Por o filme chamar-se The Piano, algum gênio dentre os produtores deve ter imaginado que seria muito legal colocar um piano extradiegético exagerado, horrível e brega a cada cinco minutos do filme. A mulher vai pegar um copo na cozinha, começa uma choradeira de piano no fundo. Mas gostaria que esse fosse o pior do filme, seria uma benção, pois estaríamos livres deste roteiro repleto de furos e completamente incongruente consigo mesmo. Horrível, horroroso. Triste de mim, fui esperando um filme cultundergroundelegantedarkpolinésio e ganhei um episódio da novela das 6. __________________ Nota: 1,9/5
“Acho que eu poderia voltar e viver com os animais; eles são tão tranquilos e independentes. Não acordam no escuro chorando por seus pecados; não me deixam enjoado discutindo suas obrigações a Deus. Nenhum deles ajoelha-se para o outro, ou para algum semelhante que viveu a milhares de anos atrás. Nenhum deles é respeitável... ou infeliz.” __________________ Recentemente descobri algo intrigante: descobri que, no mundo inteiro – pelo menos de um modo geral -, não existe um sequer bovino que não pertença a alguém. Não existem bois ou vacas selvagens, portanto livres. Todo e qualquer bovino que cada um de nós já viu em nossa vida pertence a alguém. E o que é o ser humano, dentre esses termos, senão um bovino pertencente a outros seres humanos? __________________ Nota: 3,9/5
Como disse no meu comentário sobre Following (o primeiro filme de Christopher Nolan), não consigo deixar de pensar, quando assisto aos seus filmes, que o diretor parece possuir alguns problemas com sua própria personalidade. Não tenho bagagem para afirmar nada do tipo, e também não estou usando isso como ataque, muito menos como alívio cômico; mas, quando entendemos (pelo menos, comigo, é o que se apresenta) que as pessoas que estão por trás das câmeras, antes de artistas, são pessoas, começamos, talvez, a enxergar um pouco da personalidade dos artistas em suas obras. Claro que isso não é novidade, mas com Nolan, particularmente, salta-me muito aos olhos. A partir desse olhar, vem o ponto mais crítico presente no último filme do diretor. Christopher Nolan não sabe o que quer. É claramente perceptível a ambição do diretor em criar tramas complexas e tudo o mais; e o fato de seus filmes ficarem cada vez mais complexos (no sentido de proposta talvez), ao contrário da opinião de muitos, não me incomoda. O que incomoda-me é, justamente, o fato de Nolan não aceitar o fato de que seus filmes são assim, e, com isso, querer transformar suas próprias criações em uma grande mistura de inúmeros elementos. É evidente, ao menos para mim, que os filmes do Nolan despertam grande curiosidade, desperta muito em mim (conhecendo-me como me conheço, sei que não tem como deparar-me com um filme sobre entropia reversa, e armas que atiram ao contrário, e não ficar maluco). Eu amo esses filmes nerdolas, e o Nolan, antes de tudo, é um tremendo de um nerdola. O problema é que ele não se assume como tal, e, com isso, tornam-se sempre inevitáveis cenas super explicativas, diálogos expositivos, e tudo o que já conhecemos de sua filmografia. Então, fico triste quando me deparo com obras do tipo. O filme, tecnicamente, é muito bom. A direção do Nolan está claramente evoluindo, mesmo que esta seja também muito afetada por essa característica fria e quadrada do diretor (como dito, o problema não é ser frio, e sim não se assumir como tal). Mais uma vez, o trabalho com a trilha sonora é irretocável e a montagem, como em outros filmes do diretor, serve à trama como poucos filmes conseguem. Acho que, num apanhado geral, digo que gostei do filme, mas com algumas – e tristes – ressalvas. Continua admirando demais o diretor, mas, infelizmente, acho que ele está, cada vez mais, perdendo-se dentro da sua própria arte, dentro do seu próprio vício. É comum que as pessoas irritem-se com esses roteiros, talvez, narcisistas, e com essas tramas propositalmente complicadas; a mim, particularmente, não incomoda, apenas acho que Christopher Nolan poderia ter preservado uma filmografia muito mais consistente se não insistisse em querer ganhar 15 Oscars por filme, e nem ser considerado o maior cineasta da história. __________________ Nota: 3,2/5
"- Eu acho o senhor sabido, sim; eu vi que o senhor tinha ideias interessantes, o senhor pensava. - Que pena... sei e nem sei que sei." ___________________ Não tenho como não ficar todo arrepiado quando o filme começa já com aquela voz rouca de fumante do Coutinho. Que homem, Brasil, que homem!
Nos últimos tempos, comecei a notar que ocorre um fenômeno - que, por si só, é comum - com a relação público/Nolan: o diretor faz coisas irritantes, e o público reclama, e reclama tanto que chega sempre no ponto em que a reclamação se torna mais irritante do que o próprio diretor. Mas, então... fazia um tempo considerável que eu não via nada do Nolan, e, com esse filme, acho que comecei a entender um pouquinho mais essa birra que o público tem. Parece-me que o diretor tem sérios problemas psicológicos. Ele simplesmente não consegue fazer um filme sem explicar tudo no final; é incrível. Com o tempo, a perda da paciência é iminente. Tudo isso somado a uma direção sem confiança e atuações horríveis faz de Following um filme bem qualquer coisa. __________________ Nota: 2,7/5
Uma meta de vida que tenho é fazer ao menos um filme no estilo do Roy Andersson. Acho muito louco assistir aos filmes desse diretor. Se vierem perguntar-me por qual razão gosto das direções de cineastas como Tarkóvski, ou Wes Anderson, de imediato conseguirei citar argumentos e cenas para exemplificar minha admiração. Vindo de encontro a isso, encontra-se minha relação com a obra de Roy Andersson, da qual já assisti à maioria dos trabalhos (não são muitos), e, ainda assim, amando seus filmes, não consigo apontar uma coisa x ou uma coisa y e dizer "é por isso que eu gosto dele". Por isso, acho muito louco; ainda não entendi como ele cria seus filmes, mas cria-os incrivelmente bem. Apenas palmas para About Endlessness. ___________________ Nota: 3,7/5
Incomoda-me um pouco um ponto desse filme, o qual se repete em demais filmes do diretor, isto é, Cronenberg parece sempre trabalhar com "conceitos fixos" em suas tramas. Não sei se sei explicar muito bem, mas, ao que me parece, Cronenberg comumente apresenta seus filmes de uma forma: "esta é a personagem x; ela lidará com o problema y, sendo y fixo, imutável e atemporal, portanto, não tente entendê-lo". Sei lá. Fotografia linda, atuações e direção boas. É legal. ___________________ Nota: 3,1/5
Eu juro que não consigo entender como alguém escreve um roteiro desse, lê e pensa: "é isso aí, tá pronto, vamos filmar". ___________________ Nota: 1,3/5
Típico filme que deveria ser um curta. Uma hora e cinquenta pra dizer que não precisa de uma bola pra jogar tênis. Tem que ser muito chato pra chamar isso de obra-prima. Odeio filme assim. Direção boa, contracultura legal, roteiro horroroso. É isso. ___________________ Nota: 2,7/5
Fiquei muito triste. Eu gostei bastante; ia ser um filme incrível sem as piadinhas pseudometalinguísticas e as atuações idiotizadas. ___________________ Nota: 3,4/5
Não entendo a moral desse filme. Havia tentado assisti-lo já uma vez, mas não tinha conseguido terminar. Assisti por completo desta vez e meio que continuou na mesma pra mim. Metade do filme é a mina tomando café da manhã, a outra metade é um roteiro corrido que não faz muito sentido. Direção ótima do Dario e paletas incríveis também... mas só isso. ___________________ Nota: 2,3/5
Atuações Tenebrosas: A História de Ben Carson Direções Dolorosas: A História de Ben Carson Roteirizações Horrorosas: A História de Ben Carson Fotografias Espantosas: A História de Ben Carson Maquiagens Pavorosas: A História de Ben Carson ___________________ Nota: 1,3/5
"Quando eu estava na escola, eu peguei um pequeno lagarto no parque. Eu o guardei em uma garrafa de Coca-Cola, e ele cresceu muito para conseguir sair. Um lagarto em uma garrafa de Coca-Cola! Um lagarto em uma garrafa de Coca-Cola! Você não tem a força para sair! Você tem, Japão? Você tem, Japão?" ___________________ Muita poesia, muita metáfora crítica bem feita, muita beleza. Comumente, sou ácido e acabo polarizando diversos filmes. Não é o caso aqui, queria ter gostado mais, mas todo respeito a esse filme. Grande obra. ___________________ Nota: 3,2/5
"Se eu casaria de novo? Não, quero ficar esperando do lado de fora do banheiro da pensão. Claro que sim. Por isso, vou àquele baile horroroso toda semana. Quero ter o meu próprio banheiro, enquanto um sujeito mal-humorado com pelo nas orelhas lê o jornal na privada. E então vou desejar estar aqui conversando com você." ___________________ Nota: 4,7/5
Realmente, não sei se o devaneio foi passado para texto de forma minimamente compreensível, também não sei se é válido. ___________________ A evolução de Eduardo Coutinho – no sentido biológico da palavra, mudança – mostra-se bastante evidente à minha ótica; a evolução da remoção do máximo de elementos cinematográficos possíveis dentro de seus filmes. No início da carreira, o diretor fez ficções, com temas variados; em 1964, Coutinho começa a feição de um filme ficcional sobre a vida do líder da liga camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, o qual foi finalizado em 1984, sendo transformado em documentário. Após um recesso criativo e estilista do diretor, Coutinho voltou aos holofotes com Santo Forte, de 1999, um filme que mostra, a partir de diversos depoimentos, a relação dos moradores de uma favela com as diferentes igrejas e noções de religião e deus presentes naquele contexto. Em Santo Forte, a direção do filme usa de elementos “externos” à filmagem, excertos, os quais são usados para ilustrar o que está sendo dito. Eduardo Coutinho alegou em entrevista que nunca voltaria a usar tal tipo de técnica, pelo simples fato de que aqueles excertos significavam uma sobreposição de elementos os quais não estavam sendo capturados no momento da filmagem da entrevista exposta. A “evolução”, citada anteriormente, do diretor mostra-se clara a partir de Santo Forte. Na entrada dos anos 2000, Coutinho iniciou sua trajetória artística mais conhecida pelo público geral, com filmes como “Edifício Master”, “O Fim e o Princípio”, “Babilônia 2000”, “Jogo de Cena”, “Moscou” e, justamente, “Últimas Conversas”. A partir de 1999, Eduardo Coutinho remove, cada vez mais, tudo aquilo que pode ser descartado numa filmagem cinematográfica, troca de posição da câmera, iluminação, uso de continuístas, etc. Com isso, nesse último filme de Coutinho, com uma finalização póstuma executada por João Moreira Salles, o diretor abdica também da ida física e técnica ao encontro dos personagens, histórias e contextos; não só isso, como também o contrário: aqui, são os personagens que vêm ao diretor, como que procurando por falas. A evolução narrativa de Eduardo Coutinho, talvez, não se mostre em forma cíclica, mas mostra-se, sim, clarividente. É como uma evolução de intensificação do concreto, exacerbação do mínimo. No princípio de “Últimas Conversas”, Coutinho, em uma espécie de introdução, alega que jovens não possuem história, não possuem memórias, nem dores, fazendo com que tornem-se vazios e improdutivos. Em uma conversa, ainda na introdução, com uma assistente que está atrás da câmera, essa pergunta a Coutinho o que ele acha do filme que está prestes a filmar, e Coutinho afirma que não gosta muito da ideia do longa. Assim, em minha experiência com este filme, tal foi o mais complexo do diretor para mim. E, então, mostra-se essencial a especificação, aqui, do que falo. “Complexo” no cinema, normalmente, é usado ao referir-se a filmes chamados inteligentes, com difícil compreensão, ou com um contexto muito específico/distante; e, com certeza, não é a esse “complexo” que refiro-me. Em uma tentativa de análise pessoal da obra, digo que não gostei muito do filme, achei cansativo, entediante, desinteressante, chato. Mas de que vale, minimamente, uma suposta análise pessoal – a qual sempre levo em conta – em uma obra onde não deveria ter sido executada de tal forma (e, aqui, não me refiro ao trabalho de Salles)? Na conclusão das entrevistas, na conclusão do filme – e não em forma de extra ou quaisquer coisas do tipo -, Eduardo Coutinho alega que o filme não ficara bom, e que jovens – os entrevistados – são insuportáveis e tediosos. O longa mostra jovens desinteressantes respondendo perguntas rasas com respostas superficiais. Mas até que ponto isso reflete um Eduardo Coutinho fraco e fora de forma, e até que ponto, um diretor cansado e preso à sua própria ideia, não podendo desistir – por estar morto, por exemplo - no final ao ver que o resultado não fora satisfatório?
“A luta que não para. A mesma necessidade de 64, ela não fugiu um milímetro. A mesma necessidade do operário, do homem do campo e do estudante, a luta que não pode parar. Enquanto se diz que tem fome e salário de miséria, o povo tem que lutar. Quem é que não luta por melhoria de vida? Não dá. Quem tem condições, quem tem uma boa vida, que fique aí, né. Eu, que venho sofrendo, tenho que lutar. É preciso mudar o regime, é preciso se impor. Porque, enquanto a gente tiver essa democracia aí que a gente tem... Democracia sem liberdade? Democracia com salário de miséria e de fome? Democracia com filho do operário e do camponês sem ter direito a estudar, sem ter condições de estudar?” ___________________ Sem palavras pra esta obra prima do cinema nacional. Estou completamente apaixonado pela obra do Eduardo Coutinho, que artista apaixonante. Um estilo de cinema real, com pessoas reais, tramas reais. Amei. A sensibilidade do Coutinho com a direção, com a captação das histórias, com os cortes com excertos. Tudo perfeito; emocionante. Além de ver uma história de guerrilha muito bem contada documentalmente falando, o que mais me toca são os depoimentos alheios à “trama principal”, é ver o povo brasileiro falando. O povo de verdade. Falando. ___________________ Nota: 4,8/5
“Eu ligava para ele sempre que podia. Levou muitos meses para morrer. Quando ele respondia, eu desligava.” ___________________ A dificuldade que tenho em começar a falar sobre este filme é um dos fatores importantes por eu tê-lo apreciado tanto. Ele fala de tantas coisas e, ao mesmo tempo, de nada; apresenta tantas personagens e tantos contextos diferentes, mas, no fundo, está apenas nos mostrando uma vida normal. Sobre os quesitos técnicos, primeiramente, Kieslowski, aqui, apresentou, para mim, talvez, a sua melhor direção. Planos sequências são corriqueiros no longa mas não apelativos ou exagerados; Kieslowski aplica-os, geralmente, em diálogos longos para mostrar o marasmo das personagens e suas conversas e, de certa forma, do cenário. A fotografia é-me algo complexo para julgar-se aqui. Tal não é ruim, porém carrega aquele estilo muito forte da cinematografia característica dos filmes de Kieslowski (que também é bastante presente em demais filmes do leste europeu): pequeno contraste, cores neutras, pouca luz solar... A trilha sonora, na minha visão, aparece um pouco em excesso no início da película, em cenas pacatas, onde não há necessidade. Porém, com o avanço do filme, a música ganha um papel incrível e começa a acompanhar momentos de tensão, quebrando um pouco a mansidão do longa (isso é outra coisa que o diretor faz muito bem, a história nunca fica chata e/ou enjoativa, momentos de emoção são presentes e muito bem colocados). Iniciando, então, uma tentativa de crítica ao roteiro de Sorte Cega, falo, primeiramente, que acho (novamente) complexo tal missão. A escolha de “separar” a história em três linhas do tempo (o que não é spoiler) torna, em minha opinião, a tarefa um pouco mais complicada. Curiosamente, assistindo ao longa, cheguei à “conclusão” de que, se seguisse a minha interpretação da obra, não importava muito a distribuição em três partes. Hoje em dia, percebo que o recurso de mostrar diferentes linhas do tempo, apresentando a diferença entre elas sobre um protagonista, se mostra um pouco óbvia e datada, mas se isso era óbvio ou datado em 1987, não importa. O filme, como já citado, consegue ser muita coisa e praticamente nada ao mesmo tempo. Essa foi a base da minha experiência com Sorte Cega; captei – involuntariamente, óbvio - muito mais o ínfimo da história do que uma crítica de Kieslowski ao governo socialista ou um enredo confuso sobre realidades paralelas. Para mim, Sorte Cega apenas apresenta uma personagem – Witek - tentando lidar com seus problemas. Witek é um homem que, ao acabar de perder o pai, se vê cercado de possibilidades de como seguir sua vida, e o que o deixa consternado é perceber (ou, talvez, o fato de não perceber) que nenhuma lhe interessa. Acerca do marasmo citado anteriormente, aqui se mostra, sim, interessante o contexto escolhido para situar o enredo do filme. Apresentando uma Polônia afundada num regime autoritário comunista, repleta de revoltas e guerrilhas, o longa aplica o contraste disso com a apatia de Witek. Witek não se sente dentro de nada, seja lutando contra uma ditadura, seja atendendo idosos em consultórios, seja transando com sua esposa. Sorte Cega é uma história de não pertencimento. Esse que vemos todos os dias em todos os lugares. ___________________ Nota: 4,1/5
Ponderei sobre vir ou não aqui expressar meu ódio por esse filme; eu já estava com raiva quando terminei de assisti-lo (e é muito bom colocar a raiva pra fora), mas não tinha muito sentido vir aqui falar mal se 90% do público adorou, ninguém ia ler meu texto. Decidi escrever quando vi mais de uma pessoa citando Wes Anderson como algo que pudesse estar, num mundo distópico e altamente deprimente, envolvido com Jojo Rabbit. Jojo Rabbit tem uma direção, no máximo, meia boca; atuações à la Debi & Lóide - tirando a deusa Scarlett, que está muito bem (não tanto para uma indicação ao Oscar) -; roteiro que leva do nada a lugar nenhum e uma fotografia fajuta e preguiçosa. Eu realmente não consigo entender qual era a intenção do Taika Waititi com isso. Com qual objetivo se faz um filme utilizando um enredo até interessante com toques de Zorra Total, uma construção de época pobre, atores mirins esquecíveis e descaso com a trama? Pra quê? Pra que serve Jojo Rabbit? ___________________ Nota: 1,6/5
O Piano
4.0 442Por o filme chamar-se The Piano, algum gênio dentre os produtores deve ter imaginado que seria muito legal colocar um piano extradiegético exagerado, horrível e brega a cada cinco minutos do filme. A mulher vai pegar um copo na cozinha, começa uma choradeira de piano no fundo. Mas gostaria que esse fosse o pior do filme, seria uma benção, pois estaríamos livres deste roteiro repleto de furos e completamente incongruente consigo mesmo. Horrível, horroroso. Triste de mim, fui esperando um filme cultundergroundelegantedarkpolinésio e ganhei um episódio da novela das 6.
__________________
Nota: 1,9/5
O Homem de Palha
4.0 483 Assista Agora“Acho que eu poderia voltar e viver com os animais; eles são tão tranquilos e independentes. Não acordam no escuro chorando por seus pecados; não me deixam enjoado discutindo suas obrigações a Deus. Nenhum deles ajoelha-se para o outro, ou para algum semelhante que viveu a milhares de anos atrás. Nenhum deles é respeitável... ou infeliz.”
__________________
Recentemente descobri algo intrigante: descobri que, no mundo inteiro – pelo menos de um modo geral -, não existe um sequer bovino que não pertença a alguém. Não existem bois ou vacas selvagens, portanto livres. Todo e qualquer bovino que cada um de nós já viu em nossa vida pertence a alguém. E o que é o ser humano, dentre esses termos, senão um bovino pertencente a outros seres humanos?
__________________
Nota: 3,9/5
Peões
4.1 55 Assista Agoraa
última
fala
desse
filme...
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraComo disse no meu comentário sobre Following (o primeiro filme de Christopher Nolan), não consigo deixar de pensar, quando assisto aos seus filmes, que o diretor parece possuir alguns problemas com sua própria personalidade. Não tenho bagagem para afirmar nada do tipo, e também não estou usando isso como ataque, muito menos como alívio cômico; mas, quando entendemos (pelo menos, comigo, é o que se apresenta) que as pessoas que estão por trás das câmeras, antes de artistas, são pessoas, começamos, talvez, a enxergar um pouco da personalidade dos artistas em suas obras. Claro que isso não é novidade, mas com Nolan, particularmente, salta-me muito aos olhos.
A partir desse olhar, vem o ponto mais crítico presente no último filme do diretor. Christopher Nolan não sabe o que quer. É claramente perceptível a ambição do diretor em criar tramas complexas e tudo o mais; e o fato de seus filmes ficarem cada vez mais complexos (no sentido de proposta talvez), ao contrário da opinião de muitos, não me incomoda. O que incomoda-me é, justamente, o fato de Nolan não aceitar o fato de que seus filmes são assim, e, com isso, querer transformar suas próprias criações em uma grande mistura de inúmeros elementos. É evidente, ao menos para mim, que os filmes do Nolan despertam grande curiosidade, desperta muito em mim (conhecendo-me como me conheço, sei que não tem como deparar-me com um filme sobre entropia reversa, e armas que atiram ao contrário, e não ficar maluco). Eu amo esses filmes nerdolas, e o Nolan, antes de tudo, é um tremendo de um nerdola. O problema é que ele não se assume como tal, e, com isso, tornam-se sempre inevitáveis cenas super explicativas, diálogos expositivos, e tudo o que já conhecemos de sua filmografia.
Então, fico triste quando me deparo com obras do tipo. O filme, tecnicamente, é muito bom. A direção do Nolan está claramente evoluindo, mesmo que esta seja também muito afetada por essa característica fria e quadrada do diretor (como dito, o problema não é ser frio, e sim não se assumir como tal). Mais uma vez, o trabalho com a trilha sonora é irretocável e a montagem, como em outros filmes do diretor, serve à trama como poucos filmes conseguem.
Acho que, num apanhado geral, digo que gostei do filme, mas com algumas – e tristes – ressalvas. Continua admirando demais o diretor, mas, infelizmente, acho que ele está, cada vez mais, perdendo-se dentro da sua própria arte, dentro do seu próprio vício. É comum que as pessoas irritem-se com esses roteiros, talvez, narcisistas, e com essas tramas propositalmente complicadas; a mim, particularmente, não incomoda, apenas acho que Christopher Nolan poderia ter preservado uma filmografia muito mais consistente se não insistisse em querer ganhar 15 Oscars por filme, e nem ser considerado o maior cineasta da história.
__________________
Nota: 3,2/5
O Fim e o Princípio
4.3 65"- Eu acho o senhor sabido, sim; eu vi que o senhor tinha ideias interessantes, o senhor pensava.
- Que pena... sei e nem sei que sei."
___________________
Não tenho como não ficar todo arrepiado quando o filme começa já com aquela voz rouca de fumante do Coutinho. Que homem, Brasil, que homem!
Following
4.0 302 Assista AgoraNos últimos tempos, comecei a notar que ocorre um fenômeno - que, por si só, é comum - com a relação público/Nolan: o diretor faz coisas irritantes, e o público reclama, e reclama tanto que chega sempre no ponto em que a reclamação se torna mais irritante do que o próprio diretor.
Mas, então... fazia um tempo considerável que eu não via nada do Nolan, e, com esse filme, acho que comecei a entender um pouquinho mais essa birra que o público tem. Parece-me que o diretor tem sérios problemas psicológicos. Ele simplesmente não consegue fazer um filme sem explicar tudo no final; é incrível. Com o tempo, a perda da paciência é iminente.
Tudo isso somado a uma direção sem confiança e atuações horríveis faz de Following um filme bem qualquer coisa.
__________________
Nota: 2,7/5
O Anjo Exterminador
4.3 376 Assista AgoraEu não desgostei por não ter entendido nada. Eu não gostei e, em acréscimo, não entendi nada.
___________________
Nota: 2,8/5
Sobre a Eternidade
3.6 22Uma meta de vida que tenho é fazer ao menos um filme no estilo do Roy Andersson.
Acho muito louco assistir aos filmes desse diretor. Se vierem perguntar-me por qual razão gosto das direções de cineastas como Tarkóvski, ou Wes Anderson, de imediato conseguirei citar argumentos e cenas para exemplificar minha admiração. Vindo de encontro a isso, encontra-se minha relação com a obra de Roy Andersson, da qual já assisti à maioria dos trabalhos (não são muitos), e, ainda assim, amando seus filmes, não consigo apontar uma coisa x ou uma coisa y e dizer "é por isso que eu gosto dele". Por isso, acho muito louco; ainda não entendi como ele cria seus filmes, mas cria-os incrivelmente bem. Apenas palmas para About Endlessness.
___________________
Nota: 3,7/5
O Mestre
3.7 1,0K Assista AgoraO quão grande tem que ser o cérebro da pessoa pra fazer um filme desses?
___________________
Nota: 4,1/5
Os Filhos do Medo
3.7 152Incomoda-me um pouco um ponto desse filme, o qual se repete em demais filmes do diretor, isto é, Cronenberg parece sempre trabalhar com "conceitos fixos" em suas tramas. Não sei se sei explicar muito bem, mas, ao que me parece, Cronenberg comumente apresenta seus filmes de uma forma: "esta é a personagem x; ela lidará com o problema y, sendo y fixo, imutável e atemporal, portanto, não tente entendê-lo". Sei lá.
Fotografia linda, atuações e direção boas.
É legal.
___________________
Nota: 3,1/5
Eles Vivem
3.7 727 Assista AgoraEu juro que não consigo entender como alguém escreve um roteiro desse, lê e pensa: "é isso aí, tá pronto, vamos filmar".
___________________
Nota: 1,3/5
Blow-Up: Depois Daquele Beijo
3.9 370 Assista AgoraTípico filme que deveria ser um curta. Uma hora e cinquenta pra dizer que não precisa de uma bola pra jogar tênis. Tem que ser muito chato pra chamar isso de obra-prima. Odeio filme assim. Direção boa, contracultura legal, roteiro horroroso. É isso.
___________________
Nota: 2,7/5
A Profecia
3.9 587 Assista AgoraCachorro, criança chata e gente rica conversando. Esse filme é praticamente o programa da Fátima Bernardes.
___________________
Nota: 1,1/5
Pânico
3.6 1,6K Assista AgoraFiquei muito triste. Eu gostei bastante; ia ser um filme incrível sem as piadinhas pseudometalinguísticas e as atuações idiotizadas.
___________________
Nota: 3,4/5
O Tango de Satã
4.3 139"Ao verem tudo isto, os anjos entenderão."
___________________
Nota: 4,4/5
Suspiria
3.8 979 Assista AgoraNão entendo a moral desse filme. Havia tentado assisti-lo já uma vez, mas não tinha conseguido terminar. Assisti por completo desta vez e meio que continuou na mesma pra mim. Metade do filme é a mina tomando café da manhã, a outra metade é um roteiro corrido que não faz muito sentido. Direção ótima do Dario e paletas incríveis também... mas só isso.
___________________
Nota: 2,3/5
Mãos Talentosas: A História de Ben Carson
4.1 705 Assista AgoraAtuações Tenebrosas: A História de Ben Carson
Direções Dolorosas: A História de Ben Carson
Roteirizações Horrorosas: A História de Ben Carson
Fotografias Espantosas: A História de Ben Carson
Maquiagens Pavorosas: A História de Ben Carson
___________________
Nota: 1,3/5
Joguem Fora Seus Livros e Saiam às Ruas
4.3 43"Quando eu estava na escola, eu peguei um pequeno lagarto no parque. Eu o guardei em uma garrafa de Coca-Cola, e ele cresceu muito para conseguir sair. Um lagarto em uma garrafa de Coca-Cola! Um lagarto em uma garrafa de Coca-Cola! Você não tem a força para sair! Você tem, Japão? Você tem, Japão?"
___________________
Muita poesia, muita metáfora crítica bem feita, muita beleza. Comumente, sou ácido e acabo polarizando diversos filmes. Não é o caso aqui, queria ter gostado mais, mas todo respeito a esse filme. Grande obra.
___________________
Nota: 3,2/5
Brooklin
3.8 1,1K"Se eu casaria de novo? Não, quero ficar esperando do lado de fora do banheiro da pensão. Claro que sim. Por isso, vou àquele baile horroroso toda semana. Quero ter o meu próprio banheiro, enquanto um sujeito mal-humorado com pelo nas orelhas lê o jornal na privada. E então vou desejar estar aqui conversando com você."
___________________
Nota: 4,7/5
O Grupo Baader Meinhof
4.0 174Teria sido melhor ir ver o filme do Pelé
Últimas Conversas
4.2 108Realmente, não sei se o devaneio foi passado para texto de forma minimamente compreensível, também não sei se é válido.
___________________
A evolução de Eduardo Coutinho – no sentido biológico da palavra, mudança – mostra-se bastante evidente à minha ótica; a evolução da remoção do máximo de elementos cinematográficos possíveis dentro de seus filmes.
No início da carreira, o diretor fez ficções, com temas variados; em 1964, Coutinho começa a feição de um filme ficcional sobre a vida do líder da liga camponesa de Sapé (PB), João Pedro Teixeira, o qual foi finalizado em 1984, sendo transformado em documentário. Após um recesso criativo e estilista do diretor, Coutinho voltou aos holofotes com Santo Forte, de 1999, um filme que mostra, a partir de diversos depoimentos, a relação dos moradores de uma favela com as diferentes igrejas e noções de religião e deus presentes naquele contexto. Em Santo Forte, a direção do filme usa de elementos “externos” à filmagem, excertos, os quais são usados para ilustrar o que está sendo dito. Eduardo Coutinho alegou em entrevista que nunca voltaria a usar tal tipo de técnica, pelo simples fato de que aqueles excertos significavam uma sobreposição de elementos os quais não estavam sendo capturados no momento da filmagem da entrevista exposta.
A “evolução”, citada anteriormente, do diretor mostra-se clara a partir de Santo Forte. Na entrada dos anos 2000, Coutinho iniciou sua trajetória artística mais conhecida pelo público geral, com filmes como “Edifício Master”, “O Fim e o Princípio”, “Babilônia 2000”, “Jogo de Cena”, “Moscou” e, justamente, “Últimas Conversas”. A partir de 1999, Eduardo Coutinho remove, cada vez mais, tudo aquilo que pode ser descartado numa filmagem cinematográfica, troca de posição da câmera, iluminação, uso de continuístas, etc.
Com isso, nesse último filme de Coutinho, com uma finalização póstuma executada por João Moreira Salles, o diretor abdica também da ida física e técnica ao encontro dos personagens, histórias e contextos; não só isso, como também o contrário: aqui, são os personagens que vêm ao diretor, como que procurando por falas.
A evolução narrativa de Eduardo Coutinho, talvez, não se mostre em forma cíclica, mas mostra-se, sim, clarividente. É como uma evolução de intensificação do concreto, exacerbação do mínimo.
No princípio de “Últimas Conversas”, Coutinho, em uma espécie de introdução, alega que jovens não possuem história, não possuem memórias, nem dores, fazendo com que tornem-se vazios e improdutivos. Em uma conversa, ainda na introdução, com uma assistente que está atrás da câmera, essa pergunta a Coutinho o que ele acha do filme que está prestes a filmar, e Coutinho afirma que não gosta muito da ideia do longa.
Assim, em minha experiência com este filme, tal foi o mais complexo do diretor para mim. E, então, mostra-se essencial a especificação, aqui, do que falo. “Complexo” no cinema, normalmente, é usado ao referir-se a filmes chamados inteligentes, com difícil compreensão, ou com um contexto muito específico/distante; e, com certeza, não é a esse “complexo” que refiro-me. Em uma tentativa de análise pessoal da obra, digo que não gostei muito do filme, achei cansativo, entediante, desinteressante, chato. Mas de que vale, minimamente, uma suposta análise pessoal – a qual sempre levo em conta – em uma obra onde não deveria ter sido executada de tal forma (e, aqui, não me refiro ao trabalho de Salles)?
Na conclusão das entrevistas, na conclusão do filme – e não em forma de extra ou quaisquer coisas do tipo -, Eduardo Coutinho alega que o filme não ficara bom, e que jovens – os entrevistados – são insuportáveis e tediosos.
O longa mostra jovens desinteressantes respondendo perguntas rasas com respostas superficiais. Mas até que ponto isso reflete um Eduardo Coutinho fraco e fora de forma, e até que ponto, um diretor cansado e preso à sua própria ideia, não podendo desistir – por estar morto, por exemplo - no final ao ver que o resultado não fora satisfatório?
Cabra Marcado Para Morrer
4.5 253 Assista Agora“A luta que não para. A mesma necessidade de 64, ela não fugiu um milímetro. A mesma necessidade do operário, do homem do campo e do estudante, a luta que não pode parar. Enquanto se diz que tem fome e salário de miséria, o povo tem que lutar. Quem é que não luta por melhoria de vida? Não dá. Quem tem condições, quem tem uma boa vida, que fique aí, né. Eu, que venho sofrendo, tenho que lutar. É preciso mudar o regime, é preciso se impor. Porque, enquanto a gente tiver essa democracia aí que a gente tem... Democracia sem liberdade? Democracia com salário de miséria e de fome? Democracia com filho do operário e do camponês sem ter direito a estudar, sem ter condições de estudar?”
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Sem palavras pra esta obra prima do cinema nacional. Estou completamente apaixonado pela obra do Eduardo Coutinho, que artista apaixonante. Um estilo de cinema real, com pessoas reais, tramas reais. Amei.
A sensibilidade do Coutinho com a direção, com a captação das histórias, com os cortes com excertos. Tudo perfeito; emocionante. Além de ver uma história de guerrilha muito bem contada documentalmente falando, o que mais me toca são os depoimentos alheios à “trama principal”, é ver o povo brasileiro falando. O povo de verdade. Falando.
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Nota: 4,8/5
Sorte Cega
4.1 62 Assista Agora“Eu ligava para ele sempre que podia. Levou muitos meses para morrer. Quando ele respondia, eu desligava.”
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A dificuldade que tenho em começar a falar sobre este filme é um dos fatores importantes por eu tê-lo apreciado tanto. Ele fala de tantas coisas e, ao mesmo tempo, de nada; apresenta tantas personagens e tantos contextos diferentes, mas, no fundo, está apenas nos mostrando uma vida normal.
Sobre os quesitos técnicos, primeiramente, Kieslowski, aqui, apresentou, para mim, talvez, a sua melhor direção. Planos sequências são corriqueiros no longa mas não apelativos ou exagerados; Kieslowski aplica-os, geralmente, em diálogos longos para mostrar o marasmo das personagens e suas conversas e, de certa forma, do cenário. A fotografia é-me algo complexo para julgar-se aqui. Tal não é ruim, porém carrega aquele estilo muito forte da cinematografia característica dos filmes de Kieslowski (que também é bastante presente em demais filmes do leste europeu): pequeno contraste, cores neutras, pouca luz solar... A trilha sonora, na minha visão, aparece um pouco em excesso no início da película, em cenas pacatas, onde não há necessidade. Porém, com o avanço do filme, a música ganha um papel incrível e começa a acompanhar momentos de tensão, quebrando um pouco a mansidão do longa (isso é outra coisa que o diretor faz muito bem, a história nunca fica chata e/ou enjoativa, momentos de emoção são presentes e muito bem colocados).
Iniciando, então, uma tentativa de crítica ao roteiro de Sorte Cega, falo, primeiramente, que acho (novamente) complexo tal missão. A escolha de “separar” a história em três linhas do tempo (o que não é spoiler) torna, em minha opinião, a tarefa um pouco mais complicada. Curiosamente, assistindo ao longa, cheguei à “conclusão” de que, se seguisse a minha interpretação da obra, não importava muito a distribuição em três partes. Hoje em dia, percebo que o recurso de mostrar diferentes linhas do tempo, apresentando a diferença entre elas sobre um protagonista, se mostra um pouco óbvia e datada, mas se isso era óbvio ou datado em 1987, não importa. O filme, como já citado, consegue ser muita coisa e praticamente nada ao mesmo tempo. Essa foi a base da minha experiência com Sorte Cega; captei – involuntariamente, óbvio - muito mais o ínfimo da história do que uma crítica de Kieslowski ao governo socialista ou um enredo confuso sobre realidades paralelas.
Para mim, Sorte Cega apenas apresenta uma personagem – Witek - tentando lidar com seus problemas. Witek é um homem que, ao acabar de perder o pai, se vê cercado de possibilidades de como seguir sua vida, e o que o deixa consternado é perceber (ou, talvez, o fato de não perceber) que nenhuma lhe interessa. Acerca do marasmo citado anteriormente, aqui se mostra, sim, interessante o contexto escolhido para situar o enredo do filme. Apresentando uma Polônia afundada num regime autoritário comunista, repleta de revoltas e guerrilhas, o longa aplica o contraste disso com a apatia de Witek. Witek não se sente dentro de nada, seja lutando contra uma ditadura, seja atendendo idosos em consultórios, seja transando com sua esposa. Sorte Cega é uma história de não pertencimento. Esse que vemos todos os dias em todos os lugares.
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Nota: 4,1/5
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraPonderei sobre vir ou não aqui expressar meu ódio por esse filme; eu já estava com raiva quando terminei de assisti-lo (e é muito bom colocar a raiva pra fora), mas não tinha muito sentido vir aqui falar mal se 90% do público adorou, ninguém ia ler meu texto. Decidi escrever quando vi mais de uma pessoa citando Wes Anderson como algo que pudesse estar, num mundo distópico e altamente deprimente, envolvido com Jojo Rabbit.
Jojo Rabbit tem uma direção, no máximo, meia boca; atuações à la Debi & Lóide - tirando a deusa Scarlett, que está muito bem (não tanto para uma indicação ao Oscar) -; roteiro que leva do nada a lugar nenhum e uma fotografia fajuta e preguiçosa.
Eu realmente não consigo entender qual era a intenção do Taika Waititi com isso. Com qual objetivo se faz um filme utilizando um enredo até interessante com toques de Zorra Total, uma construção de época pobre, atores mirins esquecíveis e descaso com a trama? Pra quê? Pra que serve Jojo Rabbit?
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Nota: 1,6/5