Com um ritmo frenético e caminhando na linha tênue que separa a comédia do drama, "The Bear" é uma daquelas séries que, com episódios em sua maioria curtos, "vai direto ao ponto". Sendo assim, não perde tempo com muitas cenas desnecessárias e foca no arco principal da trama, que é a luta do protagonista Carmy em conseguir organizar um bagunçado restaurante que antes pertencia ao seu irmão, ao mesmo tempo em que se esforça para lidar com problemas pessoais e questões mal resolvidas do passado.
A série cumpre bem o seu papel de não somente mostrar, ao espectador, a rotina dos funcionários do restaurante, mas também fazê-lo vivenciar, como se lá estivesse presente, o insano cotidiano de trabalho dos cozinheiros do "The Original Beef". Quanto a isso, vale destacar que muitas cenas são intencionalmente caóticas a fim de nos proporcionar a mesma sensação de ansiedade e tensão sentida na pele das personagens, prendendo bem a nossa atenção e nos envolvendo na história.
No entanto, se a curta duração dos episódios é, sob uma certa óptica, atrativa, vale mencionar que, por outro lado, isso acabou limitando um melhor desenvolvimento das personagens e de algumas partes da história. Além disso, também senti falta de mais explicações acerca do passado dos protagonistas, sobretudo da família que gerencia o restaurante, e dos reais motivos que levaram à separação entre os irmãos, porém pode ser que tais respostas fiquem reservadas mais à sequência do seriado.
Em linhas gerais, apesar de talvez não ser tão fenomenal quanto os diversos prêmios e nomeações recebidas possam indicar, esta é uma boa série, com uma divertida e acelerada narrativa, boas atuações, personagens interessantes - que espero serem melhor aprofundados na segunda temporada - e uma história promissora. Vale a pena acompanhar.
A segunda temporada de "Black Mirror", apesar de talvez não ser tão brilhante ou impactante como a primeira, é bem sucedida em conseguir manter um alto nível de qualidade na série, nos trazendo novas histórias bizarras e criativas. Com roteiros, mais uma vez, bem elaborados, nos proporcionam também algumas interessantes reflexões.
Diferente da temporada anterior, em que os temas foram bem distintos - o que é bom, diga-se - e com poucas semelhanças entre si, percebi aqui alguns pontos em comum entre os episódios, sobretudo quanto à tênue separação, nos contextos apresentados, entre o que é real e o que não é. Isso é presente na relação entre a esposa e a "cópia" do seu marido, na "perseguição" sofrida pela mulher sem memória e pelo solitário homem que relembra memórias tristes do passado. A confusão vivida pelas personagens também é repassada ao espectador, sendo este também surpreendido por inesperados plot twists - no caso, refiro-me aos episódios 2 e 4, principalmente.
O episódio 3, por sua vez, é o mais diferente em relação aos demais, abordando tópicos mais próximos de nossa realidade, como a espetacularização da política e a alienação da sociedade de uma maneira geral. Essa crítica social é bastante retratada na meteórica popularidade conquistada pelo urso Waldo e na forma como o seu criador é utilizado para interesses espúrios.
Obviamente, gosto varia de uma pessoa a outra, mas os meus episódios preferidos foram, sem dúvida, o primeiro e o último. O quarto, que aqui no site está colocado como um especial de Natal e separado do restante da segunda temporada, é genial, mas também extremamente trágico. Esta segunda temporada, portanto, também entra na minha lista de recomendação.
Em síntese, podemos definir "Black Mirror" como sendo uma grande sátira da sociedade moderna, de uma maneira geral, mostrando que as novas tecnologias criadas pela humanidade nem sempre trazem somente benefícios, apresentando também um lado bastante obscuro, que é exatamente o explorado aqui. O interessante da série é que cada episódio aborda diferentes histórias e possui distintas personagens, sem quaisquer conexões entre si, porém sempre com a mesma temática de ficção científica - que, em diversos aspectos, nem é tão ficção assim, mas até assustadoramente realista - e contando com boas direções e roteiros criativos e bem elaborados.
O primeiro episódio foca em uma situação, à princípio, absurda, mas que nos faz refletir sobre diversas questões importantes. Dentre elas, o que um determinado indivíduo está disposto a fazer para se manter no poder, o que a imprensa está disposta a fazer para obter audiência e dar uma determinada notícia "em primeiro lugar" - mesmo que a vida de alguém esteja em risco - e como a nossa sociedade é capaz de se divertir com situações grotescas, mesmo que se trate de uma perversa humilhação alheia. Este episódio, curiosamente, não aborda muito o tema da tecnologia, mas foca mais em questões mais humanas e próximas da realidade atual.
O segundo, que é o meu preferido, nos traz uma distopia, na qual as pessoas vivem em instalações repletas de aparelhos tecnológicos, as garantindo alimento e diversão em troca de créditos. O problema é que o excesso de tecnologia não garante liberdade alguma, sendo, na verdade, exatamente o contrário, com esses indivíduos estando inseridos em um local que mais lembra uma prisão, em que tudo é artificial e vigiado. Aqueles mais distraídos, podem ser facilmente manipulados, conformando-se em continuar presos nesse mundinho de pequenos e controlados benefícios. Outros mais insatisfeitos com a situação vigente têm a possibilidade de, com uma grande quantidade de créditos, participar de um concurso que pode ser usado como uma saída.
O protagonista, após ver a sua amada, que era a única coisa verdadeiramente real com a qual ele havia tido algum tipo de contato, se transformar em mais um produto da empresa que comanda essa prisão, decide participar do concurso e escapar do local. No entanto, ele próprio também acaba se tornando, a fim de não retornar às pedaladas, um novo produto da empresa, mostrando que, nesse contexto, a verdadeira liberdade seria impossível, sendo fornecida, no máximo, uma falsa sensação de liberdade. E essa falsa sensação, em um mundo com vasta tecnologia, é o ponto central do episódio, pois todos os equipamentos e ferramentas modernas existentes, quando presentes em excesso em nossas vidas, estariam mais nos aprisionando do que qualquer outra coisa.
Além disso, o episódio também aborda outros interessantes tópicos, como a maneira com a qual a mídia e diversas empresas se apropriam de coisas reais e autênticas para torná-las meros produtos artificiais, utilizados para obter lucros e manipular as massas. E, claro, também é retratado o tema da excessiva obsessão por se tornar famoso na sociedade atual, mesmo que isso traga grandes custos.
O terceiro é bom, mas, em minha avaliação, um pouco menos ousado do que os outros. Apesar de novas tecnologias estarem aqui presentes, o episódio mais foca no tema dos relacionamentos amorosos e como poderiam ser afetados de existisse um equipamento que pudesse preservar todos os nossos atos diários. Sendo assim, em tese, não poderiam haver segredos dentro de um casal, mas, como vemos ao longo da história, uma relação de confiança entre dois parceiros também poderia ser bastante abalada nesse cenário, pois a tecnologia não seria capaz de curar velhos hábitos humanos. O enredo, portanto, é mais sobre a confiança - ou desconfiança - de um marido em sua mulher e vice versa, traição e falta de honestidade, com a parte da ficção científica apenas estando como pano de fundo.
A premissa de mostrar um ex-detento se passando pelo xerife de uma cidade pequena é bem interessante, assim como a trama central envolvendo Lucas e sua antiga namorada, Ana. A forma como ambos, recheados de segredos, vão vivendo "vidas de mentira" e com identidades falsas para "desaparecerem" do radar de um antigo inimigo em comum é, sem dúvida, o ponto forte do seriado - além, é claro, das diversas cenas de ação, que são muito bem executadas, e da ótima performance de Antony Starr.
No entanto, destoando da maioria dos comentários aqui, devo dizer que me incomodou bastante como o roteiro, mesmo com uma boa proposta inicial, é raso. Em síntese, a história é repleta de clichês, personagens mal desenvolvidas - em especial, as personagens secundárias, que constantemente vem e depois desaparecem da trama como se tivessem pouca importância - e furos de roteiro, o que dá para deixar passar apenas se o espectador realmente não levar nada aqui muito à sério.
Além disso, também fiquei com a sensação de que os roteiristas colocaram várias cenas de sexo/nudez mais para distrair o espectador do que qualquer ou outra coisa, pois, sinceramente, muitas delas foram bem desnecessárias. Não que eu me incomode de ver a Lili Simmons ou outras belas atrizes nuas na tela, mas, em diversos momentos, forçaram demais a barra.
Serve somente para passar o tempo ou para quem realmente curte uma série que tenha apenas porradaria, explosão e mulher pelada - o que eu também curto, mas, sem querer ser chato, prefiro quando tudo isso vem acompanhado de uma história melhor desenvolvida.
Depois do sucesso que foi "Band of Brothers", é natural que "The Pacific", outra produção da HBO sobre a Segunda Guerra, seja bastante comparada a sua predecessora. No entanto, embora ambas compartilhem o mesmo altíssimo nível de qualidade e impecáveis aspectos técnicos, as duas excelentes produções possuem diferentes estilos com os quais os retratam suas respectivas histórias, que, diga-se de passagem, são bem distintas.
Apesar de estarem inseridas no mesmo evento - isto é, a Segunda Guerra Mundial, as batalhas travadas no Pacífico, como sabemos, foram muito mais sanguinárias e destrutivas, além das condições pelas quais os soldados envolvidos tiveram que enfrentar, que aqui foram bem mais adversas. Enquanto os combatentes em solo europeu, que também tiveram que passar por inúmeros problemas e dificuldades, tiveram a oportunidade, enquanto não estavam em confrontos armados, de conhecer belas cidades e paisagens do Velho Continente, aqui, mesmo em períodos de folga, os soldados ainda tinham que conviver com malária, chuvas frequentes, solos lamacentos e grandes populações de ratos em ilhas longínquas e desconhecidas - a única exceção foi a ocasião em que as tropas americanas permaneceram em Melbourne.
Sendo assim, a guerra na Europa, embora também brutal, foi mais "glamourosa", enquanto a travada no Pacífico, travada em condições quase sub humanas e contra um inimigo que simplesmente não possuía medo de morrer, deixou um rastro muito superior de mortos, feridos e até mesmo de sobreviventes com graves sequelas psicológicas. E no momento em que esses acontecimentos apresentam tantas diferenças como essas, não seria coerente que as séries retratassem esses eventos da mesma maneira.
Logo, se em "Band of Brothers", primeiro conhecemos os personagens envolvidos - desde o treinamento - e somente depois vemos eles em combate, em "The Pacific" já no primeiro episódio somos inseridos na batalha, mesmo conhecendo muito pouco das vidas pregressas dos soldados, e apenas com o tempo, gradativamente e também dividindo o período com confrontos sangrentos e momentos de alta tensão e desespero, vamos sendo apresentados a mais detalhes sobre cada um. Além disso, os soldados aqui não possuem muitos momentos de descontração entre si, mas tem que conviver, constantemente, com o medo da morte, seja de dia, seja de noite. Esses detalhes podem não ter agradado a todos, mas retratam, com fidelidade e realismo, os acontecimentos narrados e creio que os produtores e roteiristas fizeram o correto com essa abordagem mais direta, dando uma identidade única à obra e evitando se espelhar - ou imitar - o seriado anterior.
Portanto, "The Pacific" é mais uma grande produção da HBO, desde o roteiro até os aspectos visuais, e um retrato fiel e brutal de eventos importantes na história da humanidade, além de um grande tributo aos soldados que enfrentaram o "inferno" nas batalhas contra as tropas japonesas.
Mantendo a essência de "dramédia" com doses de humor negro, a segunda temporada de "White Lotus" apresenta, ao meu ver, um roteiro mais coeso e consistente do que o visto na primeira. O seriado abandona um pouco as críticas sociais e se aprofunda mais em uma reflexão acerca dos relacionamentos amorosos de uma maneira geral e em como, apesar de todo o dinheiro ou inteligência que possamos ter, o sexo, um instinto tão primitivo, ainda representa um fator importante e que nos move mesmo que inconscientemente.
Além disso, as personagens, embora longe de serem perfeitas, são bem menos detestáveis e irritantes do que na temporada anterior, o que permite uma maior identificação e conexão com o espectador. E, claro, as belíssimas paisagens, as obras de arte - com referências artísticas aos acontecimentos do enredo - e a excelente trilha sonora também ajudam - e muito - a elevar o nível da produção, fornecendo um visual mais imponente à história.
Os únicos pontos negativos talvez tenham sido o ritmo muito lento e monótono em alguns episódios e o arco envolvendo a Tanya - que não foi ruim, mas poderia ter sido melhor elaborado, em minha avaliação.
Creio que a série claramente não conseguiu, ao longo dessa temporada, ir além das mesmas tramas já batidas, cenas repetitivas e previsíveis (sempre que algum personagem se encontrava em apuros utilizava a mesma cartada da "chantagem") e mal desenvolvimento das personagens, além de mais uma vez tentar espelhar acontecimentos da política americana ao invés de desenvolver a sua própria história.
O primeiro episódio é muito bom, mas o nível não é mantido e cai bastante nos episódios seguintes. São tantos aspectos negativos, erros e furos de roteiro que nem os poucos pontos positivos - como a revelação de alguns segredos sórdidos da Vought, que eu considerei algo bem interessante e que poderia ter sido melhor explorado - dessa vez conseguem salvar.
Quanto aos personagens remanescentes, o Homelander continua sendo um ótimo elemento na trama, mas, enquanto na primeira temporada havia uma certa dúvida positiva e salutar ao enredo acerca de suas reais intenções (se ele realmente é um indivíduo mau ou apenas é alguém que tem uma visão deturpada do que é bom e ruim), aqui forçaram excessivamente a barra quanto a ele ser "o homem mau", de maneira até mesmo caricata e desnecessária. O arco envolvendo o The Deep continua sendo irrelevante e o envolvendo o Frenchie e os outros membros do grupo deu a sensação de ter estagnado.
Com relação aos novos que foram adicionados, a Tormenta é simplesmente muito irritante e insuportável e a sua presença nos Sete é bem estranha, por sinal, ainda mais tendo sido colocado pelo próprio dono da empresa. Única adição positiva foi a da Becca, que eu, inclusive, gostaria de ter visto mais.
A minha impressão é que os roteiristas se perderam e estão andando em círculos, não conseguindo mais explorar um enredo que tinha bastante potencial - a primeira temporada, em comparação, também tem vários problemas, mas ao menos consegue manter mais acertos do que erros. Não irei prosseguir assistindo e, para falar a verdade, mal consegui terminar essa segunda temporada direito de tão decepcionante que foi.
Inspirando-se em uma HQ de mesmo nome e mostrando uma abordagem diferente nas histórias de super heróis, "The Boys" apresenta uma premissa muito interessante: a de representar os "heróis de capa" de uma maneira mais humana e menos romantizada ou idealizada. Logo, vai por um caminho oposto ao que nos acostumamos a ver na maioria dos filmes e séries do gênero - e, por outro lado, com um estilo semelhante ao que existe em "Watchmen", por exemplo.
Sendo assim, aqui os heróis, apesar dos seus super poderes, possuem tantos ou até mais defeitos do que qualquer outro ser humano normal, isto é, vaidade, egoísmo, falsidade, dentre outros. Dessa maneira, não são deuses e nem seres puros, como a maioria das pessoas acredita, mas sim indivíduos capazes de mentir e dissuadir o público, além de possuírem desejos sexuais e até algumas perversões eróticas.
E a série não se limita a mostrá-los combatendo o crime, mas procura simular o que realmente aconteceria se entidades como essas surgissem no mundo, isto é, como uma sociedade cada vez mais focada em dinheiro e aparências iria receber os super heróis. Assim, presenciamos que eles são "apropriados" pelas grandes corporações - sobretudo a Vought, que é a detentora oficial dos heróis", vistos por ela quase como uma patente - e tornam-se não somente combatentes do crime, mas também peça fundamental de uma indústria que, desde filmes, musicais e brinquedos até operações militares, iria movimentar bilhões por ano. A forma com a qual a série mostra isso, alternando entre cenas de brutalidade e doses de humor negro, e constrói esse mundo não tão diferente do nosso é o seu grande ponto forte e sua principal marca, sobretudo nos episódios iniciais, que apresentam muito bem essa perspectiva ao espectador.
Nesse cenário construído pelo seriado, obviamente é impossível não mencionar o personagem que melhor representa essa dualidade dos super heróis e que é também um dos outros pontos de destaque de "The Boys": o Homelander. Em grande atuação de Antony Starr, ele é, simultaneamente, assustador, carismático, sádico e infantil, o que é fruto não somente de ter de conviver com poderes superiores a qualquer outro ser na face da Terra, mas também de suas origens, de sua solidão e da "marca" que tem de sustentar perante o público. A sua presença ao longo dessa história é sempre acompanhada de cenas marcantes e grandes momentos.
No entanto, a série também tem os seus vários aspectos negativos. Em primeiro lugar, se o início é muito bom, o desenvolvimento do resto da história não mantêm o mesmo nível, com o seriado "derrapando" de forma considerável, sobretudo entre os episódios 4 e 6 - e apenas recuperando-se mais para os episódios finais, pelo mal aprofundamento de diversos personagens e pela tentativa, que me incomodou um pouco, de tentar fazer um paralelo com o panorama político americano e outras discussões ideológicas e religiosas. Caso os roteiristas tivessem focado mais em desenvolver melhor alguns heróis, como a Maeve, e menos em fazer uma crítica velada a determinados grupos políticos, acredito que teria sido mais produtivo.
Além disso, não dá para ignorar os diversos furos de roteiro e acontecimentos mal explicados que acontecem durante essa temporada. Como os heróis conseguem andar por aí com os seus rostos à mostra e muitas vezes sequer serem reconhecidos? O romance entre o Francês e a Kimiko é bonito, mas é bem forçado e não faz sentido pelas características das personagens. Qual a história por trás da mulher com a qual Maeve conversava? O Homelander, no último episódio, explica que era ele o responsável por espalhar, junto com o Trem-Bala, o Componente V para diversas parte do mundo e até para alguns terroristas, mas porque essa declaração dele, que deveria ser encarada como algo chocante e extremamente revelador, não surpreende a vice diretora da empresa? E, se ele realmente fez isso, porque entregou uma amostra do componente para as forças especiais do exército? Como o Trem-Bala sabia que o Hughie e os outros do grupo haviam escapado da prisão e chegou exatamente na hora em que eles estavam deixando o local? Essas são apenas algumas das coisas que não foram bem elaboradas e, embora não dê para levar extremamente à sério uma história que aborde super heróis, ainda assim qualquer bom enredo tem de possuir uma certa lógica e coerência, o que faltou em vários momentos no seriado.
Entre erros e acertos, a série é interessante, mas creio que o potencial da história poderia ter sido bem melhor aproveitado. Sendo assim, o veredito: é boa, mas talvez não tão boa quanto todo o hype que recebeu possa indicar - pelo menos, na primeira temporada. O surpreendente plot twist do último episódio, no entanto, me deixou com muita vontade de ver a continuação, o que provavelmente farei em breve.
Abordando diversos temas importantes, possuindo ótimos aspectos visuais e apresentando um roteiro simultaneamente insano e genial, "Ruptura" com certeza é um oásis de criatividade e inovação em meio a um mundo artístico cada vez mais repetitivo e nos brinda, logo em sua temporada inicial, com uma das melhores temporadas de uma série nos últimos anos.
Um dos pontos centrais da série, ao meu ver, é: liberdade de escolha. Ao aceitar fazer parte desse procedimento, o indivíduo externo, sem saber o que realmente iria acontecer, livra-se dos aborrecimentos do trabalho e de todo o cansaço inerente, mas, ao mesmo tempo, desconhece completamente o que faz no escritório e o propósito de todo o tempo que passa na empresa. É um ser alienado acerca do seu próprio ofício, mas aceita fazer isso pelo dinheiro e pela oportunidade do emprego, além de outros motivos pessoais, como, por exemplo, buscar esquecer, pelo menos por algumas horas, alguma lembrança triste do passado. Por outro lado, no entanto, o seu indivíduo interno encontra-se aprisionado no trabalho. Ele não escolheu esse destino, não foi indagado acerca e sequer compreende o porquê do seu externo ter tomado essa decisão, mas é obrigado a aceitá-lo pelo período que o seu externo desejar, sendo refém da empresa e vendo a realidade de acordo com aquilo que os patrões e os manuais lhe dizem.
Algo absurdo, radical e inconcebível em uma sociedade normal e saudável, mas existente em um mundo cada vez mais escravo do dinheiro e das grandes corporações, que se aproveitariam disso, e cada vez mais distante do conceito de bioética, com inovações científicas moralmente questionáveis. Então, quando inserido dentro da empresa, irá cultuar os donos, ver os manuais e procedimentos internos como manuscritos sagrados e pregar lealdade aos patrões. Enquanto pensava ser parte de algo maior e grandioso - mas que não compreendia ao todo, apenas estava sendo escravizado sem perceber.
Afinal, há liberdade de escolha quando uma pessoa escolhe algo, mas não foi explicado a ela exatamente o que iria ocorrer? É justo que uma parte de alguém seja condenada a fazer algo por que uma outra parte assim decidiu? Devemos encarar essa situação como duas pessoas diferentes ou uma só? Aliás, quem é o verdadeiro "eu" de cada um dos personagens envolvidos: o seu externo, o seu interno ou ambos? São reflexões e questionamentos válidos e pertinentes durante a brilhante história apresentada.
Aliás, a criativa história é o grande ponto positivo da série, em meio a vários. Misturando elementos de drama, ficção científica e terror psicológico, não somente aborda todas essas questões relevantes e atuais mencionadas previamente, mas também nos apresenta ótimos personagens, com interpretações excelentes de todo o elenco. E tudo sustentado por um ótimo e bem amarrado roteiro, que, ao seu próprio ritmo e alternando entre momentos mais lentos e de maior tensão, prende a atenção do espectador com reviravoltas e com a manutenção de uma constante aura de mistério envolvendo a trama, desembocando em um season finale espetacular, surpreendente e que deixa grande expectativa para a segunda temporada.
Com relação a algumas críticas quanto ao transcorrer mais "monótono" da série em alguns momentos, parece-me que vem mais da incompreensão de que a série quis fazer as coisas dessa forma mesmo, isto é, nos mostrar o real ambiente de um escritório, com toda a lentidão e monotonia naturais de tal meio, e nos apresentar como esse ambiente poderia ser gradativamente alterado a partir do surgimento de mais questionamentos acerca do propósito do trabalho realizado no local e até mesmo da própria existência dos funcionários em questão. Sendo assim, a série apresenta como era o ambiente de trabalho antes de tudo começar e como ele vai mudando ao longo do tempo, e, obviamente, isso não ocorre de um dia para o outro, mas leva tempo.
Logo, "Ruptura" merece, sem dúvida, cada elogio que recebeu, desde os aspectos visuais à direção e da atuação do elenco ao roteiro criativo, é impactante e nos traz muitas reflexões morais e éticas - com certeza mais do que cabem em um comentário do Filmow. E, se não bastasse tudo isso, ainda nos deixa ansiosos por uma segunda temporada que tende a ser ainda melhor - se aqui a série prezou pelo mistério, a continuação tenderá, creio eu, a ser mais reveladora. Para quem não gostou ou não entendeu, eu respeito cada opinião, mas não deixo de sugerir assistir uma outra vez, talvez dando mais atenção a alguns detalhes e nuances.
Misturando elementos de comédia e drama e vários personagens detestáveis, "The White Lotus", ao meu ver, apresenta uma bem elaborada sátira não somente dos mais ricos, mas também das relações modernas de uma maneira geral - seja entre marido e mulher, como também entre pais e filhos. Sendo assim, no meio de todos os seus loucos e bizarros acontecimentos, nos faz refletir sobre a superficialidade e o excesso de materialismo nos relacionamentos atuais.
O roteiro é interessante e nos surpreende em diversos momentos, mantendo o espectador atento e sempre à espera do que vai acontecer em seguida. No entanto, o mesmo roteiro que é um dos pontos fortes também é, por outro lado, um dos fracos, em especial nos episódios finais, em que existem alguns "furos" e aspectos mal explicados, além de algumas cenas mais explícitas um tanto desnecessárias. A minha impressão é que a história é boa e bem desenvolvida, mas o seu encerramento não foi dos melhores.
Os personagens, por sua vez, muito bem interpretados pelo elenco, são também um ponto positivo, sobretudo o Armond, em grande atuação de Murray Bartlett.
Definitivamente não é a melhor produção da HBO, mas também está longe de ser uma das piores. Garante boas risadas, prende bem a atenção e, entre pontos positivos e negativos, tem mais acertos do que erros.
Apesar de, em minha opinião, não estar à altura de todos os elogios que vi receber nos últimos anos, "O Mandaloriano" é, sem dúvida, uma rara boa produção da Disney, após o desastre da nova trilogia, no Universo Star Wars, apresentando originalidade e personagens interessantes e conservando os elementos que os fãs da franquia mais apreciam.
Os aspectos técnicos são os que mais chamam a atenção de início. A combinação entre trilha sonora, efeitos práticos e fotografia proporcionam uma excelente ambientação ao espectador, além de ser perceptível o cuidado que se teve na preparação de cada um dos locais onde a história acontece, além dos personagens que aparecem na tela. A sensação é, sobretudo, que a série possui um visual perfeitamente identificável com os filmes clássicos, mas ao mesmo tempo não deixando de apresentar uma identidade própria.
O principal problema, por outro lado, encontra-se no roteiro. A história é interessante, mas muitas cenas são desnecessárias e apresentam pouca conexão com a trama central, determinados diálogos se estendem de maneira excessiva e vários furos de roteiro são flagrantes. Todo o cuidado que se teve no visual acabou faltando nessa parte que, pelo menos para mim, é fundamental em qualquer filme ou série.
Então, o veredito: "O Mandaloriano" é divertido e honra bem as histórias clássicas do Star Wars, mas também não é nada além disso. Acredito que para crianças e adolescentes esta produção seja mais apropriada, porém, para adultos, é mais um passatempo do que qualquer outra coisa.
Absurdo, assustador e, acima de tudo, revoltante. São algumas palavras que inicialmente me vinham à mente sempre que lia ou ouvia qualquer coisa relacionada ao acidente nuclear de Chernobyl. No entanto, ao ver esta magnífica minissérie (aliás, mais uma grande produção da HBO) e após conhecer mais sobre o ocorrido, todos os sentimentos que tinha anteriormente são agora reforçados, sendo esse, talvez, o maior legado que essa produção de cinco episódios nos deixa: o de divulgar ainda mais ao mundo inteiro, até para aqueles que já conheciam acerca do assunto superficialmente, e deixar registrada a verdade envolvendo o maior desastre provocado pelo homem.
Em primeiro lugar, destaco o elenco, muito bem escalado e com grandes interpretações, e os aspectos técnicos, que são impecáveis. A direção e a música provocam uma sensação de tensão e imersão do espectador na história, como se estivéssemos sendo "sugados" para dentro de algo de proporções gigantescas e além de nossa compreensão, o que, de certa forma, também é a sensação das personagens envolvidas, que encontram-se inseridas no meio desses surreais acontecimentos e têm suas vidas completamente alteradas por isso. Os dois episódios iniciais são frenéticos, prendendo completamente a atenção e nos deixando quase que "sufocados" nas primeiras horas após a explosão. Nos capítulos seguintes, a série adota um ritmo um pouco mais lento, mas não menos interessante, e, sempre se atentando aos mínimos detalhes, explica como cientistas e autoridades públicas tiveram que fazer "o possível e o impossível" a fim de controlar os efeitos da radiação nos meses seguintes e nos mostra as consequências da catástrofe nas suas principais vítimas: a população local e a natureza.
Além de fazer os devidos registros do ocorrido, esta obra também deixa uma crítica duríssima ao regime soviético, que, com o seu gigantismo estatal, sua extensa burocracia e um interminável número de secretários, ministros e comitês, foi diretamente responsável, junto aos despreparados funcionários que trabalhavam no local, pela explosão em Chernobyl, devido a sua incompetência na administração da usina, sua lentidão nas primeiras horas após o incidente e, sobretudo, pela supressão da verdade e pela propagação de mentiras, colocando os interesses do Estado e do Partido acima do bem estar da própria população. Obviamente esta parte pode ser mais polêmica para alguns, mas não creio que a série fez, diferente de outras produções americanas, uma crítica escancarada ou espalhafatosa à URSS, mas optou por simplesmente mostrar o que realmente aconteceu e todos os erros cometidos que resultaram no desastre e, a partir daí, o espectador poderia ver com os próprios olhos e ter a sua própria interpretação - embora, a incompetência e falsidade das autoridades governamentais envolvidas foi tamanha que é até difícil chegar a outra conclusão senão a de uma enorme negligência ou, se preferir, um crime de consequências incalculáveis.
No entanto, a pesada crítica deixada não se resume somente aos soviéticos, mas é bastante atual e também pode ser direcionada a qualquer governo que suprima a verdade, espalhe notícias falsas de maneira contumaz e coloque as vidas de inocentes em perigo por motivos meramente ideológicos, e a qualquer governante que acredite que o aparato estatal está acima do povo, e não a serviço dele.
Grande produção. Recomendo, mas aviso: tenha estômago forte para assistir.
Minissérie de altíssima qualidade, desde os aspectos técnicos até as atuações de todo o elenco. Também cabe destacar o realismo na produção desta obra, que passa longe de romantizar a guerra ou os confrontos armados de uma maneira geral, mas busca mostrar o verdadeiro sofrimento dos soldados em meio ao conflito, o medo da morte sentido por cada um e os laços de afeto e união construídos, entre si, dos campos de treinamentos às trincheiras.
Os depoimentos dos veteranos no início de cada episódio contribuíam muito para fornecer uma aproximação do espectador com a história narrada, pois uma coisa é ver a dramatização, muito bem feita, dos acontecimentos reais, e outra diferente é presenciar os depoimentos das verdadeiras pessoas envolvidas nos acontecimentos e a emoção na fala de cada um. Foram 10 episódios, mas passaram "voando", com a vontade de assistir o próximo episódio sendo imediata ao término de um e o espectador com a atenção presa em busca de saber o que vai acontecer em seguida.
Outro ponto interessante é que, em Band of Brothers, os soldados alemães não são tratados como "demônios", monstros ou seres de outro planeta, mas, inclusive, são feitos interessantes paralelos entre os dois lados do confronto, com a série mostrando as semelhanças entre os soldados. Os mesmos laços de fraternidade construídos pelos combatentes americanos também eram construídos entre os germânicos e histórias parecidas como as narradas na série também podem ter sido vividas no lado derrotado do conflito.
É comum que as produções de Hollywood sobre política tenham sempre um viés mais à esquerda, retratando o Partido Democrata de uma maneira mais suavizada, enquanto mostram os republicanos de uma maneira cartunesca, seja como vilões, seja como patetas. Aqui isso também se faz presente, com o adicional de ser uma minissérie que aborda eventos envolvendo James Comey e, ao mesmo tempo, baseia-se em um livro escrito pelo próprio ex diretor do FBI, o que acaba, naturalmente, por também suavizar a forma como Comey é mostrado na história e, de certa maneira, reduzir a credibilidade do que nos é apresentado.
Além disso, vale destacar que "The Comey Rule" foi lançado em 2020, não somente ainda durante o governo Trump, mas às vésperas de uma eleição presidencial nos EUA, o que obviamente também "contamina" a minissérie, que acaba sendo mais um panfleto político "anti Trump" do que propriamente um retrato fiel dos eventos ocorridos.
De pontos positivos apenas destaco as atuações do elenco e os aspectos técnicos, mas o viés político escancarado e o roteiro confuso atrapalham bastante, até mesmo para aqueles, como eu, que já sabiam da história, então imagino que para alguém que conhece pouco ou mesmo nada dos eventos abordados talvez seja ainda mais difícil compreender alguma coisa a partir dessa minissérie. O ideal seria pesquisar por conta própria e não tomar tudo que está colocado aqui como verdade.
Não deixei um comentário depois da primeira vez que assisti há vários anos atrás, mas vou ser sucinto: se tem uma série que beira à perfeição, é esta aqui. Simplesmente uma obra prima.
Documentário bem elaborado. Diferentemente do que alguns disseram por aqui, eu achei o documentário bem imparcial. Claro que sempre tem "uma coisa ou outra" que poderia ter sido apresentada de uma melhor forma, mas, em linhas gerais, o documentário nem bajulou o Trump e também não chegou a criticá-lo de maneira feroz.
Dentre vários momentos retratados, é possível verificar uma grande transformação do Donald ao longo de sua vida, de um jovem empresário querendo sair da sombra do pai até uma figura política influente no cenário nacional e mundial. Outro ponto interessante do documentário é mostra como o Trump sempre soube utilizar bem fatos da sua vida pessoal e empresarial, tanto sucessos quanto fracassos, para chamar a atenção da mídia e lucrar em cima disso.
Eu diria que ele levou à risca, durante toda essa trajetória até agora, a ideia de que "é melhor ser infame do que não ser famoso de forma alguma", ou seja, nunca se importou se o que falavam dele poderia ser sobre algo, em tese, ruim, contanto que falassem sobre ele e o mantivessem nos holofotes! Aliás, eu diria que, como uma espécie de "complemento" a este documentário, outro também muito bom seria o "Get Me Roger Stone", que é mais curto e trata exatamente de um dos principais conselheiros políticos do Trump e trata exatamente de alguém que segue essa filosofia perante a opinião pública.
Recomendo muito esse documentário, pois, querendo ou não, o Donald Trump trata-se de umas figuras mais pitorescas, controversas e importantes da história recente norte-americana.
Tanto no vasto conhecimento transmitido quanto pela qualidade das imagens em si, o documentário consegue cumprir muito bem o seu papel de informar mais sobre a Segunda Guerra Mundial e também o de "inserir" o espectador dentro desse grande e brutal evento.
Recomendo para quem procura conhecer mais sobre essa guerra e para quem aprecia um bom documentário! Vale muito a pena dedicar essas 10 horas para assistir!
Apesar, de, em minha opinião, a série ter apresentado uma leve queda de qualidade nesta segunda temporada, é notório que "The Crown" conseguiu se manter em um nível altíssimo e, novamente, dentre as principais séries do ano.
Em primeiro lugar, é imprescindível destacar os aspectos técnicos. A trilha sonora, os figurinos, a fotografia, os cenários e cada elemento e detalhe me pareceu, novamente, ter sido feito e elaborado com muito cuidado, perfeição e qualidade. Neste quesito, é impossível encontrar qualquer tipo de erro.
Em segundo lugar, também gostaria de destacar o roteiro e as personagens. Verifica-se, mais uma vez, uma excelente interação entre as personagens (e, em diversos casos, um aumento no aprofundamento e na complexidade de algumas relações, como, por exemplo, entre Elizabeth e Philip e todos os seus altos e baixos ao longo da trama), retratos bem interessantes de diversos eventos históricos importantes e sob a perspectiva da família real (algo já visto, de forma igualmente brilhante, ao longo da primeira temporada) e o fato da série não se mostrar, em momento algum, enfadonha ou cansativa, mas sempre mantendo a atenção do espectador e nos motivando a continuar assistindo.
No entanto, apesar dos elogios feitos anteriormente e de todas as qualidades mencionadas, é necessário afirmar que, exatamente no roteiro, a série apresentou, em minha visão, alguns pequenos erros que, no "mar de perfeição" existente, foram facilmente percebidos e identificados. O primeiro é referente a relação entre os episódios, pois a interconectividade entre os capítulos existente na primeira temporada não é observada, da mesma forma, nesta segunda, com muitos episódios que parecem um pouco "avulsos" e sem uma forte ligação entre si. O segundo é referente a diversas cenas, situações e falas que mostraram-se um pouco repetitivas ou desnecessárias na história, como, por exemplo, diversas da princesa Margareth. O terceiro talvez corresponda a algo inevitável aos diretores e roteiristas da série (devido ao fato da série ser baseada em fatos reais), correspondendo à ausência de eventos históricos tão importantes ou personagens tão carismáticos quanto os existentes na temporada anterior, o que leva a momentos, como, por exemplo, o fim da Segunda Guerra, o casamento da rainha e a cena da coroação serem substituídos por cenas de festas, brigas de casais e renúncias de primeiros-ministros, assim como leva à ausência de personagens fortes e riquíssimos como o Churchill.
Por fim, apesar de alguns pequenos erros e de uma leve queda, "The Crown" continua mantendo um excelente nível, beirando à perfeição e já fincando o seu lugar, cada vez mais, dentre as principais séries da atualidade.
Por coincidência, eu terminei de assistir os dois últimos episódios desta magnífica série exatamente ontem e algumas horas antes dela ser (com merecimento) premiada com o Globo de Ouro. Bem, o que dizer de "The Crown"? A série é simplesmente COMPLETA, com figurino fantástico, trilha sonora do Hans Zimmer incrível (como de costume), fotografia belíssima, atuações excelentes e com cada episódio sempre apresentando um final de prender o fôlego.
É quase impossível encontrar algum erro nesta série, sobretudo porque a impressão que o telespectador tem é a de que CADA DETALHE foi cuidadosamente pensado e preparado para nos inserir na época na qual se passam os acontecimentos e nos locais (especialmente o Palácio de Buckingham) nos quais se encontram as personagens.
Também gostaria de realçar dois aspectos que merecem um maior destaque. Primeiro, as atuações soberbas de Claire Foy e John Lithgow (que está tão bem como Winston Churchill que eu realmente pensei que ele fosse britânico e dificilmente irei aceitar que ele não conquistou o Globo de Ouro). Segundo, apesar de todos os episódios terem sido fantásticos, alguns, em particular, merecem ser destacados, como o episódio da coroação (se não me engano, o episódio 5) e o penúltimo episódio (episódio 9), que alcançam o nível máximo de perfeição que alguma série pode alcançar (eu simplesmente não consigo enxerga episódios mais bem feitos como esses dois).
Portanto, recomendo esta primeira temporada de "The Crown" pelo seu "perfeccionismo" em todos os aspectos e detalhes possíveis e pela sua incrível qualidade.
Acredito que seja até difícil encontrar palavras para descrever esta série incrível, mas eu acho que eu vou, pelo menos, tentar comentar um pouco acerca dessa segunda temporada...
Bem, eu gostaria de iniciar elogiando o excelente roteiro que foi escrito para esta temporada, apresentando, novamente, ótimos diálogos e uma história original, bem elaborada e sem quaisquer "furos". Aliás, eu diria que a história aqui apresentada é até mais bem elaborada e complexa do que a da temporada inicial.
Apesar de acreditar que as personagens da primeira temporada tiveram muito mais carisma e foram muito mais interessantes do que as apresentadas nesta segunda, algumas tiveram bastante destaque, como, por exemplo, a Peggy e o Mike Milligan. Além disso, as atuações, apesar de também não terem sido superiores a da temporada anterior, foram também muito boas, sobretudo a impecável performance da Kirsten Dunst (que, em minha opinião, apresentou o grande trabalho de toda a sua carreira).
Enfim, de uma forma geral, eu admito que houve uma pequena queda de qualidade em relação ao que foi apresentado na história inicial, mas assistir esta segunda temporada, com ótimas personagens, história bem elaborada e excelente fotografia, sem dúvida alguma, foi uma experiência fantástica e altamente gratificante. Recomendo para qualquer um que goste de uma boa série!
Esta 2ª temporada me deixou ainda mais surpreso pela qualidade da série e, novamente, pela maneira excelente pela qual explicam-se eventos das guerras clônicas e do episódio III. Enquanto a ótima 1ª temporada ficou mais focada na guerras, esta aqui focou mais na relação entre Obi-Wan e Anakin Skywalker, nos rápidos passos que Anakin deu ao transformar-se em cavaleiro Jedi e já preparar-se para ser um mestre e também forneceu um aprofundamento psicológico (que, em minha opinião, nem o George Lucas conseguiu fornecer nas prequelas) acerca de Anakin (em minha opinião, o personagem mais complexo de toda a franquia).
A cena da caverna foi, simplesmente, sensacional. Na visão de Anakin, podemos perceber um indivíduo que perde um braço, obtém um novo e, apesar de sempre ter tido boas intenções e de querer salvar as pessoas que amava, é consumido pelo seu próprio poder e acaba matando, justamente, as pessoas que pretendia proteger. Na história, Anakin também perde um braço, obtém um novo e, no episódio III, com a intenção de salvar Padmé e trazer paz à galáxia (sendo enganado por Palpatine), acaba sendo atraído pelo lado negro da força, traindo todos os Jedi e provocando a morte da própria Padmé.
Assim, as duas temporadas desta série são fantásticas e merecem ser mais conhecidas pelos fãs e um maior reconhecimento por parte da Disney e de George Lucas, que não a consideram canônica. Quanto ao George Lucas, acho difícil ele mudar de opinião. Quanto a Disney, ainda espero que ela ceda ao apelo dos fãs e reconheça esta série. Enfim, sendo reconhecida ou não, a série sempre será canônica para mim.
É incrível como essa fantástica série animada consegue até apresentar mais qualidade e fornecer mais emoção do que os episódios I e II, além de explicar muito bem os eventos durante as guerras clônicas e tudo o que precede o episódio III. Recomendo esta série até mais do que à série em 3D para os fãs da franquia.
É a primeira série do Netflix que eu assisto e já consegui perceber o seu elevado padrão de qualidade. Assim como alguns já mencionaram, seria melhor que a história fosse narrada, ao invés do agente Murphy, pelo próprio Pablo Escobar e, além disso, que Escobar fosse interpretado por um ator colombiano. No entanto, isso não quer dizer que a narrativa da história tenha sido prejudicada ou que a atuação do Wagner Moura tenha sido ruim, pois, na verdade, o brasileiro, para quem teve que aprender espanhol em 8 meses, está fantástico na série, assim como todo o restante do elenco. Também é importante ressaltar a excelente trilha sonora, fotografia e direção (que vai alternando os diretores em alguns episódios), detalhando, de maneira impressionante, o esquema do narcotráfico colombiano e sem fazer qualquer tipo de maniqueísmo (evitando colocar Escobar como vilão e Murphy como herói), pois, como o próprio Murphy diz, "bom e mau são conceitos relativos".
O que dizer sobre essa série perfeita? Grandes atuações de Allison Tolman, Billy Bob Northon, Colin Hanks e Martin Freeman, além de uma história muito bem elaborada (e até se encaixando com algumas cenas do filme original, como na cena da maleta, por exemplo), excelentes diálogos e belíssima fotografia.
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O Urso (1ª Temporada)
4.3 410 Assista AgoraCom um ritmo frenético e caminhando na linha tênue que separa a comédia do drama, "The Bear" é uma daquelas séries que, com episódios em sua maioria curtos, "vai direto ao ponto". Sendo assim, não perde tempo com muitas cenas desnecessárias e foca no arco principal da trama, que é a luta do protagonista Carmy em conseguir organizar um bagunçado restaurante que antes pertencia ao seu irmão, ao mesmo tempo em que se esforça para lidar com problemas pessoais e questões mal resolvidas do passado.
A série cumpre bem o seu papel de não somente mostrar, ao espectador, a rotina dos funcionários do restaurante, mas também fazê-lo vivenciar, como se lá estivesse presente, o insano cotidiano de trabalho dos cozinheiros do "The Original Beef". Quanto a isso, vale destacar que muitas cenas são intencionalmente caóticas a fim de nos proporcionar a mesma sensação de ansiedade e tensão sentida na pele das personagens, prendendo bem a nossa atenção e nos envolvendo na história.
No entanto, se a curta duração dos episódios é, sob uma certa óptica, atrativa, vale mencionar que, por outro lado, isso acabou limitando um melhor desenvolvimento das personagens e de algumas partes da história. Além disso, também senti falta de mais explicações acerca do passado dos protagonistas, sobretudo da família que gerencia o restaurante, e dos reais motivos que levaram à separação entre os irmãos, porém pode ser que tais respostas fiquem reservadas mais à sequência do seriado.
Em linhas gerais, apesar de talvez não ser tão fenomenal quanto os diversos prêmios e nomeações recebidas possam indicar, esta é uma boa série, com uma divertida e acelerada narrativa, boas atuações, personagens interessantes - que espero serem melhor aprofundados na segunda temporada - e uma história promissora. Vale a pena acompanhar.
Black Mirror (2ª Temporada)
4.4 753 Assista AgoraA segunda temporada de "Black Mirror", apesar de talvez não ser tão brilhante ou impactante como a primeira, é bem sucedida em conseguir manter um alto nível de qualidade na série, nos trazendo novas histórias bizarras e criativas. Com roteiros, mais uma vez, bem elaborados, nos proporcionam também algumas interessantes reflexões.
Diferente da temporada anterior, em que os temas foram bem distintos - o que é bom, diga-se - e com poucas semelhanças entre si, percebi aqui alguns pontos em comum entre os episódios, sobretudo quanto à tênue separação, nos contextos apresentados, entre o que é real e o que não é. Isso é presente na relação entre a esposa e a "cópia" do seu marido, na "perseguição" sofrida pela mulher sem memória e pelo solitário homem que relembra memórias tristes do passado. A confusão vivida pelas personagens também é repassada ao espectador, sendo este também surpreendido por inesperados plot twists - no caso, refiro-me aos episódios 2 e 4, principalmente.
O episódio 3, por sua vez, é o mais diferente em relação aos demais, abordando tópicos mais próximos de nossa realidade, como a espetacularização da política e a alienação da sociedade de uma maneira geral. Essa crítica social é bastante retratada na meteórica popularidade conquistada pelo urso Waldo e na forma como o seu criador é utilizado para interesses espúrios.
Obviamente, gosto varia de uma pessoa a outra, mas os meus episódios preferidos foram, sem dúvida, o primeiro e o último. O quarto, que aqui no site está colocado como um especial de Natal e separado do restante da segunda temporada, é genial, mas também extremamente trágico. Esta segunda temporada, portanto, também entra na minha lista de recomendação.
Black Mirror (1ª Temporada)
4.4 1,3K Assista AgoraEm síntese, podemos definir "Black Mirror" como sendo uma grande sátira da sociedade moderna, de uma maneira geral, mostrando que as novas tecnologias criadas pela humanidade nem sempre trazem somente benefícios, apresentando também um lado bastante obscuro, que é exatamente o explorado aqui. O interessante da série é que cada episódio aborda diferentes histórias e possui distintas personagens, sem quaisquer conexões entre si, porém sempre com a mesma temática de ficção científica - que, em diversos aspectos, nem é tão ficção assim, mas até assustadoramente realista - e contando com boas direções e roteiros criativos e bem elaborados.
O primeiro episódio foca em uma situação, à princípio, absurda, mas que nos faz refletir sobre diversas questões importantes. Dentre elas, o que um determinado indivíduo está disposto a fazer para se manter no poder, o que a imprensa está disposta a fazer para obter audiência e dar uma determinada notícia "em primeiro lugar" - mesmo que a vida de alguém esteja em risco - e como a nossa sociedade é capaz de se divertir com situações grotescas, mesmo que se trate de uma perversa humilhação alheia. Este episódio, curiosamente, não aborda muito o tema da tecnologia, mas foca mais em questões mais humanas e próximas da realidade atual.
O segundo, que é o meu preferido, nos traz uma distopia, na qual as pessoas vivem em instalações repletas de aparelhos tecnológicos, as garantindo alimento e diversão em troca de créditos. O problema é que o excesso de tecnologia não garante liberdade alguma, sendo, na verdade, exatamente o contrário, com esses indivíduos estando inseridos em um local que mais lembra uma prisão, em que tudo é artificial e vigiado. Aqueles mais distraídos, podem ser facilmente manipulados, conformando-se em continuar presos nesse mundinho de pequenos e controlados benefícios. Outros mais insatisfeitos com a situação vigente têm a possibilidade de, com uma grande quantidade de créditos, participar de um concurso que pode ser usado como uma saída.
O protagonista, após ver a sua amada, que era a única coisa verdadeiramente real com a qual ele havia tido algum tipo de contato, se transformar em mais um produto da empresa que comanda essa prisão, decide participar do concurso e escapar do local. No entanto, ele próprio também acaba se tornando, a fim de não retornar às pedaladas, um novo produto da empresa, mostrando que, nesse contexto, a verdadeira liberdade seria impossível, sendo fornecida, no máximo, uma falsa sensação de liberdade. E essa falsa sensação, em um mundo com vasta tecnologia, é o ponto central do episódio, pois todos os equipamentos e ferramentas modernas existentes, quando presentes em excesso em nossas vidas, estariam mais nos aprisionando do que qualquer outra coisa.
Além disso, o episódio também aborda outros interessantes tópicos, como a maneira com a qual a mídia e diversas empresas se apropriam de coisas reais e autênticas para torná-las meros produtos artificiais, utilizados para obter lucros e manipular as massas. E, claro, também é retratado o tema da excessiva obsessão por se tornar famoso na sociedade atual, mesmo que isso traga grandes custos.
O terceiro é bom, mas, em minha avaliação, um pouco menos ousado do que os outros. Apesar de novas tecnologias estarem aqui presentes, o episódio mais foca no tema dos relacionamentos amorosos e como poderiam ser afetados de existisse um equipamento que pudesse preservar todos os nossos atos diários. Sendo assim, em tese, não poderiam haver segredos dentro de um casal, mas, como vemos ao longo da história, uma relação de confiança entre dois parceiros também poderia ser bastante abalada nesse cenário, pois a tecnologia não seria capaz de curar velhos hábitos humanos. O enredo, portanto, é mais sobre a confiança - ou desconfiança - de um marido em sua mulher e vice versa, traição e falta de honestidade, com a parte da ficção científica apenas estando como pano de fundo.
Recomendado.
Banshee (1ª Temporada)
4.2 166 Assista AgoraA premissa de mostrar um ex-detento se passando pelo xerife de uma cidade pequena é bem interessante, assim como a trama central envolvendo Lucas e sua antiga namorada, Ana. A forma como ambos, recheados de segredos, vão vivendo "vidas de mentira" e com identidades falsas para "desaparecerem" do radar de um antigo inimigo em comum é, sem dúvida, o ponto forte do seriado - além, é claro, das diversas cenas de ação, que são muito bem executadas, e da ótima performance de Antony Starr.
No entanto, destoando da maioria dos comentários aqui, devo dizer que me incomodou bastante como o roteiro, mesmo com uma boa proposta inicial, é raso. Em síntese, a história é repleta de clichês, personagens mal desenvolvidas - em especial, as personagens secundárias, que constantemente vem e depois desaparecem da trama como se tivessem pouca importância - e furos de roteiro, o que dá para deixar passar apenas se o espectador realmente não levar nada aqui muito à sério.
Além disso, também fiquei com a sensação de que os roteiristas colocaram várias cenas de sexo/nudez mais para distrair o espectador do que qualquer ou outra coisa, pois, sinceramente, muitas delas foram bem desnecessárias. Não que eu me incomode de ver a Lili Simmons ou outras belas atrizes nuas na tela, mas, em diversos momentos, forçaram demais a barra.
Serve somente para passar o tempo ou para quem realmente curte uma série que tenha apenas porradaria, explosão e mulher pelada - o que eu também curto, mas, sem querer ser chato, prefiro quando tudo isso vem acompanhado de uma história melhor desenvolvida.
O Pacífico
4.4 264 Assista AgoraDepois do sucesso que foi "Band of Brothers", é natural que "The Pacific", outra produção da HBO sobre a Segunda Guerra, seja bastante comparada a sua predecessora. No entanto, embora ambas compartilhem o mesmo altíssimo nível de qualidade e impecáveis aspectos técnicos, as duas excelentes produções possuem diferentes estilos com os quais os retratam suas respectivas histórias, que, diga-se de passagem, são bem distintas.
Apesar de estarem inseridas no mesmo evento - isto é, a Segunda Guerra Mundial, as batalhas travadas no Pacífico, como sabemos, foram muito mais sanguinárias e destrutivas, além das condições pelas quais os soldados envolvidos tiveram que enfrentar, que aqui foram bem mais adversas. Enquanto os combatentes em solo europeu, que também tiveram que passar por inúmeros problemas e dificuldades, tiveram a oportunidade, enquanto não estavam em confrontos armados, de conhecer belas cidades e paisagens do Velho Continente, aqui, mesmo em períodos de folga, os soldados ainda tinham que conviver com malária, chuvas frequentes, solos lamacentos e grandes populações de ratos em ilhas longínquas e desconhecidas - a única exceção foi a ocasião em que as tropas americanas permaneceram em Melbourne.
Sendo assim, a guerra na Europa, embora também brutal, foi mais "glamourosa", enquanto a travada no Pacífico, travada em condições quase sub humanas e contra um inimigo que simplesmente não possuía medo de morrer, deixou um rastro muito superior de mortos, feridos e até mesmo de sobreviventes com graves sequelas psicológicas. E no momento em que esses acontecimentos apresentam tantas diferenças como essas, não seria coerente que as séries retratassem esses eventos da mesma maneira.
Logo, se em "Band of Brothers", primeiro conhecemos os personagens envolvidos - desde o treinamento - e somente depois vemos eles em combate, em "The Pacific" já no primeiro episódio somos inseridos na batalha, mesmo conhecendo muito pouco das vidas pregressas dos soldados, e apenas com o tempo, gradativamente e também dividindo o período com confrontos sangrentos e momentos de alta tensão e desespero, vamos sendo apresentados a mais detalhes sobre cada um. Além disso, os soldados aqui não possuem muitos momentos de descontração entre si, mas tem que conviver, constantemente, com o medo da morte, seja de dia, seja de noite. Esses detalhes podem não ter agradado a todos, mas retratam, com fidelidade e realismo, os acontecimentos narrados e creio que os produtores e roteiristas fizeram o correto com essa abordagem mais direta, dando uma identidade única à obra e evitando se espelhar - ou imitar - o seriado anterior.
Portanto, "The Pacific" é mais uma grande produção da HBO, desde o roteiro até os aspectos visuais, e um retrato fiel e brutal de eventos importantes na história da humanidade, além de um grande tributo aos soldados que enfrentaram o "inferno" nas batalhas contra as tropas japonesas.
Recomendado.
The White Lotus (2ª Temporada)
4.2 345 Assista AgoraMantendo a essência de "dramédia" com doses de humor negro, a segunda temporada de "White Lotus" apresenta, ao meu ver, um roteiro mais coeso e consistente do que o visto na primeira. O seriado abandona um pouco as críticas sociais e se aprofunda mais em uma reflexão acerca dos relacionamentos amorosos de uma maneira geral e em como, apesar de todo o dinheiro ou inteligência que possamos ter, o sexo, um instinto tão primitivo, ainda representa um fator importante e que nos move mesmo que inconscientemente.
Além disso, as personagens, embora longe de serem perfeitas, são bem menos detestáveis e irritantes do que na temporada anterior, o que permite uma maior identificação e conexão com o espectador. E, claro, as belíssimas paisagens, as obras de arte - com referências artísticas aos acontecimentos do enredo - e a excelente trilha sonora também ajudam - e muito - a elevar o nível da produção, fornecendo um visual mais imponente à história.
Os únicos pontos negativos talvez tenham sido o ritmo muito lento e monótono em alguns episódios e o arco envolvendo a Tanya - que não foi ruim, mas poderia ter sido melhor elaborado, em minha avaliação.
Recomendado.
The Boys (2ª Temporada)
4.3 647 Assista AgoraCreio que a série claramente não conseguiu, ao longo dessa temporada, ir além das mesmas tramas já batidas, cenas repetitivas e previsíveis (sempre que algum personagem se encontrava em apuros utilizava a mesma cartada da "chantagem") e mal desenvolvimento das personagens, além de mais uma vez tentar espelhar acontecimentos da política americana ao invés de desenvolver a sua própria história.
O primeiro episódio é muito bom, mas o nível não é mantido e cai bastante nos episódios seguintes. São tantos aspectos negativos, erros e furos de roteiro que nem os poucos pontos positivos - como a revelação de alguns segredos sórdidos da Vought, que eu considerei algo bem interessante e que poderia ter sido melhor explorado - dessa vez conseguem salvar.
Quanto aos personagens remanescentes, o Homelander continua sendo um ótimo elemento na trama, mas, enquanto na primeira temporada havia uma certa dúvida positiva e salutar ao enredo acerca de suas reais intenções (se ele realmente é um indivíduo mau ou apenas é alguém que tem uma visão deturpada do que é bom e ruim), aqui forçaram excessivamente a barra quanto a ele ser "o homem mau", de maneira até mesmo caricata e desnecessária. O arco envolvendo o The Deep continua sendo irrelevante e o envolvendo o Frenchie e os outros membros do grupo deu a sensação de ter estagnado.
Com relação aos novos que foram adicionados, a Tormenta é simplesmente muito irritante e insuportável e a sua presença nos Sete é bem estranha, por sinal, ainda mais tendo sido colocado pelo próprio dono da empresa. Única adição positiva foi a da Becca, que eu, inclusive, gostaria de ter visto mais.
A minha impressão é que os roteiristas se perderam e estão andando em círculos, não conseguindo mais explorar um enredo que tinha bastante potencial - a primeira temporada, em comparação, também tem vários problemas, mas ao menos consegue manter mais acertos do que erros. Não irei prosseguir assistindo e, para falar a verdade, mal consegui terminar essa segunda temporada direito de tão decepcionante que foi.
The Boys (1ª Temporada)
4.3 820 Assista AgoraInspirando-se em uma HQ de mesmo nome e mostrando uma abordagem diferente nas histórias de super heróis, "The Boys" apresenta uma premissa muito interessante: a de representar os "heróis de capa" de uma maneira mais humana e menos romantizada ou idealizada. Logo, vai por um caminho oposto ao que nos acostumamos a ver na maioria dos filmes e séries do gênero - e, por outro lado, com um estilo semelhante ao que existe em "Watchmen", por exemplo.
Sendo assim, aqui os heróis, apesar dos seus super poderes, possuem tantos ou até mais defeitos do que qualquer outro ser humano normal, isto é, vaidade, egoísmo, falsidade, dentre outros. Dessa maneira, não são deuses e nem seres puros, como a maioria das pessoas acredita, mas sim indivíduos capazes de mentir e dissuadir o público, além de possuírem desejos sexuais e até algumas perversões eróticas.
E a série não se limita a mostrá-los combatendo o crime, mas procura simular o que realmente aconteceria se entidades como essas surgissem no mundo, isto é, como uma sociedade cada vez mais focada em dinheiro e aparências iria receber os super heróis. Assim, presenciamos que eles são "apropriados" pelas grandes corporações - sobretudo a Vought, que é a detentora oficial dos heróis", vistos por ela quase como uma patente - e tornam-se não somente combatentes do crime, mas também peça fundamental de uma indústria que, desde filmes, musicais e brinquedos até operações militares, iria movimentar bilhões por ano. A forma com a qual a série mostra isso, alternando entre cenas de brutalidade e doses de humor negro, e constrói esse mundo não tão diferente do nosso é o seu grande ponto forte e sua principal marca, sobretudo nos episódios iniciais, que apresentam muito bem essa perspectiva ao espectador.
Nesse cenário construído pelo seriado, obviamente é impossível não mencionar o personagem que melhor representa essa dualidade dos super heróis e que é também um dos outros pontos de destaque de "The Boys": o Homelander. Em grande atuação de Antony Starr, ele é, simultaneamente, assustador, carismático, sádico e infantil, o que é fruto não somente de ter de conviver com poderes superiores a qualquer outro ser na face da Terra, mas também de suas origens, de sua solidão e da "marca" que tem de sustentar perante o público. A sua presença ao longo dessa história é sempre acompanhada de cenas marcantes e grandes momentos.
No entanto, a série também tem os seus vários aspectos negativos. Em primeiro lugar, se o início é muito bom, o desenvolvimento do resto da história não mantêm o mesmo nível, com o seriado "derrapando" de forma considerável, sobretudo entre os episódios 4 e 6 - e apenas recuperando-se mais para os episódios finais, pelo mal aprofundamento de diversos personagens e pela tentativa, que me incomodou um pouco, de tentar fazer um paralelo com o panorama político americano e outras discussões ideológicas e religiosas. Caso os roteiristas tivessem focado mais em desenvolver melhor alguns heróis, como a Maeve, e menos em fazer uma crítica velada a determinados grupos políticos, acredito que teria sido mais produtivo.
Além disso, não dá para ignorar os diversos furos de roteiro e acontecimentos mal explicados que acontecem durante essa temporada. Como os heróis conseguem andar por aí com os seus rostos à mostra e muitas vezes sequer serem reconhecidos? O romance entre o Francês e a Kimiko é bonito, mas é bem forçado e não faz sentido pelas características das personagens. Qual a história por trás da mulher com a qual Maeve conversava? O Homelander, no último episódio, explica que era ele o responsável por espalhar, junto com o Trem-Bala, o Componente V para diversas parte do mundo e até para alguns terroristas, mas porque essa declaração dele, que deveria ser encarada como algo chocante e extremamente revelador, não surpreende a vice diretora da empresa? E, se ele realmente fez isso, porque entregou uma amostra do componente para as forças especiais do exército? Como o Trem-Bala sabia que o Hughie e os outros do grupo haviam escapado da prisão e chegou exatamente na hora em que eles estavam deixando o local? Essas são apenas algumas das coisas que não foram bem elaboradas e, embora não dê para levar extremamente à sério uma história que aborde super heróis, ainda assim qualquer bom enredo tem de possuir uma certa lógica e coerência, o que faltou em vários momentos no seriado.
Entre erros e acertos, a série é interessante, mas creio que o potencial da história poderia ter sido bem melhor aproveitado. Sendo assim, o veredito: é boa, mas talvez não tão boa quanto todo o hype que recebeu possa indicar - pelo menos, na primeira temporada. O surpreendente plot twist do último episódio, no entanto, me deixou com muita vontade de ver a continuação, o que provavelmente farei em breve.
Ruptura (1ª Temporada)
4.5 746 Assista AgoraAbordando diversos temas importantes, possuindo ótimos aspectos visuais e apresentando um roteiro simultaneamente insano e genial, "Ruptura" com certeza é um oásis de criatividade e inovação em meio a um mundo artístico cada vez mais repetitivo e nos brinda, logo em sua temporada inicial, com uma das melhores temporadas de uma série nos últimos anos.
Um dos pontos centrais da série, ao meu ver, é: liberdade de escolha. Ao aceitar fazer parte desse procedimento, o indivíduo externo, sem saber o que realmente iria acontecer, livra-se dos aborrecimentos do trabalho e de todo o cansaço inerente, mas, ao mesmo tempo, desconhece completamente o que faz no escritório e o propósito de todo o tempo que passa na empresa. É um ser alienado acerca do seu próprio ofício, mas aceita fazer isso pelo dinheiro e pela oportunidade do emprego, além de outros motivos pessoais, como, por exemplo, buscar esquecer, pelo menos por algumas horas, alguma lembrança triste do passado. Por outro lado, no entanto, o seu indivíduo interno encontra-se aprisionado no trabalho. Ele não escolheu esse destino, não foi indagado acerca e sequer compreende o porquê do seu externo ter tomado essa decisão, mas é obrigado a aceitá-lo pelo período que o seu externo desejar, sendo refém da empresa e vendo a realidade de acordo com aquilo que os patrões e os manuais lhe dizem.
Algo absurdo, radical e inconcebível em uma sociedade normal e saudável, mas existente em um mundo cada vez mais escravo do dinheiro e das grandes corporações, que se aproveitariam disso, e cada vez mais distante do conceito de bioética, com inovações científicas moralmente questionáveis. Então, quando inserido dentro da empresa, irá cultuar os donos, ver os manuais e procedimentos internos como manuscritos sagrados e pregar lealdade aos patrões. Enquanto pensava ser parte de algo maior e grandioso - mas que não compreendia ao todo, apenas estava sendo escravizado sem perceber.
Afinal, há liberdade de escolha quando uma pessoa escolhe algo, mas não foi explicado a ela exatamente o que iria ocorrer? É justo que uma parte de alguém seja condenada a fazer algo por que uma outra parte assim decidiu? Devemos encarar essa situação como duas pessoas diferentes ou uma só? Aliás, quem é o verdadeiro "eu" de cada um dos personagens envolvidos: o seu externo, o seu interno ou ambos? São reflexões e questionamentos válidos e pertinentes durante a brilhante história apresentada.
Aliás, a criativa história é o grande ponto positivo da série, em meio a vários. Misturando elementos de drama, ficção científica e terror psicológico, não somente aborda todas essas questões relevantes e atuais mencionadas previamente, mas também nos apresenta ótimos personagens, com interpretações excelentes de todo o elenco. E tudo sustentado por um ótimo e bem amarrado roteiro, que, ao seu próprio ritmo e alternando entre momentos mais lentos e de maior tensão, prende a atenção do espectador com reviravoltas e com a manutenção de uma constante aura de mistério envolvendo a trama, desembocando em um season finale espetacular, surpreendente e que deixa grande expectativa para a segunda temporada.
Com relação a algumas críticas quanto ao transcorrer mais "monótono" da série em alguns momentos, parece-me que vem mais da incompreensão de que a série quis fazer as coisas dessa forma mesmo, isto é, nos mostrar o real ambiente de um escritório, com toda a lentidão e monotonia naturais de tal meio, e nos apresentar como esse ambiente poderia ser gradativamente alterado a partir do surgimento de mais questionamentos acerca do propósito do trabalho realizado no local e até mesmo da própria existência dos funcionários em questão. Sendo assim, a série apresenta como era o ambiente de trabalho antes de tudo começar e como ele vai mudando ao longo do tempo, e, obviamente, isso não ocorre de um dia para o outro, mas leva tempo.
Logo, "Ruptura" merece, sem dúvida, cada elogio que recebeu, desde os aspectos visuais à direção e da atuação do elenco ao roteiro criativo, é impactante e nos traz muitas reflexões morais e éticas - com certeza mais do que cabem em um comentário do Filmow. E, se não bastasse tudo isso, ainda nos deixa ansiosos por uma segunda temporada que tende a ser ainda melhor - se aqui a série prezou pelo mistério, a continuação tenderá, creio eu, a ser mais reveladora. Para quem não gostou ou não entendeu, eu respeito cada opinião, mas não deixo de sugerir assistir uma outra vez, talvez dando mais atenção a alguns detalhes e nuances.
Recomendo.
The White Lotus (1ª Temporada)
3.9 400 Assista AgoraMisturando elementos de comédia e drama e vários personagens detestáveis, "The White Lotus", ao meu ver, apresenta uma bem elaborada sátira não somente dos mais ricos, mas também das relações modernas de uma maneira geral - seja entre marido e mulher, como também entre pais e filhos. Sendo assim, no meio de todos os seus loucos e bizarros acontecimentos, nos faz refletir sobre a superficialidade e o excesso de materialismo nos relacionamentos atuais.
O roteiro é interessante e nos surpreende em diversos momentos, mantendo o espectador atento e sempre à espera do que vai acontecer em seguida. No entanto, o mesmo roteiro que é um dos pontos fortes também é, por outro lado, um dos fracos, em especial nos episódios finais, em que existem alguns "furos" e aspectos mal explicados, além de algumas cenas mais explícitas um tanto desnecessárias. A minha impressão é que a história é boa e bem desenvolvida, mas o seu encerramento não foi dos melhores.
Os personagens, por sua vez, muito bem interpretados pelo elenco, são também um ponto positivo, sobretudo o Armond, em grande atuação de Murray Bartlett.
Definitivamente não é a melhor produção da HBO, mas também está longe de ser uma das piores. Garante boas risadas, prende bem a atenção e, entre pontos positivos e negativos, tem mais acertos do que erros.
O Mandaloriano: Star Wars (1ª Temporada)
4.4 532 Assista AgoraApesar de, em minha opinião, não estar à altura de todos os elogios que vi receber nos últimos anos, "O Mandaloriano" é, sem dúvida, uma rara boa produção da Disney, após o desastre da nova trilogia, no Universo Star Wars, apresentando originalidade e personagens interessantes e conservando os elementos que os fãs da franquia mais apreciam.
Os aspectos técnicos são os que mais chamam a atenção de início. A combinação entre trilha sonora, efeitos práticos e fotografia proporcionam uma excelente ambientação ao espectador, além de ser perceptível o cuidado que se teve na preparação de cada um dos locais onde a história acontece, além dos personagens que aparecem na tela. A sensação é, sobretudo, que a série possui um visual perfeitamente identificável com os filmes clássicos, mas ao mesmo tempo não deixando de apresentar uma identidade própria.
O principal problema, por outro lado, encontra-se no roteiro. A história é interessante, mas muitas cenas são desnecessárias e apresentam pouca conexão com a trama central, determinados diálogos se estendem de maneira excessiva e vários furos de roteiro são flagrantes. Todo o cuidado que se teve no visual acabou faltando nessa parte que, pelo menos para mim, é fundamental em qualquer filme ou série.
Então, o veredito: "O Mandaloriano" é divertido e honra bem as histórias clássicas do Star Wars, mas também não é nada além disso. Acredito que para crianças e adolescentes esta produção seja mais apropriada, porém, para adultos, é mais um passatempo do que qualquer outra coisa.
Chernobyl
4.7 1,4K Assista AgoraAbsurdo, assustador e, acima de tudo, revoltante. São algumas palavras que inicialmente me vinham à mente sempre que lia ou ouvia qualquer coisa relacionada ao acidente nuclear de Chernobyl. No entanto, ao ver esta magnífica minissérie (aliás, mais uma grande produção da HBO) e após conhecer mais sobre o ocorrido, todos os sentimentos que tinha anteriormente são agora reforçados, sendo esse, talvez, o maior legado que essa produção de cinco episódios nos deixa: o de divulgar ainda mais ao mundo inteiro, até para aqueles que já conheciam acerca do assunto superficialmente, e deixar registrada a verdade envolvendo o maior desastre provocado pelo homem.
Em primeiro lugar, destaco o elenco, muito bem escalado e com grandes interpretações, e os aspectos técnicos, que são impecáveis. A direção e a música provocam uma sensação de tensão e imersão do espectador na história, como se estivéssemos sendo "sugados" para dentro de algo de proporções gigantescas e além de nossa compreensão, o que, de certa forma, também é a sensação das personagens envolvidas, que encontram-se inseridas no meio desses surreais acontecimentos e têm suas vidas completamente alteradas por isso. Os dois episódios iniciais são frenéticos, prendendo completamente a atenção e nos deixando quase que "sufocados" nas primeiras horas após a explosão. Nos capítulos seguintes, a série adota um ritmo um pouco mais lento, mas não menos interessante, e, sempre se atentando aos mínimos detalhes, explica como cientistas e autoridades públicas tiveram que fazer "o possível e o impossível" a fim de controlar os efeitos da radiação nos meses seguintes e nos mostra as consequências da catástrofe nas suas principais vítimas: a população local e a natureza.
Além de fazer os devidos registros do ocorrido, esta obra também deixa uma crítica duríssima ao regime soviético, que, com o seu gigantismo estatal, sua extensa burocracia e um interminável número de secretários, ministros e comitês, foi diretamente responsável, junto aos despreparados funcionários que trabalhavam no local, pela explosão em Chernobyl, devido a sua incompetência na administração da usina, sua lentidão nas primeiras horas após o incidente e, sobretudo, pela supressão da verdade e pela propagação de mentiras, colocando os interesses do Estado e do Partido acima do bem estar da própria população. Obviamente esta parte pode ser mais polêmica para alguns, mas não creio que a série fez, diferente de outras produções americanas, uma crítica escancarada ou espalhafatosa à URSS, mas optou por simplesmente mostrar o que realmente aconteceu e todos os erros cometidos que resultaram no desastre e, a partir daí, o espectador poderia ver com os próprios olhos e ter a sua própria interpretação - embora, a incompetência e falsidade das autoridades governamentais envolvidas foi tamanha que é até difícil chegar a outra conclusão senão a de uma enorme negligência ou, se preferir, um crime de consequências incalculáveis.
No entanto, a pesada crítica deixada não se resume somente aos soviéticos, mas é bastante atual e também pode ser direcionada a qualquer governo que suprima a verdade, espalhe notícias falsas de maneira contumaz e coloque as vidas de inocentes em perigo por motivos meramente ideológicos, e a qualquer governante que acredite que o aparato estatal está acima do povo, e não a serviço dele.
Grande produção. Recomendo, mas aviso: tenha estômago forte para assistir.
Irmãos de Guerra
4.7 619 Assista AgoraMinissérie de altíssima qualidade, desde os aspectos técnicos até as atuações de todo o elenco. Também cabe destacar o realismo na produção desta obra, que passa longe de romantizar a guerra ou os confrontos armados de uma maneira geral, mas busca mostrar o verdadeiro sofrimento dos soldados em meio ao conflito, o medo da morte sentido por cada um e os laços de afeto e união construídos, entre si, dos campos de treinamentos às trincheiras.
Os depoimentos dos veteranos no início de cada episódio contribuíam muito para fornecer uma aproximação do espectador com a história narrada, pois uma coisa é ver a dramatização, muito bem feita, dos acontecimentos reais, e outra diferente é presenciar os depoimentos das verdadeiras pessoas envolvidas nos acontecimentos e a emoção na fala de cada um. Foram 10 episódios, mas passaram "voando", com a vontade de assistir o próximo episódio sendo imediata ao término de um e o espectador com a atenção presa em busca de saber o que vai acontecer em seguida.
Outro ponto interessante é que, em Band of Brothers, os soldados alemães não são tratados como "demônios", monstros ou seres de outro planeta, mas, inclusive, são feitos interessantes paralelos entre os dois lados do confronto, com a série mostrando as semelhanças entre os soldados. Os mesmos laços de fraternidade construídos pelos combatentes americanos também eram construídos entre os germânicos e histórias parecidas como as narradas na série também podem ter sido vividas no lado derrotado do conflito.
Excelente produção. Recomendado.
The Comey Rule
3.6 3É comum que as produções de Hollywood sobre política tenham sempre um viés mais à esquerda, retratando o Partido Democrata de uma maneira mais suavizada, enquanto mostram os republicanos de uma maneira cartunesca, seja como vilões, seja como patetas. Aqui isso também se faz presente, com o adicional de ser uma minissérie que aborda eventos envolvendo James Comey e, ao mesmo tempo, baseia-se em um livro escrito pelo próprio ex diretor do FBI, o que acaba, naturalmente, por também suavizar a forma como Comey é mostrado na história e, de certa maneira, reduzir a credibilidade do que nos é apresentado.
Além disso, vale destacar que "The Comey Rule" foi lançado em 2020, não somente ainda durante o governo Trump, mas às vésperas de uma eleição presidencial nos EUA, o que obviamente também "contamina" a minissérie, que acaba sendo mais um panfleto político "anti Trump" do que propriamente um retrato fiel dos eventos ocorridos.
De pontos positivos apenas destaco as atuações do elenco e os aspectos técnicos, mas o viés político escancarado e o roteiro confuso atrapalham bastante, até mesmo para aqueles, como eu, que já sabiam da história, então imagino que para alguém que conhece pouco ou mesmo nada dos eventos abordados talvez seja ainda mais difícil compreender alguma coisa a partir dessa minissérie. O ideal seria pesquisar por conta própria e não tomar tudo que está colocado aqui como verdade.
True Detective (1ª Temporada)
4.7 1,6K Assista AgoraNão deixei um comentário depois da primeira vez que assisti há vários anos atrás, mas vou ser sucinto: se tem uma série que beira à perfeição, é esta aqui. Simplesmente uma obra prima.
Trump: Um Sonho Americano
3.8 17 Assista AgoraDocumentário bem elaborado. Diferentemente do que alguns disseram por aqui, eu achei o documentário bem imparcial. Claro que sempre tem "uma coisa ou outra" que poderia ter sido apresentada de uma melhor forma, mas, em linhas gerais, o documentário nem bajulou o Trump e também não chegou a criticá-lo de maneira feroz.
Dentre vários momentos retratados, é possível verificar uma grande transformação do Donald ao longo de sua vida, de um jovem empresário querendo sair da sombra do pai até uma figura política influente no cenário nacional e mundial. Outro ponto interessante do documentário é mostra como o Trump sempre soube utilizar bem fatos da sua vida pessoal e empresarial, tanto sucessos quanto fracassos, para chamar a atenção da mídia e lucrar em cima disso.
Eu diria que ele levou à risca, durante toda essa trajetória até agora, a ideia de que "é melhor ser infame do que não ser famoso de forma alguma", ou seja, nunca se importou se o que falavam dele poderia ser sobre algo, em tese, ruim, contanto que falassem sobre ele e o mantivessem nos holofotes! Aliás, eu diria que, como uma espécie de "complemento" a este documentário, outro também muito bom seria o "Get Me Roger Stone", que é mais curto e trata exatamente de um dos principais conselheiros políticos do Trump e trata exatamente de alguém que segue essa filosofia perante a opinião pública.
Recomendo muito esse documentário, pois, querendo ou não, o Donald Trump trata-se de umas figuras mais pitorescas, controversas e importantes da história recente norte-americana.
Segunda Guerra Mundial em Cores
4.5 37Tanto no vasto conhecimento transmitido quanto pela qualidade das imagens em si, o documentário consegue cumprir muito bem o seu papel de informar mais sobre a Segunda Guerra Mundial e também o de "inserir" o espectador dentro desse grande e brutal evento.
Recomendo para quem procura conhecer mais sobre essa guerra e para quem aprecia um bom documentário! Vale muito a pena dedicar essas 10 horas para assistir!
The Crown (2ª Temporada)
4.5 254 Assista AgoraApesar, de, em minha opinião, a série ter apresentado uma leve queda de qualidade nesta segunda temporada, é notório que "The Crown" conseguiu se manter em um nível altíssimo e, novamente, dentre as principais séries do ano.
Em primeiro lugar, é imprescindível destacar os aspectos técnicos. A trilha sonora, os figurinos, a fotografia, os cenários e cada elemento e detalhe me pareceu, novamente, ter sido feito e elaborado com muito cuidado, perfeição e qualidade. Neste quesito, é impossível encontrar qualquer tipo de erro.
Em segundo lugar, também gostaria de destacar o roteiro e as personagens. Verifica-se, mais uma vez, uma excelente interação entre as personagens (e, em diversos casos, um aumento no aprofundamento e na complexidade de algumas relações, como, por exemplo, entre Elizabeth e Philip e todos os seus altos e baixos ao longo da trama), retratos bem interessantes de diversos eventos históricos importantes e sob a perspectiva da família real (algo já visto, de forma igualmente brilhante, ao longo da primeira temporada) e o fato da série não se mostrar, em momento algum, enfadonha ou cansativa, mas sempre mantendo a atenção do espectador e nos motivando a continuar assistindo.
No entanto, apesar dos elogios feitos anteriormente e de todas as qualidades mencionadas, é necessário afirmar que, exatamente no roteiro, a série apresentou, em minha visão, alguns pequenos erros que, no "mar de perfeição" existente, foram facilmente percebidos e identificados. O primeiro é referente a relação entre os episódios, pois a interconectividade entre os capítulos existente na primeira temporada não é observada, da mesma forma, nesta segunda, com muitos episódios que parecem um pouco "avulsos" e sem uma forte ligação entre si. O segundo é referente a diversas cenas, situações e falas que mostraram-se um pouco repetitivas ou desnecessárias na história, como, por exemplo, diversas da princesa Margareth. O terceiro talvez corresponda a algo inevitável aos diretores e roteiristas da série (devido ao fato da série ser baseada em fatos reais), correspondendo à ausência de eventos históricos tão importantes ou personagens tão carismáticos quanto os existentes na temporada anterior, o que leva a momentos, como, por exemplo, o fim da Segunda Guerra, o casamento da rainha e a cena da coroação serem substituídos por cenas de festas, brigas de casais e renúncias de primeiros-ministros, assim como leva à ausência de personagens fortes e riquíssimos como o Churchill.
Por fim, apesar de alguns pequenos erros e de uma leve queda, "The Crown" continua mantendo um excelente nível, beirando à perfeição e já fincando o seu lugar, cada vez mais, dentre as principais séries da atualidade.
The Crown (1ª Temporada)
4.5 389 Assista AgoraPor coincidência, eu terminei de assistir os dois últimos episódios desta magnífica série exatamente ontem e algumas horas antes dela ser (com merecimento) premiada com o Globo de Ouro. Bem, o que dizer de "The Crown"? A série é simplesmente COMPLETA, com figurino fantástico, trilha sonora do Hans Zimmer incrível (como de costume), fotografia belíssima, atuações excelentes e com cada episódio sempre apresentando um final de prender o fôlego.
É quase impossível encontrar algum erro nesta série, sobretudo porque a impressão que o telespectador tem é a de que CADA DETALHE foi cuidadosamente pensado e preparado para nos inserir na época na qual se passam os acontecimentos e nos locais (especialmente o Palácio de Buckingham) nos quais se encontram as personagens.
Também gostaria de realçar dois aspectos que merecem um maior destaque. Primeiro, as atuações soberbas de Claire Foy e John Lithgow (que está tão bem como Winston Churchill que eu realmente pensei que ele fosse britânico e dificilmente irei aceitar que ele não conquistou o Globo de Ouro). Segundo, apesar de todos os episódios terem sido fantásticos, alguns, em particular, merecem ser destacados, como o episódio da coroação (se não me engano, o episódio 5) e o penúltimo episódio (episódio 9), que alcançam o nível máximo de perfeição que alguma série pode alcançar (eu simplesmente não consigo enxerga episódios mais bem feitos como esses dois).
Portanto, recomendo esta primeira temporada de "The Crown" pelo seu "perfeccionismo" em todos os aspectos e detalhes possíveis e pela sua incrível qualidade.
Fargo (2ª Temporada)
4.4 337Acredito que seja até difícil encontrar palavras para descrever esta série incrível, mas eu acho que eu vou, pelo menos, tentar comentar um pouco acerca dessa segunda temporada...
Bem, eu gostaria de iniciar elogiando o excelente roteiro que foi escrito para esta temporada, apresentando, novamente, ótimos diálogos e uma história original, bem elaborada e sem quaisquer "furos". Aliás, eu diria que a história aqui apresentada é até mais bem elaborada e complexa do que a da temporada inicial.
Apesar de acreditar que as personagens da primeira temporada tiveram muito mais carisma e foram muito mais interessantes do que as apresentadas nesta segunda, algumas tiveram bastante destaque, como, por exemplo, a Peggy e o Mike Milligan. Além disso, as atuações, apesar de também não terem sido superiores a da temporada anterior, foram também muito boas, sobretudo a impecável performance da Kirsten Dunst (que, em minha opinião, apresentou o grande trabalho de toda a sua carreira).
Enfim, de uma forma geral, eu admito que houve uma pequena queda de qualidade em relação ao que foi apresentado na história inicial, mas assistir esta segunda temporada, com ótimas personagens, história bem elaborada e excelente fotografia, sem dúvida alguma, foi uma experiência fantástica e altamente gratificante. Recomendo para qualquer um que goste de uma boa série!
Star Wars: Guerras Clônicas (2ª Temporada)
4.2 7 Assista AgoraEsta 2ª temporada me deixou ainda mais surpreso pela qualidade da série e, novamente, pela maneira excelente pela qual explicam-se eventos das guerras clônicas e do episódio III. Enquanto a ótima 1ª temporada ficou mais focada na guerras, esta aqui focou mais na relação entre Obi-Wan e Anakin Skywalker, nos rápidos passos que Anakin deu ao transformar-se em cavaleiro Jedi e já preparar-se para ser um mestre e também forneceu um aprofundamento psicológico (que, em minha opinião, nem o George Lucas conseguiu fornecer nas prequelas) acerca de Anakin (em minha opinião, o personagem mais complexo de toda a franquia).
A cena da caverna foi, simplesmente, sensacional. Na visão de Anakin, podemos perceber um indivíduo que perde um braço, obtém um novo e, apesar de sempre ter tido boas intenções e de querer salvar as pessoas que amava, é consumido pelo seu próprio poder e acaba matando, justamente, as pessoas que pretendia proteger. Na história, Anakin também perde um braço, obtém um novo e, no episódio III, com a intenção de salvar Padmé e trazer paz à galáxia (sendo enganado por Palpatine), acaba sendo atraído pelo lado negro da força, traindo todos os Jedi e provocando a morte da própria Padmé.
Assim, as duas temporadas desta série são fantásticas e merecem ser mais conhecidas pelos fãs e um maior reconhecimento por parte da Disney e de George Lucas, que não a consideram canônica. Quanto ao George Lucas, acho difícil ele mudar de opinião. Quanto a Disney, ainda espero que ela ceda ao apelo dos fãs e reconheça esta série. Enfim, sendo reconhecida ou não, a série sempre será canônica para mim.
Star Wars: Guerras Clônicas (1ª Temporada)
4.0 26 Assista AgoraÉ incrível como essa fantástica série animada consegue até apresentar mais qualidade e fornecer mais emoção do que os episódios I e II, além de explicar muito bem os eventos durante as guerras clônicas e tudo o que precede o episódio III. Recomendo esta série até mais do que à série em 3D para os fãs da franquia.
Narcos (1ª Temporada)
4.4 898 Assista AgoraÉ a primeira série do Netflix que eu assisto e já consegui perceber o seu elevado padrão de qualidade. Assim como alguns já mencionaram, seria melhor que a história fosse narrada, ao invés do agente Murphy, pelo próprio Pablo Escobar e, além disso, que Escobar fosse interpretado por um ator colombiano. No entanto, isso não quer dizer que a narrativa da história tenha sido prejudicada ou que a atuação do Wagner Moura tenha sido ruim, pois, na verdade, o brasileiro, para quem teve que aprender espanhol em 8 meses, está fantástico na série, assim como todo o restante do elenco. Também é importante ressaltar a excelente trilha sonora, fotografia e direção (que vai alternando os diretores em alguns episódios), detalhando, de maneira impressionante, o esquema do narcotráfico colombiano e sem fazer qualquer tipo de maniqueísmo (evitando colocar Escobar como vilão e Murphy como herói), pois, como o próprio Murphy diz, "bom e mau são conceitos relativos".
Fargo (1ª Temporada)
4.5 511O que dizer sobre essa série perfeita? Grandes atuações de Allison Tolman, Billy Bob Northon, Colin Hanks e Martin Freeman, além de uma história muito bem elaborada (e até se encaixando com algumas cenas do filme original, como na cena da maleta, por exemplo), excelentes diálogos e belíssima fotografia.