A rosquinha: representa o tudo, a Verdade, e também o caos. Afinal, nossa imaginação é o próprio multiverso do "TODO" que o filme aborda, quem nunca se viu em milhões de outros universos questionando suas escolhas (filosofia existencial de Sartre) e sem olha o tempo-presente, deixando escapar afetos e momentos especiais. O caos é lugar de dor, ao tentar viver tudo não se vive nada.
O olho: uma simplicidade, uma singularidade. Representa justamente a antítese da rosquinha. O olho é uma maneira sensível de ver a vida pelo lado bom, pode parecer piegas, mas é profundo. Num mundo cheio de injustiças, desigualdades, tristezas, violências, ver a vida através do olhar da bondade e as coisas bonitas do real pode ser a única maneira de sobreviver.
As mãos de salsicha: você já percebeu o quão estranho é tudo? absolutamente tudo é estranho. Por que as coisas são no formato que são? Nosso corpo, a natureza, enfim, tudo, sob o olhar cósmico é absurdo, assim como nos parece mãos de salsicha.
Os saltos multiverso: sempre acionados pela aleatoriedade, os saltos multiverso representam que a nossa "sorte" também é jogada ao vento, um componente da vida do qual não temos nenhum controle e que nos leva aos lugares mais inusitados ou mais comuns.
Ao final, percebo através dessa obra prima, como é difícil lidar com as faltas, que o todo/tudo é apenas um ideal que não nos permite viver o presente, o ser agora. Todas as escolhas nos levaram aonde estamos agora, escolhas essas que as vezes repetimos em círculos familiares e que causam dor. Quebrar a corrente requer bastante consciência, como foi com Evelyn ao romper o padrão de comportamento que o pai teve com ela e que ela estava replicando com sua filha. Viver com faltas, com imperfeições, mas sempre buscando lutar contra nossos próprios monstros talvez seja a forma mais digna e sincera (conosco e com aqueles que amamos) da nossa passagem por esse mundo/universo.
Entrou para os favoritos, não tinha como ser diferente.
Gostei da forma como ela descreve o som, é uma mistura de sentidos interessante. Talvez essa mistura de sentidos é o que pode nos permitir resgatar as memórias de um objeto/ser pelo toque... Enfim, viagens de um grande mistério.
"- Nada morre para sempre. Alguma coisa sempre fica de onde outra nasce. Assim a vida começa, sem saber de onde veio ou por que existe. - Mas por quê? - Porque a vida quer viver - E não existe um céu? - Esta é a única dança que dançamos"
E no final temos Antonia e Bas dançando (jovens e mais velhos) com toda a família reunida. Esta é a única dança que dançamos, a dança da vida e a da morte, num eterno ciclo.
Triste em ver esse filme somente agora, mas feliz em ver esse filme antes de morrer.
Os quatro trabalham bem, mas pra mim a atuação do Reed Birney (Richard) é fora da curva. Pude sentir o seu desconforto, a sua raiva, a sua dor, o ser orgulho e apesar de tudo o seu amor.
É mto difícil falar sobre coisas inexplicáveis e absurdas que não possuem nenhum sentido de acontecer. E o filme consegue fazer esse diálogo possível, por mais trasbordado de dor que ele estivesse (de ambas partes), a conversa acontece.
Ir em direção oposta a vingança é um ato de muita coragem. É compreensível quem queira ser vingativo numa situação dessas, mas isso não irá suprimir e nem preencher o vazio da morte. Acredito que o perdão, apesar de ser muito mais difícil, é o que mais honra nossa capacidade humana de evoluir/transcender.
Obs: fiquei na dúvida pq no último terço do filme a tela diminui... será que é pq cada vez mais a sala está ficando pequena? ou pq eles estão chegando perto da ferida? ou pq é quando finalmente Jay e Gail se desarmam da raiva e se abrem para a possibilidade de perdoar? se for isso, pq o diretor não fez o contrário (deixou a imagem menor e depois ampliou? enfim, questionamentos...
Marie e Samir vão ter que conviver com a dúvida se Céline viu ou não os emails, da mesma forma que eles vivem a dúvida se ela irá voltar ou não a vida.
Além disso, esse filme nos ensina o que devemos cortar pq tem problemas que não nos pertence. Se estamos bem para ajudar ok, mas caso contrário isso pode nos consumir de uma forma que nos destrói, acho que isso que o personagem de Ahmad nos ensina.
as cadeiras do consultório que aparecem no "apartamento", o corredor da casa de asilo fazendo alusão aos corredores dos apartamentos que ele acreditava estar, o apego dele com o relógio a todo instante como a única coisa que lhe desse algum controle naquele momento na sua vida (algo de concreto que lhe dava segurança em meio a tantas desconfianças provocadas por sua mente), o enfermeiro falando frases que ele de fato deve ter escutado no passado antes de ir para o asilo, as cenas repetidas ora interpretadas pela filha/marido da filha, ora pelos enfermeiros...
Todos esses acontecimentos nos mostram que a condição na qual Anthony estava não era um completo esquecimento, mas sim uma mistura de vivências e talvez imaginações que ao final do filme nos deixa confusos e na dúvida eterna do que realmente aconteceu.
É um filme que trás tanto conteúdo... geralmente vemos um filme sobre um assunto X específico e esse consegue abarcar tanto: política, saúde mental, amor, amizade, família, economia, militância, história, morte, vida, felicidade, tristeza, frustrações financeiras, angústias existenciais e práticas da vida cotidiana. É nesse aspecto que achei um filmaço porque, afinal de contas, em nossas vidas todas essas questões nos perpassam e é isso faz nossas vidas tão complexas (Ainda nesse sentido o filme me lembrou boyhood - que trás um pouco do contexto estadunidense ao invés do italiano).
O filme deixa muitas interrogações ao final como: o que se passava com Matteo? um personagem muito intrigante que se prendia aos livros e se recusava a viver. Acho interessante
ele querer libertar Giorgia, mas não o consegue fazer consigo mesmo. O que Matteo queria viver mas não conseguia? Ele procurou uma forma de prisão que foi o exército e a polícia, afinal, ali você deve obedecer a regras o tempo todo, não há expressão do eu. Será que o irmão era a liberdade que deseja e por isso falou que se chamava Nicola para Mirella?
que se encontrava presa diante de um sistema brutal e cruel, mas que consegue se libertar e ir para "fora". Ela tinha medo, mas com a confiança e bondade de Nicola conseguiu ir com medo mesmo.
Além de ser livre, de amar, de se entregar, ele queria fazer com as pessoas também fossem assim. É por isso que não conseguiu impedir Giulia de ir embora, ele não consegue aprisionar ninguém. Apesar de tantas dificuldades como a morte dos pais, do irmão, ele consegue se reinventar, seguir e ter a ajuda daqueles que ele ajudava com Giorgia impulsionando a falar com a autora da foto de Matteo. No final, ele é premiado por sua coragem, pois encontra um novo amor.
.
Não tem outra palavra, é um filme completamente REAL e por isso sensacional.
Débora Falabella está incrível na atuação. Amei que terminou com a música da Clarice Falcão. Segue um trecho que encaixa perfeitamente na protagonista:
Minha cabeça não é Flor que se cheire, não é Minha parceira, não faz Nada que eu peço Minha cabeça repete As mesmas coisas, repete As mesmas coisas, até Não ter mais coisa Minha cabeça escreve Mil roteiros com fins Mirabolantes em que Ninguém sai vivo
O filme parasita de Bong Joon-ho atinge a profundidade da exploração capitalista e todos os desdobramentos que esse sistema causa. É a história de uma classe que precisa de um plano ou de uma pedra para se agarrar para acreditar num futuro mais digno. O nome do filme é uma enorme ironia, inclusive. Conforme vemos o filme, temos a sensação de quem é o parasita é aquela família que se insere na família rica, mas na verdade, é contrário, são as famílias ricas que exploram o serviço dos pobres por toda a história da humanidade e que sustentam esse sistema.
Ki-jung falsifica o documento de Ki-woo e quando ele está saindo a caminho do novo emprego o pai diz estar orgulhoso do filho. Ele então diz ao pai que não considera isso uma falsificação, é só um adiantamento porque ele diz que vai entrar na faculdade no próximo ano. O pai fala que é sempre importante ter um plano. Esse é, para mim, um dos pontos centrais do filme. Essa necessidade de se ter uma plano para acreditar em um futuro melhor é na verdade um discurso que as pessoas falam para si mesmas, e que as fazem acreditar nisso para que se mantenham na posição de explorados, mas que no fundo sabem que não é verdade. Tanto que após o alagamento e que eles perdem tudo, o pai de Ki-woo fala ao filho que não existe nenhum plano com o filho agarrado na pedra da paisagem se agarrando a um fator extraordinário para acreditar num futuro diferente.
A assassinato do patrão pelo Kim Ki-taek é simbólico porque representa um momento de desvelamento daquele de tudo o que eles, enquanto meros servos, representam (ou não representam) para aquela família rica. Eles não são vistos como seres humanos dignos de sobrevivência, de ajuda e de nada. Caso não estejam servindo eles perdem sua condição de utilidade e podem ser descartados. A cena trágica do aniversário mostra toda a revolta daquele pai que vê os filhos morrendo por tentarem uma vida melhor e todo o descaso dos patrões que só se importaram com eles mesmos, como o homem pedindo a chave do carro.
O final do filme relata mais uma vez um plano que nunca se realizará. O filho, sabendo que o pai foragido se encontra preso no porão daquela mansão, sonha em se tornar rico, um dia comprar aquela casa para comprar a liberdade do pai. Todos nós já sabemos a probabilidade mínima e irrisória daquilo se tornar real. O pai está preso no porão e ali permanecerá, assim como toda a classe pobre está presa em sua condição de miserabilidade e exploração.
Durante toda a narrativa, Memo estava dizendo a verdade sobre o crime que não cometeu, mas ninguém acreditou nele por ele ser um "louco". Toda tragédia e tristeza precisa de algum culpado e neste caso, Memo foi a figura perfeita para isso (além de servir como palanque político).
Então, no final do filme mostra a avó dizendo a Ova sobre a importância da verdade "Sabe os pássaros de que seu pai corre atrás? Eles não estão voando para o Céu. Eles vêm no verão e partem no inverno". Por mais que a realidade possa ser dura e triste devemos enxergá-la, como por exemplo o homem que olhava para a parede e não conseguia se redimir frente ao crime que cometeu. Aquela era a verdade, o que ele poderia fazer diante disso?
É nesse momento que acredito que haja uma resinificação no filme sobre esse entendimento de verdade, pois usaram de uma mentira para salvar Memo, ou seja, a imaginação e tudo aquilo que representa o não real pode ser uma opção frente a dores e injustiças. Quer maior representação disso vindo de crianças e de pessoas ditas "loucas"? Verdade e imaginação são um eterno paradoxo.
As vezes vemos somente um buraco na parede ao invés de enxergarmos uma árvore.
"Dá a impressão que são escravos. Mas não havia ali um único escravo. A escravidão que havia era a vontade de ficar rico. (...) Todo homem que sentiu a 'febre do ouro' jamais se livra dela"
Como Emily diz a Mike, não é que os outros eus sejam bons ou ruins e sim que isso é o que o somos (pessoas boas, más, que amam e não amam), mas que dependendo de cada circunstância vivida agimos de determinada maneira. Ela queria mais que uma outra realidade, ela queria uma nova versão de si mesmo.
Atypical vista de longe pode parecer uma série teenager como muitas por aí, mas digo que definitivamente não é isso.
Essa série que é para todas as idades é sobre descobrir quem você é e sobre o que você quer ser, é sobre dilemas familiares, de sexualidade, frustrações com a faculdade e também profissionais, é sobre amor, é sobre amizade, é sobre a vida complexa que junta tudo isso, e deixa como "recado" que às vezes somos muito duros conosco, enfrentar medos e possíveis fracassos ao escolher os caminhos mais difíceis, mas que são sonhos ou a própria felicidade. É sobre se reinventar. É ir de encontro ao novo.
Tudo isso com uma construção e diálogos - de uma delicadeza e leveza - que fazem sorrir, chorar e dar um aperto no estômago ao mesmo tempo.
Ponto alto: Atuações completamente fenomenais de Brad Pitt e Leonardo DiCaprio. Fica impossível dizer qual foi melhor.
Ponto baixo: A forma como as personagens femininas foram colocodas me irritou (principalmente a Sharon Tate) de forma estereotipada e sexualizada quase a todo momento.
Acho que Tarantino brinca muito com o nome do filme porque é justamente um conto de fandas que Hollywood gostaria que fosse verdade em que tudo dá certo no final.
Que trilha sonora perfeita. A fotografia, as luzes e cores combinado com as músicas encaixaram de forma magnífica. Tudo isso, junto com a maravilhosa atuação de Zendaya, fazem dessa série, com absoluta certeza, uma das melhores desse estilo.
Meu Deus, não sei se deveria ter assisitido esse filme. Meu coração está doendo e não consigo conter as lágrimas faz algum tempo. (E olha que eu assisto muito filme triste e pesado).
Esse filme entra em uma outra dimensão da tristeza. A forma como é construído é que nos traz toda a emoção, de início eu já entendi o que iria acontecer, mas não é a surpresa que te faz sofrer, mas sim a maneira como as coisas vão acontecendo.
Não sei quem mais me destruiu.... Setsuko com seus choros e alegrias ou Seita com sua resistência para seguir cuidando da irmã mesmo estando despedaçado.
Deixando as questões técnicas de lado : que experiência maravilhosa poder ver esse filme novamente no cinema. Quantas lembranças tristes e boas tudo isso me trouxe.
O filme que me fez questionar desde criança questões tão profundas como "o que é a vida?" (tem ou não sentido?) e ainda "quem eu sou?" E agora, voltar a assisti-lo como adulta e me emocionar novamente, sem as devidas respostas, afinal, são perguntas que não tem respostas.
É isso que o cinema faz com as nossas vidas! Viva essa arte maravilhosa <3
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraTantas questões existenciais filosóficas passam por esse filme... algumas das minhas interpretações:
A rosquinha: representa o tudo, a Verdade, e também o caos. Afinal, nossa imaginação é o próprio multiverso do "TODO" que o filme aborda, quem nunca se viu em milhões de outros universos questionando suas escolhas (filosofia existencial de Sartre) e sem olha o tempo-presente, deixando escapar afetos e momentos especiais. O caos é lugar de dor, ao tentar viver tudo não se vive nada.
O olho: uma simplicidade, uma singularidade. Representa justamente a antítese da rosquinha. O olho é uma maneira sensível de ver a vida pelo lado bom, pode parecer piegas, mas é profundo. Num mundo cheio de injustiças, desigualdades, tristezas, violências, ver a vida através do olhar da bondade e as coisas bonitas do real pode ser a única maneira de sobreviver.
As mãos de salsicha: você já percebeu o quão estranho é tudo? absolutamente tudo é estranho. Por que as coisas são no formato que são? Nosso corpo, a natureza, enfim, tudo, sob o olhar cósmico é absurdo, assim como nos parece mãos de salsicha.
Os saltos multiverso: sempre acionados pela aleatoriedade, os saltos multiverso representam que a nossa "sorte" também é jogada ao vento, um componente da vida do qual não temos nenhum controle e que nos leva aos lugares mais inusitados ou mais comuns.
Ao final, percebo através dessa obra prima, como é difícil lidar com as faltas, que o todo/tudo é apenas um ideal que não nos permite viver o presente, o ser agora. Todas as escolhas nos levaram aonde estamos agora, escolhas essas que as vezes repetimos em círculos familiares e que causam dor. Quebrar a corrente requer bastante consciência, como foi com Evelyn ao romper o padrão de comportamento que o pai teve com ela e que ela estava replicando com sua filha. Viver com faltas, com imperfeições, mas sempre buscando lutar contra nossos próprios monstros talvez seja a forma mais digna e sincera (conosco e com aqueles que amamos) da nossa passagem por esse mundo/universo.
Entrou para os favoritos, não tinha como ser diferente.
Triângulo da Tristeza
3.6 761 Assista AgoraO filme provoca uma série de contradições:
O casal que produz granada sendo morto por uma granada.
A mulher que vende "merda" (agrotóxicos) morrendo de diarréia e vomitando.
E Carl que queria tanto igualdade de gênero, acabou numa sociedade matriarca sendo explorado sexualmente.
Acho que alguns momentos passou um pouco do tom, mas vale pelo enredo e pela crítica.
Memória
3.5 69 Assista AgoraGostei da forma como ela descreve o som, é uma mistura de sentidos interessante. Talvez essa mistura de sentidos é o que pode nos permitir resgatar as memórias de um objeto/ser pelo toque... Enfim, viagens de um grande mistério.
Love Life (2ª Temporada)
3.5 9todo mundo falando que gostou mais da 1 temporada enquanto eu achei no mesmo nível....amei as personagens e tudo envolta!
A Excêntrica Família de Antonia
4.3 362"- Nada morre para sempre. Alguma coisa sempre fica de onde outra nasce.
Assim a vida começa, sem saber de onde veio ou por que existe.
- Mas por quê?
- Porque a vida quer viver
- E não existe um céu?
- Esta é a única dança que dançamos"
E no final temos Antonia e Bas dançando (jovens e mais velhos) com toda a família reunida. Esta é a única dança que dançamos, a dança da vida e a da morte, num eterno ciclo.
Triste em ver esse filme somente agora, mas feliz em ver esse filme antes de morrer.
Mass
4.0 71 Assista AgoraOs quatro trabalham bem, mas pra mim a atuação do Reed Birney (Richard) é fora da curva. Pude sentir o seu desconforto, a sua raiva, a sua dor, o ser orgulho e apesar de tudo o seu amor.
É mto difícil falar sobre coisas inexplicáveis e absurdas que não possuem nenhum sentido de acontecer. E o filme consegue fazer esse diálogo possível, por mais trasbordado de dor que ele estivesse (de ambas partes), a conversa acontece.
Ir em direção oposta a vingança é um ato de muita coragem. É compreensível quem queira ser vingativo numa situação dessas, mas isso não irá suprimir e nem preencher o vazio da morte. Acredito que o perdão, apesar de ser muito mais difícil, é o que mais honra nossa capacidade humana de evoluir/transcender.
Obs: fiquei na dúvida pq no último terço do filme a tela diminui... será que é pq cada vez mais a sala está ficando pequena? ou pq eles estão chegando perto da ferida? ou pq é quando finalmente Jay e Gail se desarmam da raiva e se abrem para a possibilidade de perdoar? se for isso, pq o diretor não fez o contrário (deixou a imagem menor e depois ampliou? enfim, questionamentos...
O Passado
3.9 296 Assista AgoraAchei interessante que
Marie e Samir vão ter que conviver com a dúvida se Céline viu ou não os emails, da mesma forma que eles vivem a dúvida se ela irá voltar ou não a vida.
Além disso, esse filme nos ensina o que devemos cortar pq tem problemas que não nos pertence. Se estamos bem para ajudar ok, mas caso contrário isso pode nos consumir de uma forma que nos destrói, acho que isso que o personagem de Ahmad nos ensina.
Meu Pai
4.4 1,2K Assista AgoraAlguns detalhes desse filme são incríveis:
as cadeiras do consultório que aparecem no "apartamento", o corredor da casa de asilo fazendo alusão aos corredores dos apartamentos que ele acreditava estar, o apego dele com o relógio a todo instante como a única coisa que lhe desse algum controle naquele momento na sua vida (algo de concreto que lhe dava segurança em meio a tantas desconfianças provocadas por sua mente), o enfermeiro falando frases que ele de fato deve ter escutado no passado antes de ir para o asilo, as cenas repetidas ora interpretadas pela filha/marido da filha, ora pelos enfermeiros...
Todos esses acontecimentos nos mostram que a condição na qual Anthony estava não era um completo esquecimento, mas sim uma mistura de vivências e talvez imaginações que ao final do filme nos deixa confusos e na dúvida eterna do que realmente aconteceu.
A Melhor Juventude
4.3 55É um filme que trás tanto conteúdo... geralmente vemos um filme sobre um assunto X específico e esse consegue abarcar tanto: política, saúde mental, amor, amizade, família, economia, militância, história, morte, vida, felicidade, tristeza, frustrações financeiras, angústias existenciais e práticas da vida cotidiana. É nesse aspecto que achei um filmaço porque, afinal de contas, em nossas vidas todas essas questões nos perpassam e é isso faz nossas vidas tão complexas (Ainda nesse sentido o filme me lembrou boyhood - que trás um pouco do contexto estadunidense ao invés do italiano).
O filme deixa muitas interrogações ao final como: o que se passava com Matteo? um personagem muito intrigante que se prendia aos livros e se recusava a viver. Acho interessante
ele querer libertar Giorgia, mas não o consegue fazer consigo mesmo. O que Matteo queria viver mas não conseguia? Ele procurou uma forma de prisão que foi o exército e a polícia, afinal, ali você deve obedecer a regras o tempo todo, não há expressão do eu. Será que o irmão era a liberdade que deseja e por isso falou que se chamava Nicola para Mirella?
Outra personagem instigante é Giorgia
que se encontrava presa diante de um sistema brutal e cruel, mas que consegue se libertar e ir para "fora". Ela tinha medo, mas com a confiança e bondade de Nicola conseguiu ir com medo mesmo.
Mas o que falar de Nicola?
Além de ser livre, de amar, de se entregar, ele queria fazer com as pessoas também fossem assim. É por isso que não conseguiu impedir Giulia de ir embora, ele não consegue aprisionar ninguém. Apesar de tantas dificuldades como a morte dos pais, do irmão, ele consegue se reinventar, seguir e ter a ajuda daqueles que ele ajudava com Giorgia impulsionando a falar com a autora da foto de Matteo. No final, ele é premiado por sua coragem, pois encontra um novo amor.
Não tem outra palavra, é um filme completamente REAL e por isso sensacional.
Cruella
4.0 1,4K Assista AgoraImpossível não associar Cruella com Lady Gaga (as duas brilhantes naquilo que fazem). Filme bom com atuação mais uma vez perfeita de Emma Stone.
Depois a Louca Sou Eu
3.4 142 Assista AgoraDébora Falabella está incrível na atuação. Amei que terminou com a música da Clarice Falcão. Segue um trecho que encaixa perfeitamente na protagonista:
Minha cabeça não é
Flor que se cheire, não é
Minha parceira, não faz
Nada que eu peço
Minha cabeça repete
As mesmas coisas, repete
As mesmas coisas, até
Não ter mais coisa
Minha cabeça escreve
Mil roteiros com fins
Mirabolantes em que
Ninguém sai vivo
A Mulher na Janela
3.0 1,1K Assista AgoraÉ minha querida Amy, o oscar não vai vir de novo e mais uma vez a culpa não é sua.
Divinas
4.2 221 Assista AgoraFilme impactante com uma direção original e sensível.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraO filme parasita de Bong Joon-ho atinge a profundidade da exploração capitalista e todos os desdobramentos que esse sistema causa. É a história de uma classe que precisa de um plano ou de uma pedra para se agarrar para acreditar num futuro mais digno. O nome do filme é uma enorme ironia, inclusive. Conforme vemos o filme, temos a sensação de quem é o parasita é aquela família que se insere na família rica, mas na verdade, é contrário, são as famílias ricas que exploram o serviço dos pobres por toda a história da humanidade e que sustentam esse sistema.
Ki-jung falsifica o documento de Ki-woo e quando ele está saindo a caminho do novo emprego o pai diz estar orgulhoso do filho. Ele então diz ao pai que não considera isso uma falsificação, é só um adiantamento porque ele diz que vai entrar na faculdade no próximo ano. O pai fala que é sempre importante ter um plano. Esse é, para mim, um dos pontos centrais do filme. Essa necessidade de se ter uma plano para acreditar em um futuro melhor é na verdade um discurso que as pessoas falam para si mesmas, e que as fazem acreditar nisso para que se mantenham na posição de explorados, mas que no fundo sabem que não é verdade. Tanto que após o alagamento e que eles perdem tudo, o pai de Ki-woo fala ao filho que não existe nenhum plano com o filho agarrado na pedra da paisagem se agarrando a um fator extraordinário para acreditar num futuro diferente.
A assassinato do patrão pelo Kim Ki-taek é simbólico porque representa um momento de desvelamento daquele de tudo o que eles, enquanto meros servos, representam (ou não representam) para aquela família rica. Eles não são vistos como seres humanos dignos de sobrevivência, de ajuda e de nada. Caso não estejam servindo eles perdem sua condição de utilidade e podem ser descartados. A cena trágica do aniversário mostra toda a revolta daquele pai que vê os filhos morrendo por tentarem uma vida melhor e todo o descaso dos patrões que só se importaram com eles mesmos, como o homem pedindo a chave do carro.
O final do filme relata mais uma vez um plano que nunca se realizará. O filho, sabendo que o pai foragido se encontra preso no porão daquela mansão, sonha em se tornar rico, um dia comprar aquela casa para comprar a liberdade do pai. Todos nós já sabemos a probabilidade mínima e irrisória daquilo se tornar real. O pai está preso no porão e ali permanecerá, assim como toda a classe pobre está presa em sua condição de miserabilidade e exploração.
Catártico, triste e real.
Milagre na Cela 7
4.1 1,2K Assista AgoraPra mim este filme é um filme sobre a verdade.
Durante toda a narrativa, Memo estava dizendo a verdade sobre o crime que não cometeu, mas ninguém acreditou nele por ele ser um "louco". Toda tragédia e tristeza precisa de algum culpado e neste caso, Memo foi a figura perfeita para isso (além de servir como palanque político).
Então, no final do filme mostra a avó dizendo a Ova sobre a importância da verdade "Sabe os pássaros de que seu pai corre atrás? Eles não estão voando para o Céu. Eles vêm no verão e partem no inverno". Por mais que a realidade possa ser dura e triste devemos enxergá-la, como por exemplo o homem que olhava para a parede e não conseguia se redimir frente ao crime que cometeu. Aquela era a verdade, o que ele poderia fazer diante disso?
É nesse momento que acredito que haja uma resinificação no filme sobre esse entendimento de verdade, pois usaram de uma mentira para salvar Memo, ou seja, a imaginação e tudo aquilo que representa o não real pode ser uma opção frente a dores e injustiças. Quer maior representação disso vindo de crianças e de pessoas ditas "loucas"? Verdade e imaginação são um eterno paradoxo.
As vezes vemos somente um buraco na parede ao invés de enxergarmos uma árvore.
Fleabag (2ª Temporada)
4.7 903 Assista AgoraPhoebe Waller-Bridge, eu te venero!
O Sal da Terra
4.6 451 Assista AgoraDefinitivamente, a frase que mais marcou nesse documentário foi, logo no início, sobre serra pelada:
"Dá a impressão que são escravos.
Mas não havia ali um único escravo.
A escravidão que havia era a vontade de ficar rico.
(...)
Todo homem que sentiu a 'febre do ouro'
jamais se livra dela"
Coerência
4.0 1,4K Assista AgoraAcredito que para além das teorias físicas o que esse filme quer passar é a multiplicidade dentro de nós mesmos.
Como Emily diz a Mike, não é que os outros eus sejam bons ou ruins e sim que isso é o que o somos (pessoas boas, más, que amam e não amam), mas que dependendo de cada circunstância vivida agimos de determinada maneira. Ela queria mais que uma outra realidade, ela queria uma nova versão de si mesmo.
Atypical (3ª Temporada)
4.4 344 Assista AgoraAtypical vista de longe pode parecer uma série teenager como muitas por aí, mas digo que definitivamente não é isso.
Essa série que é para todas as idades é sobre descobrir quem você é e sobre o que você quer ser, é sobre dilemas familiares, de sexualidade, frustrações com a faculdade e também profissionais, é sobre amor, é sobre amizade, é sobre a vida complexa que junta tudo isso, e deixa como "recado" que às vezes somos muito duros conosco, enfrentar medos e possíveis fracassos ao escolher os caminhos mais difíceis, mas que são sonhos ou a própria felicidade. É sobre se reinventar. É ir de encontro ao novo.
Tudo isso com uma construção e diálogos - de uma delicadeza e leveza - que fazem sorrir, chorar e dar um aperto no estômago ao mesmo tempo.
Alguém Especial
3.4 306 Assista AgoraEu só queria ver em looping infinito a cena da Jenny e da Erin dançando e cantando Truth Hurts
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraPonto alto: Atuações completamente fenomenais de Brad Pitt e Leonardo DiCaprio. Fica impossível dizer qual foi melhor.
Ponto baixo: A forma como as personagens femininas foram colocodas me irritou (principalmente a Sharon Tate) de forma estereotipada e sexualizada quase a todo momento.
Obs:
Acho que Tarantino brinca muito com o nome do filme porque é justamente um conto de fandas que Hollywood gostaria que fosse verdade em que tudo dá certo no final.
Euphoria (1ª Temporada)
4.3 898Que trilha sonora perfeita. A fotografia, as luzes e cores combinado com as músicas encaixaram de forma magnífica. Tudo isso, junto com a maravilhosa atuação de Zendaya, fazem dessa série, com absoluta certeza, uma das melhores desse estilo.
Túmulo dos Vagalumes
4.6 2,3K Assista AgoraMeu Deus, não sei se deveria ter assisitido esse filme. Meu coração está doendo e não consigo conter as lágrimas faz algum tempo. (E olha que eu assisto muito filme triste e pesado).
Esse filme entra em uma outra dimensão da tristeza. A forma como é construído é que nos traz toda a emoção, de início eu já entendi o que iria acontecer, mas não é a surpresa que te faz sofrer, mas sim a maneira como as coisas vão acontecendo.
Não sei quem mais me destruiu.... Setsuko com seus choros e alegrias ou Seita com sua resistência para seguir cuidando da irmã mesmo estando despedaçado.
O Rei Leão
3.8 1,6K Assista AgoraDeixando as questões técnicas de lado : que experiência maravilhosa poder ver esse filme novamente no cinema. Quantas lembranças tristes e boas tudo isso me trouxe.
O filme que me fez questionar desde criança questões tão profundas como "o que é a vida?" (tem ou não sentido?) e ainda "quem eu sou?" E agora, voltar a assisti-lo como adulta e me emocionar novamente, sem as devidas respostas, afinal, são perguntas que não tem respostas.
É isso que o cinema faz com as nossas vidas! Viva essa arte maravilhosa <3