O longa se constrói como uma mescla de comédia e terror. A fotografia, os enquadramentos e os zooms lentos evocam a atmosfera clássica do terror, que é reforçada por referências a grandes títulos do gênero, como A Profecia, Poltergeist, O Iluminado, O Bebê de Rosemary e Colheita Maldita. Por outro lado, tais referências surgem revestidas por uma certa carga cômica, a qual permeia toda a trama, juntamente com o leve suspense constantemente suscitado. Os elementos são utilizados na medida certa, resultando em uma história bastante interessante. O que acaba destoando é a mudança drástica no tom da narrativa em seus 30 minutos finais: uma comédia envolta num ar sombrio e regida pelo suspense se converte em uma espécie de “aventura eletrizante com altas confusões protagonizadas por uma galerinha do barulho” (exatamente como um típico filme da Sessão da Tarde). Ainda assim, a parte do final do longa não deixa de ser interessante, tendo em vista a sua proposta.
Apostando em uma proposta leve e divertida, mas também buscando um diferencial para solidificar sua estrutura, Pequeno Demônio consegue proporcionar uma boa experiência ao expectador: em seus 94 minutos, oferece entretenimento, de boa qualidade – tanto visual quanto de roteiro –, repleto de grandes referências e com uma mensagem cativante e bem trabalhada. É o típico filme família, para ser visto em um domingo à tarde, em um feriado chuvoso ou mesmo na famosa Sessão da Tarde.
Cara, o que é aquela cena inicial em hiper slow motion e com fotografia preto e branco?! Um brinde ofertado aos apreciadores da sétima arte!
As críticas destiladas ao longo do filme são profundas, metaforizadas e escarnadas através de bastante gore, com uso (e abuso, diga-se, propositais, com bastante propriedade e sentido) de violência física, psicológica e sexual. Temos a exposição de uma sociedade machista, que promove a relegação da mulher a um papel inferior, por sua provável condição pecaminosa e aliciadora, pela crença religiosa de que o ser feminino foi o responsável por conduzir o ser humano à degradação.
É um filme para poucos (e, principalmente, para quem aqueles que estiverem dispostos a se chocar com a brutalidade utilizada para tratar de um tema não menos brutal).
Resolvi aceitar assistir com meu irmão e nem ele, que propôs o filme, aguentou. Paramos em 19 minutos e olha que estávamos com muita boa vontade. Ainda me pergunto como investiram dinheiro em um lixo desse.
Eu simplesmente não consigo entender recepção positiva deste filme, enquanto inúmeros ícones possuem notas baixas e comentários risíveis.
Um pseudoterror bem lento, com um roteiro que desanda bastante (principalmente em seu desfecho) e que só me causou inquietude para saber quanto tempo faltava para acabar (porque eu já estava cansado de tanta lenga lenga). A única coisa que salva é a fotografia, porque, de resto, não tem nada de mais.
Principalmente quando ele consegue se reinventar, trazendo os elementos da sua conhecida estrutura, mas também inserindo um frescor típico das novidades. É o que acontece em O Culto de Chucky: o diabólico boneco ressurge (como sempre) para uma série de mortes bizarras e demonstra que seus planos são mais ambiciosos do que simplesmente matar meia dúzia de pessoas.
Os ingredientes característicos da franquia, claro, fazem-se presentes: humor negro, violência, sangue, mortes bizarras e cruéis, a personalidade e a risada diabólicas do Chucky. Além disso, foi maravilhoso ver o encontro dos personagens no hospício. Este filme foi realmente um presente para os fãs do boneco assassino.
O interessante é mostrar que a loucura não surge de um dia para o outro, mas ela realmente vai se manifestando e tomando proporções maiores conforme o tempo. Com isso, a pessoa não se dá conta até que já esteja dominada pela loucura, vivendo uma realidade criada pelos seus próprios demônios. Neste caso, os responsáveis por isso são o estresse, a solidão, o medo, a insegurança e a crença no sobrenatural.
Não conheço o mangá nem o anime, então darei a opinião de alguém que vai analisar apenas o filme descontextualizado: trama corrida, personagens que aparentavam potencial mas não foram aprofundados, atores pouco convincentes, roteiro com furos e conveniências típicos de produções norte-americanas pretensiosas, além de uma trilha sonora interessante, porém que me deu a impressão de ser destoante dos momentos nos quais surgia.
Não vou negar que a narrativa é lenta e cansativa. Fiquei entediado durante boa parte do filme. Porém, quando as coisas começaram a se aclarar, percebi que não foi um tempo perdido. E aquele final repleto de simbologias revirou minha cabeça.
Decidi assistir sem expectativas e me surpreendi: roteiro bem estruturado, com momentos de tensão e pausas para o drama que toda calamidade faz surgir, apresentando boas atuações e personagens críveis.
De certo modo, posso dizer que é uma espécie de Guerra Mundial Z versão Coreia, ou seja, um filme menos explosivo, porém, nem por isso, menos intenso que o famoso blockbuster norte-americano.
Comédia que não faz rir, drama que não sensibiliza nem faz refletir. Na verdade, o roteiro parece uma cuspida de acontecimentos que não possuem muita liga, (mal) desenvolvidos com uma interpretação que não encontra o tom em nenhum momento.
Até tentei entender a proposta do filme, mas não consegui. Infelizmente, foram 90 minutos pessimamente gastos. Citando o eterno Chaves: "teria sido melhor ir ver o filme do Pelé".
Com uma narrativa que possui um mote bastante explorado no cinema (um personagem que fica preso em um loop temporal – podemos citar o famoso Feitiço do Tempo, além de No Limite do Amanhã, Contra o Tempo e também Antes que eu vá), o filme é, na verdade, um remake da comédia sueca Naken (2000). A direção do americano Michael Tiddes (habituado a trabalhar com Marlon Wayans, sendo Nu o quarto filme no qual trabalha com o ator – os anteriores foram Inatividade Paranormal 1 e 2 e 50 Tons de Preto) mostra-se mais uma vez fraca ao apresentar uma trama sem harmonia e sem ritmo, com várias cenas desnecessárias, repetições um tanto enfadonhas por não apresentarem novidades nem desenvolverem ou aprofundarem a história, além de fórmulas desgastadas e que não conseguem funcionar – assim como a interpretação extremamente caricatural de Wayans, que, apesar de bom comediante, busca obter um efeito cômico sempre por meio do exagero. Ademais, a proposta de comédia do filme é alcançada com muito esforço, não sendo necessariamente muito convincente; podemos dizer que até mesmo a pretensão de instalar um suspense na narrativa não obtém êxito, pois ele não se sustenta de forma contundente.
Apesar de produzido pela gigante Netflix, Nu não apresenta a qualidade típica das produções da plataforma streaming. Ainda assim, corresponde a uma opção de entretenimento descompromissado, despertando algumas risadas em seus 96 minutos de duração.
O longa encena uma ácida crítica ao fanatismo religioso por meio da representação hiperbólica de uma seita satânica. Além disso, outros pontos do filme carregam o tom crítico quanto à cegueira causada pela religiosidade levada ao extremo. O sexo também é problematizado, mas de forma irônica e paradoxal: o celibato, tão prezado por uns – e, inclusive, requerido por determinados grupos –, tão banalizado por muitos, pode ser tanto motivo de honra quanto o pesadelo e a ruína de determinados adolescentes/jovens (pois, ao mesmo tempo em que a virgindade pode ser encarada como símbolo de resguardo pessoal para uma relação compromissada, pode ser vista como motivo de vergonha, que não deixa de ser uma espécie de morte); por outro lado, ceder aos desejos libidinosos pode ser mais do que somente uma propulsão da promiscuidade, mas corresponder a uma necessidade latente, um ato salvador do ser humano (inclusive, é graças ao sexo que ocorre a reprodução, modo através do qual a vida se prolonga e se renova).
Selton Mello incorpora perfeitamente o personagem, dando conta de transmitir o humor ácido e crítico da trama. Sua voz rouca, seus olhares, seus silêncios, as constantes tragadas de cigarro sinalizam a personalidade de um homem com certo poder que, por isso, trata as pessoas como objetos, coisificando-as a partir de uma relação de compra, descarte e substituição, pois seus olhos enxergam o quanto úteis, descartáveis, interessantes ou desprezíveis elas podem ser.
Na verdade, com o desenrolar da narrativa, percebe-se que ele aparenta ser tão seguro, distante e indiferente justamente por saber-se tão fraco e vulnerável quanto os outros (o ator consegue imprimir essa perturbação em sua interpretação com naturalidade). Conforme busca esconder suas próprias fraquezas para manter a imagem de homem poderoso e que detém o controle das coisas, das pessoas e das situações (o que é simbolizado pela tentativa de eliminar o cheiro desagradável ao cimentar o ralo), ele compreende que não pode viver sem aquilo que tentou extinguir, pois, na verdade, faz parte de si. Assim, chega à conclusão: “Talvez o cheiro seja meu”.
Uma produção independente de baixo orçamento, com roteiro simples, diálogos nada elaborados, poucos e péssimos atores (a epidemia é representada pelo ataque de um único zumbi – o funcionário necrófilo – aos demais personagens, que, uma vez infectados, passam a integrar o grupo de mortos-vivos), fotografia e maquiagem toscas, Night of Something Strange corresponde a uma escolha “péssima” (na lógica de “é tão ruim que é bom”) para os apreciadores do gênero.
Vale observar possíveis referências para a elaboração do mote do filme:
a infecção que ocorre devido ao sexo necrófilo remete à transmissão de uma maldição que se dá por meio do sexo em Corrente do mal (2014), assim como a imagem de uma vagina com dentes que tenta devorar um dos personagens alude à produção trash Vagina Dentada (2007).
A sacada do longa é mais do que compor uma ficção dentro da ficção – o que, aliás, não é nenhuma novidade –, mas corresponde à representação de um indivíduo nada admirável que, por sua vez, encarna o papel de alguém de caráter e motivações idôneos, e que acaba não conseguindo se desvincular dessa imagem midiática forjada.
Com o desdobrar da narrativa, esse indivíduo mesquinho e convencido vai se mostrando profundamente humano: não apenas detestável devido à sua postura ou digno de pena por sua decadência, mas merecedor de um olhar mais atento e da nossa empatia, uma vez que sua complexidade é exposta por meio tanto das suas fraquezas quanto das suas potencialidades – ou seja, ele é egoísta e pensa em se autopromover a partir de um suposto ato nobre, entretanto, esse ato acaba por se tornar realmente nobre.
Dirigido por Sean Foley, o filme se utiliza de vários clichês, mas também faz menção a diversas referências da cultura do entretenimento – como programas e séries de TV, além do próprio cinema. A figura de um ator famoso por interpretar um ícone cultural que luta contra a ruína da própria carreira remete claramente ao longa ganhador de quatro Oscar Birdman. Já a imagem de um detetive idiota mas que se vê como defensor da lei aponta para o personagem britânico (e icônico) Johnny English. Além disso, é possível perceber no filme alusão à série de TV dos anos 1980 A Supermáquina, assim como à participação vergonhosa de Tom Cruise no programa da Oprah em dezembro de 2006 (quando o ator subiu no sofá, pulou e comemorou de forma histérica o noivado com a atriz Katie Holmes).
Leve e, ao mesmo tempo, mordaz, a comédia Mindhorn provoca risadas pontuais e sarcásticas. Seu humor britânico é uma boa opção de entretenimento descompromissado porém arguto.
Apesar de não ser um filmaço, Já Não Me Sinto em Casa Nesse Mundo é uma trama divertida que apresenta uma proposta leve para uma temática que poderia se fechar num intimismo denso ou se expandir por meio de uma explosão, numa espécie de “Um Dia de Fúria”.
Apostando (para utilizar o verbo escolhido para compor o título em português) em um roteiro que sugere uma alta carga de comicidade, pela possível exploração dos azares de um jogador/perdedor compulsivo que se vê com uma bolsa repleta de dinheiro e acaba cedendo ao ímpeto de jogar com uma grana que não lhe pertence, o filme, na verdade, explora não o efeito cômico dessa situação, mas o drama que o personagem vive graças ao seu vício (sem, entretanto, apelar para um tom dramático).
Humanizando o protagonista, o longa mostra que a compulsão da qual ele sofre o leva a jogar não apenas pela esperança de ganhar dinheiro e mudar de vida, mas, principalmente, por necessidade, visto que o fato de não participar de jogos é uma abstinência que o perturba, até que ele estrutura sua vida sob novos alicerces, o que acaba o seu vício sob controle. O roteiro expõe as dificuldades de se mudar comportamentos (principalmente quando esses comportamentos são frutos de algo maior do que mero comodismo ou apatia), ou seja, que, para refazer sua vida, não basta simplesmente querer, mas é necessário ter uma força de vontade dia após dia para se assumir uma postura comprometida com a mudança.
Logo, não se trata de uma típica comédia, que se propõe a arrancar risos e gargalhadas do público, mas que traz uma interessante história de transformação de realidade.
O diretor e roteirista Zach Clark construiu uma trama extremamente paradoxal: apesar de sugestionar um drama denso, toda essa carga dramática fica no ar, dissolvida e espalhada, para que o espectador procure captá-la. Personagens com potencial para serem profundamente trabalhados são simplesmente expostos pouco além da sua superfície, o que é reforçado pela atuação um tanto blasé, sem o desenvolvimento dos personagens, dando a impressão de que é justamente essa a proposta de Clark: a partir da constante espera por mudanças e transformações, promover a linearidade, marcada por uma complexidade podada, desencadeando uma monotonia apática que pesa não só sobre os personagens, mas sobre a trama em si, tendo em vista que os vislumbres de mudanças, na verdade, colaboram para que tudo permaneça como estava. Outros paradoxos se dão por meio das simbologias delineadas
, como o sagrado versus o profano (a busca de Colleen por santidade e proximidade com Deus, em oposição à vida desregrada mantida pelos seus pais), a beleza versus a feiura (antes do acidente com a bomba na guerra do Vietnã, Jacob, o irmão da protagonista, era muito belo e cobiçado, mas depois adquiriu uma aparência monstruosa devido à desfiguração do rosto; o contraste entre a imagem de Colleen como freira e como gótica), o vazio versus a plenitude (o vazio, que manifesta um desejo de fuga, que Colleen sente em sua casa contrastando com a possibilidade de plenitude que a escolha pelo celibato preanuncia), a vida versus a morte (a vida frustrada que a mãe da jovem freira leva sendo antagônica da tentativa de morte, também frustrada; a vida com Deus que prediz a morte das próprias vontades).
O filme possui um roteiro linear que apresenta pontos de sublimação apenas sugeridos, personagens tristes e em constante busca de um sentido para suas vidas, uma bela fotografia e uma trilha sonora que merece destaque pela apurada consonância com o desenrolar da trama, regendo, literalmente, a sequência de acontecimentos de forma precisa, inclusive, entrecortada por instantes de silêncio agudamente pontuais. Fugindo de fórmulas clichês e não pendendo para a construção nem de um drama psicológico nem de uma comédia dramática, pode ser considerado uma bela surpresa.
É fato que a história não traz nada de novo, sendo construída por elementos bem conhecidos no universo dos super-heróis, entretanto, exibe personagens potentes e uma trama com acontecimentos encadeados que se desenrolam numa crescente – que, diga-se, infelizmente, devido ao curto tempo do formato de um longa-metragem, acaba sendo corrida demais, principalmente próximo do final. A direção de Adam Randall estrutura o uso de efeitos especiais para traduzir visualmente de modo claro como passa a ser a realidade de Tom a partir da aquisição de sua habilidade e a sua relação com a tecnologia. Merecem destaque a trilha sonora, assim como o trabalho de fotografia de Eben Bolter, que opta por um tom escuro e sombrio para representar tanto o ambiente de um subúrbio contemporâneo, quanto o peso da violência presente na narrativa.
Apesar de denotar uma ideia possivelmente promissora, iBoy possui um roteiro fraco, que deixa a desejar por não se aprofundar na história que apresenta. A impressão que fica é a de que a produção seria mais bem-sucedida caso tivesse sido desenvolvida em formato de série, o que permitiria aprimorar e expandir a trama e seus personagens (em especial, o protagonista), evitando a sensação de potencial desperdiçado que o longa causa no espectador. Ainda assim, corresponde a uma boa opção para os fãs de super-heróis, tendo em vista sua proposta interessante e coesa.
É aquele tipo de filme para ser visto num momento tranquilo ou em que se busque tranquilidade, ou seja, quando estamos dispostos a acompanhar a construção de um relacionamento amoroso tenro e a suspirar com o seu desenrolar.
O filme mantém uma fluidez dosada e linear: opta por não fazer uso de flashbacks, assim como segue um ritmo equilibrado, que não recai para a exposição de fatos explicados demais, como também não dispara em direção à instauração do conflito narrativo.
Destaque para a bela fotografia de Elisha Christian, assim como a trilha sonora composta por Tony Morales.
Pequeno Demônio
2.7 240 Assista AgoraO longa se constrói como uma mescla de comédia e terror. A fotografia, os enquadramentos e os zooms lentos evocam a atmosfera clássica do terror, que é reforçada por referências a grandes títulos do gênero, como A Profecia, Poltergeist, O Iluminado, O Bebê de Rosemary e Colheita Maldita. Por outro lado, tais referências surgem revestidas por uma certa carga cômica, a qual permeia toda a trama, juntamente com o leve suspense constantemente suscitado. Os elementos são utilizados na medida certa, resultando em uma história bastante interessante. O que acaba destoando é a mudança drástica no tom da narrativa em seus 30 minutos finais: uma comédia envolta num ar sombrio e regida pelo suspense se converte em uma espécie de “aventura eletrizante com altas confusões protagonizadas por uma galerinha do barulho” (exatamente como um típico filme da Sessão da Tarde). Ainda assim, a parte do final do longa não deixa de ser interessante, tendo em vista a sua proposta.
Apostando em uma proposta leve e divertida, mas também buscando um diferencial para solidificar sua estrutura, Pequeno Demônio consegue proporcionar uma boa experiência ao expectador: em seus 94 minutos, oferece entretenimento, de boa qualidade – tanto visual quanto de roteiro –, repleto de grandes referências e com uma mensagem cativante e bem trabalhada. É o típico filme família, para ser visto em um domingo à tarde, em um feriado chuvoso ou mesmo na famosa Sessão da Tarde.
Anticristo
3.5 2,2K Assista AgoraCara, o que é aquela cena inicial em hiper slow motion e com fotografia preto e branco?! Um brinde ofertado aos apreciadores da sétima arte!
As críticas destiladas ao longo do filme são profundas, metaforizadas e escarnadas através de bastante gore, com uso (e abuso, diga-se, propositais, com bastante propriedade e sentido) de violência física, psicológica e sexual. Temos a exposição de uma sociedade machista, que promove a relegação da mulher a um papel inferior, por sua provável condição pecaminosa e aliciadora, pela crença religiosa de que o ser feminino foi o responsável por conduzir o ser humano à degradação.
É um filme para poucos (e, principalmente, para quem aqueles que estiverem dispostos a se chocar com a brutalidade utilizada para tratar de um tema não menos brutal).
Internet: O Filme
1.5 317Resolvi aceitar assistir com meu irmão e nem ele, que propôs o filme, aguentou. Paramos em 19 minutos e olha que estávamos com muita boa vontade. Ainda me pergunto como investiram dinheiro em um lixo desse.
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraEu simplesmente não consigo entender recepção positiva deste filme, enquanto inúmeros ícones possuem notas baixas e comentários risíveis.
Um pseudoterror bem lento, com um roteiro que desanda bastante (principalmente em seu desfecho) e que só me causou inquietude para saber quanto tempo faltava para acabar (porque eu já estava cansado de tanta lenga lenga). A única coisa que salva é a fotografia, porque, de resto, não tem nada de mais.
Nacho Libre
3.0 280 Assista AgoraDivertido apenas. Dá para passar uma hora e meia assistindo sem grandes pretensões.
O Culto de Chucky
2.3 611 Assista Agora"Um verdadeiro clássico nunca sai de moda."
Principalmente quando ele consegue se reinventar, trazendo os elementos da sua conhecida estrutura, mas também inserindo um frescor típico das novidades. É o que acontece em O Culto de Chucky: o diabólico boneco ressurge (como sempre) para uma série de mortes bizarras e demonstra que seus planos são mais ambiciosos do que simplesmente matar meia dúzia de pessoas.
Os ingredientes característicos da franquia, claro, fazem-se presentes: humor negro, violência, sangue, mortes bizarras e cruéis, a personalidade e a risada diabólicas do Chucky. Além disso, foi maravilhoso ver o encontro dos personagens no hospício. Este filme foi realmente um presente para os fãs do boneco assassino.
"Bem-vindo ao culto, meu amigo."
The Sublet
2.5 12Suspense com um clima de tensão que vai sendo construído gradativamente.
O interessante é mostrar que a loucura não surge de um dia para o outro, mas ela realmente vai se manifestando e tomando proporções maiores conforme o tempo. Com isso, a pessoa não se dá conta até que já esteja dominada pela loucura, vivendo uma realidade criada pelos seus próprios demônios. Neste caso, os responsáveis por isso são o estresse, a solidão, o medo, a insegurança e a crença no sobrenatural.
A Casa dos Sonhos
3.2 1,4K Assista AgoraNem lembro qual a história, só sei que achei tão ruim que eu dormi no cinema quando fui assistir. Um desperdício de tempo e dinheiro.
Death Note
1.8 1,5K Assista AgoraNão conheço o mangá nem o anime, então darei a opinião de alguém que vai analisar apenas o filme descontextualizado: trama corrida, personagens que aparentavam potencial mas não foram aprofundados, atores pouco convincentes, roteiro com furos e conveniências típicos de produções norte-americanas pretensiosas, além de uma trilha sonora interessante, porém que me deu a impressão de ser destoante dos momentos nos quais surgia.
Anômalo
2.4 15Não vou negar que a narrativa é lenta e cansativa. Fiquei entediado durante boa parte do filme. Porém, quando as coisas começaram a se aclarar, percebi que não foi um tempo perdido. E aquele final repleto de simbologias revirou minha cabeça.
Jackals
2.4 37 Assista AgoraPremissa até interessante, mas execução bem ruinzinha.
E o que falar da mudança de atitude do Justin nos minutos finais do filme? Achei bem nada a ver.
Meninas Malvadas
3.7 2,1K Assista Agora"Regina George trai o Aaron Samuels toda quinta na sala de projeção em cima do auditório".
Simplesmente ICÔNICO!!!
Sei diversas falas de cor e assisto novamente com frequência.
"Para de tentar fazer o barro acontecer. Isso nunca vai pegar.".
Invasão Zumbi
4.0 2,0K Assista AgoraDecidi assistir sem expectativas e me surpreendi: roteiro bem estruturado, com momentos de tensão e pausas para o drama que toda calamidade faz surgir, apresentando boas atuações e personagens críveis.
De certo modo, posso dizer que é uma espécie de Guerra Mundial Z versão Coreia, ou seja, um filme menos explosivo, porém, nem por isso, menos intenso que o famoso blockbuster norte-americano.
TOC: Transtornada Obsessiva Compulsiva
2.4 303 Assista AgoraQue filme péssimo!
Comédia que não faz rir, drama que não sensibiliza nem faz refletir. Na verdade, o roteiro parece uma cuspida de acontecimentos que não possuem muita liga, (mal) desenvolvidos com uma interpretação que não encontra o tom em nenhum momento.
Até tentei entender a proposta do filme, mas não consegui. Infelizmente, foram 90 minutos pessimamente gastos. Citando o eterno Chaves: "teria sido melhor ir ver o filme do Pelé".
Nu
2.6 246 Assista AgoraCom uma narrativa que possui um mote bastante explorado no cinema (um personagem que fica preso em um loop temporal – podemos citar o famoso Feitiço do Tempo, além de No Limite do Amanhã, Contra o Tempo e também Antes que eu vá), o filme é, na verdade, um remake da comédia sueca Naken (2000). A direção do americano Michael Tiddes (habituado a trabalhar com Marlon Wayans, sendo Nu o quarto filme no qual trabalha com o ator – os anteriores foram Inatividade Paranormal 1 e 2 e 50 Tons de Preto) mostra-se mais uma vez fraca ao apresentar uma trama sem harmonia e sem ritmo, com várias cenas desnecessárias, repetições um tanto enfadonhas por não apresentarem novidades nem desenvolverem ou aprofundarem a história, além de fórmulas desgastadas e que não conseguem funcionar – assim como a interpretação extremamente caricatural de Wayans, que, apesar de bom comediante, busca obter um efeito cômico sempre por meio do exagero. Ademais, a proposta de comédia do filme é alcançada com muito esforço, não sendo necessariamente muito convincente; podemos dizer que até mesmo a pretensão de instalar um suspense na narrativa não obtém êxito, pois ele não se sustenta de forma contundente.
Apesar de produzido pela gigante Netflix, Nu não apresenta a qualidade típica das produções da plataforma streaming. Ainda assim, corresponde a uma opção de entretenimento descompromissado, despertando algumas risadas em seus 96 minutos de duração.
Teen Lust
2.7 6O longa encena uma ácida crítica ao fanatismo religioso por meio da representação hiperbólica de uma seita satânica. Além disso, outros pontos do filme carregam o tom crítico quanto à cegueira causada pela religiosidade levada ao extremo. O sexo também é problematizado, mas de forma irônica e paradoxal: o celibato, tão prezado por uns – e, inclusive, requerido por determinados grupos –, tão banalizado por muitos, pode ser tanto motivo de honra quanto o pesadelo e a ruína de determinados adolescentes/jovens (pois, ao mesmo tempo em que a virgindade pode ser encarada como símbolo de resguardo pessoal para uma relação compromissada, pode ser vista como motivo de vergonha, que não deixa de ser uma espécie de morte); por outro lado, ceder aos desejos libidinosos pode ser mais do que somente uma propulsão da promiscuidade, mas corresponder a uma necessidade latente, um ato salvador do ser humano (inclusive, é graças ao sexo que ocorre a reprodução, modo através do qual a vida se prolonga e se renova).
O Cheiro do Ralo
3.7 1,1K Assista AgoraSelton Mello incorpora perfeitamente o personagem, dando conta de transmitir o humor ácido e crítico da trama. Sua voz rouca, seus olhares, seus silêncios, as constantes tragadas de cigarro sinalizam a personalidade de um homem com certo poder que, por isso, trata as pessoas como objetos, coisificando-as a partir de uma relação de compra, descarte e substituição, pois seus olhos enxergam o quanto úteis, descartáveis, interessantes ou desprezíveis elas podem ser.
Na verdade, com o desenrolar da narrativa, percebe-se que ele aparenta ser tão seguro, distante e indiferente justamente por saber-se tão fraco e vulnerável quanto os outros (o ator consegue imprimir essa perturbação em sua interpretação com naturalidade). Conforme busca esconder suas próprias fraquezas para manter a imagem de homem poderoso e que detém o controle das coisas, das pessoas e das situações (o que é simbolizado pela tentativa de eliminar o cheiro desagradável ao cimentar o ralo), ele compreende que não pode viver sem aquilo que tentou extinguir, pois, na verdade, faz parte de si. Assim, chega à conclusão: “Talvez o cheiro seja meu”.
Night of Something Strange
2.8 13Uma produção independente de baixo orçamento, com roteiro simples, diálogos nada elaborados, poucos e péssimos atores (a epidemia é representada pelo ataque de um único zumbi – o funcionário necrófilo – aos demais personagens, que, uma vez infectados, passam a integrar o grupo de mortos-vivos), fotografia e maquiagem toscas, Night of Something Strange corresponde a uma escolha “péssima” (na lógica de “é tão ruim que é bom”) para os apreciadores do gênero.
Vale observar possíveis referências para a elaboração do mote do filme:
a infecção que ocorre devido ao sexo necrófilo remete à transmissão de uma maldição que se dá por meio do sexo em Corrente do mal (2014), assim como a imagem de uma vagina com dentes que tenta devorar um dos personagens alude à produção trash Vagina Dentada (2007).
Mindhorn
2.9 29A sacada do longa é mais do que compor uma ficção dentro da ficção – o que, aliás, não é nenhuma novidade –, mas corresponde à representação de um indivíduo nada admirável que, por sua vez, encarna o papel de alguém de caráter e motivações idôneos, e que acaba não conseguindo se desvincular dessa imagem midiática forjada.
Com o desdobrar da narrativa, esse indivíduo mesquinho e convencido vai se mostrando profundamente humano: não apenas detestável devido à sua postura ou digno de pena por sua decadência, mas merecedor de um olhar mais atento e da nossa empatia, uma vez que sua complexidade é exposta por meio tanto das suas fraquezas quanto das suas potencialidades – ou seja, ele é egoísta e pensa em se autopromover a partir de um suposto ato nobre, entretanto, esse ato acaba por se tornar realmente nobre.
Dirigido por Sean Foley, o filme se utiliza de vários clichês, mas também faz menção a diversas referências da cultura do entretenimento – como programas e séries de TV, além do próprio cinema. A figura de um ator famoso por interpretar um ícone cultural que luta contra a ruína da própria carreira remete claramente ao longa ganhador de quatro Oscar Birdman. Já a imagem de um detetive idiota mas que se vê como defensor da lei aponta para o personagem britânico (e icônico) Johnny English. Além disso, é possível perceber no filme alusão à série de TV dos anos 1980 A Supermáquina, assim como à participação vergonhosa de Tom Cruise no programa da Oprah em dezembro de 2006 (quando o ator subiu no sofá, pulou e comemorou de forma histérica o noivado com a atriz Katie Holmes).
Leve e, ao mesmo tempo, mordaz, a comédia Mindhorn provoca risadas pontuais e sarcásticas. Seu humor britânico é uma boa opção de entretenimento descompromissado porém arguto.
Já Não Me Sinto em Casa Nesse Mundo
3.3 382 Assista AgoraApesar de não ser um filmaço, Já Não Me Sinto em Casa Nesse Mundo é uma trama divertida que apresenta uma proposta leve para uma temática que poderia se fechar num intimismo denso ou se expandir por meio de uma explosão, numa espécie de “Um Dia de Fúria”.
Apostando Tudo
2.8 36Apostando (para utilizar o verbo escolhido para compor o título em português) em um roteiro que sugere uma alta carga de comicidade, pela possível exploração dos azares de um jogador/perdedor compulsivo que se vê com uma bolsa repleta de dinheiro e acaba cedendo ao ímpeto de jogar com uma grana que não lhe pertence, o filme, na verdade, explora não o efeito cômico dessa situação, mas o drama que o personagem vive graças ao seu vício (sem, entretanto, apelar para um tom dramático).
Humanizando o protagonista, o longa mostra que a compulsão da qual ele sofre o leva a jogar não apenas pela esperança de ganhar dinheiro e mudar de vida, mas, principalmente, por necessidade, visto que o fato de não participar de jogos é uma abstinência que o perturba, até que ele estrutura sua vida sob novos alicerces, o que acaba o seu vício sob controle. O roteiro expõe as dificuldades de se mudar comportamentos (principalmente quando esses comportamentos são frutos de algo maior do que mero comodismo ou apatia), ou seja, que, para refazer sua vida, não basta simplesmente querer, mas é necessário ter uma força de vontade dia após dia para se assumir uma postura comprometida com a mudança.
Irmã
3.3 50O diretor e roteirista Zach Clark construiu uma trama extremamente paradoxal: apesar de sugestionar um drama denso, toda essa carga dramática fica no ar, dissolvida e espalhada, para que o espectador procure captá-la. Personagens com potencial para serem profundamente trabalhados são simplesmente expostos pouco além da sua superfície, o que é reforçado pela atuação um tanto blasé, sem o desenvolvimento dos personagens, dando a impressão de que é justamente essa a proposta de Clark: a partir da constante espera por mudanças e transformações, promover a linearidade, marcada por uma complexidade podada, desencadeando uma monotonia apática que pesa não só sobre os personagens, mas sobre a trama em si, tendo em vista que os vislumbres de mudanças, na verdade, colaboram para que tudo permaneça como estava. Outros paradoxos se dão por meio das simbologias delineadas
, como o sagrado versus o profano (a busca de Colleen por santidade e proximidade com Deus, em oposição à vida desregrada mantida pelos seus pais), a beleza versus a feiura (antes do acidente com a bomba na guerra do Vietnã, Jacob, o irmão da protagonista, era muito belo e cobiçado, mas depois adquiriu uma aparência monstruosa devido à desfiguração do rosto; o contraste entre a imagem de Colleen como freira e como gótica), o vazio versus a plenitude (o vazio, que manifesta um desejo de fuga, que Colleen sente em sua casa contrastando com a possibilidade de plenitude que a escolha pelo celibato preanuncia), a vida versus a morte (a vida frustrada que a mãe da jovem freira leva sendo antagônica da tentativa de morte, também frustrada; a vida com Deus que prediz a morte das próprias vontades).
O filme possui um roteiro linear que apresenta pontos de sublimação apenas sugeridos, personagens tristes e em constante busca de um sentido para suas vidas, uma bela fotografia e uma trilha sonora que merece destaque pela apurada consonância com o desenrolar da trama, regendo, literalmente, a sequência de acontecimentos de forma precisa, inclusive, entrecortada por instantes de silêncio agudamente pontuais. Fugindo de fórmulas clichês e não pendendo para a construção nem de um drama psicológico nem de uma comédia dramática, pode ser considerado uma bela surpresa.
iBoy
2.8 239 Assista AgoraÉ fato que a história não traz nada de novo, sendo construída por elementos bem conhecidos no universo dos super-heróis, entretanto, exibe personagens potentes e uma trama com acontecimentos encadeados que se desenrolam numa crescente – que, diga-se, infelizmente, devido ao curto tempo do formato de um longa-metragem, acaba sendo corrida demais, principalmente próximo do final. A direção de Adam Randall estrutura o uso de efeitos especiais para traduzir visualmente de modo claro como passa a ser a realidade de Tom a partir da aquisição de sua habilidade e a sua relação com a tecnologia. Merecem destaque a trilha sonora, assim como o trabalho de fotografia de Eben Bolter, que opta por um tom escuro e sombrio para representar tanto o ambiente de um subúrbio contemporâneo, quanto o peso da violência presente na narrativa.
Apesar de denotar uma ideia possivelmente promissora, iBoy possui um roteiro fraco, que deixa a desejar por não se aprofundar na história que apresenta. A impressão que fica é a de que a produção seria mais bem-sucedida caso tivesse sido desenvolvida em formato de série, o que permitiria aprimorar e expandir a trama e seus personagens (em especial, o protagonista), evitando a sensação de potencial desperdiçado que o longa causa no espectador. Ainda assim, corresponde a uma boa opção para os fãs de super-heróis, tendo em vista sua proposta interessante e coesa.
In Your Eyes
3.7 327É aquele tipo de filme para ser visto num momento tranquilo ou em que se busque tranquilidade, ou seja, quando estamos dispostos a acompanhar a construção de um relacionamento amoroso tenro e a suspirar com o seu desenrolar.
O filme mantém uma fluidez dosada e linear: opta por não fazer uso de flashbacks, assim como segue um ritmo equilibrado, que não recai para a exposição de fatos explicados demais, como também não dispara em direção à instauração do conflito narrativo.
Destaque para a bela fotografia de Elisha Christian, assim como a trilha sonora composta por Tony Morales.