Bizarro e esquisito, lembra ficções feitas entre as décadas de 70 e 90, que focam o discurso nos dilemas éticos que a tecnologia pode trazer. É interessante pensar que, ainda que tenham promovido uma certa democratização do acesso a informação, os avanços tecnológicos em determinados graus só estão acessíveis a um seleto grupo (como quase tudo de luxo/extrema qualidade que existe), de modo que o que víamos em ficções distópicas setentistas de certo modo vai se tornando realidade. "Possessor" traz a discussão pra algo ainda mais contemporâneo, que é o controle sobre corpos e aparências que vem ocorrendo em grau ainda rudimentar (basta pensar como a tecnologia já permite que se coloque uma pessoa falando algo que ela nunca disse de modo extremamente realista). Pois bem, e se no futuro for possível de fato que pessoas controlem corpos e façam seres humanos aleatórios tomarem ações para terceiros (uma evolução da relação parasita/hospedeiro)? Partindo dessa premissa, essa ficção cria cenas fortes e perturbadoras, além de brincar com a mente do espectador, sempre jogando com quem de fato está no controle do que vemos na tela. É um filme que não termina ali nos créditos, fazendo com que quem assistiu crie teorias e a cada crítica lida, reflita e reveja pontos e situações que possam ter passado batidas.
Gosto bastante de assistir cinema de gênero nacional, acho que é algo meio underground porque no geral a atenção sempre recai sobre comédias, pornochanchadas e filmes sobre criminalidade. Por esse motivo, gostaria de ter gostado mais desse misterioso e climático suspense setentista. Porém, no geral, achei um festival de ideias interessantes desperdiçadas, além de ter uma falta de ritmo que não cria aquela experiência sensorial que faz o espectador roer as unhas. Ok que a cópia do Youtube é bem ruim também e pode ter estragado a experiência, mas, a princípio achei só mediano.
Gosto muito de podreiras e tralhas em geral, mas esse aqui é ruim até pra mim. Mistura Mad Max com filme de animal assassino, criando uma trama bizarra e sem nexo. Acho que o principal problema é o fato dos personagens humanos serem desinteressantes, irritantes (torci o tempo todo pra loira que só grita morrer o mais rápido possível) e terem as atitudes mais idiotas possíveis. Vou até dizer que o gore não é horroroso, mas são 1h40 de ruindade que nem divertir consegue (a título de comparação, "Robowar", igualmente tosco e com orçamento de 1 dólar, do mesmo Mattei, é um filme C muito mais divertido). "Rats" acaba sendo repetitivo, e só não dou nota menor nem sei porque, talvez porque pelo menos o filme consegue prender a atenção até o fim e pelo insólito final, certamente um dos mais marcantes do cinema de gênero desse ciclo bagaceira italiano.
Não é tétrico como a nota do Filmow faz parecer, porém não é nada mega maravilhoso e nem digno de outros exemplares bem melhores da franquia. Acho que o que pega mais aqui nem é o roteiro fraco, mas sim que transformaram Leatherface em um assassino genérico qualquer. No lugar dele poderia ser qualquer um. Como slasher, achei legal o filme, entrega gore como tem que ser e traz algumas boas mortes. Além disso, de um modo bem simplista, evoca um conflito atual entre progressistas que acham que inventaram a roda x conservadores que tentam manter vivas tradições que já não deveriam mais existir. Tanto tem sua parte importante no roteiro essa questão, que a bandeira confederada passa a ser o ponto de virada (que já vinha sendo ensaiado desde o início no posto de gasolina) para o início da barbárie. Óbvio que não quero colocar significados no filme, que tem um roteiro pífio, mas é interessante notar que na raiz da matança tem um tema contemporâneo.
Revisto e continua uma produção mágica e altamente eficiente. Consegue emular bem o clima das HQS e da animação que passava na Globo nos anos 1990, de ser mesmo cartunesco, mas sem negligenciar os dilemas e dificuldades pelas quais passa o Cabeça de Teia. O filme é visualmente lindo e os personagens são carismáticos, de modo que você naturalmente se envolve e torce por todos. Além disso, Rei do Crime novamente se mostra um grande vilão ( assim como na série do Demolidor), dando um senso de perigo e urgência que um bom antagonista precisa ter. Recomendo, fácil no meu top 3 de filmes do Homem Aranha.
Grata surpresa, um slasher com uma trama até original e bem latino americana, envolvendo sociedades pré colombianas e tradições indígenas. O principal destaque pra mim fica no gore, as mortes são sanguinolentas e os efeitos muito bem feitos, se pensarmos que estamos lidando com um filme de baixo orçamento. O elenco é bem fraco, com destaque pra atuação selo Ricardo Macchi de interpretação da protagonista Nattalia Rodrigues. Zero emoção durante os 89 minutos. O roteiro também não ajuda tanto, jogando situações aleatórias e conveniências. Porém, colocando na balança, achei um bom exemplar de terror nacional.
Estava há anos tentando assistir esse elogiado filme francês e finalmente consegui. Achei a produção irregular, tem momentos muito bons e outros de monotonia e confusão. Os 142 minutos de duração acabam se mostrando exagerados, o filme é longo e enche linguiça em muitas partes que poderiam ser muito mais dinâmicas. Gostei da fotografia, tem cenas que parecem quadros, o elenco também é muito bom (destaco Dacascos, Bellucci e Cassel) e quando o diretor acerta nas cenas de ação e aventura, temos picos de um grande filme (as lutas envolvendo Dacascos, a armadilha pra pegar o famigerado lobo e o confronto entre Cassel e o protagonista se destacam pra mim). Ainda tem espaço para sociedades secretas e mistérios descobertos, mas tudo fica muito melhor na premissa do que na prática. O visual da criatura é um pouco prejudicado pela CGI fraca, mas se levarmos em conta que é um filme de 2001, até que o resultado não é de todo horroroso. No fim, fica no meio do caminho e com uma pequena sensação de potencial desperdiçado.
Grata surpresa, assisti pra me aprofundar um pouco na filmografia de Larry Cohen e acabei tendo contato com um eficiente filme de monstro, que consegue disfarçar bem suas limitações orçamentárias usando o mesmo truque de "Tubarão": mostrar a criatura o mínimo possível. No início é meio confuso acompanhar as tramas paralelas, mas quando elas se cruzam acabam criando uma trama mais encorpada que a média do gênero. Poderia dar uma salada estragada, mas a mistura de rituais, roubo e investigação policial se sai melhor que a encomenda. David Carradine e Richard Roundtree como dupla badass se destacam no elenco, apesar do protagonista em si ser Michael Moriarty. Pra quem curte cinema B, vale conhecer.
Filme B que tem uma premissa melhor do que o resultado em si. Ok que é difícil manter um argumento como esse durante 1h30, mas a impressão que fica é que o filme perde fôlego rápido demais. As motivações do vilão são mal explicadas e até mesmo a investigação ao redor do mistério da ambulância é meio capenga, não criando uma tensão em quase nenhum momento. Dou três estrelas pelo elenco (Eric Roberts e a lenda James Earl Jones em uma produção de baixo orçamento é luxo) e pelo clima noventista de produção B que eu tenho um carinho nostálgico.
Filme B eficiente e que ainda consegue ter pitadas de críticas sociais. Só não é melhor porque as corridas em si não são tão interessantes, mas a sátira ao consumo de violência como entretenimento e aos governos que vivem de mentiras e inimigos inventados (fake news, aonde vemos isso ainda hoje, né??) são ainda atuais e talvez por isso essa produção ainda mantenha certa força e arranque sorrisos por situações apresentadas que já deveriam ter ficado no passado. O gore é até bom, tendo em vista o orçamento limitado, e é curioso ver David Carradine e Stallone pré fama duelando até a morte.
Já tinha assistido alguns Almodóvar e nenhum tinha me pegado como esse. O começo é meio desinteressante, mas depois que você entende a trama e as motivações dos personagens, essa exagerada comédia se torna um ótimo passatempo. O filme simplesmente não para, a todo momento uma nova ação leva por caminhos inesperados. Mas, e aí vemos como um diretor e um roteiro de qualidade influem no resultado final, em nenhum momento o espectador fica perdido ou confuso. As peças vão se encaixando e só prendendo mais e mais a atenção.
Grata surpresa. Um dos papéis mais famosos do lendário Vincent Price, "Dr. Phibes" nos apresenta uma trama de vingança engenhosa e que você fica curioso esperando o próximo passo. Um filme que se convém chamar de B, mas é rico em detalhes cenográficos e tem uma fotografia exuberante e de cores fortes (cenário do teatro macabro é espetacular). Algo positivo também é que mesmo quando o protagonista não está em cena, a película consegue manter o interesse, pois também é interessante ver os investigadores ligando os pontos para descobrir quem é o assassino. As mortes inspiradas nas pragas do Egito surpreendem, e ainda que o gore não seja primordial aqui, é interessante ver todo o processo que envolve a criação delas. Recomendo fortemente, merece ser redescoberto.
Suspense dramático mediano. É criativo em gradualmente ir mexendo com as expectativas do público de quem é vilão e quem é mocinho. Algumas descobertas vão mostrando que o passado sempre pode de fato voltar e quebrar certezas e reputações. Entretanto, acabei não gostando do todo, o ritmo é muito lento em determinados momentos e as situações vão demorando a engrenar, ficando tudo reservado para a parte final. Não é ruim, mas esperava um pouco mais.
Grande filme, especialmente porque nos mostra como direitos conquistados por minorias são frágeis e precisam sempre ser analisados sob constante vigilância para que não sejam devastados pelas elites. Me causou tristeza que os argumentos dos ricos chilenos em 1973 são idênticos aos da elite patética brasileira em 2022, mostrando que o discurso reacionário é igual e pode ser reciclado em qualquer lugar. O filme em si, é bem sensível, gosto como ele diz muito sem precisar ser expositivo. Afinal, o poder do cinema é justo na imagem e em como ela pode contar e enriquecer uma história. Atuações muito boas do elenco mirim também. O final é cru e realista, ali nós vemos como no fim das contas a corda sempre arrebenta do lado pobre e fraco, enquanto quem está com a riqueza concentrada nas mãos segue sua vida normalmente.
Estava bem curioso para assistir esse filme, justamente porque para uma produção de horror conseguir pular o preconceito dos críticos e ser premiada em festivais que não se dedicam ao cinema de gênero, algo muito especial ele precisa ter. Pois bem, após assistir, fiquei impressionado de esse filme levar a Palma de Ouro. Me pareceu um tanto desfocado, na verdade, é como se fossem dois filmes em um. A primeira parte é a grotesca em si, e consegue causar um incômodo permanente. As mortes cruas e o estranhamento por toda a bizarrice apresentada tornam a produção, até ali, um daqueles casos de películas que conseguem deixar o espectador inquieto. Entretanto, no que podemos entender como o segundo ato, parece que o que ocorreu antes é deixado de lado (exceto em momentos específicos) e um filme a parte tem início, dessa vez um drama sobre perdas e perdão. Porém, não consegui mais me conectar com a produção a partir daí. Parece uma quebra de ritmo e expectativa muito forte, e tudo fica parado e monótono. Sempre se espera que os sentimentos provocados pelo início avassalador se repitam, porém o resultado passa a ser o oposto: quem está assistindo fica inerte por quase uma hora e nada de fato empolgante volta a acontecer. Talvez, "Titane" seja lírico ou onírico demais para mim, até entendo algumas análises em relação a identidade de gênero que ficam implícitas mas, sinceramente, para mim não funcionou. Ficou sendo somente decepcionante.
Uma comédia romântica que dificilmente seria realizada hoje em dia. Mais da metade do filme são conselhos machistas e provavelmente feito na era do cancelamento, o filme já chegaria aos cinemas com péssima fama. Vendo somente como filme, segue o esquema padrão dos romances, não tem nenhuma inovação, porém traz alguns momentos até engraçados.
Drama policial que se diferencia por mostrar o cotidiano de uma favela ocupada pelo prisma da polícia, mas de policiais que estão na ralé da pirâmide, basicamente esquecidos pelo Estado e pela corporação. Entretanto, peca por ter uma visão um tanto romântica da situação: quem mora no Rio sabe que as coisas na prática não são tão idealizadas e isso acaba forçando um heroísmo nos personagens que, para um filme que se propõe realista, não cabe.
primeiramente, aquele primeiro "vapor" que é preso, muito irreal que só por não ter uma arma no momento da prisão ele seja rapidamente solto. Outra coisa, a moça que é morta pela protagonista e depois se descobre que ela não tem uma arma, a investigação em relação ao personagem do Marcos Palmeira seria somente figurativa e no máximo ele pegaria trabalhos internos. O suicídio como se fosse uma quebra de honra fatal acabou sendo um artíficio exageradamente dramático
Porém, tirando esses deslizes, e tendo em vista que não é uma super produção, é um filme competente e que consegue fazer com que tenhamos empatia pelos policiais retratados.
Comédia romântica esquemática e normal, mas serve como passatempo. Não se deve esperar nenhuma surpresa narrativa, aqui é feito o feijão com arroz. Tem seus momentos engraçados e consegue arrancar algumas risadas. Obs. como dito abaixo, queria ver Cacau em um papel diferente, com certeza talento pra isso ela tem. Porém, ela parece sempre estar fazendo a mesma personagem do Vai Que Cola.
Filme de ação bem violento comandado pelo responsável pelo insano "Cannibal Holocausto". Na verdade, "Cut And Run" é uma misturada só: tem trama policial, tem drama familiar, tem investigação jornalística. Talvez por ter tanta informação, o resultado final tenha uma perda de força. Alguns momentos tensos são logo depois cortados para tratar da busca do pai pelo filho (de longe a parte mais fraca do filme). Parece que juntaram os roteiros de três filmes aleatórios e criaram esse Franskenstein aqui. Porém, também reconheço méritos nessa produção: as cenas na selva são excelentes, conseguem passar toda a dificuldade que a umidade e o calor causam. Além disso, fica claro sempre que o perigo não vem somente do exército de índios ou dos traficantes: a vida selvagem, os animais peçonhentos estão ali a espreita somente esperando sua chance de dar o bote. O gore também é marcante (algo comum nesses filmes oitentistas italianos), tendo algumas decapitações, mas especialmente a muito bem feita cena do cara partido ao meio (e é realmente impressionante, imaginar que aquela violência gráfica toda foi feita com efeitos práticos e em um filme de orçamento limitado). A trama quando foca somente no que ocorre na Amazônia eleva o nível do filme, porém a parte urbana é muito deslocada e chata, então o conjunto acaba não resultando no filmaço que tinha potencial para ser. Mesmo assim recomendo "Cut and Run" para todos os fãs dessas produções sangrentas e violentas que os italianos realizavam quando o exploitation ainda estava em alta.
Policial setentista que é bem cru e direto ao ponto. Já coloca o espectador no meio da ação, com uma longa perseguição de moto. Até por ser curto, a trama não gasta muito com enrolação. Acompanhamos dois policiais violentos e que partem do princípio que os fins justificam os meios, e a partir daí partem para justiçamentos em busca de um mafioso. Tem bons momentos, como a cena da senhora refém e do assalto a banco. Porém, não coloco na prateleira dos melhores do gênero no período. Ser curto acaba sendo uma faca de dois gumes, pois algumas situações tem uma resolução e clímax muito rápidos, fora que cai no problema de boa parte dos filmes setentistas de menor orçamento: a trilha sonora totalmente deslocada (momentos de tensão com músicas alegres, por exemplo). Vale para quem quer conhecer mais o cinema policial europeu e também como passatempo ligeiro.
Bizarríssimo exploitation, que traz um dos argumentos mais loucos do cinema setentista (e olha que essa década foi prolífica em produções apelativas). O título e a sinopse já chamam a atenção de qualquer fã do cinema B e de exploração. O filme não enrola e em pouco tempo já entrega tudo que se espera: insanidade, nojeira e gore. Como de praxe nos exploitations, a maioria das atuações são ruins, a trilha sonora as vezes é deslocada e as situações se empilham sem seguir muita lógica. Porém, quem conhece o cinema desse período, sabe que isso é comum e que o foco aqui é ser o mais bizarro e repulsivo possível. E nisso, o filme é relativamente bem sucedido. Digo isso porque, com o argumento que se tem em mãos, mesmo com a curta duração, alguns momentos de monotonia ocorrem. A demência mesmo ocorre nos vinte minutos finais, aonde se concentram a maioria das cenas marcantes dessa produção. É um clássico para quem curte cinema de gênero, mas se tivesse um ritmo um pouco mais dinâmico, poderia ser tão bom quanto o nome e a trama indicam.
Interessante suspense. Ainda que não seja coeso e tenha momentos fracos, é elogiável como consegue fazer o espectador se sentir tão perdido quanto o protagonista, com ambos desvendando juntos os mistérios por trás do bizarro vilarejo de Imboca e seus moradores reclusos. Tem alguns momentos de violência, mas pros padrões de gore de Gordon e Yuzna, é até um filme contido. O foco aqui é realmente no clima de mistério e isso, especialmente, quando o personagem perambula pelas ruas e vielas, é muito bem feito. A tensão, a sensação de que algo ruim pode acontecer a qualquer momento. Consegue trazer elementos marcantes e uma mitologia muito particular, demonstrando uma originalidade que muitos filmes de gênero fantástico com orçamentos maiores nem chegam perto de criar. De negativo, a péssima CGI (as vezes parecem aquelas cenas de transição tridimensionais de jogos de N64 ou Dreamcast), mas felizmente elas são pouco utilizadas e não estragam o resultado final.
Filme bizarro e somente pro público que curte produções estranhas. Lembra muito Spawn, e não sabia que a inspiração aqui era uma obscura HQ e não a clássica obra de Goethe. Faz mais sentido, porque assistindo o filme estava achando que tinham adaptado o argumento central para essa colcha de retalhos. Surpreendentemente, achei bem bacana. É um filme claramente B, porém está dentro daquelas produções de baixo orçamento que entregam bom resultado. Tem gore, mortes, nojeiras. Tem pacto com o demônio, rituais satânicos, possessões, traumas passados. Uma mistura que é um tanto confusa, especialmente da metade para o final, quando ficam sendo inseridas reviravoltas e elementos que nem sempre são explicados. Na verdade, a lógica vai sendo gradualmente jogada fora, e isso tira um tanto o impacto positivo. Mas nada que deponha totalmente contra essa produção, que no fim é quase uma ópera rock sanguinolenta e endemoniada.
Tralha italiana de um dos principais diretores do país na época, no que se refere ao cinema de gênero. Não existe preocupação de criar grandes explicações, o filme começa frenético e sempre tem ação na tela até o fim. A maquiagem dos "vampiros" é fraca e o gore, pro padrão do cinema extremo dessa época, é até contido. Tem algumas cenas violentas, mas esporádicas (boa parte das mortes é off screen ou filmadas sem close). De todo modo, o filme tem bom ritmo e consegue prender o espectador sem problemas. Nota negativa pro final, um balde de água fria desnecessário.
Possessor
3.4 302 Assista AgoraBizarro e esquisito, lembra ficções feitas entre as décadas de 70 e 90, que focam o discurso nos dilemas éticos que a tecnologia pode trazer. É interessante pensar que, ainda que tenham promovido uma certa democratização do acesso a informação, os avanços tecnológicos em determinados graus só estão acessíveis a um seleto grupo (como quase tudo de luxo/extrema qualidade que existe), de modo que o que víamos em ficções distópicas setentistas de certo modo vai se tornando realidade.
"Possessor" traz a discussão pra algo ainda mais contemporâneo, que é o controle sobre corpos e aparências que vem ocorrendo em grau ainda rudimentar (basta pensar como a tecnologia já permite que se coloque uma pessoa falando algo que ela nunca disse de modo extremamente realista). Pois bem, e se no futuro for possível de fato que pessoas controlem corpos e façam seres humanos aleatórios tomarem ações para terceiros (uma evolução da relação parasita/hospedeiro)?
Partindo dessa premissa, essa ficção cria cenas fortes e perturbadoras, além de brincar com a mente do espectador, sempre jogando com quem de fato está no controle do que vemos na tela. É um filme que não termina ali nos créditos, fazendo com que quem assistiu crie teorias e a cada crítica lida, reflita e reveja pontos e situações que possam ter passado batidas.
O Anjo da Noite
3.7 28Gosto bastante de assistir cinema de gênero nacional, acho que é algo meio underground porque no geral a atenção sempre recai sobre comédias, pornochanchadas e filmes sobre criminalidade. Por esse motivo, gostaria de ter gostado mais desse misterioso e climático suspense setentista.
Porém, no geral, achei um festival de ideias interessantes desperdiçadas, além de ter uma falta de ritmo que não cria aquela experiência sensorial que faz o espectador roer as unhas.
Ok que a cópia do Youtube é bem ruim também e pode ter estragado a experiência, mas, a princípio achei só mediano.
Ratos: A Noite do Terror
2.9 40Gosto muito de podreiras e tralhas em geral, mas esse aqui é ruim até pra mim. Mistura Mad Max com filme de animal assassino, criando uma trama bizarra e sem nexo. Acho que o principal problema é o fato dos personagens humanos serem desinteressantes, irritantes (torci o tempo todo pra loira que só grita morrer o mais rápido possível) e terem as atitudes mais idiotas possíveis.
Vou até dizer que o gore não é horroroso, mas são 1h40 de ruindade que nem divertir consegue (a título de comparação, "Robowar", igualmente tosco e com orçamento de 1 dólar, do mesmo Mattei, é um filme C muito mais divertido).
"Rats" acaba sendo repetitivo, e só não dou nota menor nem sei porque, talvez porque pelo menos o filme consegue prender a atenção até o fim e pelo insólito final, certamente um dos mais marcantes do cinema de gênero desse ciclo bagaceira italiano.
O Massacre da Serra Elétrica: O Retorno de Leatherface
2.2 697 Assista AgoraNão é tétrico como a nota do Filmow faz parecer, porém não é nada mega maravilhoso e nem digno de outros exemplares bem melhores da franquia. Acho que o que pega mais aqui nem é o roteiro fraco, mas sim que transformaram Leatherface em um assassino genérico qualquer. No lugar dele poderia ser qualquer um.
Como slasher, achei legal o filme, entrega gore como tem que ser e traz algumas boas mortes. Além disso, de um modo bem simplista, evoca um conflito atual entre progressistas que acham que inventaram a roda x conservadores que tentam manter vivas tradições que já não deveriam mais existir. Tanto tem sua parte importante no roteiro essa questão, que a bandeira confederada passa a ser o ponto de virada (que já vinha sendo ensaiado desde o início no posto de gasolina) para o início da barbárie.
Óbvio que não quero colocar significados no filme, que tem um roteiro pífio, mas é interessante notar que na raiz da matança tem um tema contemporâneo.
Homem-Aranha: No Aranhaverso
4.4 1,5K Assista AgoraRevisto e continua uma produção mágica e altamente eficiente. Consegue emular bem o clima das HQS e da animação que passava na Globo nos anos 1990, de ser mesmo cartunesco, mas sem negligenciar os dilemas e dificuldades pelas quais passa o Cabeça de Teia.
O filme é visualmente lindo e os personagens são carismáticos, de modo que você naturalmente se envolve e torce por todos. Além disso, Rei do Crime novamente se mostra um grande vilão ( assim como na série do Demolidor), dando um senso de perigo e urgência que um bom antagonista precisa ter.
Recomendo, fácil no meu top 3 de filmes do Homem Aranha.
Skull: A Máscara de Anhangá
2.8 73 Assista AgoraGrata surpresa, um slasher com uma trama até original e bem latino americana, envolvendo sociedades pré colombianas e tradições indígenas. O principal destaque pra mim fica no gore, as mortes são sanguinolentas e os efeitos muito bem feitos, se pensarmos que estamos lidando com um filme de baixo orçamento.
O elenco é bem fraco, com destaque pra atuação selo Ricardo Macchi de interpretação da protagonista Nattalia Rodrigues. Zero emoção durante os 89 minutos.
O roteiro também não ajuda tanto, jogando situações aleatórias e conveniências.
Porém, colocando na balança, achei um bom exemplar de terror nacional.
O Pacto dos Lobos
3.4 228Estava há anos tentando assistir esse elogiado filme francês e finalmente consegui. Achei a produção irregular, tem momentos muito bons e outros de monotonia e confusão. Os 142 minutos de duração acabam se mostrando exagerados, o filme é longo e enche linguiça em muitas partes que poderiam ser muito mais dinâmicas.
Gostei da fotografia, tem cenas que parecem quadros, o elenco também é muito bom (destaco Dacascos, Bellucci e Cassel) e quando o diretor acerta nas cenas de ação e aventura, temos picos de um grande filme (as lutas envolvendo Dacascos, a armadilha pra pegar o famigerado lobo e o confronto entre Cassel e o protagonista se destacam pra mim).
Ainda tem espaço para sociedades secretas e mistérios descobertos, mas tudo fica muito melhor na premissa do que na prática. O visual da criatura é um pouco prejudicado pela CGI fraca, mas se levarmos em conta que é um filme de 2001, até que o resultado não é de todo horroroso.
No fim, fica no meio do caminho e com uma pequena sensação de potencial desperdiçado.
Q: A Serpente Alada
2.8 21Grata surpresa, assisti pra me aprofundar um pouco na filmografia de Larry Cohen e acabei tendo contato com um eficiente filme de monstro, que consegue disfarçar bem suas limitações orçamentárias usando o mesmo truque de "Tubarão": mostrar a criatura o mínimo possível.
No início é meio confuso acompanhar as tramas paralelas, mas quando elas se cruzam acabam criando uma trama mais encorpada que a média do gênero. Poderia dar uma salada estragada, mas a mistura de rituais, roubo e investigação policial se sai melhor que a encomenda.
David Carradine e Richard Roundtree como dupla badass se destacam no elenco, apesar do protagonista em si ser Michael Moriarty.
Pra quem curte cinema B, vale conhecer.
A Ambulância
2.9 50Filme B que tem uma premissa melhor do que o resultado em si. Ok que é difícil manter um argumento como esse durante 1h30, mas a impressão que fica é que o filme perde fôlego rápido demais. As motivações do vilão são mal explicadas e até mesmo a investigação ao redor do mistério da ambulância é meio capenga, não criando uma tensão em quase nenhum momento.
Dou três estrelas pelo elenco (Eric Roberts e a lenda James Earl Jones em uma produção de baixo orçamento é luxo) e pelo clima noventista de produção B que eu tenho um carinho nostálgico.
Corrida da Morte: Ano 2000
3.3 57 Assista AgoraFilme B eficiente e que ainda consegue ter pitadas de críticas sociais. Só não é melhor porque as corridas em si não são tão interessantes, mas a sátira ao consumo de violência como entretenimento e aos governos que vivem de mentiras e inimigos inventados (fake news, aonde vemos isso ainda hoje, né??) são ainda atuais e talvez por isso essa produção ainda mantenha certa força e arranque sorrisos por situações apresentadas que já deveriam ter ficado no passado.
O gore é até bom, tendo em vista o orçamento limitado, e é curioso ver David Carradine e Stallone pré fama duelando até a morte.
Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos
4.0 550 Assista AgoraJá tinha assistido alguns Almodóvar e nenhum tinha me pegado como esse. O começo é meio desinteressante, mas depois que você entende a trama e as motivações dos personagens, essa exagerada comédia se torna um ótimo passatempo. O filme simplesmente não para, a todo momento uma nova ação leva por caminhos inesperados. Mas, e aí vemos como um diretor e um roteiro de qualidade influem no resultado final, em nenhum momento o espectador fica perdido ou confuso. As peças vão se encaixando e só prendendo mais e mais a atenção.
O Abominável Dr. Phibes
4.0 126Grata surpresa. Um dos papéis mais famosos do lendário Vincent Price, "Dr. Phibes" nos apresenta uma trama de vingança engenhosa e que você fica curioso esperando o próximo passo. Um filme que se convém chamar de B, mas é rico em detalhes cenográficos e tem uma fotografia exuberante e de cores fortes (cenário do teatro macabro é espetacular). Algo positivo também é que mesmo quando o protagonista não está em cena, a película consegue manter o interesse, pois também é interessante ver os investigadores ligando os pontos para descobrir quem é o assassino.
As mortes inspiradas nas pragas do Egito surpreendem, e ainda que o gore não seja primordial aqui, é interessante ver todo o processo que envolve a criação delas.
Recomendo fortemente, merece ser redescoberto.
O Presente
3.4 832 Assista AgoraSuspense dramático mediano. É criativo em gradualmente ir mexendo com as expectativas do público de quem é vilão e quem é mocinho. Algumas descobertas vão mostrando que o passado sempre pode de fato voltar e quebrar certezas e reputações.
Entretanto, acabei não gostando do todo, o ritmo é muito lento em determinados momentos e as situações vão demorando a engrenar, ficando tudo reservado para a parte final.
Não é ruim, mas esperava um pouco mais.
Machuca
4.3 281Grande filme, especialmente porque nos mostra como direitos conquistados por minorias são frágeis e precisam sempre ser analisados sob constante vigilância para que não sejam devastados pelas elites. Me causou tristeza que os argumentos dos ricos chilenos em 1973 são idênticos aos da elite patética brasileira em 2022, mostrando que o discurso reacionário é igual e pode ser reciclado em qualquer lugar.
O filme em si, é bem sensível, gosto como ele diz muito sem precisar ser expositivo. Afinal, o poder do cinema é justo na imagem e em como ela pode contar e enriquecer uma história. Atuações muito boas do elenco mirim também.
O final é cru e realista, ali nós vemos como no fim das contas a corda sempre arrebenta do lado pobre e fraco, enquanto quem está com a riqueza concentrada nas mãos segue sua vida normalmente.
Titane
3.5 390 Assista AgoraO que houve aqui, Festival de Cannes? Rsrs.
Estava bem curioso para assistir esse filme, justamente porque para uma produção de horror conseguir pular o preconceito dos críticos e ser premiada em festivais que não se dedicam ao cinema de gênero, algo muito especial ele precisa ter.
Pois bem, após assistir, fiquei impressionado de esse filme levar a Palma de Ouro. Me pareceu um tanto desfocado, na verdade, é como se fossem dois filmes em um.
A primeira parte é a grotesca em si, e consegue causar um incômodo permanente. As mortes cruas e o estranhamento por toda a bizarrice apresentada tornam a produção, até ali, um daqueles casos de películas que conseguem deixar o espectador inquieto.
Entretanto, no que podemos entender como o segundo ato, parece que o que ocorreu antes é deixado de lado (exceto em momentos específicos) e um filme a parte tem início, dessa vez um drama sobre perdas e perdão.
Porém, não consegui mais me conectar com a produção a partir daí. Parece uma quebra de ritmo e expectativa muito forte, e tudo fica parado e monótono. Sempre se espera que os sentimentos provocados pelo início avassalador se repitam, porém o resultado passa a ser o oposto: quem está assistindo fica inerte por quase uma hora e nada de fato empolgante volta a acontecer.
Talvez, "Titane" seja lírico ou onírico demais para mim, até entendo algumas análises em relação a identidade de gênero que ficam implícitas mas, sinceramente, para mim não funcionou. Ficou sendo somente decepcionante.
A Verdade Nua e Crua
3.5 2,1K Assista AgoraUma comédia romântica que dificilmente seria realizada hoje em dia. Mais da metade do filme são conselhos machistas e provavelmente feito na era do cancelamento, o filme já chegaria aos cinemas com péssima fama.
Vendo somente como filme, segue o esquema padrão dos romances, não tem nenhuma inovação, porém traz alguns momentos até engraçados.
Intervenção
3.0 83 Assista AgoraDrama policial que se diferencia por mostrar o cotidiano de uma favela ocupada pelo prisma da polícia, mas de policiais que estão na ralé da pirâmide, basicamente esquecidos pelo Estado e pela corporação.
Entretanto, peca por ter uma visão um tanto romântica da situação: quem mora no Rio sabe que as coisas na prática não são tão idealizadas e isso acaba forçando um heroísmo nos personagens que, para um filme que se propõe realista, não cabe.
primeiramente, aquele primeiro "vapor" que é preso, muito irreal que só por não ter uma arma no momento da prisão ele seja rapidamente solto. Outra coisa, a moça que é morta pela protagonista e depois se descobre que ela não tem uma arma, a investigação em relação ao personagem do Marcos Palmeira seria somente figurativa e no máximo ele pegaria trabalhos internos. O suicídio como se fosse uma quebra de honra fatal acabou sendo um artíficio exageradamente dramático
Porém, tirando esses deslizes, e tendo em vista que não é uma super produção, é um filme competente e que consegue fazer com que tenhamos empatia pelos policiais retratados.
Amarração do Amor
2.8 26 Assista AgoraComédia romântica esquemática e normal, mas serve como passatempo. Não se deve esperar nenhuma surpresa narrativa, aqui é feito o feijão com arroz. Tem seus momentos engraçados e consegue arrancar algumas risadas.
Obs. como dito abaixo, queria ver Cacau em um papel diferente, com certeza talento pra isso ela tem. Porém, ela parece sempre estar fazendo a mesma personagem do Vai Que Cola.
Inferno ao Vivo
3.3 32Filme de ação bem violento comandado pelo responsável pelo insano "Cannibal Holocausto". Na verdade, "Cut And Run" é uma misturada só: tem trama policial, tem drama familiar, tem investigação jornalística. Talvez por ter tanta informação, o resultado final tenha uma perda de força. Alguns momentos tensos são logo depois cortados para tratar da busca do pai pelo filho (de longe a parte mais fraca do filme). Parece que juntaram os roteiros de três filmes aleatórios e criaram esse Franskenstein aqui.
Porém, também reconheço méritos nessa produção: as cenas na selva são excelentes, conseguem passar toda a dificuldade que a umidade e o calor causam. Além disso, fica claro sempre que o perigo não vem somente do exército de índios ou dos traficantes: a vida selvagem, os animais peçonhentos estão ali a espreita somente esperando sua chance de dar o bote.
O gore também é marcante (algo comum nesses filmes oitentistas italianos), tendo algumas decapitações, mas especialmente a muito bem feita cena do cara partido ao meio (e é realmente impressionante, imaginar que aquela violência gráfica toda foi feita com efeitos práticos e em um filme de orçamento limitado).
A trama quando foca somente no que ocorre na Amazônia eleva o nível do filme, porém a parte urbana é muito deslocada e chata, então o conjunto acaba não resultando no filmaço que tinha potencial para ser.
Mesmo assim recomendo "Cut and Run" para todos os fãs dessas produções sangrentas e violentas que os italianos realizavam quando o exploitation ainda estava em alta.
Uomini Si Nasce, Poliziotti Si Muore
3.5 7Policial setentista que é bem cru e direto ao ponto. Já coloca o espectador no meio da ação, com uma longa perseguição de moto. Até por ser curto, a trama não gasta muito com enrolação. Acompanhamos dois policiais violentos e que partem do princípio que os fins justificam os meios, e a partir daí partem para justiçamentos em busca de um mafioso.
Tem bons momentos, como a cena da senhora refém e do assalto a banco.
Porém, não coloco na prateleira dos melhores do gênero no período. Ser curto acaba sendo uma faca de dois gumes, pois algumas situações tem uma resolução e clímax muito rápidos, fora que cai no problema de boa parte dos filmes setentistas de menor orçamento: a trilha sonora totalmente deslocada (momentos de tensão com músicas alegres, por exemplo).
Vale para quem quer conhecer mais o cinema policial europeu e também como passatempo ligeiro.
Eu Bebo Seu Sangue
3.4 53Bizarríssimo exploitation, que traz um dos argumentos mais loucos do cinema setentista (e olha que essa década foi prolífica em produções apelativas). O título e a sinopse já chamam a atenção de qualquer fã do cinema B e de exploração.
O filme não enrola e em pouco tempo já entrega tudo que se espera: insanidade, nojeira e gore. Como de praxe nos exploitations, a maioria das atuações são ruins, a trilha sonora as vezes é deslocada e as situações se empilham sem seguir muita lógica.
Porém, quem conhece o cinema desse período, sabe que isso é comum e que o foco aqui é ser o mais bizarro e repulsivo possível. E nisso, o filme é relativamente bem sucedido.
Digo isso porque, com o argumento que se tem em mãos, mesmo com a curta duração, alguns momentos de monotonia ocorrem.
A demência mesmo ocorre nos vinte minutos finais, aonde se concentram a maioria das cenas marcantes dessa produção.
É um clássico para quem curte cinema de gênero, mas se tivesse um ritmo um pouco mais dinâmico, poderia ser tão bom quanto o nome e a trama indicam.
Dagon
3.3 114Interessante suspense. Ainda que não seja coeso e tenha momentos fracos, é elogiável como consegue fazer o espectador se sentir tão perdido quanto o protagonista, com ambos desvendando juntos os mistérios por trás do bizarro vilarejo de Imboca e seus moradores reclusos.
Tem alguns momentos de violência, mas pros padrões de gore de Gordon e Yuzna, é até um filme contido. O foco aqui é realmente no clima de mistério e isso, especialmente, quando o personagem perambula pelas ruas e vielas, é muito bem feito. A tensão, a sensação de que algo ruim pode acontecer a qualquer momento.
Consegue trazer elementos marcantes e uma mitologia muito particular, demonstrando uma originalidade que muitos filmes de gênero fantástico com orçamentos maiores nem chegam perto de criar.
De negativo, a péssima CGI (as vezes parecem aquelas cenas de transição tridimensionais de jogos de N64 ou Dreamcast), mas felizmente elas são pouco utilizadas e não estragam o resultado final.
Faust: O Pesadelo Eterno
2.3 36Filme bizarro e somente pro público que curte produções estranhas. Lembra muito Spawn, e não sabia que a inspiração aqui era uma obscura HQ e não a clássica obra de Goethe.
Faz mais sentido, porque assistindo o filme estava achando que tinham adaptado o argumento central para essa colcha de retalhos.
Surpreendentemente, achei bem bacana. É um filme claramente B, porém está dentro daquelas produções de baixo orçamento que entregam bom resultado.
Tem gore, mortes, nojeiras. Tem pacto com o demônio, rituais satânicos, possessões, traumas passados. Uma mistura que é um tanto confusa, especialmente da metade para o final, quando ficam sendo inseridas reviravoltas e elementos que nem sempre são explicados.
Na verdade, a lógica vai sendo gradualmente jogada fora, e isso tira um tanto o impacto positivo. Mas nada que deponha totalmente contra essa produção, que no fim é quase uma ópera rock sanguinolenta e endemoniada.
Cidade Maldita
3.1 44Tralha italiana de um dos principais diretores do país na época, no que se refere ao cinema de gênero. Não existe preocupação de criar grandes explicações, o filme começa frenético e sempre tem ação na tela até o fim.
A maquiagem dos "vampiros" é fraca e o gore, pro padrão do cinema extremo dessa época, é até contido. Tem algumas cenas violentas, mas esporádicas (boa parte das mortes é off screen ou filmadas sem close).
De todo modo, o filme tem bom ritmo e consegue prender o espectador sem problemas.
Nota negativa pro final, um balde de água fria desnecessário.