Faz tempo que os Vingadores provaram ser mais que uma equipe, mais que uma franquia. Trata-se de nada menos do que um marco na história do cinema, uma idealização audaciosa e mais do que bem-sucedida: um estrondoso sucesso. Com isso, ao longo de 11 anos, com 11 franquias e 21 filmes, a Marvel construiu uma jornada sem precedentes. Toda essa arquitetura finalmente culmina em Vingadores: Ultimato.
Nesse novo longa, a Marvel não só conecta todos os personagens até então vistos, mas se aprofunda nos dramas pessoais dos seis "vingadores originais". De forma delicada, bela, mas sem perder a leveza e o bom humor típicos, é traçado um rumo para nossos heróis que arranca tanto lágrimas quanto risos.
É realmente um filme para lavar a alma dos fãs. Prepare-se para vibrar, gritar, rir, chorar, ficar com o coração apertado e também aliviado. Ultimato consegue provocar um misto de emoções vasto e delicioso de modo que suas três horas de duração não são sentidas. O espectador fica imerso na trama que se desenrola de forma coesa, coerente e, acima de tudo, satisfatória.
Em termos técnicos, é um filme impecável: fotografia espetacular, efeitos sonoros bem aplicados, trilha sonora vibrante, tocante e assertiva, efeitos visuais estarrecedores, com a construção de cenas épicas e inesquecíveis. Uma experiência cinematográfica única.
Nostalgia também é uma palavra que marca o longa, uma emoção que transcorre o público durante e após a exibição. A vontade é de correr para reassistir na próxima sessão. Mas o principal sentimento suscitado por Vingadores: Ultimato é um orgulho pelo primoroso trabalho da Marvel, uma sensação de dever cumprido. Usando as palavras do Homem de Ferro: "Parte da jornada é o fim". Felizmente, este "fim" é memorável, na verdade, colossal.
A bad trip real bateu quando eu fui assistir à estreia de Climax e descobri que no dia anterior tinha rolado sessão seguida de festa com direito a sangria à vontade e a presença do Gaspar Noé no mesmo local. Estou devastado até agora.
Dirigido por Susanne Bier, o filme é ágil, com um roteiro (escrito por Eric Heisserer, de A Chegada) composto por uma sequência de acontecimentos que impactam a trama, optando por não investir em maior profundidade, talvez por receio de se tornar maçante. Apesar de em todas as cenas algo de importante se desenrolar, de alguma forma, a partir da sua metade, temos a impressão de que o longa começa a se arrastar – uma sensação de monotonia mesmo em meio aos eventos, que, embora oscile, permanece até que o enredo se encaminha para o arco final. Talvez devido à superficialidade e à ausência de um terror mais denso, que é substituído por picos de tensão (alguns mais longos e fortes que outros); talvez por conta da falta de propriedade ao decidir manter a mesma estrutura do livro no qual se baseia (alternando a viagem de barco com a história que a precede), uma vez que a edição não pensou formas inteligentes de transitar entre os dois momentos de modo coeso, podendo aproveitar detalhes e paralelos que estabelecessem uma relação entre eles, mas se conformando com simplesmente dispô-los como sequências narrativas interpoladas.
O elenco merece destaque, não apenas pelos nomes de peso, mas por sua integração e entrega. Outro ponto que vale ser frisado é o concernente às criaturas. A direção decide por não mostrá-las, mantendo o suspense a seu respeito e deixando a sua concepção a critério do espectador, o que estabelece uma sintonia lógica com o fato de que vê-las provoca a morte das pessoas, portanto, não haveria a possibilidade de representá-las na tela sem a perda do conceito da história (assim como no livro, no qual as criaturas não são – não podem ser – descritas em momento algum). Tal escolha assinala um grande acerto, que só é minimizado por não seguir à risca esse conceito, achando necessário dar, ao menos, indícios, como sombras e ventos, o que se mostra extremamente desnecessário. Em contraponto a esse acerto, as questões da privação da visão, da adaptação a uma nova realidade e da convivência entre os sobreviventes são tratadas de forma bastante superficial. Embora simpatizemos (ou não) com os personagens, isso ocorre mais por uma identificação rápida baseada em estereótipos do que necessariamente por apego às suas histórias ou mediante à transformação das suas imagens aos nossos olhos conforme melhor os conhecemos.
Adaptado do romance homônimo de Josh Malerman, publicado em 2014, Bird Box proporciona uma boa dose de tensão e suspense, não esbanjando sangue e violência, mas sem poupar o espectador quando necessário. Como adaptação, foge bastante do texto original, buscando um ritmo mais rápido, porém, com isso, perdendo justamente a provocação de um medo cortante, que ocorre graças à profundidade e ao desenvolvimento gradativo propostos pelo autor. Entretanto, funciona muito bem como filme, sendo uma interessante opção de entretenimento exatamente por focar no que faz a trama avançar – com passos ágeis, mas cautelosos.
"Pensamos que vivemos num mundo civilizado, mas é uma selva. E para viver nesta selva, temos que fazer parte dos animais mais fortes. Se fizer parte dos outros, tem que fugir para salvar o couro."
A Casa que Jack Construiu é um filme sobre serial killer que, na verdade, zomba desse tipo de filme. Ele faz uso de diversos clichês, elementos recorrentes e até mesmo referências clássicas de histórias de suspense/terror e de serial killers. Temos a mulher com o carro quebrado na estrada que pede/aceita carona de um desconhecido; a vítima que literalmente pede para ser morta; o assassino que entra na casa da sua vítima fingindo ser policial (mas, aqui, a vítima é inteligente o suficiente para desconfiar que o cara não é um policial, mas inocentemente o deixa entrar quando este afirma ser um agente de seguro de vida que pode aumentar a quantia que ela receberia pelo recém-falecimento de seu esposo); os policiais burros e incompetentes, que não enxergam o criminoso bem na sua frente, mesmo quando ele mesmo se denomina culpado ou quando uma vítima pede socorro; o atropelamento de uma pessoa na estrada; o assassino com manias estranhas (neste caso, TOC e tirar fotos de suas vítimas depois de mortas); elementos ocasionais improváveis (ou quase absurdos) que favorecem o vilão (como a chuva mais forte que já se viu que lava o rastro de sangue que o corpo arrastado de uma de suas vítimas deixa por todo o caminho até o seu esconderijo de cadáveres); o psicopata que torturava animais quando criança; o assassino que guarda os corpos das vítimas em um frigorífico; o gosto pela taxidermia (em alusão a Norman Bates, de Psicose); a loira gostosa e peituda que se torna vítima de um assassino cruel e impiedoso (com a remoção de seus seios, surpreendentemente naturais, ironizando a frequente presença de siliconadas, bem como a exploração do sexo em filmes do segmento slasher); a vítima que grita incansavelmente por socorro, porém ninguém ouve; a perseguição/o assassinato na floresta; o jogo frio e sádico no piquenique (remetendo a Violência Gratuita); o serial killer que divulga seus crimes para a polícia (como referência ao assassino do Zodíaco); o típico diálogo por meio do qual o vilão revela seus planos malignos para as vítimas antes de exterminá-las.
Lars von Trier compôs um longa-metragem, sobretudo, autorreferente. Seu estilo estético e narrativo se apresenta de modo potente e desenvolvido com propriedade. A peculiar câmera na mão, viva e inquieta, captura os detalhes das feições e dos movimentos, acompanha de perto os personagens, quase entrando em suas peles. O enredo dividido em capítulos, típico de seus filmes, ajuda na construção de mini-histórias, praticamente fechadas em si, por serem acontecimentos isolados, porém unidas por um fio condutor, o que permite explorar, em cada incidente, um estereótipo diferente de serial killer, sem, com isso, desvincular essas personas do mesmo psicopata. O formato confessional reconfigura o formato utilizado em seu último filme, Ninfomaníaca, sendo pertinente ao mergulho interior de Jack em companhia de Virgílio.
A reflexão acerca de sua própria obra e, mais que isso, o deboche às recorrentes críticas tanto às suas produções quanto à sua pessoa surge por meio da abordagem (proposital, irônica e em nenhum momento injustificada) de questões frequentemente associadas ao seu nome: machismo, misoginia, violência e sadismo. Suas protagonistas fortes são substituídas por mulheres estúpidas vítimas de um psicopata, que as culpabiliza com o discurso ácido de que é uma merda nascer homem, pois o homem já nasce culpado e precisa viver carregando o fardo da culpa, enquanto as mulheres são sempre as vítimas. Propositadamente, são contados apenas incidentes envolvendo mulheres. Quando questionado por Virgílio acerca do motivo de apenas matar mulheres, Jack afirma também ter matado homens (porém, em seu relato, notamos que os homens que aparecem são poupados da morte, sendo suas vítimas masculinas duas crianças – ou seja, ainda em fase de formação).
No quesito violência, o espectador também não é poupado. Trabalhando com a analogia entre morte e arte, von Trier apresenta cenas chocantes, entretanto nada gratuitas ou desnecessárias. O uso de gore, a aflição e o desconforto causados são pertinentes às situações narradas. Até mesmo o sadismo se justifica, uma vez que se trata de um psicopata. Escarnecendo da crítica, o dinamarquês coloca o seguinte questionamento nos lábios de Virgílio: “Então, dar com um macaco (hidráulico) no rosto de uma mulher é arte, é isso que devo entender?”.
Após anos em depressão, Lars von Trier retorna com um filme autoanalítico, que se constrói a partir da essência da obra do diretor e roteirista. Do mesmo modo que Jack, de tempos em tempos, se vê diante da necessidade (e não apenas do desejo) de matar para não sucumbir às conturbações internas que lhe afligem, Lars parece ter encontrado na criação a sua válvula de escape, a sua libertação. Assim como o protagonista chega à conclusão de que a casa que construiu não era de madeira, cimento e tijolos, mas feita com os corpos de suas vítimas, ou seja, a sua carreira de assassino, von Trier utiliza o longa como uma forma de refletir acerca de sua cinematografia, alcançando, com isso, uma maturidade sobre o que quer representar. É como se ele estivesse se virando para o público e dizendo: “É isto que eu faço. Esta é a minha arte” (fazendo questão de lembrar outras produções suas, por meio da exibição de cenas de Manderlay, Anticristo, Melancolia e Ninfomaníaca). Portanto, A Casa que Jack Construiu não seria, na verdade, A casa que Lars construiu?
Assisti no Festival do Rio 2018. Eu mais cinco pessoas na sessão. Uma delas dormiu tão profundamente que roncava a ponto de seu ronco ecoar pela sala de cinema. Outra saiu da sessão com pouco mais de 1h de filme. Eu mesmo fiquei constantemente olhando a hora no celular para ver se estava perto de terminar por não aguentar mais.
Em resumo: tédio total. Excelente opção para quem sofre de insônia.
"Vamos ser sinceros: todos queremos ser astros. Mas adivinhe? As pessoas que trabalham de verdade, que fazem a diferença, você não vê na TV ou na primeira página. Estou falando dos guerreiros do dia a dia. Você sabe de quem estou falando: 'os outros caras'."
Embora descortine e alvitre um debate acerca do preconceito e da transfobia, como o próprio título anuncia, Berenice Procura traz uma mulher em busca, acima de tudo, de se encontrar: Berenice está à procura de espaço, de protagonismo, de liberdade, de independência (financeira, emocional, sexual). Essa procura, essa inconformação a mantém num entrelugar: ela é dona de casa, mas também taxista; ela está convicta de que seu casamento já acabou, porém ainda vive sob o mesmo teto que o marido; ela se preocupa com o filho, quer mais intimidade com ele, mas tem dificuldades para se aproximar; ela lida com parte dos afazeres domésticos, mas relega outros à praticidade (como comprar quentinha para não precisar mais cozinhar). Berenice é uma mulher em processo de transformação e autoconhecimento.
Com uma proposta interessante, discorrendo acerca de temas bastante importantes e em voga, com um elenco, em sua maioria, afiado, o filme assoma entre as atuais produções nacionais. Ainda que seu pretendido diferencial possa se ver esmaecido devido à falta de maior contundência (por não encontrar o tom certo – se um suspense investigativo ou se um drama, deixando de ser melhor aproveitado nos dois quesitos), de todo modo, o longa pode ser considerado como uma grata surpresa em nosso cinema.
"Escutem aqui, seus fodidos, seus merdas: aqui está um cara que não aguenta mais, um cara que enfrentou a escória, os porras, os cães, a sujeira, a merda. Aqui está alguém que reagiu."
Uma proposta interessante integrada por um elenco de peso, mas que acabou sendo desenvolvida de forma extremamente enfadonha.
O segundo ato é bastante desnecessário e anticlímax, o que demonstra a falta de inventividade e de visão do diretor, que já não estava conduzindo o longa muito bem até ali e que consegue, com isso, desmotivar ainda mais o espectador.
Uma versão bem podre de Doce Vingança: atuações horríveis, fotografia estourada, roteirinho clichê, mortes pouco inventivas, ausência de gore e de violência.
O filme não funciona nem como trash (já que estava mais do que nítido que não daria para levá-lo a sério).
Vingadores: Ultimato
4.3 2,6K Assista AgoraFaz tempo que os Vingadores provaram ser mais que uma equipe, mais que uma franquia. Trata-se de nada menos do que um marco na história do cinema, uma idealização audaciosa e mais do que bem-sucedida: um estrondoso sucesso. Com isso, ao longo de 11 anos, com 11 franquias e 21 filmes, a Marvel construiu uma jornada sem precedentes. Toda essa arquitetura finalmente culmina em Vingadores: Ultimato.
Nesse novo longa, a Marvel não só conecta todos os personagens até então vistos, mas se aprofunda nos dramas pessoais dos seis "vingadores originais". De forma delicada, bela, mas sem perder a leveza e o bom humor típicos, é traçado um rumo para nossos heróis que arranca tanto lágrimas quanto risos.
É realmente um filme para lavar a alma dos fãs. Prepare-se para vibrar, gritar, rir, chorar, ficar com o coração apertado e também aliviado. Ultimato consegue provocar um misto de emoções vasto e delicioso de modo que suas três horas de duração não são sentidas. O espectador fica imerso na trama que se desenrola de forma coesa, coerente e, acima de tudo, satisfatória.
Em termos técnicos, é um filme impecável: fotografia espetacular, efeitos sonoros bem aplicados, trilha sonora vibrante, tocante e assertiva, efeitos visuais estarrecedores, com a construção de cenas épicas e inesquecíveis. Uma experiência cinematográfica única.
Nostalgia também é uma palavra que marca o longa, uma emoção que transcorre o público durante e após a exibição. A vontade é de correr para reassistir na próxima sessão. Mas o principal sentimento suscitado por Vingadores: Ultimato é um orgulho pelo primoroso trabalho da Marvel, uma sensação de dever cumprido. Usando as palavras do Homem de Ferro: "Parte da jornada é o fim". Felizmente, este "fim" é memorável, na verdade, colossal.
O Lagosta
3.8 1,4K Assista Agora"Um dia, enquanto jogava golfe, ele pensou que é mais difícil fingir que você tem sentimentos quando não tem do que fingir que não tem quando tem."
Um Amor Inesperado
3.7 52 Assista Agora"Não há nada mais pornográfico do que a felicidade."
The Onania Club
18EITA, CARALHO!
Ou melhor: EITA, BUCETA!
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraA bad trip real bateu quando eu fui assistir à estreia de Climax e descobri que no dia anterior tinha rolado sessão seguida de festa com direito a sangria à vontade e a presença do Gaspar Noé no mesmo local. Estou devastado até agora.
Cafarnaum
4.6 673 Assista AgoraNão tenho palavras, apenas lágrimas.
Quando os Anjos Dormem
2.5 230 Assista AgoraUma hora e meia de chove não molha desnecessário para, no final, acontecer aquela morte esdrúxula?! Pelamor...
Diamantino
3.2 331,5 estrela só pelo personagem do Diamantino, porque o filme em si...
Caixa de Pássaros
3.4 2,3K Assista AgoraDirigido por Susanne Bier, o filme é ágil, com um roteiro (escrito por Eric Heisserer, de A Chegada) composto por uma sequência de acontecimentos que impactam a trama, optando por não investir em maior profundidade, talvez por receio de se tornar maçante. Apesar de em todas as cenas algo de importante se desenrolar, de alguma forma, a partir da sua metade, temos a impressão de que o longa começa a se arrastar – uma sensação de monotonia mesmo em meio aos eventos, que, embora oscile, permanece até que o enredo se encaminha para o arco final. Talvez devido à superficialidade e à ausência de um terror mais denso, que é substituído por picos de tensão (alguns mais longos e fortes que outros); talvez por conta da falta de propriedade ao decidir manter a mesma estrutura do livro no qual se baseia (alternando a viagem de barco com a história que a precede), uma vez que a edição não pensou formas inteligentes de transitar entre os dois momentos de modo coeso, podendo aproveitar detalhes e paralelos que estabelecessem uma relação entre eles, mas se conformando com simplesmente dispô-los como sequências narrativas interpoladas.
O elenco merece destaque, não apenas pelos nomes de peso, mas por sua integração e entrega. Outro ponto que vale ser frisado é o concernente às criaturas. A direção decide por não mostrá-las, mantendo o suspense a seu respeito e deixando a sua concepção a critério do espectador, o que estabelece uma sintonia lógica com o fato de que vê-las provoca a morte das pessoas, portanto, não haveria a possibilidade de representá-las na tela sem a perda do conceito da história (assim como no livro, no qual as criaturas não são – não podem ser – descritas em momento algum). Tal escolha assinala um grande acerto, que só é minimizado por não seguir à risca esse conceito, achando necessário dar, ao menos, indícios, como sombras e ventos, o que se mostra extremamente desnecessário. Em contraponto a esse acerto, as questões da privação da visão, da adaptação a uma nova realidade e da convivência entre os sobreviventes são tratadas de forma bastante superficial. Embora simpatizemos (ou não) com os personagens, isso ocorre mais por uma identificação rápida baseada em estereótipos do que necessariamente por apego às suas histórias ou mediante à transformação das suas imagens aos nossos olhos conforme melhor os conhecemos.
Adaptado do romance homônimo de Josh Malerman, publicado em 2014, Bird Box proporciona uma boa dose de tensão e suspense, não esbanjando sangue e violência, mas sem poupar o espectador quando necessário. Como adaptação, foge bastante do texto original, buscando um ritmo mais rápido, porém, com isso, perdendo justamente a provocação de um medo cortante, que ocorre graças à profundidade e ao desenvolvimento gradativo propostos pelo autor. Entretanto, funciona muito bem como filme, sendo uma interessante opção de entretenimento exatamente por focar no que faz a trama avançar – com passos ágeis, mas cautelosos.
Love
3.5 883 Assista Agora“– Qual o significado da vida?
– O amor.”
Sozinho Contra Todos
4.0 313"Viver é um ato egoísta. Sobreviver é uma lei genética."
Sozinho Contra Todos
4.0 313"Pensamos que vivemos num mundo civilizado, mas é uma selva. E para viver nesta selva, temos que fazer parte dos animais mais fortes. Se fizer parte dos outros, tem que fugir para salvar o couro."
Irreversível
4.0 1,8K Assista Agora"O tempo destrói tudo."
A Casa Que Jack Construiu
3.5 788 Assista AgoraA Casa que Jack Construiu é um filme sobre serial killer que, na verdade, zomba desse tipo de filme. Ele faz uso de diversos clichês, elementos recorrentes e até mesmo referências clássicas de histórias de suspense/terror e de serial killers. Temos a mulher com o carro quebrado na estrada que pede/aceita carona de um desconhecido; a vítima que literalmente pede para ser morta; o assassino que entra na casa da sua vítima fingindo ser policial (mas, aqui, a vítima é inteligente o suficiente para desconfiar que o cara não é um policial, mas inocentemente o deixa entrar quando este afirma ser um agente de seguro de vida que pode aumentar a quantia que ela receberia pelo recém-falecimento de seu esposo); os policiais burros e incompetentes, que não enxergam o criminoso bem na sua frente, mesmo quando ele mesmo se denomina culpado ou quando uma vítima pede socorro; o atropelamento de uma pessoa na estrada; o assassino com manias estranhas (neste caso, TOC e tirar fotos de suas vítimas depois de mortas); elementos ocasionais improváveis (ou quase absurdos) que favorecem o vilão (como a chuva mais forte que já se viu que lava o rastro de sangue que o corpo arrastado de uma de suas vítimas deixa por todo o caminho até o seu esconderijo de cadáveres); o psicopata que torturava animais quando criança; o assassino que guarda os corpos das vítimas em um frigorífico; o gosto pela taxidermia (em alusão a Norman Bates, de Psicose); a loira gostosa e peituda que se torna vítima de um assassino cruel e impiedoso (com a remoção de seus seios, surpreendentemente naturais, ironizando a frequente presença de siliconadas, bem como a exploração do sexo em filmes do segmento slasher); a vítima que grita incansavelmente por socorro, porém ninguém ouve; a perseguição/o assassinato na floresta; o jogo frio e sádico no piquenique (remetendo a Violência Gratuita); o serial killer que divulga seus crimes para a polícia (como referência ao assassino do Zodíaco); o típico diálogo por meio do qual o vilão revela seus planos malignos para as vítimas antes de exterminá-las.
Lars von Trier compôs um longa-metragem, sobretudo, autorreferente. Seu estilo estético e narrativo se apresenta de modo potente e desenvolvido com propriedade. A peculiar câmera na mão, viva e inquieta, captura os detalhes das feições e dos movimentos, acompanha de perto os personagens, quase entrando em suas peles. O enredo dividido em capítulos, típico de seus filmes, ajuda na construção de mini-histórias, praticamente fechadas em si, por serem acontecimentos isolados, porém unidas por um fio condutor, o que permite explorar, em cada incidente, um estereótipo diferente de serial killer, sem, com isso, desvincular essas personas do mesmo psicopata. O formato confessional reconfigura o formato utilizado em seu último filme, Ninfomaníaca, sendo pertinente ao mergulho interior de Jack em companhia de Virgílio.
A reflexão acerca de sua própria obra e, mais que isso, o deboche às recorrentes críticas tanto às suas produções quanto à sua pessoa surge por meio da abordagem (proposital, irônica e em nenhum momento injustificada) de questões frequentemente associadas ao seu nome: machismo, misoginia, violência e sadismo. Suas protagonistas fortes são substituídas por mulheres estúpidas vítimas de um psicopata, que as culpabiliza com o discurso ácido de que é uma merda nascer homem, pois o homem já nasce culpado e precisa viver carregando o fardo da culpa, enquanto as mulheres são sempre as vítimas. Propositadamente, são contados apenas incidentes envolvendo mulheres. Quando questionado por Virgílio acerca do motivo de apenas matar mulheres, Jack afirma também ter matado homens (porém, em seu relato, notamos que os homens que aparecem são poupados da morte, sendo suas vítimas masculinas duas crianças – ou seja, ainda em fase de formação).
No quesito violência, o espectador também não é poupado. Trabalhando com a analogia entre morte e arte, von Trier apresenta cenas chocantes, entretanto nada gratuitas ou desnecessárias. O uso de gore, a aflição e o desconforto causados são pertinentes às situações narradas. Até mesmo o sadismo se justifica, uma vez que se trata de um psicopata. Escarnecendo da crítica, o dinamarquês coloca o seguinte questionamento nos lábios de Virgílio: “Então, dar com um macaco (hidráulico) no rosto de uma mulher é arte, é isso que devo entender?”.
Após anos em depressão, Lars von Trier retorna com um filme autoanalítico, que se constrói a partir da essência da obra do diretor e roteirista. Do mesmo modo que Jack, de tempos em tempos, se vê diante da necessidade (e não apenas do desejo) de matar para não sucumbir às conturbações internas que lhe afligem, Lars parece ter encontrado na criação a sua válvula de escape, a sua libertação. Assim como o protagonista chega à conclusão de que a casa que construiu não era de madeira, cimento e tijolos, mas feita com os corpos de suas vítimas, ou seja, a sua carreira de assassino, von Trier utiliza o longa como uma forma de refletir acerca de sua cinematografia, alcançando, com isso, uma maturidade sobre o que quer representar. É como se ele estivesse se virando para o público e dizendo: “É isto que eu faço. Esta é a minha arte” (fazendo questão de lembrar outras produções suas, por meio da exibição de cenas de Manderlay, Anticristo, Melancolia e Ninfomaníaca). Portanto, A Casa que Jack Construiu não seria, na verdade, A casa que Lars construiu?
Dogville
4.3 2,0K Assista Agora"Eu só estou te perguntando se você tem medo de ser tão humano."
A Cama
2.4 3 Assista AgoraAssisti no Festival do Rio 2018. Eu mais cinco pessoas na sessão. Uma delas dormiu tão profundamente que roncava a ponto de seu ronco ecoar pela sala de cinema. Outra saiu da sessão com pouco mais de 1h de filme. Eu mesmo fiquei constantemente olhando a hora no celular para ver se estava perto de terminar por não aguentar mais.
Em resumo: tédio total. Excelente opção para quem sofre de insônia.
Os Outros Caras
3.0 496 Assista Agora"Vamos ser sinceros: todos queremos ser astros. Mas adivinhe? As pessoas que trabalham de verdade, que fazem a diferença, você não vê na TV ou na primeira página. Estou falando dos guerreiros do dia a dia. Você sabe de quem estou falando: 'os outros caras'."
Verdade ou Desafio
2.6 718 Assista Agora"Demônios possuem pessoas, lugares, objetos e até ideias."
Demônios possuindo ideias... porra, essa foi foda de engolir!! kkkk
A Comédia Divina
2.1 66"Humanos: fazem o que querem, escondem o que sentem e não falam o que pensam."
Berenice Procura
3.2 43Embora descortine e alvitre um debate acerca do preconceito e da transfobia, como o próprio título anuncia, Berenice Procura traz uma mulher em busca, acima de tudo, de se encontrar: Berenice está à procura de espaço, de protagonismo, de liberdade, de independência (financeira, emocional, sexual). Essa procura, essa inconformação a mantém num entrelugar: ela é dona de casa, mas também taxista; ela está convicta de que seu casamento já acabou, porém ainda vive sob o mesmo teto que o marido; ela se preocupa com o filho, quer mais intimidade com ele, mas tem dificuldades para se aproximar; ela lida com parte dos afazeres domésticos, mas relega outros à praticidade (como comprar quentinha para não precisar mais cozinhar). Berenice é uma mulher em processo de transformação e autoconhecimento.
Com uma proposta interessante, discorrendo acerca de temas bastante importantes e em voga, com um elenco, em sua maioria, afiado, o filme assoma entre as atuais produções nacionais. Ainda que seu pretendido diferencial possa se ver esmaecido devido à falta de maior contundência (por não encontrar o tom certo – se um suspense investigativo ou se um drama, deixando de ser melhor aproveitado nos dois quesitos), de todo modo, o longa pode ser considerado como uma grata surpresa em nosso cinema.
Taxi Driver
4.2 2,5K Assista Agora"Escutem aqui, seus fodidos, seus merdas: aqui está um cara que não aguenta mais, um cara que enfrentou a escória, os porras, os cães, a sujeira, a merda. Aqui está alguém que reagiu."
Caminhos da Floresta
2.9 1,7K Assista AgoraUma proposta interessante integrada por um elenco de peso, mas que acabou sendo desenvolvida de forma extremamente enfadonha.
O segundo ato é bastante desnecessário e anticlímax, o que demonstra a falta de inventividade e de visão do diretor, que já não estava conduzindo o longa muito bem até ali e que consegue, com isso, desmotivar ainda mais o espectador.
Mulheres Perigosas
2.1 81 Assista AgoraUma versão bem podre de Doce Vingança: atuações horríveis, fotografia estourada, roteirinho clichê, mortes pouco inventivas, ausência de gore e de violência.
O filme não funciona nem como trash (já que estava mais do que nítido que não daria para levá-lo a sério).
O Predestinado
4.0 1,6K Assista AgoraQuem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?