Como criança criada nos anos 1990, lembro de duas campanhas de saúde muito presentes na época: a do Não as Drogas e as que envolviam a prevenção ao HIV. O documentário nos faz perceber que as novas gerações não tem tanta esse temor pelo vírus, talvez porque as campanhas de informação massivas não ocorram mais. Interessante saber que a mortalidade, ainda que não tenha cura pro HIV, diminuiu bastante, antigamente o diagnóstico era praticamente uma sentença de morte. Sobre o doc em si, bem informativo, produz uma linha do tempo e mostra como a doença teve impacto na sociedade e como ainda hoje muitos ainda a veem atrelada a gênero e opção sexual.
Documentário bom focado na figura controversa do Chorão, ícone de quem viveu os anos 90 e 2000. Não traz muita novidade para quem é fã, mas consegue retratar um pouco da personalidade do rockstar. Parece um pouco limitado, além de curto explora poucas pessoas que conviveram com o músico, porém ganha pontos por trazer uma nostalgia boa de quem curtia MTV e a banda na época.
Wes Craven erra a mão na tentativa de criação de seu novo Freddy. Ainda que a própria franquia A Hora do Pesadelo na época de lançamento de "Shocker" já tivesse indo em direção ao terrir e a fantasia, lá ainda tem Krueger pra segurar as pontas. Aqui, temos um conceito até interessante, mas tudo parece meio mal feito (do roteiro, passando pelos efeitos e atuações). Na verdade, depois de certo tempo é melhor esquecer a lógica, as coisas são jogadas na tela e não tem nada fazendo muito sentido (uma mistura de serial killer, possessão, espíritos... doideira). Um filme com estrutura parecida com esse, mas que consegue ser mil vezes melhor, é o terror (de verdade, não terrir) "A Casa do Espanto 3", que merece ser mais lembrado.
Sequência de um slasher até bom, mas que aqui parece completamente perdido. Não sou grande fã de terrir, isso já atrapalha a nota final. Porém, a total falta de nexo do roteiro é o que mais quebra o filme. Nada faz sentido e tem diversas conveniências que invalidam cenas mostradas não só no filme anterior, mas na primeira meia hora dessa própria sequência. É como se a partir dos quarenta minutos de exibição, outro filme começasse e o espectador que esqueça o primeiro e o que foi mostrado anteriormente. Quando se preocupa em ser terror, "Sem Conexão 2" é bom, mas quando vira a chave para uma comédia (sátira?), vira algo muito fraco e, pior, sem graça. Talvez a intenção do diretor fosse brincar com a expectativa do slasher, e fez algo meio sério pra depois virar galhofa. Porém, a execução em si, achei falha e monótona. De bom, eu destaco o gore (esse é bem feito mesmo, até a parte em CGI consegue ser boa) e a quebra de expectativa sobre o papel dos protagonistas (uma subversão interessante). Mas, de resto, achei fraco e não recomendaria.
Bom drama, subverte algumas convenções do gênero. Em determinados momentos parece que a intenção é justamente brincar com as expectativas do espectador, ele inicia parecendo um drama racial, passeia pelo suspense e acaba como um quase híbrido. Denzel tem atuação marcante, impressionante o trabalho de composição de um personagem complexo e recheado de nuances. Recomendo que assistam sabendo o mínimo, assim é mais fácil se envolver e ficar surpreendido com a trama.
Revisto depois de anos, novamente me pareceu um terror abaixo de tudo que poderia oferecer. É bom e prende a atenção com sua mitologia, porém sempre parece que tinha potencial para ser mais marcante. A figura do Candyman é icônica e por mais que o filme não seja lembrado como expoente do horror noventista, ele carrega características daquela década (tem um certo cinismo, até mesmo na atuação de Tony Todd, que outros filmes contemporâneos dele também trazem). É bom, e é criativo, porém o ritmo lento as vezes dá uma quebrada em toda a tensão.
Excelente suspense, demonstra que uma boa ideia quando executada, por mais simples que seja, consegue render bastante. Aqui temos uma evolução do found footage, que somente com muita competência consegue ser tão dinâmica. Os semelhantes Amizade Desfeita 2 e Host são outros bons exemplos dessa safra, mas ambos são focados no horror. Aqui, até as conveniências do roteiro tem propósito e conseguem ser bem amarradas, de modo que o espectador se envolve tanto na trama que nem liga pro que poderia ser classificado como absurdo. Recomendo fortemente, bom que agora estando na Netflix vai ganhar a visibilidade merecida.
Suspense basicão, até toma caminhos criativos, mas a execução carece de ritmo. Faltam protagonistas mais interessantes e cenas mais marcantes. No fim, parece uma sessão fraca de um Supercine qualquer.
O primeiro já achei meio monótono, porém a meia hora final salvava. Essa sequência nem isso tem como álibi. É tudo só chato, fica na promessa e o clímax não empolga muito. Poderia ser melhor, porque potencial tinha.
Grande filme policial, bem cru e frio. Jason Statham manda bem como o homem de convicções misteriosas, está sisudo mas isso é explicado com o decorrer do longa. A trama tem idas e voltas no tempo, mas é tão fluído que não atrapalha o andamento, pelo contrário, o enriquece. Parece um filme feito a moda antiga, os personagens são amorais e as cenas de tiroteio são bem tensas. Ainda que o roteiro tenha suas conveniências, é inegável que o filme prende, mesmo sendo relativamente longo. Depois de meia hora o nível é mantido altíssimo, e isso é cada vez mais raro em qualquer gênero, mas especialmente no de ação. Recomendo bastante, inclusive já se tornou meu filme favorito de Guy Ritchie (dentre os que assisti, claro).
Premissa interessante desperdiçada, é visivelmente um filme teen sobre vampiros, porém é possível fazer isso não sendo tão repetitivo e maçante (o injustamente ignorado Vampiros no Bronx tá aí para provar). Se sustenta mais em uma fotografia e montagem estilosas, além da beleza das atrizes, mas como conteúdo não empolga e você também nem sente interesse pelo destino dos protagonistas. A tal mitologia dos vampiros ricaços também não é explicada, então parece que ninguém sabia exatamente o que fazer, as situações só são jogadas na tela. Se você estiver em uma tarde despretensiosa até dá para passar o tempo, mas já saiba que não tem muito conteúdo a explorar aqui.
Found footage que ganha pontos por ser criativo em sua proposta. É daqueles filmes que mostram pouco e instigam o espectador a criar suas teorias, além de fazer com que a pessoa fique presa assistindo para saber que raios está acontecendo. Gostei também que não se prende a explicações malucas
o tal Josef é pura e simplesmente um serial killer, sem nada sobrenatural que envolva seus atos. O filme no início acerta em jogar pistas falsas que indicam algo possivelmente místico por trás dos atos (a cachoeira do coração, a máscara de lobo, os sustos aleatórios do assassino
Só não achei melhor porque, mesmo sendo bem curto, a produção consegue ficar maçante em diversos momentos, isso talvez por ser de baixo orçamento e ser calcada basicamente em diálogos. De qualquer modo, vale uma conferida para quem curte cinema de gênero.
Suspense intrincado e um ótimo cartão de visitas ao cinema de Nolan. Prova que muitas vezes uma produção pode ser inteligente e criativa, mesmo não tendo um mega orçamento e efeitos especiais sensacionais. "Memento" tem muitas de suas qualidades derivadas de ótimos diálogos e uma montagem cuidadosa e que engrandece demais o inteligente roteiro. Não é um filme fácil de entender, e com certeza sempre tem um detalhe que passa batido nas primeiras vezes que você assiste. Porém, e pra mim esse é seu grande mérito, aqui complexidade não se confunde com megalomania ou pedantismo. A confusão causada durante a exibição tem seu motivo (a enfermidade do protagonista), e ela não é jogada aleatoriamente, de modo que pro desfecho e pro andamento fragmentado do filme ela é fundamental, mas ainda assim, vendo com atenção e juntando as pistas, o espectador pode entender tudo que acabou de ver e, porque não, bolar suas próprias teorias.
Revisto após muitos anos, gostei mais agora dessa poética obra de artes marciais do que quando vi moleque. As lutas são ótimas e muito bem coreografadas, isso sem contar a fotografia caprichada. A trama em si, não me atraiu tanto, por mais que seja interessante acho que tem tantos arcos que no fim tem história demais para pouco tempo de filme. Não tira os méritos, mas torna a experiência um pouco maçante em determinados momentos.
A importância da revisão de um filme: tinha visto "It Follows" no auge do hype, e, talvez por isso, tinha achado muito superestimado. Revendo agora, não entendo o que meu eu do passado pensava. "Corrente do Mal" é um filmaço de terror, e nem o colocaria na prateleira do famigerado pós horror (ainda que traga os subtextos normais dessa vertente), mas como um terrorzão mesmo, daqueles que sabe provocar incômodo e medo. Desde o início, o filme usa o cenário, o jogo de câmeras e tudo mais para incomodar. Você não sabe porque ainda, mas sente que já está no meio do horror. O fato da protagonista não saber direito o que a segue, o fato desse monstro (ou maldição?) poder assumir diversas formas e sempre a encontrar e, especialmente, o fato de somente quem está marcado poder ver o que aterroriza (esse toque acho genial), tornam toda a experiência extremamente imersiva. Destaco também o excelente uso da trilha sonora, parte fundamental na construção do clima. Pra mim, fica no mesmo nível dos também excelentes "Corra", "Nós" e "Hereditário".
Assim como Halloween, esse Black Christimas, por mais que seja também considerado um dos percursores do sub gênero slasher, flerta muito com o suspense e o giallo. Em construção de tensão e ritmo, especialmente. Ainda que tenha a matança de jovens por um assassino desconhecido, aqui temos um clima de antecipação do medo muito bem feito (a câmera subjetiva ajuda muito nisso) e o espectador fica realmente tenso, pois esse uso de câmera em determinados momentos o deixa com o "papel do assassino". Achei essa subversão do papel de quem está assistindo um grande trunfo do filme, te coloca no olho do furacão, praticamente te forçando a ser um cúmplice oculto do assassino. Só não ganha nota maior e lugar como favorito porque tem momentos chave em que as atitudes dos personagens acaba sendo muito forçada para termos mais mortes e cenas de confronto, fora que determinados personagens chatos ganham muito tempo de tela e quebram o ritmo de terror.
Premissa interessante, mas não curti tanto na prática. Tem seus momentos, porém não me apeguei aos personagens e seus dramas e segredos não despertaram tanto sentimento e nem curiosidade. Não sabia que existiam versões feitas em outros países, talvez com personagens de outras culturas a trama flua melhor.
Correto filme de ação, ainda que na maior parte o orçamento curto fique evidente, o diretor consegue disfarçar as limitações dando um ritmo bom ao longa, que depois que engrena vira ação incessante até o fim. Tem aquelas mentiras e conveniências do roteiro, tão comuns a filmes de ação B, mas consegue prender a atenção e ser um bom passatempo.
Grata surpresa, comédia francesa meio escondida na Netflix e que eu só dei chance por ter visto indicação em páginas de cinema no Instagram. Atualiza a velha trama do professor que muda a vida de adolescentes problemáticos, primeiramente pelo fato do protagonista não ser um bastião de moralidade. Depois, por escapar do complexo de white savior, já que coloca um protagonista árabe. Ainda que seja um filme na maior parte do tempo leve, consegue tratar de temas pesados sem parecer forçado ou artificial.
Drama que trata de um tema atual, a imigração na Europa. Mas aqui não tem nada de glamour, ainda que tenha momentos cômicos, o foco é mostrar como é difícil um imigrante ilegal sobreviver na Europa, em constante estado de perseguição e desconfiança. Omar Sy é carisma demais, ajuda a tornar um personagem que é até amoral em determinados momentos em um protagonista que você torce e sofre junto. Gostei, um filme que consegue balancear bem drama e comédia, sem pesar a mão em nenhum dos dois.
Slasher correto. Tem um gore razoável, e consegue manter o mistério sobre o assassino até o fim. Achei a escolha meio whatever, porém os personagens não são tão bem desenvolvidos para pensar opções muito mais bombásticas. Prende e passa o tempo, mas não é um grande sopro de novidade no gênero e nem se equipara aos clássicos do sub gênero.
Suspense bem diferentão, consegue deixar o espectador intrigado e engana bem até praticamente a meia hora final. Achei a solução bem criativa e não é de toda absurda, tendo em vista que
aqui mesmo no Brasil existem fazendas que tem intenção de reproduzir a "vida nos tempos da escravidão", e se pensarmos que uma parte considerável dos sulistas norte-americanos se ressentem dos direitos civis conquistados pelos negros, não é inimaginável que o mostrado aqui possa estar acontecendo nesse exato momento
Entretanto, achei que a ideia foi bem melhor do que a execução. Ainda que prenda o espectador, "Antebellum" não fecha redondinho. Deixa bastante margem pra erro em sua conclusão e tem furos que somente com boa vontade podemos ignorar. Não é ruim, pelo contrário, tem um clima de mistério e paranoia presente e a atuação de Janelle Monaé é muito boa. Mas não consegue figurar na primeira prateleira das produções de horror recentes.
Filme bem cru e seco, em nada lembra as superproduções do cinema e das séries que envolvem os psicopatas. Na verdade, essa produção propõe um olhar fora do comum em produções desse estilo: nós vemos simplesmente o cotidiano do psicopata, quando geralmente o audiovisual prioriza mais a investigação e o lado da lei em busca do criminosos (se você reparar, até mesmo quando são documentários se parte do ponto de vista da polícia ou mesmo das vítimas). Esse fator, juntamente do tom pessimista do filme o tornam um produto indigesto. Você vê o lado sujo da América, o dos miseráveis sem perspectivas que nem o próprio Estado se preocupa em proteger ou auxiliar (como bem observado em críticas abaixo, não vemos em nenhum momento uma mobilização pelos crimes ou na busca do serial killer. De fato as pessoas que morrem são dispensáveis nesse contexto de sociedade em que as individualides são pouco importantes quando se trata da base da pirâmide). Não é um filme para todos os públicos, carece de senso de justiça e moral. Não existe preocupação nenhuma em alentar o espectador com um final minimamente feliz. É soco na cara o tempo todo. Achei só que para um filme curto, tem momentos que acabam quebrando o ritmo e fazendo quem está assistindo se dispersar, mas nada que deponha muito contra o resultado final.
Documentário muito legal, quem cresceu nos anos 1990 teve contato direto com diversas produções que focavam no kung fu. Acaba sendo uma viagem no tempo assistir essa produção, que é informativa sem ser chata. A raiz do gênero está toda aqui, os Shaw Brothers, Golden Harvest, Jackie Chan até chegar na contemporaneidade de "The Raid" e "Ong Bak" (do Tony Jaa prefiro o insano "O Protetor"). Me surpreendeu o enfoque dado ao efeito desses filmes na comunidade negra norte-americana, tem questões ali que eu nem imaginava. Quem assiste "Todo Mundo Odeia o Chris" deve ter feito o link com o documentário, em diversos episódios os filmes de artes marciais são citados. Como dito abaixo, senti falta de Jet Li e dos filmes de kickboxers noventistas, por mais que não seja o mais puro kung fu oriental, foi um dos picos de popularidade das artes marciais no cinema. E achei que iam citar o clássico da Record "O Último Dragão", mas este também foi ignorado. O resultado final, porém, é bem satisfatório. Por mais que ocorram essas omissões, o documentário ainda é super ágil e informativo. Recomendo!
Carta Para Além dos Muros
4.4 94Como criança criada nos anos 1990, lembro de duas campanhas de saúde muito presentes na época: a do Não as Drogas e as que envolviam a prevenção ao HIV. O documentário nos faz perceber que as novas gerações não tem tanta esse temor pelo vírus, talvez porque as campanhas de informação massivas não ocorram mais.
Interessante saber que a mortalidade, ainda que não tenha cura pro HIV, diminuiu bastante, antigamente o diagnóstico era praticamente uma sentença de morte.
Sobre o doc em si, bem informativo, produz uma linha do tempo e mostra como a doença teve impacto na sociedade e como ainda hoje muitos ainda a veem atrelada a gênero e opção sexual.
Chorão: Marginal Alado
3.7 179 Assista AgoraDocumentário bom focado na figura controversa do Chorão, ícone de quem viveu os anos 90 e 2000. Não traz muita novidade para quem é fã, mas consegue retratar um pouco da personalidade do rockstar. Parece um pouco limitado, além de curto explora poucas pessoas que conviveram com o músico, porém ganha pontos por trazer uma nostalgia boa de quem curtia MTV e a banda na época.
Shocker: 100.000 Volts de Terror
2.7 112Wes Craven erra a mão na tentativa de criação de seu novo Freddy. Ainda que a própria franquia A Hora do Pesadelo na época de lançamento de "Shocker" já tivesse indo em direção ao terrir e a fantasia, lá ainda tem Krueger pra segurar as pontas.
Aqui, temos um conceito até interessante, mas tudo parece meio mal feito (do roteiro, passando pelos efeitos e atuações). Na verdade, depois de certo tempo é melhor esquecer a lógica, as coisas são jogadas na tela e não tem nada fazendo muito sentido (uma mistura de serial killer, possessão, espíritos... doideira).
Um filme com estrutura parecida com esse, mas que consegue ser mil vezes melhor, é o terror (de verdade, não terrir) "A Casa do Espanto 3", que merece ser mais lembrado.
Sem Conexão: Parte 2
1.5 108Sequência de um slasher até bom, mas que aqui parece completamente perdido. Não sou grande fã de terrir, isso já atrapalha a nota final. Porém, a total falta de nexo do roteiro é o que mais quebra o filme. Nada faz sentido e tem diversas conveniências que invalidam cenas mostradas não só no filme anterior, mas na primeira meia hora dessa própria sequência. É como se a partir dos quarenta minutos de exibição, outro filme começasse e o espectador que esqueça o primeiro e o que foi mostrado anteriormente.
Quando se preocupa em ser terror, "Sem Conexão 2" é bom, mas quando vira a chave para uma comédia (sátira?), vira algo muito fraco e, pior, sem graça.
Talvez a intenção do diretor fosse brincar com a expectativa do slasher, e fez algo meio sério pra depois virar galhofa. Porém, a execução em si, achei falha e monótona.
De bom, eu destaco o gore (esse é bem feito mesmo, até a parte em CGI consegue ser boa) e a quebra de expectativa sobre o papel dos protagonistas (uma subversão interessante).
Mas, de resto, achei fraco e não recomendaria.
Roman J. Israel
3.2 209 Assista AgoraBom drama, subverte algumas convenções do gênero. Em determinados momentos parece que a intenção é justamente brincar com as expectativas do espectador, ele inicia parecendo um drama racial, passeia pelo suspense e acaba como um quase híbrido.
Denzel tem atuação marcante, impressionante o trabalho de composição de um personagem complexo e recheado de nuances.
Recomendo que assistam sabendo o mínimo, assim é mais fácil se envolver e ficar surpreendido com a trama.
O Mistério de Candyman
3.3 409 Assista AgoraRevisto depois de anos, novamente me pareceu um terror abaixo de tudo que poderia oferecer. É bom e prende a atenção com sua mitologia, porém sempre parece que tinha potencial para ser mais marcante.
A figura do Candyman é icônica e por mais que o filme não seja lembrado como expoente do horror noventista, ele carrega características daquela década (tem um certo cinismo, até mesmo na atuação de Tony Todd, que outros filmes contemporâneos dele também trazem).
É bom, e é criativo, porém o ritmo lento as vezes dá uma quebrada em toda a tensão.
Buscando...
4.0 1,3K Assista AgoraExcelente suspense, demonstra que uma boa ideia quando executada, por mais simples que seja, consegue render bastante. Aqui temos uma evolução do found footage, que somente com muita competência consegue ser tão dinâmica. Os semelhantes Amizade Desfeita 2 e Host são outros bons exemplos dessa safra, mas ambos são focados no horror.
Aqui, até as conveniências do roteiro tem propósito e conseguem ser bem amarradas, de modo que o espectador se envolve tanto na trama que nem liga pro que poderia ser classificado como absurdo.
Recomendo fortemente, bom que agora estando na Netflix vai ganhar a visibilidade merecida.
Intrusion
2.5 197Suspense basicão, até toma caminhos criativos, mas a execução carece de ritmo.
Faltam protagonistas mais interessantes e cenas mais marcantes. No fim, parece uma sessão fraca de um Supercine qualquer.
Creep 2
3.1 261O primeiro já achei meio monótono, porém a meia hora final salvava. Essa sequência nem isso tem como álibi. É tudo só chato, fica na promessa e o clímax não empolga muito.
Poderia ser melhor, porque potencial tinha.
Infiltrado
3.6 319 Assista AgoraGrande filme policial, bem cru e frio. Jason Statham manda bem como o homem de convicções misteriosas, está sisudo mas isso é explicado com o decorrer do longa. A trama tem idas e voltas no tempo, mas é tão fluído que não atrapalha o andamento, pelo contrário, o enriquece. Parece um filme feito a moda antiga, os personagens são amorais e as cenas de tiroteio são bem tensas.
Ainda que o roteiro tenha suas conveniências, é inegável que o filme prende, mesmo sendo relativamente longo. Depois de meia hora o nível é mantido altíssimo, e isso é cada vez mais raro em qualquer gênero, mas especialmente no de ação.
Recomendo bastante, inclusive já se tornou meu filme favorito de Guy Ritchie (dentre os que assisti, claro).
As Passageiras
2.6 140Premissa interessante desperdiçada, é visivelmente um filme teen sobre vampiros, porém é possível fazer isso não sendo tão repetitivo e maçante (o injustamente ignorado Vampiros no Bronx tá aí para provar). Se sustenta mais em uma fotografia e montagem estilosas, além da beleza das atrizes, mas como conteúdo não empolga e você também nem sente interesse pelo destino dos protagonistas.
A tal mitologia dos vampiros ricaços também não é explicada, então parece que ninguém sabia exatamente o que fazer, as situações só são jogadas na tela.
Se você estiver em uma tarde despretensiosa até dá para passar o tempo, mas já saiba que não tem muito conteúdo a explorar aqui.
Creep
3.1 507 Assista AgoraFound footage que ganha pontos por ser criativo em sua proposta. É daqueles filmes que mostram pouco e instigam o espectador a criar suas teorias, além de fazer com que a pessoa fique presa assistindo para saber que raios está acontecendo.
Gostei também que não se prende a explicações malucas
o tal Josef é pura e simplesmente um serial killer, sem nada sobrenatural que envolva seus atos. O filme no início acerta em jogar pistas falsas que indicam algo possivelmente místico por trás dos atos (a cachoeira do coração, a máscara de lobo, os sustos aleatórios do assassino
Só não achei melhor porque, mesmo sendo bem curto, a produção consegue ficar maçante em diversos momentos, isso talvez por ser de baixo orçamento e ser calcada basicamente em diálogos.
De qualquer modo, vale uma conferida para quem curte cinema de gênero.
Amnésia
4.2 2,2K Assista AgoraSuspense intrincado e um ótimo cartão de visitas ao cinema de Nolan. Prova que muitas vezes uma produção pode ser inteligente e criativa, mesmo não tendo um mega orçamento e efeitos especiais sensacionais. "Memento" tem muitas de suas qualidades derivadas de ótimos diálogos e uma montagem cuidadosa e que engrandece demais o inteligente roteiro.
Não é um filme fácil de entender, e com certeza sempre tem um detalhe que passa batido nas primeiras vezes que você assiste. Porém, e pra mim esse é seu grande mérito, aqui complexidade não se confunde com megalomania ou pedantismo. A confusão causada durante a exibição tem seu motivo (a enfermidade do protagonista), e ela não é jogada aleatoriamente, de modo que pro desfecho e pro andamento fragmentado do filme ela é fundamental, mas ainda assim, vendo com atenção e juntando as pistas, o espectador pode entender tudo que acabou de ver e, porque não, bolar suas próprias teorias.
O Tigre e o Dragão
3.6 455 Assista AgoraRevisto após muitos anos, gostei mais agora dessa poética obra de artes marciais do que quando vi moleque. As lutas são ótimas e muito bem coreografadas, isso sem contar a fotografia caprichada. A trama em si, não me atraiu tanto, por mais que seja interessante acho que tem tantos arcos que no fim tem história demais para pouco tempo de filme.
Não tira os méritos, mas torna a experiência um pouco maçante em determinados momentos.
Corrente do Mal
3.2 1,8K Assista AgoraA importância da revisão de um filme: tinha visto "It Follows" no auge do hype, e, talvez por isso, tinha achado muito superestimado. Revendo agora, não entendo o que meu eu do passado pensava.
"Corrente do Mal" é um filmaço de terror, e nem o colocaria na prateleira do famigerado pós horror (ainda que traga os subtextos normais dessa vertente), mas como um terrorzão mesmo, daqueles que sabe provocar incômodo e medo.
Desde o início, o filme usa o cenário, o jogo de câmeras e tudo mais para incomodar. Você não sabe porque ainda, mas sente que já está no meio do horror.
O fato da protagonista não saber direito o que a segue, o fato desse monstro (ou maldição?) poder assumir diversas formas e sempre a encontrar e, especialmente, o fato de somente quem está marcado poder ver o que aterroriza (esse toque acho genial), tornam toda a experiência extremamente imersiva.
Destaco também o excelente uso da trilha sonora, parte fundamental na construção do clima.
Pra mim, fica no mesmo nível dos também excelentes "Corra", "Nós" e "Hereditário".
Noite do Terror
3.5 219Assim como Halloween, esse Black Christimas, por mais que seja também considerado um dos percursores do sub gênero slasher, flerta muito com o suspense e o giallo. Em construção de tensão e ritmo, especialmente.
Ainda que tenha a matança de jovens por um assassino desconhecido, aqui temos um clima de antecipação do medo muito bem feito (a câmera subjetiva ajuda muito nisso) e o espectador fica realmente tenso, pois esse uso de câmera em determinados momentos o deixa com o "papel do assassino". Achei essa subversão do papel de quem está assistindo um grande trunfo do filme, te coloca no olho do furacão, praticamente te forçando a ser um cúmplice oculto do assassino.
Só não ganha nota maior e lugar como favorito porque tem momentos chave em que as atitudes dos personagens acaba sendo muito forçada para termos mais mortes e cenas de confronto, fora que determinados personagens chatos ganham muito tempo de tela e quebram o ritmo de terror.
Nada a Esconder
3.6 473 Assista AgoraPremissa interessante, mas não curti tanto na prática. Tem seus momentos, porém não me apeguei aos personagens e seus dramas e segredos não despertaram tanto sentimento e nem curiosidade. Não sabia que existiam versões feitas em outros países, talvez com personagens de outras culturas a trama flua melhor.
Segurança em Risco
2.9 117 Assista AgoraCorreto filme de ação, ainda que na maior parte o orçamento curto fique evidente, o diretor consegue disfarçar as limitações dando um ritmo bom ao longa, que depois que engrena vira ação incessante até o fim. Tem aquelas mentiras e conveniências do roteiro, tão comuns a filmes de ação B, mas consegue prender a atenção e ser um bom passatempo.
Sementes Podres
4.1 256 Assista AgoraGrata surpresa, comédia francesa meio escondida na Netflix e que eu só dei chance por ter visto indicação em páginas de cinema no Instagram. Atualiza a velha trama do professor que muda a vida de adolescentes problemáticos, primeiramente pelo fato do protagonista não ser um bastião de moralidade. Depois, por escapar do complexo de white savior, já que coloca um protagonista árabe.
Ainda que seja um filme na maior parte do tempo leve, consegue tratar de temas pesados sem parecer forçado ou artificial.
Samba
3.8 335Drama que trata de um tema atual, a imigração na Europa. Mas aqui não tem nada de glamour, ainda que tenha momentos cômicos, o foco é mostrar como é difícil um imigrante ilegal sobreviver na Europa, em constante estado de perseguição e desconfiança.
Omar Sy é carisma demais, ajuda a tornar um personagem que é até amoral em determinados momentos em um protagonista que você torce e sofre junto.
Gostei, um filme que consegue balancear bem drama e comédia, sem pesar a mão em nenhum dos dois.
Tem Alguém na sua Casa
2.3 239Slasher correto. Tem um gore razoável, e consegue manter o mistério sobre o assassino até o fim. Achei a escolha meio whatever, porém os personagens não são tão bem desenvolvidos para pensar opções muito mais bombásticas.
Prende e passa o tempo, mas não é um grande sopro de novidade no gênero e nem se equipara aos clássicos do sub gênero.
A Escolhida
3.5 291Suspense bem diferentão, consegue deixar o espectador intrigado e engana bem até praticamente a meia hora final. Achei a solução bem criativa e não é de toda absurda, tendo em vista que
aqui mesmo no Brasil existem fazendas que tem intenção de reproduzir a "vida nos tempos da escravidão", e se pensarmos que uma parte considerável dos sulistas norte-americanos se ressentem dos direitos civis conquistados pelos negros, não é inimaginável que o mostrado aqui possa estar acontecendo nesse exato momento
Entretanto, achei que a ideia foi bem melhor do que a execução. Ainda que prenda o espectador, "Antebellum" não fecha redondinho. Deixa bastante margem pra erro em sua conclusão e tem furos que somente com boa vontade podemos ignorar.
Não é ruim, pelo contrário, tem um clima de mistério e paranoia presente e a atuação de Janelle Monaé é muito boa.
Mas não consegue figurar na primeira prateleira das produções de horror recentes.
Retrato de um Assassino
3.5 186 Assista AgoraFilme bem cru e seco, em nada lembra as superproduções do cinema e das séries que envolvem os psicopatas. Na verdade, essa produção propõe um olhar fora do comum em produções desse estilo: nós vemos simplesmente o cotidiano do psicopata, quando geralmente o audiovisual prioriza mais a investigação e o lado da lei em busca do criminosos (se você reparar, até mesmo quando são documentários se parte do ponto de vista da polícia ou mesmo das vítimas).
Esse fator, juntamente do tom pessimista do filme o tornam um produto indigesto. Você vê o lado sujo da América, o dos miseráveis sem perspectivas que nem o próprio Estado se preocupa em proteger ou auxiliar (como bem observado em críticas abaixo, não vemos em nenhum momento uma mobilização pelos crimes ou na busca do serial killer. De fato as pessoas que morrem são dispensáveis nesse contexto de sociedade em que as individualides são pouco importantes quando se trata da base da pirâmide).
Não é um filme para todos os públicos, carece de senso de justiça e moral. Não existe preocupação nenhuma em alentar o espectador com um final minimamente feliz. É soco na cara o tempo todo.
Achei só que para um filme curto, tem momentos que acabam quebrando o ritmo e fazendo quem está assistindo se dispersar, mas nada que deponha muito contra o resultado final.
Luzes, Câmera, Kung Fu
4.2 13Documentário muito legal, quem cresceu nos anos 1990 teve contato direto com diversas produções que focavam no kung fu. Acaba sendo uma viagem no tempo assistir essa produção, que é informativa sem ser chata. A raiz do gênero está toda aqui, os Shaw Brothers, Golden Harvest, Jackie Chan até chegar na contemporaneidade de "The Raid" e "Ong Bak" (do Tony Jaa prefiro o insano "O Protetor"). Me surpreendeu o enfoque dado ao efeito desses filmes na comunidade negra norte-americana, tem questões ali que eu nem imaginava. Quem assiste "Todo Mundo Odeia o Chris" deve ter feito o link com o documentário, em diversos episódios os filmes de artes marciais são citados.
Como dito abaixo, senti falta de Jet Li e dos filmes de kickboxers noventistas, por mais que não seja o mais puro kung fu oriental, foi um dos picos de popularidade das artes marciais no cinema. E achei que iam citar o clássico da Record "O Último Dragão", mas este também foi ignorado.
O resultado final, porém, é bem satisfatório. Por mais que ocorram essas omissões, o documentário ainda é super ágil e informativo. Recomendo!