"KONG: ILHA DA CAVEIRA" tem uma trama totalmente diferente da estória clássica do personagem. Mas não é isso o que a torna ruim; o problema é que o roteiro é realmente muito raso, quase inexistente - uma desculpa pra ressuscitar o monstro nas telonas. Personagens descartáveis e cenas de ação desinteressantes também não ajudam em nada.
Sabemos que este filme foi feito apenas para preparar o terreno para KING KONG VS GODZILLA, mas não dava pra fazer um filme melhorzinho?
Nota 5
* A cena pós-créditos é mais empolgante que o filme inteiro, ao mostrar que o promissor universo de monstros gigantes não se resume apenas ao que imaginávamos inicialmente...
LOGAN não é apenas o melhor filme da franquia X-Men jamais feito, mas também uma representação do Wolverine que dificilmente será igualada!
Não exatamente por mudança na atuação do seu intérprete. Hugh Jackman sempre foi brilhante atuando como o personagem, e o que ele entrega é o mesmo homem meio selvagem e amargurado por um passado terrível e doloroso, que encontra na violência um escape para suas frustações, seu pessimismo e sua impaciência.
O que torna esse filme um marco na história do carcaju nos cinemas é o seu "clima" desperançoso, sua tentativa de se manter o mais realista possível e sua violencia explícita (uma característica sempre contida nos outros filmes). São vários amputamentos, empalamentos, decaptações e estripamentos despudoradamente mostrados na tela em meio a muito sangue. O que se esperaria de lutas envolvendo personagens com enormes lâminas de osso e metal sendo usadas como garras?
(Sobre a história: recomendo que assistam o filme sabendo o mínimo possível da mesma, como foi o meu caso. Fujam dos spoilers como se o próprio Wolverine estivesse correndo atrás de vocês e surpreendam-se...)
Difícil escolher entre o roteiro ou a direção (ambos de James Mangold) como o principal fator que torna este filme uma obra-prima. Olhando em retrospecto uma franquia com mais erros do que acertos, o maior plot twist é ver Hugh Jackman se despedir de forma tão digna e esplêndida.
ROGUE ONE é uma obra para o público aplaudir de pé - o que de fato aconteceu ao término da sessão que assisti!
Não somente posiciona-se com um dos melhores filmes da franquia STAR WARS já feitos, mas também representa a esperança de assistirmos mais boas estórias ambientadas há muito tempo atrás, numa galáxia distante!
É uma pena que para boa parte do público, as mensagens e simbolismos do filme passem totalmente despercebidos, e a obra seja só vista com um banho de sangue eficiente, mas descartável. Porém, é um filme bem mas complexo do que parece: o tipo do filme para rever não só para encaixar as peças do quebra-cabeças, mas também para constatar o que o diretor queria dizer!
"O DESPERTAR DA FORÇA" é (se minha empolgação ainda não estiver embotando meu senso crítico) um ótimo filme da franquia STAR WARS - não só fazendo jus ao legado da trilogia original, mas também estando, junto com os episódios IV e V, entre os três melhores da franquia.
Mas se J. J. Abrams e a Disney merecem aplausos pela coragem de certas decisões, eu preciso dizer que atingiram fundo e de forma dolorosa o meu coração. Vai demorar pra eu me recuperar; para falar a verdade, passei do estágio da negação e no momento estou no da raiva...
Horrível! Uma completa perda de tempo! Lamentável que o finado Harold Ramis (que dirigiu pérolas do humor como "Feitiço do Tempo" e "Máfia no Divã") tenha tido como um de seus últimos trabalho algo tão ruim! Uma pena! :-(
Não é um filme extraordinário, mas é bacana para os pequenos.
Meu filho de 5 anos adorou, e isso já valeu o ingresso. Acho que vai lembrar de "Goosebumps" como eu lembro de alguns despretensiosos filminhos de monstros que vi na minha infância...
Fora a piada de que Matt Damon é gente boa o suficiente para que o busquem em qualquer lugar do Sistema Solar, "PERDIDO EM MARTE" nos dá a chance de constatar que Ridley Scott ainda é capaz de nos trazer um ótimo filme!
Também é um alento ver que o cinema-pipoca não precisa ser destituído de cérebro. Como o seu protagonista, o filme usa ciência "até fazer bico"! As liberdades poéticas passam despercebidas quando as soluções adotadas pelo náufrago alienígena tentam não se afastar muito da ciência real, tornando a ficção bem mais científica. A física, a química, a astronomia e a biologia agradecem!
E se a obra já não fosse divertida o suficiente para conquistar o público, ainda somos presenteados com o próprio Boromir em uma divertidíssima referência à Sociedade do Anel, e uma ótima sacada de tocar "Starman" (do David Bowie, que no Brasil foi versionada na antológica "Astronauta de Mármore") em um momento chave da trama.
Tudo isso sem contar que "PERDIDO EM MARTE" ainda nos lembra de como é importante estudar botânica! :-)
Melancolia. É o sentimento que senti após assistir a "O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS".
O plot do filme é até interessante. É claro que é absolutamente paradoxal, mas desde o 2º filme da série a lógica das viagens do tempo é ignorada (a questão é que este 2º filme podia se dar ao luxo de ter paradoxos, porque era um filmaço; não é o caso dos outros). E a meia-hora inicial deste 5º capítulo é até divertida e promissora...
Só que depois o caldo desanda. Nem vale a pena esmiuçar aqui todos os motivos, mas vale a pena destacar que o filme é totalmente previsível. Claro que os trailers revelando toda a estória atrapalharam, mas mesmo quem não os assistisse iria sacar as "viradas" e o final imediatamente (bem como a cena pós-créditos). As cenas de ação não empolgam e empalidecem perto daquelas dos filmes anteriores; os heróis e os vilões são arremedos que não dão certo. Apesar de não ser um desastre total, o filme está muito aquém do que se espera de um filme do Exterminador. No fim das contas, a impressão de que temos é que a franquia deveria ter mesmo apenas os dois primeiros filmes...
O que é uma pena, porque Schwarzenegger realmente se esforçou, nas filmagens e na divulgação. Se há algo que vale a pena no filme, é ele. Mas não foi o suficiente, infelizmente. Se todos os filmes da franquia terminam com uma sensação de desolação (ou porque alguém muito querido havia morrido para salvar a humanidade, ou porque no fim das contas, o armagedom era inevitável), neste o sentimento de tristeza é o de ver o herói dos filmes de ação que garantia centenas de milhões de dólares de bilheteria só com sua presença em um filme, amargar o fracasso com aquele que é um dos seus mais importantes personagens.
Em 1993, a estreia de 'JURASSIC PARK' surpreendeu o público ao trazer para os cinemas dinossauros que pareciam de verdade! Criados por computadores, a técnica de CGI que recriava aqueles animais era espantosamente realista - e não foi à toa que o filme é, até hoje, um dos maiores sucessos de bilheteria de todos os tempos.
De lá para cá, no entanto, o caldo parecia ter desandado. Se duas continuações sofríveis já não eram praga suficiente para extinguir mais uma vez os dinossauros, a popularização da tecnologia e a exploração mercadológica do tema em outros filmes (a maioria, de qualidade bem duvidosa), séries de TV ou documentários fez com que o assunto se banalizasse. E o público parecia ter ficado entediado com os dinos...
Parecia!
14 anos depois do último filme da franquia, 'JURASSIC WORLD' traz mais uma vez os gigantescos répteis para a telona. E o resultado é divertidíssimo!
A premissa esbanja da metalinguagem: novos dinossauros criados geneticamente para agradar a um público que havia enjoado dos originais. E em JW, tudo é hiperbólico: os dinossauros, maiores, mais rápidos, mais realistas e mais mortíferos (quando tudo começa a dar errado, já há mais mortos em poucos minutos que em duas horas do 1º filme!); as cenas de ação, mais intensas, e o próprio parque é uma apoteose que nem John Hammond havia imaginado.
A trama e os personagens, contudo, são basicamente releituras do filme original. E o filme tem lá seus defeitos: da coincidência em que justamente os sobrinhos da gerente de operações do parque serão as crianças que acabarão por participar de grande parte das cenas de ação, ao estereotipo de personagens unidimensionais que bem podiam ser descritos apenas por uma legenda ("o adolescente rebelde", "o especialista aventureiro", "a executiva atarefada", "o cientista ganancioso"), não há como negar que o filme não é perfeito. Mas a pergunta é: não era também assim o original? JW é um filme para a família, cujo objetivo último é a diversão. E, neste quesito, não decepciona!
A cena final, por exemplo, é uma síntese do que é o filme: totalmente previsível, mas impossível não vibrar ao assisti-la!
Com tudo isto, apesar dos tropeços, um filme que se propõe a nos levar numa viagem alucinante com pterossauros, raptores, tiranossauros e mosassauros, e efetivamente o faz, não pode ser considerado outra coisa que não bem sucedido!
A franquia Mad Max é uma das mais icônicas da história do cinema, tendo praticamente definido o cenário dos filmes apocalípticos que vieram em sua esteira. Mas embora seu panorama distópico tenha sido copiado à exaustão, a verdade é que o seu clima de insanidade e urgência nunca foi imitado de forma muito eficiente. Faltava a estes filmes coragem. E loucura!
30 anos depois de rodar o terceiro filme da franquia, o diretor George Miller, hoje com 70 anos, volta a conduzi-la, mostrando que não perdeu o jeito! Embora "Thunderdome" (e suas crianças que pareciam saídas da Terra do Nunca), o até então último capítulo da série, tenha tido vários problemas de produção e de roteiro e se tornado o mais fraco de todos, o público não havia desistido. Queria mais! E Miller mostra agora que também estava sedento. Depois de mais de uma década tentando filmar o quarto episódio da franquia (uma verdadeira epopeia que valeria um outro filme), ele entrega uma obra catártica. Durante toda a exibição de "MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA", a impressão que se tem é que o diretor está gritando: "É isso o que vocês querem? Então, TOMA!!!"
O Louco Max está de volta, e turbinado!
Miller (que também ajudou a escrever o roteiro) entrega um filme explosivo do início ao fim, dando pouquíssimas oportunidades para o espectador respirar. Com orçamento de 150 milhões de dólares para fazer o que achava melhor, entrega-se a uma verdadeira galeria de personagens histriônicos, pintados e fantasiados, dirigindo os mais veículos extravagantes que pôde imaginar, em cenários que parecem surgido da cabeça de um esquizofrênico. Há carros-ouriço, caminhões-tanque com torres feitas de carrocerias de fuscas e até um veículo com tambores e caixas de som gigantes, carregando um músico do inferno com sua guitarra-de-dois-braços-lança-chamas!. O risco de parecer um desfile carnavalesco ou um desenho da Corrida Maluca era alto, mas ele não se intimidou e mostrou que sabia o que estava fazendo.
O Mad Max de 2015 tem uma estória simples (nem por isso rasa), que serve bem como pano de fundo para um espetáculo de destruição executado quase que em sua totalidade com efeitos práticos, sem efeitos digitais (o que é inacreditável!), com cenas de ação impressionantemente longas e eficientes (aprenda, Michael Bay!). E conta com vários personagens que já entram para a galeria dos melhores da franquia: o Max de Tom Hardy é diferente daquele de Mel Gibson, o que causa estranhamento, mas não é uma sensação estranha para quem já viu personagens como Dr. Who ou James Bond trocando de intérprete. O meia-vida Nux tem o arco mais dramático da série, e o vilão Immortan Joe é, sem dúvida, o mais bizarro de todos os quatro filmes (o que, sem dúvida, é um feito!). Mas o destaque mesmo é a Imperatriz Furiosa, vivida por Charlize Theron numa atuação à altura do nome da personagem. Ela bem pode ser considerada a protagonista da estória, que aliás eleva a participação feminina em filmes a outro plano. Independentes, guerreiras e letais, são as mulheres, e não os homens, os verdadeiros heróis da trama.
Sendo o melhor filme de ação de 2015 até o momento, "MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA" cria um desafio para o próprio Miller, que quer mais uma continuação. Vitalidade ele mostrou que tem. Esperemos que ele tenha a mesma liberdade para nos entregar mais uma vez uma aventura de alta octanagem como esta, no mundo de Max.
"Vingadores - Era de Ultron" já nasce, paradoxalmente, com uma dádiva e uma maldição, ambas legadas do excelente filme anterior, que reunia os grandes heróis da Casa das Ideias.
A primeira é o clima de empatia e identificação que o público tem com seus principais personagens. Um terreno solidamente pavimentado anteriormente, sob o qual novas tramas podem desenrolar-se sem muitas preocupações com apresentações e origens.
O problema reside na inevitável expectativa de que esta continuação supere ou, no mínimo, iguale-se ao filme anterior. E, sem o fator surpresa de ver uma engrenagem com tantas peças funcionar perfeitamente, que deixou fãs do mundo inteiro de bocas abertas na obra original, comparativamente a continuação fica um grau abaixo no quesito empolgação.
Mas isto não impede que "Vingadores 2" ainda seja um dos melhores filmes da Marvel! Com mais tempo para desenvolver os personagens menos famosos (destaque para o Gavião Arqueiro e uma revelação bacana), para mostrar a relação 'ainda' cordial entre os heróis e para versar sobre os dilemas envolvendo enormes poderes e responsabilidades, o filme pode se aprofundar em pontos que o primeiro apenas vislumbrou.
Competente nas atuações, nos aspectos técnicos e na direção que mais uma vez conduz bem tanto cenas mais intimistas quanto ação eletrizante (a luta entre o Hulk e o Homem-de-Ferro usando a "Hulkbuster" já nasce antológica), o filme apresenta novos Vingadores e também prepara terreno para os eventos dramáticos de "Guerra Civil", que vem por aí.
"Vingadores 2", assim como o anterior, termina deixando o público com aquela sensação de querer ver mais. E, assim como na época do lançamento do primeiro, pergunto agora: e há algum resultado melhor para um filme?
'Foxcatcher' seria um filme que conta uma estória absurda demais para ser levado a sério - não fosse ele baseado em fatos reais!
O filme é ótimo, mas surpreende pela melancolia e tom depressivo. Nada mais conveniente para uma obra que pretende contar os eventos que... bem, aconselho que, caso não conheçam a estória real de John DuPont e dos irmãos irmãos Mark e David Schultz, assistam ao filme antes de pesquisar qualquer coisa.
Steve Carell está irreconhecível não só pela pesada maquiagem, mas também pela ótima interpretação. Porém, é Mark Ruffalo quem faz o personagem mais crível e humano do filme. Não à toa, ambos concorreram ao Oscar.
'Foxcatcher' é como um soco na boca do estômago. Um daqueles imprevisíveis e sem pedidos de desculpa...
Dan Gilroy surpreende na sua estréia como diretor e entrega um filme realmente perturbador. Jake Gyllenhaal, soberbo, faz talvez a melhor interpretação da sua carreira, um cinegrafista noturno em busca de tragédias sangrentas para vender a redes de TVs com telejornais sensacionalistas (qualquer semelhança com o "Datenismo" brasileiro não é mera coincidência), vivendo um personagem tridimensional, cuja ambição deve ser satisfeita a qualquer custo!
Este mergulho no mundo dos "nightcrawlings" não é apenas chocante. É revelador! Porque o personagem de Gyllenhaal pode pertencer apenas à ficção, mas o descaso com (e mesmo o desejo de que aconteçam) desgraças alheias em busca de uns trocados é uma realidade urbana que ocorre todas as noites...
Um ótimo "filme de guerra" que, embora apresente vários clichês, irá agradar aos fãs do gênero!
A ideia original de acompanhar confrontos da Segunda Guerra a partir do ponto de vista dos tripulantes de um tanque de guerra já é, por si só, um bom motivo pra assistir a película. O espectador acaba por perceber que, em uma batalha com granadas, tiros de metralhadora e projéteis anti-tanques assoviando por todos os lados, o interior de um tanque de guerra pode ser tão claustrofóbico e assustador quanto o de um submarino U-Boat no fundo do Atlântico!
"O Hobbit 3: A Batalha dos Cinco Exércitos" diverte. Porém, dada a pretensão de Peter Jackson, esse resultado está bem aquém do esperado para a conclusão de uma saga desta magnitude.
É bem melhor que o desastroso 2° episódio, mas sofre do mesmo problema de megalomania (ou olho grande) dos seus produtores. No fim das contas, dois filmes bastariam para contar a jornada de Bilbo Bolseiro e seus companheiros anões.
É incrível, por exemplo, como Jackson não conseguiu definir a personalidade de grande parte dos personagens principais, apesar de ter tido três filmes para isso! Assim, quando alguns destes personagens morrem, por exemplo, o público não sente tanto quanto deveria, já que não há empatia, nem com os anões (exceptuando dois ou três, ele poderia abrir mão de colocar alguns neste filme e ninguém notaria), nem com os elfos (e uma das óbvias exceções aqui é Legolas, que nem no livro "O Hobbit" aparece, mas que tem importância inexplicável aqui), nem com os humanos (os habitantes da cidade não passam de figurantes cujo sofrimento sequer chega a incomodar). Perdesse menos tempo nos três filmes com trechos inexistentes nos livros e que não fazem diferença para a estória (incluídos certamente para "encher linguiça" e justificar a trilogia), talvez fosse possível criar personagens com os quais nos importamos.
Não que o filme seja perda de tempo. A batalha é fantástica (a cena da "parede de escudos" dos anões é empolgante), a luta entre Thorin e Azog é bacana, mas isso é pouco. A trilogia "O Hobbit", afinal, provou-se um caça-níquel que não faz jus à obra que foi a trilogia "O Senhor dos Anéis"...
P.s.: Continua a dúvida se a "amnésia" de Galdalf, que em "A Sociedade do Anel" não desconfiava nem que Bilbo tinha o anel, nem que Sauron estava de volta, deve-se ao consumo de erva de hobbits em demasia, ou se é só um tremendo erro de continuidade mesmo!
O diretor Denis Villeneuve mergulha no que há de pior no ser humano, e o que traz de lá é terrivelmente mais assustador que qualquer fantasia sobrenatural.
Assistir a "os Suspeitos" é difícil, importante observar. É uma daquelas obras onde um nó se forma na garganta durante o filme e não se desfaz - mesmo depois do seu término. Confesso que a indignação e a asco quase me impedem de assistir-lo até o final, e tive mesmo que lembrar que aquilo era apenas uma obra de ficção para terminar. O filme, porém, é tão cru e realista que esse consolo pouco adianta...
O roteiro, perfeito, é bem amarrado e tenso na medida certa. A direção, competentíssima, invocando o clima claustrofóbico e desesperador necessário. E as atuações, ah!, as atuações: Paul Dano é um jovem ator surpreendente, daqueles que conseguem transmitir um desespero silencioso perturbador (mais do que adequado aqui); Hugh Jackman convence no papel de um homem dividido pela agonia e pelo ódio, consumido pela consciência durante atos de enorme crueldade; e Jake Gyllenhaal faz provavelmente o melhor papel da sua carreira, um policial aflito e consciente de toda aquela situação, cuja luta interna para manter o auto-controle mostra-se num tique revelador.
Com seus personagens tridimensionais e sua trama profunda, "Os Suspeitos" testa nossos princípios morais ao faz a incômoda pergunta do que somos capazes quando estamos frente ao total desespero.
Obs.: O título original ("Prisioners") é muito mais adequado que o adotado aqui.
Definitivamente, esta NOÉ a lenda bíblica que os religiosos esperavam ver retratada nos cinemas! :-D
Quem mandou um ateu (o diretor Darren Aronofsky) conduzir um filme religioso?
A mensagem é clara, com um Noé cujo fundamentalismo seria capaz de fazê-lo eviscerar recém-nascidos e com as palavras que o seu antagonista dirige a Cam: "Seu pai encheu um navio com animais enquanto crianças morriam afogadas!"
;-)
Ah!, e tirando esta divertida constatação, o filme é ruim...
Ainda que se exercite a suspensão da descrença e se aceite que a premissa completamente equivocada de que "usamos apenas 10% do cérebro" é verdadeira naquele universo, o filme é tão absurdo e repleto de conceitos irreais que torna-se impossível ignorá-los.
Junte-se um roteiro que parece novela das 8 tentando fazer ficção científica, um terceiro ato que tenta ser kubrickiano (ah, mas Luc Besson está muito longe disso...) e a bomba está pronta! :-/
Como qualquer filme de Cristopher Nolan, "INTERESTELAR" não podia ser menos que grandioso. E a incursão do diretor ao gênero "ficção científica no espaço" não decepciona.
Incorporando a tendência do gênero de tentar manter-se o mais realista possível, o filme explora corretamente conceitos como a dilatação temporal descrita pela relatividade e as longas fases de aceleração/desaceleração necessárias para a sobrevivência humana numa viagem em altas velocidades. O roteiro permite-se a fantasia, porém, quando trata de assuntos além do nosso conhecimento (como são os planetas alienígenas? o que ocorre nas cercanias de um buraco negro?), como convém a um filme de um gênero cujo objetivo último é o de extrapolar estas fronteiras.
Não que "INTERESTELAR" não tenha seus problemas, como o exagero no sentimentalismo, que em alguns pontos se mostra forçado, ou furos bem evidentes: a maioria, como a hidrodinâmica absurda do planeta-água, não chegam a incomodar, mas alguns envolvendo elementos-chave do roteiro são um pouco mais sérios. Há de se convir, no entanto, que a filmografia de Nolan é repleta de detalhes propositalmente incluídos para gerar discussões - o que talvez explique algumas destas aparentes falhas como elementos para incentivar o debate.
De qualquer forma, "INTERESTELAR" entra no currículo do diretor como mais um acerto, sendo um filme que merece que se assista mais de uma vez. Até para que se possa descobrir nuances despercebidas numa primeira visita - e o que não falta nesta obra são oportunidades de se fazer filosofia.
Neste sentido, "INTERESTELAR" é uma viagem em que recomendo que embarquemos!
Guardiões da Galáxia Vol. 2
4.0 1,7K Assista AgoraE a MARVEL conseguiu o que parecia impossível: "GUARDIÕES DA GALÁXIA - VOL. 2" conseguiu ser melhor que o primeiro!
Nota 10
Kong: A Ilha da Caveira
3.3 1,2K Assista Agora"KONG: ILHA DA CAVEIRA" tem uma trama totalmente diferente da estória clássica do personagem. Mas não é isso o que a torna ruim; o problema é que o roteiro é realmente muito raso, quase inexistente - uma desculpa pra ressuscitar o monstro nas telonas. Personagens descartáveis e cenas de ação desinteressantes também não ajudam em nada.
Sabemos que este filme foi feito apenas para preparar o terreno para KING KONG VS GODZILLA, mas não dava pra fazer um filme melhorzinho?
Nota 5
* A cena pós-créditos é mais empolgante que o filme inteiro, ao mostrar que o promissor universo de monstros gigantes não se resume apenas ao que imaginávamos inicialmente...
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraLOGAN não é apenas o melhor filme da franquia X-Men jamais feito, mas também uma representação do Wolverine que dificilmente será igualada!
Não exatamente por mudança na atuação do seu intérprete. Hugh Jackman sempre foi brilhante atuando como o personagem, e o que ele entrega é o mesmo homem meio selvagem e amargurado por um passado terrível e doloroso, que encontra na violência um escape para suas frustações, seu pessimismo e sua impaciência.
O que torna esse filme um marco na história do carcaju nos cinemas é o seu "clima" desperançoso, sua tentativa de se manter o mais realista possível e sua violencia explícita (uma característica sempre contida nos outros filmes). São vários amputamentos, empalamentos, decaptações e estripamentos despudoradamente mostrados na tela em meio a muito sangue. O que se esperaria de lutas envolvendo personagens com enormes lâminas de osso e metal sendo usadas como garras?
(Sobre a história: recomendo que assistam o filme sabendo o mínimo possível da mesma, como foi o meu caso. Fujam dos spoilers como se o próprio Wolverine estivesse correndo atrás de vocês e surpreendam-se...)
Difícil escolher entre o roteiro ou a direção (ambos de James Mangold) como o principal fator que torna este filme uma obra-prima. Olhando em retrospecto uma franquia com mais erros do que acertos, o maior plot twist é ver Hugh Jackman se despedir de forma tão digna e esplêndida.
LOGAN é o Wolverine que nós sempre quisemos!
Nota 10
Rogue One: Uma História Star Wars
4.2 1,7K Assista AgoraROGUE ONE é uma obra para o público aplaudir de pé - o que de fato aconteceu ao término da sessão que assisti!
Não somente posiciona-se com um dos melhores filmes da franquia STAR WARS já feitos, mas também representa a esperança de assistirmos mais boas estórias ambientadas há muito tempo atrás, numa galáxia distante!
Nota 10
Doutor Estranho
4.0 2,2K Assista AgoraO filme do DR. ESTRANHO é a bobagem esotérica mais divertida que já vi! :-)
Definitivamente, é no mundo fantasioso dos super-heróis que devaneios como alma, projeção astral e cura espiritual encontram seu lugar.
(E o filme é um forte candidato ao Oscar de efeitos especiais. Que visual!)
Nota 9
Boa Noite, Mamãe
3.5 1,5K Assista AgoraExcelente!
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraOS OITO ODIADOS: Genial!
É uma pena que para boa parte do público, as mensagens e simbolismos do filme passem totalmente despercebidos, e a obra seja só vista com um banho de sangue eficiente, mas descartável. Porém, é um filme bem mas complexo do que parece: o tipo do filme para rever não só para encaixar as peças do quebra-cabeças, mas também para constatar o que o diretor queria dizer!
Nota 10
P.s.: E que trilha é essa, heim, Morricone?
Star Wars, Episódio VII: O Despertar da Força
4.3 3,1K Assista Agora"O DESPERTAR DA FORÇA" é (se minha empolgação ainda não estiver embotando meu senso crítico) um ótimo filme da franquia STAR WARS - não só fazendo jus ao legado da trilogia original, mas também estando, junto com os episódios IV e V, entre os três melhores da franquia.
Mas se J. J. Abrams e a Disney merecem aplausos pela coragem de certas decisões, eu preciso dizer que atingiram fundo e de forma dolorosa o meu coração. Vai demorar pra eu me recuperar; para falar a verdade, passei do estágio da negação e no momento estou no da raiva...
Nota 10
Batman: Ataque ao Arkham
4.0 239 Assista AgoraExcelente animação!
Será que o roteiro do filme do Esquadrão Suicida vai ser baseado nela? Tudo que vi nos trailers me leva a pensar que sim...
Ano Um
2.6 495 Assista AgoraHorrível! Uma completa perda de tempo!
Lamentável que o finado Harold Ramis (que dirigiu pérolas do humor como "Feitiço do Tempo" e "Máfia no Divã") tenha tido como um de seus últimos trabalho algo tão ruim!
Uma pena! :-(
Goosebumps: Monstros e Arrepios
3.1 436 Assista AgoraNão é um filme extraordinário, mas é bacana para os pequenos.
Meu filho de 5 anos adorou, e isso já valeu o ingresso. Acho que vai lembrar de "Goosebumps" como eu lembro de alguns despretensiosos filminhos de monstros que vi na minha infância...
Perdido em Marte
4.0 2,3K Assista AgoraFora a piada de que Matt Damon é gente boa o suficiente para que o busquem em qualquer lugar do Sistema Solar, "PERDIDO EM MARTE" nos dá a chance de constatar que Ridley Scott ainda é capaz de nos trazer um ótimo filme!
Também é um alento ver que o cinema-pipoca não precisa ser destituído de cérebro. Como o seu protagonista, o filme usa ciência "até fazer bico"! As liberdades poéticas passam despercebidas quando as soluções adotadas pelo náufrago alienígena tentam não se afastar muito da ciência real, tornando a ficção bem mais científica. A física, a química, a astronomia e a biologia agradecem!
E se a obra já não fosse divertida o suficiente para conquistar o público, ainda somos presenteados com o próprio Boromir em uma divertidíssima referência à Sociedade do Anel, e uma ótima sacada de tocar "Starman" (do David Bowie, que no Brasil foi versionada na antológica "Astronauta de Mármore") em um momento chave da trama.
Tudo isso sem contar que "PERDIDO EM MARTE" ainda nos lembra de como é importante estudar botânica! :-)
Nota 10
O Exterminador do Futuro: Gênesis
3.2 1,2K Assista AgoraMelancolia. É o sentimento que senti após assistir a "O EXTERMINADOR DO FUTURO: GÊNESIS".
O plot do filme é até interessante. É claro que é absolutamente paradoxal, mas desde o 2º filme da série a lógica das viagens do tempo é ignorada (a questão é que este 2º filme podia se dar ao luxo de ter paradoxos, porque era um filmaço; não é o caso dos outros). E a meia-hora inicial deste 5º capítulo é até divertida e promissora...
Só que depois o caldo desanda. Nem vale a pena esmiuçar aqui todos os motivos, mas vale a pena destacar que o filme é totalmente previsível. Claro que os trailers revelando toda a estória atrapalharam, mas mesmo quem não os assistisse iria sacar as "viradas" e o final imediatamente (bem como a cena pós-créditos). As cenas de ação não empolgam e empalidecem perto daquelas dos filmes anteriores; os heróis e os vilões são arremedos que não dão certo. Apesar de não ser um desastre total, o filme está muito aquém do que se espera de um filme do Exterminador. No fim das contas, a impressão de que temos é que a franquia deveria ter mesmo apenas os dois primeiros filmes...
O que é uma pena, porque Schwarzenegger realmente se esforçou, nas filmagens e na divulgação. Se há algo que vale a pena no filme, é ele. Mas não foi o suficiente, infelizmente. Se todos os filmes da franquia terminam com uma sensação de desolação (ou porque alguém muito querido havia morrido para salvar a humanidade, ou porque no fim das contas, o armagedom era inevitável), neste o sentimento de tristeza é o de ver o herói dos filmes de ação que garantia centenas de milhões de dólares de bilheteria só com sua presença em um filme, amargar o fracasso com aquele que é um dos seus mais importantes personagens.
É uma pena. Mesmo! :-(
Nota 6
Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros
3.6 3,0K Assista AgoraEm 1993, a estreia de 'JURASSIC PARK' surpreendeu o público ao trazer para os cinemas dinossauros que pareciam de verdade! Criados por computadores, a técnica de CGI que recriava aqueles animais era espantosamente realista - e não foi à toa que o filme é, até hoje, um dos maiores sucessos de bilheteria de todos os tempos.
De lá para cá, no entanto, o caldo parecia ter desandado. Se duas continuações sofríveis já não eram praga suficiente para extinguir mais uma vez os dinossauros, a popularização da tecnologia e a exploração mercadológica do tema em outros filmes (a maioria, de qualidade bem duvidosa), séries de TV ou documentários fez com que o assunto se banalizasse. E o público parecia ter ficado entediado com os dinos...
Parecia!
14 anos depois do último filme da franquia, 'JURASSIC WORLD' traz mais uma vez os gigantescos répteis para a telona. E o resultado é divertidíssimo!
A premissa esbanja da metalinguagem: novos dinossauros criados geneticamente para agradar a um público que havia enjoado dos originais. E em JW, tudo é hiperbólico: os dinossauros, maiores, mais rápidos, mais realistas e mais mortíferos (quando tudo começa a dar errado, já há mais mortos em poucos minutos que em duas horas do 1º filme!); as cenas de ação, mais intensas, e o próprio parque é uma apoteose que nem John Hammond havia imaginado.
A trama e os personagens, contudo, são basicamente releituras do filme original. E o filme tem lá seus defeitos: da coincidência em que justamente os sobrinhos da gerente de operações do parque serão as crianças que acabarão por participar de grande parte das cenas de ação, ao estereotipo de personagens unidimensionais que bem podiam ser descritos apenas por uma legenda ("o adolescente rebelde", "o especialista aventureiro", "a executiva atarefada", "o cientista ganancioso"), não há como negar que o filme não é perfeito. Mas a pergunta é: não era também assim o original? JW é um filme para a família, cujo objetivo último é a diversão. E, neste quesito, não decepciona!
A cena final, por exemplo, é uma síntese do que é o filme: totalmente previsível, mas impossível não vibrar ao assisti-la!
Com tudo isto, apesar dos tropeços, um filme que se propõe a nos levar numa viagem alucinante com pterossauros, raptores, tiranossauros e mosassauros, e efetivamente o faz, não pode ser considerado outra coisa que não bem sucedido!
Nota 10!
Mad Max: Estrada da Fúria
4.2 4,7K Assista AgoraA franquia Mad Max é uma das mais icônicas da história do cinema, tendo praticamente definido o cenário dos filmes apocalípticos que vieram em sua esteira. Mas embora seu panorama distópico tenha sido copiado à exaustão, a verdade é que o seu clima de insanidade e urgência nunca foi imitado de forma muito eficiente. Faltava a estes filmes coragem. E loucura!
30 anos depois de rodar o terceiro filme da franquia, o diretor George Miller, hoje com 70 anos, volta a conduzi-la, mostrando que não perdeu o jeito! Embora "Thunderdome" (e suas crianças que pareciam saídas da Terra do Nunca), o até então último capítulo da série, tenha tido vários problemas de produção e de roteiro e se tornado o mais fraco de todos, o público não havia desistido. Queria mais! E Miller mostra agora que também estava sedento. Depois de mais de uma década tentando filmar o quarto episódio da franquia (uma verdadeira epopeia que valeria um outro filme), ele entrega uma obra catártica. Durante toda a exibição de "MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA", a impressão que se tem é que o diretor está gritando: "É isso o que vocês querem? Então, TOMA!!!"
O Louco Max está de volta, e turbinado!
Miller (que também ajudou a escrever o roteiro) entrega um filme explosivo do início ao fim, dando pouquíssimas oportunidades para o espectador respirar. Com orçamento de 150 milhões de dólares para fazer o que achava melhor, entrega-se a uma verdadeira galeria de personagens histriônicos, pintados e fantasiados, dirigindo os mais veículos extravagantes que pôde imaginar, em cenários que parecem surgido da cabeça de um esquizofrênico. Há carros-ouriço, caminhões-tanque com torres feitas de carrocerias de fuscas e até um veículo com tambores e caixas de som gigantes, carregando um músico do inferno com sua guitarra-de-dois-braços-lança-chamas!. O risco de parecer um desfile carnavalesco ou um desenho da Corrida Maluca era alto, mas ele não se intimidou e mostrou que sabia o que estava fazendo.
O Mad Max de 2015 tem uma estória simples (nem por isso rasa), que serve bem como pano de fundo para um espetáculo de destruição executado quase que em sua totalidade com efeitos práticos, sem efeitos digitais (o que é inacreditável!), com cenas de ação impressionantemente longas e eficientes (aprenda, Michael Bay!). E conta com vários personagens que já entram para a galeria dos melhores da franquia: o Max de Tom Hardy é diferente daquele de Mel Gibson, o que causa estranhamento, mas não é uma sensação estranha para quem já viu personagens como Dr. Who ou James Bond trocando de intérprete. O meia-vida Nux tem o arco mais dramático da série, e o vilão Immortan Joe é, sem dúvida, o mais bizarro de todos os quatro filmes (o que, sem dúvida, é um feito!). Mas o destaque mesmo é a Imperatriz Furiosa, vivida por Charlize Theron numa atuação à altura do nome da personagem. Ela bem pode ser considerada a protagonista da estória, que aliás eleva a participação feminina em filmes a outro plano. Independentes, guerreiras e letais, são as mulheres, e não os homens, os verdadeiros heróis da trama.
Sendo o melhor filme de ação de 2015 até o momento, "MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA" cria um desafio para o próprio Miller, que quer mais uma continuação. Vitalidade ele mostrou que tem. Esperemos que ele tenha a mesma liberdade para nos entregar mais uma vez uma aventura de alta octanagem como esta, no mundo de Max.
Um mundo de fogo. E sangue!
Nota 10
Vingadores: Era de Ultron
3.7 3,0K Assista Agora"Vingadores - Era de Ultron" já nasce, paradoxalmente, com uma dádiva e uma maldição, ambas legadas do excelente filme anterior, que reunia os grandes heróis da Casa das Ideias.
A primeira é o clima de empatia e identificação que o público tem com seus principais personagens. Um terreno solidamente pavimentado anteriormente, sob o qual novas tramas podem desenrolar-se sem muitas preocupações com apresentações e origens.
O problema reside na inevitável expectativa de que esta continuação supere ou, no mínimo, iguale-se ao filme anterior. E, sem o fator surpresa de ver uma engrenagem com tantas peças funcionar perfeitamente, que deixou fãs do mundo inteiro de bocas abertas na obra original, comparativamente a continuação fica um grau abaixo no quesito empolgação.
Mas isto não impede que "Vingadores 2" ainda seja um dos melhores filmes da Marvel! Com mais tempo para desenvolver os personagens menos famosos (destaque para o Gavião Arqueiro e uma revelação bacana), para mostrar a relação 'ainda' cordial entre os heróis e para versar sobre os dilemas envolvendo enormes poderes e responsabilidades, o filme pode se aprofundar em pontos que o primeiro apenas vislumbrou.
Competente nas atuações, nos aspectos técnicos e na direção que mais uma vez conduz bem tanto cenas mais intimistas quanto ação eletrizante (a luta entre o Hulk e o Homem-de-Ferro usando a "Hulkbuster" já nasce antológica), o filme apresenta novos Vingadores e também prepara terreno para os eventos dramáticos de "Guerra Civil", que vem por aí.
"Vingadores 2", assim como o anterior, termina deixando o público com aquela sensação de querer ver mais. E, assim como na época do lançamento do primeiro, pergunto agora: e há algum resultado melhor para um filme?
Nota 9
Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
3.3 809 Assista Agora'Foxcatcher' seria um filme que conta uma estória absurda demais para ser levado a sério - não fosse ele baseado em fatos reais!
O filme é ótimo, mas surpreende pela melancolia e tom depressivo. Nada mais conveniente para uma obra que pretende contar os eventos que... bem, aconselho que, caso não conheçam a estória real de John DuPont e dos irmãos irmãos Mark e David Schultz, assistam ao filme antes de pesquisar qualquer coisa.
Steve Carell está irreconhecível não só pela pesada maquiagem, mas também pela ótima interpretação. Porém, é Mark Ruffalo quem faz o personagem mais crível e humano do filme. Não à toa, ambos concorreram ao Oscar.
'Foxcatcher' é como um soco na boca do estômago. Um daqueles imprevisíveis e sem pedidos de desculpa...
Nota 10
O Abutre
4.0 2,5K Assista AgoraUm dos melhores filmes de 2014!
Dan Gilroy surpreende na sua estréia como diretor e entrega um filme realmente perturbador. Jake Gyllenhaal, soberbo, faz talvez a melhor interpretação da sua carreira, um cinegrafista noturno em busca de tragédias sangrentas para vender a redes de TVs com telejornais sensacionalistas (qualquer semelhança com o "Datenismo" brasileiro não é mera coincidência), vivendo um personagem tridimensional, cuja ambição deve ser satisfeita a qualquer custo!
Este mergulho no mundo dos "nightcrawlings" não é apenas chocante. É revelador! Porque o personagem de Gyllenhaal pode pertencer apenas à ficção, mas o descaso com (e mesmo o desejo de que aconteçam) desgraças alheias em busca de uns trocados é uma realidade urbana que ocorre todas as noites...
Nota 10!
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraUm ótimo "filme de guerra" que, embora apresente vários clichês, irá agradar aos fãs do gênero!
A ideia original de acompanhar confrontos da Segunda Guerra a partir do ponto de vista dos tripulantes de um tanque de guerra já é, por si só, um bom motivo pra assistir a película. O espectador acaba por perceber que, em uma batalha com granadas, tiros de metralhadora e projéteis anti-tanques assoviando por todos os lados, o interior de um tanque de guerra pode ser tão claustrofóbico e assustador quanto o de um submarino U-Boat no fundo do Atlântico!
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
3.9 2,0K Assista Agora"O Hobbit 3: A Batalha dos Cinco Exércitos" diverte. Porém, dada a pretensão de Peter Jackson, esse resultado está bem aquém do esperado para a conclusão de uma saga desta magnitude.
É bem melhor que o desastroso 2° episódio, mas sofre do mesmo problema de megalomania (ou olho grande) dos seus produtores. No fim das contas, dois filmes bastariam para contar a jornada de Bilbo Bolseiro e seus companheiros anões.
É incrível, por exemplo, como Jackson não conseguiu definir a personalidade de grande parte dos personagens principais, apesar de ter tido três filmes para isso! Assim, quando alguns destes personagens morrem, por exemplo, o público não sente tanto quanto deveria, já que não há empatia, nem com os anões (exceptuando dois ou três, ele poderia abrir mão de colocar alguns neste filme e ninguém notaria), nem com os elfos (e uma das óbvias exceções aqui é Legolas, que nem no livro "O Hobbit" aparece, mas que tem importância inexplicável aqui), nem com os humanos (os habitantes da cidade não passam de figurantes cujo sofrimento sequer chega a incomodar). Perdesse menos tempo nos três filmes com trechos inexistentes nos livros e que não fazem diferença para a estória (incluídos certamente para "encher linguiça" e justificar a trilogia), talvez fosse possível criar personagens com os quais nos importamos.
Não que o filme seja perda de tempo. A batalha é fantástica (a cena da "parede de escudos" dos anões é empolgante), a luta entre Thorin e Azog é bacana, mas isso é pouco. A trilogia "O Hobbit", afinal, provou-se um caça-níquel que não faz jus à obra que foi a trilogia "O Senhor dos Anéis"...
P.s.: Continua a dúvida se a "amnésia" de Galdalf, que em "A Sociedade do Anel" não desconfiava nem que Bilbo tinha o anel, nem que Sauron estava de volta, deve-se ao consumo de erva de hobbits em demasia, ou se é só um tremendo erro de continuidade mesmo!
Nota 7
Os Suspeitos
4.1 2,7K Assista AgoraO diretor Denis Villeneuve mergulha no que há de pior no ser humano, e o que traz de lá é terrivelmente mais assustador que qualquer fantasia sobrenatural.
Assistir a "os Suspeitos" é difícil, importante observar. É uma daquelas obras onde um nó se forma na garganta durante o filme e não se desfaz - mesmo depois do seu término. Confesso que a indignação e a asco quase me impedem de assistir-lo até o final, e tive mesmo que lembrar que aquilo era apenas uma obra de ficção para terminar. O filme, porém, é tão cru e realista que esse consolo pouco adianta...
O roteiro, perfeito, é bem amarrado e tenso na medida certa. A direção, competentíssima, invocando o clima claustrofóbico e desesperador necessário. E as atuações, ah!, as atuações: Paul Dano é um jovem ator surpreendente, daqueles que conseguem transmitir um desespero silencioso perturbador (mais do que adequado aqui); Hugh Jackman convence no papel de um homem dividido pela agonia e pelo ódio, consumido pela consciência durante atos de enorme crueldade; e Jake Gyllenhaal faz provavelmente o melhor papel da sua carreira, um policial aflito e consciente de toda aquela situação, cuja luta interna para manter o auto-controle mostra-se num tique revelador.
Com seus personagens tridimensionais e sua trama profunda, "Os Suspeitos" testa nossos princípios morais ao faz a incômoda pergunta do que somos capazes quando estamos frente ao total desespero.
Obs.: O título original ("Prisioners") é muito mais adequado que o adotado aqui.
Nota 10
Noé
3.0 2,6K Assista AgoraDefinitivamente, esta NOÉ a lenda bíblica que os religiosos esperavam ver retratada nos cinemas!
:-D
Quem mandou um ateu (o diretor Darren Aronofsky) conduzir um filme religioso?
A mensagem é clara, com um Noé cujo fundamentalismo seria capaz de fazê-lo eviscerar recém-nascidos e com as palavras que o seu antagonista dirige a Cam:
"Seu pai encheu um navio com animais enquanto crianças morriam afogadas!"
;-)
Ah!, e tirando esta divertida constatação, o filme é ruim...
Nota 5
Lucy
3.3 3,3K Assista AgoraUma completa perda de tempo!
Ainda que se exercite a suspensão da descrença e se aceite que a premissa completamente equivocada de que "usamos apenas 10% do cérebro" é verdadeira naquele universo, o filme é tão absurdo e repleto de conceitos irreais que torna-se impossível ignorá-los.
Junte-se um roteiro que parece novela das 8 tentando fazer ficção científica, um terceiro ato que tenta ser kubrickiano (ah, mas Luc Besson está muito longe disso...) e a bomba está pronta! :-/
Nota 3. E sendo generoso...
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraComo qualquer filme de Cristopher Nolan, "INTERESTELAR" não podia ser menos que grandioso. E a incursão do diretor ao gênero "ficção científica no espaço" não decepciona.
Incorporando a tendência do gênero de tentar manter-se o mais realista possível, o filme explora corretamente conceitos como a dilatação temporal descrita pela relatividade e as longas fases de aceleração/desaceleração necessárias para a sobrevivência humana numa viagem em altas velocidades. O roteiro permite-se a fantasia, porém, quando trata de assuntos além do nosso conhecimento (como são os planetas alienígenas? o que ocorre nas cercanias de um buraco negro?), como convém a um filme de um gênero cujo objetivo último é o de extrapolar estas fronteiras.
Não que "INTERESTELAR" não tenha seus problemas, como o exagero no sentimentalismo, que em alguns pontos se mostra forçado, ou furos bem evidentes: a maioria, como a hidrodinâmica absurda do planeta-água, não chegam a incomodar, mas alguns envolvendo elementos-chave do roteiro são um pouco mais sérios. Há de se convir, no entanto, que a filmografia de Nolan é repleta de detalhes propositalmente incluídos para gerar discussões - o que talvez explique algumas destas aparentes falhas como elementos para incentivar o debate.
De qualquer forma, "INTERESTELAR" entra no currículo do diretor como mais um acerto, sendo um filme que merece que se assista mais de uma vez. Até para que se possa descobrir nuances despercebidas numa primeira visita - e o que não falta nesta obra são oportunidades de se fazer filosofia.
Neste sentido, "INTERESTELAR" é uma viagem em que recomendo que embarquemos!
Nota 9