Um ano depois de ser sucesso no Japão, "O Grito" já ganha uma sequência pelas mãos do mesmo diretor Takashi Shimizu.
Em resumo, essa sequência supera o seu original. Algumas cenas de terror assustam principalmente por serem bem macabras. Outras cenas são até inteligentes e brincam com o espectador, como a sequência em que uma das personagens escuta um barulho vindo da parede de seu apartamento. Ela até chama um colega seu para ver. A finalização da cena é bem legal, e mostra um terror daqueles mais leve, e que também diverte.
Assim como o primeiro filme, essa sequência também peca na sua montagem. Porém, a de se frisar que esse filme é bem mais fácil de compreender do que o primeiro. Já percebemos que o diretor Takashi Shimizu, gosta de fragmentar suas histórias e assim vamos juntando as peças. Porém, na minha opinião, o fato do diretor contar a história, digamos assim por "capítulos" e colocar o nome dos personagens nessas transições, nos leva a nos perguntar todas as vezes se o que está acontecendo é antes ou depois das outras coisas que já foram mostradas. E isso é chato demais.
No mais "O Grito 2" supera o seu original e se mostra um filme mais bem finalizado, por mais que alguns personagens sejam totalmente descartáveis.
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O romance sempre mostrado em todas as formas no cinema, alcança uma maturidade e verdade, talvez nunca vista, como em "Antes do Amanhecer". Jesse e Céline, nossos protagonistas, estão em uma viagem de trem pela Europa. Ele norte-americano, ela francesa. Depois de um papo rápido, Jesse a convence a descer do trem para passearem na cidade de Viena, na Itália. O único problema é que ambos vão voltar para seus países no dia seguinte.
O sucesso do filme se deve a várias coisas. As atuações de Ethan Hawke e Julie Delpy são incríveis, o roteiro do longa nos mostra várias versões dos nossos protagonistas. Desde assuntos mais intelectuais, até a coisas banais. Existe tanta naturalidade e verdade nas atuações, que é impossível não torcer por eles. Ambos são interessantes e apaixonantes, sem precisarem ser piegas. O cinema nos mostrou tantas vezes o "amor a primeira vista", mas aqui é diferente. Existe o amor, ambos estão se apaixonando, mas sem aquela coisa açucarada demais. É aqui que temos um romance mais amadurecido e mais talhado no real, como acontece na vida.
O trabalho do quase inexperiente Richard Linklater na direção é lindo. O diretor tem tanta sensibilidade e sutileza para entregar cenas primorosas. Em uma das cenas, nosso casal entra em uma cabine para escutar "Come Here" de Kath Bloom. A letra diz tanto sobre aquele momento que eles estão vivendo. Aquela troca de olhares entre eles... Com certeza é uma das cenas mais marcantes que o cinema já produziu. É impossível não se emocionar com essas e outras cenas no decorrer do filme. "Antes do Amanhecer" é cultuado até hoje por apresentar o romance e a paixão na forma mais real possível. E ao seu final, o sentimento que fica é uma mescla de saudade e esperança, porque queríamos ver muito mais de nossos protagonistas.
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Se pensarmos por um lado, "Star Wars: A Vingança dos Sith" é um enorme spoiler. Afinal de contas, já sabemos como a história vai ser concluída. Obi Wan Kenobi fala em "Star Wars: Uma Nova Esperança", os acontecimentos até ali. Mas legal aqui em "A Vingança dos Sith", é ver as histórias se encaixando com a trilogia clássica.
Aqui temos o filme mais sombrio desta trilogia nova. Vemos os Jedi serem exterminados, inclusive crianças. O nascimento de Darth Vader é antológico. Após a batalha no planeta de lava, Anakin Skywalker é socorrido por Palpatine e vemos a criação do vilão. Do vistoso capacete visto por dentro até a sombria respiração. O surgimento de Vader é incrível, e de longe, é a melhor coisa da nova trilogia.
Aqui temos também a separação dos gêmeos, Luke e Léia. Além de um Yoda em CGI, sem o mesmo carisma do nosso querido Jedi da trilogia clássica. O roteiro do filme fica naquela mesmice dos dois primeiros episódios, mas a sua parte final é apoteótica e faz jus a grandiosa franquia.
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A vida de Rachel (Emily Blunt) não poderia estar pior. Separada, desempregada, alcoólatra e depressiva ela presencia da janela do trem, uma cena chocante e descobre depois que a mulher da cena está desaparecida. É partir dela que acompanhamos "A Garota no Trem", um suspense, que verte para o lado dramático ao mostrar mulheres que se revelam contra a pressão masculina e social.
O longa é dirigido por Tate Taylor (Histórias Cruzadas). Por ser um diretor mais voltado para o drama, o filme perde um pouco do suspense, ficando fácil encontrar soluções para algumas perguntas que aparecem no decorrer da trama.
O longa conta com um ótimo elenco feminino, e de caras muito conhecidas, e que se sobressai muito ao masculino. Emily Blunt está perfeita. A atriz convence com seus trejeitos de alcoólatra, e que acaba encontrando nesse crime que o filme gira, uma nova motivação para viver. Rebecca Ferguson também está ótima como a esposa perfeita e que ao final se mostra uma mulher com várias nuances. E Halley Bennet surpreende com uma atuação que mistura tristeza e sensualidade, e que é fundamental para a construção de sua personagem. O filme ainda conta com Allison Janney, Lisa Kudrow (Friends) e Laura Prepon (That 70's Show). "A Garota no Trem" é um bom passatempo, o único lamento é imaginar que essa história nas mãos de um diretor mais voltado para o suspense, ficaria muito melhor. É difícil não imaginar David Fincher fazendo um filme desses.
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Conhecido como o "mestre do terror", Stephen King também escreve ótimos dramas. E são essas histórias que atraem o diretor Frank Darabont, que adapta pela terceira vez uma história de King, as outras duas são os excelentes "À Espera de Um Milagre" e "Um Sonho de Liberdade". Com certeza "O Nevoeiro" possui um pé no horror, mas a sua resolução final e tudo o que os personagens passam, fazem o filme ser digno de um grande drama.
No longa, um grupo de pessoas ficam presas em um supermercado, depois de um misterioso nevoeiro chega a cidade. Não demora muito para que criaturas misteriosas apareçam da névoa e ameacem a vida das pessoas.
O roteiro do filme trabalha muito bem o sentido de urgência da história, mas fique atento. O terror aqui é pano de fundo. Tanto Stephen King em seu conto, como Frank Darabont no roteiro do filme, trabalham a relação das pessoas em uma situação de perigo, onde regras não existem e como as pessoas cegas de razão, podem fazer coisas inimagináveis para sobreviver. Darabont trabalha aqui com uma câmera nervosa, que rapidamente nos insere e nos transforma em um dos trancafiados no local.
O filme conta com uma atuação surpreendente de Thomas Jane e uma ótima atuação de Márcia Gay Harden, como a crente fervorosa. Todos os coadjuvantes estão a altura dos protagonistas, o que torna o filme ainda mais interessante. "O Nevoeiro" é um filme que envolve, nos toma, e somos surpreendidos com um final que nos faz pensar e refletir e que perdurará por muito tempo em nossa cabeça.
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Em 2002 "O Grito" ("Ju-On" no original) chegava aos cinemas japoneses. Sim, mesmo o original fresquinho, os americanos resolveram fazer um remake em 2004.
Na história, uma maldição se apodera de quem tem contato com o local onde pessoas foram mortas sobre forte rancor. O filme é dirigido por Takashi Shimizu, o mesmo responsável pelo remake americano.
Primeira vez que assisti ao original japonês. Já sou bastante familiarizado com a versão americana, e devo confessar que muitas cenas foram feitas tal qual o original. Porém na versão americana existem cenas a mais, com um tom de terror mais elevado, que acaba fazendo total diferença.
Aqui a figura do garoto Toshio é bem mais explorada do que a de sua mãe, Kayako. Mas o filme se perde devido a sua montagem muito fragmentada. Em certos momentos ficamos atrapalhados com algumas coisas que cronologicamente não fazem sentido a história. O filme também não se preocupa em responder algumas questões, como por exemplo o motivo da morte de Kayako.
Tirando isso, para quem gosta de terror, ainda é interessante ver as figuras misteriosas de Kayako e Toshio, e assim, se familiarizar com a história original dos personagens.
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George Lucas tinha um problema nas mãos. Todos sabíamos que seria difícil essa trilogia nova, ser melhor do que a antiga. Porém, não imaginávamos que o primeiro filme seria tão fraco.
Por isso "Star Wars: Ataque dos Clones" se tornou um desafio tão grande. Mas já conseguimos ver um filme com um roteiro mais equilibrado, personagens mais interessantes e cenas de ação que faz mais sentido com a história. E o melhor, Jar Jar Binks, praticamente esquecido, mal da as caras nessa sequência.
Sai o garotinho Jake Lloyde e entra Hayden Christensen. O personagem continua interessante. Toda a sua humanidade e paixão vai ser elemento fundamental para a sua queda e finalmente se tornar Darth Vader. No mais, um filme que corrige os erros do anterior, e nos deixa com vontade de ver como vai surgir um dos maiores vilões do cinema.
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O diretor Tyler Perry entrega "Acrimônia: Ela Quer Vingança" recheado de significados e sentimentos a flor da pele. No longa acompanhamos a história de uma fiel esposa que passa anos incentivando e sustentando o marido, até que percebe que está sendo colocada para trás e perde a cabeça ao descobrir que está sendo traída.
No início do filme, o diretor nos mostra sem pressa, o início do relacionamento de Melinda (Ajiona Alexus) e Robert (Antonio Madison) ainda na juventude. Isso nos ajuda a perceber todo o sofrimento que a personagem passou para sustentar o marido por muitos anos. No segundo ato, saem os atores jovens e entram Taraji P. Henson e Lyriq Bent vivendo os personagens na vida adulta. No terceiro e último ato, o filme desanda, justamente quando Melinda começa a reagir a situações que sua personagem passa e vai em busca de vingança. O ponto fraco do roteiro, é o seu final, que chega a soar um pouco "brega", devido a forma como a situação se resolve. O filme não investe muito efeito, e algumas coisas ficam mal feitas. Algumas cenas em fundo verde chegam a ser vergonhosas, e é impossível não se notar.
No meio de tudo isso, o que realmente merece destaque é a monstruosa atuação de Taraji P. Henson, só ela já vale o filme, por mais que sua personagem merecesse um final mais elaborado.
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"Kramer vs. Kramer" é o tipo do filme poderoso, forte e que tem muito coração, pois é muito real. A história da mãe que abandona seu filho na busca de se reencontrar, e o deixa para que o pai, que antes era focado apenas no trabalho, o crie, é emocionante em todos os aspectos.
As atuações são lindas. Dustin Hoffman fica impressionado como a forma que sua esposa o deixou, mas mesmo assim tenta criar o filho da melhor maneira possível. Veja a diferença na cena do primeiro café da manhã que ele tenta preparar, para uma cena semelhante ao final do filme. Meryl Streep em uma atuação mais contida, mas não menos importante. Colocando para fora todos os seus desejos e pensamentos e tentando fazer algo da sua vida, que não seja apenas cuidar de uma casa. Assim ela vai em busca de seu papel na sociedade. As reflexões de "Kramer vs. Kramer" são muitas, ambos são pais, ambos erram, e suas escolhas são suas consequências.
O garotinho Justin Henry emociona em muitos momentos. Ele soube expressar muito bem todos os sentimentos que uma criança de seis anos passaria naquela situação. Perfeito.
Ao diretor Robert Benton, fica aqui a sutileza e delicadeza da sua direção, em um filme que é simples, mas que tem uma alma enorme, e que sim, permanecerá por muito tempo com a gente. Um filme que faz você conversar por horas sobre os assuntos que ele aborda. Um filme importantíssimo.
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Duas décadas se passaram até que George Lucas nos trouxesse o início da saga Skywalker aos cinemas. "Star Wars: A Ameaça Fantasma" foi muito esperado para os fãs, porém, hoje vemos que o filme é o mais fraco de toda a saga.
O roteiro nos apresenta novos personagens, alguns interessantes, outros nem tanto. As lutas com sabre de luz estão lá, e as perseguições entre naves também, mas algo atrapalha o filme na minha opinião. E esse algo se chama, Jar Jar Binks. O personagem criado claramente para ser um alívio cômico, é utilizado até demais. Tanto que logo no início do filme quando ele está com Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) e Qui-Gon Jinn (Liam Neeson), o filme não anda, é arrastado, chega a dar sono. Enfim, um personagem desnecessário.
Em contrapartida? Um personagem bom para se acompanhar o desenvolvimento, é o jovem Anakin Skywalker (Jake Lloyd), e perceber como ele era uma criança amorosa, amigável e corajosa. Interessante imaginar que uma criança assim, vai ser levada para o lado negro da força. Destaque para o garotinho Jake Lloyd, muito bem em cena, e uma das melhores coisas do filme.
No fim, "Star Wars: A Ameaça Fantasma" é um começo apenas razoável para uma das maiores sagas do cinema. Um exagero aqui, um acerto ali, mas ainda assim, é Star Wars!
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O luto mais uma vez volta a ser tema de uma produção da Pixar. "Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica", é inspirado em uma história real do diretor Dan Scanlon, e o longa pode não ser tão profundo no tema, como "Viva: A Vida é Uma Festa", mas explora muito bem o assunto de forma leve e encantadora.
O longa apresenta os irmãos elfos, Ian e Barley Lightfoot, que embarcam em uma jornada extraordinária para trazer o falecido pai de volta a vida, apenas por um dia.
Um dos pontos mais importantes de um filme é analisar a jornada percorrida por nossos protagonistas e saber que o caminho percorrido valeu a pena. Aqui, é notável a mudança de sentimento, de amadurecimento que os irmãos passam. E saber que eles entenderam o real sentido da jornada. O filme consegue trabalhar um tema pesado, de maneira leve. Dan Scanlon, dosa muito bem o humor com o drama, sabendo usar cada um no momento certo. Então sabemos, que como todo filme Pixar, teremos risadas, e sim, lágrimas.
Enquanto as crianças irão se divertir com as magias, os adultos irão notar temas entranhados na narrativa, que conversa diretamente conosco. Além do luto, a autoconfiança também é um tema que permeia toda o longa. E para fãs de RPG, o filme será um deleite, pois um dos irmãos adora esse tipo de jogo. O filme apresenta personagens muito bem construídos, como a mãe dos irmãos, que os criou praticamente sozinha, mostrando mais uma vez, que a Pixar é antenada nas questões atuais.
O longa emociona demais, principalmente quem tem uma ligação maior com o pai. Chorei em alguns momentos do filme, mas sei que um dia, daqui a muitos anos, quando eu rever o filme, irei chorar muito mais.
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Filmes sobre possessão demoníaca não são novidades, mas "A Enviada do Mal" se torna diferente de tantos outros filmes sobre o assunto, por ter uma abordagem diferente.
No filme acompanhamos duas garotas que são misteriosamente esquecidas pelos pais em uma escola. Uma outra garota tenta chegar nessa escola, e enquanto ela tenta chegar, uma das outras garotas começa a ser possuída por uma força do mal. O diretor Oz Perkins trabalha com narrativas paralelas, e o seu maior mérito é criar esse mistério e segurá-lo até o final, além de não fazer uma narrativa atrapalhar a outra. A todo momento ficamos intrigados a montar esse misterioso quebra-cabeça. Dito isso, o filme pode ser chato para aqueles que gostam de filmes de terror com sustos fáceis, já que o diretor prefere manter o ritmo do filme sempre com essa atmosfera, sem apelar muito para essas sustos.
No longa o destaque maior vai para Kiernan Shipka. Sua personagem é misteriosa, daquelas que não sabemos se devemos confiar ou não. A atriz entrega uma atuação segura e convincente de tudo o que sua personagem está passando.
O filme ainda conta com trilha sonora tensa e uma fotografia com cores que remetem a depressão, tudo isso para dar um clima mais pesado ao filme. Longe de ser um clássico, mas "A Enviada do Mal" é um filme que merece ser descoberto.
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Junto com Drácula e Frankenstein, o homem invisível é um dos "monstros" mais tradicionais do Estúdio Universal. Remake do filme (de mesmo título) de 1933, "O Homem Invisível" chega aos cinemas em 2020 com uma nova roupagem e dialogando com temas importantes.
Uma das vantagens deste personagem é que a história dele pode ser contextualizada para épocas diferentes, trazendo tramas diferentes. Dirigido por Leigh Whannell, o longa acompanha Cecilia Kass (Elizabeth Moss), uma mulher oprimida por um marido controlador em um relacionamento abusivo. Mesmo após a morte do esposo, ela se sente observada e controlada por um ser invisível.
A atualização da trama veio no momento certo. Elizabeth Moss tem uma atuação incrível, que a todo momento desafia o espectador a acreditar ou duvidar dela. O clima de tensão é estabelecido, e a sensação de que há algo observando é perfeitamente sentido. E as cenas de violência são bem executadas. Nesse sentido, o filme se torna um suspense muito bem conduzido e cheio de reviravoltas.
Mas o melhor ponto do filme, é tocar em um assunto como relacionamento abusivo. Os diálogos são bem construídos, e retratam bem a posição do abusador e da pessoa que sofre o abuso. E assim, "O Homem Invisível" se torna um longa extremamente importante, e se faz necessário por retratar um assunto tão em voga hoje em dia em nossa sociedade.
Por fim, "O Homem Invisível" é um acerto e tanto. É um filme com um tema tão próximo de nós, que incomoda, por que sabemos que esse tipo de coisa acontece. E assim, o longa finaliza ultrapassando a barreira do entretenimento e se tornando algo maior.
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Antes mesmo da sua estreia, "Doutor Sono" já despertava muita curiosidade nos seus trailers. Era evidente que o filme iria ter muito de "O Iluminado", filme que Stephen King já deixou claro que odeia. O diretor Mike Flanagan mostrou coragem e dirigiu um filme que deixará tanto os fãs do livro de King como os fãs do filme de Stanley Kubrick, felizes.
O longa acompanha Dan Torrance (Ewan McGregor) anos depois dos eventos ocorridos no hotel Overlook. Dan vive com seus fantasmas do passado e agora precisa ajudar Abra Stone (Kyliegh Curran), uma garota iluminada, dos vilões que roubam esse dom das pessoas.
Um dos grandes acertos do diretor é conseguir trazer a história do livro Doutor Sono, e transformar ela em uma sequência direta do filme "O Iluminado". Para isso, o final do livro de Doutor Sono precisou ser modificado. O diretor revisita sem medo cenas do antigo filme da década de 80, recriando com atores bastante parecidos. A direção de arte do filme merece aplausos, por recriar tão bem o hotel Overlook e seus personagens.
Ewan McGregor está ótimo no papel de Dan. O ator coloca todo o peso dramático que a história do personagem tem e entrega uma excelente atuação. Rebecca Ferguson que interpreta Rose, também está ótima como a vilã. Agora o destaque maior, vai para a garota Kyliegh Curran. A interpretação da atriz é muito interessante. Ela se mostra desenvolta, e feliz por ter seus poderes e não tem medo de usá-los, muito pelo contrário, ela quer mostrar esse dom. "Doutor Sono" se torna um ótimo filme graças a Mike Flanagan, que roteirizou e dirigiu. Mas é essencial que você assista "O Iluminado" para embarcar na história de Dan e Abra e na luta deles para proteger esse dom, em meio a uma charmosa batalha do bem contra o mau.
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Um dos livros mais famosos de Stephen King, "O Iluminado" ganhou sua adaptação ao cinema em 1980 pelas mãos de um dos maiores cineastas da história, Stanley Kubrick. Odiado por King, devido a tantas mudanças em comparação ao livro, o filme se tornou um dos melhores filmes de terror da história, sendo cultuado até hoje.
O longa acompanha Jack Torrance (Jack Nicholson) e sua família, indo tomar conta do hotel Overlook, durante uma nevasca que assola o local durante meses. Enquanto o tempo passa, o isolamento e os fantasmas do antigo hotel, vão consumindo Jack de todas as formas mais tenebrosas possíveis.
O longa realmente possui muitas diferenças em comparação com o livro, porém, eu consigo separar bem as duas obras e apreciar os dois conceitos. Kubrick opta por entregar um filme mais direto, com um roteiro que nos coloca rapidamente na loucura que é o hotel Overlook. "O Iluminado" é um filme que assusta pela sua atmosfera, de se colocar naquela história em meio a um total isolamento. Nesse quesito, a trilha sonora, combinada com uma excelente direção de arte ajuda muito nesse clima que o filme quer passar.
Jack Nicholson entrega um personagem completamente tomado pela loucura e perfeito para o papel. Destaque também para o garotinho Danny Lloyd, que interpreta Danny Torrance, em um papel desafiador para uma criança tão pequena.
Por mais que Stephen King o critique, "O Iluminado" é um dos maiores clássicos do cinema de terror e uma visita ao hotel Overlook será sempre bem vinda.
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"Deus é Brasileiro" tem em suas raízes dois elementos que funcionam muito bem no cinema nacional, o nordeste e a fé. Nesse contexto temos Deus (Antônio Fagundes), a procura de um substituto para ele poder tirar umas férias, para isso ele vai precisar de Taoca (Wagner Moura), nessa viagem a procura da pessoa certa.
O longa dirigido por Cacá Diegues é muito poético em toda a sua narrativa. Mistura comédia, um pouco de drama (quando envolve a personagem Madá, interpretada por Paloma Duarte), e em alguns momentos, nos faz refletir.
O Deus de Antônio Fagundes, é um pouco bravo, ranzinza. Talvez um pouco mais de leveza fizesse bem ao personagem. Já Wagner Moura domina o filme. Desde cedo, Wagner já mostrava todo o seu talento que veríamos nos próximos anos.
O filme possui efeitos visuais que hoje estão completamente datados, mas compensa na fotografia recheada de paisagens nordestinas.
Não é tão simpático como "Lisbela e o Prisioneiro", e nem tão engraçado como "O Auto da Compadecida", mas "Deus é Brasileiro" merece um conferida.
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Muito se fala da falta de criatividade em Hollywood nos últimos anos. Remakes, refilmagens, reboots, entre outros derivados vão tomando as salas de cinema. O ápice da falta de criatividade acontece em "O Grito", um remake misturado com um reboot de um filme de 2004, que já refilmagem, de um filme japonês de 2002.
A direção ficou a cargo de Nicolas Pesce, um fôlego novo na franquia, mas que não faz a menor diferença. A história já conhecemos, em uma casa, uma maldição nasce após uma pessoa morrer em um momento de muito ódio. Voraz, a entidade maligna não perdoa ninguém, fazendo vítima atrás de vítima e passando a maldição adiante.
Um dos principais erros do filme, é abandonar os personagens de Kayako e Toshio. Ela faz uma ponta logo no início, apenas para esse filme fazer uma espécie (totalmente forçada) de ligação, com o filme de 2004. Já Toshio não chega nem a aparecer.
O roteiro do filme é pobre. Ele tenta trazer alguns dramas para os personagens principais, para que nós, nos identifiquemos com eles. Mas tudo soa apressado demais e a identificação não é estabelecida em momento algum. Para piorar, o filme é um emaranhado de jumpscares alguns totalmente desnecessários. Junte-se a isso uma montagem truncada que não consegue deixar ágil, uma história que trabalha três linhas narrativas ao mesmo tempo, além é claro, de alguns personagens desnecessários que estão ali apenas para um único fim, morrer. A violência aplicada por Nicolas Pesce surpreende, mas é pouco, para um filme que recicla ideias já abordadas nos outros filmes da franquia.
De bom apenas a atuação da Andrea Riseborough, que consegue extrair alguma coisa boa do pobre roteiro. Uma fotografia que vai bem, trabalhando elementos de sombras e luz, além de um bom trabalho de direção de arte, que consegue recriar alguns elementos que são importantes para a trama, como corpos em decomposição.
Resumindo, "O Grito" é um remake totalmente desnecessário, que desperdiça o elenco que tem, com uma história de terror que peca pela falta de identidade.
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"Breakdown: Implacável Perseguição" é um pequeno thriller que mistura ação e suspense, com baixo orçamento, mas que agrada aos amantes do gênero.
O roteiro é simples. Um casal, Jeff Taylor (Kurt Russell) e Amy Taylor (Kathleen Quinlan), viaja pelo deserto americano, e a esposa acaba sendo sequestrada quando aceita uma carona logo após o carro deles dar problema. O diretor Jonathan Mostow aproveita muito bem os poucos recursos que tem e nos entrega um filme que nos prende a atenção para desvendarmos esse mistério.
O longa possui poucos atores. Kurt Russell usa seu carisma para segurar quase que sozinho o filme. O roteiro ajuda em suas ações, e não nos faz duvidar de nossa inteligência, sempre colocando o personagem em situações e soluções, cabíveis de se acontecer. O ponto alto do filme é exatamente esse: colocar o personagem em situações que também podemos imaginar que poderia acontecer com a gente.
O longa acaba sendo uma ótima pedida para quem nunca assistiu e gosta do gênero de ação, com muitos momentos de tensão.
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Arlequina volta às telonas em "Arlequina em: Aves de Rapina" (sim, a Warner alterou o título do filme). Escrito e dirigido por mulheres (Christina Hodson e Cathy Yan, respectivamente), o longa aposta na força das mulheres para produzir um filme cheio de ação e que diverte.
A história do filme é simples. Além de girar em torno da emancipação da personagem, também gira em torno de um valioso diamante que o vilão Roman Sionis (Ewan McGregor) quer por as mãos. É onde Arlequina (Margot Robbie) se vê forçada a proteger uma adolescente, Cassandra Cain, para poder colocar as mãos na valiosa pedra.
O roteiro do filme sempre coloca as mulheres em destaque, porém, apresenta fragilidade por resolver algumas situações de forma fácil. Essas conveniências narrativas acabam ajudando Arlequina a brilhar em cena. A montagem do filme também se mostra problemática, quando o filme para em um determinado ponto, para contar alguma coisa que já aconteceu, ou para apresentar as outras personagens que não conhecemos. O ritmo é quebrado, e a ação é parada em alguns momentos, devido a esses flashbacks.
Em termos visuais, o filme é lindo. A mistura de cores utilizada pela direção de arte da um tom especial ao longa. A cena em que Arlequina invade uma delegacia, é visualmente impecável, além de ter uma sequência de ação muito boa. Uma outra sequência na casa de horrores, também merece destaque, não só pela ação, mas pela dificuldade que deve ter sido para gravar.
Ewan McGregor entrega uma boa atuação. Pena que seu vilão seja totalmente passável. É aquele típico vilão sem profundidade. Margot Robbie está ótima em cena e com um carisma impecável. Já as outras personagens tem o seu desenvolvimento prejudicado. Apesar de todas serem apresentadas em pequenas passagens, não é tempo suficiente para nos importamos com elas, mesmo algumas sendo interessante.
Concluindo, "Arlequina em: Aves de Rapina" é divertido, toca em pontos importantes como o emponderamento feminino, e sim, é um bom filme. Porém, algumas coisas podem incomodar os fãs mais rigorosos.
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Filmes de guerra são conhecidos por seus combates espetaculares, onde na maioria das vezes, o motivo da guerra em si, é o principal foco. Com uma abordagem um pouco diferente, o diretor Sam Mendes, foca em apenas uma missão, para entregar um filme de tirar o fôlego.
O longa acompanha Will Schofield (George MacKay, excelente) e Blake (Dean-Charles Chapman, surpreendente), em uma missão arriscada: atravessar o território inimigo, para entregar uma mensagem que pode salvar cerca de 1.600 colegas soldados.
É nesse panorama que acompanhamos os dois soldados arriscarem sua vida. A abordagem de Sam Mendes em criar um falso plano sequência é fundamental para a experiência. Tudo é muito urgente, o risco é iminente. Seja uma bomba explodindo, ou um avião caindo, a sensação é a de que estávamos realmente lá.
O trabalho de fotografia feito por Roger Deakins foi absurdo. Tudo na cena ajuda a contar a história. No cenário desolador, encontramos soldados e animais mortos, ruínas, tudo foi feito com perfeição. Em muitos momentos o filme é poético, seja com uma cerejeira soltando pétalas em meio a um rio com soldados mortos, ou em um pequeno momento de humanidade, num lugar tão desumano, vivido pelo soldado Schofield. Aliás, o olhar vazio e melancólico do personagem em muitos momentos, revelam bem o que é a guerra.
O espetáculo é deixado para o final. A cena mais vista em todos os trailers, não perde o impacto, mas sim, se torna melhor. Uma das mais lindas cenas da história do cinema de guerra, ela coroa um longa que não redefine a roda, mas dá um outro viés aos filmes do gênero. "1917" é um espetáculo cinematográfico.
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"O Grande Ditador", um dos filmes mais importantes da história do cinema, utilizou a sátira como forma de reflexão sobre um assunto pesado. Charles Chaplin marcou época com um de seus melhores filmes. Em 2019, Taika Waititi, escreve, atua e dirige "Jojo Rabbit", um retrato da guerra, visto de forma lúdica, que satiriza a loucura nazista, fazendo rir e emocionar.
Jojo (Roman Griffin Davis) é um jovem nazista de 10 anos, que tem Adolf Hitler (Taika Waititi) como um amigo imaginário. Seu sonho é participar da Juventude Hitlerista, um grupo pró-nazista. Um dia, Jojo descobre que sua mãe (Scarlett Johansson) está escondendo uma judia, Elsa (Thomasin McKenzie) no sótão de casa.
É fácil simpatizar por "Jojo Rabbit" logo no início. Da abertura com uma versão de uma música dos Beatles, só que em uma versão nazista, ao olhar inocente de crianças. Taika faz piada com tudo o que é possível sobre o insano regime de Hitler. O roteiro é cheio de camadas, assim como os personagens.
Roman Griffin Davis entrega um Jojo excelente, que aparenta ser forte, mas que já sofreu algumas perdas na vida. Thomasin McKenzie encarna o medo em pessoa, na forma da personagem Elsa, e ao longo da narrativa, ela funciona como uma irmã mais velha para Jojo. Scarlett interpreta uma mãe com três nuances diferentes: a mãe que apoia o filho em busca do seu sonho; a mulher que é contra a guerra e o regime nazista; e a que ajuda a esconder uma judia. Sua atuação se destaca nos momentos mais íntimos com os outros personagens.
Taika Waititi se diverte na direção e sabe exatamente o que quer de seu filme. Movimentos de câmeras ágeis, alguns que lembram até Tarantino, e o uso de slow motion para retratar ainda mais o drama, atribui ao filme um tom poético. O diretor consegue fazer o espectador ir do riso, a lágrima em questão de segundos. Eu mesmo me emocionei em muitos momentos.
Taika Waititi entrega o seu melhor trabalho. O diretor nos faz rir de muita coisa idiota dos nazistas, mas sua obra é muito mais potente. Nos faz rir, mas sem esquecer os horrores da guerra.
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Apesar de possuir o nome de duas grandes empresas de automóveis no título, "Ford vs Ferrari" não é apenas sobre corridas. O novo filme do diretor James Mangold explora os bastidores da corrida, separando os negócios do esporte em si.
O longa acompanha o projetista Carroll Shelby (Matt Damon) e o piloto Ken Miles (Christian Bale) construindo um carro de corrida para a Ford vencer as 24 Horas de Le Mans, uma das corridas mais tradicionais do mundo, enquanto enfrentam a interferência da empresa.
O filme possui uma edição bastante ágil. Mangold explora bem as narrativas e alterna cenas dos bastidores da produção com cenas perfeitas de corrida. Para o fã de automobilismo, as cenas de corrida serão um deleite enorme, ao mesmo tempo que servirá como uma viagem no tempo para apreciar modelos de carros antigos sendo feitos desde a sua criação. O som do filme está ótimo, e é incrível a perfeição de tudo o que foi criado. Tecnicamente, "Ford vs Ferrari" é perfeito.
Os bastidores de tudo o que acontece mostra que o mundo das corridas também tem seu jogo sujo. O boicote contra o piloto Ken Miles vindo de dentro da própria Ford, vira e mexe podemos ver isso em grandes categorias do esporte hoje em dia. A reviravolta no final, é de deixar indignado quem não conhece a história real.
Matt Damon está ótimo, mas é Christian Bale que mais uma vez da um show. Desde a sua preparação, já que o ator precisou emagrecer para o papel. A direção de Mangold, consegue capturar algumas características e maneirismos do seu personagem, que só os gênios do esporte poderiam ter. "Ford vs Ferrari" é ousado e um grande filme para os fãs do esporte. Principalmente para quem não conhece muitos os bastidores, e quer entender melhor como funciona.
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Martin Scorsese está de volta ao gênero que o consagrou. Em "O Irlandês", o diretor entrega um filme de máfia, que mostra como as escolhas feitas em vida, pesam quando estamos chegando ao fim dela.
O filme de Scorsese vai esmiuçando o roteiro de Steven Zaillian bem devagar. O roteiro aborda muitos personagens, e isso pode ser uma dificuldade para acompanhar o desenrolar da história. Por outro lado, o roteiro alterna entre três linhas temporais, e com isso, Scorsese mostra ainda muito vigor para filmar. Essas linhas temporais são diferenciadas por ótimos efeitos visuais, que rejuvenesce ou envelhece os personagens.
O trio principal de atores está fantástico. Robert De Niro, Joe Pesci e Al Pacino mostram no olhar cansado, toda uma vida de envolvimento com a máfia e outros fantasmas. No caso do personagem de De Niro, a guerra. A fotografia utiliza cores frias, o que realça o peso das escolhas sobre esses personagens. Anna Paquin entrega uma personagem com pouquíssimas falas, mas que fala muito com seu silêncio. Sua personagem e de Robert De Niro tem uma cena no ato final, que retrata toda a melancolia que o filme mostra. E isso, sem ela dizer uma palavra. Fantástico.
Martin Scorsese entrega um filme sobre a máfia, mas diferente do que já vimos. Aqui temos um retrato melancólico, e um fim triste, retratado pelas escolhas que fazemos na vida, e do que deixamos de lado.
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Um dos livros mais famosos do mundo, "Adoráveis Mulheres" já foi levado algumas vezes ao cinema. A missão para dar vida aos personagens para uma nova geração, ficou a cargo da diretora Greta Gerwig. Com um elenco inspirado e um trabalho fantástico, Greta entrega um filme amadurecido, que fala de sonhos e que nos envolve do início ao fim.
O longa acompanha o amadurecimento da adolescência para a vida adulta, das irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh), durante a Guerra Civil americana. Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que nutrem umas pelas outras.
É nessa história que Greta Gerwig cria um dos melhores filmes do ano. A diretora emprega uma montagem ousada que faz fluir naturalmente a sua narrativa, apostando na fotografia para diferenciar o passado, do presente das personagens. Greta também utiliza ângulos diferentes, ao arriscar até colocar a câmera de cabeça para baixo. O trabalho da diretora é fantástico, e é impossível entender ao final do filme, como o Oscar não a indicou a Melhor Direção.
Um dos pontos altos do filme, é nos sentirmos parte da família March. Mesmo sentimento vivido por Laurie (o ótimo Timothée Chalamet), que rapidamente se sente atraído por essas adoráveis mulheres. Jo, sonhadora e a frente do seu tempo. Amy, querendo ser a melhor no que faz, porque não quer ser apenas "mais uma". Meg que tem o sonho de ter uma família. E Beth, a melhor de todas, assim definem as outras irmãs. Todas elas interpretadas com muito coração. Com certeza elas leram o livro, e captaram a essência de suas personagens. O filme ainda conta com uma espetacular Laura Dern, e participações de Meryl Streep e um irreconhecível Chris Cooper.
A trilha de Alexandre Desplat é outra lindeza deste belo filme. Que acalenta e nos convida a ver e a observar de perto, essas adoráveis mulheres.
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O Grito 2
3.0 69Um ano depois de ser sucesso no Japão, "O Grito" já ganha uma sequência pelas mãos do mesmo diretor Takashi Shimizu.
Em resumo, essa sequência supera o seu original. Algumas cenas de terror assustam principalmente por serem bem macabras. Outras cenas são até inteligentes e brincam com o espectador, como a sequência em que uma das personagens escuta um barulho vindo da parede de seu apartamento. Ela até chama um colega seu para ver. A finalização da cena é bem legal, e mostra um terror daqueles mais leve, e que também diverte.
Assim como o primeiro filme, essa sequência também peca na sua montagem. Porém, a de se frisar que esse filme é bem mais fácil de compreender do que o primeiro. Já percebemos que o diretor Takashi Shimizu, gosta de fragmentar suas histórias e assim vamos juntando as peças. Porém, na minha opinião, o fato do diretor contar a história, digamos assim por "capítulos" e colocar o nome dos personagens nessas transições, nos leva a nos perguntar todas as vezes se o que está acontecendo é antes ou depois das outras coisas que já foram mostradas. E isso é chato demais.
No mais "O Grito 2" supera o seu original e se mostra um filme mais bem finalizado, por mais que alguns personagens sejam totalmente descartáveis.
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Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraO romance sempre mostrado em todas as formas no cinema, alcança uma maturidade e verdade, talvez nunca vista, como em "Antes do Amanhecer". Jesse e Céline, nossos protagonistas, estão em uma viagem de trem pela Europa. Ele norte-americano, ela francesa. Depois de um papo rápido, Jesse a convence a descer do trem para passearem na cidade de Viena, na Itália. O único problema é que ambos vão voltar para seus países no dia seguinte.
O sucesso do filme se deve a várias coisas. As atuações de Ethan Hawke e Julie Delpy são incríveis, o roteiro do longa nos mostra várias versões dos nossos protagonistas. Desde assuntos mais intelectuais, até a coisas banais. Existe tanta naturalidade e verdade nas atuações, que é impossível não torcer por eles. Ambos são interessantes e apaixonantes, sem precisarem ser piegas. O cinema nos mostrou tantas vezes o "amor a primeira vista", mas aqui é diferente. Existe o amor, ambos estão se apaixonando, mas sem aquela coisa açucarada demais. É aqui que temos um romance mais amadurecido e mais talhado no real, como acontece na vida.
O trabalho do quase inexperiente Richard Linklater na direção é lindo. O diretor tem tanta sensibilidade e sutileza para entregar cenas primorosas. Em uma das cenas, nosso casal entra em uma cabine para escutar "Come Here" de Kath Bloom. A letra diz tanto sobre aquele momento que eles estão vivendo. Aquela troca de olhares entre eles... Com certeza é uma das cenas mais marcantes que o cinema já produziu. É impossível não se emocionar com essas e outras cenas no decorrer do filme. "Antes do Amanhecer" é cultuado até hoje por apresentar o romance e a paixão na forma mais real possível. E ao seu final, o sentimento que fica é uma mescla de saudade e esperança, porque queríamos ver muito mais de nossos protagonistas.
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Star Wars, Episódio III: A Vingança dos Sith
4.1 1,1K Assista AgoraSe pensarmos por um lado, "Star Wars: A Vingança dos Sith" é um enorme spoiler. Afinal de contas, já sabemos como a história vai ser concluída. Obi Wan Kenobi fala em "Star Wars: Uma Nova Esperança", os acontecimentos até ali. Mas legal aqui em "A Vingança dos Sith", é ver as histórias se encaixando com a trilogia clássica.
Aqui temos o filme mais sombrio desta trilogia nova. Vemos os Jedi serem exterminados, inclusive crianças. O nascimento de Darth Vader é antológico. Após a batalha no planeta de lava, Anakin Skywalker é socorrido por Palpatine e vemos a criação do vilão. Do vistoso capacete visto por dentro até a sombria respiração. O surgimento de Vader é incrível, e de longe, é a melhor coisa da nova trilogia.
Aqui temos também a separação dos gêmeos, Luke e Léia. Além de um Yoda em CGI, sem o mesmo carisma do nosso querido Jedi da trilogia clássica. O roteiro do filme fica naquela mesmice dos dois primeiros episódios, mas a sua parte final é apoteótica e faz jus a grandiosa franquia.
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A Garota no Trem
3.6 1,6K Assista AgoraA vida de Rachel (Emily Blunt) não poderia estar pior. Separada, desempregada, alcoólatra e depressiva ela presencia da janela do trem, uma cena chocante e descobre depois que a mulher da cena está desaparecida. É partir dela que acompanhamos "A Garota no Trem", um suspense, que verte para o lado dramático ao mostrar mulheres que se revelam contra a pressão masculina e social.
O longa é dirigido por Tate Taylor (Histórias Cruzadas). Por ser um diretor mais voltado para o drama, o filme perde um pouco do suspense, ficando fácil encontrar soluções para algumas perguntas que aparecem no decorrer da trama.
O longa conta com um ótimo elenco feminino, e de caras muito conhecidas, e que se sobressai muito ao masculino. Emily Blunt está perfeita. A atriz convence com seus trejeitos de alcoólatra, e que acaba encontrando nesse crime que o filme gira, uma nova motivação para viver. Rebecca Ferguson também está ótima como a esposa perfeita e que ao final se mostra uma mulher com várias nuances. E Halley Bennet surpreende com uma atuação que mistura tristeza e sensualidade, e que é fundamental para a construção de sua personagem. O filme ainda conta com Allison Janney, Lisa Kudrow (Friends) e Laura Prepon (That 70's Show). "A Garota no Trem" é um bom passatempo, o único lamento é imaginar que essa história nas mãos de um diretor mais voltado para o suspense, ficaria muito melhor. É difícil não imaginar David Fincher fazendo um filme desses.
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O Nevoeiro
3.5 2,6K Assista AgoraConhecido como o "mestre do terror", Stephen King também escreve ótimos dramas. E são essas histórias que atraem o diretor Frank Darabont, que adapta pela terceira vez uma história de King, as outras duas são os excelentes "À Espera de Um Milagre" e "Um Sonho de Liberdade". Com certeza "O Nevoeiro" possui um pé no horror, mas a sua resolução final e tudo o que os personagens passam, fazem o filme ser digno de um grande drama.
No longa, um grupo de pessoas ficam presas em um supermercado, depois de um misterioso nevoeiro chega a cidade. Não demora muito para que criaturas misteriosas apareçam da névoa e ameacem a vida das pessoas.
O roteiro do filme trabalha muito bem o sentido de urgência da história, mas fique atento. O terror aqui é pano de fundo. Tanto Stephen King em seu conto, como Frank Darabont no roteiro do filme, trabalham a relação das pessoas em uma situação de perigo, onde regras não existem e como as pessoas cegas de razão, podem fazer coisas inimagináveis para sobreviver. Darabont trabalha aqui com uma câmera nervosa, que rapidamente nos insere e nos transforma em um dos trancafiados no local.
O filme conta com uma atuação surpreendente de Thomas Jane e uma ótima atuação de Márcia Gay Harden, como a crente fervorosa. Todos os coadjuvantes estão a altura dos protagonistas, o que torna o filme ainda mais interessante. "O Nevoeiro" é um filme que envolve, nos toma, e somos surpreendidos com um final que nos faz pensar e refletir e que perdurará por muito tempo em nossa cabeça.
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O Grito
3.0 170Em 2002 "O Grito" ("Ju-On" no original) chegava aos cinemas japoneses. Sim, mesmo o original fresquinho, os americanos resolveram fazer um remake em 2004.
Na história, uma maldição se apodera de quem tem contato com o local onde pessoas foram mortas sobre forte rancor. O filme é dirigido por Takashi Shimizu, o mesmo responsável pelo remake americano.
Primeira vez que assisti ao original japonês. Já sou bastante familiarizado com a versão americana, e devo confessar que muitas cenas foram feitas tal qual o original. Porém na versão americana existem cenas a mais, com um tom de terror mais elevado, que acaba fazendo total diferença.
Aqui a figura do garoto Toshio é bem mais explorada do que a de sua mãe, Kayako. Mas o filme se perde devido a sua montagem muito fragmentada. Em certos momentos ficamos atrapalhados com algumas coisas que cronologicamente não fazem sentido a história. O filme também não se preocupa em responder algumas questões, como por exemplo o motivo da morte de Kayako.
Tirando isso, para quem gosta de terror, ainda é interessante ver as figuras misteriosas de Kayako e Toshio, e assim, se familiarizar com a história original dos personagens.
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Star Wars, Episódio II: Ataque dos Clones
3.7 774 Assista AgoraGeorge Lucas tinha um problema nas mãos. Todos sabíamos que seria difícil essa trilogia nova, ser melhor do que a antiga. Porém, não imaginávamos que o primeiro filme seria tão fraco.
Por isso "Star Wars: Ataque dos Clones" se tornou um desafio tão grande. Mas já conseguimos ver um filme com um roteiro mais equilibrado, personagens mais interessantes e cenas de ação que faz mais sentido com a história. E o melhor, Jar Jar Binks, praticamente esquecido, mal da as caras nessa sequência.
Sai o garotinho Jake Lloyde e entra Hayden Christensen. O personagem continua interessante. Toda a sua humanidade e paixão vai ser elemento fundamental para a sua queda e finalmente se tornar Darth Vader.
No mais, um filme que corrige os erros do anterior, e nos deixa com vontade de ver como vai surgir um dos maiores vilões do cinema.
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Acrimônia
3.2 127 Assista AgoraO diretor Tyler Perry entrega "Acrimônia: Ela Quer Vingança" recheado de significados e sentimentos a flor da pele. No longa acompanhamos a história de uma fiel esposa que passa anos incentivando e sustentando o marido, até que percebe que está sendo colocada para trás e perde a cabeça ao descobrir que está sendo traída.
No início do filme, o diretor nos mostra sem pressa, o início do relacionamento de Melinda (Ajiona Alexus) e Robert (Antonio Madison) ainda na juventude. Isso nos ajuda a perceber todo o sofrimento que a personagem passou para sustentar o marido por muitos anos. No segundo ato, saem os atores jovens e entram Taraji P. Henson e Lyriq Bent vivendo os personagens na vida adulta. No terceiro e último ato, o filme desanda, justamente quando Melinda começa a reagir a situações que sua personagem passa e vai em busca de vingança. O ponto fraco do roteiro, é o seu final, que chega a soar um pouco "brega", devido a forma como a situação se resolve. O filme não investe muito efeito, e algumas coisas ficam mal feitas. Algumas cenas em fundo verde chegam a ser vergonhosas, e é impossível não se notar.
No meio de tudo isso, o que realmente merece destaque é a monstruosa atuação de Taraji P. Henson, só ela já vale o filme, por mais que sua personagem merecesse um final mais elaborado.
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Kramer vs. Kramer
4.1 546 Assista Agora"Kramer vs. Kramer" é o tipo do filme poderoso, forte e que tem muito coração, pois é muito real. A história da mãe que abandona seu filho na busca de se reencontrar, e o deixa para que o pai, que antes era focado apenas no trabalho, o crie, é emocionante em todos os aspectos.
As atuações são lindas. Dustin Hoffman fica impressionado como a forma que sua esposa o deixou, mas mesmo assim tenta criar o filho da melhor maneira possível. Veja a diferença na cena do primeiro café da manhã que ele tenta preparar, para uma cena semelhante ao final do filme. Meryl Streep em uma atuação mais contida, mas não menos importante. Colocando para fora todos os seus desejos e pensamentos e tentando fazer algo da sua vida, que não seja apenas cuidar de uma casa. Assim ela vai em busca de seu papel na sociedade. As reflexões de "Kramer vs. Kramer" são muitas, ambos são pais, ambos erram, e suas escolhas são suas consequências.
O garotinho Justin Henry emociona em muitos momentos. Ele soube expressar muito bem todos os sentimentos que uma criança de seis anos passaria naquela situação. Perfeito.
Ao diretor Robert Benton, fica aqui a sutileza e delicadeza da sua direção, em um filme que é simples, mas que tem uma alma enorme, e que sim, permanecerá por muito tempo com a gente. Um filme que faz você conversar por horas sobre os assuntos que ele aborda. Um filme importantíssimo.
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Star Wars, Episódio I: A Ameaça Fantasma
3.6 1,2K Assista AgoraDuas décadas se passaram até que George Lucas nos trouxesse o início da saga Skywalker aos cinemas. "Star Wars: A Ameaça Fantasma" foi muito esperado para os fãs, porém, hoje vemos que o filme é o mais fraco de toda a saga.
O roteiro nos apresenta novos personagens, alguns interessantes, outros nem tanto. As lutas com sabre de luz estão lá, e as perseguições entre naves também, mas algo atrapalha o filme na minha opinião. E esse algo se chama, Jar Jar Binks. O personagem criado claramente para ser um alívio cômico, é utilizado até demais. Tanto que logo no início do filme quando ele está com Obi-Wan Kenobi (Ewan McGregor) e Qui-Gon Jinn (Liam Neeson), o filme não anda, é arrastado, chega a dar sono. Enfim, um personagem desnecessário.
Em contrapartida? Um personagem bom para se acompanhar o desenvolvimento, é o jovem Anakin Skywalker (Jake Lloyd), e perceber como ele era uma criança amorosa, amigável e corajosa. Interessante imaginar que uma criança assim, vai ser levada para o lado negro da força. Destaque para o garotinho Jake Lloyd, muito bem em cena, e uma das melhores coisas do filme.
No fim, "Star Wars: A Ameaça Fantasma" é um começo apenas razoável para uma das maiores sagas do cinema. Um exagero aqui, um acerto ali, mas ainda assim, é Star Wars!
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Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica
3.9 662 Assista AgoraO luto mais uma vez volta a ser tema de uma produção da Pixar. "Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica", é inspirado em uma história real do diretor Dan Scanlon, e o longa pode não ser tão profundo no tema, como "Viva: A Vida é Uma Festa", mas explora muito bem o assunto de forma leve e encantadora.
O longa apresenta os irmãos elfos, Ian e Barley Lightfoot, que embarcam em uma jornada extraordinária para trazer o falecido pai de volta a vida, apenas por um dia.
Um dos pontos mais importantes de um filme é analisar a jornada percorrida por nossos protagonistas e saber que o caminho percorrido valeu a pena. Aqui, é notável a mudança de sentimento, de amadurecimento que os irmãos passam. E saber que eles entenderam o real sentido da jornada. O filme consegue trabalhar um tema pesado, de maneira leve. Dan Scanlon, dosa muito bem o humor com o drama, sabendo usar cada um no momento certo. Então sabemos, que como todo filme Pixar, teremos risadas, e sim, lágrimas.
Enquanto as crianças irão se divertir com as magias, os adultos irão notar temas entranhados na narrativa, que conversa diretamente conosco. Além do luto, a autoconfiança também é um tema que permeia toda o longa. E para fãs de RPG, o filme será um deleite, pois um dos irmãos adora esse tipo de jogo. O filme apresenta personagens muito bem construídos, como a mãe dos irmãos, que os criou praticamente sozinha, mostrando mais uma vez, que a Pixar é antenada nas questões atuais.
O longa emociona demais, principalmente quem tem uma ligação maior com o pai. Chorei em alguns momentos do filme, mas sei que um dia, daqui a muitos anos, quando eu rever o filme, irei chorar muito mais.
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A Enviada do Mal
3.0 284 Assista AgoraFilmes sobre possessão demoníaca não são novidades, mas "A Enviada do Mal" se torna diferente de tantos outros filmes sobre o assunto, por ter uma abordagem diferente.
No filme acompanhamos duas garotas que são misteriosamente esquecidas pelos pais em uma escola. Uma outra garota tenta chegar nessa escola, e enquanto ela tenta chegar, uma das outras garotas começa a ser possuída por uma força do mal. O diretor Oz Perkins trabalha com narrativas paralelas, e o seu maior mérito é criar esse mistério e segurá-lo até o final, além de não fazer uma narrativa atrapalhar a outra. A todo momento ficamos intrigados a montar esse misterioso quebra-cabeça. Dito isso, o filme pode ser chato para aqueles que gostam de filmes de terror com sustos fáceis, já que o diretor prefere manter o ritmo do filme sempre com essa atmosfera, sem apelar muito para essas sustos.
No longa o destaque maior vai para Kiernan Shipka. Sua personagem é misteriosa, daquelas que não sabemos se devemos confiar ou não. A atriz entrega uma atuação segura e convincente de tudo o que sua personagem está passando.
O filme ainda conta com trilha sonora tensa e uma fotografia com cores que remetem a depressão, tudo isso para dar um clima mais pesado ao filme. Longe de ser um clássico, mas "A Enviada do Mal" é um filme que merece ser descoberto.
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O Homem Invisível
3.8 2,0K Assista AgoraJunto com Drácula e Frankenstein, o homem invisível é um dos "monstros" mais tradicionais do Estúdio Universal. Remake do filme (de mesmo título) de 1933, "O Homem Invisível" chega aos cinemas em 2020 com uma nova roupagem e dialogando com temas importantes.
Uma das vantagens deste personagem é que a história dele pode ser contextualizada para épocas diferentes, trazendo tramas diferentes. Dirigido por Leigh Whannell, o longa acompanha Cecilia Kass (Elizabeth Moss), uma mulher oprimida por um marido controlador em um relacionamento abusivo. Mesmo após a morte do esposo, ela se sente observada e controlada por um ser invisível.
A atualização da trama veio no momento certo. Elizabeth Moss tem uma atuação incrível, que a todo momento desafia o espectador a acreditar ou duvidar dela. O clima de tensão é estabelecido, e a sensação de que há algo observando é perfeitamente sentido. E as cenas de violência são bem executadas. Nesse sentido, o filme se torna um suspense muito bem conduzido e cheio de reviravoltas.
Mas o melhor ponto do filme, é tocar em um assunto como relacionamento abusivo. Os diálogos são bem construídos, e retratam bem a posição do abusador e da pessoa que sofre o abuso. E assim, "O Homem Invisível" se torna um longa extremamente importante, e se faz necessário por retratar um assunto tão em voga hoje em dia em nossa sociedade.
Por fim, "O Homem Invisível" é um acerto e tanto. É um filme com um tema tão próximo de nós, que incomoda, por que sabemos que esse tipo de coisa acontece. E assim, o longa finaliza ultrapassando a barreira do entretenimento e se tornando algo maior.
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Doutor Sono
3.7 1,0K Assista AgoraAntes mesmo da sua estreia, "Doutor Sono" já despertava muita curiosidade nos seus trailers. Era evidente que o filme iria ter muito de "O Iluminado", filme que Stephen King já deixou claro que odeia. O diretor Mike Flanagan mostrou coragem e dirigiu um filme que deixará tanto os fãs do livro de King como os fãs do filme de Stanley Kubrick, felizes.
O longa acompanha Dan Torrance (Ewan McGregor) anos depois dos eventos ocorridos no hotel Overlook. Dan vive com seus fantasmas do passado e agora precisa ajudar Abra Stone (Kyliegh Curran), uma garota iluminada, dos vilões que roubam esse dom das pessoas.
Um dos grandes acertos do diretor é conseguir trazer a história do livro Doutor Sono, e transformar ela em uma sequência direta do filme "O Iluminado". Para isso, o final do livro de Doutor Sono precisou ser modificado. O diretor revisita sem medo cenas do antigo filme da década de 80, recriando com atores bastante parecidos. A direção de arte do filme merece aplausos, por recriar tão bem o hotel Overlook e seus personagens.
Ewan McGregor está ótimo no papel de Dan. O ator coloca todo o peso dramático que a história do personagem tem e entrega uma excelente atuação. Rebecca Ferguson que interpreta Rose, também está ótima como a vilã. Agora o destaque maior, vai para a garota Kyliegh Curran. A interpretação da atriz é muito interessante. Ela se mostra desenvolta, e feliz por ter seus poderes e não tem medo de usá-los, muito pelo contrário, ela quer mostrar esse dom. "Doutor Sono" se torna um ótimo filme graças a Mike Flanagan, que roteirizou e dirigiu. Mas é essencial que você assista "O Iluminado" para embarcar na história de Dan e Abra e na luta deles para proteger esse dom, em meio a uma charmosa batalha do bem contra o mau.
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O Iluminado
4.3 4,0K Assista AgoraUm dos livros mais famosos de Stephen King, "O Iluminado" ganhou sua adaptação ao cinema em 1980 pelas mãos de um dos maiores cineastas da história, Stanley Kubrick. Odiado por King, devido a tantas mudanças em comparação ao livro, o filme se tornou um dos melhores filmes de terror da história, sendo cultuado até hoje.
O longa acompanha Jack Torrance (Jack Nicholson) e sua família, indo tomar conta do hotel Overlook, durante uma nevasca que assola o local durante meses. Enquanto o tempo passa, o isolamento e os fantasmas do antigo hotel, vão consumindo Jack de todas as formas mais tenebrosas possíveis.
O longa realmente possui muitas diferenças em comparação com o livro, porém, eu consigo separar bem as duas obras e apreciar os dois conceitos. Kubrick opta por entregar um filme mais direto, com um roteiro que nos coloca rapidamente na loucura que é o hotel Overlook. "O Iluminado" é um filme que assusta pela sua atmosfera, de se colocar naquela história em meio a um total isolamento. Nesse quesito, a trilha sonora, combinada com uma excelente direção de arte ajuda muito nesse clima que o filme quer passar.
Jack Nicholson entrega um personagem completamente tomado pela loucura e perfeito para o papel. Destaque também para o garotinho Danny Lloyd, que interpreta Danny Torrance, em um papel desafiador para uma criança tão pequena.
Por mais que Stephen King o critique, "O Iluminado" é um dos maiores clássicos do cinema de terror e uma visita ao hotel Overlook será sempre bem vinda.
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Deus É Brasileiro
3.0 336 Assista Agora"Deus é Brasileiro" tem em suas raízes dois elementos que funcionam muito bem no cinema nacional, o nordeste e a fé. Nesse contexto temos Deus (Antônio Fagundes), a procura de um substituto para ele poder tirar umas férias, para isso ele vai precisar de Taoca (Wagner Moura), nessa viagem a procura da pessoa certa.
O longa dirigido por Cacá Diegues é muito poético em toda a sua narrativa. Mistura comédia, um pouco de drama (quando envolve a personagem Madá, interpretada por Paloma Duarte), e em alguns momentos, nos faz refletir.
O Deus de Antônio Fagundes, é um pouco bravo, ranzinza. Talvez um pouco mais de leveza fizesse bem ao personagem. Já Wagner Moura domina o filme. Desde cedo, Wagner já mostrava todo o seu talento que veríamos nos próximos anos.
O filme possui efeitos visuais que hoje estão completamente datados, mas compensa na fotografia recheada de paisagens nordestinas.
Não é tão simpático como "Lisbela e o Prisioneiro", e nem tão engraçado como "O Auto da Compadecida", mas "Deus é Brasileiro" merece um conferida.
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O Grito
1.9 331 Assista AgoraMuito se fala da falta de criatividade em Hollywood nos últimos anos. Remakes, refilmagens, reboots, entre outros derivados vão tomando as salas de cinema. O ápice da falta de criatividade acontece em "O Grito", um remake misturado com um reboot de um filme de 2004, que já refilmagem, de um filme japonês de 2002.
A direção ficou a cargo de Nicolas Pesce, um fôlego novo na franquia, mas que não faz a menor diferença. A história já conhecemos, em uma casa, uma maldição nasce após uma pessoa morrer em um momento de muito ódio. Voraz, a entidade maligna não perdoa ninguém, fazendo vítima atrás de vítima e passando a maldição adiante.
Um dos principais erros do filme, é abandonar os personagens de Kayako e Toshio. Ela faz uma ponta logo no início, apenas para esse filme fazer uma espécie (totalmente forçada) de ligação, com o filme de 2004. Já Toshio não chega nem a aparecer.
O roteiro do filme é pobre. Ele tenta trazer alguns dramas para os personagens principais, para que nós, nos identifiquemos com eles. Mas tudo soa apressado demais e a identificação não é estabelecida em momento algum. Para piorar, o filme é um emaranhado de jumpscares alguns totalmente desnecessários. Junte-se a isso uma montagem truncada que não consegue deixar ágil, uma história que trabalha três linhas narrativas ao mesmo tempo, além é claro, de alguns personagens desnecessários que estão ali apenas para um único fim, morrer. A violência aplicada por Nicolas Pesce surpreende, mas é pouco, para um filme que recicla ideias já abordadas nos outros filmes da franquia.
De bom apenas a atuação da Andrea Riseborough, que consegue extrair alguma coisa boa do pobre roteiro. Uma fotografia que vai bem, trabalhando elementos de sombras e luz, além de um bom trabalho de direção de arte, que consegue recriar alguns elementos que são importantes para a trama, como corpos em decomposição.
Resumindo, "O Grito" é um remake totalmente desnecessário, que desperdiça o elenco que tem, com uma história de terror que peca pela falta de identidade.
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Breakdown: Implacável Perseguição
3.4 270 Assista Agora"Breakdown: Implacável Perseguição" é um pequeno thriller que mistura ação e suspense, com baixo orçamento, mas que agrada aos amantes do gênero.
O roteiro é simples. Um casal, Jeff Taylor (Kurt Russell) e Amy Taylor (Kathleen Quinlan), viaja pelo deserto americano, e a esposa acaba sendo sequestrada quando aceita uma carona logo após o carro deles dar problema. O diretor Jonathan Mostow aproveita muito bem os poucos recursos que tem e nos entrega um filme que nos prende a atenção para desvendarmos esse mistério.
O longa possui poucos atores. Kurt Russell usa seu carisma para segurar quase que sozinho o filme. O roteiro ajuda em suas ações, e não nos faz duvidar de nossa inteligência, sempre colocando o personagem em situações e soluções, cabíveis de se acontecer. O ponto alto do filme é exatamente esse: colocar o personagem em situações que também podemos imaginar que poderia acontecer com a gente.
O longa acaba sendo uma ótima pedida para quem nunca assistiu e gosta do gênero de ação, com muitos momentos de tensão.
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Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
3.4 1,4KArlequina volta às telonas em "Arlequina em: Aves de Rapina" (sim, a Warner alterou o título do filme). Escrito e dirigido por mulheres (Christina Hodson e Cathy Yan, respectivamente), o longa aposta na força das mulheres para produzir um filme cheio de ação e que diverte.
A história do filme é simples. Além de girar em torno da emancipação da personagem, também gira em torno de um valioso diamante que o vilão Roman Sionis (Ewan McGregor) quer por as mãos. É onde Arlequina (Margot Robbie) se vê forçada a proteger uma adolescente, Cassandra Cain, para poder colocar as mãos na valiosa pedra.
O roteiro do filme sempre coloca as mulheres em destaque, porém, apresenta fragilidade por resolver algumas situações de forma fácil. Essas conveniências narrativas acabam ajudando Arlequina a brilhar em cena. A montagem do filme também se mostra problemática, quando o filme para em um determinado ponto, para contar alguma coisa que já aconteceu, ou para apresentar as outras personagens que não conhecemos. O ritmo é quebrado, e a ação é parada em alguns momentos, devido a esses flashbacks.
Em termos visuais, o filme é lindo. A mistura de cores utilizada pela direção de arte da um tom especial ao longa. A cena em que Arlequina invade uma delegacia, é visualmente impecável, além de ter uma sequência de ação muito boa. Uma outra sequência na casa de horrores, também merece destaque, não só pela ação, mas pela dificuldade que deve ter sido para gravar.
Ewan McGregor entrega uma boa atuação. Pena que seu vilão seja totalmente passável. É aquele típico vilão sem profundidade. Margot Robbie está ótima em cena e com um carisma impecável. Já as outras personagens tem o seu desenvolvimento prejudicado. Apesar de todas serem apresentadas em pequenas passagens, não é tempo suficiente para nos importamos com elas, mesmo algumas sendo interessante.
Concluindo, "Arlequina em: Aves de Rapina" é divertido, toca em pontos importantes como o emponderamento feminino, e sim, é um bom filme. Porém, algumas coisas podem incomodar os fãs mais rigorosos.
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1917
4.2 1,8K Assista AgoraFilmes de guerra são conhecidos por seus combates espetaculares, onde na maioria das vezes, o motivo da guerra em si, é o principal foco. Com uma abordagem um pouco diferente, o diretor Sam Mendes, foca em apenas uma missão, para entregar um filme de tirar o fôlego.
O longa acompanha Will Schofield (George MacKay, excelente) e Blake (Dean-Charles Chapman, surpreendente), em uma missão arriscada: atravessar o território inimigo, para entregar uma mensagem que pode salvar cerca de 1.600 colegas soldados.
É nesse panorama que acompanhamos os dois soldados arriscarem sua vida. A abordagem de Sam Mendes em criar um falso plano sequência é fundamental para a experiência. Tudo é muito urgente, o risco é iminente. Seja uma bomba explodindo, ou um avião caindo, a sensação é a de que estávamos realmente lá.
O trabalho de fotografia feito por Roger Deakins foi absurdo. Tudo na cena ajuda a contar a história. No cenário desolador, encontramos soldados e animais mortos, ruínas, tudo foi feito com perfeição. Em muitos momentos o filme é poético, seja com uma cerejeira soltando pétalas em meio a um rio com soldados mortos, ou em um pequeno momento de humanidade, num lugar tão desumano, vivido pelo soldado Schofield. Aliás, o olhar vazio e melancólico do personagem em muitos momentos, revelam bem o que é a guerra.
O espetáculo é deixado para o final. A cena mais vista em todos os trailers, não perde o impacto, mas sim, se torna melhor. Uma das mais lindas cenas da história do cinema de guerra, ela coroa um longa que não redefine a roda, mas dá um outro viés aos filmes do gênero. "1917" é um espetáculo cinematográfico.
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Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista Agora"O Grande Ditador", um dos filmes mais importantes da história do cinema, utilizou a sátira como forma de reflexão sobre um assunto pesado. Charles Chaplin marcou época com um de seus melhores filmes. Em 2019, Taika Waititi, escreve, atua e dirige "Jojo Rabbit", um retrato da guerra, visto de forma lúdica, que satiriza a loucura nazista, fazendo rir e emocionar.
Jojo (Roman Griffin Davis) é um jovem nazista de 10 anos, que tem Adolf Hitler (Taika Waititi) como um amigo imaginário. Seu sonho é participar da Juventude Hitlerista, um grupo pró-nazista. Um dia, Jojo descobre que sua mãe (Scarlett Johansson) está escondendo uma judia, Elsa (Thomasin McKenzie) no sótão de casa.
É fácil simpatizar por "Jojo Rabbit" logo no início. Da abertura com uma versão de uma música dos Beatles, só que em uma versão nazista, ao olhar inocente de crianças. Taika faz piada com tudo o que é possível sobre o insano regime de Hitler. O roteiro é cheio de camadas, assim como os personagens.
Roman Griffin Davis entrega um Jojo excelente, que aparenta ser forte, mas que já sofreu algumas perdas na vida. Thomasin McKenzie encarna o medo em pessoa, na forma da personagem Elsa, e ao longo da narrativa, ela funciona como uma irmã mais velha para Jojo. Scarlett interpreta uma mãe com três nuances diferentes: a mãe que apoia o filho em busca do seu sonho; a mulher que é contra a guerra e o regime nazista; e a que ajuda a esconder uma judia. Sua atuação se destaca nos momentos mais íntimos com os outros personagens.
Taika Waititi se diverte na direção e sabe exatamente o que quer de seu filme. Movimentos de câmeras ágeis, alguns que lembram até Tarantino, e o uso de slow motion para retratar ainda mais o drama, atribui ao filme um tom poético. O diretor consegue fazer o espectador ir do riso, a lágrima em questão de segundos. Eu mesmo me emocionei em muitos momentos.
Taika Waititi entrega o seu melhor trabalho. O diretor nos faz rir de muita coisa idiota dos nazistas, mas sua obra é muito mais potente. Nos faz rir, mas sem esquecer os horrores da guerra.
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Ford vs Ferrari
3.9 712 Assista AgoraApesar de possuir o nome de duas grandes empresas de automóveis no título, "Ford vs Ferrari" não é apenas sobre corridas. O novo filme do diretor James Mangold explora os bastidores da corrida, separando os negócios do esporte em si.
O longa acompanha o projetista Carroll Shelby (Matt Damon) e o piloto Ken Miles (Christian Bale) construindo um carro de corrida para a Ford vencer as 24 Horas de Le Mans, uma das corridas mais tradicionais do mundo, enquanto enfrentam a interferência da empresa.
O filme possui uma edição bastante ágil. Mangold explora bem as narrativas e alterna cenas dos bastidores da produção com cenas perfeitas de corrida. Para o fã de automobilismo, as cenas de corrida serão um deleite enorme, ao mesmo tempo que servirá como uma viagem no tempo para apreciar modelos de carros antigos sendo feitos desde a sua criação. O som do filme está ótimo, e é incrível a perfeição de tudo o que foi criado. Tecnicamente, "Ford vs Ferrari" é perfeito.
Os bastidores de tudo o que acontece mostra que o mundo das corridas também tem seu jogo sujo. O boicote contra o piloto Ken Miles vindo de dentro da própria Ford, vira e mexe podemos ver isso em grandes categorias do esporte hoje em dia. A reviravolta no final, é de deixar indignado quem não conhece a história real.
Matt Damon está ótimo, mas é Christian Bale que mais uma vez da um show. Desde a sua preparação, já que o ator precisou emagrecer para o papel. A direção de Mangold, consegue capturar algumas características e maneirismos do seu personagem, que só os gênios do esporte poderiam ter. "Ford vs Ferrari" é ousado e um grande filme para os fãs do esporte. Principalmente para quem não conhece muitos os bastidores, e quer entender melhor como funciona.
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O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraMartin Scorsese está de volta ao gênero que o consagrou. Em "O Irlandês", o diretor entrega um filme de máfia, que mostra como as escolhas feitas em vida, pesam quando estamos chegando ao fim dela.
O filme de Scorsese vai esmiuçando o roteiro de Steven Zaillian bem devagar. O roteiro aborda muitos personagens, e isso pode ser uma dificuldade para acompanhar o desenrolar da história. Por outro lado, o roteiro alterna entre três linhas temporais, e com isso, Scorsese mostra ainda muito vigor para filmar. Essas linhas temporais são diferenciadas por ótimos efeitos visuais, que rejuvenesce ou envelhece os personagens.
O trio principal de atores está fantástico. Robert De Niro, Joe Pesci e Al Pacino mostram no olhar cansado, toda uma vida de envolvimento com a máfia e outros fantasmas. No caso do personagem de De Niro, a guerra. A fotografia utiliza cores frias, o que realça o peso das escolhas sobre esses personagens. Anna Paquin entrega uma personagem com pouquíssimas falas, mas que fala muito com seu silêncio. Sua personagem e de Robert De Niro tem uma cena no ato final, que retrata toda a melancolia que o filme mostra. E isso, sem ela dizer uma palavra. Fantástico.
Martin Scorsese entrega um filme sobre a máfia, mas diferente do que já vimos. Aqui temos um retrato melancólico, e um fim triste, retratado pelas escolhas que fazemos na vida, e do que deixamos de lado.
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Adoráveis Mulheres
4.0 975 Assista AgoraUm dos livros mais famosos do mundo, "Adoráveis Mulheres" já foi levado algumas vezes ao cinema. A missão para dar vida aos personagens para uma nova geração, ficou a cargo da diretora Greta Gerwig. Com um elenco inspirado e um trabalho fantástico, Greta entrega um filme amadurecido, que fala de sonhos e que nos envolve do início ao fim.
O longa acompanha o amadurecimento da adolescência para a vida adulta, das irmãs Jo (Saoirse Ronan), Beth (Eliza Scanlen), Meg (Emma Watson) e Amy (Florence Pugh), durante a Guerra Civil americana. Com personalidades completamente diferentes, elas enfrentam os desafios de crescer unidas pelo amor que nutrem umas pelas outras.
É nessa história que Greta Gerwig cria um dos melhores filmes do ano. A diretora emprega uma montagem ousada que faz fluir naturalmente a sua narrativa, apostando na fotografia para diferenciar o passado, do presente das personagens. Greta também utiliza ângulos diferentes, ao arriscar até colocar a câmera de cabeça para baixo. O trabalho da diretora é fantástico, e é impossível entender ao final do filme, como o Oscar não a indicou a Melhor Direção.
Um dos pontos altos do filme, é nos sentirmos parte da família March. Mesmo sentimento vivido por Laurie (o ótimo Timothée Chalamet), que rapidamente se sente atraído por essas adoráveis mulheres. Jo, sonhadora e a frente do seu tempo. Amy, querendo ser a melhor no que faz, porque não quer ser apenas "mais uma". Meg que tem o sonho de ter uma família. E Beth, a melhor de todas, assim definem as outras irmãs. Todas elas interpretadas com muito coração. Com certeza elas leram o livro, e captaram a essência de suas personagens. O filme ainda conta com uma espetacular Laura Dern, e participações de Meryl Streep e um irreconhecível Chris Cooper.
A trilha de Alexandre Desplat é outra lindeza deste belo filme. Que acalenta e nos convida a ver e a observar de perto, essas adoráveis mulheres.
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