visual “Black is King” dirigida e roteirizada pela própria cantora.
O filme de pouco mais de 1h20 entrega tudo: fotografia, cinema, moda, cenografia, teatro, literatura e, obviamente, dança e música. Cada frame é digno de ser emoldurado e exposto para admiração em uma parede.
Desconstruindo Harry
4.0 334 Assista AgoraAs semelhanças com a obra de Philip Roth são enormes! Parece uma mistura de "O Complexo de Portnoy" com os livros "escritos" por Nathan Zuckerman, o alter ego do autor.
Os temas são os mesmos de Portnoy: criticas à comunidade judaica americana, bem como ao modo de vida pequeno-burguês, traumas de infância, mães dominadoras e pais consumidos pelos trabalho, neuroses, paranoias, manias e fixações sexuais. Woody Allen, assim como Philip Roth, aborda essas problemáticas a partir do prisma do sarcasmo e da ironia com humor mordaz e autodepreciativo que incomoda ao mesmo tempo que diverte.
Para quem gosta dos filmes do Woody Allen vale a pena conferir os livros do Roth que são literatura da melhor qualidade.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraBotou os EUA de joelhos!
Frozen II
3.6 784Se fizerem um live action algum dia, que a Elsa seja interpretada pela Kirsten Dunst. A personagem parece ter sido criada inspirada nela, se parece muito.
Nosferatu
4.0 55Só espero que seja em preto e branco.