O filme mudo mais violento que eu já vi. Querendo mostrar a vida dura do homem em um ambiente inóspito, os diretores forçaram o heroísmo na inteligência e habilidade dos homens sobre um poder destrutivo de outros animais. Daí vemos cenas e mais cenas de mortes e maus tratos, como se os seres humanos fossem realmente heróis, e os animais de grande porte da Ásia, os monstros. E o pior é que esse filme horroroso foi muito bem filmado, as cenas da vida selvagem e dos ataques de ambos os lados são magníficas. E é até contraditório o mesmo filme que vilaniza tantos animais ao mesmo tempo desenvolver tão bem um personagem não humano, isto é, o macaco domesticado. Ele é o único que não é mal tratado no filme, diga-se de passagem, e quase se torna vítima dos animais selvagens (pois é, também temos nossos aliados). Mas mesmo ficando chocado com o que eu acabei de assistir, não fiquei surpreso com o filme, porque sei que foi dirigido por ocidentais há 90 anos atrás. O que me surpreende mesmo é ver gente que assiste esse filme hoje e ainda consegue torcer contra os animais.
Eu chorei vendo a cena do hospital. Lang conseguiu contar uma grande história fantástica e ainda ir além do fantástico para nos questionar sobre a forma como lidamos com a vida e vemos a morte. E a heroína é tão interessante, tão carismática, uma mulher que cresce em coragem, como pessoa e como personagem. Começa apenas chorando por seu amado mas depois cria artimanhas, luta com um espadachim e desafia o poder de um imperador. Lang quase nos faz acreditar que o amor pode realmente vencer no final. E, meu deus, o que foi aquele homem-árvore? Mas acho que o grande problema do filme veio justamente do esforço do diretor ao criar esse grande espetáculo tão rico em detalhes e tão diverso, passando pelo drama, pela aventura e pela comédia, pelo mundo islâmico medieval, pela Itália renascentista e pela China clássica. Não tenho dúvida de que ele conseguiu fazer esse grande espetáculo, mas o mergulho que deu no exotismo, ao retratar pessoas e contextos tão diferentes resultou em estereótipos bem grosseiros. Foi um erro em que O Ladrão de Bagdá, outro filme mudo que abordou vários elementos semelhantes, não caiu, porque não se atreveu a ir tão longe (embora continue sendo uma grande fábula do cinema até hoje). No filme de Fritz Lang os muçulmanos são fanáticos religiosos, cuja sociedade violenta, repressiva e antiocidental beira a barbárie. O negro é preguiçoso e malandro, o subalterno que faz o serviço sujo. E os chineses, sinceramente.. a forma como cada cena da terceira luz tem uma piada apenas por serem ''''amarelos'''' em cena é horrorosa. E como se não bastassem todas essas piadas [me pergunto se já foram engraçadas algum dia], Lang ainda se dá ao trabalho de confundir Índia e China [o que provavelmente foi uma decisão, se considerarmos que a enorme riqueza gráfica do filme exigiu uma boa pesquisa], colocando tapetes voadores, elefantes e uma divindade hindu nos arredores da corte imperial. Acho que tudo isso de certa forma manchou o brilho do filme, que é realmente impressionante. Infelizmente, como a gente vê bastante hoje, os estereótipos em que Lang caiu continuam mais vivos do que nunca no cinema e em nossa sociedade (e não eram novidade nos anos 20). Sinal de que já deveríamos ter aprendido com os erros dos mestres há muito tempo..
Assisti só por causa da Inezita Barroso e já esperava gostar de ver ela em cena, mas não imaginei que ela brilhasse tanto. Desde sempre muito carismática e muito talentosa, e nenhuma cena sua cantando é dispensável. E o papel me deixou bem surpreso, pois ao mesmo tempo que Amélia encarna a "mulher ideal" da música de Ataulfo Alves, que vive para seu homem e lhe tira da vida vadia, ela própria é uma subversão desse estereótipo, pela enorme autonomia que tem em relação ao homem e pelo crime que acaba cometendo seguindo os desejos de (mais uma vez) um homem. Amélia é muito mais do que aquela que o marido vê em relação a si, mas mesmo errando e sendo punida, ainda é uma heroína e é uma "pessoa boa" (em oposição ao segundo marido e sua família, todos poderosos e desprezíveis). Achei lindo que João soube reconhecer isso e a recebe com amor na saída da prisão. Mas ele ainda deixa claro como ama sua esposa, precisa dela dentro de casa; afinal, a Amélia da música ainda é a mulher que o homem quer como esposa. Esse é um dentre outros momentos em que o filme é machista. E não só isso, é racista, classista e datado. Dá pra ver aqui o humorista notável que Colé Santana foi, mas ele conseguiu, sem o saber, tornar tudo isso carismático. Hoje, 60 anos depois, várias de suas piadas nesse filme podem causar mais caretas que risadas.
Eu já havia me sentido desconfortável em outros filmes do Keaton por causa dos recorrentes black faces, mas dessa vez me deparei com gags realmente racistas, aos 27:00 e 39:00 (não precisamente). Eu tô muito desapontado com o Buster e isso é um desafio para a idealização que eu tenho em relação a ele.
Mas, apesar desses elementos, o filme é absolutamente brilhante. Muito melhor e mais engraçado que Procura-se Uma Noiva (1999) (um filme com uma história similar), as cenas das noivas são ainda mais absurdas e vibrantes. E o Buster tá tão lindo, tão frustrado,
Há um bom tempo que eu não me divertia tanto vendo um filme. Achei que a história de Sita, a história de Nina, a narração e os números musicais com a voz da Annette Hanshaw se alternavam muito rapidamente, o que dá uma impressão de desorganização. Mas eram todos tão deliciosos, as músicas, o tema, os narradores, as várias técnicas de animação ao longo do filme, que o problema do fluxo se tornou secundário.
Até porque o trabalho da Nina vai além disso, o filme também conta a sua própria história. É uma metalinguagem vitoriosa, e a diretora ainda liberou pela licença da creative commons, retribuindo o financiamento coletivo da produção! Isso é muito sensível e corajoso, levando em conta o significado tão pessoal que o filme tem.
Os filmes do Manzon são guiados por referenciais datados de progresso e democracia. Alguns chegam a ser insuportáveis de tão tendenciosos e até mentirosos e descarados. Limpando a imagem dos industriais por meio de discursos cristãos e puramente anticomunistas, chega ao cúmulo de citar Getúlio Vargas para falar de democracia.
Mas acontece que Manzon era muito bom no que fazia, não a toa o IPÊS o contratou. Sempre desenvolvendo da forma mais clara possível os posicionamentos do instituto em relação aos temas tratados, aliava textos dramáticos e urgentes a imagens sempre belas, para o fácil convencimento do espectador.
Estes filmes são propaganda ideológica pura. Me pergunto se o público da época, que em grande maioria não fazia ideia do papel político e histórico que o IPÊS estava cumprindo, acreditava em tudo o que via no cinema, que às vezes beirava o absurdo: “A empresa transformou-se em uma verdadeira comunidade humana. Todos são livres..”
O IPÊS é aquele cidadão de bem que diz que não é “nem de direita nem de esquerda, mas que vai pra frente”; mas que quer para si um Brasil branco, masculino, cristão e colonizado. E em seu apoio ao empresariado vai além de propagar o discurso do “perigo comunista” tão falado na época (e fundamental para o golpe civil-militar do ano seguinte), de defender uma educação patriótica e de confundir valores cristãos com princípios democráticos para formar mais cidadãos assim. O IPÊS convidou a elite para a manipulação das massas, para o uso dos meios de comunicação (o que o próprio trabalho de Jean Manzon significava), para uma guerra ideológica. Uma guerra em que logo teriam vitórias, pelo vemos.
O meu preferido do Mazzaropi até agora, o seu estilo único não perdeu nada com as influências estrangeiras tanto dos filmes de ação como dos filmes de terror. Um filme tão rico e absurdo, tão inocente e ao mesmo tempo satírico, nem eu que sou fã imaginei que ele já tivesse ido tão longe.
algumas ideias muito boas, porém mal desenvolvidas.
digo, eu só ouvi verdades saindo da boca da atriz; ela denuncia a fome (não de comida), a destruição, a corrupção e a manipulação contra um impulso destrutivo já antigo (o soldado), que mal disfarça seus preconceitos e a falta de argumentos para suas ações.
isso é muito necessário no dia de hoje, mas não vai muito além, pq a discussão nunca se aprofunda. um texto muito pobre e com atuações que atrapalharam ainda mais,
me fez pensar muito na forma como a organização e as convenções sociais cerceiam a forma como nos expressamos sexualmente. podemos até tentar nos libertar (totalmente?) mas não voltamos mais ao nosso estado natural.
acho que os diretores nem tinham a intenção de desenvolver metáforas, mas a forma como as coisas se desenrolavam no espaço da casa me fez lembrar de muito de como se dão aqui fora, em sociedade. os amigos do fer (com suas posturas, gostos e conversas horríveis) reproduzem todos os padrões comportamentais e sexuais masculinos que a gente já conhece, e ocupam toda a casa, acabando por exercer o papel da coerção.
mesmo na tensão sexual dos protagonistas, que é estendida aos amigos, eles se tornam um perigo para a assunção da sexualidade, pq são como uma irmandade, estão sempre com a desconfiança “será que é um de nós?”. ao mesmo tempo que são uma tentação, provocam vc a se expressar sexualmente,são uma possibilidade de condenação.
principalmente ao personagem do gabriel epstein, um homem gay em um espaço dominado por heterossexuais. Ele é um estranho ali, é o mais fraco (como geralmente se representa o gay em meios héteros) e o que menos fala, pq ele não é um deles. o fernando, provavelmente bissexual, tb carrega certos arquétipos: de todos é o que tem o ~~sex appeal~~ mais explorado desde a cena inicial e suas intensões e sexualidade provocam dúvidas e confusão o tempo todo. os seus amigos, quase cerceadores, mostram uma ideia muito pouco clara sobre a bissexualidade, que é estranha a eles (tanto como a homossexualidade, diga-se de passagem)..
mas eu acho que é na tensão sexual que o filme peca. eu não tive problema nenhum com o ritmo do filme, mas a tensão (quase um clichê em filmes do gênero) dura e provoca demais para um desfecho tão tímido, praticamente uma implosão. mas o final em aberto de certa forma bate com as possibilidades e opções que temos ao nos livrarmos da vigilância dos padrões sexuais, mesmo que numa dimensão pessoal.
A propósito, lucas papa, vc é muito lindo por favor faça mais filmes.
A Rita Moreno acertou em cheio ao lembrar que "por trás de todo artista há um ser humano". A História (e muitos de nós tb) tem sido bem injusta com Carmen.
Tristeza do Jeca
3.6 27 Assista AgoraEssa música :'(
Chang: A Drama of the Wilderness
3.7 4O filme mudo mais violento que eu já vi. Querendo mostrar a vida dura do homem em um ambiente inóspito, os diretores forçaram o heroísmo na inteligência e habilidade dos homens sobre um poder destrutivo de outros animais.
Daí vemos cenas e mais cenas de mortes e maus tratos, como se os seres humanos fossem realmente heróis, e os animais de grande porte da Ásia, os monstros. E o pior é que esse filme horroroso foi muito bem filmado, as cenas da vida selvagem e dos ataques de ambos os lados são magníficas.
E é até contraditório o mesmo filme que vilaniza tantos animais ao mesmo tempo desenvolver tão bem um personagem não humano, isto é, o macaco domesticado. Ele é o único que não é mal tratado no filme, diga-se de passagem, e quase se torna vítima dos animais selvagens (pois é, também temos nossos aliados).
Mas mesmo ficando chocado com o que eu acabei de assistir, não fiquei surpreso com o filme, porque sei que foi dirigido por ocidentais há 90 anos atrás. O que me surpreende mesmo é ver gente que assiste esse filme hoje e ainda consegue torcer contra os animais.
Commando 2
2.7 2achei esse filme um lixo completo (nem se compara ao primeiro), mas continuo amando o vidyut jamwal
O Mundo
4.0 13Espero ser mais atento a partir de hoje sobre como a globalização toca a minha vida e mesmo afeta meus sentimentos
A Morte Cansada
4.2 54Eu chorei vendo a cena do hospital. Lang conseguiu contar uma grande história fantástica e ainda ir além do fantástico para nos questionar sobre a forma como lidamos com a vida e vemos a morte.
E a heroína é tão interessante, tão carismática, uma mulher que cresce em coragem, como pessoa e como personagem. Começa apenas chorando por seu amado mas depois cria artimanhas, luta com um espadachim e desafia o poder de um imperador. Lang quase nos faz acreditar que o amor pode realmente vencer no final. E, meu deus, o que foi aquele homem-árvore?
Mas acho que o grande problema do filme veio justamente do esforço do diretor ao criar esse grande espetáculo tão rico em detalhes e tão diverso, passando pelo drama, pela aventura e pela comédia, pelo mundo islâmico medieval, pela Itália renascentista e pela China clássica. Não tenho dúvida de que ele conseguiu fazer esse grande espetáculo, mas o mergulho que deu no exotismo, ao retratar pessoas e contextos tão diferentes resultou em estereótipos bem grosseiros. Foi um erro em que O Ladrão de Bagdá, outro filme mudo que abordou vários elementos semelhantes, não caiu, porque não se atreveu a ir tão longe (embora continue sendo uma grande fábula do cinema até hoje).
No filme de Fritz Lang os muçulmanos são fanáticos religiosos, cuja sociedade violenta, repressiva e antiocidental beira a barbárie. O negro é preguiçoso e malandro, o subalterno que faz o serviço sujo. E os chineses, sinceramente.. a forma como cada cena da terceira luz tem uma piada apenas por serem ''''amarelos'''' em cena é horrorosa. E como se não bastassem todas essas piadas [me pergunto se já foram engraçadas algum dia], Lang ainda se dá ao trabalho de confundir Índia e China [o que provavelmente foi uma decisão, se considerarmos que a enorme riqueza gráfica do filme exigiu uma boa pesquisa], colocando tapetes voadores, elefantes e uma divindade hindu nos arredores da corte imperial.
Acho que tudo isso de certa forma manchou o brilho do filme, que é realmente impressionante. Infelizmente, como a gente vê bastante hoje, os estereótipos em que Lang caiu continuam mais vivos do que nunca no cinema e em nossa sociedade (e não eram novidade nos anos 20). Sinal de que já deveríamos ter aprendido com os erros dos mestres há muito tempo..
Mulher de verdade
3.2 3 Assista AgoraAssisti só por causa da Inezita Barroso e já esperava gostar de ver ela em cena, mas não imaginei que ela brilhasse tanto. Desde sempre muito carismática e muito talentosa, e nenhuma cena sua cantando é dispensável.
E o papel me deixou bem surpreso, pois ao mesmo tempo que Amélia encarna a "mulher ideal" da música de Ataulfo Alves, que vive para seu homem e lhe tira da vida vadia, ela própria é uma subversão desse estereótipo, pela enorme autonomia que tem em relação ao homem e pelo crime que acaba cometendo seguindo os desejos de (mais uma vez) um homem.
Amélia é muito mais do que aquela que o marido vê em relação a si, mas mesmo errando e sendo punida, ainda é uma heroína e é uma "pessoa boa" (em oposição ao segundo marido e sua família, todos poderosos e desprezíveis). Achei lindo que João soube reconhecer isso e a recebe com amor na saída da prisão.
Mas ele ainda deixa claro como ama sua esposa, precisa dela dentro de casa; afinal, a Amélia da música ainda é a mulher que o homem quer como esposa. Esse é um dentre outros momentos em que o filme é machista. E não só isso, é racista, classista e datado. Dá pra ver aqui o humorista notável que Colé Santana foi, mas ele conseguiu, sem o saber, tornar tudo isso carismático. Hoje, 60 anos depois, várias de suas piadas nesse filme podem causar mais caretas que risadas.
Sete Oportunidades
4.1 62Eu já havia me sentido desconfortável em outros filmes do Keaton por causa dos recorrentes black faces, mas dessa vez me deparei com gags realmente racistas, aos 27:00 e 39:00 (não precisamente). Eu tô muito desapontado com o Buster e isso é um desafio para a idealização que eu tenho em relação a ele.
Mas, apesar desses elementos, o filme é absolutamente brilhante. Muito melhor e mais engraçado que Procura-se Uma Noiva (1999) (um filme com uma história similar), as cenas das noivas são ainda mais absurdas e vibrantes. E o Buster tá tão lindo, tão frustrado,
correndo com as pedras (!!!) e depois dizendo que tá cercado de falência e desgraça :(((
Como aquelas mulheres puderam dizer não pra ele??!
Longe do Vietnã
4.4 11"Temos que criar um Vietnã dentro de nós mesmos"
Tom & Jerry: O Filme
3.2 77 Assista AgoraSaudades sem fim.
Ao Redor do Brasil
3.5 5Me dá uma dor no coração de ver essas paisagens naturais e imaginar como estão hoje e e como estarão amanhã.
A Aventura de Iron Pussy
2.6 14Queria que o Apichatpong fizesse mais filmes assim
Sita Sings The Blues
4.0 12 Assista AgoraHá um bom tempo que eu não me divertia tanto vendo um filme. Achei que a história de Sita, a história de Nina, a narração e os números musicais com a voz da Annette Hanshaw se alternavam muito rapidamente, o que dá uma impressão de desorganização. Mas eram todos tão deliciosos, as músicas, o tema, os narradores, as várias técnicas de animação ao longo do filme, que o problema do fluxo se tornou secundário.
Até porque o trabalho da Nina vai além disso, o filme também conta a sua própria história. É uma metalinguagem vitoriosa, e a diretora ainda liberou pela licença da creative commons, retribuindo o financiamento coletivo da produção! Isso é muito sensível e corajoso, levando em conta o significado tão pessoal que o filme tem.
Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa
3.0 34Vou acabar ficando nu pra chamar sua atenção.
O Brasil precisa de você - Filmes produzidos pelo IPÊS
2.8 1Os filmes do Manzon são guiados por referenciais datados de progresso e democracia. Alguns chegam a ser insuportáveis de tão tendenciosos e até mentirosos e descarados. Limpando a imagem dos industriais por meio de discursos cristãos e puramente anticomunistas, chega ao cúmulo de citar Getúlio Vargas para falar de democracia.
Mas acontece que Manzon era muito bom no que fazia, não a toa o IPÊS o contratou. Sempre desenvolvendo da forma mais clara possível os posicionamentos do instituto em relação aos temas tratados, aliava textos dramáticos e urgentes a imagens sempre belas, para o fácil convencimento do espectador.
Estes filmes são propaganda ideológica pura. Me pergunto se o público da época, que em grande maioria não fazia ideia do papel político e histórico que o IPÊS estava cumprindo, acreditava em tudo o que via no cinema, que às vezes beirava o absurdo: “A empresa transformou-se em uma verdadeira comunidade humana. Todos são livres..”
O IPÊS é aquele cidadão de bem que diz que não é “nem de direita nem de esquerda, mas que vai pra frente”; mas que quer para si um Brasil branco, masculino, cristão e colonizado. E em seu apoio ao empresariado vai além de propagar o discurso do “perigo comunista” tão falado na época (e fundamental para o golpe civil-militar do ano seguinte), de defender uma educação patriótica e de confundir valores cristãos com princípios democráticos para formar mais cidadãos assim. O IPÊS convidou a elite para a manipulação das massas, para o uso dos meios de comunicação (o que o próprio trabalho de Jean Manzon significava), para uma guerra ideológica. Uma guerra em que logo teriam vitórias, pelo vemos.
A Visitante Francesa
3.2 76Esses ocidentais são todos iguais
Jeca Contra o Capeta
3.5 38O meu preferido do Mazzaropi até agora, o seu estilo único não perdeu nada com as influências estrangeiras tanto dos filmes de ação como dos filmes de terror. Um filme tão rico e absurdo, tão inocente e ao mesmo tempo satírico, nem eu que sou fã imaginei que ele já tivesse ido tão longe.
Guerra do Paraguay
3.5 7algumas ideias muito boas, porém mal desenvolvidas.
digo, eu só ouvi verdades saindo da boca da atriz; ela denuncia a fome (não de comida), a destruição, a corrupção e a manipulação contra um impulso destrutivo já antigo (o soldado), que mal disfarça seus preconceitos e a falta de argumentos para suas ações.
isso é muito necessário no dia de hoje, mas não vai muito além, pq a discussão nunca se aprofunda. um texto muito pobre e com atuações que atrapalharam ainda mais,
mesmo depois, com as cenas emocionantes da guerras atuais, pq parece que o diretor colocou as primeiras que achou por aí
As Mãos de Orlac
4.0 35 Assista AgoraUm homem atormentado por seus preconceitos
Sebastiane
3.6 39Justine é uma referência ao Marquês de Sade ou?
Aguirre, a Cólera dos Deuses
4.1 159O Brasil não é para principiantes.
O Fantasma
3.1 115me fez pensar muito na forma como a organização e as convenções sociais cerceiam a forma como nos expressamos sexualmente. podemos até tentar nos libertar (totalmente?) mas não voltamos mais ao nosso estado natural.
Taekwondo
2.9 52acho que os diretores nem tinham a intenção de desenvolver metáforas, mas a forma como as coisas se desenrolavam no espaço da casa me fez lembrar de muito de como se dão aqui fora, em sociedade. os amigos do fer (com suas posturas, gostos e conversas horríveis) reproduzem todos os padrões comportamentais e sexuais masculinos que a gente já conhece, e ocupam toda a casa, acabando por exercer o papel da coerção.
mesmo na tensão sexual dos protagonistas, que é estendida aos amigos, eles se tornam um perigo para a assunção da sexualidade, pq são como uma irmandade, estão sempre com a desconfiança “será que é um de nós?”. ao mesmo tempo que são uma tentação, provocam vc a se expressar sexualmente,são uma possibilidade de condenação.
principalmente ao personagem do gabriel epstein, um homem gay em um espaço dominado por heterossexuais. Ele é um estranho ali, é o mais fraco (como geralmente se representa o gay em meios héteros) e o que menos fala, pq ele não é um deles. o fernando, provavelmente bissexual, tb carrega certos arquétipos: de todos é o que tem o ~~sex appeal~~ mais explorado desde a cena inicial e suas intensões e sexualidade provocam dúvidas e confusão o tempo todo. os seus amigos, quase cerceadores, mostram uma ideia muito pouco clara sobre a bissexualidade, que é estranha a eles (tanto como a homossexualidade, diga-se de passagem)..
mas eu acho que é na tensão sexual que o filme peca. eu não tive problema nenhum com o ritmo do filme, mas a tensão (quase um clichê em filmes do gênero) dura e provoca demais para um desfecho tão tímido, praticamente uma implosão. mas o final em aberto de certa forma bate com as possibilidades e opções que temos ao nos livrarmos da vigilância dos padrões sexuais, mesmo que numa dimensão pessoal.
A propósito, lucas papa, vc é muito lindo por favor faça mais filmes.
Carmen Miranda: Bananas Is My Business
4.2 51 Assista AgoraA Rita Moreno acertou em cheio ao lembrar que "por trás de todo artista há um ser humano". A História (e muitos de nós tb) tem sido bem injusta com Carmen.
Iracema - Uma Transa Amazônica
3.9 74Infelizmente continua um filme original e atualíssimo.