Últimas opiniões enviadas
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Faz parte daqueles filmes que, com exceção do Ridley Scott, ninguém tem mais disposição de fazer, por isso sempre é importante prestigiar quando surge alguém fora da curva que segue a escola de David Lean se propõe a lançar um grande épico.
É bonito, principalmente no âmbito visual com seu "palácio de cristal" próximo ao fim, como se a pessoa estivesse vivendo no seu mundo dos sonhos. Tem um bom ritmo e trata da história apenas o necessário para compreender a ascensão e queda de um estilo de vida.
No entanto, mesmo tendo mais de três horas de duração ele acaba sendo prejudicado pelo fato de que o livro que adapta é ainda mais longo, tendo que apressar diversos acontecimentos que seriam indispensáveis para o público comprar ainda mais esses personagens e os seus romances. Em determinados momentos você chega até mesmo a questionar se esse amor entre Jivago e Lara é tão forte assim.
Por conta disso, a passagem do tempo não fica tão marcada, com o público sabendo que anos se passaram por frases inseridas nos diálogos, mas sem qualquer correspondência visual. O filme, com isso, fica com um aspecto de incompleto, como se algo importante tivesse sido cortado.
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Revendo após 15 anos gostei bem mais nesta revisitada. Porque se inicialmente eu estava vendo a minha primeira adaptação de Agatha Christie (ainda sequer existiam as adaptações de Kenneth Brannagh, que acho maravilhosas, e a série com David Suchet era algo difícil de encontrar) agora pude prestar mais atenção aos detalhes e à composição dos mistérios ao estilo de Agatha Christie, as pistas falsas e a forma como surpreendentemente isso vira piada ao longo do filme através do personagem de Martin Balsam. E, diferente da primeira vez que considerei o filme extremamente cansativo, desta vez considerei sua construção até mesmo bem enérgica, seguindo toda a apresentação de personagens em meia hora, a investigação na hora seguinte e dedicar seus trinta minutos finais somente à revelação, algo fiel à composição da escritora. É um filme para os fãs, então não é de se espantar que muitos não gostem.
Últimos recados
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Mths Gonc
Oi Davi, tudo certinho?
Acredito que o que mais nos atrapalha em assistir Alexander Nevsky não seja nem o aspecto panfletário, já que isso ainda acaba sendo bem conduzido no contexto geral, mas sim que a restauração feita sobre o filme é tão boa que acabamos vendo toda a baixa qualidade dos equipamentos e figurinos, com espadas sendo verdadeiros pedaços de pau em cena, algo que não se percebia tão facilmente nas projeções antigas. Com isso, todo o aspecto épico da obra acaba indo embora.
Ainda assim é um filme interessante de ver, nada perto de outras obras de Eisenstein, mas que tem um valor como documento histórico. O ponto alto do filme são as personagens femininas, dando exemplo ao cinema atual.