Pelo que pesquisei, esse filme é livremente baseado em acontecimentos reais investigados há tempos pelo casal Warren (os da vida real). Ênfase no "livremente". Não gosto disso, aliás. Há um certo aspecto dos casos reais que parece limitá-los muito aos livros. Nas telonas, eles têm de ser rebocados demais para amarrar a narrativa, fazendo a sua história de origem parecer até uma mera referência solta. Ainda não sei o quanto de reboco Wan e sua trupe meteram no caso real desse filme.
Mas sinceramente, que filmaço! James Wan pegou muito do mesmo que filmes assim exploram (maldições e casas soturnas, a exemplo) e lhes deu eficiência. É isso. Invocação do Mal não é uma novidade, mas quem se importa? É cativante, é arrepiante. Quem se importa se não é inédito se ele funciona? Puah. Virou uma franquia que eu vou querer seguir vendo, mesmo suspeitando que, como quase toda franquia de pretensão imorredoura, vai acabar em merda e eu dando a descarga.
Aqui, o Conde Drácula tem um prólogo que explica a sua origem séculos antes, coisa que não existe no romance. E é justamente por conta desse prólogo que a coadjuvante Mina Harker do romance, no filme, ganha protagonismo.
Por um lado, pareceu até interessante unir no cinema o Conde e Mina como o casal separado se revendo séculos depois (fato reaproveitado em filme recente do mesmo personagem, a propósito). Já por outro lado, a participação de Jonathan Harker é tão "enxugada" (deve ocupar cerca dos primeiros 30 min apenas) que não resta dúvida: o protagonismo antes dele é passado inteiro para Drácula e Mina e toda aquela aura detetivesca do Jonathan chegando e descobrindo os horrores do castelo do Conde é anulada para que a história salte logo ao clímax.
Ainda, tal como no romance, no primeiro ato do filme os personagens também escrevem a sua trajetória em diários, narrando-a para o espectador. E é curioso como deixaram passar um detalhe sobre isso. Na cena onde Jonathan está sendo mantido preso no castelo de Drácula pelas suas concubinas, fraco, já quase morto, ele ainda assim consegue escrever isso no seu diário (????), como sugere a sua narração no presente nesse momento.
Eu tenho pra mim que quem não leu o romance não vai sentir falta de aspecto algum que falei daqui pra cima; ao passo que também me perguntei: se eu não tivesse lido o romance, eu teria entendido o filme em sua completude de simbolismos, falas e ações? Não sei bem, mas chuto que não.
De toda forma, eu gostei bastante do filme. A sua imagética mórbida e viciante, música horripilante, efeitos práticos mais que convincentes pra aquele 1992 (a cena do Conde como morcego flagrado no quarto onde Mina dormia, já pertinho do final, é melhor que muito CGI moderno) deixa no filme um legado insuperável. É, talvez, o melhor filme do gênero em muito tempo. Ainda hoje, é bonito de se ver. Nada envelheceu, nada ficou tosco. Embora confesse que o final, pra mim, foi... meio duvidoso! Mas aí entra de novo aquela questão: eu li o final do romance, então o do filme só me pareceu bem menos provável...
Até porque filmes que são justinho tal qual os livros que os originaram, desconheço. O que mais chegou perto foi o "A Forma da Água", do Del Toro. Talvez porque tanto o livro quanto o filme foram escritos pela mesma mão.
O Nemo fez parte da minha infância de maneira que, ainda agora, lembro das figurinhas dos chicletes que eu e os amiguinhos colávamos no caderno. Sei lá, eu tinha uns 7 pra 8 anos? Uma vez, perguntei pra um deles quanto tempo o filme do Nemo durava. Ele respondeu que durava quase uma semana. A intenção do exagero pueril era dizer que o filme era tão, mas tão bom que parecia que nunca acabava. Lembro bem disso.
Quando vi a Dory, eu não fui tão sedento de nostalgia porque, de certa forma, tenho algum receio de continuações. No fim, o filme pareceu legal, simpático. Mas não parecia algo que eu ia querer ver por um semana inteira.
Revi ontem (30/04/21) e me pareceu ainda menos... interessante. O roteiro é inteligente, vai tramando memórias que ressurgem como pistas de um quebra-cabeças, vai dando passos às cegas que atiçam a vontade de ver onde aquilo vai dar. É interessante passar o protagonismo pra grande protagonista do Procurando Nemo, mas, diferente de lá, aqui já bate aquele cansaço do modo Disney de ver e emperfeitar o mundo e as coisas...
Além do mais, que a Dory sofre de perda de memória recente todo mundo sabe, mas é curioso como ela, durante o filme todo, parece lembrar/esquecer de certas coisas de propósito -- quase que pra combinar com a próxima encrenca prevista no roteiro. É verdade que a criançada não vai perceber isso, embora digam que filme da Pixar não é só pra criança, né?
Enfim, é um filme bem legal, bem OK. Às vezes emotivo, às vezes irritante mesmo. Já divertido, é quase sempre.
Filmaço cheio de referências (algumas eu devo ter deixado passar, ok), um preto e branco lindo e uma trilha de fazer os ossinhos tremerem. Não sei desde quando gosto da dupla Burton-Elfman, mas ter revisto esse filme ontem foi demais, foi que nem a primeira vez, só que mais atento aos detalhes. Ri bastante. Uma lagriminha deve ter escapado do olho também, mas aí já não lembro bem.
O melhor filme do kaiju-rei que já fizeram até hoje. Bendito seja o dia que eu, consumidor receoso de filmes de monstrengos e coisas afins, fui ver esse japonês BRILHANTE do Godzilla.
Esse filme, tal qual o original de 54, deixa clara a pretensão alegórica por trás do Godzilla: um monstro gigante altamente radioativo destruindo Tokio com sua baforada atômica (alô, Hiroshima e Nagasaki). Não há aqui aquela pretensão moral fofinha de emperfeitar o horror para, no fim, lhe dar capas de herói. Não há aquela ponte moralista de confrontar o homem e a besta para passar a surrada mensagem ao espectador idiota de que ambos, a despeito das diferenças, são iguais. Hollywood é que tem esse histórico péssimo -- mas ainda bem que, aqui, o filme é japonês.
Godzilla aparece, amedronta Tokio, fatia prédios como quem corta papel e todo o berreiro bélico de ponta do exército se mostra inútil perante a sua aparição. O mundo, de repente, está atônito porque finalmente depara com algo que não pode alcançar.
Diferente (um pouco) do habitual, esse filme não embrenha pela ladainha ambientalista. Na verdade, esse é um filme político. Um filme que critica especialmente a lerda burocracia política japonesa (algo que possivelmente não fará tanto sentido para o resto de nós, não-japoneses) e o jogo econômico mundial. Juntaram Godzilla, política e terror e o resultado é genial em todos os seus simbolismos e pormenores. Superior a qualquer das transas Warner+Legendary.
Hoje, a trilha sonora (especialmente "Who Will Know") está sempre tocando no meu Spotify. Aquela cena, aliás... Que cena! Todo o horror, a impotência humana diante da bestialidade livre. Aquela cena é do caralho!
PS: e o final deixa gancho pra sequência! Será que a Toho (produtora que criou o Godzilla) desiste a tempo da maçada que é não continuar esse filme?
Vi rapidinho. É o tipo de filme que eu gosto -- obscuro, lerdo, ofegante. Além do que parece um filme com pretensões mais artísticas que... históricas (ou será que Hollywood é que criou esse filtro-parâmetro do que me parece histórico ou não num filme de época?). Os penteados, a música, a arquitetura têm um um despojo contemporâneo na sua indumentária.
Mas cê gostou da fotografia? Porque, de cara, eu amei. Fotografia bonita, simétrica, matemática. Parecia ter todo um objetivo mórbido na frente do enquadramento, mas também era como um freio pro filme. Ele era estritamente adinâmico. E levando em conta o roteiro já mole das pernas, isso deve deixar tudo ainda menos atraente.
Bom, eu sobrevivi a isso e o final me deixou perplexo: quando começou a ficar bom, acabou. Ok, tudo bem. Foi legal ver um filme pensando em ação, bruxas caretas e CGI e deparar com drama, realismo e ótimas atuações e fotografia. Acho que a nota aqui e no IMDb estão muito baixas. O filme é bom. O público é que, por apressada convenção, se frusta muito facilmente...
Essa semana eu andei revendo velhas nostalgias e, no meio delas, esse filme. Só lembranças boas. Um filme DreamWorks melhor que muito Pixar por aí... E a história do Soluço é justamente palpável, reconhecível, porque não inventa. Ele é o herói que quase todo mundo é: baixinho, minguado, aparentemente fraco, aparentemente vencível. Quando vê que não, ele se transforma -- ou antes, os outros é que passam a vê-lo como realmente é.
Os personagens que o cercam também são divertidos, mas, no fim, não passam disso: divertidos, simpáticos, trapalhões. Suas personalidades superficiais são as comandantes das suas ações e por isso não podemos dizer que os conhecemos de todo. O foco é apenas Soluço, Banguela e a sua relação com Berk. Uma história genial sobre confiança e liderança pra pirralhada dos 8 aos 80, e pra nós, gente barbada, também.
Uma das animações mais brilhantes que já vi. A história da princesa emancipada do príncipe é inspiradora, sobretudo para quem se reconhece na emancipação. Moana traz uma trama familiar, missionária e desbravadora. Explora e escancara de maneira quase universal, embora também muito particular, a força das pessoas aparentemente fracas e o vazio dos que aparentam ser muito de tudo. Amo mesmo essa história. Amo a música. Os personagens têm simpatia -- sobretudo os vilões! É uma história sobre solidão e auto-descoberta. Uma história sobre transcender velhos paradigmas encrustados.
Tão bom que encosta no 1°, de 2006. Em qualidade de animação, supera, óbvio. A história é mais adulta, menos pastelona. O McQueen, que foi quase deixado pra escanteio no 2° filme, aqui retorna com a sua costumeira personalidade narcisista e explosiva enfrentando a obsolescência da sua geração de carros de corrida -- ele já não pode superar os novatos na pista. O filme ainda traz o frescor do 1°, traz o drama humano quase soterrado no 2° e cumpre o papel dos filmes Pixar modernos: entregar uma mensagem. Mensagem essa que faz sentido para adultos, jovens e crianças. É como um abraço. E terminamos a história do McQueen no universo motorizado da Disney com chave de ouro.
Como de praxe, um filme bastante inferior ao 1°. A impressão é a de que aqui McQueen foi encostado para dar espaço a um novo protagonista: Mate. Tudo bem, as ações do filme todo ainda giram em torno do McQueen, mas, a certa altura, ele aparece tão pouco que a gente até esquece que ele é o mocinho do pedaço. Achei divertido, no todo. Irritante também, ainda mais as pasteladas fraquíssimas do Mate. Mas esse era o foco: menos drama e sentimento e mais explosões e diversão. Um 007 infantil. A gurizada pira.
Eu adoro esse filme. Carros é a minha terceira franquia de animação da vida toda (sendo a 1° Toy Story, e 2° Como Treinar o Seu Dragão). Revendo esse primeiro filme esses dias, reparei no quão a nostalgia envelhece mal. O filme segue sendo o mesmo, mas a gente é que muda, né? Vi com certa vergonha alheia essa versão machista-narcisista do McQueen, o que, anos atrás, sequer me chamaria a atenção. Para mim, ainda é o melhor da trilogia, mas naturalmente perde para o 3° (de 2017) em qualidade de animação. Neste, observe como o cenário rochoso ao fundo do hotel abandonado, quando o McQueen e Sally estão passeando, parece isopor, e bem vagabundo. Mas acho que o paralelo da máquina com sentimentos humanos ainda rende boas histórias. Amizade, altruísmo, amor -- sentimentos que são, maioria das vezes, alheios aos próprios humanos em quem deveriam ser naturais. Vai ser sempre lembrete e um refúgio para onde voltar toda vez que sentir saudades.
O tipo de filme que o meu pai adorava e eu, por influência dele, também. O filme polêmico do Taranta dublado é bem mais tragável. História boa da desgraça, vô te contar! Tanto o Waltz quanto o DiCaprio fazem do set um palco: dão show!
Como é de se esperar do estilo do Tarantino, os diálogos são de grosso calibre, nunca se perdendo na exploração da trivialidade e, justo por isso, sempre imprimindo uma máxima personalidade nos seus personagens (o que, hoje, me faz pensar que sim: essa "personalidade" é bem mais do diretor, que deve ser um papagaio, que do personagem; mas não deixa de ser interessante, quanto mais num western onde a regra do protagonista caladão e misterioso parece sempre prevalecer). Imperdível!
PS: e não é que o Franco Nero mostrou os bigodes mesmo? Ah, anos 60... Só tu.
Esse é o meu tipo de filme todinho: sisudo e anti comercial em essência. A história se arrasta (da óbvia forma que se pretendeu que se arrastasse) levando a gente no banco do carona pela História reimaginada. É verdade que os dois astros de TV -- o Dalton e o seu dublê, o Booth -- são descaradamente uma facilitação narrativa de modo a permitir que o Taranta contasse a história da Sharon Tate mais de perto. Aliás, uma Sharon Tate que, a despeito do pouco que falou, esteve brilhante. Adoro a Margot Robbie real nesse filme!
Curioso que, no meu caso, depois de vasculhar a biografia da (re)biografada, eu achei o filme ainda melhor: assisti-lo sem saber do que se trata deve ser broxa mesmo. Te entendo e até dá pena. Mas acontece que eu não o assisti com a pretensão de saber de alguma coisa. Só tinha gostado muito dos Bastardos Inglórios e Os Oito Odiados, e queria ver qual era a desse próximo tiro do Taranta na telona.
Com referência à última trilogia do Leone e atores interpretando atores (!) numa decadência sem fim que dá samba e dá história, esse filme tacou na minha cara um pouco dessa hipocrisia bastidora que não chega até a gente, gente comum, mas que permeia todo o mundo dos grandes. E o final é insano! xD
Divertido, imperdível mesmo! Eu adoro. Adoro por ser stop motion, adoro por ser Aardman e adoro principalmente porque Shaun, Doug e Arthur, na TV Cultura, me viram crescer. Por incrível que pareça, isso não me impede de dizer que o filme é bom mesmo -- não é apego emocional. Bobo, pastelão, fofo, inocente, familiar.
Eu não lembro bem do filme de 2017 que vi na empolgação após o Batman vs. Superman, mas esse aqui parece bem melhor: o diretor ejaculou 7 jatos de esperma, e em slow motion ainda por cima.
Visuais bonitos, com destaque para o Lobo da Estepe e o próprio Superman. Vergonha alheia cortada (duvido que fui o único a ter pena daquele Flash bobão do Ezra Miller no original...). A ação deixou de ser foco e virou culminância, e o foco mesmo passou a ser os personagens da Liga e a urgência da sua reunião.
A coisa que percebi logo de cara é que não tem mesmo aquela enrolação humana habitual dos filmes do Godzilla, principalmente o primeiro, de 2014. Nesse filme, a participação humana é modesta, sem grandes aprofundamentos. Beira o irrelevante, na verdade. A impressão é que eles estão ali só pra costurar as pontas soltas e apresentar pro espectador o que a gente não conseguiria entender sem um "guia" (como o arco da Millie Bobby Brown que, no God 2, teve bastante destaque e, nesse filme, só está ali na clara condição de "guia turístico" dentro filme). . Outra coisa: se nos filmes anteriores a gente tinha a história dos monstros contada pela ótica humana, em GvsK a gente tem a história principal desenrolada LITERALMENTE pelos olhos do Kong. Ele é o grande protagonista da história. É acompanhando o Kong que a gente entende a história dele e a história da rivalidade que sustenta o roteiro. . O filme correu? É verdade, correu pra caramba. Correu tanto que eu fiquei voltando algumas cenas pra assistir de novo, pra sentir de novo. Pressa foi a minha primeira impressão desse filme. . Confesso que fiquei com dó (pois é...) de ambos os bichões em certos momentos (pra entender isso, cê vai ter que ver o filme por conta própria); mas isso significa que basicamente cada um teve o seu momento de derrota dentro do filme. O que é demais. Apesar de grandes e seculares e pá, nenhum dos dois é invencível. Eles têm que superar dificuldades o tempo todo e isso é demais. . A dúvida deixada no original de 1962 acaba nesse filme: a gente tem um vencedor absoluto. Tudo regado a uma trilha sonora bonita pra burro e, na minha opinião, as cenas mais bonitas são as de Hong Kong. Aquela luta foi insana!!! . Consideração final: esse filme entregou tudo (pelo menos, tudo o que eu queria). Tem referência à árvore na boca do God no filme de 62. Tem macaco tentando quebrar mandíbulas. Tem lagarto fritando macaco com sopro atômico. Tem monstros demais e humanos de menos: então o entretenimento é garantido! O melhor fim que a franquia #MonsterVerse poderia ter (o que é uma pena, pois seria legal ver God ou Kong voltando pra estapear outro kaiju safado num filme futuro). . Nota: 4/5 ⭐⭐⭐⭐
Primoroso, eis a a palavra. O melhor filme de faroeste de todos os tempos na opinião do Tarantino, na minha opinião e na de um punhado grosso de gente que gosta desse cinema jeitoso, rude e politicamente tô nem aí pra nada das décadas passadas. A sequência do Tuco no cemitério é IN-SA-NA. A sequência do trielo então, nem se fala. Aquilo é ouro! Atente para a matemática: Sério Leone + Ennio Morricone = não definiram, mas deve ser algo bem perto do divino.
Diferente do Godzilla de 2014, este não pretende fazer suspense sobre o bichão. Ele aparece do jeito que a gente espera, bate, apanha. Gosto também de a trama humana dar mais espaço à trama bestial nesse filme, com ênfase nos novos kaijus e referências aos clássicos da franquia japonesa. Godzilla perde a capa de herói que pareciam ter lhe dado no filme anterior, ganha ares de anti-herói. Mothra, sempre pontual. Já a morte de Rei Ghidorah, a achei muito fácil, hem?! xD
Um dos filmes com roteiro mais insanos que já vi na vida. Não é de todo mau; na verdade, é até bem divertido. Deixo passar por ser filme das antigas num tempo onde a fantasia no cinema bastava pela própria fantasia e o encantamento que gerava sem a necessidade da explicação, do convencimento, da suspensão de descrença. Filme bem legalzinho de ver numa tarde aí. A propósito, o Godzilla tem um dos designs mais brabos ever aqui.
Dos três filmes do MonsterVerse da Legendary até agora, esse é o melhor. É verdade que repete clichês famosos, apesar de cansados - alá o Tom Hiddleston na pele do machão peludo que salva o dia e a mocinha de novo; ou o Samuel L Jackson interpretando a nova milésima versão do Capitão Acab -, mas desde a sua música à sua pretensão cult despojada, esse filme tá total à frente dos Godzillas, o de 2014 e o de 2019, que, não bastasse ser tão maltratado no Japão, vem sendo ferrado também em Hollywood.
Brilhante. Parece pretender despertar no espectador uma certa chama patriota, ou pelo menos entretê-lo com uma trama onde o Brasil não é mais o lacaio curvado ganhando chicotada forasteira de bom grado. O final, porém, me pareceu tão apressado que quase voltei para assisti-lo de novo e curtir um pouco mais. No todo, é sem dúvida um dos melhores do nosso tempo e da nossa terra.
Invocação do Mal
3.8 3,9K Assista AgoraPelo que pesquisei, esse filme é livremente baseado em acontecimentos reais investigados há tempos pelo casal Warren (os da vida real). Ênfase no "livremente". Não gosto disso, aliás. Há um certo aspecto dos casos reais que parece limitá-los muito aos livros. Nas telonas, eles têm de ser rebocados demais para amarrar a narrativa, fazendo a sua história de origem parecer até uma mera referência solta. Ainda não sei o quanto de reboco Wan e sua trupe meteram no caso real desse filme.
Mas sinceramente, que filmaço! James Wan pegou muito do mesmo que filmes assim exploram (maldições e casas soturnas, a exemplo) e lhes deu eficiência. É isso. Invocação do Mal não é uma novidade, mas quem se importa? É cativante, é arrepiante. Quem se importa se não é inédito se ele funciona? Puah. Virou uma franquia que eu vou querer seguir vendo, mesmo suspeitando que, como quase toda franquia de pretensão imorredoura, vai acabar em merda e eu dando a descarga.
Drácula de Bram Stoker
4.0 1,4K Assista AgoraComo quase todo filme baseado em livro famoso, esse também toma rumos muito diferentes do material que o originou.
Aqui, o Conde Drácula tem um prólogo que explica a sua origem séculos antes, coisa que não existe no romance. E é justamente por conta desse prólogo que a coadjuvante Mina Harker do romance, no filme, ganha protagonismo.
Por um lado, pareceu até interessante unir no cinema o Conde e Mina como o casal separado se revendo séculos depois (fato reaproveitado em filme recente do mesmo personagem, a propósito). Já por outro lado, a participação de Jonathan Harker é tão "enxugada" (deve ocupar cerca dos primeiros 30 min apenas) que não resta dúvida: o protagonismo antes dele é passado inteiro para Drácula e Mina e toda aquela aura detetivesca do Jonathan chegando e descobrindo os horrores do castelo do Conde é anulada para que a história salte logo ao clímax.
Ainda, tal como no romance, no primeiro ato do filme os personagens também escrevem a sua trajetória em diários, narrando-a para o espectador. E é curioso como deixaram passar um detalhe sobre isso. Na cena onde Jonathan está sendo mantido preso no castelo de Drácula pelas suas concubinas, fraco, já quase morto, ele ainda assim consegue escrever isso no seu diário (????), como sugere a sua narração no presente nesse momento.
Eu tenho pra mim que quem não leu o romance não vai sentir falta de aspecto algum que falei daqui pra cima; ao passo que também me perguntei: se eu não tivesse lido o romance, eu teria entendido o filme em sua completude de simbolismos, falas e ações? Não sei bem, mas chuto que não.
De toda forma, eu gostei bastante do filme. A sua imagética mórbida e viciante, música horripilante, efeitos práticos mais que convincentes pra aquele 1992 (a cena do Conde como morcego flagrado no quarto onde Mina dormia, já pertinho do final, é melhor que muito CGI moderno) deixa no filme um legado insuperável. É, talvez, o melhor filme do gênero em muito tempo. Ainda hoje, é bonito de se ver. Nada envelheceu, nada ficou tosco. Embora confesse que o final, pra mim, foi... meio duvidoso! Mas aí entra de novo aquela questão: eu li o final do romance, então o do filme só me pareceu bem menos provável...
Até porque filmes que são justinho tal qual os livros que os originaram, desconheço. O que mais chegou perto foi o "A Forma da Água", do Del Toro. Talvez porque tanto o livro quanto o filme foram escritos pela mesma mão.
Procurando Dory
4.0 1,8K Assista AgoraO Nemo fez parte da minha infância de maneira que, ainda agora, lembro das figurinhas dos chicletes que eu e os amiguinhos colávamos no caderno. Sei lá, eu tinha uns 7 pra 8 anos? Uma vez, perguntei pra um deles quanto tempo o filme do Nemo durava. Ele respondeu que durava quase uma semana. A intenção do exagero pueril era dizer que o filme era tão, mas tão bom que parecia que nunca acabava. Lembro bem disso.
Quando vi a Dory, eu não fui tão sedento de nostalgia porque, de certa forma, tenho algum receio de continuações. No fim, o filme pareceu legal, simpático. Mas não parecia algo que eu ia querer ver por um semana inteira.
Revi ontem (30/04/21) e me pareceu ainda menos... interessante. O roteiro é inteligente, vai tramando memórias que ressurgem como pistas de um quebra-cabeças, vai dando passos às cegas que atiçam a vontade de ver onde aquilo vai dar. É interessante passar o protagonismo pra grande protagonista do Procurando Nemo, mas, diferente de lá, aqui já bate aquele cansaço do modo Disney de ver e emperfeitar o mundo e as coisas...
Além do mais, que a Dory sofre de perda de memória recente todo mundo sabe, mas é curioso como ela, durante o filme todo, parece lembrar/esquecer de certas coisas de propósito -- quase que pra combinar com a próxima encrenca prevista no roteiro. É verdade que a criançada não vai perceber isso, embora digam que filme da Pixar não é só pra criança, né?
Enfim, é um filme bem legal, bem OK. Às vezes emotivo, às vezes irritante mesmo. Já divertido, é quase sempre.
Frankenweenie
3.8 1,5K Assista AgoraFilmaço cheio de referências (algumas eu devo ter deixado passar, ok), um preto e branco lindo e uma trilha de fazer os ossinhos tremerem. Não sei desde quando gosto da dupla Burton-Elfman, mas ter revisto esse filme ontem foi demais, foi que nem a primeira vez, só que mais atento aos detalhes. Ri bastante. Uma lagriminha deve ter escapado do olho também, mas aí já não lembro bem.
Shin Godzilla
3.6 155 Assista AgoraO melhor filme do kaiju-rei que já fizeram até hoje. Bendito seja o dia que eu, consumidor receoso de filmes de monstrengos e coisas afins, fui ver esse japonês BRILHANTE do Godzilla.
Esse filme, tal qual o original de 54, deixa clara a pretensão alegórica por trás do Godzilla: um monstro gigante altamente radioativo destruindo Tokio com sua baforada atômica (alô, Hiroshima e Nagasaki). Não há aqui aquela pretensão moral fofinha de emperfeitar o horror para, no fim, lhe dar capas de herói. Não há aquela ponte moralista de confrontar o homem e a besta para passar a surrada mensagem ao espectador idiota de que ambos, a despeito das diferenças, são iguais. Hollywood é que tem esse histórico péssimo -- mas ainda bem que, aqui, o filme é japonês.
Godzilla aparece, amedronta Tokio, fatia prédios como quem corta papel e todo o berreiro bélico de ponta do exército se mostra inútil perante a sua aparição. O mundo, de repente, está atônito porque finalmente depara com algo que não pode alcançar.
Diferente (um pouco) do habitual, esse filme não embrenha pela ladainha ambientalista. Na verdade, esse é um filme político. Um filme que critica especialmente a lerda burocracia política japonesa (algo que possivelmente não fará tanto sentido para o resto de nós, não-japoneses) e o jogo econômico mundial. Juntaram Godzilla, política e terror e o resultado é genial em todos os seus simbolismos e pormenores. Superior a qualquer das transas Warner+Legendary.
Hoje, a trilha sonora (especialmente "Who Will Know") está sempre tocando no meu Spotify. Aquela cena, aliás... Que cena! Todo o horror, a impotência humana diante da bestialidade livre. Aquela cena é do caralho!
PS: e o final deixa gancho pra sequência! Será que a Toho (produtora que criou o Godzilla) desiste a tempo da maçada que é não continuar esse filme?
Maria e João: O Conto das Bruxas
2.6 527Vi rapidinho. É o tipo de filme que eu gosto -- obscuro, lerdo, ofegante. Além do que parece um filme com pretensões mais artísticas que... históricas (ou será que Hollywood é que criou esse filtro-parâmetro do que me parece histórico ou não num filme de época?). Os penteados, a música, a arquitetura têm um um despojo contemporâneo na sua indumentária.
Mas cê gostou da fotografia? Porque, de cara, eu amei. Fotografia bonita, simétrica, matemática. Parecia ter todo um objetivo mórbido na frente do enquadramento, mas também era como um freio pro filme. Ele era estritamente adinâmico. E levando em conta o roteiro já mole das pernas, isso deve deixar tudo ainda menos atraente.
Bom, eu sobrevivi a isso e o final me deixou perplexo: quando começou a ficar bom, acabou. Ok, tudo bem. Foi legal ver um filme pensando em ação, bruxas caretas e CGI e deparar com drama, realismo e ótimas atuações e fotografia. Acho que a nota aqui e no IMDb estão muito baixas. O filme é bom. O público é que, por apressada convenção, se frusta muito facilmente...
Como Treinar o seu Dragão
4.2 2,4K Assista AgoraEssa semana eu andei revendo velhas nostalgias e, no meio delas, esse filme. Só lembranças boas. Um filme DreamWorks melhor que muito Pixar por aí... E a história do Soluço é justamente palpável, reconhecível, porque não inventa. Ele é o herói que quase todo mundo é: baixinho, minguado, aparentemente fraco, aparentemente vencível. Quando vê que não, ele se transforma -- ou antes, os outros é que passam a vê-lo como realmente é.
Os personagens que o cercam também são divertidos, mas, no fim, não passam disso: divertidos, simpáticos, trapalhões. Suas personalidades superficiais são as comandantes das suas ações e por isso não podemos dizer que os conhecemos de todo. O foco é apenas Soluço, Banguela e a sua relação com Berk. Uma história genial sobre confiança e liderança pra pirralhada dos 8 aos 80, e pra nós, gente barbada, também.
Moana: Um Mar de Aventuras
4.1 1,5KUma das animações mais brilhantes que já vi. A história da princesa emancipada do príncipe é inspiradora, sobretudo para quem se reconhece na emancipação. Moana traz uma trama familiar, missionária e desbravadora. Explora e escancara de maneira quase universal, embora também muito particular, a força das pessoas aparentemente fracas e o vazio dos que aparentam ser muito de tudo. Amo mesmo essa história. Amo a música. Os personagens têm simpatia -- sobretudo os vilões! É uma história sobre solidão e auto-descoberta. Uma história sobre transcender velhos paradigmas encrustados.
Carros 3
3.6 316 Assista AgoraTão bom que encosta no 1°, de 2006. Em qualidade de animação, supera, óbvio. A história é mais adulta, menos pastelona. O McQueen, que foi quase deixado pra escanteio no 2° filme, aqui retorna com a sua costumeira personalidade narcisista e explosiva enfrentando a obsolescência da sua geração de carros de corrida -- ele já não pode superar os novatos na pista. O filme ainda traz o frescor do 1°, traz o drama humano quase soterrado no 2° e cumpre o papel dos filmes Pixar modernos: entregar uma mensagem. Mensagem essa que faz sentido para adultos, jovens e crianças. É como um abraço. E terminamos a história do McQueen no universo motorizado da Disney com chave de ouro.
Carros 2
3.1 858 Assista AgoraComo de praxe, um filme bastante inferior ao 1°. A impressão é a de que aqui McQueen foi encostado para dar espaço a um novo protagonista: Mate. Tudo bem, as ações do filme todo ainda giram em torno do McQueen, mas, a certa altura, ele aparece tão pouco que a gente até esquece que ele é o mocinho do pedaço. Achei divertido, no todo. Irritante também, ainda mais as pasteladas fraquíssimas do Mate. Mas esse era o foco: menos drama e sentimento e mais explosões e diversão. Um 007 infantil. A gurizada pira.
Carros
3.4 728 Assista AgoraEu adoro esse filme. Carros é a minha terceira franquia de animação da vida toda (sendo a 1° Toy Story, e 2° Como Treinar o Seu Dragão). Revendo esse primeiro filme esses dias, reparei no quão a nostalgia envelhece mal. O filme segue sendo o mesmo, mas a gente é que muda, né? Vi com certa vergonha alheia essa versão machista-narcisista do McQueen, o que, anos atrás, sequer me chamaria a atenção. Para mim, ainda é o melhor da trilogia, mas naturalmente perde para o 3° (de 2017) em qualidade de animação. Neste, observe como o cenário rochoso ao fundo do hotel abandonado, quando o McQueen e Sally estão passeando, parece isopor, e bem vagabundo. Mas acho que o paralelo da máquina com sentimentos humanos ainda rende boas histórias. Amizade, altruísmo, amor -- sentimentos que são, maioria das vezes, alheios aos próprios humanos em quem deveriam ser naturais. Vai ser sempre lembrete e um refúgio para onde voltar toda vez que sentir saudades.
Django Livre
4.4 5,8K Assista AgoraO tipo de filme que o meu pai adorava e eu, por influência dele, também. O filme polêmico do Taranta dublado é bem mais tragável. História boa da desgraça, vô te contar! Tanto o Waltz quanto o DiCaprio fazem do set um palco: dão show!
Como é de se esperar do estilo do Tarantino, os diálogos são de grosso calibre, nunca se perdendo na exploração da trivialidade e, justo por isso, sempre imprimindo uma máxima personalidade nos seus personagens (o que, hoje, me faz pensar que sim: essa "personalidade" é bem mais do diretor, que deve ser um papagaio, que do personagem; mas não deixa de ser interessante, quanto mais num western onde a regra do protagonista caladão e misterioso parece sempre prevalecer). Imperdível!
PS: e não é que o Franco Nero mostrou os bigodes mesmo? Ah, anos 60... Só tu.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraEsse é o meu tipo de filme todinho: sisudo e anti comercial em essência. A história se arrasta (da óbvia forma que se pretendeu que se arrastasse) levando a gente no banco do carona pela História reimaginada. É verdade que os dois astros de TV -- o Dalton e o seu dublê, o Booth -- são descaradamente uma facilitação narrativa de modo a permitir que o Taranta contasse a história da Sharon Tate mais de perto. Aliás, uma Sharon Tate que, a despeito do pouco que falou, esteve brilhante. Adoro a Margot Robbie real nesse filme!
Curioso que, no meu caso, depois de vasculhar a biografia da (re)biografada, eu achei o filme ainda melhor: assisti-lo sem saber do que se trata deve ser broxa mesmo. Te entendo e até dá pena. Mas acontece que eu não o assisti com a pretensão de saber de alguma coisa. Só tinha gostado muito dos Bastardos Inglórios e Os Oito Odiados, e queria ver qual era a desse próximo tiro do Taranta na telona.
Com referência à última trilogia do Leone e atores interpretando atores (!) numa decadência sem fim que dá samba e dá história, esse filme tacou na minha cara um pouco dessa hipocrisia bastidora que não chega até a gente, gente comum, mas que permeia todo o mundo dos grandes. E o final é insano! xD
Shaun, O Carneiro - O Filme: A Fazenda Contra-Ataca
3.5 99 Assista AgoraDivertido, imperdível mesmo! Eu adoro. Adoro por ser stop motion, adoro por ser Aardman e adoro principalmente porque Shaun, Doug e Arthur, na TV Cultura, me viram crescer. Por incrível que pareça, isso não me impede de dizer que o filme é bom mesmo -- não é apego emocional. Bobo, pastelão, fofo, inocente, familiar.
Liga da Justiça de Zack Snyder
4.0 1,3KEu não lembro bem do filme de 2017 que vi na empolgação após o Batman vs. Superman, mas esse aqui parece bem melhor: o diretor ejaculou 7 jatos de esperma, e em slow motion ainda por cima.
Visuais bonitos, com destaque para o Lobo da Estepe e o próprio Superman. Vergonha alheia cortada (duvido que fui o único a ter pena daquele Flash bobão do Ezra Miller no original...). A ação deixou de ser foco e virou culminância, e o foco mesmo passou a ser os personagens da Liga e a urgência da sua reunião.
Gostei. Quatro horas que nem percebi.
Godzilla vs. Kong
3.1 800 Assista AgoraA coisa que percebi logo de cara é que não tem mesmo aquela enrolação humana habitual dos filmes do Godzilla, principalmente o primeiro, de 2014. Nesse filme, a participação humana é modesta, sem grandes aprofundamentos. Beira o irrelevante, na verdade. A impressão é que eles estão ali só pra costurar as pontas soltas e apresentar pro espectador o que a gente não conseguiria entender sem um "guia" (como o arco da Millie Bobby Brown que, no God 2, teve bastante destaque e, nesse filme, só está ali na clara condição de "guia turístico" dentro filme).
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Outra coisa: se nos filmes anteriores a gente tinha a história dos monstros contada pela ótica humana, em GvsK a gente tem a história principal desenrolada LITERALMENTE pelos olhos do Kong. Ele é o grande protagonista da história. É acompanhando o Kong que a gente entende a história dele e a história da rivalidade que sustenta o roteiro.
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O filme correu? É verdade, correu pra caramba. Correu tanto que eu fiquei voltando algumas cenas pra assistir de novo, pra sentir de novo. Pressa foi a minha primeira impressão desse filme.
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Confesso que fiquei com dó (pois é...) de ambos os bichões em certos momentos (pra entender isso, cê vai ter que ver o filme por conta própria); mas isso significa que basicamente cada um teve o seu momento de derrota dentro do filme. O que é demais. Apesar de grandes e seculares e pá, nenhum dos dois é invencível. Eles têm que superar dificuldades o tempo todo e isso é demais.
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A dúvida deixada no original de 1962 acaba nesse filme: a gente tem um vencedor absoluto. Tudo regado a uma trilha sonora bonita pra burro e, na minha opinião, as cenas mais bonitas são as de Hong Kong. Aquela luta foi insana!!!
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Consideração final: esse filme entregou tudo (pelo menos, tudo o que eu queria). Tem referência à árvore na boca do God no filme de 62. Tem macaco tentando quebrar mandíbulas. Tem lagarto fritando macaco com sopro atômico. Tem monstros demais e humanos de menos: então o entretenimento é garantido! O melhor fim que a franquia #MonsterVerse poderia ter (o que é uma pena, pois seria legal ver God ou Kong voltando pra estapear outro kaiju safado num filme futuro).
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Nota: 4/5 ⭐⭐⭐⭐
Três Homens em Conflito
4.6 1,2K Assista AgoraPrimoroso, eis a a palavra. O melhor filme de faroeste de todos os tempos na opinião do Tarantino, na minha opinião e na de um punhado grosso de gente que gosta desse cinema jeitoso, rude e politicamente tô nem aí pra nada das décadas passadas. A sequência do Tuco no cemitério é IN-SA-NA. A sequência do trielo então, nem se fala. Aquilo é ouro! Atente para a matemática: Sério Leone + Ennio Morricone = não definiram, mas deve ser algo bem perto do divino.
Godzilla II: Rei dos Monstros
3.2 652 Assista AgoraDiferente do Godzilla de 2014, este não pretende fazer suspense sobre o bichão. Ele aparece do jeito que a gente espera, bate, apanha. Gosto também de a trama humana dar mais espaço à trama bestial nesse filme, com ênfase nos novos kaijus e referências aos clássicos da franquia japonesa. Godzilla perde a capa de herói que pareciam ter lhe dado no filme anterior, ganha ares de anti-herói. Mothra, sempre pontual. Já a morte de Rei Ghidorah, a achei muito fácil, hem?! xD
Godzilla Contra o Monstro do Mal
3.6 30Um dos filmes com roteiro mais insanos que já vi na vida. Não é de todo mau; na verdade, é até bem divertido. Deixo passar por ser filme das antigas num tempo onde a fantasia no cinema bastava pela própria fantasia e o encantamento que gerava sem a necessidade da explicação, do convencimento, da suspensão de descrença. Filme bem legalzinho de ver numa tarde aí. A propósito, o Godzilla tem um dos designs mais brabos ever aqui.
Kong: A Ilha da Caveira
3.3 1,2K Assista AgoraDos três filmes do MonsterVerse da Legendary até agora, esse é o melhor. É verdade que repete clichês famosos, apesar de cansados - alá o Tom Hiddleston na pele do machão peludo que salva o dia e a mocinha de novo; ou o Samuel L Jackson interpretando a nova milésima versão do Capitão Acab -, mas desde a sua música à sua pretensão cult despojada, esse filme tá total à frente dos Godzillas, o de 2014 e o de 2019, que, não bastasse ser tão maltratado no Japão, vem sendo ferrado também em Hollywood.
Bacurau
4.3 2,8K Assista AgoraBrilhante. Parece pretender despertar no espectador uma certa chama patriota, ou pelo menos entretê-lo com uma trama onde o Brasil não é mais o lacaio curvado ganhando chicotada forasteira de bom grado. O final, porém, me pareceu tão apressado que quase voltei para assisti-lo de novo e curtir um pouco mais. No todo, é sem dúvida um dos melhores do nosso tempo e da nossa terra.
Godzilla
3.1 2,1K Assista AgoraO filme mais escuro que já vi. O monstrão nipônico empresta o nome ao filme, mas ele mesmo quase não dá as caras. Deve ser tímido.
Viva: A Vida é Uma Festa
4.5 2,5K Assista AgoraA história que me fez chorar que nem criança. O meu segundo favorito da Pixar.
Soul
4.3 1,4KO melhor da Pixar e, pessoalmente, o meu favorito também. História e abordagens impressionante. É quase mais adulto que infantil.