Assim como acontece em Um Dia de Fúria, várias estórias são contadas em ritmo de tragicomédia tendo em comum a vingança executada pelos seus protagonistas após uma crise de estresse e ódio, levando-os a praticar atos extremos de irracionalidade. O brilhante roteiro ainda aborda temas como negligência, corrupção, infidelidade, mostrando que todos nós poderemos aflorar o nosso lado insano e animal, bastando para isso o estímulo certo. A tênue fronteira da civilização e barbárie.
Às vezes o filme é taxado de monótono, cansativo e o ator inexpressivo. Mas é justamente esses recursos que o diretor Nicolas Refn utiliza para demonstrar a natureza do personagem brilhantemente interpretado por Ryan Gosling. Sua natureza é claramente evidenciada a todo momento no filme com a figura de um escorpião estampada em sua jaqueta. Um animal pequeno, quieto e que quando atiçado, ataca ferozmente com sua picada letal. Isso é demonstrado no longa, onde na primeira metade um motorista apático e monossilábico tem a sua vida monótona quebrada com a aproximação de sua vizinha, revelando posteriormente que foi a melhor coisa que aconteceu em sua existência. Quando o seu objeto de encanto é ameaçado, se torna assustadoramente violento, tornando maior o contraste do seu modo de agir apresentado na primeira metade, onde aí se utilizam as cenas de violência explícitas e sangue. Essa é a essência de um escorpião, suave e violento, como na cena do elevador, onde após um beijo, cenas extremas de selvageria e sangue são demonstradas ao destruir uma cabeça. Seu foco pela amada é tão intenso e único que não se importa em ajudar o marido recém-saído da prisão e nem de deixar uma mala de dinheiro jogada na rua ao lado de sua última presa.
Não é preciso nem comentar sobre o brilhantismo no estilo visual noir e a trilha sonora oitentista sintetizada assinada por Cliff Martinez. Finalizando, um ótimo elenco de apoio com a bela Carey Mulligan, o sumido Albert Brooks e o hilário Ron Perlman. Revisado com louvor.
Reunindo novamente a dupla Ron Howard e Russel Crowe, que arrebataram os prêmios em 2001 por Uma Mente Brilhante, dessa vez não conseguiram repetir o feito com esse A Luta Pela Esperança, que conseguiu apenas as indicações ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Montagem e Melhor Maquiagem. É mais um retrato da Grande Depressão que assolou os EUA nos anos 20 do que propriamente sobre o boxe, que descreve o sofrimento e o renascimento de um grande boxeador que luta não pelo esporte, mas para manter uma vida digna para a sua família. Tocante e com boas cenas de luta, confirma a versatilidade e esforço de Russel Crowe, que precisou emagrecer mais de 20 kilos e treinar para o papel com Angelo Dundee, que treinou Muhamad Ali, Sugar Ray Leonard e até o Maguila.
Com belíssimas locações em Budapeste e Roma, o filme procura manter o mais fiel possível da realidade sem as pirotecnias costumeiras em filmes sobre possessão, onde para muitos se torna um filme mediano e chato, somado às cenas didáticas que explicam sobre a possessão e o exorcismo. Nada inovador, com as tradicionais discussões sobre fé e ceticismo, destaque para a sempre ótima atuação de Anthony Hopkins.
Apesar de ter Sam Raimi envolvido na produção do filme, o resultado somente é razoável, com destaque para a atuação de Natasha Calis. As cenas de exorcismo são medianas e nenhuma novidade no gênero, com a exceção de que ao invés da igreja católica entra em cena o judaísmo e a caixa dybbuk, um antigo artefato judaico.
Tem seus momentos tensos, premissa criativa mas a tentativa de realizar um paralelo entre o presente e o passado chega a ser confuso, aliado a um final que não agrada a todos. Apesar de tudo, uma experiência válida e acima da média.
Apesar de ser outro found footage, conseguiram criar uma permanente atmosfera sombria, as atuações estão até boas, principalmente do Padre Thomas e da Madre Superiora. Não há muitas cenas chatas até porque o filme é curtíssimo, mais um ponto a favor, e cria-se uma interessante reflexão de um padre cético a respeito da existência de milagres. Esperava um completo desastre que não se concretizou.
M. Night Shyamalan perde a chance de finalizar sua trilogia com um filme especial, trazendo ao público uma obra divertida porém contida. Bruce Willis e Samuel L. Jackson retornam mas pouco fazem durante o longa, que é totalmente dominado pelo James McAvoy e suas inúmeras personalidades, onde em Fragmentado deu um show, e aqui chega a cansar com tamanha repetição, mas felizmente com mais aparição da fera. O papel da Dra. Ellie Staple ficaria melhor se Shyamalan tivesse entregue à Bryce Dallas Howard, e Anya Taylor-Joy também poderia ter um papel mais importante no roteiro.
Chega a cansar também o cenário claustrofóbico da prisão onde os personagens permanecem encarcerados durante todo o tempo, saindo apenas nos seus momentos finais. O embate final alardeado que seria em um enorme prédio não acontece, aumentando ainda mais a frustração. Entretanto, ao final, Vidro consegue emocionar com um misto de saudosismo e tristeza, pelo destino de seus personagens e as cenas dos outros filmes nos créditos finais, uma boa estória embalada em uma ótima trilha sonora, faltando apenas aquele plot twist tão presente nos filmes de Shyamalan.
Um retalho de vários outros filmes que diverte mas altamente esquecível. Fora que os cenários ou salas são muito complexos e diferentes a ponto de ser difícil de acreditar sobre a existência de conexão entre eles. Boa dinâmica e sangue reduzido.
Aborda de forma bem humorada não somente a questão racial mas também outros pontos como o vazio e a solidão por trás do sucesso e o autodesenvolvimento pessoal. A química e a atuação primorosa da dupla central é fundamental para o sucesso dessa história baseada em fatos reais, apesar da família do músico ter contestado a veracidade da obra. Tocante, sensível e com carisma, lembra muito o ganhador do Oscar Conduzindo Miss Daisy, com sua temática semelhante e papéis invertidos. Torcida para que o resultado seja equivalente.
Parte técnica impecável, figurinos, produção, atuação primorosa de Olivia Colman. Emma Stone também está ótima, e Rachel Weisz se esforça apesar de seu papel desfavorecer um pouco sua atuação. Nicholas Hoult também se destaca em meio ao poderio feminino. Uma divertida sátira da realeza britânica do século 18, que felizmente optou por destacar mais a decadência e a sexualidade da rainha e a ambição de suas protegidas ao invés de enveredar pela política e pela iminente guerra com a França. Um destaque positivo para 2018.
Talvez corra o risco de escrever uma heresia sobre o filme aqui, mas mesmo ciente de todas as críticas já lidas de que o filme é chato, tedioso etc, e me preparando psicologicamente para assistí-lo com expectativas reduzidas, ainda assim ele não me encantou. Não me incomodou o fato de terem filmado em preto e branco, que aliás deu ao filme até um charme e uma belíssima fotografia. Mas sinto que assisti a um filme experimental de um aluno de cinema. Os longos takes contemplativos, a falta de criatividade e a repetitividade da movimentação da câmera, os cortes um pouco imprecisos e a falta de objetividade em algumas cenas incomodaram. A personagem Cleo apresenta uma passividade excessiva e uma falta de expressividade mesmo passando por percalços e atritos que me pareceu uma daquelas figurantes de fundo dos episódios do Chaves. Já observamos essas técnicas e características em outros filmes estrangeiros, mas com um resultado superior, e tendo a autoria de Cuarón, se esperava bem mais. Quando assistimos a uma obra aclamada pela crítica e não gostamos temos a sensação de que não temos a sensibilidade e apuro para apreciar uma obra, e assim ficamos refletindo e buscando algum significado que muitas vezes nem existe além do que foi simplesmente retratado nas cenas. Longe de ser ruim, o longa tem seus méritos e é bom, dá margem a muitas reflexões sobre o sofrimento, a diferença de classes sociais, o casamento, tem seus momentos fortes e de emoção, um plano sequência excepcional na praia, mas muito pouco em relação ao total, foi muito superestimado e nessa onda terá fortes chances de levar a estatueta de melhor filme. Como já falaram aqui, o espaço é aberto para expressar a nossa opinião e é melhor uma opinião sincera do que procurar esboçar uma falsa intelectualidade.
Despretensioso no início, o filme vai evoluindo aos poucos para um louco e violento desfecho, passando do drama para a comédia, policial e suspense. Vale pelo inusitado e pelo carisma de inúmeros personagens.
Surpreende pela originalidade e ousadia, muitas cenas explícitas e sangrentas, e de quebra propõe a diversas reflexões como o extremismo capitalista e a desvalorização da vida humana. O final divide opiniões.
Narrativa excessivamente lenta e que demora muito para acontecer algo de interessante, sem contar com um final frustrante que tenta apresentar um plot twist inteligente mas só chega a ser preguiçoso pois envereda pelo caminho mais fácil para a conclusão. Poucos momentos aterrorizantes, faz você pensar naquele outro filme que poderia ter assistido no lugar desse.
Um híbrido de guerra e horror que narra sobre a missão de um grupo de soldados enviados para destruir uma torre de comunicação nazista instalada na França, para facilitar a invasão aliada da Europa ocupada pela Alemanha, onde surge o nome do longa, que foi a designação da Batalha de Normandia, conhecida como o Dia D.
O filme nos remete à vários outros longas, como O Resgate do Soldado Ryan, Bastardos Inglórios (principalmente na cena dos soldados encondidos observando pelas frestas da casa), os zumbis ágeis de Resident Evil, até o longínquo A Casa do Espanto, que em 1985 apresentou um terror com cenas de guerra, e principalmente o soro ressuscitador de Re-Animator. É uma pena que não tenham focado mais no horror, quando ao final, aparecem os zumbis que tanto esperamos durante o filme, dando um fim neles rapidamente com uma explosão.
Pontuado por algumas cenas realmente gore, pode frustrar muitos pelo modo como foi apresentado no trailer, dando a entender que se trate de um filme de horror zumbi, mas na realidade é mais um filme de guerra que possui elementos de terror. Ainda assim, é uma boa produção travestido de trash que cumpre seu papel de entreter.
Obra que tenta se sustentar na plasticidade com incríveis cenas paradisíacas em um ponto das Ilhas Canárias, onde é contada a história real do surfista Álvaro Vizcaíno. O problema é que o filme não consegue oferecer grande atrativo emocional até porque o personagem ficou apenas 48h à mercê da natureza. Tenta também retratar o desenvolvimento psicológico do personagem, mas irá mesmo agradar quem curte um apuro visual e bela fotografia.
É uma pena que o filme não retrate fielmente os acontecimentos da Banda Queen a ponto de se tornar um pouco fantasioso e superficial, atropelando certas passagens importantes, talvez para aprofundar sua dramaticidade e torná-la mais emocional e comercial.
Alguns exemplos da distorção da realidade com a retratada no filme. Freddy não traiu a banda e assinou um contrato solo de 4 milhões escondido, todos os integrantes concordaram em diminuir o ritmo, mas nunca se separaram, e outros integrantes já até tinham gravado disco solo antes de Freddy. Também estão divergentes o modo em que Freddy se junta à banda e a ordem cronológica das canções. Cronologicamente, o show no Rio está também bastante equivocada, assim como a demissão de Paul Prenter, ocorrida após o Live Aid. Finalmente, outro ponto incorreto é a revelação à banda sobre sua condição de portador do vírus HIV, ocorrido em 1989, quatro anos após o Live Aid.
Apesar dessa "liberdade criativa" em sua narrativa incomodar um pouco, não chega a estragar o brilhantismo da obra, que eu vejo mais como uma homenagem e uma celebração ao Queen do que uma cinebiografia. Seu retumbante sucesso que está próximo de ultrapassar um bilhão de dólares em bilheteria prova que a aura da banda inglesa está mais viva do que nunca.
Uma ficção futurista não muito distante da realidade, visto que é uma nítida crítica social sobre segregação, preconceito e favorecimento dos abastados.
Um detalhe que incomoda é a sensação de que os grandes personagens estão deslocados e tem um fim que não mereciam, ou seja, um desperdício de talento de William Fichtner, Jodie Foster e Matt Damon. O exagero na atuação de Wagner Moura nos faz lembrar constantemente do seu papel em Tropa de Elite, se expressou a seu modo, diferente do esperado pelo diretor, mas obteve a aprovação de Neill Blomkamp, e Matt Damon, luta tanto para ter um fim melancólico, o que não faz sentido, visto que no meio do longa conseguem recuperar um vilão com a cabeça destroçada, mas não o mocinho.
Sharlto Copley está excelente, assim como as cenas de ação e efeitos visuais, e o longa desperta o interesse até os seus momentos finais, apesar das declarações posteriores do diretor admitindo que o roteiro foi aquém do esperado.
O filme peca substancialmente por abordar de uma forma muito branda diversas questões como o racismo, o conflito de ideologias da protagonista, defensora dos republicanos, e a professora, democrata, e transformar o jogador de futebol americano, que deveria ser o protagonista do filme em um coadjuvante, para favorecer o estrelismo de Sandra Bullock. Outro ponto que se torna estranho é a passividade com que a família age ao adotar um estranho. Nenhum dos irmãos age com ciúmes ou desconfiança, e em um determinado momento, o jovem Michael Oher provoca um acidente que quase tira a vida do pequeno S.J., sendo impressionante a reação de tranquilidade da mãe, sem esboço de qualquer tipo de reprovação pela desastrosa e neglicente ação. Assim, essa ausência de conflitos soa às vezes um tanto irreal e artificial, onde sentimos uma constante vontade do diretor de apenas agradar e comover. Fora isso, a verdadeira história não ocorreu exatamente como retratado no filme, o Michael Ohen sabia jogar futebol americano desde pequeno e não tinha aquele ar de inocência e despreparo, tanto que o verdadeiro Michael declarou que ele não foi bem retratado no longa. Entretanto...
Apesar de bem contido, a vencedora do Oscar de Melhor Atriz desempenha brilhantemente seu papel, retratando de modo eficaz toda a sua generosidade e serenidade, e o poder de transformação que a bondade e o amor altruísta é capaz de trazer a todos.
É compreensível que os jovens de hoje classifiquem essa obra de chata devido aos padrões que o filme de horror chegou hoje, mas foi uma opção consciente do diretor John Carpenter priorizar o suspense e a sugestividade, e para a época em que foi filmada e lançada, foi considerado um fenômeno, se tornou o filme independente mais rentável da história (até ser destronado por A Bruxa de Blair), e conquistou o Festival do Cinema Fantástico de Avoriaz, além de servir de diretriz para inúmeros outros filmes slasher de terror, como afirmou o próprio Victor Miller, roteirista de Sexta-Feira 13. A criação de uma atmosfera de suspense e expectativa foi inclusive inspirada no clássico Psicose de Alfred Hitchcock, tanto que o diretor chamou Jamie Lee Curtis para viver o papel de Laurie Strode, a filha de Janet Leigh, que interpretou a jovem assassinada no chuveiro de Psicose. Curiosamente, o nome Michael Myers é uma homenagem a uma pessoa que ajudou o diretor a divulgar o seu longa anterior Assalto à 13ª DP, e Laurie Strode foi o nome da primeira namorada de John Carpenter. A incrível e inesquecível trilha sonora foi composta em quatro dias pelo diretor. A obra se tornou cult por uma legião de fãs no mundo inteiro, e assim, espera-se que Haddonfield continue sempre sendo o palco de um aterrorizante espetáculo para o público.
Personagens chatos em um filme que demora para engrenar. Algumas, e bem poucas, cenas de violência e morte, vilão sem motivação ou identidade, e o que sobra são os cenários bem sugestivos do parque em um criativo jogos de luzes, o que é muito pouco.
Talvez por não conhecer o universo do personagem no mundo dos quadrinhos e pela baixa expectativa após a leitura de muitas críticas, o filme conseguiu agradar positivamente. Apesar da baixa qualidade do roteiro, as boas sequências de ação, o carisma de Tom Hardy e a sua bem humorada interação simbiótica compensaram a sessão. Questionou-se muito a falta de seriedade do Venom e a falta de sangue, que para mim não prejudicou a diversão. Só faltou um vilão e a mocinha com mais personalidade.
Relatos Selvagens
4.4 2,9K Assista AgoraAssim como acontece em Um Dia de Fúria, várias estórias são contadas em ritmo de tragicomédia tendo em comum a vingança executada pelos seus protagonistas após uma crise de estresse e ódio, levando-os a praticar atos extremos de irracionalidade. O brilhante roteiro ainda aborda temas como negligência, corrupção, infidelidade, mostrando que todos nós poderemos aflorar o nosso lado insano e animal, bastando para isso o estímulo certo. A tênue fronteira da civilização e barbárie.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraÀs vezes o filme é taxado de monótono, cansativo e o ator inexpressivo. Mas é justamente esses recursos que o diretor Nicolas Refn utiliza para demonstrar a natureza do personagem brilhantemente interpretado por Ryan Gosling. Sua natureza é claramente evidenciada a todo momento no filme com a figura de um escorpião estampada em sua jaqueta. Um animal pequeno, quieto e que quando atiçado, ataca ferozmente com sua picada letal. Isso é demonstrado no longa, onde na primeira metade um motorista apático e monossilábico tem a sua vida monótona quebrada com a aproximação de sua vizinha, revelando posteriormente que foi a melhor coisa que aconteceu em sua existência. Quando o seu objeto de encanto é ameaçado, se torna assustadoramente violento, tornando maior o contraste do seu modo de agir apresentado na primeira metade, onde aí se utilizam as cenas de violência explícitas e sangue. Essa é a essência de um escorpião, suave e violento, como na cena do elevador, onde após um beijo, cenas extremas de selvageria e sangue são demonstradas ao destruir uma cabeça. Seu foco pela amada é tão intenso e único que não se importa em ajudar o marido recém-saído da prisão e nem de deixar uma mala de dinheiro jogada na rua ao lado de sua última presa.
Não é preciso nem comentar sobre o brilhantismo no estilo visual noir e a trilha sonora oitentista sintetizada assinada por Cliff Martinez. Finalizando, um ótimo elenco de apoio com a bela Carey Mulligan, o sumido Albert Brooks e o hilário Ron Perlman. Revisado com louvor.
A Luta Pela Esperança
4.0 273 Assista AgoraReunindo novamente a dupla Ron Howard e Russel Crowe, que arrebataram os prêmios em 2001 por Uma Mente Brilhante, dessa vez não conseguiram repetir o feito com esse A Luta Pela Esperança, que conseguiu apenas as indicações ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, Melhor Montagem e Melhor Maquiagem.
É mais um retrato da Grande Depressão que assolou os EUA nos anos 20 do que propriamente sobre o boxe, que descreve o sofrimento e o renascimento de um grande boxeador que luta não pelo esporte, mas para manter uma vida digna para a sua família. Tocante e com boas cenas de luta, confirma a versatilidade e esforço de Russel Crowe, que precisou emagrecer mais de 20 kilos e treinar para o papel com Angelo Dundee, que treinou Muhamad Ali, Sugar Ray Leonard e até o Maguila.
O Ritual
3.3 1,9K Assista AgoraCom belíssimas locações em Budapeste e Roma, o filme procura manter o mais fiel possível da realidade sem as pirotecnias costumeiras em filmes sobre possessão, onde para muitos se torna um filme mediano e chato, somado às cenas didáticas que explicam sobre a possessão e o exorcismo. Nada inovador, com as tradicionais discussões sobre fé e ceticismo, destaque para a sempre ótima atuação de Anthony Hopkins.
Possessão
2.8 1,3K Assista AgoraApesar de ter Sam Raimi envolvido na produção do filme, o resultado somente é razoável, com destaque para a atuação de Natasha Calis. As cenas de exorcismo são medianas e nenhuma novidade no gênero, com a exceção de que ao invés da igreja católica entra em cena o judaísmo e a caixa dybbuk, um antigo artefato judaico.
O Espelho
2.9 931 Assista AgoraTem seus momentos tensos, premissa criativa mas a tentativa de realizar um paralelo entre o presente e o passado chega a ser confuso, aliado a um final que não agrada a todos. Apesar de tudo, uma experiência válida e acima da média.
A Maldição da Freira
2.4 95 Assista AgoraApesar de ser outro found footage, conseguiram criar uma permanente atmosfera sombria, as atuações estão até boas, principalmente do Padre Thomas e da Madre Superiora. Não há muitas cenas chatas até porque o filme é curtíssimo, mais um ponto a favor, e cria-se uma interessante reflexão de um padre cético a respeito da existência de milagres. Esperava um completo desastre que não se concretizou.
Vidro
3.5 1,3K Assista AgoraM. Night Shyamalan perde a chance de finalizar sua trilogia com um filme especial, trazendo ao público uma obra divertida porém contida. Bruce Willis e Samuel L. Jackson retornam mas pouco fazem durante o longa, que é totalmente dominado pelo James McAvoy e suas inúmeras personalidades, onde em Fragmentado deu um show, e aqui chega a cansar com tamanha repetição, mas felizmente com mais aparição da fera.
O papel da Dra. Ellie Staple ficaria melhor se Shyamalan tivesse entregue à Bryce Dallas Howard, e Anya Taylor-Joy também poderia ter um papel mais importante no roteiro.
Chega a cansar também o cenário claustrofóbico da prisão onde os personagens permanecem encarcerados durante todo o tempo, saindo apenas nos seus momentos finais. O embate final alardeado que seria em um enorme prédio não acontece, aumentando ainda mais a frustração.
Entretanto, ao final, Vidro consegue emocionar com um misto de saudosismo e tristeza, pelo destino de seus personagens e as cenas dos outros filmes nos créditos finais, uma boa estória embalada em uma ótima trilha sonora, faltando apenas aquele plot twist tão presente nos filmes de Shyamalan.
Escape Room: O Jogo
3.1 754 Assista AgoraUm retalho de vários outros filmes que diverte mas altamente esquecível. Fora que os cenários ou salas são muito complexos e diferentes a ponto de ser difícil de acreditar sobre a existência de conexão entre eles. Boa dinâmica e sangue reduzido.
Green Book: O Guia
4.1 1,5K Assista AgoraAborda de forma bem humorada não somente a questão racial mas também outros pontos como o vazio e a solidão por trás do sucesso e o autodesenvolvimento pessoal.
A química e a atuação primorosa da dupla central é fundamental para o sucesso dessa história baseada em fatos reais, apesar da família do músico ter contestado a veracidade da obra.
Tocante, sensível e com carisma, lembra muito o ganhador do Oscar Conduzindo Miss Daisy, com sua temática semelhante e papéis invertidos. Torcida para que o resultado seja equivalente.
A Favorita
3.9 1,2K Assista AgoraParte técnica impecável, figurinos, produção, atuação primorosa de Olivia Colman. Emma Stone também está ótima, e Rachel Weisz se esforça apesar de seu papel desfavorecer um pouco sua atuação. Nicholas Hoult também se destaca em meio ao poderio feminino. Uma divertida sátira da realeza britânica do século 18, que felizmente optou por destacar mais a decadência e a sexualidade da rainha e a ambição de suas protegidas ao invés de enveredar pela política e pela iminente guerra com a França. Um destaque positivo para 2018.
Roma
4.1 1,4K Assista AgoraTalvez corra o risco de escrever uma heresia sobre o filme aqui, mas mesmo ciente de todas as críticas já lidas de que o filme é chato, tedioso etc, e me preparando psicologicamente para assistí-lo com expectativas reduzidas, ainda assim ele não me encantou. Não me incomodou o fato de terem filmado em preto e branco, que aliás deu ao filme até um charme e uma belíssima fotografia. Mas sinto que assisti a um filme experimental de um aluno de cinema. Os longos takes contemplativos, a falta de criatividade e a repetitividade da movimentação da câmera, os cortes um pouco imprecisos e a falta de objetividade em algumas cenas incomodaram. A personagem Cleo apresenta uma passividade excessiva e uma falta de expressividade mesmo passando por percalços e atritos que me pareceu uma daquelas figurantes de fundo dos episódios do Chaves.
Já observamos essas técnicas e características em outros filmes estrangeiros, mas com um resultado superior, e tendo a autoria de Cuarón, se esperava bem mais. Quando assistimos a uma obra aclamada pela crítica e não gostamos temos a sensação de que não temos a sensibilidade e apuro para apreciar uma obra, e assim ficamos refletindo e buscando algum significado que muitas vezes nem existe além do que foi simplesmente retratado nas cenas. Longe de ser ruim, o longa tem seus méritos e é bom, dá margem a muitas reflexões sobre o sofrimento, a diferença de classes sociais, o casamento, tem seus momentos fortes e de emoção, um plano sequência excepcional na praia, mas muito pouco em relação ao total, foi muito superestimado e nessa onda terá fortes chances de levar a estatueta de melhor filme. Como já falaram aqui, o espaço é aberto para expressar a nossa opinião e é melhor uma opinião sincera do que procurar esboçar uma falsa intelectualidade.
Já Não Me Sinto em Casa Nesse Mundo
3.3 382 Assista AgoraDespretensioso no início, o filme vai evoluindo aos poucos para um louco e violento desfecho, passando do drama para a comédia, policial e suspense. Vale pelo inusitado e pelo carisma de inúmeros personagens.
Dry Blood
2.7 12Roteiro fraco, suspense nulo, confuso e algum sangue no final. Perda de tempo.
Repo Men: O Resgate de Órgãos
3.4 658 Assista AgoraSurpreende pela originalidade e ousadia, muitas cenas explícitas e sangrentas, e de quebra propõe a diversas reflexões como o extremismo capitalista e a desvalorização da vida humana. O final divide opiniões.
Histórias de Além-Túmulo
3.2 243 Assista AgoraNarrativa excessivamente lenta e que demora muito para acontecer algo de interessante, sem contar com um final frustrante que tenta apresentar um plot twist inteligente mas só chega a ser preguiçoso pois envereda pelo caminho mais fácil para a conclusão. Poucos momentos aterrorizantes, faz você pensar naquele outro filme que poderia ter assistido no lugar desse.
Operação Overlord
3.3 502 Assista AgoraUm híbrido de guerra e horror que narra sobre a missão de um grupo de soldados enviados para destruir uma torre de comunicação nazista instalada na França, para facilitar a invasão aliada da Europa ocupada pela Alemanha, onde surge o nome do longa, que foi a designação da Batalha de Normandia, conhecida como o Dia D.
O filme nos remete à vários outros longas, como O Resgate do Soldado Ryan, Bastardos Inglórios (principalmente na cena dos soldados encondidos observando pelas frestas da casa), os zumbis ágeis de Resident Evil, até o longínquo A Casa do Espanto, que em 1985 apresentou um terror com cenas de guerra, e principalmente o soro ressuscitador de Re-Animator. É uma pena que não tenham focado mais no horror, quando ao final, aparecem os zumbis que tanto esperamos durante o filme, dando um fim neles rapidamente com uma explosão.
Pontuado por algumas cenas realmente gore, pode frustrar muitos pelo modo como foi apresentado no trailer, dando a entender que se trate de um filme de horror zumbi, mas na realidade é mais um filme de guerra que possui elementos de terror. Ainda assim, é uma boa produção travestido de trash que cumpre seu papel de entreter.
Solo
2.5 91 Assista AgoraObra que tenta se sustentar na plasticidade com incríveis cenas paradisíacas em um ponto das Ilhas Canárias, onde é contada a história real do surfista Álvaro Vizcaíno. O problema é que o filme não consegue oferecer grande atrativo emocional até porque o personagem ficou apenas 48h à mercê da natureza. Tenta também retratar o desenvolvimento psicológico do personagem, mas irá mesmo agradar quem curte um apuro visual e bela fotografia.
Bohemian Rhapsody
4.1 2,2K Assista AgoraÉ uma pena que o filme não retrate fielmente os acontecimentos da Banda Queen a ponto de se tornar um pouco fantasioso e superficial, atropelando certas passagens importantes, talvez para aprofundar sua dramaticidade e torná-la mais emocional e comercial.
Alguns exemplos da distorção da realidade com a retratada no filme. Freddy não traiu a banda e assinou um contrato solo de 4 milhões escondido, todos os integrantes concordaram em diminuir o ritmo, mas nunca se separaram, e outros integrantes já até tinham gravado disco solo antes de Freddy. Também estão divergentes o modo em que Freddy se junta à banda e a ordem cronológica das canções. Cronologicamente, o show no Rio está também bastante equivocada, assim como a demissão de Paul Prenter, ocorrida após o Live Aid. Finalmente, outro ponto incorreto é a revelação à banda sobre sua condição de portador do vírus HIV, ocorrido em 1989, quatro anos após o Live Aid.
Apesar dessa "liberdade criativa" em sua narrativa incomodar um pouco, não chega a estragar o brilhantismo da obra, que eu vejo mais como uma homenagem e uma celebração ao Queen do que uma cinebiografia. Seu retumbante sucesso que está próximo de ultrapassar um bilhão de dólares em bilheteria prova que a aura da banda inglesa está mais viva do que nunca.
Elysium
3.3 2,0K Assista AgoraUma ficção futurista não muito distante da realidade, visto que é uma nítida crítica social sobre segregação, preconceito e favorecimento dos abastados.
Um detalhe que incomoda é a sensação de que os grandes personagens estão deslocados e tem um fim que não mereciam, ou seja, um desperdício de talento de William Fichtner, Jodie Foster e Matt Damon. O exagero na atuação de Wagner Moura nos faz lembrar constantemente do seu papel em Tropa de Elite, se expressou a seu modo, diferente do esperado pelo diretor, mas obteve a aprovação de Neill Blomkamp, e Matt Damon, luta tanto para ter um fim melancólico, o que não faz sentido, visto que no meio do longa conseguem recuperar um vilão com a cabeça destroçada, mas não o mocinho.
Sharlto Copley está excelente, assim como as cenas de ação e efeitos visuais, e o longa desperta o interesse até os seus momentos finais, apesar das declarações posteriores do diretor admitindo que o roteiro foi aquém do esperado.
Um Sonho Possível
4.0 2,4K Assista AgoraDramatização da história real do jogador de futebol americano Michael Oher.
O filme peca substancialmente por abordar de uma forma muito branda diversas questões como o racismo, o conflito de ideologias da protagonista, defensora dos republicanos, e a professora, democrata, e transformar o jogador de futebol americano, que deveria ser o protagonista do filme em um coadjuvante, para favorecer o estrelismo de Sandra Bullock.
Outro ponto que se torna estranho é a passividade com que a família age ao adotar um estranho. Nenhum dos irmãos age com ciúmes ou desconfiança, e em um determinado momento, o jovem Michael Oher provoca um acidente que quase tira a vida do pequeno S.J., sendo impressionante a reação de tranquilidade da mãe, sem esboço de qualquer tipo de reprovação pela desastrosa e neglicente ação. Assim, essa ausência de conflitos soa às vezes um tanto irreal e artificial, onde sentimos uma constante vontade do diretor de apenas agradar e comover. Fora isso, a verdadeira história não ocorreu exatamente como retratado no filme, o Michael Ohen sabia jogar futebol americano desde pequeno e não tinha aquele ar de inocência e despreparo, tanto que o verdadeiro Michael declarou que ele não foi bem retratado no longa. Entretanto...
Apesar de bem contido, a vencedora do Oscar de Melhor Atriz desempenha brilhantemente seu papel, retratando de modo eficaz toda a sua generosidade e serenidade, e o poder de transformação que a bondade e o amor altruísta é capaz de trazer a todos.
Halloween: A Noite do Terror
3.7 1,2K Assista AgoraÉ compreensível que os jovens de hoje classifiquem essa obra de chata devido aos padrões que o filme de horror chegou hoje, mas foi uma opção consciente do diretor John Carpenter priorizar o suspense e a sugestividade, e para a época em que foi filmada e lançada, foi considerado um fenômeno, se tornou o filme independente mais rentável da história (até ser destronado por A Bruxa de Blair), e conquistou o Festival do Cinema Fantástico de Avoriaz, além de servir de diretriz para inúmeros outros filmes slasher de terror, como afirmou o próprio Victor Miller, roteirista de Sexta-Feira 13.
A criação de uma atmosfera de suspense e expectativa foi inclusive inspirada no clássico Psicose de Alfred Hitchcock, tanto que o diretor chamou Jamie Lee Curtis para viver o papel de Laurie Strode, a filha de Janet Leigh, que interpretou a jovem assassinada no chuveiro de Psicose.
Curiosamente, o nome Michael Myers é uma homenagem a uma pessoa que ajudou o diretor a divulgar o seu longa anterior Assalto à 13ª DP, e Laurie Strode foi o nome da primeira namorada de John Carpenter.
A incrível e inesquecível trilha sonora foi composta em quatro dias pelo diretor. A obra se tornou cult por uma legião de fãs no mundo inteiro, e assim, espera-se que Haddonfield continue sempre sendo o palco de um aterrorizante espetáculo para o público.
Parque do Inferno
2.6 311 Assista AgoraPersonagens chatos em um filme que demora para engrenar. Algumas, e bem poucas, cenas de violência e morte, vilão sem motivação ou identidade, e o que sobra são os cenários bem sugestivos do parque em um criativo jogos de luzes, o que é muito pouco.
Venom
3.1 1,4K Assista AgoraTalvez por não conhecer o universo do personagem no mundo dos quadrinhos e pela baixa expectativa após a leitura de muitas críticas, o filme conseguiu agradar positivamente. Apesar da baixa qualidade do roteiro, as boas sequências de ação, o carisma de Tom Hardy e a sua bem humorada interação simbiótica compensaram a sessão. Questionou-se muito a falta de seriedade do Venom e a falta de sangue, que para mim não prejudicou a diversão. Só faltou um vilão e a mocinha com mais personalidade.